Cópia de Demência
Cópia de Demência
Cópia de Demência
Demência vascular
• O próprio AVC leva a um episódio vascular importante onde há má
perfusão neuronal.
o Então a princípio dessa neurodegeneração está relacionada
a um déficit perfusional.
• Esses pacientes tem flutuação desse déficit cognitivo aos longos dos
anos.
• Apresenta sinais focais, de acordo com a região cerebral acometida,
podendo ser maior ou menor.
• É uma atrofia vascular, então essas pessoas acabam evoluindo com
esse déficit cognitivo.
Alzheimer
• É a primeira e principal causa de demência, representando mais de
50%.
o Há literaturas que dizem que em algumas populações vai
de 60 á 80% de prevalência dos grupos da demência.
• Essa demência tem um impacto muito grande, tanto em questões
sociais, econômicos quanto a qualidade de vida das pessoas.
• Com o envelhecimento o alzheimer está se tornando uma epidemia.
o Antes era difícil ver uma pessoa portadora de alzheimer,
mas isso mudou principalmente devido aos diagnósticos,
recursos tecnológicos para o diagnóstico e conhecimento
em relação a doença são feitos mais diagnósticos também.
• Tem um início insidioso, ou seja, é o fato de não se perceber a
evolução da doença e quando ela se manifesta já se passaram 12 anos
da doença.
o A literatura diz que quando começam as manifestações
clínicas já se passaram 10-12 anos desde que começou.
o Considerada uma doença traíra, começa e não
percebemos.
• Tem perda de memória e declínio cognitivo lento e progressivo.
o Em uma sociedade onde o déficit de memória é muito
associado ao estresse, adia muito esse diagnóstico e
assistência.
o Esse declínio lento é quase imperceptível.
• No início a pessoa tem dificuldade de lembrar de fatos recentes e
para aprender coisas novas, lembram de coisas que ocorreram num
passado mais distante.
o Exemplo: aquele idoso que tem uma consulta marcada e
esquece 1x, 2x, 3x... Colocou um post-it na geladeira e
ainda assim esquece, pois esqueceu de olhar esse post-it.
o Exemplo: esqueceu de pagar a conta de luz que toda vida
pagou, não porque faltou dinheiro mas sim porque
esqueceu.
o Esquecem de coisas do dia a dia, do cotidiano, em que
sempre o idoso fez e deu conta.
• O déficit é dessa memória recente.
o Começa a ter dificuldade de conversar com a família, e a
família traz para a gente, porque dificilmente ele tem essa
auto percepção.
o Memória episódica: é aquela que você vai guardar por
alguns minutos ou horas, mas depois deleta.
• Memória que o idoso não consegue se lembrar.
• Se pergunta, por exemplo, se ele já tomou café
ele vai falar que não e que o filho não comprou
nada, que não tem nada em casa, e se você abre
o armário está cheio de comida.
• A memória recente está prejudicada.
o Memória semântica: fato ou memória associados a
emoção, deixando de ser episódica para semântica onde a
preservamos, seja positivas ou negativas.
• Essas memórias semânticas que geralmente
trazemos da nossa vida e relações com as
pessoas, elas demoram mais a serem perdidas
na demência de alzheimer.
• Por isso vamos conversar com o paciente,
muitas vezes, ele consegue contar e lembrar de
tudo do passado para você.
• Memória remota/semântica fica preservada por
um longo período da doença.
• O diagnóstico é feito totalmente com avaliação clínica e sintomas.
o Antes de aparecer o sintomas não da para ter o
diagnóstico.
• Se dá pela extensa e intensa perda de massa cerebral.
Histórico
• É uma doença antiga.
• Em 1901, o psiquiatra alemão Lois Alzheimer tinha uma paciente
chamada August D. e ele investigou do ponto de vista fisiopatológico
quais eram as características dessa paciente e da perda cognitiva dela,
foi onde ele descobriu a demência.
o Por isso se chama Doença de Alzheimer.
• Antigamente de chamava Mal de Alzheimer.
• Em 1906 teve o Congresso de Psiquiatria na Alemanha.
Epidemiologia
• É a 4° causa de óbito nos EUA entre 75-84 anos.
• Estima-se haver cerca de 35,5 milhões de pessoas com demência no
mundo.
o Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos,
chegando a 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em
2050.
o A perspectiva de que aumente o número de pessoas
portadoras de demência de alzheimer é real com o
processo de envelhecimento, por conta de que é uma
doença idade-prevalente, ou seja, mais prevalente
conforme a idade avance.
• É a 3° causa isolada de incapacidade e mortalidade entre pessoas
idosas.
• Existe um estudo do Einstein sobre a prevalência de demência
nacional:
• Esse é um estudo com objetivo de avaliar o perfil epidemiológico dos
pacientes atendidos no ambulatório de demência.
• Estudo retrospectivo, ou seja, pegaram prontuários dos pacientes e
olharam para trás para ver quais as características desses pacientes.
• Foram 7 anos de informações, pois pegaram prontuários de 2008 a
2015 para realizar esse estudo.
o Nesses 7 anos de informações, faziam parte desse grupo
760 pacientes.
o A maioria dos pacientes eram mulheres, tendo prevalência
feminina.
• Coincide com a sobrevida da mulher, pois as
mulheres vivem mais e essa é uma doença
tardia.
• Os homens que apresentam demência, tem a doença um pouquinho
mais cedo.
• A idade média era de 71 anos para as mulheres e 61 anos para os
homens.
• A faixa etária mais acometida tinha entre 71 e 80 anos.
• Em relação a etnia, 96% eram brancas, porque era uma amostra
residencial.
• O quadro de demência foi diagnosticado em 68,8% desses pacientes.
• Entre essas demências, 48,9% eram Demência de Alzheimer seguida
da Demência Vascular.
• Esse estudo já vem mostrando o quanto essa demência é prevalente
na nossa população.
• Esse estudo também identificou que os indivíduos com maior
escolaridade foram diagnosticados mais cedo do que indivíduos com
menor escolaridade.
o A alta escolaridade é um fator protetor neuronal, porque a
escolaridade nos ajuda a melhorar a plasticidade neuronal.
o É como se a gente melhorasse a performance neuronal.
o Muito provavelmente porque procuraram recursos de
saúde de forma mais precoce e aí fizeram o diagnóstico
mais cedo.
• Esse estudo concluiu que pacientes atendidos apresentavam
demência na maioria dos casos e que a mais prevalente era a Doença
de Alzheimer.
• É possível ter demência mista, mas é de difícil diagnóstico.
o Quando não tem muita clareza do diagnóstico, mas tem
uma síndrome demencial.
• Há poucos estudos nacionais sobre a doença de alzheimer, por conta
da dificuldade do diagnóstico clínico que será feito por exclusão.
Fisiopatologia
• É uma doença cujo a fisiopatologia é pouco esclarecida e cuja a
patogênese ainda está sendo investigada.
• O que se sabe é que ocorre essa morte maciça e cruel regiões
cerebrais, perdendo neurônios.
o Óbvio que com o passar da idade vamos perdendo massa
neuronal, mas compensamos.
o Mas na Doença de Alzheimer a massa perdida é muito
grande, fazendo com que haja um impacto cognitivo e
afeta muito o córtex cerebral.
• Tenta-se explicar que são fatores envolvendo questões
neuroquímicas.
o Entre as questões neuroquímicas que tenta explicar a
Doença de Alzheimer, a que explica mais é um déficit de
acetilcolina por conta da resposta clínica.
• A acetilcolina é o importante neurotransmissor
responsável pelos eventos de memória, de
manutenção da memória.
• Pelo fato do paciente ter perda de memória
recente se associa a esse déficit e a essa
demência.
• Há alterações neuropatológicas.
emaranhados neurofibrilares.
• As placas amiloides que aparecem estão associadas a uma proteína
beta-amiloide.
a. Não se sabe exatamente o porquê nessas pessoas essas
proteínas são produzidas em excesso e não são
reabsorvidas.
b. Elas poluem o cérebro e formam emaranhados, ficando
Fatores Protetores
• Sexo masculino.
• Nível educacional elevado.
o Melhora a plasticidade.
• Estimulação cognitiva constante.
o Se isolar a pessoa que já tem o diagnóstico, estaremos
acelerando a doença, então o tratamento é dar
estimulação cognitiva para elas.
• Artesanatos, bastante desenhos, pinturas, jogos
entre outros.
o Os estímulos cognitivos servem para manter aquilo que
eles já tem para manter os neurônios saudáveis.
• Atividade física, social e lazer.
o Melhora a performance cognitiva com os movimentos,
coordenação, comunicação e o humor.
• Dieta saudável.
o Alimentações equilibradas.
• Níveis baixos de colesterol.
Quadro Clínico
• Geralmente após os 65 anos.
o A medida que a idade avança a chance de desenvolver a
doença é maior.
• Curso lento e progressivo, quase imperceptível.
• Perda de memória: principal achado em todo o curso da doença.
• Início dos sintomas até óbito: 5 a 20 anos.
o Depene de como o paciente é assistido e toda assistência
para o tratamento e qualidade de vida.
o Geralmente os pacientes não morrem por causa da
demência, mas sim por complicações da demência.
• Complicações: broncoaspiração, infecção
urinária, pneumonia etc.
o Na fase avançada, o paciente morre sim da demência por
questão da natureza humana.
Classificação dos estágios
• É uma doença que tem fases: inicial, intermediário, avançado e
terminal.
• Na fase inicial onde a pessoa tem a percepção dessa perda de
memória insidiosa.
• Na fase intermediária se instala algumas incontinências, o indivíduo
começa a sair de casa e não lembra mais como voltar para casa e
outras situações.
• Na fase avançada onde o déficit está mais acentuado e começa a
impactar nas atividades cotidianas como tomar banho, esquece de
comer etc.
• Na fase terminal é instalado uma total imobilidade, atrofia dos
membros e o paciente evolui para o óbito.
Estágio inicial
• O mais comum é após os 60 anos.
• O paciente tem sintomas vagos e difusos: começa a esquecer os
objetos, onde os põe.
o Estratégia que funciona bem para pacientes com Alzheimer
é manter uma rotina e periodicidade das coisas.
o Eles odeiam quando vem cuidadora, empregada doméstica
ou até a família e muda suas coisas de lugar e para eles
causa muita ansiedade na fase inicial não lembrar onde
está aquele objeto.
• Tem o comprometimento da memória episódica: dificuldade para
lembrar de acontecimentos recentes.
o Fatos recentes, datas, compromissos, nome de familiares.
• Tem pequenos esquecimentos.
o Começa a esquecer o gás ligado, de apagar o fogo, a
comida começa a queimar, entre outros exemplos.
o Começa a esquecer de forma recorrente, os colocando a
segurança em perigo.
• Dificuldade na linguagem, de lembrar as palavras e então começa a
substituir o nome dos objetos por "isso, aquilo" e apontar para o
mesmo.
o Usa estratégias para lidar com esse déficit de memória e a
família pode nem perceber que ele está tendo esse déficit
para objetos.
• Gera ansiedade, irritação e retraimento.
Estágio intermediário
• Evolução (02 a 10 anos)
o Acentuado déficit de memória
o Declínio da capacidade de decisão, concentração e
habilidade para o trabalho
o Completo déficit cognitivo
o Afasia: perda da capacidade de comunicação da fala
(linguagem)
• Há vários tipos, mas neste caso estamos falando
de dificuldade de compreensão e comunicação
(não lembra as palavras que precisa comunicar)
• Não tem dificuldade articular (disatria) e de
executar a linguagem, mas tem dificuldade de
lembrar as palavras
o Agnosia: é a incapacidade de reconhecer pessoas, nomes e
objetos (a funcionalidade)
o Apraxia: incapacidade do indivíduo executar movimento
pré aprendidos (relacionadas as atividades básicas de vida
diária)
o Inicia incontinência urinária
o Importante perda da capacidade funcional
o Pode ocorrer agitação, vagância e agressividade
Estágio avançado
• Tem uma afasia e apraxia mais acentuada
• Começa a perder as referências principalmente da família
• Convivência fica mais complexa porque tem uma mudança da
personalidade muito grande, as emoções são mais lábeis
• É um total dependência, estão na cadeira de rodas, tem a mobilidade
prejudicada
o Tem mais prejuízo motor quando comparado a fase
moderada que ele não tem necessariamente prejuízo
motor
Estágio terminal
• Evolução > 12 anos
o Total perda cognitiva
o Completo mutismo
o Enrijecimento articular
o Acamado com total imobilidade
o Disfagia
o Incontinência urinária e fecal
o Morte em decorrência de complicações orgânicas
Tratamento medicamentoso
• O tratamento para doença de alzheimer é multiprofissional
• Até o momento não se conhece um tratamento curativo para a
doença
• O que observa são medidas estabilizadoras (de humor e sono)
• Medidas controle a base de fármacos "para minimizar a frequência e a
gravidade dos distúrbios de humor e comportamentos inadequados"
• Inibidores da acetilcolinesterase: esses medicamentos diminui o
número de neurotransmissores que é a acetilcolinesterase,
favorecendo melhores níveis de acetilcolina para que haja uma
melhora no neurotransmissor
o Donepezil
o Galantamina
o Rivastigmina
• Memantina é menos utilizado
• São medicamentos caros, mas tem no SUS
• Mas esses medicamentos também trazem alguns efeitos colaterais
Caso Clínico
Recursos Online
• Associação Brasileira de Alzheimer - ABRAz
• Alzheimer's Association
• National Institute on Aging, Alzheimer's Diasease Education and
Referral Center