Bizus para A Receita Federal - AFO

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Bizus para a Receita Federal – Orçamento Público

Prof. Gabriela Zavadinack - @gabiprofessora

1) IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE:

Pertencem aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios o imposto de renda e os


proventos de qualquer natureza, incidentes na fonte, pagos por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. Classificamos como
“Imposto sobre a Renda - Retido na Fonte – Trabalho”.

Nesse contexto, a contabilidade espelha o fato efetivamente ocorrido: mesmo


correspondendo à arrecadação de um tributo de competência da União, tais
recursos não transitam por ela, ficando diretamente com o ente arrecadador. Desse
modo, não há de se falar em registro de uma receita de transferência nos Estados,
DF e Municípios, uma vez que não ocorre a efetiva transferência do valor pela União.

2) ALIENAÇÃO DE BENS APREENDIDOS:

Quando a Receita Federal apreende bens e os aliena em leilão, a classificação dessa


alienação não é como receita de capital, mas como RECEITA CORRENTE – OUTRAS
RECEITAS CORRENTES. Aqui já temos uma exceção, pois a alienação de bens é, regra
geral, origem da receita de capital.

Por sua vez, as receitas correntes são, regra geral, efetivas. Contudo, neste caso, a
alienação de bens apreendidos será uma receita corrente NÃO EFETIVA (com a
entrada do recurso, há a desincorporação de um ativo).

 Portanto, alienação de bens apreendidos em leilão é RECEITA CORRENTE


(ORIGEM: OUTRAS RECEITAS CORRENTES) NÃO EFETIVA.

3) TAXA DE OCUPAÇÃO:

A taxa de ocupação NÃO é receita tributária, mas sim receita PATRIMONIAL. Na


verdade, ela é uma tarifa de ocupação. Caso seja inscrita em dívida ativa, será
DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.

4) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:

Não são receita tributária sob a ótica do Orçamento Público. Aqui, eles são
classificados como Operações de Crédito. Dessa forma, caso haja a inscrição desses
valores na dívida ativa, será na DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.

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5) AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS X JUROS SOBRE EMPRÉSTIMOS:

A amortização de empréstimos anteriormente concedidos é a DEVOLUÇÃO de um


valor que o ente emprestou anteriormente. É recebido como RECEITA DE CAPITAL.

Os juros sobre os empréstimos anteriormente concedidos, por sua vez, são


recebidos na RECEITA CORRENTE DE SERVIÇOS.

6) JUROS SOBRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS:

Juros sobre aplicações ou títulos são recebidos como RECEITA CORRENTE


PATRIMONIAL.

7) VINCULAÇÃO DA RECEITA DE IMPOSTOS:

Como regra, a receita de impostos não pode ser vinculada a órgão, fundo ou
despesa (art. 167, IV c/c § 4º, da CF/88). Contudo, temos exceções a essa regra.

Pode-se vincular IMPOSTO para:

- repartição constitucional dos impostos (fundos de participação)

- ações e serviços públicos de saúde

- manutenção e desenvolvimento do ensino

- ATIVIDADES DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

- prestação de garantia à operação de crédito por ARO.

- prestação de garantia/contragarantia à UNIÃO + pagamento de débitos para com


a UNIÃO.

8) INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS:

São recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA.
O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e
cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.

Exemplos: Depósitos em Caução, Fianças, Operações de Crédito por Antecipação de


Receita Orçamentária (ARO), emissão de moeda (na UNIÃO) e outras entradas
compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Cuidado: operação de crédito de longo prazo (ou apenas “operação de crédito) é


ORIGEM DA RECEITA DE CAPITAL, ou seja, é receita orçamentária. Já a operação de

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crédito por ARO (antecipação de receita orçamentária) é INGRESSO
EXTRAORÇAMENTÁRIO.

9) RESPONSABILIDADE NA GESTÃO FISCAL

LRF, Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a


instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que


não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

 A vedação de transferências voluntárias é apenas para o ente que não


institui, prevê ou arrecada IMPOSTO de sua competência (lembre-se de que
transferências voluntárias para educação, saúde e assistência social sempre
poderão acontecer – art. 25, § 3º, da LRF).

10) RENÚNCIA DE RECEITA TRIBUTÁRIA:

A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão


de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de
cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros
benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

Dois requisitos são obrigatórios:


(i) apresentar a estimativa do impacto orçamentário-financeiro para o exercício em
que a renúncia deva iniciar sua vigência e para os dois seguintes e
(ii) atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias.

Ainda, temos que atender a PELO MENOS UM dos seguintes requisitos (alternativos)

1) demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa


de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo de metas fiscais da LDO.

2) estar acompanhada de medidas de compensação (para o exercício em que a


renúncia deva iniciar sua vigência e para os dois seguintes), APENAS por meio do
AUMENTO DE RECEITA TRIBUTÁRIA, proveniente da elevação de alíquotas,
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

 Ou seja, caso não tenha demonstrado que a renúncia foi considerada no


PLOA e que não afeta as metas, então terá que demonstrar as medidas de
compensação.

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11) DÍVIDA ATIVA:

Sob a ótica do Orçamento Público, Dívida Ativa TRIBUTÁRIA é formada apenas por
créditos relativos aos TRIBUTOS (impostos, taxas e contribuições de melhoria + seus
adicionais + suas multas).

O RESTO JOGA NA DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA:

1. Empréstimos compulsórios  DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA


2. Contribuições Especiais  DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA
3. Foro, laudêmio, taxa de ocupação, alugueis  DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA
4. Multas não tributárias  DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA
5. Custas processuais e serviços  DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA

12) MULTAS AUTÔNOMAS E MULTAS SOBRE RECEITAS DE CAPITAL:

As multas autônomas (multas de trânsito ou multa por atraso na devolução de livro


na biblioteca) e as multas incidentes sobre receitas de capital (exemplo: poder
público aliena um bem imóvel e o comprador não paga as parcelas em dia) são
contabilizadas como OUTRAS RECEITAS CORRENTES.

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