FERRAZ
FERRAZ
FERRAZ
AGROINDÚSTRIA RURAL:
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS DO JOVEM NA GESTÃO DO
EMPREENDIMENTO
CERRO LARGO
2023
KECI LUANA PROISS FERRAZ
AGROINDÚSTRIA RURAL:
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS DO JOVEM NA GESTÃO DO
EMPREENDIMENTO
CERRO LARGO
2023
RESUMO
Over the years, rural family agribusinesses have become essential alternatives for
family farmers, and have been instrumental in combating the rural exodus, diversifying
food production, and contributing to income generation. Thus, this end-of-course work
has as its main objective to describe the contributions and challenges of young people
in participating in the management of the rural family agribusiness enterprise found in
academic publications over the last three years. For this, a bibliographic study was
carried out, whose research was characterized as qualitative and descriptive. Data
collection occurred on the Google Academic platform, and temporal criteria were de-
limited, that is, only studies published between 2019 and 2021 were considered. In
addition, the following keywords were defined to guide the searches: "rural family
agroindustry", "youth contributions", "rural agroindustry management", and "Northwest
Missions Region". Respecting the established criteria, 11 studies were selected for
analysis. Among the results achieved, the importance of young people's participation
in the rural environment stands out, since they can bring new perspectives and add
knowledge to the family business. However, factors such as the rural exodus, espe-
cially of women, can affect family succession, an essential element for the work in the
field. Added to this are difficulties in the management of rural family agribusinesses,
which can become decisive for the continuity or not of the business. These are major
obstacles and challenges to be overcome. In this sense, the continuity of studies for
young people working in rural family agribusinesses and the creation and maintenance
of specific public policies for the rural environment may help family farmers to find ways
to overcome these difficulties and continue working in rural family agribusinesses.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 TEMA .................................................................................................................. 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 16
2.1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AGROINDÚSTRIA RURAL FAMILIAR NO BRASIL
.................................................................................................................................. 16
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 25
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 25
1 INTRODUÇÃO
o valor dos tributos, considerado bastante baixo (entre R$ 45,65 e R$ 51,65 por ano).
No entanto, os agricultores e agricultoras que se formalizam como MEI correm o risco
de perder a condição de segurado especial da Previdência Social.
Carpes e Sott (2007) chamam a atenção para a necessidade de um sistema de
gestão estruturado de forma adequada para levar o agricultor familiar a se
profissionalizar. Os autores reforçam a importância social e econômica das
agroindústrias e da vantagem de capacitar os jovens, o que pode representar um
diferencial para a estrutura administrativa das agroindústrias. Essa questão é
importante porque não dispor de um sistema de gestão organizado, com
profissionalismo, pode ocasionar perda de mercado.
Por isso, a escolha desse assunto está relacionada à importância do jovem na
gestão do empreendimento na agroindústria rural familiar. Por este motivo, enfatiza-
se a relevância do presente trabalho, o qual se propõe, ainda, a conhecer e
compreender a importância de outros estudos acadêmicos para os jovens na gestão
do empreendimento dentro das agroindústrias rurais familiares.
1.1 TEMA
1.2 PROBLEMA
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
que a urbana é registrada mas, com o passar dos anos, essa variável se inverte
conforme a chegada da modernização ao campo. Em 2010, a população rural passou
a corresponder a apenas 15,6% da população brasileira (IBGE, 2010).
Segundo Gomes e Schmidt (2014, p. 338), “o esvaziamento populacional do
meio rural promove a concentração fundiária, os monocultivos e a utilização de
processos produtivos agressivos ao meio ambiente’’. Aliado ao aumento de
latifúndios, ocorreu, a partir de 1990, a abertura do mercado para exportação de
produtos agropecuários, o que também acentuou a exclusão de um grande número
de agricultores familiares.
Em virtude dos diversos impactos sofridos, os agricultores não aceitaram de
forma pacífica essas modificações, o que resultou em processos de resistência e
desenvolvimento de alternativas para a permanência no meio rural. Uma dessas
alternativas foi a industrialização da agricultura familiar, a qual pode ser evidenciada
em todo o Brasil (KARNOPP et al., 2016).
Nesse contexto, as agroindústrias familiares se tornaram a principal alternativa
para promover a participação dos agricultores rurais no processo produtivo agora
modernizado. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apoiou
a inclusão da agricultura familiar no processo de industrialização através do
fortalecimento das cadeias produtivas regionais, da oferta de tecnologias para gestão
desses empreendimentos, além de agregar valor aos produtos (BRASIL, 2019). A
industrialização da produção no campo busca então, através do uso da mão de obra
familiar, fazer com que os trabalhadores estejam presentes em todas as etapas da
produção, desde o plantio até a chegada da mercadoria ao consumidor. Assim, são
gerados produtos de maior valor agregado, bem como é fortalecida esse tipo de
atividade mercantilista, fazendo com que a vida no campo não seja abandonada
(GOMES; SCHMIDT, 2014).
Cabe destacar que a perspectiva do desenvolvimento das agroindústrias rurais
familiares passou a ser, ao longo do tempo, estratégia de garantia de sobrevivência
das famílias, conforme entendimento de Etghes, Karnopp e Volt (2019). De acordo
com esses autores, historicamente, a agroindústria, no sul do Brasil, foi um diferencial
para a sobrevivência das famílias:
O amplo planejamento e uma gestão adequada são pontos chave para alcançar
o sucesso do empreendimento. Wives e Kuhn (2018) afirmam que é importante para
a agroindústria ser produtora da própria matéria-prima, pois adquirir esse elemento de
outras propriedades acaba gerando uma receita de capital a ser quitada, algo inviável
ao agricultor que não possui capital de giro disponível (PREZOTTO, 2002). Além
disso, ao utilizar matéria-prima de terceiros, a agroindústria já não pode assegurar
qualidade e uniformidade do produto final (WIVES; KUHN, 2018).
Outro fator que influencia o sucesso na comercialização é o design do produto
como um todo. Ou seja, é necessário haver todo um cuidado com marca, embalagens
e tamanhos, pois os consumidores estão ficando cada vez mais exigentes neste
sentido, e cabe à agroindústria acompanhar as inovações do mercado para continuar
oferecendo seus produtos (WIVES; KUHN, 2018).
Dessa forma, os jovens, que possuem mais familiaridade com as tecnologias e
as novidades podem tornar-se uma importante força de trabalho para gerir o negócio.
22
Isso porque, para essa faixa-etária, é muito mais fácil estudar e adquirir novos
conhecimentos acerca de administração, tanto pela facilidade em lidar com meios
tecnológicos de informação, quanto pela possibilidade muito maior de ingressar em
cursos da área. Por isso,
da mulher na sociedade de forma ativa, onde esta tem a ambição de ocupar lugares
para além de apenas atividades domésticas e, com isso, possuir sua própria renda.
Como melhorias necessárias para estimular a permanência na agricultura, os
jovens citam: educação voltada à valorização da atividade rural; oferta de cursos de
capacitação profissional; assistência para diversificação da produção; permissão por
parte dos pais para que os jovens tenham também influência sobre as decisões do
empreendimento; mais ofertas de crédito e fundo para jovens e elaboração de projetos
para que eles desenvolvam (GOMES; SCHMIDT, 2014).
Nesse sentido, para que seja possível adequar o trabalho rural à realidade dos
jovens, é necessário compreender quais são suas verdadeiras preocupações práticas
a fim de desenvolver projetos que se encaixem nas suas necessidades. Dessa forma,
somente conhecendo os fatores que estimulam e desestimulam os jovens a seguir ou
deixar o campo seria possível ultrapassar as barreiras que ainda dificultam a
reprodução da agricultura familiar e a transmissão da gestão do negócio rural de pais
para filhos. Para tal, é necessário dar continuidade à elaboração de estudos que visam
um maior entendimento de todos os fatores que contribuem para a evasão rural, bem
como maneiras de amenizá-los.
Portanto, de acordo com Prezotto (2016, p. 10), a agroindustrialização pode
representar uma perspectiva nova para as pessoas, uma vez que, a partir da
organização familiar, ela favorece “a inclusão social, promovendo a participação e a
equidade, especialmente de segmentos menos privilegiados como, por exemplo, as
mulheres, os (as) idosos (as) e os (as) jovens”. Dessa forma, o desenvolvimento de
práticas inclusivas pode levar ao melhoramento da maneira de produzir os produtos,
bem como dar um caminho capaz de reduzir a saída dos jovens filhos do meio rural.
25
3 METODOLOGIA
São Pedro do Butiá, Ubiretama e Vitória das Missões. Juntos, esses municípios
somam uma área total de 12.844,6 Km² e 248.016 habitantes (IBGE, 2010).
A região é marcada por uma grande presença de pequenos produtores que
adotam a agricultura familiar enquanto sistema de produção. Nesse cenário, segundo
Thomas (2016, p. 17), os pequenos produtores, em razão da necessidade de gerar
renda, adotam “atividades de plantio, colheita, transformação, beneficiamento e
venda, por meio de técnicas agroindústrias”. Por isso, a região caracteriza-se,
também, por uma forte presença das agroindústrias rurais familiares, como é
destacado ao longo deste trabalho.
Na Figura 1, abaixo, pode-se observar o Google Acadêmico, banco de dados
onde foi realizada a pesquisa.
trabalho e família, embora a relação econômica seja distinta, uma vez que a
agricultura familiar é sensivelmente afetada pelo setor agropecuário e, assim,
modifica-se constantemente acompanhando as transformações na sociedade
(TRENTIN; WESZ JÚNIOR, 2005). Segundo Wives e Kühn (2018), a agricultura
familiar sempre existiu no Brasil atuando em harmonia com a atividade agrícola,
envolvendo em uma só atividade aspectos culturais, sociais, econômicos e ambientais
e, na maior parte dos casos, os produtores rurais beneficiam a própria produção
agrícola, gerando renda extra aos grupos familiares.
Veiga (1996, p. 387), no entanto, afirma que “o sistema agrícola brasileiro
começou a surgir com o complexo cafeeiro, no final do ciclo britânico. Antes, as
atividades agropecuárias não haviam chegado a formar qualquer nexo sistêmico”. A
leitura de Veiga (1996) considera o fato de o Brasil ter favorecido a agricultura
patronal, isto é, o processo produtivo era organizado por um indivíduo, chamado de
capitalista pelo autor, enquanto eram os assalariados que executavam o trabalho.
Esse modelo foi comum na Inglaterra, sobretudo na segunda metade do século XIX.
Durante muitos anos, não houve, por aqui, um esforço do Estado em oferecer
possibilidades para os pequenos produtores adquirirem suas terras. Isso deu origem
a um excedente populacional que passou a pressionar em busca do acesso à terra
(VEIGA, 1996).
Percebe-se, assim, diferentes compreensões acerca da agricultura familiar,
pois
No campo das contribuições dos jovens, conforme o que foi definido como
critério de análise dos estudos, foi desenvolvida uma descrição e ordenamento por
ordem de relevância dos estudos publicados em língua portuguesa nos três últimos
anos selecionados para esta pesquisa. A sistematização das contribuições apontadas
é apresentada no quadro 3, abaixo.
De acordo com Marin (2020), cada vez mais, os jovens que optam por
permanecer no meio rural buscam estudar e se especializar, pois é forte tanto entre a
juventude quanto entre os pais a ideia de que o estudo ajuda a melhorar a vida. Em
virtude disso, o autor destaca que os filhos, quando estão cursando o ensino superior,
auxiliam os pais na propriedade durante os fins de semana e nos períodos de férias,
ou, em alguns casos, os pais preferem que os jovens se dediquem inteiramente aos
estudos. O fato de seguir estudando representa para os jovens a possibilidade de gerir
melhor a propriedade e, ao mesmo tempo, uma garantia de que, caso enfrentem
dificuldades no meio rural, terão qualificação para buscar outras oportunidades no
meio urbano, por exemplo.
Marin (2020, p. 35) comenta ainda que, na juventude rural (termo usado pelo
autor para se referir aos jovens que atuam junto aos pais na agricultura familiar),
“foram depositadas as expectativas de continuidade do mundo rural e da reprodução
social do campo e, mais especificamente, da agricultura familiar”. No entanto, a
crescente migração dos jovens para a cidade se tornou uma barreira à sucessão
familiar e, por consequência, à continuidade da agricultura familiar.
Nessa discussão, vale mencionar a pesquisa de Kapelinski (2021), na qual o
autor entrevistou um participante formando em Agronomia que retornou à propriedade
familiar para suceder o pai, falecido, caracterizando, dessa forma, a sucessão por
evento familiar natural inesperado. A volta do entrevistado para a propriedade se deu,
em outras razões, pelo fato de os dois irmãos que possuía, também graduados em
Agronomia, terem optado por seguir trabalhando na cidade: “como meus irmãos estão
fora de casa, estudaram Agronomia, são empreendedores nesse ramo agrícola, eles
me ajudem no possível. Eu sou o mais novo e com orgulho estou tocando a
propriedade (ENTREVISTADO A)” (KAPELINSKI, 2021, p. 61). No caso em questão,
portanto, o filho mais novo retornou para seguir com a gestão da propriedade rural,
enquanto os demais irmãos optaram por continuar com seus trabalhos na cidade.
Alberto Júnior (2020) chama a atenção para o processo de masculinização e
envelhecimento do campo, resultado do êxodo rural verificado especialmente no caso
das mulheres. Segundo o autor, as moças optam por deixar o campo bem mais do
que os rapazes, muitas vezes “pela precária perspectiva de assumirem a propriedade
– se permanecessem, provavelmente teriam o papel de subalternas” (ALBERTO,
JÚNIOR, 2020, p. 46). Isso porque, “embora proporcionem bem-estar à família e
contribuam na composição da renda familiar, os trabalhos das mulheres e, em
39
língua portuguesa nos três últimos anos. No quadro 4, a seguir, são apresentadas as
dificuldades/desafios identificados pelos estudos que compõem esta pesquisa.
isto é, terem terras e insumos para produzir (KASMIN; PASSINI; BOICO, 2019). Por
isso, é central que esse último grupo seja considerado como a prioridade dos governos
no estabelecimento de políticas públicas. Enfatiza-se, com isso, a necessidade de
atenção dos governantes para com os pequenos agricultores, por meio da criação de
programas que auxiliem na aquisição de terras e equipamentos para o plantio, e
também capacitação para a gestão de seus negócios.
Diante disso, cabe mencionar que o estudo de Thomas (2016), voltado às
agroindústrias localizadas na Região das Missões, no Noroeste do estado do Rio
Grande do Sul, verificou um aumento no número de agroindústrias de pequeno e
médio porte nos últimos anos. Tal expansão deve-se, segundo o autor,
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho de conclusão de curso teve como principal objetivo refletir sobre
as contribuições dos jovens na gestão do empreendimento das agroindústrias rurais
familiares. Para isso, realizou-se uma busca por estudos sobre a temática publicados
entre 2019 e 2021 e indexados pelo Google Acadêmico. A busca se deu a partir da
delimitação dos descritores “agroindústria rural familiar”, “contribuições do jovem”,
“gestão da agroindústria rural” e “Região Noroeste Missões”.
Realizada a busca e a filtragem a partir dos critérios estabelecidos, foram
selecionados 11 estudos, entre artigos científicos, dissertações e teses a serem
analisados. A análise das pesquisas selecionadas seguiu os objetivos específicos
definidos para este estudo, a saber: apresentar a evolução histórica da agroindústria
rural familiar no Brasil; descrever as principais contribuições dos jovens na gestão de
agroindústrias rurais familiares e; verificar as dificuldades e desafios dos jovens na
gestão de agroindústrias rurais familiares.
Assim, a partir das análises realizadas e discutidas ao longo deste estudo,
constatou-se que a agroindústria familiar rural se entrelaça à história do Brasil, no
entanto, foi apenas a partir da década de 1990 que o governo federal e os governos
estaduais começaram a propor políticas públicas voltadas aos pequenos agricultores.
As agroindústrias familiares são centrais para a produção de alimentos, melhora da
qualidade de vida e diminuição do êxodo rural, por exemplo. Os agricultores de
pequeno porte se tornam protagonistas no processo produtivo, gerando renda no meio
rural e oferecendo resistência à dominância dos grandes complexos de agroindústrias.
Dessa maneira reconhecida a importância estratégica das agroindústrias rurais
familiares, cabe lembrar que o agricultor, ao iniciar um projeto de agroindústria,
envolve toda a família e, principalmente, os filhos. Nesse sentido, a atuação dos
jovens no meio rural é fundamental para a manutenção e o sucesso das agroindústrias
familiares. Porém, entre os problemas enfrentados pelos agricultores para manter
seus negócios está a sucessão familiar, pois os jovens têm migrado para a cidade em
busca de novas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Esse êxodo rural
é mais intenso entre as mulheres jovens, conforme discutido neste estudo, pois o
trabalho por elas realizado no meio rural é, muitas vezes, desvalorizado, convergindo
para a diminuição das perspectivas de crescimento profissional e possibilidades de
47
REFERÊNCIAS
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plementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em: 25 jan. 2022.
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<https://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/pdf/area3/area3-artigo20.pdf>.
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VEIGA, José Eli da. Agricultura familiar e sustentabilidade. Cadernos de Ciência &
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<https://seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/view/9009>. Acesso em: 03 fev.
2023.
WESZ JUNIOR, Vmar João; TRENTIN, Iran Carlos Lovis; FILIPPI, Eduardo Ernesto.
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no Brasil. IV Congreso Internacional de la Red SIAL. Argentina, 2008. Disponível
em: <https://www.redalyc.org/pdf/117/11712705004.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2023.
Elaboração e
avaliação de projetos
para agroindústrias
Susana Cardoso
Jane Maria Rübensam
Organizadoras
2ª edição revisada
Reitor
Rui Vicente Oppermann
Vice-Reitora e Pró-Reitora
de Coordenação Acadêmica
Jane Fraga Tutikian
EDITORA DA UFRGS
Diretor
Alex Niche Teixeira
Conselho Editorial
Álvaro Roberto Crespo Merlo
Augusto Jaeger Jr.
Carlos Pérez Bergmann
José Vicente Tavares dos Santos
Marcelo Antonio Conterato
Marcia Ivana Lima e Silva
Maria Stephanou
Regina Zilberman
Tânia Denise Miskinis Salgado
Temístocles Cezar
Alex Niche Teixeira, presidente
Série Ensino, Aprendizagem e Tecnologias
Elaboração e
avaliação de projetos
para agroindústrias
Susana Cardoso
Jane Maria Rübensam
Organizadoras
2ª edição revisada
© dos autores
1.ª edição: 2011
Coordenação da Série:
Laura Wunsch, Gabriela Trindade Perry, Tanara Forte Furtado e Marcello Ferreira
A grafia desta obra foi atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990,
que entrou em vigor no Brasil em 1º de janeiro de 2009.
APRESENTAÇÃO........................................................................................................7
UNIDADE 1
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE PROJETOS PARA
AGROINDÚSTRIAS................................................................................................. 11
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 11
OBJETIVOS............................................................................................................................12
1.1 ELABORAÇÃO DO PROJETO: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO......................................12
1.1.1 Projetos para agroindústrias..........................................................................13
1.2 ATIVIDADES PRÁTICAS...............................................................................................................18
1.3 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................19
UNIDADE 2
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS........................................21
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................21
OBJETIVOS........................................................................................................................... 22
2.1 CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS............................................................................................22
2.2 ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS..............................................................................................22
2.3 MICRORGANISMOS......................................................................................................................23
2.3.1 Microrganismos não patogênicos................................................................24
2.3.2 Microrganismos patogênicos........................................................................24
2.4 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS..........................................................27
2.4.1 Conservação pelo calor...................................................................................27
2.4.2 Irradiação........................................................................................................... 32
2.4.3 Conservação pelo frio..................................................................................... 32
2.4.4 Conservação pelo controle da umidade..................................................... 34
2.4.5 Conservação pela fermentação................................................................... 36
2.4.6 Conservação pelo uso de aditivos.............................................................. 37
2.4.6.1 O QUE SÃO ADITIVOS?....................................................................... 37
2.4.7 Conservação pela defumação....................................................................... 38
2.4.8 Conservação pelo uso de embalagens....................................................... 39
2.4.8.1 DEFINIÇÃO DE EMBALAGEM............................................................. 40
2.4.8.2 MATERIAIS DE EMBALAGEM............................................................. 40
2.4.8.3 IMPRESSÃO E RÓTULOS.....................................................................41
2.4.8.4 CÓDIGO DE BARRAS.............................................................................42
2.4.8.5 DESCARTE DAS EMBALAGENS.........................................................42
2.5 TEORIA DOS OBSTÁCULOS.......................................................................................................43
2.6 ATIVIDADES PRÁTICAS............................................................................................................... 44
2.7 REFERÊNCIAS.................................................................................................................................. 44
UNIDADE 3
GESTÃO DA QUALIDADE E LEGISLAÇÃO.....................................................47
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 47
OBJETIVOS........................................................................................................................... 49
3.1 LEGISLAÇÕES RELACIONADAS À IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS
AGROINDUSTRIAIS...............................................................................................................................49
3.2 ATIVIDADES PRÁTICAS...............................................................................................................54
3.3 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................55
UNIDADE 4
COMO ELABORAR E AVALIAR PROJETOS PARA
AGROINDÚSTRIAS.................................................................................................59
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................59
OBJETIVOS...........................................................................................................................60
4.1 COMPONENTES DE UM PROJETO DE AGROINDÚSTRIA............................................. 60
4.2 AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA....................................................................... 71
4.3 ATIVIDADE PRÁTICA.....................................................................................................................72
4.4 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................73
ANEXOS......................................................................................................................75
ANEXO 1 - CHECK LIST DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
EM ESTABELECIMENTOS PRODUTORES DE ALIMENTOS..................................................75
ANEXO 2 - FLUXOGRAMA E DESCRIÇÃO DE PROCESSO DE FABRICAÇÃO
DE UM ALIMENTO ............................................................................................................................... 80
APRESENTAÇÃO 7
......
Susana Cardoso1
1 Graduada em Medicina Veterinária pela UFRGS; mestre em Zootecnia pela UFRGS; doutora em Tecnologia de Alimentos pela UNICAMP;
Professor Associado do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
2 Graduada em Medicina Veterinária pela UFRGS; mestre em Zootecnia pela UFRGS; doutora em Tecnologia de Alimentos pela UNI-
CAMP; Professor Adjunto do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul – Aposentada.
UNIDADE 1 11
......
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE
PROJETOS PARA AGROINDÚSTRIAS
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Os objetivos da Unidade 1 são:
• demonstrar a importância das etapas preliminares da elaboração de um
projeto para agroindústria;
• dar a conhecer os elementos necessários à elaboração do projeto;
• ressaltar a importância da elaboração de um fluxograma de fabricação
de determinado alimento;
• informar a conhecer, através do fluxograma, as tecnologias necessárias
à produção do alimento.
ANOTE
Ao desenvolver um projeto de agroindústria, procure lembrar da primeira definição
de sustentabilidade elaborada, em 1987, pela ex-primeira ministra da Noruega, Gro
Brundtland, segundo a qual “desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do
presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades”.
Quadro 1
Partes de um projeto de agroindústria
1. Título
2. Identificação dos proponentes
3. Justificativa ou Caracterização do problema (Diagnóstico) e Justificativa
4. Objetivos
5. Metas (Resultados)
6. Descrição (para alguns órgãos: Memorial descritivo)
7. Infraestrutura existente
8. Matéria-prima
9. Aproveitamento de subprodutos (quando possível)
10. Orçamento (Investimentos / Custos)
11. Cronograma físico/financeiro
1. Localização
2. Edificações
3. Equipamentos
4. Abastecimento de água potável
5. Fluxograma e descrição dos processos de produção
6. Procedimentos de limpeza e sanitização
7. Instalações sanitárias
8. Tratamento de efluentes e resíduos
9. Aproveitamento de subprodutos
10. Viabilidade socioeconômica do projeto
Moagem
Embutidura/Rolagem
Estocagem refrigeirada
Expedição
Filtração e decantação
Concentração e cozimento
Resfriamento e batimento
Embalagem
Estocagem/Expedição
______. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Recomendações Básicas para a Aplicação das Boas
Práticas Agropecuárias e de Fabricação na Agricultura Familiar. 2006. Disponível em: <http://www.mda.
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jun. 2017.
PELEGRINI, Gelson; GAZOLLA, Marcio. A agroindústria familiar no Rio Grande do Sul: limites e po-
tencialidades a sua reprodução social. Frederico Westphalen: Ed. da URI, 2008.
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agroindustriais: produtos de origem vegetal. Viçosa, MG: Ed. da UFV. 2003. v. 2.
SULZBACHER, Aline Weber. Agroindústria familiar rural: caminhos para estimar impactos
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rios/agraria/Anais%20XIXENGA/ artigos/Sulzbacher_AW.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2017.
UNIDADE 2 21
......
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO
DE ALIMENTOS
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Os objetivos da Unidade 2 são:
• dar a conhecer os processos de alteração dos alimentos;
• possibilitar a identificação dos principais microrganismos patogênicos
em alimentos;
• demonstrar a importância dos métodos de conservação dos alimentos:
calor, irradiação, frio, controle da umidade do alimento, fermentação, uso
de aditivos, defumação e uso de embalagens;
• dar a conhecer a Teoria dos Obstáculos.
2.3 MICRORGANISMOS
LEMBRE-SE
O grupo de microrganismos mais importe em alimentos é o das bactérias, porque estas
causam a maior parte das doenças transmitidas por alimentos (DTAs).
ANOTE
Adotar boas práticas de higiene, tais como a lavagem das mãos antes de manipular alimentos e
após usar o banheiro, ajuda a evitar a contaminação dos alimentos por bactérias patogênicas.
27
......
INFORMAÇÃO
Como forma de prevenção de gastroenterites, os alimentos devem ser mantidos sob
refrigeração, em temperaturas abaixo de 5ºC, ou aquecidos, em temperaturas acima de
60ºC; para tanto, são utilizados diferentes métodos de conservação.
LEMBRE-SE
Dependendo do microrganismo ou de sua quantidade no alimento, o método de aplicação
do calor pode não ser suficiente para eliminar ou mesmo para reduzir a carga microbiana.
.
A conservação dos alimentos pelo calor pode ser feita através dos seguin-
tes métodos:
Pasteurização: é o tratamento térmico que consiste em provocar um
aquecimento rápido do alimento a uma temperatura abaixo de 100°C, ou seja,
inferior a seu ponto de ebulição, e submetê-lo em seguida a resfriamento sú-
bito, sem que ocorram alterações significativas em suas características senso-
riais e nutricionais. Por isso, tal método de conservação é indicado para leite,
creme de leite, iogurtes, sorvetes, entre outros produtos. Sucos de frutas são
pasteurizados a aproximadamente 90°C, durante 3 segundos. A pasteurização,
no entanto, elimina tão somente as formas vegetativas das bactérias; as formas
esporuladas não são destruídas, mas permanecem viáveis.
A pasteurização do leite está prevista no Regulamento de Inspeção Indus- 29
......
trial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (BRASIL, 2017) e na Portaria
nº 146, que aprova os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos
Produtos Lácteos (BRASIL, 1996). Incumbe, pois, às agroindústrias que pro-
cessam leite ou produtos lácteos adotar os parâmetros previstos pela legislação,
para garantir alimentos seguros.
Os métodos de pasteurização podem ser classificados em:
• pasteurização lenta: caracteriza-se pelo binômio temperatura baixa-
-tempo longo: aplicam-se temperaturas entre 63 e 65ºC por 30 minutos, sob
agitação lenta. Esse processo é indicado para a pasteurização de volumes de
100 a 500 litros. É realizado geralmente em tanques de parede dupla, providos
de tampa e de uma hélice interna movida a motor, que promove a agitação do
alimento para que a temperatura seja distribuída de maneira uniforme por todo
o produto;
• pasteurização rápida: consiste no aquecimento do leite em camada
laminar, realizada mediante a aplicação de temperaturas altas, entre 72 e 75ºC,
e tempo curto, de 15 a 20 segundos; e
• pasteurização alta: é a pasteurização ultrarrápida, denominada ultra-
-alta temperatura (UAT), ou Ultra High Temperature (UHT). A legislação pre-
vê a aplicação de temperatura entre 130 e 150ºC por 2 a 4 segundos, mediante
processo de fluxo contínuo, imediatamente resfriado a temperatura inferior a
32ºC e envasado em condições assépticas em embalagens esterilizadas e her-
meticamente fechadas. Mediante esse processo, obtém-se o leite longa vida.
Os dois últimos métodos são indicados para grandes volumes de produto
e requerem o uso de equipamentos compostos por placas entre as quais circula
o leite ou alimento fluido de baixa viscosidade, para que as temperaturas se-
jam atingidas em curto espaço de tempo. Esses equipamentos são conhecidos
como trocadores de calor de placas, as quais, mantidas juntas, formam canais
paralelos pelos quais circulam, em contracorrente e sem contato, o alimento e
água quente ou vapor. O equipamento de placas possui uma zona de preaqueci-
mento, uma zona de aquecimento para atingir a temperatura de pasteurização,
uma zona de retenção onde o líquido é mantido pelo tempo necessário na tem-
peratura de pasteurização e uma zona de regeneração onde o alimento que está
entrando é preaquecido e o alimento quente é pré-resfriado. Se o alimento não
30
...... atingir a temperatura de pasteurização, uma válvula de desvio de fluxo na zona
de retenção fará com que o líquido volte a circular, a partir da zona de regene-
ração, até atingir a temperatura correta. O alimento é imediatamente resfriado
no próprio equipamento, na seção de regeneração, e também pela água fria, na
seção de refrigeração (FELLOWS, 2006).
Imediatamente após a pasteurização, é necessário efetuar o resfriamento
e manter o alimento refrigerado, para evitar que os esporos bacterianos, por
serem resistentes ao calor, se transformem em células vegetativas e, assim, se
multipliquem, prejudicando não só a qualidade do produto, como também a
saúde do consumidor.
Cozimento: tanto no cozimento quanto na pasteurização, o aqueci-
mento é considerado moderado, visto que as temperaturas utilizadas se situam
entre 70 e 100°C. Nesse tipo de tratamento térmico, são eliminadas somente
as formas vegetativas das bactérias. Como exemplo, cabe citar o cozimento de
carnes curadas, tais como o presunto cozido, as mortadelas e as salsichas. Esses
produtos precisam ser mantidos sob refrigeração para conservarem sua quali-
dade microbiológica; mesmo assim, sua vida útil (vida de prateleira) é limitada.
LEMBRE-SE
Na pasteurização e no cozimento, onde se aplicam temperaturas inferiores a 100ºC, são
eliminadas somente as formas vegetativas dos microorganismos. Por isso, importa proceder
rapidamente ao resfriamento dos alimentos.
ANOTE
As conservas em lata e em vidro não devem sofrer alterações e jamais trazer riscos para o
consumidoir, nas condições normais de armazenamento e comercialização
ANOTE
A adoção de controles de tempo e temperatura nos processos de conservação pelo calor
é indispensável para se detectar a ocorrência de falhas que permitem a multiplicação de
microrganismos sobreviventes ao processamento térmico
2.4.2 Irradiação
INFORMAÇÃO
O descongelamento ocorre de fora para dentro dos alimentos. Portanto, ele deve ser
realizado sob refrigeração, entre 4 e 5ºC, para inibir a multiplicação microbiana na superfície
dos alimentos.
INFORMAÇÃO
Atualmente, o método de conservação pela fermentação inclui o uso de determinadas
enzimas microbianas, que transformam os componentes dos alimentos do mesmo modo
que o fazem microrgabismos.
ANOTE
No charque, no bacalhau e em outros pescados salgados, o sal reduz a atividade de água e
permite sua conservação à temperatura ambiente.
ANOTE
Produtos defumados devem ser fabricados em boas condicções de higiene e com cuidados
especiais no uso de aditivos, porque os esporos Clostridium botulinum podem germinar graças
às temperaturas usadas nesse processamento.
Nas últimas décadas, tem se verificado uma melhoria significativa dos sis-
temas de embalagens, o que proporcionou o desenvolvimento de novos produ-
tos, tais como, por exemplo, os vegetais minimamente processados, cuja emba-
lagem plástica é resistente e permite a injeção de gases inertes para aumentar a
estabilidade dos vegetais.
40
...... 2.4.8.1 DEFINIÇÃO DE EMBALAGEM
2.7 REFERÊNCIAS
BASTOS, Maria do Socorro Rocha (Org.). Ferramentas da Ciência e Tecnologia para a segurança dos ali-
mentos. Fortaleza: Embrapa Agroindustrial Tropical; Banco do Nordeste do Brasil, 2008.
LEISTNER, Lothar. Basic aspects of food preservation by hurdle technology. International Journal
of Food Microbiology, v. 55, n. 1-3, p. 181-186, Apr. 2000.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. Portaria nº 321, de 4 de julho de 2008. Aprova
a Portaria e a Lista de Verificação em Boas Práticas de Fabricação para Indústrias Produtoras
de Embalagens para Alimentos e regulamenta os procedimentos inerentes ao Responsável pelas
Atividades de Manipulação de Embalagens para Alimentos.
UNIDADE 3 47
......
INTRODUÇÃO
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Recomendações básicas para a aplicação das boas prá-
ticas agropecuárias e de fabricação na agricultura familiar. Fénelon do Nascimento Neto (Org.). Brasília,
DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2006a. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/sitem-
da/sites/sitemda/files/user_arquivos_64/Livro_Recomenda%C3%A7%C3%B5es_b%C3%A-
1sicas_de_BPA_e_BPF.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2017.
CENCI, Alexander. Análise do perfil das agroindústrias familiares situadas na região do CONDESUS. 2007.
Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, 2007. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/ppgexr/images/An%-
C3%A1sile_das _Agroind%C3%BAstrias_Familiares_da_regi%C3%A3o_do_CONDESUS.
pdf>. Acesso em: 12 set. 2017.
GUIMARÃES, Gisele Martins. A legislação industrial e sanitária dos produtos de origem animal: o caso das
agroindústrias de pequeno porte. 2001. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Centro
de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2001.
56
...... PELEGRINI, Gelson; GAZOLLA, Marcio. A agroindústria familiar no Rio Grande do Sul: limites e po-
tencialidades a sua reprodução social. Frederico Westphalen, RS: Ed. da URI, 2008.
PREZOTTO, Leomar Luiz. A agroindústria rural de pequeno porte e o seu ambiente institucional relativo
à legislação sanitária. 1999. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.
______. Uma concepção de agroindústria rural de pequeno porte. Revista de Ciências Humanas,
Florianópolis, EDUFSC, n. 31, p. 133-154, abr. 2002a.
______. Qualidade ampla: referência para a pequena agroindústria rural inserida numa pro-
posta de desenvolvimento regional descentralizado. In: LIMA, Dalmo Marcelo de Albuquerque;
WILKINSON, John (Org.). Inovação nas tradições da agricultura familiar. Brasília, DF: Paralelo 15;
CNPq, 2002b. p. 285-300.
RÉVILLION, Jean Philippe Palma; BADEJO, Marcelo Silveira. Gestão e planejamento de organizações
agroindustriais. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2011. (Educação A Distância, 19).
______. Lei nº 13.825, de 4 de novembro de 2011b. Dispõe sobre o Sistema Unificado Esta-
dual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte − SUSAF-RS −, e dá
outras providências. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/FileRepository/repLegisComp/
Lei%20n%C2% BA%2013.825.pdf>. Acesso em 12 set. 2017.
WURLITZER, Nedio Jair; ARAÚJO, Imar Oliveira de. Treinamento e preparação de mão de
obra para a segurança de alimentos. In: BASTOS, Maria do Socorro Rocha (Org). Ferramentas da
Ciência e Tecnologia para a segurança dos alimentos. Fortaleza: Embrapa Agroindustrial Tropical; Banco
do Nordeste do Brasil, 2008. p. 193-201.
UNIDADE 4 59
......
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Os objetivos da Unidade 4 são:
• dar a conhecer a estrutura de projetos para agroindústrias;
• sugerir um roteiro básico para a elaboração de projetos para agroindús-
trias; e
• capacitar o aluno a elaborar projetos para instalação, ampliação, ade-
quação ou diversificação de agroindústrias.
Quadro 5
Itens que compõem a estrutura de projetos para agroindústrias
Resíduo
Resíduo
66
......
Solda com
rugosidade
LEMBRE-SE
Para que um projeto seja bem elaborado e tenha boas possibilidades de êxito, importa que
seja bem escrito, discutido entre os beneficiários, com objetivos claros, com justificativa
detalhada, com metas e resultados esperados perfeitamente mensuráveis, com orçamento
e com cronograma viáveis, e que demonstre de forma minuciosa os procedimentos que
serão adotados em sua gestão. O projeto não deve ser redigido apenas com o objetivo
de captar recursos para financiá-lo, mas, sim, para organizar as ideias e verificar sua
viabilidade.
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 8 jun. 2010.
SILVA, Carlos Arthur Barbosa da; FERNANDES, Aline Regina. Projetos de empreendimentos agroin-
dustriais: produtos de origem vegetal. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2003. v. 2.
SILVA JÚNIOR, Aziz Galvão da. Elaboração e avaliação de projetos. Viçosa, MG: Universidade Federal
de Viçosa, Departamento de Economia Rural, [s. d.]. Disponível em: <http://www.scribd.
com/ doc/3573554/Vicosa-Avaliacao-e-Elaboracao-de-projetos>. Acesso em: 4 set. 2010.
ANEXO 1 75
......
DERAD 402
ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS PARA AGROINDÚSTRIAS
ALUNO:_____________________ POLO:_____________________
A – IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA:
01 – RAZÃO SOCIAL:
02 – NOME DE FANTASIA:
1 EDIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES
1.1 ÁREA EXTERNA SIM NÃO NA*
1.1.1 Área externa livre de focos de insalubridade, de objetos em desuso ou
estranhos ao ambiente, de vetores e outros animais no pátio e vizinhança, de
focos de poeira, de acúmulo de lixo nas imediações, de água estagnada, entre
outros
1.1.2 Vias de acesso interno com superfície dura ou pavimentada, adequada ao
trânsito sobre rodas, escoamento adequado e limpas
1.2 PISO SIM NÃO NA*
1.2.1 Material que permite fácil e apropriada higienização (liso, resistente,
drenado com declive, impermeável, e outros)
1.2.2 Em adequado estado de conservação (livre de defeitos, rachaduras,
trincas, buracos, e outros)
1.3 TETOS SIM NÃO NA*
1.3.1 Acabamento liso, em cor clara, impermeável, de fácil limpeza e, quando
for o caso, desinfecção
1.4 PAREDES E DIVISÓRIAS SIM NÃO NA*
1.4.1 Revestimento de cor clara, liso, impermeável e de fácil higienização até
uma altura adequada para todas as operações
1.5 PORTAS SIM NÃO NA*
1.5.1 Portas externas com fechamento automático (mola, sistema eletrônico
ou outro) e com barreiras adequadas para impedir a entrada de vetores e
outros animais (telas milimétricas ou outro sistema)
1.6 JANELAS E OUTRAS ABERTURAS SIM NÃO NA*
1.6.1 Existência de proteção contra insetos e roedores (telas milimétricas ou
outro sistema)
1.7 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS PARA OS SIM NÃO NA*
MANIPULADORES
1.7.1 Independentes para cada sexo (conforme legislação específica),
identificados e de uso exclusivo para manipuladores de alimentos
1.7.2 Instalações sanitárias servidas de água corrente, preferencialmente
dotadas de torneira com acionamento automático e conectadas à rede de
esgoto ou à fossa séptica
1.7.3 Instalações sanitárias dotadas de produtos destinados à higiene pessoal:
papel higiênico, sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido
inodoro e antisséptico, toalhas de papel não reciclado para as mãos ou outro
sistema higiênico e seguro para secagem
1.7.4 Presença de lixeiras com tampas e com acionamento não manual
1.7.5 Presença de cartazes com instruções sobre as pias para lavagem das mãos
1.8 LAVATÓRIOS NA ÁREA DE PRODUÇÃO SIM NÃO NA*
1.8.1 Existência de lavatórios na área de manipulação com água corrente,
preferencialmente dotados de torneira com acionamento automático, em
posições adequadas em relação ao fluxo de produção e serviço, e em número
suficiente para atender toda a área de produção, e dotados de sabonete líquido
inodoro antisséptico, toalhas de papel não reciclado e cesto de papel usado
com tampa acionada sem contato manual
*NA = Não se aplica.
1.9 HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES SIM NÃO NA* 77
......
1.9.1 Frequência adequada de higienização das instalações
1.9.2 Existência de registro da higienização
1.9.3 Produtos de higienização regularizados pelo Ministério da Saúde
1.9.4 Produtos de higienização identificados e guardados em local adequado
1.9.5 Disponibilidade e adequação dos utensílios (escovas, esponjas, etc.)
necessários à realização da operação, em bom estado de conservação
1.10 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS SIM NÃO NA*
1.10.1 Adoção de medidas preventivas e corretivas com o objetivo de impedir
a atração, o abrigo, o acesso e/ou a proliferação de vetores e pragas urbanas
1.10.2 Em caso de adoção de controle químico, existência de comprovante de
execução do serviço expedido por empresa especializada
1.11 ABASTECIMENTO DE ÁGUA SIM NÃO NA*
1.11.1 Sistema de abastecimento ligado à rede pública
1.11.2 Sistema de captação própria, protegido, revestido e distante de fonte
de contaminação
1.11.3 Reservatório de água acessível dotado de tampa, livre de vazamentos,
infiltrações e descascamentos
1.11.4 Existência de registro da higienização do reservatório de água ou
comprovante de execução de serviço, em caso de terceirização
1.11.5 Potabilidade da água atestada por meio de laudos laboratoriais, com
adequada periodicidade, assinados por técnico responsável pela análise ou
expedidos por empresa terceirizada
1.11.6 Gelo produzido com água potável, fabricado, manipulado e estocado
em condições sanitárias satisfatórias, quando destinado a entrar em contato
com alimento
1.12 MANEJO DOS RESÍDUOS SIM NÃO NA*
1.12.1 Recipientes para coleta de resíduos no interior do estabelecimento
de fácil higienização e transporte, devidamente identificados e higienizados
constantemente; uso de sacos de lixo apropriados, com acionamento não
manual
1.12.2 Áreas para recepção e depósito de matéria-prima, ingredientes e
embalagens distintas das áreas de produção, armazenamento e expedição de
produto final
2 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS
2.1 EQUIPAMENTOS SIM NÃO NA*
2.1.1 Dispostos de forma a permitir fácil acesso e higienização adequada
2.1.2 Superfícies em contato com alimentos lisas, íntegras, impermeáveis,
resistentes à corrosão, de fácil higienização e de material não contaminante
2.1.3 Equipamentos de conservação dos alimentos (refrigeradores,
congeladores, câmaras frigoríficas e outros), bem como os destinados ao
processamento térmico, com medidor de temperatura localizado em local
apropriado e em adequado funcionamento
2.1.4 Existência de planilhas de registro da temperatura, conservadas durante
período adequado
2.1.5 Existência de registros que comprovem a calibração dos instrumentos e
equipamentos de medição ou comprovante da execução do serviço, quando a
calibração for realizada por empresas terceirizadas
2.2 HIGIENIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E MAQUINÁRIOS E DOS SIM NÃO NA*
MÓVEIS E UTENSÍLIOS
2.2.1 Existência de registro da higienização
78
...... 3 MANIPULADORES
3.1.2 Asseio pessoal: boa apresentação, asseio corporal, mãos limpas, unhas
curtas e sem esmalte, ausência de adornos (anéis, pulseiras, brincos, etc.);
manipuladores barbeados, com os cabelos protegidos
4.3.2 Alimentos armazenados separados por tipo ou por grupo, sobre estrados
distantes do piso ou sobre paletes, bem conservados e limpos, ou sobre
outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto, de forma a
permitir apropriada higienização, iluminação e circulação de ar
79
......
4.3.3 Ausência de material estranho, estragado ou tóxico
5 DOCUMENTAÇÃO
C - CONSIDERAÇÕES FINAIS
D - CLASSIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
( ) GRUPO 1: 76 a 100% de atendimento dos itens (Enquadram-se neste grupo as agroindústrias com
instalações, equipamentos, processo e controles bem estruturados e organizados).
( ) GRUPO 2: 51 a 75% de atendimento dos itens (Enquadram-se neste grupo as agroindústrias que ainda
necessitam de melhorias quanto às instalações, equipamentos, processo e controles). Dependendo do que
necessita ser melhorado, os alimentos produzidos nesse tipo de agroindústria podem não ser seguros para a saúde
do consumidor.
( ) GRUPO 3: 0 a 50% de atendimento dos itens (Enquadram-se neste grupo as agroindústrias cujas
instalações, equipamentos, processo e controles são críticos, existindo alto risco de que os alimentos produzidos
causem danos à saúde dos consumidores).
80
...... ANEXO 2
1 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
NOME DO ALUNO:
POLO:
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA:
01 – RAZÃO SOCIAL:
02 – NOME DE FANTASIA:
07 – E-MAIL:
17 – NÚMERO DE TRABALHADORES/FUNCIONÁRIOS:
Produto:
Produto:
Produto:
Produto:
Produto:
19 – RESPONSÁVEL LEGAL / PROPRIETÁRIO DO ESTABELECIMENTO:
2 - EXEMPLO DE FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO 81
......
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO
DE (PREENCHER COM NOME DO PRODUTO)
Matéria-prima
Cana-de-açúcar: é utilizada cana-de-açúcar com alto teor de sacarose (indicar
o percentual: x %), da variedade x (preencher com o código da variedade; exemplo:
RB835486), colhida no pico de maturação e com suas pontas cortadas, para evitar o
escurecimento excessivo da massa. Antes de ser carregada, a cana é despalhada e lavada
com água potável, para a redução da contaminação por terra ou outras sujidades.
Recebimento da matéria-prima
É feito em local limpo, coberto, livre de sujidades. O recebimento é feito através
de esteira abastecida com cana de modo uniforme, para não prejudicar o funciona-
mento do engenho.
Moagem
Assim que a cana chega ao estabelecimento, é imediatamente moída para que
não sofra deterioração.
Filtração/decantação
O caldo obtido pela moagem é filtrado para a retirada de resíduos mais leves e
recolhido em tanque de x (especificar o material; exemplo: aço inoxidável, plástico,
etc.), onde é decantado, para que sejam removidos os resíduos pesados, como terra,
areia ou outros. Nessa etapa, são medidos o grau Brix (unidade utilizada para expressar
a quantidade de sólidos solúveis totais presentes no caldo da cana ou no suco da polpa
de outros frutos) e o volume do caldo, para cálculo do rendimento, antes de ele ser
colocado nos tachos de concentração.
• Descrever cada uma das etapas subsequentes, até a obtenção do produto final.