2-Modulo I - TSJ - Seminario 1º Ao 7º - Casa e Leituras 2020

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Seminário I

DIREITO TRIBUTÁRIO E O CONCEITO DE “TRIBUTO”


Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo I e
itens 1 (acepções do vocábulo “tributo”) e 2 (a definição do art. 3º do CTN) do Capítulo II1.
• CARVALHO. Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018,
Item 2.2.2. (conceito de tributo) do Capítulo 2 da segunda parte.

Leitura complementar
• CARVALHO. Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 10ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2015, Itens 1 (texto e contexto) a 6 (normas primárias e secundárias) do Capítulo I.
• SOUZA, Priscila de. “Intertextualidade na linguagem jurídica: conceito e aplicação”. In CARVALHO,
P. B (Coord). Constructivismo Lógico-Semântico. Vol. I. São Paulo: Noeses, 2014.
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito (o constructivismo lógico-semântico).
São Paulo: Noeses, 2016, Capítulos III e VIII do livro, de Aurora Tomazini de Carvalho.
• FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo: Quartier Latin,
Capítulo IV.
• CARVALHO. Paulo de Barros. “Breves considerações sobre a função descritiva do direito tributário”. In
CARVALHO, P. B; LINS, R. M. (Coord.). Ensaios sobre jurisdição federal. São Paulo: Noeses, 2014.

Questões
1. Que é Direito? Há diferença entre direito positivo e Ciência do Direito? Explique.
2. Que é tributo (vide anexo I)? Com base na sua definição de tributo, quais dessas hipóteses são
consideradas tributos? Fundamente sua resposta: (i) valor cobrado pela União a título de
ressarcimento de despesas com selos de controle de IPI fabricado pela Casa da Moeda (anexo II);
(ii) contribuição sindical (considerar as alterações da lei 13.467/17) (anexo III); (iii) tributo
instituído por meio de decreto (inconstitucional – vide anexo IV); (iv) o tributo inserido na base de
cálculo de outro tributo.
3. Que é norma jurídica? E norma jurídica completa? Há que se falar em norma jurídica sem sanção?
Justifique.
4. Há diferença entre documento normativo, enunciado prescritivo, proposição e norma jurídica?
Explique estabelecendo a diferença entre o conceito de norma em sentido amplo e norma em
sentido estrito.
5. Com base em sua resposta dada na questão 2, responda:
a) O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito é
uma utilização do tributo como “sanção de ato ilícito”?
b) E a progressividade do IPTU e do ITR em razão da função social da propriedade? Responda
fundamentadamente e considere para sua resposta as seguintes afirmações do autor Fernando Favacho:
1
Os textos indicados em vermelho não são disponibilizados.
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
“a definição conotativa do art. 3º do CTN conflita com a definição denotativa do art. 182 da CF. Em
suma, a Constituição traz um tributo (IPTU sancionatório progressivo) que, para o CTN, não é tributo” 2 e
“o IPTU sancionatório progressivo é tributo, a par do mandamento do CTN”3.
6. Que é direito tributário? Sob as luzes da matéria estudada, efetuar crítica à seguinte sentença:
“Direito tributário é o ramo do Direito público positivo que estuda as relações jurídicas entre o
Fisco e os contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”, e
propor definição para “direito tributário”.
7. Dada a seguinte lei (exemplo fictício):
Estado de Minas Gerais, Lei Estadual nº 2.017, de 10/10/2017
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais Decretou e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º Esta Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização de Atividades de Pesquisa, Lavra,
Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos, que tem como fato gerador o exercício do poder de
polícia do Estado sobre estas atividades.
Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é a receita bruta obtida com a comercialização de mercadorias
ou de serviços que utilizem recursos hídricos.
Art. 3o. A alíquota é de 3%.
Art. 4º Contribuinte é Pessoa, física ou jurídica, que utilize recursos hídricos com a finalidade de
exploração ou aproveitamento econômico.
Art. 5º A taxa será apurada mensalmente e recolhida, mediante preenchimento da guia de
recolhimento, até o último dia útil do mês seguinte ao da exploração ou do aproveitamento do
recurso hídrico, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
Art. 6º Na ausência de apuração e recolhimento da taxa pelo contribuinte,a autoridade fiscal
competente deverá lavrar “Auto de Infração e Imposição de Multa”, aplicando multa de 50% sobre
o valor da taxa devida.
Art. 7º É isenta do pagamento da taxa a utilização de recurso hídrico na captação e consumo
destinados à atividade agropecuária
(...)
Pergunta-se:
a) Quantas normas há nessa lei? Identifique-as.
b) Qual dessas normas institui tributo?
c) Qual dessas normas é estudada pela Ciência do Direito Tributário? Justificar.
d) O texto legal, acima transcrito, é Ciência do Direito? Justificar.

Sugestão para pesquisa suplementar


• Capítulos I, II, V e item 6 do Capítulo VII do livro Curso de teoria geral do direito (o constructivismo
lógico-semântico), de Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: Noeses.
• Capítulo I (definição de tributo), art. 3º e art. 4º do livro Comentários ao Código Tributário Nacional, de Rubens
Gomes de Sousa, Geraldo Ataliba e Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Quartier Latin.
• Capítulo II do livro Lançamento tributário, de Eurico M. Diniz de Santi. São Paulo: Max

2
. FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo, 2010. p. 33.
3
. Idem. Loc. cit.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Limonad.
• Capítulo I do livro A prova no direito tributário, de Fabiana Del Padre Tomé, São Paulo: Noeses.
• Capítulo I, itens I.2 a I.4 do livro Presunções no direito tributário, de Maria Rita Ferragut. São Paulo:
Quartier Latin.
• Capítulo II item 2.4 do livro Contribuições: regime jurídico, destinação e controle, de Paulo Ayres Barreto.
São Paulo: Noeses.
• Capítulo I do livro Estruturas lógicas e o sistema do direito positivo, de Lourival Vilanova. São Paulo:
Noeses.
• Hipótese de incidência tributária, primeira parte: “Noções introdutórias”, e terceira parte: “Classificação
jurídica dos tributos”, de Geraldo Ataliba. São Paulo: Malheiros.
• Itens: 3. (Sistema dos fundamentos óbvios), 10. (O maior equívoco), 11. (Diagnóstico da demência e a
terapêutica), 12. (A doutrina do direito tributário a des raisons que la raison ne conntaît pas), 16. (Ciência
do Direito), 17. (Lei científica e lei jurídica – Ser e dever ser – Causação e normatividade), 18. (Crítica aos
críticos da teoria normativa do direito – Kelsen) e 19. (Direito é instrumento), do livro Teoria geral do
direito tributário, de Alfredo Augusto Becker. São Paulo: Noeses.

Anexo I
ADI n. 447 (Delimitação do conceito de tributo
adotado pelo STF)
DJ 05/03/1993
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário brasileiro,
que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos, encontra definição no
art. 3º do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no constituir ele uma obrigação que a
lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são
voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da vontade das partes, assim, do contrato; as legais
resultam da lei, por isso são denominadas obrigações ex lege podem ser encontradas tanto no direito
público quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do
direito público, ‘nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado pela lei
como apto a determinar o seu nascimento.’ (Geraldo Ataliba, ‘Hermenêutica e Sistema Constitucional
Tributário’, in ‘Diritto e pratica tributaria’, volume L, Padova, Cedam, 1979). As diversas espécies
tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação
(CTN, art. 4º), são a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145,
II), c) as contribuições, que são c.l) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que, por
sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195, CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário educação
(CF, art. 212, § 5º) e c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e
c.3.2) de interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie
tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).” ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, voto
do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, Plenário, DJ de 5-3-1993.

Anexo II
REsp 1.448.096

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DJe 14/10/2015
TRIBUTÁRIO. SISTEMA DE CONTROLE DE PRODUÇÃO DE BEBIDAS - SICOBE. ART.
58-T DA LEI 10.833/03 (REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.827/08).
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR OS CUSTOS SUPORTADOS PELA
CASA DA MOEDA COM A FISCALIZAÇÃO DA ATIVIDADE. ART. 28 DA LEI 11.488/07.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. TRIBUTO. TAXA PELO EXERCÍCIO DO PODER DE
POLÍCIA. FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA E BASE DE CÁLCULO DO RESSARCIMENTO POR ATO DA
RECEITA FEDERAL. ATO DECLARATÓRIO DO EXECUTIVO RFB 61/08. VIOLAÇÃO AO ART.
97, INCISO IV DO CTN, RESERVA LEGAL. PROPORCIONALIDADE À CAPACIDADE
PRODUTIVA IMPOSTA PELA LEI. NÃO OBSERVÂNCIA PELO ATO INFRALEGAL. FIXAÇÃO
DE VALOR ÚNICO. AFRONTA AO ART. 28, § 4o. DA LEI 11.488/07. PREJUDICADA A
MULTA PELO INADIMPLEMENTO DO RESSARCIMENTO. RECURSO ESPECIAL
CONHECIDO E PROVIDO.
1. O art. 58-T da Lei 10.833/03 (redação dada pela Lei 11.827/08) criou para as pessoas jurídicas que
importam ou industrializam refrigerante, cerveja, água e refresco a obrigação de instalar equipamentos
contadores de produção a fim de viabilizar a fiscalização da cobrança de PIS/COFINS e IPI. Ao
regulamentar o dispositivo, a Instrução Normativa RFB 869/08 estabeleceu que o monitoramento da
contagem seria feito por meio do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE).
2. O dever de adotar o SICOBE qualifica-se como obrigação acessória, de que cuida o art. 113, §
2o. do CTN.
3. O art. 28, §§ 2o. e 3o. da Lei 11.488/07 impôs ao estabelecimento industrial o dever de
ressarcir (entregar dinheiro) a Casa da Moeda do Brasil por possibilitar o funcionamento do SICOBE.
4. Avulta a necessidade de distinguir a natureza das duas obrigações tributárias distintas, circunscritas
ao SICOBE: (i) o dever de implementá-lo, de natureza acessória; e (ii) o dever de ressarcir à Casa da
Moeda do Brasil os custos ou despesas da fiscalização da atividade, de natureza principal. Precedente:
REsp. 1.069.924/PR, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe 26.2.2009.
5. A diferença fundamental entre obrigação tributária principal e obrigação tributária acessória é
a natureza da prestação devida ao Estado. Consoante ensina a Professora REGINA HELENA COSTA,
Ministra do STJ, enquanto a primeira consubstancia entrega de dinheiro, a segunda tem natureza
prestacional (fazer, não fazer, tolerar). Isto não significa, todavia, que das obrigações acessórias não
resultem dispêndios aos contribuintes, muito pelo contrário.
6. Parte da doutrina e da jurisprudência defende que o fato de as obrigações acessórias implicarem
gastos aos contribuintes possibilita ao Estado criá-las, responsabilizá-los por seu implemento e, desde
logo, cobrar por estes inevitáveis gastos, sem desnaturá-las. Olvida-se, entretanto, que a partir do
momento em que nasce o dever de pagar quantia ao Estado, de forma compulsória, tem vida a obrigação
tributária principal.
7. Os arts. 58-T da Lei 10.833/03 c/c 28 da Lei 11.488/07 impuseram obrigação pecuniária
compulsória, em moeda, fruto de ato lícito. Assim, a despeito de ter sido intitulada de ressarcimento, a
cobrança se enquadra no conceito legal de tributo, nos termos do art. 3o. do CTN.
8. Os valores exigidos, à guisa de ressarcimento, originam-se do exercício de poderes
fiscalizatórios por parte da Fazenda Nacional, para evitar que as empresas produtoras de bebidas incidam
em evasão fiscal. Tais atos fiscalizatórios são ínsitos ao poder de polícia de que está investida a União
Federal, cuja remuneração pode ser perpetrada por meio da chamada taxa de polícia. Até aqui, mal
algum há na conduta do Estado, pois lhe é amplamente permitido criar novas taxas através de lei.
9. O vício surge na forma como se estabeleceu o valor da taxa, por meio do Ato Declaratório do
Executivo RFB 61/08. É que o art. 97, inciso IV do CTN estatui que somente a lei pode estabelecer a
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
fixação de alíquota e da base de cálculo dos tributos e o art. 28, § 4o. da Lei 11.488/07 não previu o
quantum deveria ser repassado à Casa da Moeda do Brasil, apenas atribuiu à Secretaria da Receita Federal
do Brasil a competência para fazê-lo.
10. Ademais, o Ato Declaratório do Executivo RFB 61/08, quando definiu o valor cobrado a
título de ressarcimento em número fixo por unidade de produto, não respeitou o contido no próprio
dispositivo que lhe outorgou esta competência. O art. 28, § 4o. da Lei 11.488/07 estabeleceu a
premissa segundo a qual os valores do ressarcimento deveriam ser proporcionais à capacidade
produtiva do estabelecimento industrial, mas a Secretaria da Receita Federal do Brasil não se
preocupou com este importante aspecto, cobrando igual montante de todos os produtores,
indistintamente.
11. Desta forma, há violação ao art. 97, IV do CTN e ao 28, § 4º da Lei 11.488/07, de modo a
contaminar todo substrato vinculada ao ressarcimento, sobretudo a penalidade por seu
inadimplemento.
12. Neste contexto, os questionamentos em torno da multa pelo não pagamento do ressarcimento
restaram prejudicados com o entendimento que ora se firma da impossibilidade de cobrança do próprio
ressarcimento, cuja alíquota e base de cálculo foram previstas em afronta ao art. 97, IV do CTN e 28,
§ 4o. da Lei 11.488/07.
Insubsistente a obrigação de ressarcir, fixada no Ato Declaratório do Executivo RFB 61/08,
também o é a multa decorrente de seu fictício inadimplemento. Por conseguinte, prejudicado está o
conhecimento do dissídio jurisprudencial quanto à possibilidade de ato infralegal ampliar o conteúdo
de punição tributária.
13. Recurso Especial conhecido e provido.
(REsp 1448096/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 01/10/2015, DJe 14/10/2015)

Anexo III
ADI 5794
DJe 23/04/2019

EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. REFORMA TRABALHISTA.


FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. CONSTITUCIONALIDADE.
INEXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. DESNECESSIDADE DE LEI ESPECÍFICA.
INEXISTÊNCIA DE OFENSA À ISONOMIA TRIBUTÁRIA (ART. 150, II, DA CRFB).
COMPULSORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NÃO PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO
(ARTIGOS 8 º, IV, E 149 DA CRFB). NÃO VIOLAÇÃO À AUTONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES
SINDICAIS (ART. 8 º, I, DA CRFB). INOCORRÊNCIA DE RETROCESSO SOCIAL OU
ATENTADO AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES (ARTIGOS 1 º, III E IV, 5 º, XXXV, LV
E LXXIV, 6 º E 7 º DA CRFB). CORREÇÃO DA PROLIFERAÇÃO EXCESSIVA DE
SINDICATOS NO BRASIL. REFORMA QUE VISA AO FORTALECIMENTO DA ATUAÇÃO
SINDICAL. PROTEÇÃO ÀS LIBERDADES DE ASSOCIAÇÃO, SINDICALIZAÇÃO E DE
EXPRESSÃO (ARTIGOS 5 º, INCISOS IV E XVII, E 8 º, CAPUT, DA CRFB). GARANTIA DA
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (ART. 5 º, IV, DA CRFB). AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE JULGADAS IMPROCEDENTES. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
1. À lei ordinária compete dispor sobre fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes quanto à
espécie tributária das contribuições, não sendo exigível a edição de lei complementar para a temática,
ex vi do art. 146, III, alínea ‘a’, da Constituição.
2. A extinção de contribuição pode ser realizada por lei ordinária, em paralelismo à regra
segundo a qual não é obrigatória a aprovação de lei complementar para a criação de contribuições,
sendo certo que a Carta Magna apenas exige o veículo legislativo da lei complementar no caso das
contribuições previdenciárias residuais, nos termos do art. 195, § 4º, da Constituição. Precedente (ADI
4697, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 06/10/2016).
3. A instituição da facultatividade do pagamento de contribuições sindicais não demanda lei
específica, porquanto o art. 150, § 6º, da Constituição trata apenas de “subsídio ou isenção, redução de
base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão”, bem como porque a exigência
de lei específica tem por finalidade evitar as chamadas “caudas legais” ou “contrabandos legislativos”,
consistentes na inserção de benefícios fiscais em diplomas sobre matérias completamente distintas,
como forma de chantagem e diminuição da transparência no debate público, o que não ocorreu na
tramitação da reforma trabalhista de que trata a Lei nº 13.467/2017. Precedentes (ADI 4033,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2010; RE 550652 AgR,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 17/12/2013).
4. A Lei nº 13.467/2017 emprega critério homogêneo e igualitário ao exigir prévia e expressa
anuência de todo e qualquer trabalhador para o desconto da contribuição sindical, ao mesmo tempo em
que suprime a natureza tributária da contribuição, seja em relação aos sindicalizados, seja quanto aos
demais, motivos pelos quais não há qualquer violação ao princípio da isonomia tributária (art. 150, II,
da Constituição), até porque não há que se invocar uma limitação ao poder de tributar para prejudicar
o contribuinte, expandindo o alcance do tributo, como suporte à pretensão de que os empregados não-
sindicalizados sejam obrigados a pagar a contribuição sindical.
5. A Carta Magna não contém qualquer comando impondo a compulsoriedade da contribuição
sindical, na medida em que o art. 8º, IV, da Constituição remete à lei a tarefa de dispor sobre a referida
contribuição e o art. 149 da Lei Maior, por sua vez, limita-se a conferir à União o poder de criar
contribuições sociais, o que, evidentemente, inclui a prerrogativa de extinguir ou modificar a natureza
de contribuições existentes.
6. A supressão do caráter compulsório das contribuições sindicais não vulnera o princípio
constitucional da autonomia da organização sindical, previsto no art. 8º, I, da Carta Magna, nem
configura retrocesso social e violação aos direitos básicos de proteção ao trabalhador insculpidos nos
artigos 1º, III e IV, 5º, XXXV, LV e LXXIV, 6º e 7º da Constituição.
7. A legislação em apreço tem por objetivo combater o problema da proliferação excessiva de
organizações sindicais no Brasil, tendo sido apontado na exposição de motivos do substitutivo ao
Projeto de Lei nº 6.787/2016, que deu origem à lei ora impugnada, que o país possuía, até março de
2017, 11.326 sindicatos de trabalhadores e 5.186 sindicatos de empregadores, segundo dados obtidos
no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do Ministério do Trabalho, sendo que, somente no ano
de 2016, a arrecadação da contribuição sindical alcançou a cifra de R$ 3,96 bilhões de reais.
8. O legislador democrático constatou que a contribuição compulsória gerava uma oferta
excessiva e artificial de organizações sindicais, configurando uma perda social em detrimento dos
trabalhadores, porquanto não apenas uma parcela dos vencimentos dos empregados era transferida
para entidades sobre as quais eles possuíam pouca ou nenhuma ingerência, como também o número
estratosférico de sindicatos não se traduzia em um correspondente aumento do bem-estar da categoria.
9. A garantia de uma fonte de custeio, independentemente de resultados, cria incentivos perversos
para uma atuação dos sindicatos fraca e descompromissada com os anseios dos empregados, de modo

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
que a Lei nº 13.467/2017 tem por escopo o fortalecimento e a eficiência das entidades sindicais, que
passam a ser orientadas pela necessidade de perseguir os reais interesses dos trabalhadores, a fim de
atraírem cada vez mais filiados.
10. Esta Corte já reconheceu que normas afastando o pagamento obrigatório da contribuição
sindical não configuram indevida interferência na autonomia dos sindicatos: ADI 2522, Relator(a):
Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006.
11. A Constituição consagra como direitos fundamentais as liberdades de associação,
sindicalização e de expressão, consoante o disposto nos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput,
tendo o legislador democrático decidido que a contribuição sindical, criada no período autoritário do
estado novo, tornava nula a liberdade de associar-se a sindicatos.
12. O engajamento notório de entidades sindicais em atividades políticas, lançando e apoiando
candidatos, conclamando protestos e mantendo estreitos laços com partidos políticos, faz com que a
exigência de financiamento por indivíduos a atividades políticas com as quais não concordam, por
meio de contribuições compulsórias a sindicatos, configure violação à garantia fundamental da
liberdade de expressão, protegida pelo art. 5º, IV, da Constituição. Direito Comparado: Suprema Corte
dos Estados Unidos, casos Janus v. American Federation of State, County, and Municipal Employees,
Council 31 (2018) e Abood v. Detroit Board of Education (1977).
13. A Lei nº 13.467/2017 não compromete a prestação de assistência judiciária gratuita perante a
Justiça Trabalhista, realizada pelos sindicatos inclusive quanto a trabalhadores não associados, visto
que os sindicatos ainda dispõem de múltiplas formas de custeio, incluindo a contribuição
confederativa (art. 8º, IV, primeira parte, da Constituição), a contribuição assistencial (art. 513, alínea
‘e’, da CLT) e outras contribuições instituídas em assembleia da categoria ou constantes de
negociação coletiva, bem assim porque a Lei n.º 13.467/2017 ampliou as formas de financiamento da
assistência jurídica prestada pelos sindicatos, passando a prever o direito dos advogados sindicais à
percepção de honorários sucumbenciais (nova redação do art. 791-A, caput e § 1º, da CLT), e a
própria Lei n.º 5.584/70, em seu art. 17, já dispunha que, ante a inexistência de sindicato, cumpre à
Defensoria Pública a prestação de assistência judiciária no âmbito trabalhista.
14. A autocontenção judicial requer o respeito à escolha democrática do legislador, à míngua de
razões teóricas ou elementos empíricos que tornem inadmissível a sua opção, plasmada na reforma
trabalhista sancionada pelo Presidente da República, em homenagem à presunção de
constitucionalidade das leis e à luz dos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, da Constituição, os
quais garantem as liberdades de expressão, de associação e de sindicalização.
15. Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas improcedentes e Ação Declaratória de
Constitucionalidade julgada procedente para assentar a compatibilidade da Lei n.º 13.467/2017 com a
Carta Magna.

Anexo IV
AgRg no RESP n. 429.413/RJ
DJ 13/10/2003
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO. PIS. COFINS.
PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. CONTAGEM A PARTIR DO TRÂNSITO EM
JULGADO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROVIMENTO NEGADO.
A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora de um tributo altera a natureza jurídica
dessa prestação pecuniária, que, retirada do âmbito tributário, passa a ser de indébito para com o

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Poder Público, e não de indébito tributário. Com efeito, a lei declarada inconstitucional desaparece do
mundo jurídico, como se nunca tivesse existido.
Afastada a contagem do prazo prescricional/ decadencial para repetição do indébito tributário
previsto no Código Tributário Nacional, tendo em vista que a prestação pecuniária exigida por lei
inconstitucional não é tributo, mas um indébito genérico contra a Fazenda Pública, aplica-se a regra
geral de prescrição de indébito contra a Fazenda Pública, prevista no artigo 1º do Decreto 20.910/32.
A declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal não elide a presunção de
constitucionalidade das normas, razão pela qual não estava o contribuinte obrigado a suscitar a sua
inconstitucionalidade sem o pronunciamento da Excelsa Corte, cabendo-lhe, pelo contrário, o dever de
cumprir a determinação nela contida.
A tese que fixa como termo a quo para a repetição do indébito o reconhecimento da
inconstitucionalidade da lei que instituiu o tributo deverá prevalecer, pois, não é justo ou razoável
permitir que o contribuinte, até então desconhecedor da inconstitucionalidade da exação recolhida, seja
lesado pelo Fisco.
Ainda que não previsto expressamente em lei que o prazo prescricional/decadencial para a
restituição de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal é contado após
cinco anos do trânsito em julgado daquela decisão, a interpretação sistemática do ordenamento
jurídico pátrio leva a essa conclusão.
Cabível a restituição do indébito contra a Fazenda, sendo o prazo de decadência/prescrição de
cinco anos para pleitear a devolução, contado do trânsito em julgado da decisão do Supremo Tribunal
Federal que declarou inconstitucional o suposto tributo.
Agravo regimental a que se nega provimento.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Seminário II
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018,
Itens 2.2.3 (Classificação das espécies tributárias) a 2.2.5 (Aplicabilidade da classificação das espécies
tributárias: a contribuição ao FUST); item 2.6 (Teoria das classes) da primeira parte e item 3.4 (Regra-
matriz das taxas) da segunda parte do livro.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo II.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. I. 2 Ed. São Paulo:
Noeses, 2014, Tema X(Concessão de serviço público e tarifa municipal de esgoto).

Leitura complementar
• BARRETO, Paulo Ayres. Contribuições: regime jurídico, destinação e controle. 2. ed. São Paulo: Noeses,
2011. Capítulo II itens 2.6 a 2.8.
• CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 17. ed. São Paulo: Malheiros,
2007. Capítulo VIII do Título II, item 3.1.2.
• CAVALCANTI, Denise Lucena. As distorções da contribuição de melhoria no Brasil. In: GRUPENMACHER,
Betina Treiger (Coord.); OLIVEIRA, A. B. de; SEPULCRI, N. T.; BARRENI, Smith (Org.). Tributação:
democracia e liberdade em homenagem à Ministra Denise Martins Arruda. São Paulo: Noeses, 2014, p. 105-134.
• CURY, Fabio Lemos. Apontamentos sobre as taxas judiciárias: análise crítica à luz da Constituição
Federal. 2017. 186 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
São Paulo, 2017. Capítulo 5, itens 5.1 a 5.4.1.
• MARQUES, Márcio Severo. Classificação constitucional dos tributos. São Paulo: Max Limonad, 2000.
Capítulos 10, 11 e 12.
• PEREIRA FILHO, Luiz Alberto. As taxas no sistema tributário brasileiro. Curitiba: Juruá, 2002.
Capítulos IV e V.

Questões
1. Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos, evidenciando os
critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante
para a classificação jurídica dos tributos e consequente definição das espécies tributárias?
Considerar, na análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo
I). A legislação tributária pode proibir a compensação de tributos entre diferentes espécies sob a
justificativa de que a destinação das receitas são diferentes? (Vide REsp 1.449.713)
2. Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo II). Há
necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de poder de polícia?
(Vide anexos III, IV e V).
3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447). Os serviços
públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI
e VII). E os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela
iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII).
4. Há necessidade do valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do serviço prestado? Caso essa
referibilidade não seja verificada, é possível a restituição? No caso de excessiva dificuldade de
mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua
resposta o exemplo das taxas judiciais – vide anexos IX, X e XI)
5. Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à cobrança da
contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida antes do início da obra ou
pode ser posterior à sua conclusão e à valorização imobiliária? Se for apresentado laudo
comprovando a perspectiva de gastos, poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da
valorização imobiliária? (Vide anexos XII e XIII).
6. Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate a Erradicação
da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 79, introduzido
pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie? Pode o “adicional” de imposto ter destinação
específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? (Vide anexos XV e XVI e
XVII)

Leitura suplementar
• Terceira parte – Classificação jurídica dos tributos do livro Hipótese de incidência tributária, de Geraldo
Ataliba. São Paulo: Malheiros.
• Artigo: “Classificação dos tributos – uma visão analítica”, de Tárek Moysés Moussallem, in
Tributação e Processo, IV Congresso Nacional de Estudos Tributários.
• “Classificação dos tributos”, de Estevão Horvath. In Barreto, Aires F. e Bottallo, Eduardo
Domingos (Org.). Curso de iniciação em direito tributário. São Paulo: Dialética, 2004 (I – Parte
Geral).
• Item 2 do artigo “Conceito de tributo e sua divisão em espécies”, de André Mendes Moreira e Sophia
Goreti Rocha Machado in Tributação, democracia e liberdade, Betina Treiger Grupenmacher (Coord.).
São Paulo: Noeses.
• Itens 1,2 e 3 do Capítulo II do livro Curso de direito tributário, de Eduardo Marcial Ferreira Jardim. São
Paulo: Noeses.
• Item 4 da Parte II do livro Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional, de
Regina Helena Costa. São Paulo: Saraiva.
• Artigo: “O tributo e as classificações no sistema tributário brasileiro”, de Eurico Marcos Diniz de Santi.
• Capítulo 8, item 8.1.2 do livro Competência tributária – fundamentos para uma teoria da nulidade, de
Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “O artigo 149-A da Constituição federal introduzido pela EC 39/2002 e a contribuição para o
custeio do serviço de iluminação pública”, de Aurora Tomazini de Carvalho.
• Artigo: “Critério finalístico e o controle de constitucionalidade das contribuições”, de Luís Cesar Souza
de Queiroz.
• Capítulo V do livro Contribuições para a seguridade social à luz da Constituição Federal, de Fabiana Del Padre
Tomé. Curitiba: Juruá.
• Cap. III e IV do livro Contribuição de intervenção no domínio econômico, de Tácio Lacerda Gama. São
Paulo: Quartier Latin.
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
• Artigo: “Taxas e contribuições interventivas – Contrapartidas tributárias pela atuação do Estado no
Domínio”, de Tácio Lacerda Gama.
• Artigo: “Taxa de turismo – Hipótese de incidência – Sujeição passiva – Base de cálculo – Pressupostos
constitucionais inerentes às taxas”, de Carlos César S. Cintra.
• Artigo: “Taxa, tarifa e preço público no direito público brasileiro”, de Renato Lopes Becho.

Anexo I
RE n. 570.513
DJ 27/02/2009
DESTINAÇÃO DE RECURSOS. FUNDO ESTADUAL DE REAPARELHAMENTO E
MODERNIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO – FUNDESP. COBRANÇA. SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS. LEI ESTADUAL N. 12.986/96. VIOLAÇÃO DO ART. 167, INCISO IV, DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Preceito de lei estadual que destina 5%
[cinco por cento] dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e não oficializadas ao
Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o
disposto no art. 167, IV, da Constituição do Brasil Precedentes. 2. A norma constitucional veda a
vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, preceito análogo pertinente às
taxas. Agravo regimental a que se nega provimento. RE 570513, DJ 27/02/2009.

Anexo II
RE n. 554.951
DJ 19/11/2013
Taxa de Licença para Localização, Funcionamento e Instalação. Base de cálculo. Número de
empregados. Dado insuficiente para aferir o efetivo poder de polícia. Art. 6º da Lei 9.670/1983.
Inconstitucionalidade. Jurisprudência pacífica da Corte. A taxa é um tributo contraprestacional
(vinculado) usado na remuneração de uma atividade específica, seja serviço ou exercício do poder de
polícia e, por isso, não se atém a signos presuntivos de riqueza. As taxas comprometem-se tão somente
com o custo do serviço específico e divisível que as motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida. A
base de cálculo proposta no art. 6º da Lei 9.670/1983 atinente à taxa de polícia se desvincula do maior ou
menor trabalho ou atividade que o poder público se vê obrigado a desempenhar em decorrência da força
econômica do contribuinte. O que se leva em conta, pois, não é a efetiva atividade do poder público, mas,
simplesmente, um dado objetivo, meramente estimativo ou presuntivo de um ônus à administração
pública. No tocante à base de cálculo questionada nos autos, é de se notar que, no RE 88.327/SP, rel. min.
Décio Miranda (DJ de 28-9-1979), o Tribunal Pleno já havia assentado a ilegitimidade de taxas cobradas
em razão do número de empregados. Essa jurisprudência vem sendo mantida de forma mansa e pacífica.”
(RE 554.951, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 15-10-2013, Primeira Turma, DJE de 19-11-2013).

Anexo III
Súmulas
STF, Súmula Vinculante n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
STF, Súmula Vinculante n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos
de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o
art. 145, II, da CF.
STF, Súmula n. 670: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Anexo IV
AgRg no REsp n. 1.078.480/MG
DJe 17/11/2008
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TAXA DE
FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS. ALEGAÇÃO DE OFENSA À NORMA LOCAL. SÚMULA
280/STF. CDA. VALIDADE. VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS. SÚMULA 7/STJ. EXERCÍCIO
DO PODER DE POLÍCIA PELO MUNICÍPIO. NOTORIEDADE. COMPROVAÇÃO DA
ATIVIDADE FISCALIZADORA. DESNECESSIDADE. CTN, ARTS. 77 E 78. REPRODUÇÃO DE
PRECEITO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STF.
I – O exame da alegação de ilegalidade da taxa de fiscalização de anúncios, instituída pelo
Município de Belo Horizonte, esbarra na vedação da Súmula 280/STF.
II – Tendo o Tribunal a quo entendido que a certidão de dívida ativa contém todos os requisitos que a
lei exige, conclusão diversa exigiria o reexame de substrato fático contido nos autos, o que é inviável em sede
de recurso especial, a teor do disposto na Súmula n. 07 desta Corte. Precedentes: REsp n. 1.017.136/RS, Rel.
Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 24.04.2008; REsp n. 475.904/PR, Rel. Min. JOSÉ
DELGADO PRIMEIRA TURMA, DJ de 12/05/2003; AGREsp n. 438.757/MG, Rel. Min. FRANCISCO
FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 02/12/2002.
III – A cobrança da taxa de fiscalização de anúncios dispensa a comprovação da atividade
fiscalizadora, face à notoriedade do exercício do poder de polícia pela Municipalidade. Precedentes:
AgRg no Ag n. 880.772/DF, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, DJ de
20.09.2007; AgRg no REsp n. 721.114/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ de
03.04.2006; REsp n. 786.851/MG, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, DJ
de 03.04.2006.
IV – A alegação de ofensa aos artigos 77 e 78 do CTN revela questão de índole constitucional, cujo
exame é reservado ao STF.
Precedentes: AgRg no REsp n. 501.303/PR, Rel. Min. DENISE ARRUDA, PRIMEIRA
TURMA, DJ de 14/11/2005; AgRg no n. Ag 632.439/PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
SEGUNDA TURMA, DJ de 20.06.2005; AgRg no Ag n. 586.137/PR, Rel. Min. LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, DJ de 28/03/2005; AgRg no Ag n. 562.020/PR, Rel. Min. CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, DJ de 31/05/2004.
V – Agravo regimental improvido.

Anexo V
RE n. 588.322/RO
DJe 03/09/2010
(...) 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas
de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
público. 5. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de
localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão
administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de
localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício
do poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes.(...)

Anexo VI
Súmula n. 545 do STF
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que
as instituiu.

Anexo VII
RESP n. 167.489/SP
DJ 24/08/1998

EMENTA: TRIBUTÁRIO. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. TAXA. NATUREZA


TRIBUTÁRIA.
1. O serviço de fornecimento de água e esgoto é cobrado do usuário pela entidade fornecedora
como sendo taxa, quando tem compulsoriedade.
2. Trata-se, no caso em exame, de serviço público concedido, de natureza compulsória, visando
atender necessidades coletivas ou públicas.
3. Não tem amparo jurídico a tese de que a diferença entre taxa e preço público decorre da
natureza da relação estabelecida entre o consumidor ou usuário e a entidade prestadora ou
fornecedora do bem ou do serviço, pelo que, se a entidade que presta o serviço é de direito público, o
valor cobrado caracterizar-se-ia como taxa, por ser a relação entre ambos de direito público; ao contrário,
sendo o prestador do serviço público pessoa jurídica de direito privado, o valor cobrado é preço
público/tarifa.
4. Prevalência no ordenamento jurídico das conclusões do X Simpósio Nacional de Direito Tributário,
no sentido de que “a natureza jurídica da remuneração decorre da essência da atividade realizadora, não
sendo afetada pela existência da concessão. O concessionário recebe remuneração da mesma natureza
daquela que o Poder Concedente receberia, se prestasse diretamente o serviço.” (RF, julho a setembro,
1987, ano 1987, v. 299, p. 40).
5. O art. 11, da Lei n. 2.312, de 3.9.94 (Código Nacional de Saúde) determina: “É obrigatória a
ligação de toda construção considerada habitável à rede de canalização de esgoto, cujo afluente terá
destino fixado pela autoridade competente”.
6. “No Município de Santo André/SP, as Leis Municipais n.s 1.174/29.11.56 e 2.742/21.03.66
obrigam que todos os prédios se liguem à rede coletora de esgotos, dispondo, ainda, que os prédios
situados em locais servidos de rede de distribuição de água devem a ela ser ligados, obrigatoriamente”
(Memorial apresentado pela recorrente).
7. Obrigatoriedade do serviço de água e esgoto. Atividade pública (serviço) essencial posta à
disposição da coletividade para o seu bem-estar e proteção à saúde, no Município de Santo André/SP.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
8. “A remuneração dos serviços de água e esgoto normalmente é feita por taxa, em face da
obrigatoriedade da ligação domiciliar à rede pública” (Helly Lopes Meirelles, in “Direito Municipal
Brasileiro”, 3ª ed., RT – 1977, p. 492).
9. “Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado serviço, não permitindo o atendimento
da respectiva necessidade por outro meio, então é justo que a remuneração correspondente, cobrada
pelo Poder Público, sofra as limitações próprias de tributo” (Hugo de Brito Machado, in Regime
Tributário da Venda de Água, Rev. Juríd. da Procuradoria-Geral da Fazenda Estadual/Minas Gerais, n.
05, p. 11).
10. Adoção da tese, na situação específica examinada, de que a contribuição pelo fornecimento de água
é taxa. Aplicação da prescrição tributária, em face da ocorrência de mais de cinco anos do início da data em
que o referido tributo podia ser exigido.
11. Recurso especial provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmos. Srs. Ministros da Primeira Turma
do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e notas taquigráficas a seguir, por
unanimidade, dar provimento ao recurso. Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Ministros
Demócrito Reinaldo, Humberto Gomes de Barros e Milton Luiz Pereira.
Ausente, justificadamente, o Exmo. Sr. Ministro Garcia Vieira.
Brasília, 12 de junho de 1998 (Data do Julgamento).
MINISTRO MILTON LUIZ PEREIRA, Presidente.
MINISTRO JOSÉ DELGADO, Relator.

Anexo VIII
REsp n. 1.452.956/PR
DJe 26/11/2014
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INMETRO. AFERIÇÃO
DE BOMBAS DE COMBUSTÍVEL. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO.
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. “Preços de serviços públicos
e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daquelas, são compulsórias, e têm sua cobrança
condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as institui.” (Súmula 545/STF) 2. A
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o serviço de aferição de bombas de combustíveis em
postos distribuidores, realizado pelo INMETRO, possui natureza jurídica de preço público, conforme o
disposto no art. 7º, b, da Lei 5.966/73, seja porque, embora atualmente avocado pelo Estado como
monopólio, o serviço de certificação não é ontologicamente insuscetível de prestação pela iniciativa
privada em regime concorrencial. Dessa forma, não se sujeita, aos princípios da legalidade e
anterioridade. 3. Precedentes: REsp 1287045/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/05/2013, DJe 10/05/2013; AgRg no REsp 934.270/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, DJe 10/02/2010; REsp 223.655/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ 29/08/2005, p. 235. 4. Agravo regimental não provido.

Anexo IX
ARE 990.914

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
DJe 19/09/2017
Recurso extraordinário com agravo. Tributário. Taxa de Fiscalização de
Estabelecimentos (TFE). Lei nº 13.477/02 do Município da São Paulo. Critério geral para
dimensionar a exação. Tipo de atividade desenvolvida no estabelecimento do contribuinte.
Impossibilidade.
1. As taxas comprometem-se tão somente com o custo do serviço específico e divisível que as
motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida.
2. O critério da atividade exercida pelo contribuinte para se aferir o custo do exercício do poder
de polícia desvincula-se do maior ou menor trabalho ou atividade que o Poder Público se vê
obrigado a desempenhar. Precedentes.
3. Recurso a que se nega provimento.

Anexo X
ADI 2696
DJ 14/03/2017
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 13.611/2002 do Estado do Paraná, a qual estabeleceu
os valores das custas judiciais devidas no âmbito do Poder Judiciário estadual. Inconstitucionalidade
formal: inexistência. Poder de emenda do Poder legislativo em matéria de iniciativa exclusiva do
Tribunal de Justiça. Ausência de inconstitucionalidade material. Taxa judiciária. Vinculação ao valor da
causa ou ao valor dos bens sob litígio. 1. Não ofendem a autonomia administrativa e financeira do Poder
Judiciário estadual ou sua reserva de iniciativa legislativa emendas parlamentares oferecidas a projetos
de lei que versem sobre tabelas de custas e emolumentos. A função do Legislativo nos projetos cuja
iniciativa de propositura seja exclusiva de algum órgão ou agente político não se resume a chancelar seu
conteúdo original. O debate, as modificações e as rejeições decorrentes do processo legislativo defluem
do caráter político da atividade. 2. A jurisprudência da Corte tem entendido, reiteradamente, que a
Constituição Federal somente veda ao Poder Legislativo formalizar emendas a projetos de iniciativa
exclusiva se delas resultarem aumento de despesa pública ou se forem totalmente impertinentes à
matéria versada no projeto, o que não é o caso da presente ação direta. Precedentes: ADI nº 3.288/MG,
Rel. Min. Ayres Britto, DJ de 24/2/11; ADI nº 2350/GO, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ de 30/4/2004. 3.
Tanto quanto possível, o valor cobrado a título de taxa deve equivaler ao custo do serviço prestado.
Porém, há situações em que, por excessiva dificuldade de mensuração do fato gerador, o estabelecimento
exato do quantum debeatur fica prejudicado. É o caso das custas judiciais, em virtude da diversidade de
fatores que poderiam influir no cálculo da prestação do serviço jurisdicional, tais como o tempo e a
complexidade do processo, bem assim o tipo de atos nele praticados. 4. A esse respeito, a jurisprudência
da Corte firmou-se no sentido da legitimidade da cobrança das custas com parâmetro no valor da causa
ou dos bens postos em litígio, desde que fixadas alíquotas mínimas e máximas para elas. Precedentes:
ADI nº 3.826/GO, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 20/08/10; ADI nº 2.655/MT,
Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 26/03/04. 5. As tabelas constantes da legislação
impugnada respeitam a diretriz consagrada no Supremo Tribunal Federal, impondo limites mínimo e
máximo, como no caso em que fixam as custas devidas pelo ajuizamento de ação rescisória. Noutras
passagens, há a fixação de um valor único para a prática de determinados atos que, por certo, não
representa quantia exacerbada, que impeça o cidadão de se socorrer das vias jurisdicionais. 6. A
Constituição Federal defere aos cidadãos desprovidos de condições de arcar com os custos de um
processo judicial a gratuidade da prestação do serviço jurisdicional, tanto quanto o amparo das
defensorias públicas, para a orientação e a defesa dos seus direitos, o que afasta as alegadas ofensas ao
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
princípio do acesso à Justiça e aos fundamentos constitucionais da cidadania e da dignidade da pessoa
humana. 7. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

Anexo XI
RE 582.340 AgR
DJe 18/08/2016
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIO
DE VILA VELHA. TAXA DE RENOVAÇÃO ANUAL DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO,
INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E SIMILARES.
BASE DE CÁLCULO FIXADA EM MÚLTIPLOS DE UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA -
UFIR, DE ACORDO COM A ZONA FISCAL DE LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE A BASE DE CÁLCULO E O
EFETIVO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.

Anexo XII
REsp n. 766.107/PR
DJ 28/04/2008
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. COBRANÇA ILEGÍTIMA. PEDIDO DE REPETIÇÃO.
VALORES DEVIDOS POR FORÇA DE CONTRATO. ACÓRDÃO RECORRIDO FULCRADO NAS
PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. 1. Examinando-se os preceitos legais supostamente
violados, verifica-se que, na hipótese, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria não atendeu
a alguns dos requisitos previstos no Decreto-Lei 195/67 e nos arts. 81 e 82 do CTN. Como bem esclarece
Hugo de Brito Machado, “o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel do qual
o contribuinte é proprietário, ou enfiteuta, desde que essa valorização seja decorrente de obra pública”. A
obrigação “só nasce se da obra pública decorrer valorização”, afirma o autor. No caso dos autos, é
incontroverso que os valores cobrados refletem o custo da obra, sem levar em consideração a valorização
imobiliária, além de não estarem vinculados ao limite individual (“acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado” – art. 81 do CTN). 2. Contudo, os valores pagos a título de
contribuição de melhoria são, na verdade, parcelas devidas pela ora recorrente ao Município de
Maringá/PR, por força de contrato firmado entre eles. Constata-se, do exame do acórdão recorrido, que,
por meio do contrato mencionado, o Município de Maringá/PR obrigou-se a efetuar a pavimentação
asfáltica e galerias pluviais de área equivalente a 1.004 m2 (mil e quatro metros quadrados), obrigando-se
a outra contratante (ora recorrente) a efetuar o pagamento das parcelas previstas no referido contrato. O
Município, cumprindo a sua obrigação, cobrou as parcelas devidas pela outra contratante por meio de
contribuição de melhoria, havendo o respectivo pagamento. Em virtude dessas circunstâncias, o Tribunal
a quo entendeu que é descabida a repetição do suposto indébito, tendo em vista que “ela, evidentemente,
daria azo ao enriquecimento injusto da apelante” (ora recorrente). 3. Assim, malgrado haja manifesta
ilegalidade na instituição e na cobrança do tributo em comento, o deferimento do pedido de repetição
está atrelado à modificação das premissas fáticas que motivaram o acórdão recorrido, bem como ao
exame das cláusulas estabelecidas no contrato referido, o que é inviável em sede de recurso especial,
tendo em vista as circunstâncias obstativas decorrentes do disposto nas Súmulas 5 e 7 desta Corte. 4.
Recurso especial não-conhecido.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo XIII
ARE 1.123.627
DJe 24/04/2018

Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão de inadmissibilidade de recurso


extraordinário em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná, ementado nos seguintes termos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO DE
MELHORIA. PRELIMINAR. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. INOCORRÊNCIA. MÉRITO.
INDISPENSAVÉL A COMPROVAÇÃO DO CUSTO DO CUSTO DA OBRA PÚBLICA E A
VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL. ART. 81 E 82 DO CTN. AUSÊNCIA DE PROVA DOCUMENTAL
DE QUE A BASE DE CÁLCULO TENHA CONSIDERADO A VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL.
ÔNUS PROBATÓRIO QUE COMPETIA AO ENTE TRIBUTANTE. NULIDADE. SENTENÇA
MANTIDA”. (eDOC 2, p. 30). No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, a,
da Constituição Federal, aponta-se violação aos artigos 30; 145, III; e 146 do texto constitucional. Nas
razões recursais, alega-se que a Constituição Federal não previu a valorização do imóvel como elemento
constitutivo da contribuição de melhoria. Sustenta-se que a Emenda Constitucional n. 23, de 1983,
revogou os arts. 81 e 82, do CTN e o Decreto-Lei n. 195/67, razão pela qual a base de cálculo do tributo
não está limitada a valorização do imóvel. Ademais, afirma-se que, caso o Decreto Lei n. 195/67 não
estivesse revogado, seria aplicável somente à União, por não ser norma de caráter geral. Por fim,
assevera-se que ante a ausência de lei de âmbito nacional, o município estaria livre para exercer sua
competência legislativa. É o relatório. Decido. O recurso não merece prosperar. Verifico que o
entendimento fixado no acórdão não destoa da jurisprudência pacífica desta Corte, segundo a qual o fato
gerador da contribuição de melhoria é a efetiva valorização do bem imóvel. Confiram-se, a propósito, os
seguintes precedentes de ambas as Turmas deste Tribunal: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria DECORRENTE
DE OBRA PÚBLICA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA.
CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no
sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.
Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve fixação de honorários
advocatícios. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021,
§ 4º, do CPC/2015.” (RE 982415 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe
12.12.2016)“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria. FATO GERADOR: QUANTUM DA
VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no
sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.
Precedentes. 2. Agravo regimental improvido.” (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 18.12.2009) Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 932, VIII, do CPC, c/c art. 21,
§ 1º, do RISTF) e, tendo em vista o disposto no art. 85, § 11, do CPC, majoro o valor da verba honorária
fixada pela origem em 10%, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º do referido dispositivo,
ressalvada a eventual concessão do benefício da justiça gratuita. Publique-se. Brasília, 18 de abril de
2018. Ministro Gilmar Mendes Relator.

Anexo XIV
RE n. 581.688

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
DJ 16/02/2011
FUNDO DE COMBATE À POBREZA E ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS:
CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 1.
Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea “a”, da Constituição da República
contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: “APELAÇÃO CÍVEL. Fundo
Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza. Lei Estadual n. 4.056/02, regulamentada pelo Decreto n.
32.646/03. Instituição do adicional de 1% sobre a alíquota do ICMS incidente sobre produtos e serviços
supérfluos. Inaplicabilidade do Princípio da não-vinculação da receita de impostos. Caráter especial e
temporário das normas constantes do ADCT. Exceção ao princípio geral tributário insculpido no artigo
167, IV da Lei Maior, inserida pelo próprio constituinte reformador. Vinculação extraordinária que
visa a atender ao princípio da solidariedade e ao postulado da dignidade da pessoa humana através da
erradicação da pobreza e da redução das desigualdades sociais, estas reconhecidas como objetivos
fundamentais da República pela Lex Matter. (...).

Anexo XV
RE n. 571.968
DJ 05/06/2012
AGRAVOS REGIMENTAIS NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. RESERVA DE
PLENÁRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
INEXISTÊNCIA. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E
356 DO STF. ICMS. ADICIONAL. INSTITUIÇÃO POR LEI ESTADUAL. FUNDO ESTADUAL DE
COMBATE À POBREZA. CONVALIDAÇÃO PELO ART. 4º DA EMENDA CONSTITUCIONAL
42/2003. AGRAVOS IMPROVIDOS. I – A obediência à cláusula de reserva de plenário não se faz
necessária quando houver orientação consolidada do STF sobre a questão constitucional discutida. II –
Possibilidade de reconhecimento de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público
pelos órgãos fracionários dos Tribunais, com base em julgamentos do plenário ou órgão especial que,
embora não guardem identidade absoluta com o caso em concreto, analisaram matéria constitucional
equivalente. III – Ausência de prequestionamento do art. 167, IV, da CF. Incidência da Súmula 282 do
STF. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão,
é inviável o recurso, nos termos da Súmula 356 do STF. IV – O art. 4º da EC 42/2003 validou os
adicionais instituídos pelos Estados e pelo Distrito Federal para financiar os Fundos de Combate à
Pobreza. Precedentes. V – Agravos regimentais improvidos. RE 571.968, DJ 05/06/2012.

Anexo XVI
ADI 627
DJ 19/11/1993
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do Estado do Para. Tributário.
Adicional de imposto de renda (art. 155, II, da Constituição Federal). Artigos 146 e 24, paragrafo 3.,
da parte permanente da C.F. e art. 34, paragrafos 3., 4. e 5. do A.D.C.T. O adicional de imposto de
renda, de que trata o inciso II do art. 155, não pode ser instituido pelos Estados e Distrito Federal, sem
que, antes, a lei complementar nacional, prevista no “caput” do art. 146, disponha sobre as materias
referidas em seus incisos e alineas, não estando sua edição dispensada pelo paragrafo 3. do art. 24 da
parte permanente da Constituição Federal, nem pelos paragrafos 3., 4. e 5. do art. 34 do A.D.C.T.
Ação julgada procedente, declarada a inconstitucionalidade da Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do Estado
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
do Para.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Seminário III
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo III.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018,
Capítulo II, itens 2.1.2 (Hierarquia das leis complementares: hierarquia formal e hierarquia material) e 2.3
(Fontes do direito) até 2.3.6 (Fonte do direito e fonte da Ciência do Direito) da segunda parte do livro.

Leitura complementar
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico-semântico.
5. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Capítulo XVI.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v.1. 2. ed. São Paulo, Noeses,
2014. Tema I (O Preâmbulo e a prescritividade constitutiva dos textos jurídicos).
• IVO, Gabriel. A relação entre lei complementar e lei ordinária. In: CONGRESSO NACIONAL DE
ESTUDOS TRIBUTÁRIOS – IBET, v.10, 2013, São Paulo. Sistema tributário brasileiro e as relações
internacionais. São Paulo: Noeses, 2013, p. 363 a 380.
• IVO, Gabriel. Norma jurídica, produção e controle. São Paulo: Noeses, 2006. Introdução, item 6.
• LINS, Robson Maia. Curso de Direito Tributário Brasileiro. São Paulo, Noeses, 2019. Capítulo 4 primeira
parte.
• MCNAUGHTON, Charles William. Hierarquia e Sistema Tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2011.
Capítulo VIII.
• MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Classificação dos tributos: uma visão analítica. In: CONGRESSO
NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS – IBET, v.4, 2007, São Paulo. Tributação e processo. São
Paulo: Noeses, 2007, p. 601-637.
• MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Fontes do direito tributário. 2.ed. São Paulo: Noeses, 2006. Capítulos 7
e 9.
• MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Revogação em matéria tributária. 2.ed. São Paulo: Noeses, 2011.
Capítulo V, itens 5.3 e 5.4.

Questões
1. Que são fontes do “Direito”? Qual a utilidade do estudo das fontes do direito tributário? Defina o
conceito de direito e relacione-o com o conceito de fontes do direito.
2. Os costumes, a doutrina, os princípios de direito, a jurisprudência e o fato jurídico tributário são
fontes do direito? E as indicações jurisprudenciais e doutrinárias, contidas nas decisões judiciais são
concebidas como “fontes de direito”?
3. Quais são os elementos que diferenciam o conceito de fontes do Direito adotado pela doutrina
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tradicional e da doutrina de Paulo de Barros Carvalho? Relacione o conceito de fontes do Direito
de acordo com a doutrina de Paulo de Barros Carvalho com a atividade da autoridade
administrativa que realiza o lançamento de ofício. Há diferença quando o crédito é constituído pelo
contribuinte?
4. Quais as diferenças entre ciência do direito e direito positivo? Desenvolva o fundamento descrito
por Tárek Moysés Moussallem no sentido de que o “nascedouro do direito altera-se de acordo
com a ciência que o investiga”. Sob esse referencial, qual sua opinião sobre as fontes do direito
para a ciência do direito?
5. Que posição ocupa, no sistema jurídico, norma inserida por lei complementar que dispõe sobre
matéria de lei ordinária? Para sua revogação é necessária norma veiculada por lei complementar?
(Vide anexos I, II, III IV e V).
6. O preâmbulo da Constituição Federal e a exposição de motivos integram o direito positivo? São
fontes do direito? (Vide anexos VI e VII).
7. A Emenda Constitucional n. 42/03 previu a possibilidade de instituição da PIS/COFINS-
importação. O Governo Federal editou a Lei n. 10.865/04 instituindo tal exação. (a) Identificar as
fontes materiais e formais da Constituição Federal, da Emenda 42/03 e da Lei 10.865/04. (b) Pedro
Bacamarte realiza uma operação de importação em 11/08/05; este fato é fonte material do direito?
(c) O ato de ele formalizar o crédito tributário no desembaraço aduaneiro e efetuar o pagamento
antecipado é fonte do direito?
8. Diante do fragmento de direito positivo abaixo, responda:
LEI N. 10.168, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2000, D.O.30/12/2000

Institui contribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo


à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o
Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico
brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre
universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo.
Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída
contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora
de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como, aquela
signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com
residentes ou domiciliados no exterior.
§ 1º Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os
relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de
tecnologia e prestação de assistência técnica.
§ 1º-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela
licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de
computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia.
(Incluído pela Lei n.. 11452, de 2007).
§ 2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo
passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham
por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas
que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer
título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei
10.332, de 19.12.2001).
§ 3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou
remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração
decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. (Redação da pela Lei
10.332, de 19.12.2001).
§ 4º A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). (Redação da pela Lei 10332,
de 19.12.2001).
(...)
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2001.
Brasília, 29 de dezembro de 2000; 179º da Independência e 112º da República.
(FERNANDO HENRIQUE CARDOSO)
a) Identifique os seguintes elementos da Lei n. 10.168/00: (i) enunciados-enunciados, (ii) enunciação-
enunciada, (iii) instrumento introdutor de norma, (iv) fonte material, (v) fonte formal, (vi)
procedimento, (vii) sujeito competente, (viii) preceitos gerais e abstratos e (ix) norma geral e
concreta.
b) Os enunciados inseridos na Lei n. 10.168/00 pelas Leis n. 11.452/07 e n. 10.332/01 passam a
pertencer à Lei n. 10.168/00 ou ainda são parte integrante dos veículos que os introduziram no
ordenamento? No caso de expressa revogação da Lei n. 10.168/00, como fica a situação dos
enunciados veiculados pelas Leis n. 11.452/07 e n. 10.332/01? Pode-se dizer que também são
revogados, mesmo sem a revogação expressa dos veículos que os inseriram?

Sugestão para pesquisa suplementar


• Itens 1.3 e 1.4, do Capítulo 1 do livro Decadência e prescrição no direito tributário, de Eurico Marcos Diniz de Santi.
São Paulo: Saraiva.
• Capítulo III – “Fontes da interpretação do direito tributário” do livro Compêndio de legislação
tributária, de Rubens Gomes de Sousa. São Paulo: Resenha Tributária.
• Capítulo V – “Tridimensionalidade e fontes do direito tributário” do Curso de direito tributário,
de Ruy Barbosa Nogueira. São Paulo: Saraiva.
• Capítulos XII, XIII e XIV do livro Lições preliminares de direito de Miguel Reale. São Paulo: Saraiva.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
AI n.702.533/RJ
DJ 26/04/2013
(...) 2. Revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de
profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91. Legitimidade. 3. Inexistência de
relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente constitucional,
relacionada à distribuição material entre as espécies legais. Precedentes. 4. A LC 70/91 é apenas
formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes
à contribuição social por ela instituída. ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721. 5. Recurso
extraordinário conhecido mas negado provimento. 3. O pronunciamento exarado pelo Tribunal de
origem não divergiu desse entendimento. 4. Agravo regimental desprovido.

Anexo II
ARE n.669.072/MG
DJ 31/08/2015
1. O entendimento adotado pela Corte de origem, nos moldes do assinalado na decisão agravada,
não diverge da jurisprudência firmada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal, no sentido da
inexistência de reserva de lei complementar para dispor sobre isenção pertinente à Cofins, bem como
ausente relação hierárquica entre lei complementar e lei ordinária (art. 59 da Constituição) porquanto,
em matéria tributária, a reserva de lei complementar é definida em razão da matéria. 2. Obstada a
análise da suposta afronta aos incisos II e LV do artigo 5º da Carta Magna, porquanto dependeria de
prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que refoge à
competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 3.
Inexiste violação do artigo 93, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação, pelo órgão
jurisdicional, das razões do seu convencimento, dispensando o exame detalhado de cada argumento
suscitado pelas partes. 4. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os
fundamentos que lastrearam a decisão agravada. 5. Agravo regimental conhecido e não provido.

Anexo III
REsp n. 371.214/MG
DJ 18/03/2002

TRIBUTÁRIO. COFINS. ISENÇÃO. SOCIEDADES CIVIS PRESTADORAS DE SERVIÇOS.


PRECEDENTES.
1. A Lei Complementar n. 70/91, de 30/12/1991, em seu art. 6º, II, isentou, expressamente, da
contribuição da COFINS, as sociedades civis de que trata o art. 1º, do Decreto-Lei n. 2.397, de
22/12/1987, sem exigir qualquer outra condição senão as decorrentes da natureza jurídica das
mencionadas entidades.
2. Em consequência da mensagem concessiva de isenção contida no art. 6º, II, da LC n. 70/91,
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
fixa-se o entendimento de que a interpretação do referido comando posto em Lei Complementar,
consequentemente, com potencialidade hierárquica em patamar superior à legislação ordinária, revela
que será abrangida pela isenção da COFINS as sociedades civis que, cumulativamente, apresentem os
seguintes requisitos:
– seja sociedade constituída exclusivamente por pessoas físicas domiciliadas no Brasil;
– tenha por objetivo a prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente
regulamentada; e
– esteja registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
3. Outra condição não foi considerada pela Lei Complementar, no seu art. 6º, II, para o gozo da
isenção, especialmente o tipo de regime tributário adotado para fins de incidência ou não de Imposto
de Renda.
4. Posto tal panorama, não há suporte jurídico para se acolher a tese da Fazenda Nacional de que
há, também, ao lado dos requisitos acima elencados, um último, o do tipo de regime tributário adotado
pela sociedade. A Lei Complementar não faz tal exigência, pelo que não cabe ao intérprete criá-la.
5. É irrelevante o fato de a recorrente ter optado pela tributação dos seus resultados com base
no lucro presumido, conforme lhe permite o art. 71, da Lei n. 8.383/91 e os arts. 1 º e 2º, da Lei
8.541/92. Essa opção terá reflexos para fins de pagamento do Imposto de Renda. Não afeta, porém,
a isenção concedida pelo art. 6º, II, da Lei Complementar n. 70/91, haja vista que esta, repita-se, não
colocou como pressuposto para o gozo da isenção o tipo de regime tributário seguido pela sociedade
civil.
6. A revogação da isenção pela Lei n. 9.430/96 fere, frontalmente, o princípio da hierarquia das
leis, visto que tal revogação só poderia ter sido veiculada por outra lei complementar.
7. Recurso provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros
da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso,
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Garcia Vieira e
Humberto Gomes de Barros votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 05 de fevereiro de 2002 (Data do Julgamento).
MINISTRO FRANCISCO FALCÃO
Presidente
MINISTRO JOSÉ DELGADO
Relator

Anexo IV
AC n. 2209 AgRg/MG
DJ 26/03/2010
COOPERATIVA. COFINS. PIS. ISENÇÃO. REVOGAÇÃO POR MEDIDA PROVISÓRIA.
ALEGADA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA ENTRE AS LEIS. CONTRARIEDADE
AO DEVER DE PROVER ADEQUADO TRATAMENTO TRIBUTÁRIO AO ATO COOPERADO
(ART. 146, III, C DA CONSTITUIÇÃO). ATO COOPERADO. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE
INTUITO COMERCIAL OU LUCRATIVO. DESCARACTERIZAÇÃO DO INGRESSO DE
VALORES COMO FATURAMENTO. LEI 5.764/1971, ART. 79. 1. Em razão da preclusão e da força
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
do trânsito em julgado, somente cabe a propositura e o exame de novos pleitos cautelares se houver
substancial modificação do quadro fático-jurídico, que justifique a densa probabilidade de conhecimento
e provimento do recurso extraordinário. Situação descaracterizada, dada a reiteração dos argumentos
apresentados por ocasião do exame da primeira medida liminar pleiteada, cujo resultado parcialmente
favorável ao contribuinte não foi objeto de recurso. 2. Compete ao recorrente atacar de forma específica
os fundamentos da decisão recorrida. Menção, na decisão agravada, à primeira medida liminar quanto à
inexistência de periculum in mora. Ponto não enfrentado. “O risco ordinário da falta de eficácia
suspensiva [do recurso extraordinário] não basta à concessão do efeito pretendido, senão toda
interposição de recurso extraordinário por contribuinte reclamaria tal efeito” (AC 1.192-MC, rel. min.
Sepúlveda Pertence, DJ de 16.05.2006). 3. Ausência de densa plausibilidade das teses arregimentadas. O
art. 146, III, c da Constituição não implica imunidade ou tratamento necessariamente privilegiado às
cooperativas. Conforme orientação desta Corte, em matéria tributária, não há hierarquia entre lei
complementar e lei ordinária, nem a observância de simetria entre as formas para revogar isenções. A
circunstância de dado tributo estar sujeito às normas gerais em matéria tributária não significa que eles
deverão ser instituídos por lei complementar, ou então que qualquer norma que se refira ao respectivo
crédito tributário também deva ser criada por lei complementar. A concessão de isenções ou outros
benefícios fiscais, bem como a instituição dos critérios das regras-matrizes dos tributos não têm perfil de
normas gerais (normas destinadas a coordenar o tratamento tributário em todos os entes federados),
embora delas extraiam fundamento de validade. Não é possível, sem profundo exame da questão de
fundo, considerar como violada a regra da isonomia e da capacidade contributiva, considerada a
tributação das cooperativas, em si consideradas (de trabalho, crédito, consumo etc), e comparadas com as
demais pessoas jurídicas. Não está completamente afastada a predominância da interpretação da
legislação infraconstitucional e da análise do quadro probatório para descaracterização dos ingressos
oriundos da prática de atos por cooperativas como faturamento. Agravo regimental conhecido, mas ao
qual se nega provimento.

Anexo V
RE 584.378
DJe 16/10/2017

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PIS E COFINS INCIDENTES SOBRE A IMPORTAÇÃO. LEGITIMIDADE
RECONHECIDA POR ESTA CORTE. INSTITUIÇÃO MEDIANTE LEI COMPLEMENTAR.
DESNECESSIDADE. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA. INOCORRÊNCIA. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 559.937-RG,
decidiu pela legitimidade das contribuições denominadas PIS/PASEP-importação e COFINS-
importação, declarando a inconstitucionalidade somente em relação à base de cálculo trazida pela Lei
nº 10.865/2004, no tocante à inclusão do ICMS e das próprias contribuições. 2. No julgamento do RE
559.937-RG, admitido sob a sistemática da repercussão geral, a Ministra Ellen Gracie assinalou que as
contribuições ao PIS/PASEP-importação e COFINS-importação podem ser instituídas validamente por
lei ordinária. 3. Inaplicável o art. 85, §11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese,
condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). 4. Agravo
interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, §4º, do CPC/2015.
(RE 584378 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 29/09/2017,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-235 DIVULG 13-10-2017 PUBLIC 16-10-2017)

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo VI
ADI n. 3510/DF
DJ 27/05/2010
O princípio fundamental da dignidade da pessoa humana opera por modo binário, o que propicia
a base constitucional para um casal de adultos recorrer a técnicas de reprodução assistida que incluam
a fertilização artificial ou “in vitro”. De uma parte, para aquinhoar o casal com o direito público
subjetivo à “liberdade” (preâmbulo da Constituição e seu art. 5º), aqui entendida como autonomia de
vontade. De outra banda, para contemplar os porvindouros componentes da unidade familiar, se por
eles optar o casal, com planejadas condições de bem-estar e assistência físico-afetiva (art. 226 da CF).

Anexo VII
ADI n. 2076/AC
DJ 08/08/2003
CONSTITUIÇÃO: PREÂMBULO. NORMAS CENTRAIS. Constituição do Acre. I. – Normas
centrais da Constituição Federal: essas normas são de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-
membro, mesmo porque, reproduzidas, ou não, incidirão sobre a ordem local. Reclamações 370-MT e
383-SP (RTJ 147/404). II. – Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da
proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo
força normativa. III. – Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. “O preâmbulo, ressai
das lições transcritas, não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição
ideológica do constituinte. É claro que uma Constituição que consagra princípios democráticos, liberais,
não poderia conter preâmbulo que proclamasse princípios diversos. Não contém o preâmbulo, portanto,
relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma central da Constituição, de reprodução
obrigatória na Constituição do Estado-Membro. O que acontece é que o preâmbulo contém, de regra,
proclamação ou exortação no sentido dos princípios inscritos na Carta: princípio do Estado
Democrático de Direito, princípio republicano, princípio dos direitos e garantias etc. Esses princípios,
sim, inscritos na Constituição, constituem normas centrais de reprodução obrigatória, ou que não pode a
Constituição do Estado-membro dispor de forma contrária, dado que, reproduzidos, ou não, na
Constituição estadual, incidirão na ordem local.” Voto de Carlos Velloso.

Seminário IV
INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA
DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Capítulo

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
III, primeira parte da obra e, item 2.4 (Sistema e norma: validade, vigência, eficácia e interpretação da legislação
tributária) da segunda parte do livro.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019,
Capítulo IV.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 10 ed. São
Paulo: Saraiva, 2015, Capítulo I, itens 15 (Validade como relação de pertinência da norma com o sistema),
16, 17 e 18 (A interpretação do direito e os limites da interdisciplinariedade).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. I. 2 Ed. São Paulo:
Noeses, 2014, Tema II (As normas interpretativas no direito tributário: análise do art. 3º da Lei
Complementar n. 118/05 e seus efeitos jurídicos).

Leitura complementar
• ADEODATO, João Maurício. Uma teoria retórica da norma jurídica e do direito subjetivo. São Paulo: Noeses,
2011. Capítulos 8 e 9.
• BEZERRA NETO, Bianor Arruda. O que define um julgamento e quais são os limites do juiz: valores,
hermenêutica e argumentação para a construção de uma teoria da decisão judicial. São Paulo: Noeses,
2017. Capítulo 3.
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico-semântico.
5. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Capítulos VII, XVII e XVIII.
• CARVALHO, Paulo de Barros. O absurdo da interpretação econômica do “fato gerador” – Direito e sua
autonomia – O paradoxo da interdisciplinaridade. Revista de Direito Tributário, n. 97.
• GAMA, Tácio Lacerda. Competência tributária, fundamentos para uma teoria da nulidade. 2.ed. São
Paulo: Noeses, 2011. Capítulo 11.
• MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Revogação em matéria tributária. 2.ed. São Paulo: Noeses, 2011. Itens 3.5
a 3.8 do Capítulo III.

Questões
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) vigência; (iii)
eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os planos: (i) dos
enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de significação dos enunciados
prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das relações entre normas (S4).
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos hermenêuticos
tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal no direito tributário? E em
interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II).
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse mesmo mês e ano. A
Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na
hipótese de antinomia entre os dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar.
5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente interpretativa? Tem
aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito?
Como confrontar este dispositivo do CTN com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV).
6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem:
Lei ordinária federal n. 10.001, de 10/10/2015 (DO de 01/11/2015)

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Art. 1º Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a propriedade de veículo
automotor com registro de domicílio no território nacional.
Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo.
Parágrafo único. A alíquota é de 1%.
Art. 3º Contribuinte é o proprietário do veículo.
Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, devendo o
contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1º dessa lei, desde logo, informar até o
décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio (FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a
marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo.
Art. 5º A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo dia do mês
subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
Art. 6º Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada, poderá, a
autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de Multa, em decorrência da não
observância dessa obrigação, impondo multa de 50% sobre o valor do tributo devido.
(...)
a) Em 01/06/2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com efeito erga omnes),
pela inconstitucionalidade desta lei federal. Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os
critérios indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando cada uma das
situações:
Critérios\ 11/10/2015 01/11/2015 01/02/2016 01/04/2016 01/07/2017
datas

É válida

É vigente

Incide

Apresenta
eficácia
jurídica

7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a Constituição Federal –


porém ainda não submetida ao controle de constitucionalidade) é válida? O vício de
inconstitucionalidade pode ser sanado por emenda constitucional posterior? (Vide anexo V).
8. Leia atentamente abaixo a sucessão de fatos no tempo:
FATO 1 – A lei n. 9.528/97, alterando o art. 25 da Lei n. 8.212/91, estabeleceu que:
“Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente,
na alínea “a” do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada a Seguridade Social, é de:
I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para o financiamento das
prestações por acidente do trabalho.”
FATO 2 – Emenda Constitucional 20/1998 alterou a redação do art. 195, inciso I, da Constituição
Federal.
REDAÇÃO NOVA:
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
REDAÇÃO ANTERIOR:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
II - dos trabalhadores;
FATO 3 – O STF, em controle difuso, declarou inconstitucional o art. 25, incisos I e UU, da Lei n.
8.212/91, com as alterações promovidas pela lei n. 9.528/97:
(RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010, DJe-071
DIVULGAÇÃO 22-04-2010 PUBLICAÇÃO 23-04-2010): “RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
PRESSUPOSTO ESPECÍFICO - VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO - ANÁLISE - CONCLUSÃO.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS - PRODUTORES RURAIS
PESSOAS NATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº 8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA
FEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 - UNICIDADE DE
INCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PRECEDENTE - INEXISTÊNCIA
DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária sub-rogada do
adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12,
incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº
8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo - considerações.”
FATO 4 – A lei 10.256/2001, alterou o caput do artigo 25 da Lei n. 8.212/91:
“Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os
incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no
inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:”
FATO 5 - O STF reconheceu a constitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física
ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL):
(RE 718874, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE
MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL
- MÉRITO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 PUBLIC 27-09-2017 REPUBLICAÇÃO: DJe-225 DIVULG 02-
10-2017 PUBLIC 03-10-2017) Ementa: TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I
DA CF. POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE
CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE SOBRE A
COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A
declaração incidental de inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplica-se, por força do regime
de repercussão geral, a todos os casos idênticos para aquela determinada situação, não retirando do
ordenamento jurídico, entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia para as demais
hipóteses. 2. A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o
empregador rural como sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta proveniente da
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita, autorizada pelo novo texto da EC 20/98.
3. Recurso extraordinário provido, com afirmação de tese segundo a qual É constitucional formal e
materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/01,
incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção.
FATO 6 – Resolução do Senado n. 15/2017:
“Art. 1º É suspensa, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso VII do art.
12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e a execução do art. 1º da Lei nº 8.540, de 22 de dezembro de
1992, que deu nova redação ao art. 12, inciso V, ao art. 25, incisos I e II, e ao art. 30, inciso IV, da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, todos com a redação atualizada até a Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997,
declarados inconstitucionais por decisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do
Recurso Extraordinário nº 363.852.”
Considerando as ocorrências acima, responda fundamentadamente:
a) Em dezembro de 1999, é possível afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação
dada pela lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia técnica?
b) A decisão na RE 363.852 é capaz de alcançar a validade, vigência ou a eficácia do art. 25,
incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
c) Quais os efeitos da Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere à Vigência, validade e
eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
d) A decisão no RE 718.874 alcança a validade, vigência ou eficácia do art. 25, incisos I e II, da
Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?

Sugestão para pesquisa suplementar


• Artigo: “O artigo 3º da lei complementar 118/2005, princípio da irretroatividade e lei interpretativa”, de Paulo
de Barros Carvalho.
• Artigo: “Competências comunicativas e o tema da validade no direito”, de Tácio Lacerda Gama, in
Constructivismo lógico-semântico, vol. I, Paulo de Barros Carvalho (Coord.). São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Teoria dos valores e a importância dos princípios na interpretação do direito”, de Olívia Tonello
Mendes Ferreira, in Constructivismo lógico-semântico, vol. I, Paulo de Barros Carvalho (Coord.). São
Paulo: Noeses.
• Itens 1.9 e 1.10, do Capítulo 1 do livro A prova no direito tributário, de Fabiana Del Padre Tomé. São
Paulo: Noeses.
• Item 4.3.2 – “Conceptualização dogmática do ordenamento: validade, vigência, eficácia e força” do livro
Introdução ao estudo do direito, de Tercio Sampaio Ferraz Júnior. São Paulo: Saraiva.
• Capítulo III do livro A validade jurídica pré e pós-giro linguístico, de Sônia Maria Broglia Mendes. São
Paulo: Noeses.
• Capítulo I do livro Os limites à interpretação da norma tributária, de Tathiane dos Santos Piscitelli. São
Paulo: Quartier Latin.
• Capítulo III, itens 4.3.1 a 4.3.3, do livro Tributação do comércio eletrônico, de Daniela de Andrade Braghetta. São
Paulo: Quartier Latin.
• Itens 3.6 e 3.7 do Cap. III do livro Ficções jurídicas no direito tributário, de Cristiano Carvalho. São
Paulo: Noeses.
• Artigo: “Interpretação restritiva no direito tributário”, de Tárek Moysés Moussallem, in VII Congresso
Nacional de Estudos Tributários do IBET.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
RE 606.107/RS
DJ 25/11/2013
IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO
INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS
TRANSFERIDOS A TERCEIROS.
I – Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da
hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do
instituto, a emprestar-lhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima
efetividade.
II – A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar
competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195,
I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a
exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o
acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, trata-se de
interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com
absoluta independência da atuação do legislador tributário.
III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da
não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a
sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções
concorrenciais.
IV – O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando
as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras
exportem produtos, e não tributos -, imuniza as operações de exportação e assegura “a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem,
pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de
frontal violação do preceito constitucional.
V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, não se confunde
com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03
(art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas
sobre o total das receitas, “independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda
que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das
empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de
diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta
utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do
Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o
ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem
reservas ou condições.
VI – O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera
receita tributável. Cuida-se de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada
expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal.
VII – Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS anteriormente
pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito
em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus
econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificam-se como decorrentes da exportação para efeito
da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal.
VIII – Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição
ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da
transferência a terceiros de créditos de ICMS.
IX – Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”,
da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicando-se aos recursos
sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543-B, § 3º, do CPC.

Anexo II
REsp 1.325.709/RJ
DJ 20/05/2014
MANDADO DE SEGURANÇA DENEGADO NA ORIGEM. APELAÇÃO. EFEITO APENAS
DEVOLUTIVO. PRECEDENTE. NULIDADE DOS ACÓRDÃOS RECORRIDOS POR
IRREGULARIDADE NA CONVOCAÇÃO DE JUIZ FEDERAL. NÃO PREQUESTIONAMENTO.
SÚMULAS 282 E 356/STF. IRPJ E CSLL. LUCROS OBTIDOS POR EMPRESAS
CONTROLADAS NACIONAIS SEDIADAS EM PAÍSES COM TRIBUTAÇÃO REGULADA.
PREVALÊNCIA DOS TRATADOS SOBRE BITRIBUTAÇÃO ASSINADOS PELO BRASIL COM
A BÉLGICA (DECRETO 72.542/73), A DINAMARCA (DECRETO 75.106/74) E O PRINCIPADO
DE LUXEMBURGO (DECRETO 85.051/80). EMPRESA CONTROLADA SEDIADA NAS
BERMUDAS. ART. 74, CAPUT DA MP 2.157-35/2001. DISPONIBILIZAÇÃO DOS LUCROS
PARA A EMPRESA CONTROLADORA NA DATA DO BALANÇO NO QUAL TIVEREM SIDO
APURADOS, EXCLUÍDO O RESULTADO DA CONTRAPARTIDA DO AJUSTE DO VALOR DO
INVESTIMENTO PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.
1. Afasta-se a alegação de nulidade dos acórdãos regionais ora recorridos, por suposta
irregularidade na convocação de Juiz Federal que funcionou naqueles julgamentos, ou na composição
da Turma Julgadora; inocorrência de ofensa ao Juiz Natural, além de ausência de prequestionamento.
Súmulas 282 e 356/STF. Precedentes desta Corte.
2. Salvo em casos excepcionais de flagrante ilegalidade ou abusividade, ou de dano irreparável
ou de difícil reparação, o Recurso de Apelação contra sentença denegatória de Mandado de Segurança
possui apenas o efeito devolutivo. Precedente: AgRg no AREsp. 113.207/SP, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, DJe 03/08/2012.
3. A interpretação das normas de Direito Tributário não se orienta e nem se condiciona pela
expressão econômica dos fatos, por mais avultada que seja, do valor atribuído à demanda, ou por
outro elemento extrajurídico; a especificidade exegética do Direito Tributário não deriva apenas das
peculiaridades evidentes da matéria jurídica por ele regulada, mas sobretudo da singularidade dos
seus princípios, sem cuja perfeita absorção e efetivação, o afazer judicial se confundiria com as
atividades administrativas fiscais.
4. O poder estatal de arrecadar tributos tem por fonte exclusiva o sistema tributário, que abarca
não apenas a norma regulatória editada pelo órgão competente, mas também todos os demais
elementos normativos do ordenamento, inclusive os ideológicos, os sociais, os históricos e os
operacionais; ainda que uma norma seja editada, a sua efetividade dependerá de harmonizar-se com
as demais concepções do sistema: a compatibilidade com a hierarquia internormativa, os princípios
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
jurídicos gerais e constitucionais, as ilustrações doutrinárias e as lições da jurisprudência dos
Tribunais, dentre outras.
5. A jurisprudência desta Corte Superior orienta que as disposições dos Tratados Internacionais
Tributários prevalecem sobre as normas de Direito Interno, em razão da sua especificidade.
Inteligência do art. 98 do CTN. Precedente: (RESP 1.161.467-RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe
01.06.2012).
6. O art. VII do Modelo de Acordo Tributário sobre a Renda e o Capital da OCDE utilizado pela
maioria dos Países ocidentais, inclusive pelo Brasil, conforme Tratados Internacionais Tributários
celebrados com a Bélgica (Decreto 72.542/73), a Dinamarca (Decreto 75.106/74) e o Principado de
Luxemburgo (Decreto 85.051/80), disciplina que os lucros de uma empresa de um Estado contratante
só são tributáveis nesse mesmo Estado, a não ser que a empresa exerça sua atividade no outro Estado
Contratante, por meio de um estabelecimento permanente ali situado (dependência, sucursal ou filial);
ademais, impõe a Convenção de Viena que uma parte não pode invocar as disposições de seu direito
interno para justificar o inadimplemento de um tratado (art. 27), em reverência ao princípio basilar da
boa-fé.
7. No caso de empresa controlada, dotada de personalidade jurídica própria e distinta da
controladora, nos termos dos Tratados Internacionais, os lucros por ela auferidos são lucros próprios e
assim tributados somente no País do seu domicílio; a sistemática adotada pela legislação fiscal
nacional de adicioná-los ao lucro da empresa controladora brasileira termina por ferir os Pactos
Internacionais Tributários e infringir o princípio da boa-fé nas relações exteriores, a que o Direito
Internacional não confere abono.
8. Tendo em vista que o STF considerou constitucional o caput do art. 74 da MP 2.158-35/2001,
adere-se a esse entendimento, para considerar que os lucros auferidos pela controlada sediada nas
Bermudas, País com o qual o Brasil não possui acordo internacional nos moldes da OCDE, devem ser
considerados disponibilizados para a controladora na data do balanço no qual tiverem sido apurados.
9. O art. 7º, § 1º da IN/SRF 213/02 extrapolou os limites impostos pela própria Lei Federal (art.
25 da Lei 9.249/95 e 74 da MP 2.158-35/01) a qual objetivou regular; com efeito, analisando-se a
legislação complementar ao art. 74 da MP 2.158-35/01, constata-se que o regime fiscal vigorante é o
do art. 23 do DL 1.598/77, que em nada foi alterado quanto à não inclusão, na determinação do lucro
real, dos métodos resultantes de avaliação dos investimentos no Exterior, pelo método da equivalência
patrimonial, isto é, das contrapartidas de ajuste do valor do investimento em sociedades estrangeiras
controladas.
10. Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe parcial provimento, concedendo em parte a
ordem de segurança postulada, para afirmar que os lucros auferidos nos Países em que instaladas as
empresas controladas sediadas na Bélgica, Dinamarca e Luxemburgo, sejam tributados apenas nos
seus territórios, em respeito ao art. 98 do CTN e aos Tratados Internacionais em causa; os lucros
apurados por Brasamerican Limited, domiciliada nas Bermudas, estão sujeitos ao art. 74, caput da MP
2.158-35/2001, deles não fazendo parte o resultado da contrapartida do ajuste do valor do investimento
pelo método da equivalência patrimonial.

Anexo III
ADI-MC n. 6053/DF
DJe 27/06/2019

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – MEDIDA PROVISÓRIA DE CARÁTER
INTEPRETATIVO – LEIS DE CONVERSÃO POR MEDIDA PROVISÓRIA – PRINCÍPIO DA
IRRETROATIVIDADE – CARÁTER RELATIVO – LEIS INTERPRETATIVAS E APLICAÇÃO
RETROATIVA – REITERAÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA SOBRE MATÉRIA APRECIADA E
REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL – PLAUSIBILIDADE JURÍDICA – AUSÊNCIA DO
“PERICULUM IN MORA” – INDEFERIMENTO DA CAUTELAR.
– É plausível, em face do ordenamento constitucional brasileiro, o reconhecimento da
admissibilidade das leis interpretativas, que configuram instrumento juridicamente idôneo de
veiculação da denominada interpretação autêntica.
– As leis interpretativas – desde que reconhecida a sua existência em nosso sistema de direito
positivo – não traduzem usurpação das atribuições institucionais do Judiciário e, em consequência, não
ofendem o postulado fundamental da divisão funcional do poder.
– Mesmo as leis interpretativas expõem-se ao exame e à interpretação dos juízes e tribunais. Não
se revelam, assim, espécies normativas imunes ao controle jurisdicional.
– A questão da interpretação de leis de conversão por medida provisória editada pelo Presidente
da República.
– O princípio da irretroatividade somente condiciona a atividade jurídica do Estado nas hipóteses
expressamente previstas pela Constituição, em ordem a inibir a ação do Poder Público eventualmente
configuradora de restrição gravosa (a) ao “status libertatis” da pessoa (CF, art. 5º, XL), (b) ao “status
subjectionis” do contribuinte em matéria tributária (CF, art. 150, III, “a”) e (c) à segurança jurídica no
domínio das relações sociais (CF, art. 5º, XXXVI).
– Na medida em que a retroprojeção normativa da lei não gere e nem produza os gravames
referidos, nada impede que o Estado edite e prescreva atos normativos com efeito retroativo.
– As leis, em face do caráter prospectivo de que se revestem, devem, ordinariamente, dispor para
o futuro. O sistema jurídico-constitucional brasileiro, contudo, não assentou, como postulado absoluto,
incondicional e inderrogável, o princípio da irretroatividade.
* Sobre a matéria – vide RE n. 566.621/RJ, que representa posição firmada pelo STF sobre o
assunto.

Anexo IV
RE 753.705 AgRg/SC
DJ 05/01/2013

PRAZO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO.


IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO RETROATIVA DAS NORMAS INSCRITAS NOS ARTS. 3º E
4º DA LC N. 118/2005, NOTADAMENTE DAQUELA QUE SE REVESTIRIA DO CARÁTER DE
INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA (LC N. 118/2005, ART. 3º). Descaracterização da natureza
interpretativa de referido preceito legal, que introduziu, no tema, evidente inovação material de índole
normativa. Perfil das leis interpretativas no sistema de direito positivo brasileiro. Inteira submissão de seus
aspectos formais e de seu conteúdo material ao permanente controle de constitucionalidade do poder
judiciário (ADI 605-MC/DF, rel. Min. Celso de Mello). Incolumidade de situações jurídicas definitivamente
consolidadas, tais como previstas no inciso XXXVI do art. 5º da lei fundamental, como expressão
concretizadora do princípio constitucional da segurança jurídica. Precedente emanado do plenário do
supremo tribunal federal, firmado em julgamento de recurso extraordinário (RE 566.621/RS), em cujo
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
âmbito também se reconheceu a existência de repercussão geral. Compensação do PIS/COFINS (lei n.
9.718/98) com outros tributos. Alegada violação a preceitos constitucionais. Ofensa indireta à constituição.
Contencioso de mera legalidade. Agravo improvido. RE 753.705 AgR/SC, DJ 05/01/2013.

Anexo V
RE n. 346.084/PR
DJ 01/09/2006

CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI N. 9.718, DE 27


DE NOVEMBRO DE 1998 – EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE
1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente.
TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma
pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária
alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito
privado utilizados expressa ou implicitamente.
Sobrepõe-se ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO –
INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI N. 9.718/98.
A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda
Constitucional n. 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento
como sinônimas, jungindo-as a venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços.
É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita
bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da
atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada.

Seminário V
SEGURANÇA JURÍDICA E PROCESSO: RECURSOS, AÇÃO
RESCISÓRIA
E COISA JULGADA
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Item
1.3.6.1 (O sobreprincípio da segurança jurídica) do Capítulo I da segunda parte.
• Artigo: “Princípio da segurança jurídica em matéria tributária”, de Paulo de Barros Carvalho, in Revista de Direito
Tributário n. 61.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. III. São Paulo: Noeses,
2016, Tema XXXIV (Segurança jurídica e modulação dos efeitos).

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Leitura complementar
• AGUIAR, Tatiana. A superposição de discursos vencedores: Análise pragmática das transformações
jurisprudenciais em matéria tributária sob uma visão retórica realista. São Paulo: Noeses, 2016. Capitulos
8 e 9.
• ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. O precedente no novo CPC e suas implicações tributárias. In: ARAUJO,
Juliana Furtado Costa; CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed.
São Paulo: Fiscosoft, 2016.
• CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF, pragmática da aplicação
das súmulas vinculantes e os critérios de verificação para aplicação e distinção (distinguishing). São
Paulo: Noeses, 2018. Capítulos 3 e 4.
• DERZI, Misabel Abreu Machado. Modificações da jurisprudência no direito tributário. São Paulo: Noeses,
2009. Capítulo IV, B e V.
• DINIZ, Marcelo de Lima Castro. Coisa julgada e mudança da jurisprudência: rescisão, inexistência ou
permanência. In: VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.
• MASSUD, Rodrigo G. N. Coisa julgada, rescisória, súmula STF 343 e Parecer PGFN n. 492/2011:
impactos com o Código de Processo Civil de 2015. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa; CONRADO,
Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed. São Paulo: Fiscosoft, 2016.
• MASSUD, Rodrigo G. N. Valorização dos precedentes e compensação tributária: implicações com o
Código de Processo Civil de 2015. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, vol. III.
São Paulo: Noeses, 2016.
• RIBEIRO, Diego Diniz. Coisa julgada, direito judicial e ação rescisória em matéria tributária. In:
CONRADO, Paulo César (Coord.). Processo tributário analítico, vol. II. São Paulo: Noeses.
• RIBEIRO, Diego Diniz. Precedentes em matéria tributária e o novo CPC. In: CONRADO, Paulo Cesar
(Coord.). Processo tributário analítico, vol. III. São Paulo: Noeses, 2016.

Questões
1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho 4 acerca do princípio da segurança
jurídica:
“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no
sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da
regulação da conduta.”

Pergunta-se:
a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância?
b) Indicar limites objetivos previstos no direito positivo que resguardam o valor da segurança
jurídica. Indique dispositivos da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário Nacional que
confirmem sua resposta.
c) Como poderia ser resguardada a segurança jurídica no contexto social em hipóteses como a de
mudança de orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como se deu no caso do
direito à manutenção do crédito de ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução de base
de cálculo (sobre essa questão ver RE 161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)?
d) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm ao encontro da

4
. In Curso de direito tributário. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 149.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
realização da segurança jurídica (vide arts. 9º, 10, 926, 535, §§ 5º, 6º, 7º e 8º 927 ambos do
CPC/15)?
2. Qual o conteúdo e alcance do termo “precedente” utilizado pelo CPC/15? Jurisprudência e precedente
são termos sinônimos dentro do sistema jurídico brasileiro? Os precedentes são normas jurídicas? Se
sim, de que tipo? O verbo “observar”, veiculado pelo art. 927 do CPC/15, significa que os julgadores
estão vinculados aos precedentes judiciais? Esta obrigação pode ser reputada instrumento hábil para
garantia da segurança jurídica? (Vide arts. 926, 927, 988, IV do CPC/15).
3. Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucional por uma associação que possui
representação em âmbito estadual. Quais seriam os caminhos para a discussão da questão com
efeitos erga omnes sem que seja necessária a discussão individual por cada contribuinte? Analise
as opções seguintes motivando as razões do cabimento ou não e, no último caso, o foro de
ajuizamento:
a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI:
b) Mandado de Segurança Coletivo:
c) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental:
d) Ação popular:
e) Ação Civil Pública:
f) Ação de rito comum:
4. Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraordinário que trate de matéria tributária modular
os efeitos de decisão proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade de forma a lhe dar efeitos
ex nunc, proibindo com efeitos erga omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos até a
data do julgamento? Quais os limites previstos em nosso ordenamento para a modulação de efeitos em
controle de constitucionalidade em matéria tributária? Pode haver modulação de efeitos por meio da edição
de Súmula Vinculante? (Vide o RE 556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e parte final
da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8)
5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, obtendo decisão,
transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo
a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e condenando a União na restituição. Iniciada
a fase de cumprimento de sentença contra a União sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta
de Inconstitucionalidade (Adin), julgando a mesma lei constitucional (isto significa que a referida Adin
foi julgada improcedente e que o controle de constitucionalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-
se:
a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a desconstituição da coisa
julgada para não ter que cumprir a sentença que a condenou à restituição do tributo? Se afirmativa
sua resposta, indicar o fundamento legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se
negativa sua resposta, justifique-a indicando a solução processual que a União deve adotar, bem
como o dispositivo do CPC/15 que respalde sua conclusão. (vide Anexo III)
b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido oposto ao da coisa
julgada e por meio de controle difuso de constitucionalidade, em recurso extraordinário em que
houve o reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você chegou na
resposta “a” mudaria? Justifique.
6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo prevista em lei. A
instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu que, na base de cálculo, não deveria ser
considerado o valor do transporte pago a terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que
o frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o
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contribuinte consultou você questionando a necessidade de complementação do recolhimento durante a
vigência da IN n. 01/02. O que você responderia? Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta.
7. Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, as normas de direito material
(constitucional e tributário) e processual civil, texto constitucional e infralegal, indique
mecanismos cuja função no sistema é dar efetividade à segurança jurídica, justificando sua resposta
com motivos e indicação do dispositivo normativo.
Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa julgada num processo, mecanismo
processual que impede a rediscussão da mesma questão em outro processo – art. 5º, XXXVI da
Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015.

Sugestão para pesquisa suplementar


• Cap. V do livro Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Saraiva.
• Itens 5.3 e 5.4 do livro Jurisdição constitucional tributária: reflexos nos processos administrativo e
judicial, de Rafael Pandolfo. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “A Ação de Repetição de Indébito, o cumprimento de sentença e a nova hipótese de ação rescisória
prevista no código de processo civil de 2015”, de Juliana Furtado Costa Araújo, In CONRADO, Paulo Cesar.
Processo tributário analítico, volume III. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Coisa julgada em mandado de segurança coletivo sobre matéria tributária – estudo de caso”, de
Thais de Laurentiis, In CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume III. São Paulo:
Noeses.
• Capítulo II, Seção II, itens 1 e 1.1 do livro Teoria da proibição de bis in idem no direito tributário e
sancionador tributário, de Fabio Brun Goldschmidt. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “A repercussão geral, as súmulas vinculantes e as decisões do Supremo Tribunal Federal em
matéria tributária”, de Carla de Lourdes Gonçalves, in VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do
IBET.
• Artigo: “Técnicas processuais de desconstituição da coisa julgada: o controle processual da coisa julgada
“inconstitucional” no CPC projetado”, de Cassio Scarpinella Bueno, in IX Congresso Nacional de Estudos
Tributários do IBET.
• Artigo: “Exceção de pré-executividade em matéria tributária: do sincretismo processual ao dever de
cooperação (art. 6º do CPC/2015), passando pela ‘nova’ definição de coisa julgada”, de Paulo César
Conrado. São Paulo: Fiscosoft.
• Artigo: “Conflitos de jurisprudência entre STJ e STF”, de Renato Lopes Becho, in VII Congresso Nacional
de Estudos Tributários do IBET
• Artigo: “Relativização da coisa julgada tributária inconstitucional x princípio da segurança jurídica”, de
Estefânia Maria de Queiroz Barboza (RDDT n. 129, p. 35/49).
• Itens 3.3.2, 3.3.2.1, 3.3.2.2, 3.3.2.3, 3.3.4, 3.3.4.1 e 3.3.4.2 do livro Os limites objetivos e “temporais” da
coisa julgada em ação declaratória no direito tributário, de Fernanda Donnabella Camano. São Paulo:
Quartier Latin.
• Livro: Direito Constitucional tributário e segurança jurídica de Heleno Taveira Torres. São Paulo: RT.
• Livro: Teoria da Segurança Jurídica de Humberto Ávila. São Paulo: Malheiros.
• Artigo: Súmula Vinculante n. 8 e modulação dos efeitos em controle difuso de constitucionalidade: efeitos
em relação à repetição do indébito tributário, de Carlos Renato Cunha (Revista Argumentum n. 11, p. 33-
73)

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
RE 161.031
DJ 06/06/1997

ICMS - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - MERCADORIA USADA - BASE DE


INCIDÊNCIA MENOR - PROIBIÇÃO DE CRÉDITO - INCONSTITUCIONALIDADE. Conflita com
o princípio da não- cumulatividade norma vedadora da compensação do valor recolhido na operação
anterior. O fato de ter-se a diminuição valorativa da base de incidência não autoriza, sob o ângulo
constitucional, tal proibição. Os preceitos das alíneas “a” e “b” do inciso II do § 2º do artigo 155 da
Constituição Federal somente têm pertinência em caso de isenção ou não-incidência, no que voltadas à
totalidade do tributo, institutos inconfundíveis com o benefício fiscal em questão.
(RE 161031, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/1997, DJ
06-06-1997 PP-24881 EMENT VOL-01872-05 PP-00994)

Anexo II
RE 174.478
DJ 30/09/2005

TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. ICMS. Créditos relativos à entrada de


insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram realizadas com redução da base de
cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei
estadual nº 6.374/89, e art. 32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida.
Segurança denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra “b”, da CF.
Voto vencido. São constitucionais o art. 41, inc. IV, da Lei nº 6.374/89, do Estado de São Paulo, e o
art. 32, incs. I e II, do Convênio ICMS nº 66/88.
(RE 174478, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR
PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2005, DJ 30-09-2005 PP-00005 EMENT VOL-02207-02
PP-00243 RIP v. 7, n. 33, 2005, p. 264)

Anexo III
RE 730.462
DJ 09/09/2015

CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. DECLARAÇÃO DE


INCONSTITUCIONALIDADE DE PRECEITO NORMATIVO PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. EFICÁCIA NORMATIVA E EFICÁCIA EXECUTIVA DA DECISÃO: DISTINÇÕES.
INEXISTÊNCIA DE EFEITOS AUTOMÁTICOS SOBRE AS SENTENÇAS JUDICIAIS
ANTERIORMENTE PROFERIDAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. INDISPENSABILIDADE DE
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO OU PROPOSITURA DE AÇÃO RESCISÓRIA PARA SUA
REFORMA OU DESFAZIMENTO. 1. A sentença do Supremo Tribunal Federal que afirma a
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento
jurídico, a consequência (= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de
direito. 2. Dessa sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma
qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais
(= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem como instrumento próprio, embora
não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, “l”, da Carta Constitucional. 3. A eficácia
executiva, por decorrer da sentença (e não da vigência da norma examinada), tem como termo inicial a
data da publicação do acórdão do Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É,
consequentemente, eficácia que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa
publicação, não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada
inconstitucional. 4. Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do Supremo
Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo
não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado
entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se
for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o
respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à
indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença
proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. 5. No caso, mais de dois anos
se passaram entre o trânsito em julgado da sentença no caso concreto reconhecendo, incidentalmente,
a constitucionalidade do artigo 9º da Medida Provisória 2.164-41 (que acrescentou o artigo 29-C na
Lei 8.036/90) e a superveniente decisão do STF que, em controle concentrado, declarou a
inconstitucionalidade daquele preceito normativo, a significar, portanto, que aquela sentença é
insuscetível de rescisão. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 730462, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015
PUBLIC 09-09-2015)

Seminário VI
REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE
TRIBUTÁRIA
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018,
Item 2.9. (A regra-matriz de incidência) do Capítulo 2 da primeira parte , item 2.5 (Conceitos gerais do
antecedente da regra-matriz de incidência tributária) do Capítulo 2 da segunda parte e itens 3.1.1 (A
fórmula abstrata da regra-matriz de incidência), 3.1.2 (a hipótese tributária e seus critérios) e 3.2 (Para uma
síntese da regra-matriz de incidência) do Capítulo 3 da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo IX.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 10 ed. São
Paulo: Saraiva, 2015, Item 1 (Considerações gerais) do Preâmbulo, item 19 (Regra-matriz de incidência
tributária) do Capítulo I e Capítulo II.

Leitura Complementar
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
• ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 1992. Capítulo único
(Aspectos da hipótese de incidência tributária).
• BRITTO, Lucas Galvão de. O lugar e o tributo: ensaio sobre competência e definição do critério espacial na
regra-matriz de incidência tributária. São Paulo: Noeses, 2014. Capítulo I, item 10.
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico-semântico.
5. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Capítulos X, XI e XIII.
• OLEINIK, Rosana. Teoria da norma jurídica e a regra-matriz de incidência como técnica de interpretação
do direito. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Constructivismo lógico-semântico, vol. I. São
Paulo: Noeses, 2014.
• TOMÉ, Fabiana Del Padre. A prova no direito tributário: de acordo com o código de processo civil 2015.
4. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Itens 5.2 a 5.6, do Capítulo 5.

Questões
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no direito
positivo?
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há necessidade de
um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê?
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência tributária,
diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito.
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das provas?
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, §1º, 114 e 144 do
CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o termo “fato gerador” foi
empregado em cada uma de suas aparições.
6. Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico tributário (vide anexo II) e, os
conceitos de erro de fato e erro de direito.
7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência tributária objeto da
ação judicial:
a) Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III e § 13, CF/67 conforme
EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE:
379572 RJ, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 11/04/2007)
b) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA
BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO
ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1.
Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia,
adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês,
considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de
mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da
não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da
Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O
regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se
compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo
Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o
art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições
sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento
da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição
ao PIS e da COFINS. (STF – RE 574706 / PR, Relatora: Min. Carmem Lucia)
c) “EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS.
ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 156, III,
DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o
leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado leaseback. No primeiro caso há locação,
nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins
do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para
os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro),
contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E
financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma
compra nas hipóteses do leasing financeiro e do leaseback. Recurso extraordinário a que se nega
provimento.”(RE 592905, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009
d) PI – IMPORTAÇÃO – PESSOA NATURAL – AUTOMÓVEL – AUSÊNCIA DE ATIVIDADE
EMPRESARIAL DE VENDA – AFASTAMENTO PELO JUÍZO – INCIDÊNCIA DO TRIBUTO
RECONHECIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL
CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da incidência do Imposto Sobre
Produtos Industrializados – IPI na importação de veículo automotor, quando o importador for pessoa
natural e o fizer para uso próprio, considerados ainda os limites da lei complementar na definição do
sujeito passivo. (STF - RE 723651 RG / PR, Relator: Min. Marco Aurélio)
e) TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR
(SOFTWARE).CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
PERSONALIZADOS.ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE QUALQUER UM DOS
VÍCIOSELENCADOS NO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE EFEITOSINFRINGENTES. 1.
O entendimento de que a jurisprudência desta Corte de Justiça firmou-se no sentido de que os programas de
computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS não
conflita com o conteúdo da Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é
inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de
locação de bens móveis.”2. A embargante, inconformada, busca, com a oposição destes embargos
declaratórios, ver reexaminada e decidida a controvérsia de acordo com sua tese.3. A inteligência do art. 535
do CPC é no sentido de que a contradição, omissão ou obscuridade, porventura existentes, só ocorre entre os
termos do próprio acórdão, ou seja, entre a ementa eo voto, entre o voto e o relatório etc, o que não ocorreu
no presente caso. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no AREsp: 32547 PR
2011/0101397-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS,
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídi-cas no art. 25 da Lei nº
9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-matriz de incidência tributária?
Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência.
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA deverá incidir “no
local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado”. 5 Construa a regra-
5
. Artigo 4º - O imposto será devido no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado.
§ 1º - Para os efeitos desta lei, considerar-se-á domicílio:
1 - se o proprietário for pessoa natural:
a) a sua residência habitual;
b) se a residência habitual for incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade onde o veículo esteja sendo utilizado;
2 - se o proprietário for pessoa jurídica de direito privado:
a) o estabelecimento situado no território deste Estado, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados na data da ocorrência do
fato gerador;
b) o estabelecimento onde o veículo estiver disponível para entrega ao locatário na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de contrato
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matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN,
examine a licitude da legislação paulista.

Sugestão para pesquisa suplementar


• Capítulo 1 e iItens 5.2 a 5.6, do Capítulo 5, do livro A prova no direito tributário, de Fabiana Del Padre
Tomé. São Paulo: Noeses.
• Capítulos X, XI e XIII do livro Curso de teoria geral do direito (o constructivismo lógico-semântico), de
Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: Noeses.
• Capítulo único – “Aspectos da hipótese de incidência tributária” da obra Hipótese de incidência tributária,
de Geraldo Ataliba. São Paulo: Malheiros.
• Capítulo I, item 10 do livro O lugar e o tributo: ensaio sobre competência e definição do critério espacial na
regra-matriz de incidência tributária, de Lucas Galvão de Britto. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Teoria da norma jurídica e a regra-matriz de incidência como técnica de interpretação do direito”,
de Rosana Oleinik, in Constructivismo lógico-semântico, vol. I, Paulo de Barros Carvalho (Coord.). São
Paulo: Noeses.
• DALLA PRIA, Rodrigo. Constructivismo jurídico e interpretação concretizadora: dialogando com Paulo
de Barros Carvalho e Friedrich Müller. In: CARVALHO, Paulo de Barros, e SOUZA, Priscila (Org.). VIII
Congresso Nacional de Estudos Tributários - Derivação e positivação no direito tributário. São Paulo:
Noeses, 2011, p. 997-1030.
• BARRETO, Paulo Ayres. Planejamento tributário: limites normativos. São Paulo: Noeses, 2016, cap. 8, p.
156-249.
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Simulação, fraude, sonegação e aplicação da multa qualificada na
desconsideração de planejamentos tributários com ágio. In.: CARVALHO, Paulo de Barros (coord.);
SOUZA, Priscila de (org.). 50 anos do Código Tributário Nacional. São Paulo: Noeses, 2016, p. 103-138.
• MCNAUGHTON, Charles William. Elisão e norma antielisiva: completabilidade e sistema
tributário. São Paulo: Noeses, 2014, cap. 9, item 9.4, p. 483-496.
• BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atualizado por Misabel Abreu Machado Derzi. 12 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2013, p.1107 e seguintes.
• BECHO, Renato Lopes. A discussão sobre a tributabilidade de atos ilícitos. Revista Dialética de Direito
Tributário. São Paulo, n. 112, p. 86-111, jan. 2010.
• CARVALHO, Paulo de Barros. O absurdo da interpretação econômica do fato gerador - direito e sua

de locação avulsa;
c) o local do domicílio do locatário ao qual estiver vinculado o veículo na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de locação de veículo
para integrar sua frota;
3 - qualquer de suas repartições no território deste Estado, se o proprietário ou locatário for pessoa jurídica de direito público.
§ 2º - No caso de pessoa natural com múltiplas residências, presume-se como domicílio tributário para fins de pagamento do IPVA:
1 - o local onde, cumulativamente, possua residência e exerça profissão;
2 - caso possua residência e exerça profissão em mais de um local, o endereço constante da Declaração de Imposto de Renda.
§ 3º - Na impossibilidade de se precisar o domicílio tributário da pessoa natural nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo, a autoridade
administrativa poderá fixá-lo tomando por base o endereço que vier a ser apurado em órgãos públicos, nos cadastros de domicílio eleitoral e nos
cadastros de empresa seguradora e concessionária de serviço público, dentre outros.
§ 4º - No caso de pessoas jurídicas de direito privado, não sendo possível determinar a vinculação do veículo na data da ocorrência do fato
gerador, nos termos do item 2 do § 1º deste artigo, presume-se como domicílio o local do estabelecimento onde haja indícios de utilização do
veículo com predominância sobre os demais estabelecimentos da mesma pessoa jurídica.
§ 5º - Presume-se domiciliado no Estado de São Paulo o proprietário cujo veículo estiver registrado no órgão competente deste Estado.
§ 6º - Em se tratando de veículo de propriedade de empresa de arrendamento mercantil (leasing), o imposto será devido no local do domicílio
ou residência do arrendatário, nos termos deste artigo.
§ 7º - Para os efeitos da alínea “b” do item 2 do § 1º deste artigo, equipara-se a estabelecimento da empresa locadora neste Estado, o lugar de
situação dos veículos mantidos ou colocados à disposição para locação.
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
autonomia - o paradoxo da interdisciplinariedade. Revista de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros,
n.97, p.7-17, 2007.
• MARTINS, Natanael. A tributação do ilícito – limites à aplicação do princípio non olet. In: CARVALHO,
Paulo de Barros (coordenador). 50 anos do código tributário nacional. São Paulo: Noeses, 2016, p. 943-
970.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
AgRg no ARESP n. 215.273/SP
DJ 15/10/2012

TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. OCORRÊNCIA. REGISTRO DE TRANSMISSÃO


DO BEM IMÓVEL.
1. Rechaço a alegada violação do art. 458 do CPC, pois o Tribunal a quo foi claro ao dispor que o
fato gerador do ITBI é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do bem imóvel. A partir
daí, portanto, é que incide o tributo em comento.
2. O fato gerador do imposto de transmissão (art. 35, I, do CTN) é a transferência da
propriedade imobiliária, que somente se opera mediante registro do negócio jurídico no ofício
competente.
Precedentes do STJ.
3. Agravo Regimental não provido.

Anexo II
RESP n. 964.151/PR
DJ 21/05/2008

IMPOSTO. EXPORTAÇÃO. FATO GERADOR. Considera-se ocorrido o fato gerador do


imposto de exportação no momento em que é efetivado o registro de exportação (RE) no Sistema
Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), ou seja, no momento em que a empresa obtém o RE. O
registro no Siscomex é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira cambial e fiscal
que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem seu enquadramento legal.
Note-se que, com a instituição do Siscomex, as guias de exportação e importação foram substituídas
pelo registro de exportação (RE) e registro de importação (RI), também foram criados outros blocos de
informações das diversas etapas como: registro de venda (RV), registro de operação de crédito (RC).
Ao final desses procedimentos é expedido o comprovante de exportação (CE) – que é o documento
oficial emitido pelo Siscomex, relacionando todos os registros de exportação objeto de um mesmo
despacho aduaneiro. Portanto o registro de exportação (RE) é o único registro indispensável para a
efetivação de todas as operações de comércio, em torno dele gravitam as demais etapas. No caso dos
autos, o registro de exportação no Siscomex foi posterior à vigência da Res. do Bacen n. 2.136/1995,
portanto o imposto deve ser calculado com alíquota de 40%, como estabelecido nessa resolução. Dessa
forma, pouco importa considerações sobre a data da obtenção do registro de venda. Isso posto, a
Turma, ao prosseguir o julgamento, conheceu em parte o recurso do contribuinte e, nessa parte, negou-
lhe provimento. Precedente citado: EDcl no REsp 225.730-PR, DJ 19/2/2001. REsp 964.151-PR, Rel.
Min. José Delgado, julgado em 22/4/2008.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Seminário VII
SANÇÕES, CRIMES E
PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018,
Capítulo 4 e Capítulo 6, item 6.1.3 (Prova e presunções no direito tributário) da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019,
Capítulo XVI.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. I. 2 Ed. São
Paulo: Noeses, 2014, Tema XI( Cúmulo de multa isolada e multa de ofício; e Tema XII:
Descumprimento de dever alfandegário).

Leitura complementar
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Direito penal tributário: uma análise lógica, semântica e
jurisprudencial. São Paulo: Quartier Latin, 2009. Capítulos VI, VII e VIII.
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Simulação, fraude, sonegação e aplicação da multa qualificada na
desconsideração de planejamentos tributários com ágio. In: XIII Congresso Nacional de Estudos
Tributários do IBET.
• FERREIRA NETO, Osley da Silva. Sanções tributárias e leis complementares: sobre os limites
normativos do artigo 146 da Constituição.
• LINS, Robson Maia. Mora e denúncia espontânea no direito tributário. In: V Congresso Nacional de Estudos
Tributários do IBET.
• MORETI, Daniel. Regime especial de controle e fiscalização de tributos e a livre-concorrência. São Paulo: Noeses,
2017. Capítulos 3 e 7.
• PAULINO, Maria Ângela Lopes. As sanções no direito tributário. São Paulo: Noeses, 2015. Capítulo 5.
• SCAPIN, Andreia. Responsabilidade do Estado por dano tributário. Belo Horizonte: D´Placido, 2017.
Itens 1.1 a 1.4 e 3.3.
• TOMÉ, Fabiana Del Padre. Contribuições para a seguridade social à luz da Constituição Federal.
Curitiba: Juruá, 2002. Capítulo 4, item 4.7; Capítulo 5, item 5.2.6 e Capítulo 8, item 8.5.

Questões
1. Conceituar e apresentar as principais diferenças (se existentes) entre: (i) tributo, (ii) ilícito
tributário, (iii) infração tributária, (iv) multa tributária, (v) juros de mora; (vi) da correção
monetária (vii) crime contra a ordem tributária e (viii) sanção penal tributária.
Tributo, segundo o artigo 3º do Código Tributário Nacional, é toda prestação pecuniária compulsória,
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitui sanção por ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Ilícito tributário é o comportamento violador de dever jurídico estabelecido em lei tributária, de


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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
caráter não-criminal, submetido aos princípios gerais do Direito Administrativo.

Infração tributária é toda ação ou omissão que, direta ou indiretamente, representa o


descumprimento dos deveres jurídicos estatuídos em leis fiscais, de caráter não-criminal, sujeita
aos princípios gerais do Direito Administrativo.

Multa tributária é uma espécie de sanção tributária, consistente numa prestação pecuniária
compulsória instituída em lei em favor do Estado, tendo por causa a prática de um ilícito
(descumprimento de um dever legal).

Crime contra a ordem tributária é o comportamento violador de dever jurídico, definido em


preceitos da lei penal, subordinados aos princípios, institutos e formas do Direito Penal.

Sanção penal tributária é uma norma jurídica em que o Estado-juiz intervém como sujeito passivo
da relação deôntica, sendo sujeito ativo a pessoa que postula a aplicação coativa da prestação
descumprida.

2. Há limites constitucionais para a eleição de hipóteses sancionadoras? As sanções tributárias sujeitam-


se aos princípios constitucionais tributários? Analisar especificamente a aplicabilidade dos princípios
da legalidade, irretroatividade, não confisco, capacidade contributiva, tipicidade, segurança jurídica,
proporcionalidade, razoabilidade e anterioridade.

Primeiramente cabe-se destacar que os limites constitucionais às hipóteses sancionadoras existem.


Contudo, aplicam-se apenas os princípios da legalidade, irretroatividade, tipicidade e segurança
jurídica.

Os princípios do não confisco, capacidade contributiva e anterioridade não se aplicam às sanções, mas
tão somente aos tributos. Ou seja, são princípios constitucionais tributários e não penais tributários.

Legalidade: aplica-se ao Direito Penal Tributário, já que o artigo 5º, XXXIX, da CF determina que não
há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Já o CTN, em seu artigo 97, V, estabelece que somente a lei pode estabelecer a cominação de
penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
definidas.

Irretroatividade: segundo o artigo 106, II, do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de
ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Sendo assim, apenas poderá retroagir lei que determine sanções tributárias pode ter seus efeitos
retroagidos caso sejam mais benéficas aos contribuintes.

Não-confisco tributário: segundo determina o artigo 150, IV, da CF não é possível instituir tributos
com efeito confiscatório, pelo que este princípio não se aplica ao Direito Penal Tributário, pois a
penalidade não é tributo.

Contudo, existe uma corrente que entende que a partir do direito de propriedade (artigo 5º, XXII, da CF)
é possível sustentar que a penalidade também não pode ter efeitos confiscatórios.

Capacidade Contributiva: princípio estritamente tributário, que não se aplica ao Direito Penal
Tributário.

Tipicidade e Segurança Jurídica: aplicam-se ao Direito Penal Tributário;

Anterioridade: no sentido do artigo 150, III, b e c, da CF não se aplica, já que tais dispositivos se
referem à instituição ou majoração de tributos. Entretanto tratando-se de lei anterior que defina o
crime tributário, o princípio seria aplicável.

3. Diferençar infrações objetivas e infrações subjetivas. Qual a natureza jurídica da multa tributária
aplicada em razão do não pagamento do tributo e/ou não cumprimento de dever instrumental? O
descumprimento de norma tributária em decorrência de circunstâncias de força maior ou de caso
fortuito excluem a antijuridicidade da conduta?

As infrações tributárias, também podem ser vistas sob a ótica da participação do agente, quanto
então são tratadas como infrações subjetivas e objetivas. Ensina Paulo de Barros Carvalho que na
infração subjetiva, exige a lei que o autor do ilícito tenha agido com dolo ou culpa, exemplificando
com o comportamento do contribuinte imposto de renda, que ao declarar, omite, intencionalmente,
algumas receitas, com o objetivo de recolher quantia menor do que a devida. Já na infração
objetiva, regra geral do CTN, ex vi do art. 136 caput, não é necessária a apuração da vontade do
infrator. Ocorrendo o previsto na hipótese normativa, qualquer que seja a intenção do agente, estará
por configurado o ilícito. Exemplo seria o do não-pagamento de determinada quantia, a título de
IPTU, nos prazos fixados na notificação de lançamento, ocasião em que serão devidos a partir do
prazo de vencimento, juros de mora e multa de mora. A seguir analisaremos algumas situações
fáticas.

Multa tributária aplicada em razão do não pagamento do tributo tem caráter indenizatório,
enquanto que a multa por não cumprimento de dever instrumental tem natureza punitiva.

Antijuricidade caracteriza-se pela conduta contrária à prescrição de um enunciado normativo,

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
decorrente de uma ação ou omissão que viola norma jurídica ou impede ou perturba o uso de um
direito subjetivo tutelado pelo ordenamento jurídico. As suas causas excludentes são circunstâncias
que, verificadas, retiram caráter ilícito da conduta praticada pelo sujeito passivo. São condições
pelas quais uma conduta não se realiza conforme o Direito, apesar de adequar-se com a descrição
típica de uma infração tributária. Não encontrado o antijurídico presente e sendo um elemento de
infração, a conduta resulta estar conforme o Direito.

Caso fortuito ou força maior segundo o Código Civil (art. 393, parágrafo único) “verifica-se no fato
necessário, cujos efeitos não eram possível evitar ou impedir”. Possui dois elementos: a) subjetivo,
representado pela ausência de culpa; objetivo, constituído pela inevitabilidade do evento.

Nessa hipótese se enquadra, por exemplo, uma inundação decorrente de fortes chuvas, que provoca
a destruição de toda documentação contábil e fiscal do obrigado tributário. Neste caso, não pode o
sujeito passivo ser punido por extravio ou destruição documentos.

4. Quanto às multas tributárias:


a) Diferencie: (i) multa de mora, (ii) multa de ofício, (iii) multa agravada, (iv) multa qualificada e
(v) multa isolada.

A multa moratória não têm caráter punitivo; a sua finalidade primordial é desestimular o
cumprimento da obrigação fora de prazo. Elas são devidas quando o contribuinte estiver
recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de
lançamento de ofício e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações.

A multa de ofício ocorre quando um tributo, contribuição ou outra receita administrada for
lançada, por meio de auto de infração. Essa multa é calculada proporcionalmente sobre o "valor
principal" devido.

Multa agravada quando se quer referir às infrações que, por dispositivo legal, recebem um
preceito sancionatório superior em face de seu maior potencial lesivo para os cofres públicos ou da
maior gravidade das condutas sancionadas. É o caso do agravamento que toma como causa a
reiteração da conduta pelo mesmo sujeito passivo, elevando, ou melhor, agravando a sanção para
patamares superiores ao da multa isolada ou de ofício.

A multa qualificada comparece para o fim de diferençar as condutas que, ademais de punidas na
esfera tributária, são qualificadas, isto é, consideradas e sancionadas pelo direito penal. São práticas
que trazem consigo o elemento subjetivo dolo – direto e, em muitos casos, também o eventual –
agindo o sujeito com dolo, fraude ou simulação. Cumpre observar um fato: o direito penal-
tributário só se preocupou em criminalizar as condutas dolosas contra o Erário. Não há crime
tributário culposo, apenas dolo, direto (o sujeito quer praticar a conduta) ou eventual (o sujeito não
quer praticar a conduta, mas tem ciência de suas consequências e assume o risco de prosseguir em
seus atos e produzir efeitos sancionáveis).

São isoladas as multas punitivas aplicáveis diretamente pelo Fisco - de ofício - em face do

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
descumprimento do contribuinte de suas obrigações. Sem observância pelo sujeito passivo de seus
deveres de informar ou pagar antecipadamente, tanto a obrigação principal quanto as sanções
decorrentes de seu descumprimento dependem de ato do Fisco constituindo e sancionando, de
ofício, os deveres inobservados pelo agente particular.

b) O não pagamento de tributo é hipótese suficiente para a imposição de sanção ou somente para a
cobrança da mora? Os juros de mora e a multa de mora podem ser exigidos simultaneamente?
c) É possível aplicação concomitante da multa de ofício, pelo não pagamento de tributo apurado no
final do ano-calendário com a multa isolada, cobrada pelo não recolhimento da estimativa do IRPJ?
Caso a resposta seja negativa, qual das multas deveria ser aplicada? Analise a jurisprudência do
CARF e do STJ (anexos I e II), levando em consideração o artigo 112 do CTN.
d) Quais os critérios para aplicação da multa qualificada? Defina os conceitos de sonegação, fraude e
conluio (vide anexo III). O Fisco pode requalificar uma operação realizada pelo contribuinte como
ilícita, aplicando multa qualificada, sobre a justificativa de ausência de “propósito negocial”?
5. Em que constitui a denúncia espontânea? Identifique se as multas tributárias são excluídas pela
denúncia espontânea prevista no artigo 138 do CTN nos seguintes casos: (i) tributo declarado
integralmente e pago de forma parcial ou atrasada, antes do início de um procedimento fiscalizador;
(ii) tributo declarado parcialmente e pago, depois declarado integralmente, mediante retificação, e
pago; (iii) cumprimento de obrigação acessória a destempo (vide anexos IV e V).

O artigo 138 do CTN estabelece a definição da denúncia espontânea:

“Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.”

De acordo com o dispositivo em comento, somente cessará a espontaneidade no momento em que se


inicie procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Conclui-
se, portanto, que deve haver procedimento formal no âmbito da Administração Tributária,
delimitando especificamente os tributos e os períodos de análise de sua regularidade. Essa
interpretação garante que possa o contribuinte manter situação de espontaneidade quanto a outros
tributos, a par do efetivamente investigado.

A denúncia espontânea tem o condão de excluir a responsabilidade apenas das multas punitivas,
assim, das elencadas no enunciado, apenas a multa pelo não pagamento poderia ser afastada.

Há profunda divergência no âmbito doutrinário no tocante à aplicação da denúncia espontânea quanto


àqueles tributos declarados pelo contribuinte, mas não pagos de imediato e sim parcelados.

O Superior Tribunal de Justiça recentemente consolidou sua posição no sentido de que o


parcelamento não pode ser equiparado ao pagamento para efeitos de gozo dos benefícios da denúncia
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
espontânea.

Referido entendimento, corroborado por parcela da doutrina, baseia-se, fundamentalmente, na


literalidade do dispositivo que versa sobre a denúncia espontânea.

Como se vê no art. 138, realmente, a exegese literal do dispositivo dá a impressão de uma relação de
contemporaneidade entre a confissão do contribuinte e o pagamento do tributo, o que se nota pela
inclusão da palavra “acompanhada”. Ademais, afirma o legislador que, quando o tributo depende de
apuração, deve a autoridade administrativa arbitrar a importância para que o sujeito passivo possa
depositar. Ora, é razoável entender que o arbitramento por parte do Fisco se dá para que o
contribuinte possa, desde logo, depositar a quantia, o que redunda na impossibilidade de
adimplemento postergado.

Outro argumento bastante convincente é o decorrente da leitura do §1º de artigo 155-A do CTN,
incluído pela Lei Complementar nº 104/2001, que aduz que: “salvo disposição em contrário, o
parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas”.

Dessa forma, se o parcelamento, por si só, não exclui a incidência de juros e multas, fica evidente que
se diferencia do pagamento imediato, como também leva a crer que o fato de o parcelamento ter sido
requerido juntamente à declaração não teria o condão de elidir os juros e multas.

6. Com relação aos crimes contra a ordem tributária, pergunta-se:


a) Qual o momento consumativo dos crimes contra a ordem tributária previstos no art. 1º da Lei
8.137/90? Há necessidade de esgotamento da esfera administrativa para a propositura da ação
penal? (Vide Súmula Vinculante n. 24 do STF e anexo VI e VII).

O momento consumativo dos crimes previstos no art. 1º da Lei n.º 8.137/90 corresponde ao auto de
infração devidamente notificado ao contribuinte. Notificação esta que é realizada pela
administração ao verificar irregularidades na formalização do crédito tributário ou a sua não
constituição.

Contudo, este não é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal. Para a Suprema Corte, a
consumação dos crimes penais tributários aperfeiçoa-se quando o crédito não puder mais ser
discutido administrativamente. Conforme se extrai do voto do Min. Sepúlveda Pertence, a
constituição definitiva do crédito tributário dar-se-á com a sua imutabilidade através do transito em
julgado da decisão administrativa. Na linha de raciocínio adotada pelo STF, como o sujeito passivo
tem o direito de impugnar o lançamento, este ainda não é definitivo. Logo, a notificação ao
contribuinte de irregularidades na formalização do crédito tributário não seria suficiente para a
consumação dos delitos penais tributários, notadamente diante da possibilidade de impugnar
administrativamente eventuais distorções constatadas pelo Fisco. Assim, para o STF, a constituição
definitiva do crédito se daria somente com a preclusão do direito inerente ao sujeito passivo de
impugnar o lançamento ou notificação. Sendo, desse modo, este o termo inicial do prazo
prescricional dos crimes contra a ordem tributária.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Porém, a consumação pressupõe a completa realização do tipo penal. No dizer da nossa Lei Penal,
“diz-se o crime (…) consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”
(Artigo 14, I, do CP).

Contudo, para nós, todo ato-norma de lançamento é definitivo, até que outra norma o desconstitua,
assim como tudo no direito. Ora, mesmo com o término do processo administrativo iniciado pelo
contribuinte o crédito tributário ainda pode ser alterado pela via judicial. Qualquer posicionamento
contrário, pressupõe entendermos que, além do término do processo administrativo, deve-se
aguardar o decurso do prazo para impugnação judicial, ou o trânsito em julgado da decisão judicial,
ou ainda, o prazo da ação rescisória (no caso de relativização da coisa julgada), pois só então o
crédito não mais poderia ser modificado e estaria definitivamente constituído.

Ademais, a formalização do crédito pelo particular acarreta inúmeras consequências jurídicas, pois
inaugura a relação obrigacional nos tributos lançados por homologação. A propósito, no ensejo
desta colocação, como lembra Aurora Tomazini de Carvalh:

“Todas as hipóteses dos artigos 1º da Lei n.º 8.137/90 e art. 337-A do Código Penal dizem respeito
a situações em que o particular é o responsável pela constituição do crédito tributário, ou seja em
que o tributo é sujeito ao “lançamento por homologação”. Assim, com relação a tais crimes, não
há que se cogitar diferenças entre lançamento de ofício e lançamento por homologação para o
início da contagem do prazo prescricional”

E, como se sabe, nos tributos lançados por homologação, o sujeito passivo tem o dever de apurar o
montante devido, efetuar o pagamento no prazo estabelecido em lei, fazer declarações tempestivas
e recolher a importância devida, antes de qualquer manifestação da Fazenda Pública. Assim, o ato
de homologação expressa ou tácita da atividade do contribuinte tem duplo efeito: o primeiro é o de
confirmar as operações realizadas pelo particular; sendo o que o segundo efeito é o de extinguir o
crédito tributário (e a obrigação).

Nestes termos, após a formalização do crédito pelo particular surge, para a administração, o direito
de fiscalização (ou homologação) dos dados fornecidos. Sendo que o direito de o Fisco rever o
lançamento do sujeito passivo e, em consequência, exigir diferença ou suplementação do tributo,
caduca em cinco anos.

Assim, se a Administração não lança qualquer diferença dentro do citado prazo decadencial de
cinco anos para a constituição do crédito, pressupõe-se a sua concordância com a formalização
efetuada pelo particular. Logo, não há que se cogitar de supressão ou redução de tributo e, portanto,
não há crime contra a ordem tributária. Do mesmo modo, quando o particular não formaliza o
crédito tributário, compete à Administração fazê-lo. Mantendo-se inerte o Fisco, evidencia-se a sua
concordância com a não existência de operações tributáveis – e também não há que se falar em
crime contra a ordem tributária.

No entanto, se dentro do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, a


Administração, exercendo seu direito de fiscalização, entende que os atos praticados pelo particular
não correspondem a todas as operações tributáveis por ele realizadas, ou, ainda, que este não
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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
formalizou aquilo que deveria, verificando que a sua conduta tenha efetivamente suprimido ou
reduzido tributo, efetuando o respectivo lançamento ou notificação ao contribuinte, constitui-se o
crédito tributário, o que, para nós, acarreta a consumação do crime, ocasião em que se deve iniciar
a contagem do prazo prescricional.

Ora, com a devida vênia ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, não nos parece lógico que
o processo administrativo, que constituirá definitivamente o crédito tributário e ensejará eventual
consumação do crime, suspenda o curso da prescrição da ação penal, pois o art. 111, I, do Código
Penal nos indica que a prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou. Afinal, as
normas penais tributárias, antes de serem tributárias, são normas penais e estão sujeitas às regras
estabelecidas pela legislação penal geral.

Portanto, entendemos que o marco inicial para a contagem do prazo prescricional para aplicação da
norma penal tributária nos crimes previstos no art. 1º da Lei n.º 8.137/90, se dá com a notificação
do auto de infração, que constitui como jurídico fato tributário não formalizado pelo contribuinte e
faz nascer o crédito tributário complementar, atestando a redução ou supressão do tributo.

b) A decadência e prescrição tributária são causas de extinção da punibilidade penal dos crimes
contra a ordem tributária? Fundamentar. (Vide anexo VIII).

O prazo para o direito de a Administração Pública lançar o seu crédito extingue-se em regra, nos
termos do art. 150 do CTN em cinco anos contados da ocorrência do fato imponível e, nos termos
do art. 173 do mesmo dispositivo, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter se efetuado, regra aplicada aos lançamentos por homologação, ou da data
em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado lançamento anterior, por vício formal.

Já a prescrição irá representar o prazo pelo qual a obrigação tributária se extingue, por inércia do
Fisco em executar a dívida já constituída pelo lançamento e se extingue, em regra, nos termos do
art. 168 do mesmo código, também no prazo de cinco anos.

Devem ser observadas ainda as causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário
previstas nos 151 a 182 do CTN e demais regras de legislação esparsa. O art. 34 da lei nº 9.249, de
26 de dezembro de 1995 expressa que:

Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do
tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia.

c) O parcelamento do tributo devido é causa de extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem
tributária? ? E a compensação com tributos pagos indevidamente? (vide anexo X).

O parcelamento do pagamento, uma vez aceito pela fiscalização, deve extinguir a punibilidade.
Neste sentido, os julgados:

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
STJ. Ac. HC n. 10.565-SP, DJ de 21.02.2000, Rel. Min. Edson Vidigal

O acordo de parcelamento do débito tributário, efetivado antes do recebimento da denúncia, enseja


a extinção de punibilidade prevista na Lei nº 9.249/95, art. 34, porquanto a expressão promover o
pagamento deve ser interpretada como qualquer manifestação concreta no sentido de pagar o
tributo devido.

STJ - AC. HC n. 4.060 - DF, DJ de 14.10.1996, Rel. Min. Fernando Gonçalves

O pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia, ainda que anteriormente à vigência da


Lei nº 9.249/95, acarreta a extinção da punibilidade do crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei nº
8.137/90, por força do art. 34 daquele diploma legal, haja vista a norma do art. 5º, XL da CF,
explicitado pelo parágrafo único do art. 2º do CP.

7. Que caracteriza as denominadas sanções políticas? Identifique se as seguintes medidas constituem-se


como sanções politicas e analise sua constitucionalidade: (i) Apreensão de bens; (ii) Inscrição de
créditos tributários no CADIN; (iii) Protesto de Certidão de Dívida Ativa; (iv) Cancelamento de
Registro Especial de Funcionamento (vide Decreto-Lei 1.593/1977 e ADI 3.952); (v) regime especial
para cumprimento de obrigações nos casos de embaraço à fiscalização e prática reiterada de infrações à
legislação tributária (vide Lei 9.430/96, disciplinada pela Instrução Normativa RFB 979/09; art. 96, V
da Lei n. 12.670/99 do Estado do Ceará e Decreto Estadual n. 48.494/11 do Rio Grande do Sul - vide
anexos IX e X); (vi) averbação pré-executória (art. 25 da Lei n° 13.606/18, que acrescentou, dentre
outros, o artigo 20-B, §3°, II à Lei nº 10.522/2002 e Portaria PGFN n° 33/2018, modificada pela
Portaria PGFN n° 42/2018).

A expressão “sanções políticas”, no Direito Tributário, conforme esclarece Hugo de Brito Machado[8],
“corresponde a restrições ou proibições impostas ao contribuinte, como forma indireta de obrigá-lo ao
pagamento do tributo, tais como a interdição do estabelecimento, a apreensão de mercadorias, o regime
especial de fiscalização, entre outras”.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 374.981, apresentou na motivação do voto do


Ministro Celso de Mello, importante lição: “Sanções políticas no Direito Tributário. Inadmissibilidade
da utilização pelo poder Público, de meios gravosos e indiretos de coerção estatal destinados a compelir
o contribuinte inadimplente a pagar o tributo (Súmulas 70, 323 e 547 do STF). Restrições estatais, que,
fundadas em exigências que transgridem os postulados da razoabilidade e da proporcionalidade em
sentido estrito, culminam por inviabilizar, sem justo fundamento, o exercício pelo sujeito passivo da
obrigação tributária, de atividade econômica ou profissional lícita. Limitações arbitrárias que não
podem ser impostas pelo Estado ao contribuinte em débito, sob pena de ofensa ao “substantive due
processo of law”. Impossibilidade constitucional de o Estado legislar de modo abusivo ou imoderado. O
poder de tributar – que encontra limitações essenciais no próprio texto constitucional, instituídas em
favor do contribuinte – não pode chegar à desmedida do poder de destruir. A prerrogativa estatal de
tributar traduz poder cujo exercício não pode comprometer a liberdade de trabalho, de comércio e de
indústria do contribuinte”.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Apreensão de mercadorias: há muito o STF tem proibido e até editou a súmula nº 323, segundo desta,
com o Min. Sidney Sanches “Não cabe na espécie, fazer justiça de mão própria, se a lei estabelece a
ação executiva fiscal para a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública”.

Inscrição no Cadin: também se configura com sanção política, inclusive já foi impedido através da
ação direta de inconstitucionalidade, Medida Cautelar número 1454-4.

Regime especial de controle e fiscalização: considerando expressamente o abuso do direito de


empresa, a proteção à concorrência e a inadmissibilidade da inadimplência sistemática planejada, o
Supremo Tribunal Federal – proferido na AC. n. 1667 (2009) e RE n. 750.669 (2013), dita requisitos
para a utilização do regime especial de fiscalização. Este somente seria admitido quando diante de
inadimplência injustificada, assim entendida a inadimplência reiterada, que não esteja justificada por
causa ordinária de não pagamento, onde esta sirva como diferencial de concorrência do contribuinte
inadimplente. Outrossim, as medidas adotadas pelo Fisco devem ter relação direta com a cessação da
inadimplência, bem como observar a razoabilidade e proporcionalidade.

8. Considerando as premissas fixadas nas questões anteriores, o não recolhimento de ICMS declarado
configura crime contra a ordem tributária, tipificado no art. 2°, II, da Lei 8.137/90 6? Considerar as
hipóteses de ICMS em substituição tributária e ICMS “próprio”. (Vide anexo XIII).

Sugestão para pesquisa suplementar


• Artigo: “O in dubio pro reo e sua aplicabilidade às sanções tributárias”, de Rafael Pandolfo, in XI
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.
• Artigo: “Lei 12.382/11 – parcelamento, pagamento e extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem
tributária, de Aurora Tomazini de Carvalho”, in VIII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.
• Itens 10, 11, 12, 12.1 do Capítulo II; itens 5 e 6 do Capítulo VI, itens 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 do
Capítulo VII do livro Sanções tributárias e sanções penais tributárias, de Angela Maria da Motta Pacheco.
São Paulo: Max Limonad.
• Artigo: “Discussão do crédito tributário e ação penal tributária” do livro Direito tributário e conceitos
privados, de Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Decadência e prescrição do direito tributário como causas de extinção da punibilidade penal” do
livro Sistema tributário brasileiro e a crise atual, de Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Aspectos atuais da legislação federal – exclusão da multa em denúncia espontânea, parcelamento
e as alterações da Lei complementar 104/01 ao artigo 155 do CTN”, de Aurora Tomazini de Carvalho.
• Artigo: “Crimes contra a ordem tributária: a necessidade de esgotamento da esfera administrativa para
propositura da ação penal e os efeitos do parcelamento do crédito tributário”, de Aurora Tomazini de
Carvalho, do livro: Segurança jurídica na tributação e estado de direito. II Congresso Nacional de estudos
tributários. São Paulo: Noeses.
• Segunda parte do livro Teoria e prática das multas tributárias, de Sacha Calmon Navarro Coêlho. Rio de
Janeiro: Forense.
• Parte I do livro Crimes contra ordem tributária, de Andreas Eisele. São Paulo: Dialética.

6
. “Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: [...] II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;”

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
• Parte 1, Capítulo 4, item 4.7 e Parte 3, Capítulo 3, item 3.6 a 3.6.3 do livro Teoria e prática das
presunções no direito tributário, de Florence Haret. São Paulo: Noeses.
• Capítulo IV item 4.3 do livro Ficções jurídicas no direito tributário, de Cristiano Carvalho. São Paulo:
Noeses.
• Capítulo 7, item 7.2 do livro Ficções tributárias: identificação e controle, de Angela Maria da Motta
Pacheco. São Paulo: Noeses.
• Capítulos III, IV e V do livro Presunções no direito tributário, de Maria Rita Ferragut. São Paulo: Saraiva.
• Artigo: “As sanções restritivas de direito e o exercício do poder de polícia – A inconstitucionalidade das sanções
políticas como instrumento para coibir o sujeito passivo ao pagamento do tributo”, de Maria Ângela Lopes Paulino.
Revista de Direito Tributário n. 117.

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estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo I
CARF, Acórdão n. 9101003.702
Sessão: 08/08/2018

MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS DE


IRPJ E CSLL. COBRANÇA CONCOMITANTE COM MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO.
A partir do advento da Medida Provisória nº 351/2007, convertida na Lei nº
11.488/2007, que alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não há mais dúvida interpretativa
acerca da inexistência de impedimento legal para a incidência da multa isolada cominada pela
falta de pagamentos das
estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, concomitantemente com a multa de ofício cominada pela
falta de pagamento do imposto e da contribuição devidos ao final do ano calendário.

Anexo II
AgRg no REsp 1.576.289/RS
DJe 27/05/2016

TRIBUTÁRIO. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. ART. 44, I E II, DA LEI


9.430/1996 (REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.488/2007). EXIGÊNCIA CONCOMITANTE.
IMPOSSIBILIDADE NO CASO. PRECEDENTES.
1. A Segunda Turma do STJ tem posição firmada pela impossibilidade de aplicação concomitante
das multas isolada e de ofício previstas nos incisos I e II do art. 44 da Lei 9.430/1996 (AgRg no REsp
1.499.389/PB, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/9/2015; REsp
1.496.354/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 24/3/2015).
2. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no REsp 1576289/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
19/04/2016, DJe 27/05/2016)

Anexo III
CARF – Acórdão 1401-002.838
Sessão 16/08/2018

OMISSÃO DE RENDIMENTOS. CONTROLE EFETUADO À MARGEM DA


ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL EFISCAL. COMPROVAÇÃO.
Caracterizam a omissão de receitas as vendas efetuadas sem emissão de nota fiscal, com registro
das receitas auferidas efetuado pelo contribuinte e mantidos à margem de sua escrituração contábil e
fiscal.
MULTA QUALIFICADA. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS. SONEGAÇÃO. CABIMENTO. É
cabível a qualificação da multa no caso de sonegação, caracterizada pela utilização de interpostas pessoas,
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
de modo a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade tributária das
condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributaria principal ou o credito
tributário correspondente.
MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. CABIMENTO.
É cabível a qualificação da multa no caso de fraude, caracterizada pela utilização de sistema de
controle de vendas realizadas sem a emissão de notas fiscais, e mantidos a margem da escrituração
contábil e fiscal.

Anexo IV
REsp 1.149.022 / SP
DJe 24/06/2010

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO
ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA
DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta
configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário
(sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica-a
(antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a
maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta
caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a
lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à
vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula
360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543-C, do CPC: REsp
886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp
962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que
“a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser
imediatamente inscrito em dívida ativa, tornando-se exigível, independentemente de qualquer
procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte” (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro
Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o
contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a
necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época
da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu,
consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): “No caso dos
autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
e Contribuição Social sobre o Lucro, ano-base 1995 e prontamente recolheu esse montante devido,
sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo
em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração
prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma
que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código
Tributário Nacional.” 6. Consequentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a
configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a
sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja,

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes
da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do
artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.

Anexo V
AgRg no REsp 1.466.966 / RS
Dje 11/05/2015

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.


OMISSÃO NÃO CARACTERIZADA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. ATRASO NA ENTREGA DA DCTF. APLICAÇÃO DE MULTA.
POSSIBILIDADE. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CARACTERIZADA.
1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da
pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.
2. Nos termos da jurisprudência do STJ, a denúncia espontânea não é capaz de afastar a multa
decorrente do atraso na entrega da Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), pois os
efeitos do art. 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. Precedente: AgRg
nos EDcl no AREsp 209.663/BA, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/04/2013, DJe
10/05/2013.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1466966/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/05/2015, DJe 11/05/2015)

Anexo VI
RHC 47.975/SP
DJe 17/09/2018

PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE


DESCAMINHO. ART. 334 DO CÓDIGO PENAL - CP. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA.
DESNECESSIDADE DO EXAURIMENTO DA PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-
FISCAL.
PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO.
1. O acórdão recorrido denegou a ordem de forma fundamentada, não sendo necessário
manifestar-se especificamente acerca de todas as alegações deduzidas pela defesa, desde que
motivadamente aprecie a questão deduzida em juízo.
2. A jurisprudência desta Turma não exige o exaurimento da via administrativa, com o
lançamento tributário para a apuração do delito de descaminho, como fez a Súmula Vinculante n. 24
do Pretório Excelso em relação ao crimes previstos no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137790.
Precedentes: RHC 60.999/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, e HC 270.285/RS, Rel. Ministra
LAURITA VAZ, QUINTA TURMA.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas
estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Recurso em habeas corpus desprovido.
(RHC 47.975/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
11/09/2018, DJe 17/09/2018)
Ponto interessante sobre o tema: exigência de prova da constituição definitiva, nos termos da S.
24 do STF.
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. CRIME TRIBUTÁRIO.
CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO. JUSTA CAUSA PRESENTE. SÚMULA
VINCULANTE N. 24/STF. 2. JUNTADA DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO.
DESNECESSIDADE. EVENTUAIS IRREGULARIDADES. DISCUSSÃO NA SEDE PRÓPRIA. 3.
RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO.(...) 3. Em suma: a) para o início da ação penal,
basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário (SV 24), não sendo necessária a juntada
integral do PAF correspondente; b) a validade do crédito fiscal deve ser examinada no Juízo cível, não
cabendo à esfera penal qualquer tentativa de sua desconstituição. c) caso a defesa entenda que a
documentação apresentada pelo Parquet é insuficiente e queira esmiuçar a dívida, pode apresentar cópia
do referido PAF ou dizer de eventuais obstáculos administrativos; d) se houver qualquer obstáculo
administrativo para o acesso ao procedimento administrativo fiscal respectivo, é evidente que a parte pode
sugerir ao Juiz sua atuação até mesmo de ofício, desde que aponte qualquer prejuízo à defesa, que possa
interferir na formação do livre convencimento do julgador. No ponto, a regra contida no art. 156 do CPP é
de clareza solar. 4. Recurso em habeas corpus improvido. (RHC 94.288/RJ, Rel. Ministro REYNALDO
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 30/05/2018)

Anexo VII
ARE 936.653
DJe 14/06/2016

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. TERMO
INICIAL. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INÍCIO DA
PERSECUÇÃO PENAL ANTES DO LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO.
POSSIBILIDADE. MITIGAÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE 24. EXCEPCIONALIDADE.
MULTA ISOLADA E DE REVALIDAÇÃO. LEGITIMIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279/STF. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA REFLEXA. PRECEDENTES. 1. Os crimes
contra a ordem tributária pressupõem a prévia constituição definitiva do crédito na via administrativa
para fins de tipificação da conduta. A jurisprudência desta Corte deu origem à Súmula Vinculante 24, a
qual dispõe: “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no artigo 1º, incisos I a
IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”. 2. Não obstante a jurisprudência
pacífica quanto ao termo inicial dos crimes contra a ordem tributária, o Supremo Tribunal Federal tem
decidido que a regra contida na Súmula Vinculante 24 pode ser mitigada de acordo com as
peculiaridades do caso concreto, sendo possível dar início à persecução penal antes de encerrado o
procedimento administrativo, nos casos de embaraço à fiscalização tributária ou diante de indícios da
prática de outros delitos, de natureza não fiscal. (...) (ARE 936653 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO
BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/05/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-122 DIVULG
13-06-2016 PUBLIC 14-06-2016)

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Anexo VIII
HC n. 399.109/SC
DJe 31/08/2018

HABEAS CORPUS. NÃO RECOLHIMENTO DE ICMS POR MESES SEGUIDOS.


APROPRIAÇÃO INDÉBITA TRIBUTÁRIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.
DECLARAÇÃO PELO RÉU DO IMPOSTO DEVIDO EM GUIAS PRÓPRIAS. IRRELEVÂNCIA
PARA A CONFIGURAÇÃO DO DELITO. TERMOS “DESCONTADO E COBRADO”.
ABRANGÊNCIA. TRIBUTOS DIRETOS EM QUE HÁ RESPONSABILIDADE POR
SUBSTITUIÇÃO E TRIBUTOS INDIRETOS. ORDEM DENEGADA.
1. Para a configuração do delito de apropriação indébita tributária - tal qual se dá com a
apropriação indébita em geral - o fato de o agente registrar, apurar e declarar em guia própria ou em
livros fiscais o imposto devido não tem o condão de elidir ou exercer nenhuma influência na prática do
delito, visto que este não pressupõe a clandestinidade.
2. O sujeito ativo do crime de apropriação indébita tributária é aquele que ostenta a qualidade de
sujeito passivo da obrigação tributária, conforme claramente descrito pelo art. 2º, II, da Lei n.
8.137/1990, que exige, para sua configuração, seja a conduta dolosa (elemento subjetivo do tipo),
consistente na consciência (ainda que potencial) de não recolher o valor do tributo devido. A
motivação, no entanto, não possui importância no campo da tipicidade, ou seja, é prescindível a
existência de elemento subjetivo especial.
3. A descrição típica do crime de apropriação indébita tributária contém a expressão “descontado ou
cobrado”, o que, indiscutivelmente, restringe a abrangência do sujeito ativo do delito, porquanto nem todo
sujeito passivo de obrigação tributária que deixa de recolher tributo ou contribuição social responde pelo
crime do art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990, mas somente aqueles que “descontam” ou “cobram” o tributo ou
contribuição.
4. A interpretação consentânea com a dogmática penal do termo “descontado” é a de que ele se
refere aos tributos diretos quando há responsabilidade tributária por substituição, enquanto o termo
“cobrado” deve ser compreendido nas relações tributárias havidas com tributos indiretos (incidentes
sobre o consumo), de maneira que não possui relevância o fato de o ICMS ser próprio ou por
substituição, porquanto, em qualquer hipótese, não haverá ônus financeiro para o contribuinte de
direito.
5. É inviável a absolvição sumária pelo crime de apropriação indébita tributária, sob o
fundamento de que o não recolhimento do ICMS em operações próprias é atípico, notadamente
quando a denúncia descreve fato que contém a necessária adequação típica e não há excludentes de
ilicitude, como ocorreu no caso. Eventual dúvida quanto ao dolo de se apropriar há que ser esclarecida
com a instrução criminal.
6. Habeas corpus denegado.
(HC 399.109/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
22/08/2018, DJe 31/08/2018)

Anexo IX
STJ - HC n. 86.864

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Dje 22/04/2008
HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.
PRESCRIÇÃO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A
AÇÃO PENAL. (…) 2. Não há justa causa para a persecução penal relativamente ao delito
tipificado no artigo 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/90, se se encontravam prescritos, acaso existentes, os
débitos tributários, de modo a impedir a própria instauração do procedimento administrativo fiscal.
(STJ – HC 86.684 CE Relator: Min. HAMILTON CARVALHO – DJ 02-04-07).
Posição divergente:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM
TRIBUTÁRIA. ARTIGO 1º, INCISOS I, DA LEI 8.137/1990. CRÉDITO TRIBUTÁRIO REGULAR
E DEFINITIVAMENTE CONSTITUÍDO. EXTINÇÃO POSTERIOR DO CRÉDITO, EM RAZÃO
DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. AUSÊNCIA DE REFLEXO NO ÂMBITO PENAL.
APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DA REGRA DO ART. 9º, §2º, DA LEI 10.684/03.
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. A constituição regular e definitiva do crédito
tributário é suficiente à tipificação das condutas previstas no art. 1º, I a IV, da Lei nº 8.137/90.
2. A circunstância de, posteriormente, ter sido extinta a execução fiscal ajuizada, diante da
caracterização da prescrição intercorrente do crédito tributário, não afeta a persecução penal.
Precedentes.
3. Embora constitua a prescrição uma causa de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156, V),
tal circunstância não implica que a obrigação tributária não tenha nascido regularmente, gerando, a seu
tempo, o dever de pagamento do tributo e, consequentemente, a consumação do delito.
4. Não é possível a aplicação analógica da norma prevista no artigo 9º, § 2º, da Lei nº
10.684/2003 - que prevê a extinção da punibilidade dos crimes tributários em caso de pagamento
integral do quantum debeatur -, dada a inexistência de semelhança relevante entre o pagamento e a
prescrição, à luz da ratio legis que informa o dispositivo. 5. Recurso ordinário a que se nega
provimento.
(RHC 81.446/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,
julgado em 13/06/2017, DJe 30/06/2017)

Anexo X
AgRg no AREsp 774.580 / SC

DJe 04/04/2018

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO


INTEGRAL. DO DÉBITO. EXCLUSÃO DO PROGRAMA DE PARCELAMENTO. AUSÊNCIA DE
ILEGALIDADE NO PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL.
1. O pagamento integral do débito previdenciário extingue a punibilidade do acusado, sendo que
a adesão ao programa de parcelamento suspende o andamento do prazo prescricional até sua
revogação ou a posterior extinção da punibilidade, em razão do pagamento integral.
2. No caso dos autos, inocorrendo o pagamento integral do débito e tendo a empresa dos
recorrentes sido excluída do programa de parcelamento, não há que se falar em suspensão do prazo
prescricional ou extinção da punibilidade.

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Voto
(...)
Quanto ao ponto, o entendimento perfilhado por esta Corte Superior é no sentido de que o
pagamento integral do débito previdenciário extingue a punibilidade do acusado, sendo que a adesão ao
programa de parcelamento suspende o andamento do prazo prescricional até sua revogação ou a
posterior extinção da punibilidade, em razão do pagamento integral.
No caso dos autos, conforme asseverado na decisão impugnada, não houve o pagamento integral
do débito tributário, tendo a empresa dos recorrentes sido excluída do programa de parcelamento do
débito, não havendo que se falar em suspensão da prescrição ou extinção da punibilidade dos
agravantes, o que denota que o acórdão regional está em harmonia com a jurisprudência deste
Sodalício.
Nesse sentido, destacam-se:

APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. INTEGRAL PAGAMENTO DO DÉBITO. MATÉRIA DE


ÂMBITO PROBATÓRIO NÃO DEMONSTRADA COM PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. PARCELAMENTO DO
DÉBITO. SIMPLES ADESÃO. IMPOSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA.
DOSIMETRIA DA PENA E REGIME INICIAL. ALTERAÇÃO EM HABEAS CORPUS. IMPROPRIEDADE DA
PRETENSÃO SE NÃO DEMONSTRADA ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA.
1 - Se não há prova pré-constituída do integral pagamento do débito tributário, não há como determinar a extinção da
punibilidade.
2 - A simples adesão a parcelamento do débito, sem demonstração efetiva da consolidação do montante a ser solvido,
não rende ensejo à suspensão da pretensão punitiva. Precedentes desta Corte.
3 - Em habeas corpus somente se altera a dosimetria e/ou o regime inicial da pena se demonstrada ilegalidade
flagrante ou teratologia, hipóteses não ocorrentes na espécie.
4 - Ordem denegada.
(HC 397.961/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/08/2017,
DJe 31/08/2017)

Anexo XI
RMS 51.523/CE
DJe 07/08/2017

TRIBUTÁRIO. REGIME ESPECIAL DE FISCALIZAÇÃO. MEDIDA FISCALIZATÓRIA DE


AUMENTO DA BASE DE CÁLCULO DO ICMS COM A INCLUSÃO DE “MARGEM DE VALOR
AGREGADO”. DESPROPORCIONALIDADE. SANÇÃO POLÍTICA COM A FINALIDADE DE
ARRECADAÇÃO. ATIVIDADE ECONÔMICA. PREJUÍZO. 1. A Suprema Corte, após reconhecer a
repercussão geral da matéria, no julgamento do RE 914.045/MG, à luz dos arts. 5º, XIII, e 170 da
Constituição Federal, decidiu ser “inconstitucional restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de
atividade econômica ou profissional, quanto aquelas forem utilizadas como meio de cobrança indireta de
tributos” (ARE 914045 RG, Rel. Min. Edson Fachin, DJe-232).
2. A depender do caso concreto, este Tribunal Superior tem permitido a inclusão de
contribuintes/responsáveis em Regimes Especiais de Fiscalização quando habituados a infrações
tributárias, não se admitindo, porém, que as medidas fiscais impostas pelo respectivo regime possam
inibir a regular atividade empresarial. 3. Hipótese em que a impetrante, incluída no Regime Especial
de Fiscalização do Estado do Ceará, está sendo obrigada a pagar o ICMS durante o transporte das
mercadorias que comercializa, por ocasião da passagem nos postos fiscais em rodovias, com a

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majoração da base de cálculo do imposto, por meio do aumento da Margem de Valor Agregado, a ser
aplicada nos casos de substituição tributária, situação que evidencia ser a medida fiscal imposta à
impetrante meio indireto de coerção para cobrança de tributos, eventualmente em atraso, pois o
tratamento tributário diferenciado dificulta o exercício da atividade econômica, com o aumento da
carga tributária enquanto vigente o Regime Especial de Fiscalização, o que não deve ser tolerado, à luz
dos arts. 5º, XIII, e 170 da Constituição Federal.
4. Recurso ordinário parcialmente provido.
(RMS 51.523/CE, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
08/06/2017, DJe 07/08/2017)

Anexo XII
TJ-RS - Apelação Cível Nº 70073023186
Julgamento 12/04/2017

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CAUTELAR. MEDIDAS RELATIVAS AO REGIME ESPECIAL


DE FISCALIZAÇÃO. LEI ESTADUAL Nº 13.711/2011 E DECRETO ESTADUAL Nº 48.494/2011.
CONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO ÓRGÃO ESPECIAL DESTA CORTE.
Conforme decidido por maioria pelo Órgão Especial desta Corte no incidente de Inconstitucionalidade
nº 70048229124, não se configuram inconstitucionais as medidas previstas na Lei Estadual nº
13.711/2011 e no Decreto Estadual nº 48.494/2011 relativas ao Regime Especial de Fiscalização.
Ausência de medidas coercitivas ou que condicionem a continuidade das atividades da empresa ao
pagamento imediato de tributos, inexistindo ofensa aos enunciados nºs 70, 323 e 547 do STF, ou aos
princípios da isonomia e livre concorrência. Inscrição da empresa no REF não gera constrangimento,
servindo a dar publicidade. Precedentes do STJ e desta Corte. APELAÇÃO DESPROVIDA.

Referências do Módulo

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ARAUJO, Clarice von Oertzen de. Incidência jurídica – teoria e crítica. São Paulo: Noeses, 2011.
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BARRETO, Paulo Ayres. Contribuições: regime jurídico, destinação e controle. 2. ed. São Paulo:
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BRAGHETTA, Daniela de Andrade. Tributação do comércio eletrônico. São Paulo: Quartier Latin,
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espacial na regra-matriz de incidência tributária. São Paulo: Noeses, 2014.
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processual da coisa julgada ‘inconstitucional’ no CPC projetado”. In: CONGRESSO NACIONAL DE
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