Grupo 03 (Aço Inox) - Trab. Usinagem - Final
Grupo 03 (Aço Inox) - Trab. Usinagem - Final
Grupo 03 (Aço Inox) - Trab. Usinagem - Final
Uberaba
Dezembro/2017
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1 INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho foi baseado no artigo escrito pelos autores DASSOLER e
CAVALER em 2012, onde os autores pesquisaram e estudaram a respeito da Análise da
qualidade do aço inoxidável AISI 304.
O aço inoxidável é uma liga de ferro e cromo, podendo conter também níquel,
molibdênio e outros elementos. Esse tipo de aço contém aproximadamente 11% de
cromo, e é justamente por isso que se torna resistente à corrosão. Essa característica
torna o aço inoxidável superior ao aço comum. As propriedades físico-químicas como a
alta resistência à oxidação atmosférica o torna especial para várias finalidades.
Dependendo da microestrutura, os aços inoxidáveis podem ser ferríticos, martensíticos
ou austeníticos (CALLISTER, 2008).
A condição final de uma superfície usinada é resultado de um processo que
envolve deformações plásticas, ruptura, recuperação elástica, geração de calor, vibração,
tensões residuais e, às vezes, reações químicas. Todos esses fatores podem ter efeitos
diferentes na nova superfície, assim, o termo integridade superficial é utilizado para
descrever a qualidade de uma superfície e, portanto, engloba um grande número de
alterações sofridas por ela (MACHADO et. al, 2011).
O acabamento de uma superfície usinada é a combinação de vários fatores que
podem ser divididos em rugosidade, ondulações e falhas (MACHADO et. al, 2011).
Ondulações podem ser definidas como sendo irregularidades superficiais ou erros
geométricos onde os espaçamentos são maiores que as irregularidades consideradas
rugosidade. Já as falhas podem ser estabelecidas como interrupções na topografia típica
de uma superfície. A rugosidade é determinada por irregularidades finas ou de erros
micro geométricos, em uma superfície, resultantes da ação inerente ao processo de
corte.
Para medição da rugosidade, é utilizado um aparelho chamado rugosímetro. A
medição pode ser realizada com ou sem contato entre um apalpador e a peça. No caso
onde a medição é efetuada com contato, o equipamento baseia-se em um apalpador de
diamante que percorre, em linha reta, uma distância previamente definida. O
deslocamento vertical do apalpador é convertido em sinal elétrico e então amplificado.
Em muitos projetos que visam obter resultados da qualidade do material de
estudo, utilizam-se do teste de dureza, a fim de saber os impactos causados nesse
parâmetro devido as condições utilizadas no processo de análise. Dentre os diversos
tipos de ensaio de dureza, está o teste de dureza Rockwell, o qual consiste em endentar
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Aços inoxidáveis austeníticos (série 200 e 300) são ligas à base de ferro,
manganês, como (16-30%) e níquel (8-35%) predominantemente austeníticos após
tratamento térmico comercial. O teor de carbono é, em geral, inferior a 0,08%. São não
magnéticos e tem excelente resistência à corrosão, mas são susceptíveis ao
aparecimento de trincas por corrosão sob tensão. Tem elevada tenacidade e boa
soldabilidade. São endurecidos por trabalho a frio. São os mais dúcteis de todos os aços
inoxidáveis e podem ser facilmente conformados. Estes aços são usados em uma larga
variedade de aplicação como em acessórios de cozinha, esportivos, equipamentos de
transporte de baixo peso, partes de fornos e componentes para severos ambientes
químicos. Incluem-se nesta família: AISI 301, 302, 304l, 308, 310, 316, 316L, 317, 321,
347 (KALPACKJIAN E SCHMID, 2010; SILVA E MEI, 2006).
Na usinagem, o processo de torneamento sofre influência de dois importantes
fatores: geometria da ferramenta de corte e os parâmetros de corte. Dentre os
parâmetros de corte, pode-se citar: profundidade de corte (ap), avanço (f) e velocidade
de corte (Vc), sendo que este último pode ser calculado pela equação 1.1 (MACHADO
et. al, 2011).
O fluido de corte é de suma importância nos processos de usinagem quando se
pensa em uma maior vida útil da ferramenta. O fluido tem como principais funções a
lubrificação a baixas velocidades de corte, refrigeração a altas velocidades de corte,
remoção dos cavacos da zona de corte e proteção da máquina-ferramenta e da peça
contra a oxidação (MACHADO et. al, 2011).
A geometria da ferramenta de corte exerce grande influência no desempenho da
usinagem. Dessa forma, as características específicas de cada ferramenta devem ser
minuciosamente estudas a fim de garantir um bom desempenho durante o processo de
usinagem. Dentre essas várias características, algumas são de valor mais relevante,
como: o material da ferramenta, uma boa combinação de tenacidade e dureza, presença
de revestimento, presença de quebra-cavacos, entre outros.
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3 METODOLOGIA
O material de trabalho empregado nesta pesquisa foi a liga de aço inoxidável
austenítico, denominada por ABNT 316UF, da linha USIFAC, produzida pela empresa
Villares Metals S.A. A sigla UF representa usinagem fácil, ou seja, o material tem uma
melhor usinabilidade quando comparado com o aço inoxidável ABNT 316 padrão. As
tabelas 1 e 2 representam a composição química do aço ABNT 316UF e as principais
propriedades mecânicas desta liga, respectivamente (NAVES, 2013).
A figura 2 ilustra a sequência e os procedimentos usados na realização desse
trabalho.
Figura 2 – Sequência dos procedimentos adotados no trabalho.
AÇO LE (MPa) LR (MPa) A4d (%) A5d RA (%) DUREZA (HB) máx./mín.
Onde:
LE = limite de escoamento; A5d = alongamento 5x o diâmetro;
LR = limite de resistência; RA = redução da área;
A4d = alongamento 4x o diâmetro; HB = dureza Brinell.
Rug.
Vc Rot. ap f re Cut-
Amostra Ferram. Teórica Fluido
m/mim] [R.P.M] [mm] [mm/rot] [mm] Off
[μm]
1 100 637 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Não
Ferramenta 01
2 125 796 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Não
3 150 955 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Não
4 100 637 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Sim
5 125 796 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Sim
6 150 955 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Sim
7 100 637 0,4 0,1 0,8 0,40 0,8 Não
Ferramenta 02
3.1 USINAGEM
O processo de usinagem foi realizado com o auxílio de um torno CNC ROMI
Centur 35D, situado na oficina mecânica da UFTM, ao qual foi inserido uma
programação específica com as condições de corte seguindo a Tabela 4. As velocidades
de corte foram escolhidas, de modo que estivessem dentro da faixa considerada ideal
para o torneamento de aço inoxidável austenítico, como indicado pela figura 12.2
(MACHADO et. al, 2011). O primeiro passo do experimento foi a realização de um
torneamento cilíndrico externo em uma barra cilíndrica de 400mm de comprimento para
deixar a peça uniforme em seu diâmetro. Logo após, foi efetuado um novo processo de
torneamento cilíndrico externo com as condições de corte conforme a Tabela 4,
resultando em 18 corpos de provas, com comprimento de 20mm cada, de diferentes
aspectos, proporcionados pelas diferentes condições de corte específicas de cada caso.
Após as medições das rugosidades superficiais, submeteu-se a peça aos mesmos
7
(1)
(2)
marcação que delimitava o espaço ocupado pelas condições da usinagem, fez com que
cada corpo de prova após segmentado tivesse 3 condições de usinagem distintas, como
pode ser observado na figura 3.
Figura 3 – Ilustração da marcação utilizadas nos corpos de prova.
4 RESULTADOS
Ao final dos procedimentos de usinagem dos corpos de prova, tornou-se possível
a elaboração de gráficos, apresentados a seguir, que demonstram os comportamentos
dos parâmetros de rugosidade e dureza em função dos parâmetros de velocidade de
corte, utilização do fluido de corte e especificação da pastilha de corte.
Dessa forma, analisando a figura 3, pode-se notar que a pastilha 2 mostrou
resultados mais próximos e até melhores em relação aos valores teóricos de rugosidade,
caracterizando-a como a melhor em desempenho. A pastilha 1 foi a que mostrou piores
resultados de rugosidade, em que o fato pode ser explicado pela presença de vibração
durante a usinagem, onde foi visivelmente percebida, pelo operador, e que pode ter sido
provocada principalmente pela má fixação proporcionada pelo contraponto. As
consequências foram refletidas em altos valores de rugosidade, aproximadamente o
dobro da teórica. A pastilha 3 proporcionou valores intermediários em relação às
pastilhas 1 e 2. A principal diferença para os valores dentre as pastilhas se deu pelo fato
de a pastilha 2 ser aconselhável, pelo fabricante, à usinagem de aços inoxidáveis, o que
não ocorre para as outras, e o fator que proporcionou diferença entre os valores das
pastilhas 1 e 3 foi a presença de vibração na pastilha 1, já citada. As especificações das
pastilhas podem ser revistas na tabela 3 já apresentada nesse trabalho.
Figura 03 – Gráfico da rugosidade em função da velocidade de corte.
Rugosidade x Vc Cte
1,00
Rugosidade média Ra [μm]
Rugosidade x Vc Cte
1,00
0,90
Rugosidade média Ra [μm]
0,80
0,70 Ferramenta 01 - Sem Fluido
Rugosidade x Vc Cte
1,00
0,90
Rugosidade média Ra [μm]
0,80
0,70 Ferramenta 01 - Sem Fluido
0,60 Ferramenta 01 - Com Fluido
0,50 Ferramenta 02 - Sem Fluido
0,40 Ferramenta 02 - Com Fluido
0,30 Ferramenta 03 - Sem Fluido
0,20 Ferramenta 03 - Com Fluido
0,10
0,00
Velocidade de Corte Cte, Vc = 150 [m/mim]
usinagem de aços inoxidáveis, dados esses fornecidos pelo fabricante. A maior variação
causada pelo uso do fluido de corte, foi através da usinagem feita pela pastilha 1, em
que o uso desse recurso melhorou consideravelmente o acabamento superficial da peça.
A utilização do fluido de corte pode acarretar em uma piora no acabamento
superficial quando o mesmo atua aumentando a resistência ao cisalhamento do material,
ocasionado pela diminuição da sua temperatura, fato que não ocorreu onde os resultados
foram melhorados com o uso do fluido ao invés de piorados, o que também pode ser
comprovado por uma simples análise do tipo do cavaco, em que não houve nenhuma
mudança na geometria ou da forma do cavaco que poderia ser acarretada pelo uso do
fluido atuando desta forma. Os tipos de cavacos formados só tiveram influência para a
característica de cada pastilha, como pode ser visto na figura 7.
Por meio dos ensaios de dureza realizados nos corpos de prova, foi possível a
obtenção dos gráficos apresentados a seguir, figuras 8 e 9, que ilustram a influência do
fluido de corte e das especificações das pastilhas de corte nos resultados.
Figura 08 – Gráfico da dureza média em função da utilização de fluido.
71,15
Dureza média [HRB]
71,00
70,70
70,55
70,40
Dureza Média
76
74
64
62
5 CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho foi possível concluir que em geral, nos grupos de
testes, a utilização do fluido de corte melhorou o acabamento superficial da peça e que
essa melhora pode ser explicada pelo fato de que o fluido consegue reduzir o desgaste
da ferramenta e o atrito entre a ferramenta e a peça ou o cavaco, contribuindo assim,
para uma melhoria do acabamento. De modo que, a sua utilização se limitasse apenas
para a proteção da aresta de corte e não na refrigeração excessiva, fazendo com que
ocorra aumento da resistência ao cisalhamento do material.
A ferramenta que obteve o melhor desempenho foi a ferramenta 2, que
proporcionou melhores resultados de rugosidade, sendo até melhores que o teórico,
onde essa ferramenta apresenta revestimento do tipo CVD Ti(C,N)+Al2O3+TiN, além
de ser aconselhável para a usinagem de aços inoxidáveis, o que não ocorre para as
outras ferramentas, que apesar de possuírem o mesmo revestimento, não são
aconselháveis para a usinagem de aços inoxidáveis, mesmo sendo de metal duro. A
ferramenta 1 foi a que mostrou os piores resultados, devido, principalmente, à alta
vibração na entrada da peça. A ferramenta 3 mostrou resultados intermediários, em
relação às ferramentas 1 e 2. Quanto ao ensaio de dureza, conclui-se, cuidadosamente,
que, utilizando especificamente esses parâmetros de corte e condições de usinagem,
obteve-se uma dureza média maior com a utilização do fluido de corte. O que ocorreu
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[1] MACHADO A.R., COELHO R.C, ABRÃO AM et al. Teoria da Usinagem dos
Materiais. 2. Ed. [S.l.]: Blucher, 2011. 397 p.
[8] SILVA, A. L. C.; MEI, P. R., Aços e ligas especiais, Eletrometal S.A. Metais
Especiais, ed. 2, p. 527, Sumaré, SP, 1988.