Aventura Maravilhosa - Temas de Reflexão

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Aquilino Ribeiro

Aventura Maravilhosa de D. Sebastião, Rei de Portugal, Depois da Batalha com o


Miramolim (1936)

TEMAS DE REFLEXÃ O
(cada aluno deverá escolher um dos seguintes temas, sobre o qual fará uma
apresentaçã o de 10 minutos na pró xima aula)

1. Autor e contexto epocal relativo à génese

2. Enredo

3. D. Sebastiã o e sintaxe actancial

4. Espaço

5. Tempo

6. Grau de ficcionalidade

7. Tipo de romance histó rico (Ansgar Nü nning)

8. Receçã o (desde da publicaçã o até à atualidade)

1. Autor e contexto epocal relativo à génese


Aquilino Ribeiro
Nascimento: 13 de setembro de 1885 (Monarquia Constitucional)
Tabosa do Carregal, Sernancelhe, Viseu , Portugal
Morte 27 de maio de 1963 (77 anos) (Estado Novo ou 2ª Repú blica - Salazar)
Lisboa, Portugal

Cô njuge
Grete Tiedemann (1913-1927, 1 filho)
Jeró nima Dantas Machado (1929, 1 filho)
Prêmios: Prémio Ricardo Malheiros (1933) e indicaçã o ao Nobel (1960)
Magnum opus: Cinco reis de gente

É considerado por alguns como um dos romancistas mais fecundos da


primeira metade do século XX. Iniciou a sua obra em 1907 com o folhetim "A
Filha do Jardineiro" e depois 1913 com os contos de Jardim das Tormentas e com
o romance A Via Sinuosa, 1918, e mantém a qualidade literá ria na maioria dos
seus textos, publicados com regularidade e êxito junto do pú blico e da crítica.

Biografia
Aquilino Ribeiro nasce em 1885, no Carregal de Tabosa, concelho de
Sernancelhe, em 13 de setembro, filho natural (o último de quatro) do padre
Joaquim Francisco Ribeiro e da camponesa Mariana do Rosá rio Gomes, tendo
uma irmã mais velha (Maria do Rosá rio) e dois irmã os mais velhos (Melchior e
Joaquim). Foi batizado na Igreja Matriz dos Alhais, no concelho de Vila Nova de
Paiva.

Viveu uma infâ ncia plenamente inserida no meio rural. Brincava na rua com as
outras crianças da sua idade, admirava os pá ssaros e, no limiar da adolescência,
gostava de montar a cavalo e de caçar.

Em 1895, já a viver no concelho de Moimenta da Beira, realizou o exame de


instruçã o primá ria e entrou no Colégio de Nossa Senhora da Lapa. Em 1900
entrou no Colégio de Lamego, em Lamego e, a seguir, foi mandado para o
Seminá rio de Beja — para onde iam os ordenandos mais recalcitrantes, dirá o
escritor, nas suas memó rias — obedecendo a um desejo da sua mã e, que queria
fazê-lo sacerdote.

Aquilino seria expulso do Seminá rio em 1904, depois de ter dado uma réplica
cortante a uma acusaçã o do padre Manuel Ançã , um dos diretores da instituiçã o.
Regressado a Soutosa, daí saiu ao fim de dois anos, rumo a Lisboa.

Começava a sua conspiração contra a monarquia liberal desvirtuada por


governos autoritários. Em 1906 começa a colaborar no jornal republicano A
Vanguarda. Em 1907, em parceria com José Ferreira da Silva, escreve A Filha do
Jardineiro, obra de ficçã o de propaganda republicana e de crítica à s figuras do
regime. Entra a seguir para a Loja Montanha do Grande Oriente Lusitano, em
Lisboa, a convite de Luz de Almeida.

É também em 1907 que Aquilino é preso, acusado de ser anarquista, na


sequência de uma explosã o no seu quarto na Rua do Carriã o, a 28 de Novembro,
em Lisboa, na qual morreu inclusive um carboná rio.

No ano seguinte, em 1908 Aquilino evade-se da prisão, em 12 de janeiro, e


durante a clandestinidade em Lisboa mantém os contactos com os
regicidas, refugiado numa casa de Meira e Sousa, na Rua Nova do Almada, em
frente do Tribunal da Boa Hora.

Estabelecido em Paris em 1910, estuda na Faculdade de Letras da Sorbonne.


Vem a Portugal apó s o 5 de outubro e regressa a Paris, onde conhecera a alemã
Grete Tiedemann. Apó s uma estada na Alemanha, virá a casar com Grete. O
casal regressa a Paris e, em 1914, nasce-lhes o primeiro filho, Aníbal Aquilino
Fritz Tiedemann Ribeiro. Nesse mesmo ano ainda publicará um novo livro,
Jardim das Tormentas.

Em 1915 a família é obrigada a regressar a Portugal na sequência dos


conflitos da Primeira Grande Guerra. Aquilino, mesmo sem ter conseguido
terminar a sua licenciatura, é admitido a lecionar no ensino secundário,
sendo colocado como professor no Liceu Camões, onde ficará durante três
anos.

Em 1918 publica A Via Sinuosa. No ano seguinte, em 1919, entra para a


Biblioteca Nacional de Portugal, a convite de Raul Proença. Convive com o
chamado Grupo da Biblioteca Nacional onde pontificam Jaime Cortesã o e Raul
Proença. Publica Terras do Demo, e a primeira versã o do seu conto "Valeroso
Milagre" na Revista Atlâ ntida (nº 32), cuja trama se passa no Mosteiro de Nossa
Senhora da Assunçã o de Tabosa, situado na sua freguesia natal, aquando das
invasõ es francesas. É na Biblioteca Nacional que Aquilino Ribeiro é procurado
por pessoas de suas relaçõ es para lhe mostrarem uma Acta do Regicídio.

Em 1921 integra a direcçã o da revista Seara Nova. Em 1922 publica O


Malhadinhas integrado no livro Estrada de Santiago, o qual inclui também uma
nova versã o do "Valeroso Milagre".

Em 1927 entra na revolta de 7 de fevereiro, em Lisboa. Exila-se em Paris.


No fim do ano regressa a Portugal, clandestinamente, após falecer a
primeira mulher. Em 1928 entra na revolta de Pinhel. Encarcerado no
presídio de Fontelo (Viseu), evade-se e volta a Paris.

Em 1929 casa em Paris com Jeró nima Dantas Machado, filha de Bernardino
Machado. Do casal virá a nascer em 1930 o segundo filho, Aquilino Ribeiro
Machado, que viria a ser o 60.º Presidente da Câ mara Municipal de Lisboa (1977-
1979). Em Lisboa é julgado à revelia em Tribunal Militar, e condenado.

Em 1931 vai viver para a Galiza. Em 1932 volta a Portugal


clandestinamente. Em 1933 recebe o Prémio Ricardo Malheiros da
Academia das Ciências de Lisboa, pelo seu livro As Três Mulheres de
Sansão.

Em 1935 é eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Em 1946 publica Aldeia, Terra, Gente e Bichos. Em 1951 publica Geografia


Sentimental.

Em 1952 faz uma viagem ao Brasil onde é homenageado por escritores e


artistas, na Academia Brasileira de Letras. Em 1956 é fundador e
presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores.

Em 1957 publica A Casa Grande de Romarigã es e, em 1958, Quando os Lobos


Uivam. Neste mesmo ano é nomeado sócio efetivo da Academia das Ciências
de Lisboa. Milita na candidatura de Humberto Delgado à presidência da
Repú blica.

Em 1960 é proposto para o Prémio Nobel da Literatura por Francisco


Vieira de Almeida, proposta subscrita por José Cardoso Pires, David Mourã o-
Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, José Gomes Ferreira, Maria Judite de
Carvalho, Má rio Soares, Vitorino Nemésio, Abel Manta, Alves Redol, Luísa
Dacosta, Vergílio Ferreira, entre muitos outros.

Em 1962 nasce-lhe a primeira neta, Mariana, a quem dedica O Livro da


Marianinha.
Em 1963 é homenageado em vá rias cidades do país por ocasiã o dos cinquenta
anos de vida literá ria. Morre no dia 27 de maio. Nessa mesma hora, a Censura
comunicava aos jornais nã o ser mais permitido falar das homenagens que lhe
estavam a ser prestadas. É sepultado no Cemitério dos Prazeres.

Em 1974 é publicado o livro de memó rias Um Escritor Confessa-se. Como


escreve José Gomes Ferreira no prefá cio Aquilino sabe mentir a verdade.

Em 1982, a 14 de Abril, é agraciado a título pó stumo com o grau de Comendador


da Ordem da Liberdade

Em 2007, por decisã o unâ nime, a Assembleia da Repú blica decide homenagear a
sua memó ria e conceder aos seus restos mortais as honras de Panteã o
Nacional[5]. A cerimó nia de trasladaçã o para o Panteã o Nacional ocorreu a 19 de
setembro desse mesmo ano.

Contexto político de 1936:

Portugal participou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a


mobilização militar e o colapso do comércio marítimo causaram muitos
problemas sociais, tais como inflação e escassez. O movimento operá rio, em
que primava a organização dos anarco-sindicalistas, também nã o se sentia
representado pela Repú blica e foi muito combativo, com muitas greves contra a
carestia em que usava a violência política. O golpe de estado em 1917 de
Sidónio Pais (mesmo ano da Revoluçã o Russa) tentou criar uma repú blica
presidencialista e integrar no regime moná rquicos e cató licos, mas apó s o seu
assassinato um ano depois e uma pequena guerra civil entre janeiro-
fevereiro de 1919 entre Monarquia e República, restaurou-se a
Constituição de 1911. O sistema sobreviveu ainda oito anos , mas enfrentou
inú meros problemas sociais, golpes e insurreiçõ es, até que o golpe militar de
1926 impô s uma ditadura.

Ditadura (1926–1974)
Salazar (1926–1933)
O golpe militar de 1926 pô s fim à Primeira Repú blica, iniciando uma ditadura
militar encabeçada pelo general Carmona. Em 1928 a situaçã o financeira do país
tornou-se a principal preocupaçã o do governo e Carmona nomeou ministro das
Finanças Antó nio de Oliveira Salazar, um prestigiado professor de finanças da
Universidade de Coimbra. O regime, progressivamente mais autoritário,
promulgou em 1930 um Acto Colonial centralizador, que restringiu a
autonomia financeira e administrativa das coló nias no que chamou Império
Colonial Português. Os antigos partidos políticos portugueses desaparecem,
excepto o Partido Comunista Português, cujos dirigentes foram duramente
perseguidos pela polícia política (PVDE e depois, PIDE). A censura,
restabelecida em 1926, foi consolidada e as greves proibidas.

Salazar começou uma grande reforma política, criando a Uniã o Nacional - o


ú nico partido legal do regime - e ú ltimou com o presidente Carmona o processo
de aprovação da Constituição de 1933. Com esta Constituição, foi criado um
regime pessoal, autocrático e repressivo, que se designou por República
corporativista ou Estado Novo. Mais do que o Presidente da República, que
continuou a ser eleito por sufrágio directo e universal, Salazar tornou-se o
novo "Chefe" da Nação.

A Histó ria de Dom Sebastiã o é usada como pano de fundo para a conversa sobre
uma polêmica que já havia ocorrido, a “Questã o do desejado” ou “polêmica
sebá stica” (1924), no natural desconforto de mudança de regime e de
pensamento e de estrutura, em que há um conflito ideoló gico na identidade do
português, exterinado em Antó nio Sérgio (Republicano) e Carlos Malheiro Dias
(monarquista), ambos eram amigos de Aquilino Ribeiro.

Enredo…

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