Data 08.01.24 - Relatório Bioquímica - Carboidratos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS
FISIOLÓGICAS
LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA

RELATÓRIO DA TERCEIRA AULA PRÁTICA: CARACTERIZAÇÃO


DE CARBOIDRATOS

IAGO LEVI REIS COSTA - T3


KLEMERSON GUSTAVO MARINHO - T04
LORENA DA SILVA MAIA - T4
TATIANE FREITAS DE ALMEIDA - T04
VITOR LOPES - T3

Manaus - Am
2023
IAGO LEVI REIS COSTA - T3
KLEMERSON GUSTAVO MARINHO - T04
LORENA DA SILVA MAIA - T4
TATIANE FREITAS DE ALMEIDA - T04
VITOR LOPES - T3

RELATÓRIO DA TERCEIRA AULA PRÁTICA: CARACTERIZAÇÃO


DE CARBOIDRATOS

Relatório avaliativo de aula prática da


disciplina de Bioquímica Celular e
Metabólica, ministrada pela professora
Maria das Neves Silva Viana, como
requisito para obtenção de nota parcial, no
segundo período do curso de Medicina da
Universidade Federal do Amazonas.

Manaus - Am
2023
1. INTRODUÇÃO

Este relatório descreve a metodologia usada e os resultados obtidos em 3 experimentos


diferentes sobre a Caracterização de Carboidratos na terceira aula prática da disciplina de
Bioquímica realizada em laboratório da UFAM.
A caracterização de carboidratos é uma área crucial na bioquímica, focada na
identificação e na análise dessas moléculas orgânicas essenciais. Compostos por carbono,
hidrogênio e oxigênio, os carboidratos desempenham papéis fundamentais em processos
biológicos, como fornecimento de energia e estrutura celular. Métodos analíticos avançados são
empregados para elucidar a natureza, a composição e as propriedades dos carboidratos,
permitindo uma compreensão mais profunda de sua função nos organismos vivos. Essa prática
é importante não apenas para a pesquisa bioquímica, mas também para áreas como nutrição e
medicina, contribuindo para o desenvolvimento de conhecimentos que impactam diversas
disciplinas científicas.
Os três experimentos foram realizados no Laboratório de Bioquímica, a fim de melhor
compreender o estudo do módulo em abordagem, segundo as seguintes conformações:
● Experimento 1 - Reação de Fehling: Identificação de açúcares redutores;
● Experimento 2 - Reação de Seliwanoff: Diferenciação de aldose e cetose;
● Experimento 3 - Reação de Bial: Diferenciação de hexose e pentose.
Com isso, no experimento 1, o reativo de Fehling é utilizado para determinar a presença
de carboidratos redutores na amostra. Sabendo que os açúcares redutores possuem grupos
aldeídos ou cetonas livres, os mesmos sofrem oxidação em solução alcalina de íons metálicos
como o cobre. Em seguida, os íons cúpricos são reduzidos pela carbonila dos carboidratos a
íons cuprosos formando óxido cuproso que apresenta coloração vermelho tijolo.
Seguindo para o Experimento 2, podemos diferenciar aldoses e cetoses através da Reação
de Seliwanoff, que sob ação desidratante de ácidos concentrados são transformados em
derivados do furfural, que por sua vez se condensam com o resorcinol formando um composto
vermelho de composição incerta. Esse teste permite diferenciar aldoses e cetoses. A reação com
cetoses é mais rápida do que com as aldoses, isso porque a formação do furfural é mais fácil
que a formação do hidroximetilfurfural. Este teste é específico para a frutose porque a reação
com a cetose é mais rápida e mais intensa.
Por último, no experimento 3 temos o teste de Bial, que consiste em uma reação de
identificação de pentoses. Ocorre a reação do orcinol na presença de HCl concentrado e Fe3+
onde os produtos da condensação coloridos são formados pela produção de hidroxi-furfural e
furfural.

2. OBJETIVOS

O objetivo geral da prática de caracterização de carboidratos é empregar técnicas


analíticas para identificar, quantificar e compreender as propriedades estruturais e funcionais
dessas moléculas orgânicas, proporcionando uma base sólida para investigações científicas nas
áreas de bioquímica. A seguir, listamos os objetivos específicos de cada experimento:

a) Experimento 1: identificar a presença de açúcares redutores utilizando o reativo de


Fehling em soluções de carboidratos.
b) Experimento 2: Reconhecer e classificar os carboidratos como aldoses e cetoses por
meio da reação de Seliwanoff.
c) Experimento 3: Reconhecer e identificar pentoses e hexoses usando o teste de Bial.

3. MATERIAIS E MÉTODOS (por experimento)

3.1 Experimento 1 - Reativo de Lehning: identificação de açúcares redutores

Materiais:
1. pipetas de vidro de 5mL
2. pipeta automática e ponteiras
3. 8 tubos de ensaio
4. pêra de borracha
5. cronômetro
6. frasco com água destilada

Reagentes:
1. reativo de fehling a e b
2. solução de glicose 1%
3. solução de frutose 1%
4. solução de maltose 1%
5. solução de lactose (1% leite)
6. solução de sacarose 1%
7. solução de galactose 1%
8. solução de amido 1%

Figura 1: materiais utilizados para o experimento (Fonte: autoria própria) e Figura 2:


estudantes pipetando as soluções do experimento utilizando uma pipeta automática (Fonte:
autoria própria)

Procedimentos:
No início do experimento, 8 tubos de ensaio foram numerados com um pincel. Em
seguida, com o auxílio de uma pipeta automática, foram adicionados 0,5 mL do reativo de
Fehling A e 0,5 mL do reativo de Fehling B em cada tubo. Posteriormente, foram adicionados
aos 8 tubos de ensaio as seguintes soluções:
● TUBO 1: 1,0 mL de água destilada (branco)
● TUBO 2: 1,0 mL da solução de glicose 1%
● TUBO 3: 1,0 mL da solução de frutose 1%
● TUBO 4: 1,0 mL da solução de maltose 1%
● TUBO 5: 1,0 mL da solução de lactose 1%
● TUBO 6: 1,0 mL da solução de sacarose 1%
● TUBO 7: 1,0 mL da solução de amido a 1 %
● TUBO 8: 1,0 mL da solução de sacarose 1% +1,0 mL de invertase

Em seguida, os tubos de 1 a 8 foram agitados até a completa homogeneização.


Posteriormente, os tubos foram colocados em banho-maria de água fervente (a 100 oC) e
permaneceram durante 5 minutos. Na sequência, os tubos foram retirados e analisados de
acordo com a reatividade, sendo que os tubos cujas cores divergiram do TUBO 1 (tubo controle)
foram convencionados, neste experimento, a terem o resultado obtido como positivo, ou seja,
os açúcares colocados neles foram reduzidos. Vale ressaltar que, no TUBO 8, a solução de 1,0
mL de Invertase teve que ser adicionada antes da adição do Fehling, a fim de evitar interferência
na ação enzimática. Assim, esse tubo foi incubado à 37 oC durante 5 minutos e, depois da
incubação, foi também, submetido ao banho-maria de água fervente por mais 5 minutos. O
resultado obtido neste tubo foi comparado ao tubo 6, por divergirem apenas na presença ou na
ausência da enzima Invertase.

Figura 3: Tubo 8 em banho-maria e Figura 4: Resultado dos 8 tubos, obtidos após o


banho-maria (Fonte: autoria própria)

3.2 Experimento 2 – Reação de Seliwanoff: diferenciação entre aldoses e cetoses

Material:
1. 3 tubos de ensaio
2. 2 pipetas Pasteur
3. 1 pipeta automática de 1mL

Reagentes:
1. solução frutose 1%
2. solução glicose 1%
3. água destilada
4. reagente de Seliwanoff

Procedimento:
No início do experimento 2, foram enumerados três tubos de ensaio e, com o auxílio de
uma pipeta automática, adicionou-se 1 mL do reagente de Seliwanoff em cada tubo. Cada um
com uma solução diferente: 1 mL de água destilada no primeiro, 1mL de solução de Frutose no
segundo e 1 mL de solução de Glicose no terceiro tubo. Posteriormente, os tubos foram
colocados em banho-maria de água fervente (a 100 oC) durante 5 minutos. Em seguida, foi
possível perceber a alteração na coloração das amostras dos tubos 2 e 3. Por fim, os frascos
foram deixados em banho-maria por mais 5 minutos e os resultados obtidos foram observados
e registrados.

3.3 Experimento 3 - Reação de Bial: Diferenciação de hexose e pentose

Material:
1. 2 tubos de ensaio
2. 1 pipeta automática de 1mL
3. 1 pipeta de 2 mL

Reagentes:
1. Solução glicose
2. Solução arabinose
3. Reagente de Bial

Procedimento:
No início do experimento 3 foram reservados e identificados 2 tubos de ensaio (Z e W),
nos quais, em cada um, foi pipetado 1mL de solução de açúcares diferentes (arabinose e
glicose), porém não era de conhecimento do grupo qual era o açúcar de cada tubo. Em seguida,
foi pipetado 1mL de Reagente de Bial em cada tubo e posteriormente agitados até a solução
ficar homogeneizada. Por fim, as amostras foram colocadas em banho-maria de água fervente
(100 oC) durante 5 minutos e, posteriormente, os resultados obtidos foram analisados.
Figura 5: tubos em banho-maria (Fonte: autoria própria)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultados do Experimento 01 – Reativo de Fehling: identificação de açúcares


redutores
O primeiro experimento resultou na identificação dos açúcares redutores de forma correta
pela reação deles com o reativo de Fehling. A redução dos íons de cobre do reativo de Fehling
pelos açúcares redutores funciona por causa da presença de um carbono anomérico livre. O
primeiro tubo não teve sua cor alterada e continuou azul (a cor do reativo), pois possuía apenas
água.
Os tubos 2, 3, 4 e 5 (compostos por glicose, frutose, maltose e lactose, respectivamente)
tiveram suas cores alteradas pois são açúcares redutores, reduzindo os íons de cobre do reativo
de Fehling.
Já os tubos 6 e 7 não tiveram suas cores alteradas, pois a sacarose e o amido não são
açúcares redutores. Por fim, o tubo 8, apesar de possuir o mesmo açúcar do tubo 6, que não
trocou de cor, dessa vez teve sua cor alterada. Isso foi ocasionado pela enzima adicionada, a
invertase (sacarase), que quebrou a ligação glicosídica e formou glicose e frutose, dois açúcares
redutores, fazendo com que a cor fosse alterada para algo similar ao caramelo, que é obtido da
mesma forma, esquentando o açúcar.
Tubo Resultado

1 Positivo

2 Positivo

3 Positivo

4 Positivo

5 Positivo

6 Negativo

7 Negativo Figura 6 : Tubos com suas respectivas colorações de acordo


com a presença ou ausência de um açúcar redutor (Fonte:
8 Positivo
autoria própria)

4.2 Resultados do Experimento 02 – Reação de Seliwanoff: diferenciação entre aldoses e


cetoses
No experimento 2, empregou-se o teste de Seliwanoff para distinguir entre aldoses e
cetoses com base nas características de suas reações químicas. A reação positiva foi observada
pelo surgimento de uma coloração avermelhada, indicando a formação do complexo entre
furfural ou HMF com o resorcinol. Esta coloração intensa é característica da presença de
aldoses e cetoses.
Foi constatado que a reação para cetoses é notavelmente mais rápida e intensa do que
para aldoses. A substância X, identificada como cetose, demonstrou uma resposta mais
eficiente, adquirindo uma coloração escura e avermelhada no tubo de ensaio correspondente.
Em contraste, a substância Y, reconhecida como aldose, exibiu uma coloração menos intensa,
evidenciando a característica distintiva das cetoses na reação. O teste de Seliwanoff se baseia
nas taxas relativas de desidratação de carboidratos. Cetohexoses reagem rapidamente para
formar hidroximetilfurfural, enquanto aldo-hexoses apresentam uma reação mais lenta para
produzir a mesma substância. Uma vez formado o hidroximetilfurfural, a reação com o
resorcinol resulta em um produto de condensação vermelho-escuro.
Os resultados do experimento foram corroborados pela análise dos monossacarídeos
glicose e frutose. Ambos são açúcares redutores devido à presença de grupos carbonílicos e
cetônicos livres, suscetíveis à oxidação na presença de agentes oxidantes em soluções alcalinas.
Assim, conclui-se que a glicose é uma aldose, enquanto a frutose é uma cetose, corroborando
os princípios do teste de Seliwanoff na identificação desses açúcares.

Figura 7: Substância X e Y, respectivamente frutose e glicose, após a reação de Seliwanoff


(Fonte: autoria própria)

4.3 Resultados do experimento 03 - Reação de Bial: Diferenciação de hexose e pentose


O terceiro experimento tem como base o Teste de Bial ou Reação de Bial, que nos
permitiu o reconhecimento e a identificação de pentoses e hexoses. Nesse teste é utilizado o
reagente de bial, composto equilibrado que é formado basicamente por 0,4 g de orcinol, 200 ml
de ácido clorídrico e 0,5 ml de uma solução a 10% de cloreto de ferro III.
Para a identificação de uma pentose ou hexose nessa reação, é utilizada uma distinção
baseada na cor que se desenvolve na presença de orcinol e Cloreto de Ferro. Dessa maneira,
para a identificação de pentoses, a reação resultará na produção de um produto verde a azul
intenso. Esse produto verde-azulado é formado a partir da desidratação das pentoses mediada
pelo HCL presente na solução com consequente formação de furfural, e seguido da reação com
o orcinol e com o íon de ferro presente no reagente. Já para o reconhecimento de hexoses a
reação resultará em um produto de coloração marrom ou marrom-esverdeado, resultado da
formação de hidroximetilfurfural pelo reagente.
Figura 8: Demonstração das reações com pentose e hexose, com suas respectivas colorações
(Fonte: Blog de Engenharia Química)

No início do experimento, foi colocado os reagentes (arabinose e glicose) nos tubos de


ensaio Z e W - nesse momento o grupo não sabia qual era a solução de cada tubo. Em seguida,
foi pipetado 1 ml do reativo em questão nos tubos de ensaio, e posteriormente agitados para a
homogeneização da solução.

Figura 9: Tubos Z e W com os reagentes até então desconhecidos (glicose e arabinose) (Fonte:
autoria própria) e Figura 10: Tubos Z e W homogeneizados com o reativo(Fonte: autoria
própria)

Seguido da homogeneização, os tubos foram colocados em banho-maria por 5 minutos.


Após o término desse processo, foi possível observar a diferença das cores das duas soluções
contendo carboidratos estruturalmente diferentes. O tubo Z apresentou a coloração verde-
azulado, identificando a presença de pentose, ou seja, da arabinose (monossacarídeo composto
por cinco carbonos), e no tubo W foi possível observar a coloração marrom, indicativo da
presença de hexose, ou seja, glicose (monossacarídeo composto por 6 carbonos).

5. CONCLUSÃO

Concluímos, dessa maneira, que a finalidade da aula prática foi alcançada com sucesso
nos três experimentos realizados. De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que
ao experimentar a identificação de açúcares redutores, a redução dos íons de cobre do reativo
de Fehling pelos açúcares redutores funciona por causa da presença de um carbono anomérico
livre. Seguindo para o segundo experimento, concluímos que a reação para cetoses é
notavelmente mais rápida e intensa do que para aldoses. Além disso, conclui-se que a glicose é
uma aldose, enquanto a frutose é uma cetose, corroborando os princípios do teste de Seliwanoff
na identificação desses açúcares. Por último, a Reação de Bial é eficaz no reconhecimento de
pentoses e hexoses, pois as reações decorridas geram colorações distintas para os carboidratos
estruturalmente diferentes.

6. REFERÊNCIAS

LEHNINGER, T. M., NELSON, D. L. & COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 6ª Edição,


2014. Ed. Artme.

BLOG DE ENGENHARIA QUÍMICA. Acesso em: 14/01/2024. Disponível em:


https://www.engquimicasantossp.com.br/

VIANA, Maria das Neves. Roteiro de Aula Prática de Bioquímica Celular e Metabólica. Acesso
em: 14/01/2024. Disponível em:
https://classroom.google.com/c/NjQzODE2MTkwNzE0/a/NjU0MDM4NDE2Mjcx/details

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