Aula 9 - Provas Disposições Gerais Depoimento Pessoal Confissão Exibição de
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Autor:
Ricardo Torques
17 de Fevereiro de 2022
Ricardo Torques
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Sumário
1 - Abertura .................................................................................................................................................... 4
2 - Tentativa de conciliação............................................................................................................................ 4
3 - Instrução .................................................................................................................................................... 5
4 - Debates ..................................................................................................................................................... 9
5 - Decisão .................................................................................................................................................... 10
6 - Documentação ......................................................................................................................................... 11
Provas ............................................................................................................................................................... 13
Provas em Espécie............................................................................................................................................. 36
3 - Confissão ................................................................................................................................................. 42
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FCC ........................................................................................................................................................... 59
FGV ........................................................................................................................................................... 97
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Entre as espécies de audiência, vamos nos aprofundar na análise da AIJ, que atende aos princípios:
do contraditório;
da ampla defesa;
da cooperação; e
da oralidade.
A fim de tornar o estudo didático, vamos destacar as fases que delimitam a audiência de instrução e de
julgamento:
1
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 401.
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1 - Abertura
Aberta a audiência pelo magistrado, há o pregão a ser realizado pelo servidor auxiliar. Vejamos, inicialmente,
o art. 358, que traz a regra procedimental de abertura do ato:
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras
pessoas que dela devam participar.
O pregão consiste no ato pelo qual um auxiliar do juízo, na porta do local em que se dará a sessão, identifica
verbalmente os dados do processo, assim dando às partes, aos advogados e aos demais interessados a
oportunidade para dela participar2.
2 - Tentativa de conciliação
O primeiro ato a ser praticado na AIJ é a tentativa de conciliação pelo magistrado. Mesmo que tenham havido
outras tentativas de solução do conflito e as partes não tenham chegado nem perto de um consenso,
compete ao magistrado empregar técnicas com vistas à conciliação entre as partes.
2
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 405.
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3 - Instrução
Não havendo acordo, passa-se à colheita das provas. Para tanto, o magistrado deverá receber o poder de
polícia do ato processual. Esse poder de polícia justifica-se no dever de o magistrado conduzir o
procedimento de forma legal e legítima, sem abusos e violações de direitos pelas partes e por terceiros
envolvidos.
Ao juiz compete dirigir o processo (art. 139, CPC), sendo o art. 360, CPC, simples
particularização desse dever no âmbito específico da audiência. Compete-lhe velar pela
mantença da ordem e do decoro na audiência, garantindo o seu transcurso sem que
qualquer de seus participantes se comporte de maneira inconveniente. Pode, para tanto,
ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente,
requisitando para tanto, quando necessário, força policial.
Além de manter a ordem dos trabalhos, podendo determinar a retirada e, inclusive, o uso de força policial,
o magistrado deve consignar tudo em ata, a fim de permitir eventuais irresignações e para conferir segurança
jurídica à audiência.
3
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 459.
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Uma vez iniciada a AIJ, temos uma série de atos organizados em sequência que estão arrolados no art. 361,
do CPC:
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem,
preferencialmente:
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Assim:
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Segundo a doutrina4, essa é a ordem de produção de provas. Contudo, é possível que seja tomado
depoimento primeiro do réu em relação ao autor e, do mesmo modo, sejam ouvidas primeiramente as
testemunhas do réu antes das testemunhas da parte autora. Isso poderá ocorrer quando o magistrado
aplicar as regras de inversão do ônus da prova e também quando a audiência se destinar à prova de que não
ocorreu determinado fato constitutivo do autor.
De acordo com o art. 362, do CPC, a audiência poderá ser adiada em três situações:
De todo modo, quem der causa ao adiamento responderá pelas custas decorrentes de nova realização do
ato processual.
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo SUPERIOR A 30 (TRINTA) MINUTOS do
horário marcado.
4
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 460.
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§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado
ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao
Ministério Público.
O art. 363, do CPC, traz uma regra simples: se a audiência foi antecipada ou adiada, as partes serão intimadas
na pessoa do respectivo advogado.
Em provas, já tivemos:
(TRT8ªR - 2016) Com base nas normas processuais relativas às provas no processo civil, julgue.
Viola norma expressa do CPC — que determina que a instrução probatória será feita de acordo com o
princípio dispositivo — o magistrado que determina de ofício a exibição de documento que estava com o
réu.
Comentários
A assertiva está incorreta. Como sabemos, o magistrado tem a prerrogativa de conduzir o processo, inclusive,
podendo determinar a realização de provas.
(DPE-RN - 2015) Julgue a assertiva a seguir quanto ao direito probatório e à audiência no processo civil.
Com fundamento no princípio da verdade material, o juiz não poderá dispensar a produção de prova
requerida pela parte cujo advogado não compareceu à audiência.
Comentários
A assertiva está incorreta. Segundo o art. 362, §2º, do CPC, o juiz poderá dispensar a produção das provas
requeridas pela parte do advogado ou defensor que não tenha comparecido à audiência. O mesmo ocorre,
inclusive, em relação às provas requeridas pelo Ministério Público.
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4 - Debates
Após a produção de provas, temos a fase de debates, que se destaca pela sustentação oral das partes e dos
interessados. O art. 364, do CPC, trata da sustentação oral. Segundo a doutrina5:
Objetivando outorgar maior prestígio à palavra falada sobre a palavra escrita, haja vista
adoção da técnica da oralidade na conformação do processo civil brasileiro, nosso
legislador prevê como regra debates orais para fechamento da audiência de instrução e
julgamento.
Veja o dispositivo:
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como
ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
juiz.
5
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 461/2.
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QUANDO HOUVER
LITISCONSORTES OU TERCEIRO
QUESTÕES COMPLEXAS:
INTERVENIENTE: 30 minutos para
memoriais escritos no prazo de
ambos que será dividido de
15 dias (prazos sucessivos).
forma igual (15 para cada), salvo
convenção em sentido diverso.
O art. 365, do CPC, destaca que a AIJ, embora seja em regra una, pode ser dividida em partes.
Vimos no §2º, do art. 364, do CPC, que é possível a substituição da sustentação por apenas memoriais
escritos. No art. 366, por sua vez, trataremos especificamente dos referidos memoriais, que são assegurados
mesmo quando houver audiência.
Assim, se envolver questão complexa em que o juiz dispense as sustentações orais, temos que a
apresentação de memoriais observará, sucessivamente, o prazo de 15 dias a contar da seguinte ordem:
autor, réu e MP (se houver). Findo esse prazo, inicia-se o prazo do magistrado para, em 30 dias, proferir a
sentença
5 - Decisão
A decisão constitui o momento em que o magistrado irá, após conhecer dos fatos, das provas e das
argumentações das partes, proferir a sentença, decisão definitiva da fase de conhecimento.
6
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 35.
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Se proferida a sentença em audiência, as partes saem intimadas, correndo, a partir dessa data, o prazo para
apresentação de eventuais recursos.
Quando o magistrado, entretanto, se valer do prazo de 30 dias, após a prolação da sentença, temos a
intimação das partes. De todo modo, após a conclusão da AIJ, já se inicia o prazo de 30 dias para sentença
(prazo impróprio, pois não gera preclusão). Confira:
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
6 - Documentação
Todos os atos praticados na AIJ serão documentados em um termo a ser confeccionado pelos servidores
auxiliares da justiça.
O art. 367, de pouca relevância para a prova, exige apenas a sua leitura atenta. Trata-se da ata da audiência
de instrução e julgamento que será registrada em termo:
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido
na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida
no ato.
§ 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas,
que serão encadernadas em volume próprio.
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer
das partes, independentemente de autorização judicial.
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Para encerrar, lembre-se de que a AIJ é pública, a não ser quando houver restrição de acesso por envolver
fatos que possam violar a privacidade da parte ou conter questões de interesse público e de segurança
nacional, que justifiquem a restrição de participação na audiência.
A publicidade, com sede constitucional (art. 5º, LX), é princípio central do nosso Direito Processual Civil. Há,
entretanto, hipótese de limitação da publicidade quando envolver defesa da intimidade ou interesse social.
Em síntese...
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PROVAS
O estudo das provas é dividido em duas grandes partes: teoria geral e provas em espécie. São dois grandes
blocos de estudos que devem ser bem estudados e compreendidos.
PROVAS
De acordo com a doutrina7, podemos conceituar prova como meio retórico, regulado pela legislação,
destinado a convencer o Estado da validade de proposições controversas no processo dentro de parâmetros
fixados pelo direito e de critérios racionais.
Assim, a prova constitui um instrumento para a formação do convencimento do juiz sobre os fatos que são
objeto da atuação jurisdicional.
Esse instrumento de que se valem as partes para comprovar seus argumentos no processo possui sede
constitucional. De acordo com o art. 5º, LVI, da CF, o direito à prova é fundamental, sendo inadmissíveis
provas ilícitas.
O objetivo central da prova é alcançar a verdade. Contudo, em termos concretos, a verdade é inatingível no
processo, pois baseia-se em juízos de verossimilhança a partir daquilo que é produzido no contexto do
processo. Assim, a partir das provas produzidas nos autos, o juiz irá definir as normas que irão incidir
concretamente dessumindo as consequências.
Desse modo, a prova tem natureza processual e é desenvolvida para reconstituir fatos pretéritos.
Esse princípio constitui a base do sistema de provas do Direito Processual Civil. Entende-se que o legislador
não abarca todos os meios de prova por absoluta impossibilidade. A sociedade e as relações decorrentes
dela são complexas, de forma que o CPC estabelece que as possibilidades de provas são abertas desde que:
7
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 464.
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sejam legais; e
moralmente legítimas.
Veja:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, AINDA QUE não especificados neste Código, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
É importante relembrar que a Constituição, no art. 5º, LVI, estabelece que “são inadmissíveis, no processo,
as provas obtidas por meios ilícitos”.
Assim:
A proibição abrange tanto as provas produzidas com ofensa a normas do próprio direito
material (provas ilícitas em sentido estrito, na ação adotada na doutrina), quando àquelas
que violam as próprias normas processuais sobre a produção probatória (provas ilegítimas,
conforme a mesma classificação doutrinária).
O art. 370, do CPC, fixa a responsabilidade do magistrado para determinar as provas que serão necessárias
ao julgamento do mérito, podendo indeferir provas que entender inúteis ou que sejam apenas protelatórias.
8
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 250.
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Esse poder é conferido ao magistrado para conduzir o processo à luz daquilo que as partes indicarem e,
também, de acordo com o que o magistrado entender pertinente. Isso porque a finalidade principal do
processo é chegar à decisão de mérito.
Veja:
As diligências inúteis são aquelas que nada podem acrescentar à parte que pretende produzi-las. As
diligências meramente protelatórias são aquelas que têm por finalidade atrasar o desenvolvimento do
processo.
Assim...
(i) O primeiro deles é o princípio do convencimento motivado, que destaca o sistema da persuasão racional
do juiz, ao conferir ao magistrado liberdade para apreciar a prova.
No CPC/15 não temos mais a referência ao “LIVRE convencimento motivado”, tal como tínhamos no CPC73.
De todo modo, isso não significa dizer que o magistrado perdeu qualquer liberdade para apreciação da prova.
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apreciará livremente, sem qualquer elemento que vincule o seu convencimento “a priori”.
Ao valor livremente a prova, tem, no entanto, de indicar na sua decisão os motivos que lhe
formaram o convencimento. No direito brasileiro vige, pois, o sistema da livre valoração
motivada (também conhecido como sistema da persuasão racional da prova).
(ii) O segundo é o princípio da comunhão das provas, segundo o qual entende-se que as provas produzidas
no processo são compartilhadas entre as partes envolvidas, embora seja dirigida principalmente ao
magistrado para que ele possa formar a convicção e proferir a sentença de forma fundamentada.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que
a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Em Roma e na Idade Média, respectivamente, tínhamos práticas divinas para fins de determinação da prova.
Por exemplo, colocar o réu diante de serpentes. Se mordido, considerava-se culpado; caso contrário, seria
inocente.
Nesse sistema adotava-se um sistema legal hierarquizado para determinação das provas, desenvolvido no
Direito Processual alemão.
Em contraposição à liberdade do magistrado para adotar a prova que entende adequada para formar o seu
convencimento, temos a referência ao sistema tarifado de provas. De acordo com esse sistema, diante de
duas ou mais provas sobre o mesmo fato, o magistrado deveria observar a ordem estabelecida pela
legislação. Não há, portanto, liberdade do magistrado em escolher uma ou outra provas.
9
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 467.
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O sistema tarifado não é aplicado em nosso ordenamento jurídico, contudo, temos, ainda, alguns resquícios
do tarifamento de provas, tal como podemos depreender do art. 448, do CPC, que estabelece hipóteses em
que o CPC veda a utilização de determinadas provas, ainda que, naturalmente, sejam provas legais e
legítimas.
O juiz é soberanamente livre para decidir à luz das provas produzidas, sem necessidade de especificar os
fundamentos que levaram àquela decisão. Esse sistema é prejudicial, pois viola princípios democráticos e
constitucionais.
A livre convicção gera subjetivismo e a falta de publicidade dos atos judiciais não indica esse sistema de
provas com sistemas democráticos.
Fora essa evolução histórica, cumpre destacar a distinção de modelos de apreciação de provas
proposto por Marinoni, Arenhart e Mitidiero. A finalidade desses modelos é evitar o arbítrio das
decisões judiciais na apreciação das provas, em prestígio ao contraditório e ao princípio da
motivação das decisões judiciais.
Para esses autores, o Direito Processual Civil brasileiro contempla dois modelos de provas:
MODELO DE PROVA CLARA E CONVINCENTE: aplicado em ações que envolvem direitos não
patrimoniais com reflexos penais (fraudes), referente ao estado das pessoas (interdição),
aos direitos de personalidade e a respeito de seus direitos políticos (improbidade
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administrativa). Nesses casos, tem o juiz o dever de empregar o modelo de prova clara e
convincente, cuja constatação é mais rigorosa.
Desse modo, ambos os modelos devem ser empregados de acordo com a natureza do processo.
4 - Provas emprestadas
A prova é confeccionada para ser utilizada dentro do processo em que os fatos foram retratados. Contudo,
admite-se, desde que preenchidas certas condições, que a prova seja utilizada em outros processos.
Transporta-se a prova do primeiro para o segundo processo a fim de que sejam utilizadas como provas
documentais.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Sempre houve dúvidas se, para admissão da prova emprestada, é necessário haver alguma
correlação (ou identidade) entre as partes do processo atual e daquele que se pretende
emprestar a prova.
10
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 250.
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No CPC73, não tínhamos disciplina especificando o uso da prova emprestada, de forma que aplicávamos o
entendimento dos tribunais, notadamente do STJ.
O STJ se manifestou no sentido de que a prova emprestada poderá ser utilizada independentemente da
identidade de partes. Confira o aresto11:
Não obstante esse entendimento, há Tribunais de Justiça que compreendem ser necessário haver identidade
de partes para que possa ser emprestada a prova.
a) quando houver identidade de partes, a prova poderá ser regulamente utilizada, desde que, no processo
de origem, tenha sido respeitado o contraditório na origem e, além disso, seja concedido o contraditório no
novo processo.
b) quando não houver identidade de partes, a prova também pode ser utilizada, contudo, é necessário que
haja exercício do contraditório contra quem será utilizada a prova no processo de destinado. Além disso, o
contraditório deve ter sido respeitado na origem.
Esse é, por exemplo, o entendimento de Luiz Guilherme Marinoni, de Sérgio Cruz Arenhart e de Daniel
Mitidiero12. Para os autores, se for possível exercer o contraditório (na origem e no destino), teremos
observado o art. 372, do CPC. Assim, em uma prova testemunhal não há se falar em empréstimo do
depoimento em pleno conteúdo pleno, pois o advogado do processo atual não teve condições de se opor ou
11
EREsp 617.428/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, DJe 17/06/2014.
12
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 368.
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de efetuar perguntas à testemunha. É uma hipótese que a produção da prova depende da percepção em
relação aos fatos, que não poderá ser plenamente exercida no processo de destinado. De todo modo, os
autores sugerem que o juiz faça uma ponderação entre interesses, a fim de atribuir o valor que entender
admissível.
Contudo, em relação a documentos acostados nos autos, admite-se a juntada no processo de destino, uma
vez que o advogado da parte contra quem se pretende utilizar a prova poderá se manifestar quanto aos
documentos acostados, exercendo o contraditório.
Fredie Didier13, por sua vez, entende que, para adoção da prova emprestada quando não houver identidade
total de partes, faz-se necessário que a parte contra quem se pretende utilizar a prova, tenha participado do
contraditório no processo originário.
Por exemplo: uma perícia realizada contra uma grande empresa poderá ser utilizada para vários processos
na qual ela é ré e essa prova pericial possa esclarecer o objeto do litígio no processo de destino. Nesse caso,
2
se a empresa participou do contraditório na primeira vez, quando a prova fora produzida, poderá ser
emprestada para outros processos que envolvam a mesma ré e matéria.
Acreditamos que o posicionamento de Fredie Didier é o que deve prevalecer no âmbito dos tribunais
superiores à luz do CPC e também deverá ser utilizado em provas de concurso público.
13
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 11ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, 134.
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O ônus da prova consiste em atribuir a alguém o dever de comprovar. Esse ônus assume dupla finalidade:
Segundo a doutrina15, como regra de instrução, o ônus da prova visa estimular as partes a
bem desempenharem os seus encargos probatórias e adverti-las dos riscos inerentes à
ausência de prova de suas alegações.
2ª finalidade: constituir guia do juiz para que, diante de alguma dúvida, possa decidir sem
9
ser arbitrário (regra de julgamento).
A par das duas finalidades acima expostas, temos duas regras de distribuição do ônus da prova. Uma primeira
regra estática, a ser observada quando do julgamento do processo, e outra dinâmica, que permite ao
magistrado moldá-la para fins da instrução.
Segundo a doutrina17:
O art. 373, do CPC, é muito importante, pois prevê a distribuição estática, mas confere possibilidade de
redistribuição desse ônus por decisão do juiz.
14
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, reform. e ampl. de acordo com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 234.
15
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 470.
16
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 470.
17
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, reform. e ampl. de acordo com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 234.
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Por ônus, devemos compreender o dever ou o encargo de produzir as provas no bojo do processo. A regra
tradicional, que advém do CPC73, estabelece duas regras estáticas, ou seja, dois padrões fixos do ônus da
prova:
Por exemplo, se o autor pede a condenação do réu pelos prejuízos causados pelo inadimplemento, deverá
provar os fatos que alega para a constituição em juízo do seu direito. Poderá indicar testemunhas, apresentar
o contrato referindo que não recebeu no momento e na forma combinados. O réu, por sua vez, poderá
apresentar, por exemplo, um fato extintivo do direito do autor tal como o pagamento.
O dispositivo acima traz uma regra de julgamento, que se destina a prestar auxílio para o magistrado decidir
o caso concreto. Não se trata de uma regra de instrução, pois as regras de distribuição do ônus somente são
utilizadas no caso de não haver provas suficientes para a decisão.
Essa conclusão é importante, pois a inversão do ônus da prova, por seu turno, se caracteriza como regra de
instrução.
Primeiramente...
ÔNUS DA PROVA
regra de
julgamento instrução
A inversão da regra estática de ônus da prova é considerada regra de instrução, por um motivo muito
simples, a parte que, pelas regras dos incisos do art. 373, não estava obrigada a provar determinado fato,
pode, por ocasião da inversão, tornar-se incumbida. Assim, ela somente poderá se desincumbir desse ônus
– apresentando provas – na fase instrutória.
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Em termos práticos, podemos pensar da seguinte forma: O autor deve fazer prova dos fatos
constitutivos do seu direito. Contudo, na circunstância dos autos, o magistrado entende que é
caso de inversão, afirmando que cabe ao réu trazer os documentos alegados pela parte autora
como suficientes para provar o seu direito (por exemplo, apresentação de via do contrato). Essa
regra não deve ser aplicada no julgamento, mas na fase de instrução, a fim de que a parte ré
possa apresentar o documento, se houver, ou trazer outros elementos que comprovem que não
existe contrato estabelecido entre as partes.
Nesse contexto, o art. 357, III, do CPC, estabelece que o juiz deverá fixar as regras de distribuição do ônus no
despacho que irá sanear o processo a fim de que as partes cheguem à instrução plenamente cientes do que
devem fazer para defesa dos seus interesses.
A regra estática, que consta dos incisos do art. 373, 2pode ser alterada conforme o §1º abaixo citado:
O dispositivo acima consagra a distribuição dinâmica do ônus da prova, que permite ao juiz, em decisão
fundamentada, alterar a regra básica, atribuindo a responsabilidade (o ônus) de provar:
a outra parte, quando verificado, no caso concreto, que a produção da prova por quem
deveria fazê-lo for extremamente difícil; e
àquele que tiver mais facilidade em obter a prova dos fatos discutidos.
Essas quatro hipóteses autorizam a distribuição de forma diversa das regras estáticas.
18 AgRg no REsp 1450473/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, DJe 30/09/2014.
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Ainda no que diz respeito à dinâmica de distribuição de prova que vimos acima, o §2º estabelece duas
situações em que não é possível a dinâmica de distribuição do ônus da prova: impossibilidade ou excessiva
dificuldade da parte se desincumbir da prova. Trata-se da vedação à “prova diabólica”.
3
A ideia do legislador é a de que a distribuição do ônus da prova não pode gerar para a outra parte
impossibilidade ou extrema dificuldade de provar.
Para encerrar o estudo do art. 373, o §3º estabelece a possibilidade de as partes acordarem quanto à
distribuição do ônus da prova.
Assim:
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Feito o esclarecimento, leia o §3º que prevê a possibilidade de as partes inverterem o ônus da prova. Preste
atenção às ressalvas!
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
Não podem, portanto, ser objeto de convenção entre as partes, a prova de fatos que envolvem direitos
indisponíveis e, também, quando essa inversão combinada entre as partes tornar excessivamente difícil a
prova pela outra parte.
Por fim, atente-se que essa convenção das partes poderá ser celebrada antes ou durante o curso do
processo.
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A assertiva está incorreta. O §3º, do art. 373, estabelece que somente proíbe a distribuição diversa do ônus
da prova quando a convenção recair sobre direito indisponível da parte e quando tornar
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
(TJ-DFT - 2015) Julgue a assertiva abaixo acerca do direito probatório no processo civil.
Observadas algumas restrições, admite-se que as partes distribuam o ônus da prova por convenção, hipótese
essa considerada como típico negócio jurídico processual para parte da doutrina que defende a existência
dessa categoria jurídica.
Comentários
A assertiva está correta. Vejamos o art. 373, §3º, do CPC.
(TRT8ªR-PA - 2016) Com base nas normas processuais relativas às provas no processo civil, julgue.
Situação hipotética: José propôs ação anulatória de infração de trânsito, alegando que ele e seu veículo não
estavam no local da autuação na hora indicada na multa.
Assertiva: Nessa situação, o réu terá o ônus de comprovar o fato contrário ao alegado por José, haja vista
que não se pode exigir do autor a prova de fato negativo.
Comentários
De acordo com as regras estáticas de distribuição do ônus da prova, o autor deve comprovar o fato
constitutivo do seu direito. Nesse caso, como alegou não estar no local dos fatos, deverá provar a alegação
que constitui a hipótese de provimento da pretensão pretendida. Não se trata de prova negativa.
Sob a alegação, não se pode exigir que o réu, no caso, o órgão de trânsito, faça a prova de que estava no
local, ainda mais considerando que tais autos de infração possuem presunção relativa de veracidade em face
da fé pública.
Incorreta a assertiva.
Para finalizar:
Para encerrar...
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impossibilidade de quem
deveria provar
dificuldade de acesso à
pelo magistrado (ope
prova por quem deveria
judicis) quando:
provar
por convenção das partes
(convencional), exceto se facilidade de acesso pela
regra dinâmica de
extremamente difícil ou outra parte
distribuição [regra de
impossível o acesso à prova
instrução]
pela outra parte; ou tratar-
se de direito indisponível
lei específica prevê regra do
ônus (inversão ope legis)
Não é todo fato que depende de prova. A regra é que apenas fatos relevantes, controversos e determinados
sejam submetidos ao crivo probatório.
O art. 374, do CPC, traz alguns fatos que não dependem de prova:
I - notórios;
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Fatos notórios são aqueles que não dependem de prova para serem admitidos como verdadeiros no
processo. São fatos de conhecimento geral.
Por exemplo, na contagem de determinado prazo que se discute a preclusão ou não, considera-se domingo
como dia que implica prorrogação do prazo. É notório que domingo não será considerado na contagem do
prazo.
Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela parte contrária.
Nesse caso, dispensa-se a produção de provas, pois uma parte alegou e a outra confessou que se trata de
fato verdadeiro não havendo necessidade de se provar.
São fatos não impugnados pela outra parte. Nesse caso, não dependem de prova, não porque a parte
contrária confessou, mas que, por serem fatos que trazem veracidade, não foram rebatidos pela parte
contrária ao longo da instrução.
De acordo com a doutrina19, o legislador, quando tem ciência de que um fato é muito difícil ou até mesmo
impossível de ser provado em juízo, presume a sua ocorrência ou veracidade na lei, dispensando a parte,
portanto, da produção de prova a seu respeito.
Essas presunções são, em regra, relativas, ou seja, admitem prova em contrário. Contudo, nada impede que
tenhamos presunções absolutas sobre as quais a prova é inócua.
19
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 475.
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O art. 375, do CPC, trata de um campo subjetivo para avaliação dos fatos trazidos como instrumento de
prova. Veja:
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação
do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado,
quanto a estas, o exame pericial.
direito municipal
direito consuetudinário
Dos conceitos acima, o que pode gerar um pouco de dúvidas é o último. O direito
consuetudinário é aquele que decorre dos costumes, entendido como prática
reiterada de determinada sociedade ou grupo de pessoas. Esse direito é escasso
atualmente, em razão de que os Estados são, em regra, pautados como Estados de
20
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 475.
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Veja o dispositivo:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
O art. 377, por sua vez, trata dos efeitos sobre o processo quando houver emissão de carta precatória,
rogatória e auxílio direto. Esses mecanismos de cooperação internacional suspendem o processo até retorno
do ato processual requerido, quando o requerimento ocorrer antes do saneamento do processo e a prova
for imprescindível.
Isso ocorre porque o resultado dessa prova poderá determinar até mesmo a forma do curso da instrução.
Assim, antes de o magistrado fixar os pontos controvertidos sobre os quais o juízo produzirá provas, deve-
se aguardar a coleta da prova no ato de cooperação (nacional ou internacional).
Uma observação é relevante: no caso da carta precatória ou da carta rogatória é possível que não exista esse
efeito suspensivo. Vale dizer, o processo seguirá não havendo suspensão. A não suspensão ocorrerá em duas
situações:
Nesses dois casos, o processo seguirá seu curso, independentemente da devolução da carta precatória. Essas
cartas poderão ser juntadas nos autos a qualquer momento.
Leia:
Para encerrar o conteúdo teórico dessa parte inicial, vamos analisar os arts. 378 a 380.
O art. 378, do CPC, estabelece o dever da parte de colaborar com o Poder Judiciário em respeito ao princípio
da colaboração, previsto no art. 6º, do CPC:
Art. 378. NINGUÉM se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o
descobrimento da verdade.
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Esse dever de colaborar se estende a todos que participam do processo, sob pena de ser considerado
litigante de má-fé (art. 80, do CPC).
Em face dessa regra geral do dispositivo acima, os artigos 379 e 380 estabelecem deveres da parte e do
terceiro.
A parte não pode ser obrigada a produzir prova contra si mesmo, mas deve observar alguns deveres, como:
comparecer em juízo, colaborar com a inspeção judicial ou atender ao que for determinado pelo magistrado.
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
O terceiro que, eventualmente, atuar no processo, deverá informar o juízo sobre fatos que saiba e exibir
coisas ou documentos que tenha em seu poder.
Desse dispositivo, devemos destacar o parágrafo único, que prevê que, se o terceiro não colaborar quando
solicitado pelo juízo, poderá ser multado, conduzido coercitivamente, entre outras medidas.
A ação autônoma para produção antecipada de prova tem por finalidade assegurar o direito à prova, que
seria futura e eventualmente realizada. Trata-se, em verdade, de instrumento processual que tem por
finalidade construir a memória dos fatos a fim de que possa ser utilizada como instrumento de prova em
processo eventual e futuro.
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O art. 381, do CPC, estabelece as hipóteses em que será admitida a ação para produção antecipada de prova:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos CASOS em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A primeira prevê que será admitida a ação de produção de provas quando a parte não puder aguardar o
momento regular de realização de provas no processo. Assim, se aguardar até a instrução, a prova pode se
tornar impossível ou muito difícil de ser verificada.
O exemplo tradicionalmente citado nesses casos é o da oitiva de pessoa que esteja acometida de doença
grave. Nesses casos, com o receio do falecimento e tratando-se de testemunha central para o deslinde da
ação, admite-se a produção antecipada de provas.
A segunda hipótese tem caráter prático destacado: se a produção antecipada da prova permitir,
eventualmente, que as partes cheguem à solução do litígio, ela será determinada.
Por exemplo, se as partes estiverem de acordo que o pagamento dos danos de determinado acidente,
depende apenas da realização de perícia para aferir quem realmente foi o culpado, admite-se a realização
de tal prova em ação específica antecipada.
Na terceira hipótese temos a possibilidade de produção antecipada de prova para definir se a parte irá,
ou não, demandar contra o réu.
Por exemplo, a parte requerer antecipadamente a realização de uma prova a fim de delimitar a área do
terreno que possui de modo que possa pleitear abatimento do valor de imóvel que comprou acreditando ser
21
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 141.
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maior. A depender do resultado dessa ação, é possível que a parte interessada defina se houve, ou não,
violação ao pactuado no contrato de compra e venda.
Temos, ainda, uma quarta hipótese de utilização de ação autônoma de prova antecipada prevista no §5º, do
art. 381:
§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum
fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá,
em petição circunstanciada, a sua intenção.
Admite-se a utilização da prova antecipada para justificar a existência de eventual fato ou documento,
quando não envolver situação conflituosa com terceiros. Nesse caso, requer apenas que, na petição, a parte
decline a intenção.
Dois questionamentos são relevantes nesse ponto: juízo competente e prevenção do juízo na produção
antecipada de provas.
De acordo com o §2º, abaixo citado, a produção antecipada de provas observa duas regras de competência:
Quanto à prevenção, o §3º é claro em afirmar que a ação de produção de provas, NÃO
previne a competência para a ação que seja ajuizada subsequentemente à ação
probatória. Cada uma das ações observa regras específicas de competência, sem
relação de prevenção.
Veja os §§ abaixo:
§ 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade
apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.
§ 3o A produção antecipada da prova NÃO previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
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Ainda sobre os parágrafos acima, o §4º se assemelha ao art. 109, §3º, da CF. Quando na localidade em que
se pretende realizar a prova não haja Justiça Federal, ainda que se trate de matéria da competência da
Justiça Federal, é possível ajuizá-la na Justiça Comum.
O art. 382, do CPC, estabelece os requisitos da petição inicial da ação de produção de provas, que são dois:
Uma vez ajuizada a ação, o magistrado determinará a citação dos interessados na produção da prova. Tal
citação apenas não irá ocorrer quando a prova não envolver caráter litigioso (art. 381, §5º, do CPC).
Por fim, cumpre destacar que, da sentença da ação de produção de provas, em regra, não cabe recurso, A
NÃO SER QUANDO a sentença for pelo indeferimento da produção antecipada da prova requerida. Veja:
§ 4o Neste procedimento, NÃO se admitirá defesa ou recurso, SALVO contra decisão que
indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Além disso, prevê o §3º, do art. 382, do CPC, que os interessados podem requerer a produção de outras
provas no mesmo procedimento, a não ser que isso implique demora na decisão do requerimento originário
de produção de provas.
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Para encerrar o tópico referente à produção antecipada de prova, prevê o art. 383, do CPC, que os autos da
ação de produção de provas antecipadas permanecerão em cartório pelo período de 1 mês para que os
interessados possam extrair cópia ou certidão do processo. Decorrido o prazo, o processo será entregue
àquele que promoveu a ação. Registre-se que isso se aplica apenas aos autos que tramitam em meio físico.
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias
e certidões pelos interessados.
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PROVAS EM ESPÉCIE
1 - Ata Notarial
Ata notarial22 é o instrumento elaborado por tabelião com o intuito de documentar fatos jurídicos. No CPC73,
a ata notarial era adotada como um meio atípico de prova. Contudo, devido ao fato de que essa prova é
cotidiana no Poder Judiciário, o CPC trouxe expressamente regra para disciplinar a aplicação dessa prova
específica.
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
A força probatória da ata notarial decorre da fé pública na produção do documento, uma vez que fica sob o
encargo do tabelião de cartórios extrajudiciais. Assim, o que tiver sido atestado ou documentado é
presumido (relativamente) verdadeiro.
22
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 487.
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O depoimento pessoal é a oitiva das partes na audiência de instrução e julgamento, que será requerida
pela parte adversa.
Para o autor24, há depoimento da parte por provocação, requerida pela parte adversária, realizado na
audiência de instrução e julgamento e determinado sob pena de confissão ficta, caso a parte se recuse ou
não compareça para depor.
Para a doutrina25, há, também, o interrogatório, determinado “ex officio” pelo juiz, em qualquer estágio do
processo, inclusive em instância recursal. Nesse caso, no entanto, não é possível cominar-lhe a pena de
confissão ficta para o caso de não comparecimento ou recusa.
23
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 155.
24
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 156.
25
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 157.
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Veja que a finalidade do interrogatório é a de esclarecer os fatos não necessariamente como um instrumento
de prova, muito embora o magistrado possa extrair das declarações juízos de valor para o convencimento
quanto aos fatos.
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta
seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de
ordená-lo de ofício.
Para a prova...
Para corroborar a existência do interrogatório, temos o art. 139, VIII, do CPC, que confere ao juiz o poder de
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes para inquiri-las sobre fatos da causa,
contudo, não haverá possibilidade de incidir a confissão da parte.
Isso é importante porque representa outra distinção possível entre o interrogatório e o depoimento pessoal.
No depoimento pessoal incide a penalidade de confissão pela parte, o que não é admitido no interrogatório.
A confissão em si será estudada adiante, na análise do art. 389 e seguintes do CPC. Aqui, tratamos apenas
da pena de confesso. É a penalidade pelo não comparecimento ou pela ausência de manifestação da parte.
Assim, se o magistrado decidir intimá-la para interrogá-la a qualquer tempo, na forma do art. 139, VIII, e a
parte não comparecer ou, se comparecer, ficar em silêncio, não haverá aplicação da pena de confesso.
Contudo, no depoimento pessoal, que depende de requerimento da parte contrária, haverá incidência da
pena de confesso quando a parte adversa:
Veja:
O §2º traz uma regra simples, porém, relevante. Esse dispositivo prevê que é vedado a quem não prestou
depoimento ouvir o depoimento da outra parte. Assim, se ambas as partes requererem o depoimento na
instrução será ouvido primeiramente o autor, situação em que o réu não poderá participar do ato porque
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ainda não prestou depoimento. Contudo, o depoimento do réu poderá ser acompanhado pelo autor, porque
o autor presta necessariamente seu depoimento antes do réu.
Confira:
O art. 386 trata do caso da parte que deixa de responder a um questionamento sem motivo justificado. Nesse
caso, é possível a determinação, pelo magistrado, da recursa de depor. Essa recusa, contudo, não é declarada
na audiência de instrução e de julgamento, mas apenas na sentença, após a análise das demais circunstâncias
e provas produzidas no processo.
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for
perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os
elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.
O “emprego de evasivas” constitui o relato da parte sem responder diretamente ao que lhe foi perguntado
com o intuito de desvirtuar a realidade ou para responder de forma vaga e incompleta. Se o magistrado
entender que a parte utilizou de discurso evasivo declarará que, na realidade, ela se recusou a depor.
Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, NÃO podendo
servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a
notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
O dispositivo acima prevê a possibilidade de a parte consultar breves notas ao longo do seu depoimento
pessoal, embora não possa utilizar de escritos preparados para a oitiva.
Para encerrar a análise do depoimento pessoal, devemos estudar com atenção o art. 388, que estabelece
situações sobre as quais a parte não é obrigada a depor.
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III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Assim:
A parte não é obrigada a depor sobre fatos criminosos ou torpes que forem imputados
ao depoente.
Por exemplo, mesmo no processo cível, a parte não é obrigada a falar sobre a prática de
crimes a ela imputados. É importante registrar que a recusa, nesse caso, porque permitida
expressamente pela legislação, não poderá implicar qualquer prejuízo no processo civil.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que deve guardar sigilo em razão do estado
ou profissional.
De acordo com a doutrina26, havendo dever de sigilo, a parte sequer poderá optar por depor
porquanto, violado o sigilo, pode a parte responder administrativa ou criminalmente. Após,
se o seu depoimento for imprescindível para o deslinde da controvérsia é que se poderá
exigir-lhe esclarecimentos. Sendo o caso, não há que se falar em ilicitude na quebra do
dever de sigilo.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que possam implicar desonra à pessoa
depoente ou de seus familiares.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que impliquem perigo de vida ao depoente
ou a sua família.
26
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 492.
27
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rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 493.
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Esse risco deve ser concreto e imediato e não fruto de mera ilação.
(DPE-RN - 2015) Julgue a assertiva a seguir quanto ao direito probatório e à audiência no processo civil.
O juiz poderá, de ofício, determinar o comparecimento pessoal das partes com o propósito de interrogá-las
sobre os pontos controversos da demanda; todavia, se a parte intimada não comparecer, não lhe poderá
aplicar a pena de confissão.
Comentários
A assertiva está correta. Com base no art. 139, VIII, do CPC, o juiz dirigirá o processo com a finalidade de
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da
causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso.
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DEPOIMENTO
EXCEÇÕES: não se
REGRA: a parte é
aplicam a ações de
obrigada a depor
estado e de família
3 - Confissão
Esse meio de prova está disciplinado entre os arts. 389 a 395, do CPC.
A confissão está intimamente ligada ao depoimento pessoal, pois a confissão nada mais é do que o próprio
reconhecimento voluntário da ocorrência de um fato contrário ao interesse da parte que confessa e, por
conta disso, favorável à parte contrária.
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
A pessoa que irá confessar deve ter capacidade plena, na forma do art. 213, do CC:
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito
a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites
em que este pode vincular o representado.
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NÃO existe uma forma específica para que a confissão seja válida. Desde que presentes os elementos acima,
a confissão será válida.
Em relação ao fato confessado, apenas direitos de caráter disponível, pois a confissão não pode ser encarada
como ato de disposição do direito. Direitos de personalíssimos, por exemplo, que envolvem direitos
indisponíveis, não podem ser confessados em juízo.
Art. 392. NÃO vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos
indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que
se referem os fatos confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este
pode vincular o representado.
Dos dispositivos acima, destacamos o §2º, que estabelece que a confissão feita pelo representante da parte,
titular do direito material, terá eficácia apenas em relação àquilo que lhe foi conferido. Por exemplo, se
representante e representado fixaram o objeto da representação em um contrato, somente o que constar
desse contrato poderá ser confessado, se houver regra prevendo a confissão.
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A confissão é intencional, ou seja, a parte deve pretender a confissão. Contudo, a parte pode confessar
espontaneamente ou por intermédio de provocações argumentativas. Ambas as formas de confissão são
admissíveis, segundo prevê o caput, do art. 390, do CPC.
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com
poder especial.
Veja:
(DPE-RN - 2015) Julgue a assertiva a seguir quanto ao direito probatório e à audiência no processo civil.
A confissão espontânea pode ser feita por mandatário com poderes especiais.
Comentários
A assertiva está correta. Conforme art. 390, §1º, do CPC, a confissão espontânea pode ser feita pela própria
parte ou por representante com poder especial.
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A confissão é um ato individual de forma que eventuais pessoas que estejam no mesmo polo da parte que
confessa não serão afetados. Temos aqui a manifestação da autonomia dos litisconsortes.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro,
salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
Há, ainda, mais uma observação. Em relação aos bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis, a
confissão de um dos cônjuges ou companheiro não valerá sem a confissão do outro cônjuge, a não ser que
o regime de casamento seja de separação absoluta. Portanto, a regra é que seja exigida dupla confissão
para a validade desse meio de prova. No caso de separação absoluta, a confissão observa a regra geral da
confissão individual.
O art. 393 fixa que a confissão é irrevogável. Apenas não prevalecerá a confissão se ela for anulada quando
identificado em ação específica, a ser promovida exclusivamente por quem confessou (confitente), erro de
fato ou coação. Portanto, a confissão pode ser objeto de ação anulatória que somente pode ser proposta
por quem confessou ou pelos herdeiros na hipótese de falecimento do confitente.
Confira:
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas PODE SER ANULADA se decorreu de erro de fato
ou de coação.
Por fim, confira a leitura do art. 394, que é o suficiente para a nossa prova:
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em
que a lei NÃO exija prova literal.
A confissão deve ser considerada como um todo. Assim, entre as várias menções dadas por quem confessa,
a parte contrária não pode aceitar o conteúdo favorável do que foi confessado, refutando o restante.
Excepcionalmente, a confissão não será indivisível quando envolver fatos novos trazidos pelo confitente que
possam beneficiá-lo.
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Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar
como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável,
porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
A exibição de documento ou coisa é disciplinado entre os arts. 396 a 404, do CPC. Trata-se de meio de prova
comum no Direito Processual Civil que poderá ser requerido no bojo do processo e, inclusive, em ação
autônoma.
Esse documento ou coisa pode estar em poder da parte ou em poder de terceiro. Essa distinção é
fundamental para que possamos compreender o procedimento que será estudado.
É comum, por exemplo, a requisição de documento ou coisa que esteja em poder da Administração Pública
(terceiro), a fim de subsidiar um processo entre pessoas privadas.
Assim, sempre que for imprescindível a juntada desse documento ou coisa é possível se valer desse
instrumento de prova, por determinação do juiz. Veja:
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em
seu poder.
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II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com a
coisa, ou com suas categorias; (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021)
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa
existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder
da parte contrária. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021)
O art. 397 do CPC foi significativamente alterado pela Lei 14.195/20211 para ampliar o procedimento de
exibição de documento ou coisa. O dispositivo prevê a possibilidade de, num processo em andamento, a
parte contrária pede a outra a exibição de documento ou coisa. Como a parte que deseja usar do documento
não a tem por estar em poder da parte contrária e ela é importante para provas suas pretensões, ela pede
em juízo para que seja exibida.
qual é o documento;
Essas exigências permanecem no Código. A diferença, agora, é que a parte não precisará mais especificar o
documento, mas indicar a categoria do documento.
Imagine um conflito decorrente de um contrato firmado entre as partes. Além do contrato eventualmente
firmado que está em poder apenas de uma das partes, admite-se o pedido amplo de exibição de documentos
e de coisas relacionadas a esse contrato, como e-mails trocados, mensagens por WhatsApp. Tudo o que possa
estar relacionado com a categoria que se pretende provar, pode fazer parte do pedido.
Assim:
Uma vez apresentado o requerimento, a parte contrária será intimada para se manifestar no prazo de 5
dias. Após intimada, a parte poderá, basicamente, se manifestar com as seguintes alegações:
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Nesse caso, o juiz concederá à parte requerente a oportunidade de provar que a escusa é
mentirosa.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (CINCO) DIAS subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz
permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde
à verdade.
Nesse caso, pressupõe-se que a parte tem o documento ou coisa e, pela não manifestação,
considera-se existente o meio de prova na forma relatada pelo requerente.
O art. 399, do CPC, elenca três situações em que a recusa não será admitida:
Com isso, confira o art. 399, do CPC e, na sequência, o art. 400, que traz as consequências da não
manifestação ou recusa injustificada.:
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Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do
documento ou da coisa, a parte pretendia provar SE:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398
[5 dias];
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.
Portanto, no caso de não declaração ou recusa injustificada, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que
a parte requerente pretendia prova.
Antes de analisarmos as situações que envolvem documentos em poder de terceiros, é importante destacar
que o parágrafo único do art. 400, acima citado, trata da possibilidade de adoção de medidas coercitivas, em
face da não apresentação do documento ou coisa.
Assim:
indutivas
coercitivas
O JUIZ PODERÁ UTILIZAR
MEDIDAS
mandamentais
sub-rogatórias
Quando o documento estiver em poder de terceiro, o magistrado determinará a citação do terceiro para se
manifestar no prazo de 15 dias.
Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará
sua citação para responder no prazo de 15 (QUINZE) DIAS.
Atenção!
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EM PODER DA PARTE
EM PODER DE TERCEIRO
CONTRÁRIA
em 5 dias em 15 dias
O terceiro poderá:
Se isso ocorrer, aplicamos a regra constante do art. 402, do CPC, que prevê a possibilidade
de o juiz designar uma audiência específica para ouvir o terceiro.
Confira:
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Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-
lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, NO
PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Para encerrar o tópico, confira o art. 404, do CPC, que prevê situações em que a escusa do terceiro é
admitida:
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão,
devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem
a recusa da exibição;
Para a prova...
Comparando a exibição de documento e coisa pela parte contrária ou por terceiro, temos:
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Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem,
preferencialmente:
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo SUPERIOR A 30 (TRINTA) MINUTOS do
horário marcado.
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como
ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
juiz.
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Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que
a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
I - notórios;
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Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos CASOS em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
§ 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade
apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.
§ 3o A produção antecipada da prova NÃO previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum
fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá,
em petição circunstanciada, a sua intenção.
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta
seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de
ordená-lo de ofício.
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III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Art. 392. NÃO vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos
indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que
se referem os fatos confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este
pode vincular o representado.
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas PODE SER ANULADA se decorreu de erro de fato
ou de coação.
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar
como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável,
porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
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Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do
documento ou da coisa, a parte pretendia provar SE:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398
[5 dias];
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão,
devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem
a recusa da exibição;
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais de uma aula. Em nosso próximo encontro vamos finalizar o estudo de provas.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum do Curso e
por e-mail.
Ricardo Torques
[email protected]
www.fb.com/dpcparaconcursos
@proftorques
28 AgRg no REsp 1450473/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, DJe 30/09/2014.
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QUESTÕES COMENTADAS
FCC
Comentários
A alternativa A está incorreta uma vez que persistem no novo CPC diversos institutos em que será presumida
a veracidade de fatos, como por exemplo os efeitos da revelia, ou a presunção de veracidade do conteúdo
de documentos particulares em relação ao signatário.
A alternativa B também está incorreta, pois não há necessidade de produção de provas em relação a fatos
incontroversos. Em relação a esses fatos, o magistrado poderá julgar o processo no estado em que se
encontra.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, por se tratar de reprodução do art. 375 do CPC:
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação
do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado,
quanto a estas, o exame pericial.
A alternativa D está incorreta. Ainda que o processo se inicie por iniciativa da parte e, ao mesmo tempo, o
juízo esteja adstrito aos fatos alegados pelas partes, o magistrado poderá determinar a produção de provas
independentemente de requerimento das provas, desde que entenda que a prova é necessária para a
solução da demanda. Nesse sentido o art. 370 do CPC:
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A alternativa E está incorreta. A ata anotarial pode ser utilizada para registrar a existência de algum fato.
Nada impede que a parte apresente imagens, som ou arquivados eletrônicos para serem registrados em ata
notarial, o que torna a alternativa incorreta. Vejamos o art. 384, parágrafo único do CPC:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
O item I está certo. A produção antecipada de provas é uma ação probatória autônoma, pela qual se produz
uma prova antes do processo principal sem a necessidade de ser comprovado o perigo da demora.
A possibilidade de prévio conhecimento de fatos que possam justificar ou evitar o ajuizamento de ação é
hipótese de cabimento de ação de produção antecipada de prova que diz respeito à necessidade de
produção da prova como forma de preparar a pretensão principal, possibilitando a elaboração de uma
petição inicial séria e responsável, desvinculada do requisito da urgência. Neste sentido, o art. 381, III, do
CPC:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
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O item II está correto. No art. 381, §4º, do CPC, há interessante inovação quanto à competência por
delegação prevista pelo art. 109, §§ 3º e 4º, da CF. Nos termos do dispositivo, o juízo estadual tem
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, da entidade autárquica ou de
empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal. Veja a redação do art. 381, §4º, do CPC:
O item III está errado. O § 3º do art. 381 do CPC consagra entendimento doutrinário e jurisprudencial no
sentido de a produção antecipada de provas não prevenir a competência do juízo para a ação que venha a
ser proposta. Neste sentido, o art. 381, §3º, do CPC:
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
O item IV está incorreto, porque ao final do procedimento da produção antecipada de provas, o juiz não
pode se pronunciar sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre suas respectivas consequências
jurídicas, devendo se limitar a certificar a ocorrência da realização das provas e a regularidade na sua
produção. Neste sentido, o art. 382, §2º, do CPC:
O item V está errado. Nos termos do §4º do art. 382 do CPC, na ação autônoma probatória não se admite
defesa, e a única decisão recorrível é a que indefere totalmente o pedido de produção antecipada de prova.
Confira o CPC:
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que
indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão, pois apenas os itens I e II estão certos.
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Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do
sujeito que a tiver promovido, com base no art. 371, do CPC:
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que
a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
A alternativa B está errada, tendo em vista que a decisão que indefere diligências inúteis ou meramente
protelatórias necessita de fundamentação:
A alternativa C está incorreta, pois o juiz não é obrigado a admitir a prova produzida em outro processo, essa
é uma possibilidade que será analisada no caso concreto. Além disso, o valor dessa prova produzida em outro
processo será atribuída pelo juiz. Neste sentido, veja o dispositivo do CPC:
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação
do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado,
quanto a estas, o exame pericial.
A alternativa E está errada, pois o artigo 373, §1º, do CPC, que trata da inversão do ônus da prova, prevê
ressalvas legais. Em outras palavras, quando a distribuição do ônus da prova couber ao juiz, ela não é
discricionária, devendo respeitar as regras dispostas no art. 373 do CPC.
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maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Comentários
A alternativa A está errada, uma vez que o art. 359, do CPC, prescreve que instalada a audiência, o juiz
tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução
consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem, funcionando como intermediário na tentativa de
solucionar o conflito por meio de autocomposição.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o art. 361, caput, do CPC, se vale do termo “preferencialmente”
para prever a ordem das provas orais a serem produzidas na audiência de instrução e julgamento,
consagrando a possibilidade, ainda que excepcionalmente e de forma fundamentada, da inversão da ordem
legal.
A assertiva C está errada, porque o art. 362, do CPC, prevê três hipóteses de adiamente da audiência:
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
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III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado.
Vale lembrar que por acordo de vontade entre as partes, a audiência pode ser adiada tantas vezes quantas
for feito o acordo.
Por fim, a alternativa E está errada, pois encerrado o debate, o juiz tem a faculdade de proferir a sentença
oralmente em audiência ou chamar os autos à conclusão e proferir sentença escrita em cartório no prazo
impróprio de trinta dias.
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A alternativa fala em “erro de direito”, quando a lei fala, apenas, em “erro de
fato” e “coação”. Vejam (art. 393, caput, do CPC):
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou
de coação.
A alternativa B está incorreta, também. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando,
todavia, os litisconsortes (art. 391, caput, do CPC).
A alternativa C está também está incorreta. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por
representante com poder especial (art. 390, § 1º, do CPC).
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar
como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável,
porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
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E a alternativa E está incorreta. No caso de o regime de casamento ser o da separação absoluta de bens, a
regra não se aplica. Vejam (art. 391, parágrafo único, do CPC):
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro,
salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a
ação que venha a ser proposta (art. 381, § 3º, CPC).
A alternativa B está incorreta. Como sabemos, as provas no sistema processual civil pátrio não obedecem a
uma hierarquia de valores (Sistema da prova tarifada). Hoje, está consagrado o sistema do livre
convencimento motivado, o que significa dizer que as provas não possuem um valor pré-estabelecido, elas
serão valoradas de acordo com o convencimento do juiz, que deve expor o seu raciocínio de forma
justificada, motivada.
A alternativa C está incorreta. O juiz também poderá determinar essas provas de ofício, segundo o art. 370,
caput, do CPC. Vejam:
A alternativa D está incorreta. A distribuição diversa do ônus da prova por convenção das partes pode
ocorrer antes ou durante o processo (art. 373, § 3º, c/c art. 373, § 4º, do CPC).
E a alternativa E está correta, sendo o gabarito da questão. Segundo o art. 379, CPC:
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
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II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
Comentários
O item I está correto. O art. 362, I, do CPC, prevê expressamente que a audiência poderá ser adiada por
convenção das partes.
O item II está correto, pois o item reproduz exatamente o teor do §2º do art. 362 do CPC, que dispõe que “o
juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não
tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público”.
O item III está incorreto, pois embora audiência de instrução e julgamento seja una e contínua, ela poderá,
segundo prevê o art. 465, do CPC, ser cindida quando ausente o perito ou testemunha, caso haja
concordância das partes.
O item IV está incorreto também. Ao contrário do afirmado, o art. 361, parágrafo único, prevê veda
intervenções ou apartes de advogados e membros do Ministério Público sem a licença do juiz enquanto
depuserem peritos, assistentes técnicos, partes e testemunhas.
O item V está igualmente incorreto, pois nas hipóteses em que tramitar em segredo de justiça o
procedimento, o acesso ao ato processual audiência ficará restrito às partes, advogados, defensores públicos
e Ministério Público, conforme prevê o art. 11, parágrafo único, do CPC.
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Comentários
A alternativa A está incorreta, pois contraria o disposto no art. 374, II, da Lei nº 13.105/15:
A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 369, da referida Lei:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 372, do CPC, o juiz poderá admitir a utilização de prova
produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
A alternativa D está incorreta. Com base no §1º, do art. 373, da Lei nº 13.105/15, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa E é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 370, do CPC:
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b) desde que comprove de forma inequívoca a existência de relação jurídica com o fornecedor, fato que não
é objeto de inversão legal do ônus da prova, mas não cabe ao consumidor o ônus de provar que houve recusa
injustificada ou pagamento de taxa, em razão dos princípios protetivos consumeristas.
c) com fundamento nas regras protetivas das relações consumeristas, de modo que não cabe ao consumidor
a prova da existência de relação jurídica com o fornecedor, por se tratar de hipótese que impõe a inversão
do ônus do prova.
d) desde que demonstre interesse processual, caracterizado somente se o consumidor provar a existência
da relação jurídica, o pedido administrativo válido, o pagamento da taxa correspondente, além da recusa
injustificada por parte do fornecedor.
e) desde que comprove a existência de relação jurídica com o fornecedor e a recusa injustificada por parte
deste, mas é abusiva a exigência de pagamento de taxa, cabendo ao Poder Judiciário requisitar a
apresentação do documento independentemente do pagamento de taxa.
Comentários
A alternativa D é correta e gabarito da questão. Segundo o STJ, a propositura de ação cautelar de exibição
de documentos bancários é cabível como medida preparatória a fim de instruir a ação principal, bastando a
demonstração da existência de relação jurídica entre as partes, a comprovação de prévio pedido à instituição
financeira não atendido em prazo razoável e o pagamento do custo do serviço conforme previsão contratual
e normatização da autoridade monetária.
Comentários
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O item I está correto, pois é o que dispõe o §3º, do art. 381, do CPC:
§ 3o A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
O item II está incorreto. Quando não há prova, o juiz, obrigatoriamente, aplica a regra do ônus da prova.
Trata-se de regra de julgamento de aplicação subsidiária, ou seja, aplicável somente quando não houver
prova ou não for possível produzi-la.
O item III está incorreto. O CPC permite a redistribuição dinâmica do ônus da prova, convencionalmente,
pelas partes.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que
a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
O item V está correto, com base no art. 373, caput, da Lei nº 13.105/15:
11. (FCC/PGE-TO - 2018) No que se refere às regras da confissão previstas no CPC, a confissão
a) em juízo vale como admissão de fatos relativos a direitos indisponíveis, se feita por agente maior e capaz.
b) é revogável, como regra, por se tratar de ato jurídico unilateral, podendo ainda ser anulada se decorreu
de erro de fato, de dolo ou de coação.
c) judicial só pode ser espontânea, já que a confissão provocada é exclusiva do procedimento extrajudicial.
d) judicial faz prova contra o confitente, prejudicando os litisconsortes.
e) extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 392, do CPC, não vale como confissão a admissão, em
juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 393, da Lei nº 13.105/15, a confissão é irrevogável, mas pode
ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
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A alternativa C está incorreta. O art. 390, da referida Lei, estabelece que a confissão judicial pode ser
espontânea ou provocada.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 391, do CPC, a confissão judicial faz prova contra o confitente,
não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 394, da Lei nº 13.105/15:
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em
que a lei não exija prova literal.
12. (FCC/DPE-RS - 2018) Em relação ao Capítulo das Provas no Código de Processo Civil, considere as
seguintes afirmações.
I. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á, de imediato,
o teor e a vigência.
II. A distribuição diversa do ônus da prova pode ocorrer por convenção das partes, antes ou durante o
processo.
III. Os fatos notórios dependem de prova, quando controvertidos por alguma das partes.
IV. Caberá ao juiz, mediante requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito.
Está correto o que consta APENAS de:
a) I e II.
b) I e III.
c) II.
d) II e IV.
e) III e IV.
Comentários
A assertiva I está incorreta. Segundo o art. 376, do CPC, a parte que alegar direito municipal, estadual,
estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
“§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
A assertiva III está incorreta. Segundo o art. 374, I, não dependem de prova os fatos notórios.
E a assertiva IV, por fim, também está incorreta. Ao contrário do que diz a assertiva, caberá ao juiz, de ofício
ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito (art. 370, CPC).
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Comentários
A alternativa A está incorreta. Não há hierarquia entre meios de prova, sejam eles típicos ou atípicos.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 374, do CPC, os fatos controvertidos devem ser provados.
Os fatos não controvertidos são admitidos como verdadeiros e independem de prova.
I - notórios;
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 384, da Lei nº 13.105/15:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
A alternativa D está incorreta. A Lei processual lançar mão de poderes instrutórios e determinar a produção
das provas que entender necessárias à formação de seu convencimento, a fim de alcançar a verdade dos
fatos.
Assim, o juiz poderá determinar a produção de determinada prova ainda que não haja requerimento da
parte. Vejamos o art. 370, caput, da referida Lei:
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A alternativa E está incorreta. Com base no art. 373, caput, combinado com o §4º, do CPC, será admitido
que as partes convencionem de modo diverso a distribuição do ônus da prova, excepcionando apenas
algumas hipóteses em que essa convenção não poderá ser feita.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O §1º, do art. 373, do CPC, estabelece que poderá o
juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 373, da Lei nº 13.105/15, será admitido que as
partes convencionem acerca da distribuição do ônus da prova de forma distinta da regra geral, desde que
essa convenção não recaia sobre direitos indisponíveis e que não torne excessivamente difícil a qualquer
delas o exercício de seu direito.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
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Além disso, o §4º, do art. 373, prevê que a referida convenção pode ser celebrada antes ou durante o
processo.
A alternativa C está incorreta. O art. 381, da referida Lei, estabelece que a produção antecipada da prova é
admitida em três hipóteses:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de
certos fatos na pendência da ação;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A alternativa D está incorreta. O juiz poderá atribuir o ônus da prova de modo diverso.
A alternativa E está incorreta. Realmente, será admitido, expressamente, a utilização de prova emprestada
no âmbito do processo. Porém, o valor atribuído a ela, será o que o juiz considerar adequado, e não,
necessariamente, o mesmo que lhe foi atribuído no processo originário.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
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A alternativa A está incorreta. O §6º, do art. 367, do CPC, prevê que a gravação da audiência diretamente
por qualquer das partes independe de autorização judicial.
A alternativa B é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o parágrafo único, do art. 361, da Lei nº
13.105/15:
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §2º, do art. 362, da referida Lei, a dispensa aplica-se também
ao órgão do Ministério Público que não comparecer à audiência.
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 365, do CPC, a regra é de que a audiência é una e contínua.
Porém, poderá ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde
que haja concordância das partes.
A alternativa E está incorreta. Nos termos do §2º, do art. 364, da Lei nº 13.105/15, quando a causa
apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais
escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de
sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 dias, assegurada vista dos autos.
16. (FCC/TST - 2017) Sobre as provas, segundo as normas do novo Código de Processo Civil, considere:
I. É assegurado à parte requerer o próprio depoimento pessoal, assim como o da parte contrária.
II. A confissão judicial faz prova contra o confitente e em prejuízo dos litisconsortes, caso se trate de
litisconsórcio unitário.
III. Cabe à parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e
a vigência, independentemente de determinação do juiz.
IV. Quando contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas
não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade.
V. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não
assinada, faz prova em benefício do devedor.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e V.
b) II e III.
c) IV e V.
d) II e IV.
e) I e III.
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O item I está incorreto, pois o art. 385, do CPC, estabelece que cabe à parte requerer o depoimento da parte
contrária para que seja interrogada em audiência de instrução e julgamento. Além disso, o próprio
magistrado poderá determinar o depoimento pessoal da parte, caso não requerido pela parte contrária.
O item II está incorreto, pois um litisconsorte nunca será prejudicado pela ação ou omissão do outro. Nesse
contexto, prevê justamente o contrário o art. 391, caput, do CPC:
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
O item III está incorreto, pois somente será necessário provar o teor e a vigência de direito municipal,
estadual estrangeiro ou consuetudinário se determinado pelo magistrado, conforme estabelece o art. 376,
do CPC.
O item IV está correto e reproduz exatamente o que consta do parágrafo único do art. 408 do CPC.
O item V está correto e reproduz exatamente o que consta do caput do art. 416, do CPC.
17. (FCC/PGE-MT - 2016) Segundo disposições do novo Código de Processo Civil sobre o direito
probatório,
a) as partes podem, independentemente da natureza do direito em disputa, antes ou durante o processo,
convencionar a forma de distribuição do ônus da prova de forma diversa da estabelecida pela lei, desde que
sejam capazes para a celebração do negócio jurídico processual.
b) a nova legislação abandonou completamente o modelo de distribuição estática do ônus da prova,
contemplada pela legislação revogada, que atribuía o ônus da prova ao autor em relação aos fatos
constitutivos de seu direito, e ao réu com relação à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor, passando a existir uma distribuição judicial do ônus da prova para cada demanda.
c) a nova legislação prevê expressamente a possibilidade de produção antecipada da prova ainda que não
haja situação de urgência que justifique tal antecipação, desde que a prova seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução do litígio ou o prévio conhecimento dos fatos possa
justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
d) a lei não assegura expressamente à parte o direito de não produzir prova contra si própria, mas tal
aplicação decorre dos princípios constitucionais da legalidade, da ampla defesa e do devido processo legal.
e) a ata notarial e as declarações prestadas por meio de escritura pública têm eficácia probatória não
somente da declaração, como também do fato declarado, que se presume verdadeiro, salvo se existir prova
em sentido contrário.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Não é em qualquer hipótese que a lei admite que as partes convencionem a
distribuição diversa do ônus da prova. De acordo com o art. 373, §3º, do CPC, a distribuição diversa do ônus
da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando recair sobre direito indisponível da
parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
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A alternativa B está incorreta. A distribuição estática da prova ainda é a regra, contudo, essa regra pode ser
alterada segundo o art. 373, §1º, que diz que, nos casos previstos em lei, ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
do caput, ou a maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 381. A hipótese citada na
alternativa é uma das situações na qual é possível a produção antecipada da prova.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de
certos fatos na pendência da ação;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A alternativa D está incorreta. Ao contrário do que se afirma, o art. 379 menciona que, preservado o direito
de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for
interrogado, colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária e
praticar o ato que lhe for determinado.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 384, a ata notarial consiste na existência e no modo de existir
de algum fato que pode ser atestado ou documentado, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada
por tabelião.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 132, do CPC73, que previa o princípio da
identidade física do juiz, não encontra correspondência no CPC.
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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 455, cabe ao advogado da parte informar, ou intimar a
testemunha por ele arrolada, do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação
do juízo.
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada
do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.
A alternativa C está incorreta. O CPC manteve, como regra geral, a distribuição estática do ônus da prova,
prevista no §1º, do art. 373.
A alternativa D está incorreta. Esta não é a única hipótese em que a lei processual admite a produção
antecipada de prova. Outras hipóteses estão descritas no art. 381.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de
certos fatos na pendência da ação;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A alternativa E está incorreta. O CPC extinguiu o procedimento da repergunta. De acordo com a lei em vigor,
as testemunhas passaram a ser inquiridas diretamente pelas partes, intervindo o juiz somente quando
necessário. Vejamos o art. 459.
19. (FCC/TJ-PI - 2015) A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados
a) por qualquer servidor público, dada a fé pública dos atos por ele praticados.
b) por simples declaração do interessado, que se presume verdadeira.
c) somente pelo registro de documento particular em cartório de títulos e documentos.
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Comentários
De acordo com o art. 384, do CPC, a existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
20. (FCC/TRT-23ª REGIÃO - 2016) De acordo com o Código de Processo Civil, na audiência de instrução
a) o Juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado tiver se ausentado
injustificadamente.
b) o Juiz não pode tentar nova conciliação entre as partes.
c) o Juiz pode determinar o adiamento em decorrência de atraso injustificado da parte em tempo superior a
30 minutos do horário marcado.
d) as testemunhas do réu são inquiridas sempre depois das do autor.
e) finda a instrução, o Juiz abrirá prazo para apresentação de alegações-finais, a serem apresentadas
necessariamente na forma escrita.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 362, §2º, do CPC.
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado
ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao
Ministério Público.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 359, o juiz tentará conciliar as partes.
A alternativa C está incorreta, pois o atraso injustificado que gera nova audiência não é por atraso da parte,
mas por atraso do juízo. A parte tem obrigação de estar presente no ato no horário marcado, sob pena de
sofrer consequências jurídicas em decorrência disso. Veja:
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III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado.
A alternativa D está incorreta. A ordem em que as provas orais serão ouvidas estão descritas no art. 361.
Primeiramente, ouve-se as testemunhas do autor e, após, as do réu. Contudo, essa regra pode ser alterada
fundamentadamente pelo magistrado, constando em ata.
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 364, finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do
autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção.
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como
ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
juiz.
21. (FCC/DPE-SP - 2015) A respeito das provas no processo civil, é correto afirmar que
a) o magistrado que não admite uma prova em razão de ter formado a sua convicção age corretamente, pois
ele é o destinatário da prova, tornando inútil ou protelatória a produção de qualquer outra prova depois que
já formou a sua convicção.
b) diante da máxima jura novitcuria (o juiz conhece o direito), a parte que alega a existência e a vigência de
uma determinada lei não tem que produzir prova a este respeito, sendo vedado ao magistrado determinar
que a parte o faça.
c) a confissão, judicial ou extrajudicial caracteriza-se quando a parte admite verdadeira a pretensão da parte
adversária.
d) o depoimento pessoal de uma parte depende de requerimento da parte adversa, hipótese em que a recusa
ao depoimento pode ensejar a pena de confissão dos fatos contra ela alegados.
e) segundo a teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, é a dinâmica da relação processual, ou seja,
o polo da demanda ocupado pela parte, que determinará sobre quais pontos recai o seu ônus probandi.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A ideia de o juiz como destinatário da prova é cada vez mais criticada. O
entendimento que tende a predominar é no sentido de que a prova se destina ao processo, competindo ao
juiz tão somente conduzi-lo e firmar a convicção a partir dos elementos trazidos no bojo do processo.
Contudo, mesmo sem levar em consideração a discussão acima, podemos considerar incorreta a alternativa,
pois o que torna a prova inútil ou protelatória não é a questão da convicção do magistrado, mas,
respectivamente, aquelas que não acrescentam nada ao contexto fático ou que têm por finalidade protelar
a decisão de mérito do processo.
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A alternativa B está incorreta, pois embora o princípio segundo o qual o juiz conhece o direito seja a regra,
quando estivermos diante de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, a parte deverá
provar o teor e a vigência conforme o art. 376, do CPC.
A alternativa C está incorreta, pois o conceito apresentado é de reconhecimento jurídico do pedido e não
de confissão. Lembre-se:
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois está conforme o art. 385, do CPC:
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta
seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de
ordená-lo de ofício.
A alternativa E está totalmente equivocada. A teoria dinâmica implica a distribuição do ônus da prova pelo
magistrado de acordo com as peculiaridades da causa relacionada à impossibilidade ou à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo.
22. (FCC/DPE-MA - 2015) De acordo com o Código de Processo Civil, o depoimento pessoal
a) pode ser acompanhado pela parte que ainda não depôs.
b) impõe que a parte responda a todas as perguntas que lhe forem formuladas, sem exceção, seja qual for a
natureza da causa.
c) pode ser requerido pela própria parte que irá depor.
d) leva à confissão, caso a parte, que possui advogado constituído, não compareça ou se recuse a depor,
ainda que não tenha sido intimada pessoalmente.
e) será respondido na forma verbal, pela parte, podendo o juiz permitir consulta a notas breves, desde que
objetivem completar esclarecimentos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o art. 385, §2º, do CPC, veda a quem ainda não depôs assistir ao
interrogatório da outra parte.
A alternativa B também está incorreta, pois o art. 388, do CPC, traz um rol de hipóteses no qual a parte não
é obrigada a depor. Confira:
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III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inc. III.
A alternativa C está igualmente incorreta, pois o depoimento da parte é requerido pela parte contrária ou
determinado pelo juiz de ofício e não pela própria parte que pretende depor.
O erro da alternativa C está incorreta, pois a pena de confissão somente será aplicada se a parte for intimada
pessoalmente e não comparecer.
De acordo com o CPC, o depoimento pessoal será respondido na forma verbal, pela parte, podendo o juiz
permitir consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos, segundo o que dispõe o
art. 387, do CPC. Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
O item I está correto. À luz do CPC, em seu art. 373, adotou-se a teoria de distribuição estática do ônus da
prova, atribuindo ao autor o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito e ao réu o de provar a existência
de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Contudo, no §1º, do art. 373, temos
expressa a possibilidade de redistribuição do ônus por decisão fundamentada do magistrado.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
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VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
O item III está correto e reproduz exatamente o teor do art. 372, do CPC, que admite expressamente a prova
emprestada.
O item IV está incorreto. O art. 148 prevê as hipóteses em que se aplicam os motivos de impedimento e de
suspeição.
Comentários
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que
a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
A alternativa B está incorreta, pois o magistrado é livre para apreciar a prova não estando vinculado a prova
alguma produzida nos autos.
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando
na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões
do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.
A alternativa C está incorreta, não há qualquer espécie de tarifamento legal de provas no CPC.
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As alternativas D e E estão incorretas. De acordo com o art. 371, do CPC, não há obrigatoriedade de o
magistrado indicar o dispositivo legal. Segundo o dispositivo, “o juiz apreciará a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento”.
A alternativa A está incorreta, pois, embora haja possibilidade de modulação pelo magistrado, o art. 361, do
CPC, estabelece uma ordem para a produção das provas.
A alternativa B está incorreta, pois o art. 359, do CPC, prevê que o magistrado tentará a conciliação de modo
a indicar que ela é obrigatória.
A alternativa C está incorreta, pois a decisão saneadora ocorre previamente à fase instrutória, momento em
que o magistrado fixará os pontos controvertidos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 447, do CPC/73. Não tem
correspondente no CPC.
A alternativa E está incorreta, pois o art. 362, I, do CPC, prevê a possibilidade de adiamento da audiência por
convenção das partes, sem explicitar máximos e mínimos.
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e) O sistema processual civil pátrio só admite a inversão judicial ou legal da prova, mas não a inversão
convencional.
Comentários
regra dinâmica de
distribuição [regra de por convenção das partes (convencional),
julgamento] exceto se extremamente difícil ou impossível
o acesso à prova pela outra parte; ou tratar-
se de direito indisponível
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 393, do CPC, somente haverá anulação em caso de erro
ou coação, não se fala em dolo.
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Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou
de coação.
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 391, a confissão não prejudica os litisconsortes.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
A alternativa C está incorreta. Conforme art. 390, a confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma
outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
28. (FCC/MPE-PA - 2014) No tocante ao objeto e ao ônus da prova, bem como a seus princípios gerais,
considere os seguintes enunciados:
I. Se o processo versar sobre direito disponível das partes, e se não for excessivamente difícil a qualquer
delas o exercício do direito, poderão as partes convencionar a alteração das regras naturais de distribuição
do ônus probatório.
II. O objeto da prova são os fatos, controvertidos ou não, relevantes para o julgamento do processo.
III. O princípio dispositivo é mitigado no que se refere à produção de provas, pois caberá ao juiz determinar,
mesmo que de ofício, as provas necessárias à formação de seu convencimento.
IV. É princípio geral em relação à prova de que não é possível em nenhuma circunstância a prova de fato
negativo, que se considera como diabólica.
Estão corretos APENAS
a) I e IV.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I e III.
Comentários
O item I está correto. De acordo com o art. 373, do CPC, as regras naturais de distribuição do ônus da prova,
as quais incumbe ao autor provar o fato constitutivo de seu direito e ao réu a existência de fato impeditivo,
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modificativo ou extintivo do direito do autor, podem ser alteradas por convenção entre as partes, desde que
não recaiam sobre direito indisponível da parte e não tornem excessivamente difícil a uma delas o exercício
do direito.
O item II está incorreto. O objeto da prova são os fatos controvertidos relevantes para o julgamento do
processo. Fatos incontroversos independem de prova.
O item IV está incorreto. Embora se pretenda evitar a “prova diabólica”, referente a fato negativo, se não for
o caso de inversão e a parte não conseguir se desincumbir, arcará com o ônus da não produção da prova,
ainda que “diabólica”.
Comentários
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I - notórios;
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
O item IV está correto. De acordo com o art. 373, §3º, I, a convenção da distribuição diversa do ônus da prova
é nula quando recair sobre direito indisponível da parte.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação
do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado,
quanto a estas, o exame pericial.
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O ônus da prova compete ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, admitindo inversão, em
hipóteses excepcionais, independentemente de ser ou não parte o Ministério Público. Vejamos o art. 373, I,
do CPC.
31. (FCC/TCE-SP - 2013) Em matéria de Teoria Geral do Processo, no tocante às Provas, é certo que
a) o sistema em que o juiz forma o seu convencimento dentro dos critérios coerentes que devem ser
indicados é o da valoração secundum conscientiam.
b) os poderes de iniciativa do juiz com relação à prova dos fatos controvertidos, seja no processo penal ou
no processo civil, têm importante reflexo na relevância da distribuição do ônus da prova.
c) o ônus da prova, em regra, não recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato.
d) os fatos incontroversos, em regra, dependem de prova.
e) o sistema em que a lei fixa detalhadamente o valor a ser atribuído a cada meio de prova é o da chamada
persuasão racional.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o magistrado deverá racionalmente justificar a decisão com base nas
provas produzidas. A valoração, portanto, é racional, não “segundo a consciência” do magistrado.
A alternativa C está incorreta. É justamente em favor de quem aproveita os fatos que recai o ônus de prova-
los, tal como se extrai dos incisos do art. 371, do CPC.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 374, III, não dependem de prova os fatos incontroversos.
A alternativa E está incorreta, pois o sistema em que a lei fixa detalhadamente o valor a ser atribuído à prova
é denominado de sistema tarifado de prova.
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32. (FCC/TRT - 23ª REGIÃO - 2011) Paulo ajuizou ação de cobrança de quantia em dinheiro em face de
Pedro. Pedro alegou já ter pago a dívida cobrada. Nesse caso, o ônus de provar a existência da dívida ou a
ocorrência do pagamento
a) independe de prova.
b) incumbe a Paulo.
c) incumbe a Pedro.
d) incumbe Pedro e a Paulo, respectivamente.
e) incumbe a Paulo e a Pedro, respectivamente.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O ônus de provar a existência da dívida ou a ocorrência
do pagamento incumbe a Paulo e a Pedro, respectivamente. Vejamos o art. 373, do CPC.
Comentários
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Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta
seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de
ordená-lo de ofício.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro,
salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
O item III está incorreto. De acordo com o art. 480, o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte,
a realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
Comentários
I - notórios;
O que não depende de prova são os extintivos do direito do autor. Portanto, a alternativa D está correta e é
o gabarito da questão.
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b) o encargo atribuído pela lei ou pela convenção das partes para que uma delas demonstre certos fatos,
equiparando-se ao dever e, portanto, exigindo-se seu cumprimento.
c) o dever atribuído à parte para prova de seu direito, disponível sob certas condições subjetivas ou
objetivas.
d) o encargo, que não se confunde com dever, para prova do direito e de certos fatos; é indisponível como
regra, não se podendo alterar a distribuição legal dirigida à parte na produção do fato constitutivo do direito.
e) a regra que determina a autor e réu a produção das provas, de modo estático e inalterável, por se tratar
de normatividade cogente.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Fique atento, pois o ônus da prova deve ser visto
como um direito conferido às partes, não uma obrigação. No mais, a questão acerta em afirmar que o
encargo pode ser atribuído pelo legislador (art. 373, incisos I e II, do CPC); pelo juiz (art. 373, §1º, do CPC) ou
pela convenção entre as partes (art. 373, §3º, do CPC). Veja:
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes (...)
As alternativas B e C estão também incorretas. Como já explicado, o ônus da prova se trata de direito, não
havendo que se falar, pois, em obrigação, dever ou encargo obrigatório.
As alternativa D e E estão incorretas, por fim, porque existe previsão legal expressa no sentido de ser possível
a alteração do encargo probatório. Assim, não se trata de algo inalterável, de acordo com o já citado art.
373, §1º, do CPC.
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II. Quanto à forma, isto é, modalidade ou maneira pela qual se apresentam em juízo, as provas podem ser
orais, documentais ou materiais.
III. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório; a isso denomina-se prova emprestada.
IV. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito, indeferindo, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I e III.
e) I, II e III.
Comentários
O item I está incorreto. De acordo com a doutrina, o fato negativo simples e determinado pode sim ser objeto
de prova. O que não se admite, por outro lado, é prova do fato negativo indeterminado (porva diabólica),
pois se trata de prova impossível.
O item II é correto. Trata-se de classificação doutrinária da prova quanto à forma, que pode se oral
(testemunhal), documental – que é a mais comum – e material, que refere-se a determinado meio físico ou
exame, por exemplo.
O item III é correto, pois foi conceituada corretamente a prova empresata, bem como foi corretamente
descrita a autorização legal contida no art. 372 do CPC.
O item IV é igualmente correto. Trata-se da liberdade probatória do magistrado, que pode ser exercida de
ofício ou a requerimento das partes, tal como previsto no art. 370 do CPC.
Logo, considerando que são verdadeiros os itens II, III e IV, a alternativa A é o gabarito da questão.
37. (FCC/MPE-PE - 2018) Na audiência de instrução e julgamento serão produzidas as provas orais,
ouvindo-se
a) preferencialmente nesta ordem: o perito e os assistentes técnicos; o autor e o réu; e as testemunhas
arroladas pelo autor e pelo réu.
b) obrigatoriamente nesta ordem: o perito e os assistentes técnicos; o autor e o réu; e as testemunhas
arroladas pelo autor e pelo réu.
c) preferencialmente nesta ordem: o autor e o réu; as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu; e o
perito e os assistentes técnicos.
d) obrigatoriamente nesta ordem: o autor e o réu; as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu; e o perito
e os assistentes técnicos.
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da ordem preferencial da produção da prova
oral em audiência, tal como previsto no art. 361 do CPC. Confira as disposições da norma:
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem,
preferencialmente:
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
38. (FCC/TRF-4 - 2019) André ajuizou ação de cobrança contra Reinaldo e Letícia, demandando o
pagamento de alugueres de um imóvel que lhes havia locado, mediante contrato verbal. Em sua
contestação, Reinaldo nega a existência de locação, argumentando que o imóvel lhes havia sido cedido
em comodato. Por sua vez, na contestação de Letícia, ela admite a existência da locação, sustentando que
ela e Reinaldo, seu irmão, deixaram de pagar os alugueres por conta de dificuldades financeiras. Nesse
caso, dada a existência do litisconsórcio passivo, a confissão de Letícia quanto à existência da locação
a) faz prova apenas contra ela, Letícia.
b) faz prova contra ela, Letícia, e também contra Reinaldo.
c) faz prova apenas contra Reinaldo.
d) faz prova contra ela, Letícia, somente se corroborada por outros meios.
e) não faz prova contra ela, Letícia, nem contra Reinaldo.
Comentários
De acordo com o art. 391, caput, do CPC, a confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando,
todavia, os litisconsortes. Confira:
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
Assim, nos termos do dispositivo citado, a confissão de Letícia, por ser prejudicial ao litisconsorte, faz prova
apenas contra a confitente, não havendo a possibilidade de prejudicar Reinaldo.
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39. (FCC/TRT-6 - 2018) Considere as afirmações a seguir, que concernem à produção das provas
processuais.
I. Os fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária, bem como os notórios, necessitam
ser provados nos autos.
II. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
III. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito, indeferindo, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
IV. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, desde
que especificados na norma processual civil, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido e
influir eficazmente na convicção do juiz.
V. A distribuição do ônus da prova pode ocorrer de forma diversa pela vontade das partes, desde que a
convenção respectiva seja celebrada durante o curso do processo, necessariamente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, II e V.
c) II, III e V.
d) II e III.
e) I e IV.
Comentários
O item I está incorreto, pois não dependem de prova os fatos notórios e os afirmados por uma parte e
confessados pela parte contrária (art. 374 do CPC).
O item II é correto. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe
o valor que considerar adequado, observado o contraditório (art. 372 do CPC).
O item III está correto, pois caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas
necessárias ao julgamento do mérito. Além disso, o juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências
inúteis ou meramente protelatórias, nos termos do art. 370 do CPC. Confira:
O item IV está incorreto. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados no CPC, para provar a verdade dos fatos em que se
funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz a teor do art. 396 do CPC.
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O item V está incorreto, pois o art. 373, §4º do CPC prevê que a distribuição diversa do ônus da prova também
pode ocorrer por convenção das partes e que esse ajuste pode ser celebrado antes ou durante o processo.
Comentários
O item I está incorreto, pois o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório (art. 372 do CPC).
O item II é correto. De acordo com o art. 373, §1º do CPC, nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de
se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, tal como previsto na assertiva.
O item III está correto, pois a distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo (i) quando recair sobre direito indisponível da parte e (ii) quando tornar excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito (art. 373, §3º do CPC).
O item IV está correto. A assertiva abortou corretamente o art. 374 do CPC, que contém previsão no sentido
de que não dependem de provas os fatos:
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I - notórios;
Assim, apenas os itens II, III e IV são corretos e o gabarito da questão é a alternativa A.
Comentários
O item I está incorreto, pois o juiz pode determinar o depoimento pessoal de ofício (art. 385 do CPC).
O item II é incorreto. As disposições contidas no art. 388 e incisos do CPC (dispensa de depor) não se aplicam
às ações de família (art. 388, parágrafo único do CPC), o que deixa o item incorreto.
O item III está correto. Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da
pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena (art.
385, §1º do CPC).
O item IV está correto. A assertiva reproduz corretamente a vedação contida no art. 385, §2º do CPC.
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O item V está correto, pois cabe à parte requer apenas o depoimento pessoal da outra parte, a teor do que
dispõe o art. 385 do CPC.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 391 do CPC, a confissão judicial faz prova contra o
confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
A alternativa B está incorreta. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante
com poder especial, nos termos do art. 390, §1º, do CPC.
A alternativa C está correta, pois reproduz o teor do art. 395 do CPC, que trata sobre a regra da
indivisibilidade da confissão. Confira:
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar
como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável,
porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
A alternativa D está incorreta. De fato, nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de
casamento for o de separação absoluta de bens, a teor do art. 391, parágrafo único do CPC. No entanto,
como a alternativa não mencionou a exceção, a banca a considerou incorreta.
A alternativa E está incorreta. Conforme prevê o art. 393 do CPC, a confissão é irrevogável, mas pode ser
anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. O CPC não estabeleceu a possibilidade de se invalidar a
confissão emanada de dolo ou erro de direito. Além disso, o dispositivo trata a questão no plano da validade,
e não, da eficácia.
FGV
43. (FGV/ALERO - 2018) Acerca das provas no processo civil, assinale a afirmativa correta.
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A alternativa A está incorreta. O ônus da prova incumbe ao autor quanto aos fatos constitutivos do direito.
Já ao réu, incumbe provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. É o
que se extrai do art. 373, I e II do CPC:
A alternativa B está incorreta, pois fere o disposto no art. 374 do CPC. Confira:
I - notórios;
A alternativa C está incorreta. Em regra, não é necessário provar em juízo a existência da norma jurídica
invocada, pois se parte do pressuposto de que o juiz conhece o direito (iura novit curia). Contudo, nos casos
de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, esse princípio é excepcionado, cabendo a
parte que o alegar, provar-lhe o teor e a vigência, caso o juiz assim determine. Veja o que diz o art. 376 do
CPC:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
A alternativa D está correta. Trata-se da chamada prova emprestada, que possui previsão legal no art. 372
do CPC. Veja:
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Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
A alternativa E está incorreta. A inversão judicial do ônus da prova é regra prevista no art. 373, § 1º, do CPC.
O diploma processual adotou o entendimento de que se trata de regra de instrução, e não critério de
julgamento, logo não deve ser aplicada na sentença, mas sim na decisão de saneamento e de organização
do processo, nos termos do art. 357, III, do CPC. Confira:
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão
de saneamento e de organização do processo:
44. (FGV/TRT-12ªR - 2017) Milena celebrou um contrato de adesão com a empresa Céu S.A., tendo por
objeto o fornecimento de sinal de TV a cabo. Em determinada cláusula do contrato de prestação de
serviços consta convenção das partes, atribuindo à adquirente dos serviços o ônus de provar, em caso de
eventual litígio judicial, que o local de sua residência oferece as condições técnicas adequadas para o
fornecimento do sinal de TV a cabo com a qualidade contratada.
Diante dessa situação hipotética, e de acordo com o CPC, é correto afirmar que a cláusula é:
a) nula, pois o CPC não admite convenção das partes sobre distribuição do ônus da prova;
b) nula, pois torna excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito;
c) válida, pois tem amparo no CPC;
d) nula, pois recai sobre direito indisponível da parte;
e) válida, pois tem amparo no Código de Defesa do Consumidor.
Comentários
A alternativa B é correta e gabarito da questão. Nesse caso e de acordo com o §3º, II, do art. 373, do CPC, a
cláusula é nula, pois a distribuição diversa do ônus da prova não poderá ocorrer quando tornar
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. Observe que para o cliente, leigo em serviços de
sinal de TV a cabo, é praticamente impossível saber de antemão se a residência oferece condições para o
serviço.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
45. (FGV/TRT-12ªR - 2017) A audiência de divórcio litigioso do ex-casal Altamir e Luana estava
designada para 13:30 horas. Ocorre que todos estavam esperando e, a despeito de o juiz estar em seu
gabinete, já eram 14:15 horas e o pregão não havia sido realizado. Os advogados tentaram saber o que
estava acontecendo, e a resposta do escrivão foi que o juiz estava repousando do almoço.
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Comentários
De acordo com o art. 362, do CPC, devido ao atraso de 45 minutos em relação ao início previsto da audiência,
Altamir e Luana poderão se retirar.
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado.
46. (FGV/Prefeitura de Paulínia-SP - 2016) A respeito das disposições gerais sobre as provas, assinale a
afirmativa incorreta.
a) Não será admitida prova produzida em outro processo.
b) É possível utilizar a teoria da carga dinâmica do ônus da prova nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de produzir a prova ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, de modo a permitir que haja a inversão por decisão
devidamente motivada.
c) A distribuição do ônus da prova pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando recair sobre direito
indisponível da parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
d) A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário deverá provar o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
e) Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte comparecer em juízo,
respondendo ao que lhe for interrogado, colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for
considerada necessária e praticar o ato que lhe for determinado.
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Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Segundo o art. 372, do CPC, o juiz poderá admitir a
utilização de prova produzida em outro processo.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
A alternativa B está correta, conforme prevê o §1º, do art. 373. Como vimos em aula, é possível a distribuição
do ônus da prova nas situações previstas no dispositivo. A essa distribuição é dado o nome de carga dinâmica
do ônus da prova.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
47. (FGV/TJ-RJ - 2014) Carlos Frota propôs uma ação de cobrança em face de Luana Dias. Em sua
contestação, Luana Dias alega e comprova que já pagou o valor que está sendo cobrado por Carlos Frota.
Nessa hipótese, incumbe:
a) ao autor demonstrar o pagamento efetuado;
b) à ré produzir prova testemunhal sobre a existência da dívida;
c) à ré demonstrar que os documentos apresentados pelo autor são originais;
d) ao autor demonstrar que o pagamento não foi válido;
e) à ré demonstrar a inexistência da dívida.
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Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 373, do CPC, que trata a respeito da regra de distribuição do ônus
da prova:
A alternativa A está incorreta. Se Luana diz já ter realizado o pagamento da dívida, é ela quem deve
comprová-lo.
A alternativa B está incorreta. A existência da dívida, deve ser comprovado por ele, pois corresponde ao fato
constitutivo do direito do autor.
A alternativa C está incorreta. Compete ao autor comprovar que os documentos por ele apresentados são
originais, visto que estes estão relacionados à demonstração do fato constitutivo de seu direito.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Incumbe ao autor trazer elementos aos autos para
comprovar a invalidade do pagamento da dívida. Ao réu incumbe demonstrar que o pagamento da dívida foi
realizado.
A alternativa E está incorreta. Não se exige do réu a produção de prova negativa do direito do autor, mas
exige-se do autor a prova positiva do fato constitutivo de seu direito.
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LISTA DE QUESTÕES
FCC
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e) desde que comprove a existência de relação jurídica com o fornecedor e a recusa injustificada por parte
deste, mas é abusiva a exigência de pagamento de taxa, cabendo ao Poder Judiciário requisitar a
apresentação do documento independentemente do pagamento de taxa.
11. (FCC/PGE-TO - 2018) No que se refere às regras da confissão previstas no CPC, a confissão
a) em juízo vale como admissão de fatos relativos a direitos indisponíveis, se feita por agente maior e capaz.
b) é revogável, como regra, por se tratar de ato jurídico unilateral, podendo ainda ser anulada se decorreu
de erro de fato, de dolo ou de coação.
c) judicial só pode ser espontânea, já que a confissão provocada é exclusiva do procedimento extrajudicial.
d) judicial faz prova contra o confitente, prejudicando os litisconsortes.
e) extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
12. (FCC/DPE-RS - 2018) Em relação ao Capítulo das Provas no Código de Processo Civil, considere as
seguintes afirmações.
I. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á, de imediato,
o teor e a vigência.
II. A distribuição diversa do ônus da prova pode ocorrer por convenção das partes, antes ou durante o
processo.
III. Os fatos notórios dependem de prova, quando controvertidos por alguma das partes.
IV. Caberá ao juiz, mediante requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito.
Está correto o que consta APENAS de:
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a) I e II.
b) I e III.
c) II.
d) II e IV.
e) III e IV.
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e) Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral deverá ser substituído
por alegações finais, apresentadas sucessivamente pelo autor, réu e Ministério Público, no prazo de dez dias,
para cada um, assegurada vista dos autos.
16. (FCC/TST - 2017) Sobre as provas, segundo as normas do novo Código de Processo Civil, considere:
I. É assegurado à parte requerer o próprio depoimento pessoal, assim como o da parte contrária.
II. A confissão judicial faz prova contra o confitente e em prejuízo dos litisconsortes, caso se trate de
litisconsórcio unitário.
III. Cabe à parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e
a vigência, independentemente de determinação do juiz.
IV. Quando contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas
não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade.
V. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não
assinada, faz prova em benefício do devedor.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e V.
b) II e III.
c) IV e V.
d) II e IV.
e) I e III.
17. (FCC/PGE-MT - 2016) Segundo disposições do novo Código de Processo Civil sobre o direito
probatório,
a) as partes podem, independentemente da natureza do direito em disputa, antes ou durante o processo,
convencionar a forma de distribuição do ônus da prova de forma diversa da estabelecida pela lei, desde que
sejam capazes para a celebração do negócio jurídico processual.
b) a nova legislação abandonou completamente o modelo de distribuição estática do ônus da prova,
contemplada pela legislação revogada, que atribuía o ônus da prova ao autor em relação aos fatos
constitutivos de seu direito, e ao réu com relação à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor, passando a existir uma distribuição judicial do ônus da prova para cada demanda.
c) a nova legislação prevê expressamente a possibilidade de produção antecipada da prova ainda que não
haja situação de urgência que justifique tal antecipação, desde que a prova seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução do litígio ou o prévio conhecimento dos fatos possa
justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
d) a lei não assegura expressamente à parte o direito de não produzir prova contra si própria, mas tal
aplicação decorre dos princípios constitucionais da legalidade, da ampla defesa e do devido processo legal.
e) a ata notarial e as declarações prestadas por meio de escritura pública têm eficácia probatória não
somente da declaração, como também do fato declarado, que se presume verdadeiro, salvo se existir prova
em sentido contrário.
18. (FCC/DPE-ES - 2016) O novo Código de Processo Civil
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19. (FCC/TJ-PI - 2015) A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados
a) por qualquer servidor público, dada a fé pública dos atos por ele praticados.
b) por simples declaração do interessado, que se presume verdadeira.
c) somente pelo registro de documento particular em cartório de títulos e documentos.
d) por tabelião em ata notarial, a requerimento do interessado.
e) apenas por escritura pública de declaração, lavrada em notas de tabelião.
20. (FCC/TRT-23ª REGIÃO - 2016) De acordo com o Código de Processo Civil, na audiência de instrução
a) o Juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado tiver se ausentado
injustificadamente.
b) o Juiz não pode tentar nova conciliação entre as partes.
c) o Juiz pode determinar o adiamento em decorrência de atraso injustificado da parte em tempo superior a
30 minutos do horário marcado.
d) as testemunhas do réu são inquiridas sempre depois das do autor.
e) finda a instrução, o Juiz abrirá prazo para apresentação de alegações-finais, a serem apresentadas
necessariamente na forma escrita.
21. (FCC/DPE-SP - 2015) A respeito das provas no processo civil, é correto afirmar que
a) o magistrado que não admite uma prova em razão de ter formado a sua convicção age corretamente, pois
ele é o destinatário da prova, tornando inútil ou protelatória a produção de qualquer outra prova depois que
já formou a sua convicção.
b) diante da máxima jura novitcuria (o juiz conhece o direito), a parte que alega a existência e a vigência de
uma determinada lei não tem que produzir prova a este respeito, sendo vedado ao magistrado determinar
que a parte o faça.
c) a confissão, judicial ou extrajudicial caracteriza-se quando a parte admite verdadeira a pretensão da parte
adversária.
d) o depoimento pessoal de uma parte depende de requerimento da parte adversa, hipótese em que a recusa
ao depoimento pode ensejar a pena de confissão dos fatos contra ela alegados.
e) segundo a teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, é a dinâmica da relação processual, ou seja,
o polo da demanda ocupado pela parte, que determinará sobre quais pontos recai o seu ônus probandi.
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22. (FCC/DPE-MA - 2015) De acordo com o Código de Processo Civil, o depoimento pessoal
a) pode ser acompanhado pela parte que ainda não depôs.
b) impõe que a parte responda a todas as perguntas que lhe forem formuladas, sem exceção, seja qual for a
natureza da causa.
c) pode ser requerido pela própria parte que irá depor.
d) leva à confissão, caso a parte, que possui advogado constituído, não compareça ou se recuse a depor,
ainda que não tenha sido intimada pessoalmente.
e) será respondido na forma verbal, pela parte, podendo o juiz permitir consulta a notas breves, desde que
objetivem completar esclarecimentos.
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c) ao iniciar a instrução, o juiz, como ato de ofício e sem oitiva das partes, fixará os pontos de litígio sobre os
quais incidirá prova.
d) quando o litígio versar sobre direitos patrimoniais de caráter privado, o juiz, de ofício, determinará o
comparecimento das partes ao início da instrução e julgamento.
e) poderá haver seu adiamento, no caso de convenção das partes, por no máximo três vezes, desde que
estejam em busca de acordo.
28. (FCC/MPE-PA - 2014) No tocante ao objeto e ao ônus da prova, bem como a seus princípios gerais,
considere os seguintes enunciados:
I. Se o processo versar sobre direito disponível das partes, e se não for excessivamente difícil a qualquer
delas o exercício do direito, poderão as partes convencionar a alteração das regras naturais de distribuição
do ônus probatório.
II. O objeto da prova são os fatos, controvertidos ou não, relevantes para o julgamento do processo.
III. O princípio dispositivo é mitigado no que se refere à produção de provas, pois caberá ao juiz determinar,
mesmo que de ofício, as provas necessárias à formação de seu convencimento.
IV. É princípio geral em relação à prova de que não é possível em nenhuma circunstância a prova de fato
negativo, que se considera como diabólica.
Estão corretos APENAS
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a) I e IV.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I e III.
31. (FCC/TCE-SP - 2013) Em matéria de Teoria Geral do Processo, no tocante às Provas, é certo que
a) o sistema em que o juiz forma o seu convencimento dentro dos critérios coerentes que devem ser
indicados é o da valoração secundum conscientiam.
b) os poderes de iniciativa do juiz com relação à prova dos fatos controvertidos, seja no processo penal ou
no processo civil, têm importante reflexo na relevância da distribuição do ônus da prova.
c) o ônus da prova, em regra, não recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato.
d) os fatos incontroversos, em regra, dependem de prova.
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e) o sistema em que a lei fixa detalhadamente o valor a ser atribuído a cada meio de prova é o da chamada
persuasão racional.
32. (FCC/TRT - 23ª REGIÃO - 2011) Paulo ajuizou ação de cobrança de quantia em dinheiro em face de
Pedro. Pedro alegou já ter pago a dívida cobrada. Nesse caso, o ônus de provar a existência da dívida ou a
ocorrência do pagamento
a) independe de prova.
b) incumbe a Paulo.
c) incumbe a Pedro.
d) incumbe Pedro e a Paulo, respectivamente.
e) incumbe a Paulo e a Pedro, respectivamente.
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c) o dever atribuído à parte para prova de seu direito, disponível sob certas condições subjetivas ou
objetivas.
d) o encargo, que não se confunde com dever, para prova do direito e de certos fatos; é indisponível como
regra, não se podendo alterar a distribuição legal dirigida à parte na produção do fato constitutivo do direito.
e) a regra que determina a autor e réu a produção das provas, de modo estático e inalterável, por se tratar
de normatividade cogente.
37. (FCC/MPE-PE - 2018) Na audiência de instrução e julgamento serão produzidas as provas orais,
ouvindo-se
a) preferencialmente nesta ordem: o perito e os assistentes técnicos; o autor e o réu; e as testemunhas
arroladas pelo autor e pelo réu.
b) obrigatoriamente nesta ordem: o perito e os assistentes técnicos; o autor e o réu; e as testemunhas
arroladas pelo autor e pelo réu.
c) preferencialmente nesta ordem: o autor e o réu; as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu; e o
perito e os assistentes técnicos.
d) obrigatoriamente nesta ordem: o autor e o réu; as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu; e o perito
e os assistentes técnicos.
e) obrigatoriamente nesta ordem: o autor e o réu; o perito e os assistentes técnicos; e as testemunhas
arroladas pelo autor e pelo réu.
38. (FCC/TRF-4 - 2019) André ajuizou ação de cobrança contra Reinaldo e Letícia, demandando o
pagamento de alugueres de um imóvel que lhes havia locado, mediante contrato verbal. Em sua
contestação, Reinaldo nega a existência de locação, argumentando que o imóvel lhes havia sido cedido
em comodato. Por sua vez, na contestação de Letícia, ela admite a existência da locação, sustentando que
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ela e Reinaldo, seu irmão, deixaram de pagar os alugueres por conta de dificuldades financeiras. Nesse
caso, dada a existência do litisconsórcio passivo, a confissão de Letícia quanto à existência da locação
a) faz prova apenas contra ela, Letícia.
b) faz prova contra ela, Letícia, e também contra Reinaldo.
c) faz prova apenas contra Reinaldo.
d) faz prova contra ela, Letícia, somente se corroborada por outros meios.
e) não faz prova contra ela, Letícia, nem contra Reinaldo.
39. (FCC/TRT-6 - 2018) Considere as afirmações a seguir, que concernem à produção das provas
processuais.
I. Os fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária, bem como os notórios, necessitam
ser provados nos autos.
II. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
III. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito, indeferindo, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
IV. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, desde
que especificados na norma processual civil, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido e
influir eficazmente na convicção do juiz.
V. A distribuição do ônus da prova pode ocorrer de forma diversa pela vontade das partes, desde que a
convenção respectiva seja celebrada durante o curso do processo, necessariamente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, II e V.
c) II, III e V.
d) II e III.
e) I e IV.
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V. Caberá ao juiz, somente a requerimento da parte, em razão dos princípios dispositivos e da inércia
jurisdicional, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I, II, IV e V.
d) III e V.
e) I, IV e V.
FGV
43. (FGV/ALERO - 2018) Acerca das provas no processo civil, assinale a afirmativa correta.
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44. (FGV/TRT-12ªR - 2017) Milena celebrou um contrato de adesão com a empresa Céu S.A., tendo por
objeto o fornecimento de sinal de TV a cabo. Em determinada cláusula do contrato de prestação de
serviços consta convenção das partes, atribuindo à adquirente dos serviços o ônus de provar, em caso de
eventual litígio judicial, que o local de sua residência oferece as condições técnicas adequadas para o
fornecimento do sinal de TV a cabo com a qualidade contratada.
Diante dessa situação hipotética, e de acordo com o CPC, é correto afirmar que a cláusula é:
a) nula, pois o CPC não admite convenção das partes sobre distribuição do ônus da prova;
b) nula, pois torna excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito;
c) válida, pois tem amparo no CPC;
d) nula, pois recai sobre direito indisponível da parte;
e) válida, pois tem amparo no Código de Defesa do Consumidor.
45. (FGV/TRT-12ªR - 2017) A audiência de divórcio litigioso do ex-casal Altamir e Luana estava
designada para 13:30 horas. Ocorre que todos estavam esperando e, a despeito de o juiz estar em seu
gabinete, já eram 14:15 horas e o pregão não havia sido realizado. Os advogados tentaram saber o que
estava acontecendo, e a resposta do escrivão foi que o juiz estava repousando do almoço.
Nesse sentido, e de acordo com o disposto no CPC, é correto afirmar que:
a) o ex-casal terá de aguardar, porque o juiz se encontra presente em seu gabinete;
b) não há previsão na Lei de limite temporal para que as partes aguardem o juiz e nem que esse espere os
litigantes;
c) a retirada do casal dependeria de autorização judicial, sob pena de aplicação de multa àquele que se retira
da Corte sem justificativa;
d) Altamir e Luana poderão se retirar, devido ao atraso transcorrido em relação ao início previsto de sua
audiência;
e) a fixação de um horário é referencial, e não vinculante, razão pela qual o atraso de até 1 hora é tolerado
por Lei, o que ainda não havia acontecido.
46. (FGV/Prefeitura de Paulínia-SP - 2016) A respeito das disposições gerais sobre as provas, assinale
a afirmativa incorreta.
a) Não será admitida prova produzida em outro processo.
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b) É possível utilizar a teoria da carga dinâmica do ônus da prova nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de produzir a prova ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, de modo a permitir que haja a inversão por decisão
devidamente motivada.
c) A distribuição do ônus da prova pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando recair sobre direito
indisponível da parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
d) A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário deverá provar o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
e) Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte comparecer em juízo,
respondendo ao que lhe for interrogado, colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for
considerada necessária e praticar o ato que lhe for determinado.
47. (FGV/TJ-RJ - 2014) Carlos Frota propôs uma ação de cobrança em face de Luana Dias. Em sua
contestação, Luana Dias alega e comprova que já pagou o valor que está sendo cobrado por Carlos Frota.
Nessa hipótese, incumbe:
a) ao autor demonstrar o pagamento efetuado;
b) à ré produzir prova testemunhal sobre a existência da dívida;
c) à ré demonstrar que os documentos apresentados pelo autor são originais;
d) ao autor demonstrar que o pagamento não foi válido;
e) à ré demonstrar a inexistência da dívida.
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Ricardo Torques
Aula 09
GABARITO
1. C 45. D
2. A 46. A
3. D 47. D
4. D
5. D
6. E
7. A
8. E
9. D
10. A
11. E
12. C
13. C
14. A
15. B
16. C
17. C
18. A
19. D
20. A
21. D
22. E
23. B
24. A
25. D
26. C
27. D
28. E
29. C
30. E
31. B
32. E
33. B
34. D
35. A
36. A
37. A
38. A
39. D
40. A
41. D
42. C
43. D
44. B
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