Simielli 1991
Simielli 1991
Simielli 1991
Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR
CAMPUS DE CAMPO MOURÃO – PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA:
O USO DE MAPAS COMO RECURSO METODOLÓGICO NO ENSINO
DE GEOGRAFIA1
RESUMO
This article reports the application process of the activities that were carried out in the
State College April 11 - primary and secondary education – EJA, municipality of
Tapejara, Parana State, class of the sixth grade of elementary school, first half of
2015; and the results of this pedagogical implementation done for Educational
Development Program – PDE. The theme was Cartographic Literacy, because of
map reading and scales are needed for the student to understand the geographical
space of the planet and, especially, the location in which you reside. The objective
was to demonstrate effective teaching practices in teaching Cartography of
Geography discipline. In addition, the activities showed that such pedagogical
practices cooperated so that students have an effective learning attractive and
pleasant way.
INTRODUÇÃO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O trabalho com mapas deve ser iniciado logo nos primeiros anos de
escolaridade, devendo ser considerado como instrumento pedagógico que possibilita
a ampliação gradativa da percepção espacial e a superação dessas dificuldades.
Segundo Almeida e Passini (2001), o estudo deve partir da realidade mais próxima
para a mais distante.
A Geografia escolar recorre a diferentes linguagens didáticas com o intuito de
sistematizar as informações e expressar as interpretações a respeito do espaço
geográfico. Dentre essas, apóia-se na linguagem cartográfica que possibilita a
localização, orientação e a representação espacial como referência para leitura das
paisagens geográficas. Dessa forma, no ensino de Geografia, prioriza-se,
“[...] a construção dos conceitos pela ação da criança, tomando como referência as
suas observações do lugar de vivência para que se possa formalizar conceitos
geográficos por meio da linguagem cartográfica” (CASTELLAR, 2000, p. 31).
Na Era da Informação, século XXI, a mesma importância social na
alfabetização de letras e números deve ser remetida à alfabetização cartográfica. O
domínio da lateralidade é fundamental na Geografia e na Cartografia, pois é a partir
do corpo humano que se inicia a alfabetização cartográfica. Assim, os professores,
enquanto mediadores devem ser capazes de planejar e organizar as aulas,
envolvendo situações-problemas de acordo com as etapas de desenvolvimento dos
alunos; diagnosticando conhecimentos prévios, auxiliando o aluno a construir
conceitos trabalhados na disciplina de Geografia. É assim que os alunos conseguem
transformar o espaço geográfico e entenderem seus deveres e direitos de cidadãos
(SIMIELLI, 1994).
A proposta de implementação foi a de alfabetizar em linguagem cartográfica,
para facilitar e intermediar a compreensão e a leitura do espaço geográfico, por meio
de atividades práticas, pois a linguagem expressa por símbolos fornece informações
do espaço geográfico. Partindo dos conhecimentos cartográficos é possível
compreender a espacialização dos mais diversos elementos geográficos. Assim, as
unidades didáticas oferecem subsídios para melhorar o desempenho dos alunos e,
consequentemente, sua vivência em sociedade. Podemos retomar Kaercher (2000),
quando diz que vê o espaço geográfico como produto das relações sociais
estabelecidas por interesses humanos dos usos e costumes que ocorrem em tal
espaço e das diferentes geografias que se constroem e se reconstroem
cotidianamente. Já que as geografias se entrelaçam e tudo vai sendo feito de
diferentes maneiras. Há necessidade de compreender essa rede de relações e suas
implicações para o espaço geográfico. No campo da Geografia, a Cartografia é um
dos conteúdos a ser apreendido na escola. Para Passinati e Archella (2007), o
ensino de Geografia e o de Cartografia são indissociáveis e complementares: a
primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidades de se estudar o espaço
geográfico sem representá-lo, assim como não podemos representar um espaço
vazio de informação.
O problema que gerou a proposta de intervenção pedagógica foi o
questionamento sobre como a alfabetização/letramento cartográfica faria diferença
na vida do aluno. Assim, a aplicação da produção didático-pedagógica teve como
objetivo minimizar o problema de analfabetismo cartográfico, por meio de atividades
que os alfabetizassem, pois, para Passini (1994), a escola é o ambiente adequado
para a aprendizagem de como a sociedade se organiza por meio das
representações formais espaciais.
Segundo Almeida e Passini (2001), o professor que adotar metodologia
apropriada ao ensino de leitura cartográfica, estará evitando postura passiva e
mecânica, pois, a Geografia contemporânea está voltada para o conhecimento
participativo e crítico, com o desenvolvimento de atividades práticas que permitem
apreender noções de limites, orientação, localização, lateralidade, representação,
noção espaço-temporal, que ampliam o raciocínio lógico, ajudando os alunos a
entenderem as informações neles contidas.
As Diretrizes Curriculares de Geografia do Paraná (2008) propõem que os
mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos estudantes como se fossem textos,
passíveis de interpretação, problematização e análise crítica, jamais como meros
instrumentos de localização de eventos e/ou de acidentes geográficos.
Neste nível do Ensino Fundamental, espera-se que os alunos façam relação
de cartas simples, leiam uma carta regional, levantem hipóteses sobre a origem de
uma paisagem e analisem uma carta temática com vários fenômenos.
Posteriormente, serão desenvolvidas noções de escala e legenda, de acordo com os
cálculos matemáticos e as convenções cartográficas oficiais. Os referenciais teóricos
servem para reflexão sobre estratégias de ensino no uso da linguagem cartográfica,
tendo os mapas como instrumento metodológico no processo ensino-aprendizagem
de Geografia. Para Lacoste (1988) uma carta ou mapa, para quem não sabe ler e
utilizar este conhecimento, é o mesmo que um texto para um analfabeto. Assim,
não se deve esperar que qualquer pessoa ao ver-se pela primeira vez diante de um
mapa projetivo, com toda sua complexidade semiótica de sua linguagem, consiga
apreender as informações nele contidas (PASSINI, 1994).
Ao se apropriarem da linguagem cartográfica, os alunos estarão aptos a
reconhecer representações específicas. Assim, os professores de Geografia formam
alunos capazes de ler seu espaço; analisar o sistema e as estruturas que produzem
aquela organização; enquanto leitor eficiente de mapas, os alunos serão capazes de
realizar estudos e pesquisas; e, ainda, tornam-se reorganizadores e reconstrutores
do espaço geográfico (PASSINI, 1994).
2. IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA
2. 2 NOÇÕES ESPACIAIS
2. 4 MAPAS MENTAIS
Essa atividade foi iniciada com apresentação das noções espaciais (direita e
esquerda; frente e atrás; em cima e embaixo). Verificaram-se os pré-conhecimentos,
por meio de uma dinâmica em que os alunos, em pé, próximos às suas carteiras,
localizavam indicaram com os braços e as mãos os objetos solicitados pelo
professor. Na sequência, solicitou-se que um aluno deitasse sobre um recorte de
papel craft enquanto os outros traçaram o seu corpo com lápis de cor. Na sequência,
os alunos foram convidados para uma brincadeira na quadra, levando o desenho do
corpo contornado.
Na quadra, foi solicitado para um aluno de cada vez, ficar em pé ao lado da
cabeça do desenho; pular no braço esquerdo; pular na perna esquerda; revezava-se
os alunos. Alguns erraram, num primeiro momento. Essa atividade foi praticada até
que todos participassem.
Na sala de aula, distribuiu-se cartolina e solicitou-se que os traçassem o
desenho da Rosa-dos-Ventos, (Figura 7) a fim de trabalharem com os Pontos
Cardeais e Colaterais. Atividade, cujo objetivo foi reforçar as noções de
espacialidades (leste) e esquerdo (oeste), dentro da dinâmica anterior.
2. 8 JOGO GEOGRÁFICO
Para essa atividade, distribuiu-se para cada aluno, um livro didático do sétimo
ano (ADAS, 2011), um atlas geográfico (SIMIELLI, 1991), uma cópia do mapa do
Brasil e um recorte de cartolina com dimensões de 30 x 20 cm. Primeiramente foi
solicitado que pintassem as regiões do Brasil e, posteriormente, colassem o mapa
no recorte de cartolina e recortaram o mapa segundo os limites de cada região. De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elaborassem a
legenda do mapa por região, com as devidas siglas dos Estados.
Para iniciar o Jogo Geográfico, os alunos escreveram em tirinha os nomes
dos estados, das capitais e as respectivas siglas. Dobraram os papéis, colocando-os
no saco para realização de sorteio. Cada aluno recebeu uma região do Brasil e,
conforme foi sendo sorteado o nome do estado, capital e sigla, os alunos iam
marcando em seus mapas (como no bingo). O vencedor foi o aluno que concluiu
todos os Estados, as capitais e as siglas que estavam no mapa de sua região.
Foram poucos os alunos que apresentaram dificuldades. Essa atividade
contribuiu para que os alunos se familiarizem com os estados brasileiros e com
cartografia, por isso, o desempenho foi excelente.
Figura 8: Jogo Geográfico – Divisão Regional do Brasil (fotografia do recorte das regiões do Brasil).
Fonte: acervo do autor.
2. 9 QUEBRA-CABEÇA GEOGRÁFICO
REFERÊNCIAS
LACOSTE, Y. A. Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer guerra. Trad.
Maria Cecília França. Campinas, SP: Papirus, 1988. p.187
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica: Geografia. 2008.