O Sacerdã Cio de Cristo
O Sacerdã Cio de Cristo
O Sacerdã Cio de Cristo
Que Jesus tivesse de oferecer na cruz um sacrifício ao Pai pode ser mais bem
compreendido, numa primeira aproximação, se considerarmos que é conatural a
todo ser humano, mesmo que o pecado não tivesse entrado no mundo, a
necessidade de sacrificar algo a Deus, em reconhecimento de sua absoluta
soberania: dele saímos, para Ele voltamos e a Ele devemos tudo o que somos e
possuímos.
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37. Conclusão. — Com base nestas noções, pode-se afirmar que Jesus Cristo
é, verdadeira e propriamente, sacerdote e mediador perfeitíssimo entre Deus e
os homens. Atestam-no as SS. Escrituras: “O Senhor jurou e não se
arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec”
(Sl 109, 4); “Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos
céus, Jesus, Filho de Deus” (Hb 4, 14), e confirma-o a razão teológica. Com
efeito, o ofício próprio do sacerdote é ser mediador entre Deus e os homens,
enquanto dispensa ao povo as coisas sagradas e apresenta a Deus as preces
do povo e oferece-lhe sacrifícios; ora, tudo isto convém a Cristo por excelência,
como está escrito: “Aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude e por seu
intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao
preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na
terra e nos céus” (Col 1, 19); logo, é evidente que Cristo-homem é, por
excelência, mediador entre Deus e os homens e, por isso mesmo, própria e
verdadeiramente sacerdote [4].
Veremos nas aulas seguintes, à luz do que vimos nesta, a natureza de seu
sacrifício redentor.
Referências
2. É por isso que o homem teria o dever de sacrificar a Deus ainda que o pecado
não tivesse entrado no mundo. O estado de natureza decaída, em outras
palavras, só acrescenta ao dever de sacrifício a necessidade
da expiação (supondo que Deu exija alguma satisfação pelos pecados dos
homens).