TCC Lívia Vanessa Machado Costa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE FARMÁCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Lívia Vanessa Machado Costa

PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ESTIRPES DE Escherichia


coli ISOLADAS DE AMOSTRAS DE ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO

Juiz de Fora
2017
Lívia Vanessa Machado Costa

PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ESTIRPES DE Escherichia


coli ISOLADAS DE AMOSTRAS DE ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal de Juiz de Fora,
como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Farmácia.

Orientador: Prof. Dr. Humberto Moreira Húngaro

Juiz de Fora
2017
Lívia Vanessa Machado Costa

PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ESTIRPES DE Escherichia


coli ISOLADAS DE AMOSTRAS DE ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal de Juiz de Fora,
como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof Dr. Humberto Moreira Húngaro - Orientador
Universidade Federal de Juiz de Fora

_________________________________________
Prof Dr. Jonathan de Magalhães Andrade
Universidade Federal de Juiz de Fora

_________________________________________
Profa. Dra. Brenda Neres Targino
Universidade Federal de Ouro Preto

_________________________________________
Msc. Louise Cristine Cândido da Silva
Universidade Federal de Juiz de Fora
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado chegar até aqui.


Ao meu orientador, Humberto Húngaro, por toda orientação dada durante
esse período, por todas as oportunidades, pelo aprendizado e, principalmente, pela
eterna paciência! Obrigada pelo tempo dedicado!
Aos meus pais, por todo apoio incondicional e coragem que sempre me
deram nos momentos mais difíceis no decorre da faculdade.
À minha família que sempre me apoiou e vibrou com minhas conquistas.
Ao Artur, pelo amor, paciência, incentivo, carinho e por estar sempre
presente.
A empresa Nippon Chemical que doou os sanitizantes.
Aos amigos do Laboratório de Análise de Alimentos e Águas que
diretamente e indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos membros da banca examinadora, pela presença e colaboração.
À todas as pessoas que me apoiaram no decorrer da faculdade, o meu
muito obrigada!
RESUMO

O monitoramento de micro-organismos do grupo coliformes é a principal


forma de assegurar a qualidade microbiológica da água. A presença de bactérias do
grupo coliformes inviabiliza a água para o consumo humano. Geralmente, estas
bactérias não são patogênicas, mas algumas estirpes estão associadas a doenças de
veiculação hídrica. Além disso, estes micro-organismos podem desenvolver
resistência a antimicrobianos, incluindo sanitizantes e antibióticos. Dessa forma, o
objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil de resistência a antimicrobianos de estirpes
de E. coli isoladas de amostras de água destinada ao consumo. Durante o ano de
2015, foram coletadas 220 amostras de água e analisadas quanto à contagem de
bactérias heterotróficas, presença de coliformes totais e E. coli. As estirpes de E. coli
isoladas dessas amostras de água foram avaliadas quanto ao perfil de resistência a
sanitizantes e antibióticos por meio da determinação da Concentração Inibitória
Mínima (CIM) por macrodiluição em meio líquido e pelo método de difusão em disco
em ágar, respectivamente. Observou-se que 46 (20,9%) amostras de água analisadas
apresentaram bactérias do grupo coliformes, das quais 20 (9,0%) estavam
contaminadas por E. coli. Entre as 20 estirpes de E. coli isoladas, 11 (55%)
apresentaram CIM de 2,11 mg/L, 4 (20%) com CIM de 4,22 mg/L, 3 (15%) com CIM
de 1,05 mg/L e 2 (10%) com CIM de 8,44 mg/L para o hipoclorito de sódio. No caso
da biguanida polimérica, 13 (65%) estirpes apresentaram CIM de 4,22 mg/L e 7 (35%)
com CIM de 2,11 mg/L. Em relação ao perfil de resistência aos antibióticos, todas as
estirpes isoladas foram resistentes a pelo menos um dos 11 antibióticos testados. As
maiores taxas de resistência foram observadas para amoxicilina (100%) e ampicilina
(80%). Algumas estirpes isoladas também foram resistentes a cefalexina (15%),
cloranfenicol (5%), tetraciclina (5%) e cefotaxima (5%). Apesar do baixo número de
amostras de água contaminadas por E. coli, a presença de estirpes multirresistentes
a antibióticos e a grande variação de CIM observada para os sanitizantes testados
comprometem a utilização desta água devido à possibilidade de disseminação de
genes de resistência para diferentes ambientes.

Palavras-chaves: Água. Bactérias coliformes. Escherichia coli. Antimicrobianos. Perfil


de resistência.
ABSTRACT

The monitoring of microorganisms of the coliforms group is the main way of


assuring the microbiological quality of the water. The presence of coliform bacteria
makes water not suitable for human consumption. Generally, these bacteria are not
pathogenic, but some strains are associated with waterborne diseases. In addition,
these microorganisms may develop resistance to antimicrobials, including sanitizers
and antibiotics. Thus, the objective of this work was to evaluate the antimicrobial
resistance profile of E. coli strains isolated from samples of water intended for
consumption. During the year 2015, 220 water samples were collected and analyzed
regading the counts of heterotrophic bacteria, the presence of total coliforms and E.
coli. The E. coli strains isolated from these water samples were evaluated in relation
to resistance profile to sanitizers and antibiotics throughout the determination of
Minimal Inhibitory Concentration (MIC) by macrodilution in liquid culture medium and
by disk-diffusion method in agar, respectively. It was observed that 46 (20.9%) water
samples contained coliform bacteria, which 20 (9.0%) were contaminated by E. coli.
among the 20 E. coli strains isolated, 11 (55%) revealed MIC of 2.11 mg/L, 4 (20%)
with MIC of 4.22 mg/L, 3 (15%) with MIC of 1.05 mg/L and 2 (10%) with MIC of 8.44
mg/L for sodium hypochlorite. In case of polymeric biguanide, 13 (65%) strains
revealed a MIC of 4.22 mg/L and 7 (35%) with a MIC of 2.11 mg/L. Regarding the
antibiotic resistance profile, all strains isolated were resistant to at least one of the 11
antibiotics tested. The highest resistance rates were observed for amoxicillin (100%)
and ampicillin (80%). Some isolated strains were also resistant to cephalexin (15%),
chloramphenicol (5%), tetracycline (5%) and cefotaxime (5%). Despite the low number
of samples of water contaminated with E. coli, the presence of strains multiresistant to
antibiotics and the large MIC variation observed for the sanitizers tested compromise
the use of this water due to the possibility of dissemination of resistance genes to
different environments.

Keywords: Water. Coliform bacteria. Escherichia coli. Antimicrobials. Resistance


profile.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Contagem de bactérias heterotróficas e a enumeração de coliformes totais


e E. coli em amostras de águas destinadas ao consumo humano recebidas no LAAA
no período de 2015 que apresentaram contaminação por E. coli.............................. 21

Tabela 2 - Concentração Inibitória Mínima dos isolados de E. coli aos sanitizantes


hipoclorito de sódio e biguanida polimérica................................................................ 24

Tabela 3 - Perfil de resistência a antimicrobianos de estirpes de E. coli isoladas de


amostras de água destinada ao consumo humano recebidas no LAAA no período de
2015........................................................................................................................... 25
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 11
2.1 ÁGUA: IMPORTÂNCIA E PADRÃO DE QUALIDADE ..................................... 11
2.2 MICRO-ORGANISMOS INDICADORES ......................................................... 11
2.2.1 Coliformes totais e Escherichia Coli........................................................... 12
2.3 ANTIMICROBIANOS ....................................................................................... 13
2.3.1 Resistência a sanitizantes ......................................................................... 13
2.3.2 Resistência a antibióticos .......................................................................... 14
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16
3.1 Geral ................................................................................................................ 16
3.2 Específicos ....................................................................................................... 16
4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 17
4.1 COLETA DAS AMOSTRAS ............................................................................. 17
4.2 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS..................................................................... 17
4.3 ISOLAMENTO DE Escherichia coli .................................................................. 18
4.4 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) DOS
ISOLADOS DE Escherichia coli AOS SANITIZANTES .......................................... 18
4.4.1 Preparo dos sanitizantes ........................................................................... 18
4.4.2 Determinação da Concentração Inibitória Mínima dos sanitizantes .......... 19
4.5 TESTE DE SENSIBILIDADE DOS ISOLADOS DE Escherichia coli AOS
ANTIBIÓTICOS ...................................................................................................... 19
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 21
5.1 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS E ISOLAMENTO DE Escherichia coli ......... 21
5.2 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DOS ISOLADOS DE
Escherichia coli AOS SANITIZANTES ................................................................... 23
5.3 PERFIL DE RESISTÊNCIA DOS ISOLADOS DE Escherichia coli AOS
ANTIBIÓTICOS ...................................................................................................... 25
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
9

1 INTRODUÇÃO

A água é importante sobre vários aspectos, como ambientais, econômicos,


políticos e sociais, incluindo seus múltiplos usos como na produção agrícola,
abastecimento público, produção de hidroeletricidade, recreação, turismo, pesca,
mineração, transporte e navegação (TUNDISI, 2006).
A água destinada ao consumo humano deve atender aos padrões
estabelecidos pela Portaria nº 2914 de 2011 (BRASIL, 2011), a fim de assegurar a
saúde de seus consumidores. A água pode veicular vários agentes patogênicos,
incluindo bactérias (Víbrio cholerae, Salmonella spp., Shigella spp. e Escherichia coli);
vírus (Hepatite A e o Rotavírus); protozoários (Giardia lambia e Entamoeba
histolytica); helmintos (Nematoides e Schistosoma haematobium); e algas (Anabaena
flosaquae e Microcystis aeruginosa) (YAMAGUCHI et al., 2013). O risco sanitário mais
comum associado à água destinada ao consumo humano é a sua contaminação por
micro-organismos patogênicos (GORCHEV; OZOLINS, 2011).
O monitoramento de micro-organismos do grupo coliformes é a principal
forma de assegurar a qualidade microbiológica da água. Além disso, um teor mínimo
de cloro residual livre na água deve estar presente para assegurar sua qualidade
microbiológica. A presença deste grupo de micro-organismos e ausência de cloro
residual livre inviabilizam a utilização da água para o consumo humano (SOARES et
al., 2016).
A espécie E. coli compreende micro-organismos comuns ao trato
gastrointestinal de seres humanos e animais de sangue quente. Geralmente, estas
bactérias não são patogênicas, mas algumas estirpes estão associadas a doenças de
origem alimentar e veiculação hídrica. Além disso, alguns estudos têm demonstrado
que estes micro-organismos podem desenvolver resistência a antimicrobianos,
incluindo sanitizantes e antibióticos (CERF; CARPENTIER; SANDERS, 2010).
Os sanitizantes são aplicados para tratar superfícies, instrumentos, água,
etc., incluindo áreas da medicina, medicina veterinária, agricultura, indústria de
alimentos e área doméstica (REYBROUCK, 1998). O desenvolvimento de tolerância
a estes agentes resulta em uma ineficiência do processo de higienização e pode
comprometer a qualidade de produtos e processos. Do mesmo modo, a resistência a
antibióticos é um problema frequente em saúde pública, que tem provocado uma
crescente preocupação devido ao desenvolvimento e disseminação de múltiplas
10

resistências a estes agentes (MARINHO, 2013). As infecções causadas por micro-


organismos resistentes tendem a responder cada vez menos a terapêutica, resultando
em tratamentos mais longos, com elevados custos (CASTANHEIRA, 2013).
Os micro-organismos podem tornar-se resistentes aos antimicrobianos a
partir de diferentes mecanismos, podendo atuar sobre a síntese da parede celular, na
inibição da síntese protéica, sobre a estrutura e função da membrana celular, na
interferência na síntese do ácido nucléicos e na atividade antimetabólica ou
competitividade antagônica (ROSSI, ANDREAZZI, 2005). As fontes de micro-
organismos resistentes são diversas, incluindo o uso indiscriminado de
antimicrobianos em hospitais, clínica veterinária e produção animal. Os micro-
organismos resistentes circulam entre diferentes habitats, incluindo a água.
Portanto, investigar a resistência destes micro-organismos isolados de
água é importante devido ao desenvolvimento de bactérias multirresistentes,
patogênicas ou comensais de seres humanos e animais, e a sua disseminação no
meio ambiente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de resistência a
antimicrobianos de estirpes de E. coli, isoladas de amostras de água destinadas ao
consumo humano recebidas no Laboratório de Análise de Água e Alimentos (LAAA)
durante 2015.
11

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ÁGUA: IMPORTÂNCIA E PADRÃO DE QUALIDADE

A água é essencial para a manutenção da vida. Seja no que se refere à


saúde humana ou ao funcionamento dos ecossistemas, a qual deve estar disponível
em quantidade e qualidade satisfatórias. Contudo, o uso irracional da água e a falta
de cuidado com os dejetos gerados trazem uma série de problemas que
comprometem a qualidade e a durabilidade dos recursos hídricos destinados para
produção agrícola, abastecimento público, produção de hidroeletricidade, recreação,
turismo, pesca, mineração, transporte e navegação (TUNDISI, 2006).
A água para consumo humano deve atender as características de
qualidade de acordo com os valores de parâmetros analíticos estabelecidos pela
Portaria nº 2914, do Ministério da Saúde, de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011). Essa
legislação determina que a água potável deve estar em conformidade com os padrões
microbiológicos, físicos, químicos e sensoriais. A análise microbiológica da água é
uma importante ferramenta para determinação da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade. A pesquisa de coliformes totais e E. coli deve
ser realizada periodicamente nos diversos pontos dos sistemas de captação,
tratamento, armazenamento e distribuição de água. Além disso, deve ser realizado a
contagem de bactérias heterotróficas e o monitoramento de cistos de Giárdia spp. e
oocisto de Cryptosporidium spp. (BRASIL, 2011).
Doenças provocadas por micro-organismos patogênicos presentes na
água constituem um problema comum de saúde pública no Brasil, onde crianças,
pessoas debilitadas e idosos, especialmente aqueles que vivem em condições
insalubres, são os mais afetados pela baixa qualidade da água e das precárias
condições de saneamento básico (GORCHEV; OZOLINS, 2011). Portanto, o acesso
a água potável de qualidade e quantidade adequada é fator essencial para a
prevenção de riscos à saúde e melhoria da qualidade de vida da população.

2.2 MICRO-ORGANISMOS INDICADORES

Os micro-organismos indicadores é um tipo de micro-organismo cuja


presença na água é uma evidência de que ela está contaminada com material fecal
12

de seres humanos e animais de sangue quente. Para avaliar a qualidade


microbiológica da água para consumo humano verifica-se a presença de bactérias do
grupo coliformes, que atuam como indicadores de contaminação fecal. O indicador
higiênico-sanitário de origem fecal mais importante é E. coli, micro-organismo
designado como termotolerante, indicando que quando presente na água, a mesma
está contaminada por fezes (YAMAGUCHI et al., 2013).
Os critérios para a escolha do grupo coliformes, especificamente E. coli,
como indicador de contaminação fecal na água deve-se aos seguintes fatores: são
encontrados nas fezes de seres humanos e animais de sangue quente; são facilmente
detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis; sua
concentração na água contaminada possui uma relação direta com o grau de
contaminação fecal; tem maior tempo de sobrevivência na água que as bactérias
patogênicas intestinais; são mais resistentes aos agentes desinfetantes do que as
bactérias patogênicas (BRASIL, 2013).

2.2.1 Coliformes totais e Escherichia Coli

O grupo dos coliformes totais é um subgrupo da família Enterobacteriaceae


caracterizado como bacilos Gram-negativos, aeróbicos ou anaeróbicos facultativos,
não esporulado capazes de fermentar a lactose com produção de gás, ácido e aldeído
em um período de 24 a 48 horas a 35 °C. Os principais membros do grupo que podem
ser veiculados pela água pertencem aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella
e Enterobacter (BRASIL, 2013).
E. coli é o principal representante dos coliformes termotolerantes, que é um
subgrupo dos coliformes totais, caracterizado por fermentar a lactose e manitol, com
produção de ácido e gás em 24 horas a 45 °C (BRASIL, 2013). Apesar de E. coli ser
um micro-organismo comum no trato gastrointestinal e não representar perigo para o
seu hospedeiro, algumas estirpes podem ser patogênicas, sendo responsáveis por
diarreias em crianças, septicemia, meningite neonatal e infecções do trato urinário. De
acordo com os seus fatores de virulência elas podem ser classificadas em E. coli
enteropatogénicas (EPEC), E. coli enterotoxigénicas (ETEC), E. coli enteroinvasivas
(EIEC), E. coli enterohemorrágicas (EHEC), E. coli enteroagregativas (EAEC) e E. coli
de adesão difusa (DAEC) (GORCHEV; OZOLINS, 2011).
13

2.3 ANTIMICROBIANOS

Os antimicrobianos são substâncias químicas produzidas por micro-


organismos ou de forma sintética, com capacidade bacteriostática ou bactericida. Os
antimicrobianos apresentam diferentes mecanismos de ação podendo atuar sobre a
síntese da parede celular, na inibição da síntese protéica, sobre a estrutura e função
da membrana celular, na interferência na síntese do ácido nucléicos e na atividade
antimetabólica ou competitividade antagônica (ROSSI, ANDREAZZI, 2005).
O monitoramento de bactérias resistentes, principalmente de estirpes
indicadoras de resistência, é considerado uma medida de combate ao aumento da
resistência antimicrobiana. O estudo da resistência antimicrobiana em E. coli permite
obter, ao longo do tempo, informações antecipadas sobre a sua emergência em
bactérias potencialmente patogênicas (MARINHO, 2013). Embora essa bactéria,
geralmente, não cause doenças, pode atuar como reservatório de genes de
resistências a antimicrobianos, que podem ser transmitidos a outras bactérias
patogênicas (SIQUEIRA, 2015).

2.3.1 Resistência a sanitizantes

Os sanitizantes são substancias amplamente utilizadas na higienização e


desinfecção de alimentos, pisos, utensílios em áreas industrias e residênciais e no
controle de patógenos veiculados pela água e alimentos (RIBEIRO; CANUTO;
VESCHI, 2008). O hipoclorito de sódio é umas das fontes de cloro mais utilizadas para
desinfecção de superfícies, alimentos e água (RIBEIRO et al., 2008). O hipoclorito de
sódio reage com prótons H+ formando o ácido hipocloroso que é um agente oxidante
com efeito antibacteriano pela oxidação irreversível dos grupos sulfidrila de enzimas
essenciais, interrompendo as funções metabólicas da célula bacteriana (MENEZES et
al., 2008). A biguanida polimérica é utilizada como desinfetante de uso geral para
pisos, paredes, utensílios e equipamentos em geral. A biguanida polimérica em
contato com a membrana citoplasmática leva a perda de substancias de baixo peso
molecular, tais como íons de potássio e cálcio e também causa a inibição de enzimas
como a ATPase, que é uma das proteínas integrais da membrana. A possível ruptura
subsequente da membrana citoplasmática pode induzir a perda de substâncias
14

macromoleculares, a precipitação de conteúdo citoplasmático e consequente morte


celular (SANTOS; FERNANDES, 2010).
Os sanitizantes são, em geral, usados em concentrações muito elevadas
em relação as suas concentrações inibitórias mínimas, sendo raramente relatado
desenvolvimento de estirpes com resistência quando comparados com os antibióticos,
que são utilizados em concentrações próximas da concentração inibitória mínima
(KASTBJERG; GRAM, 2012). O desenvolvimento de micro-organismos resistentes
aos sanitizantes, seja através de adaptação fenotípica, alteração genética ou
aquisição genética, aumenta a probabilidade dos sanitizantes perderem a sua
propriedade bactericida, causando graves problemas nas áreas industrias, no preparo
de alimento e na saúde humana (CHAPMAN, 2003).

2.3.2 Resistência a antibióticos

O uso indiscriminado de antibióticos na medicina humana e veterinária,


pecuária, agricultura e produção de alimento contribui para o surgimento e
propagação de bactérias resistentes a antibióticos. O desenvolvimento e a
disseminação no meio ambiente de bactérias de múltiplas resistências, patogênicas
ou comensais de seres humanos e animais representam um problema de saúde
pública (MARINHO, 2013).
A resistência em bactérias é caracterizada pela resistência a uma ou mais
classes de antibióticos. As bactérias podem apesentar mecanismos de defesa contra
a ação dos antimicrobianos que podem ser intrínsecos ou adquiridos (NHAMBE,
2014). O mecanismo de resistência intrínseco ocorre quando algum micro-organismo
possui gene que confere resistência a determinado antibiótico, o qual pode ser inativo
e ativo pela exposição a uma droga específica ou pode ser resistente devido à falta
de um sítio de ligação para um dado antibiótico (OLIVEIRA; SILVA, 2008). O
mecanismo de resistência adquirido resulta da aquisição de material genético com
resultado de uma transferência horizontal de genes de resistência, por mecanismo de
conjugação, transdução, transformação e transposição (CASTANHEIRA, 2013).
A resistência bacteriana torna-se um mecanismo adaptativo para a
preservação da espécie, onde o uso continuo de antibióticos tem contribuído de forma
determinante para o aumento da resistência de bactérias geneticamente aptas para
adquirir estes mecanismos de resistência (NHAMBE, 2014). Os mecanismos de
15

resistência bacteriana dependem de vários fatores que podem ser inter-relacionados


ou não, e os mais comuns são: inativação enzimática; alteração da permeabilidade da
membrana; efluxo ativo de antibióticos; alteração do sítio de ligação do antibiótico
(ROSSI, ANDREAZZI, 2005).
16

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Avaliar o perfil de resistência a antimicrobianos de estirpes de Escherichia


coli isoladas de amostras de água destinadas ao consumo humano recebidas no
Laboratório de Análise de Alimentos e Águas (LAAA) no ano de 2015.

3.2 Específicos

 Avaliar a qualidade microbiológica de amostras de água recebidas no LAAA no


ano de 2015;
 Isolar estirpes de E. coli das amostras de água;
 Avaliar a Concentração Inibitória Mínima dos isolados de E. coli aos
sanitizantes hipoclorito de sódio e biguanida polimérica;
 Avaliar a resistência dos isolados de E. coli aos antibióticos imipenem,
amoxicilina, cloranfenicol, tetraciclina, gentamicina, ciprofloxacina, ampicilina,
cefalexina, cefotaxima, cefepime e cefoxitina.
17

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 COLETA DAS AMOSTRAS

Foram analisadas durante o ano de 2015, 220 amostras de água


destinadas ao consumo humano proveniente de nascente, poço e abastecimento
público. As amostras foram coletadas em frascos esterilizados adicionados de
tiossulfato de sódio (3%) e enviadas ao Laboratório de Análise de Alimentos e Água
(LAAA) da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora sob
condições de refrigeração de 0 a 8 °C.

4.2 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

As amostras foram avaliadas quanto à contagem de bactérias


heterotróficas e a enumeração de coliformes totais e Escherichia coli.
Brevemente, as amostras foram homogeneizadas e diluídas (direta, 10 -1 e
10-2), utilizando-se água peptonada 0,1% (p/v) como diluente. Posteriormente, para a
contagem de bactérias heterotróficas, alíquotas de 1 mL das diluições foram
plaqueadas em placas de Petri contendo Ágar Padrão para Contagem (PCA) por meio
de metodologia em profundidade (pour plate). As placas foram incubadas a 35 °C por
48 horas. Após a incubação, foram selecionadas placas com número de colônias entre
25 e 250 para a contagem. Os ensaios foram realizados em duplicata.
Para enumeração de coliformes totais e Escherichia coli foi utilizada a
técnica de Número Mais Provável (RICE et al, 2012). Alíquotas de 10 mL das amostras
foram inoculadas em 10 tubos contendo Lauril Sulfato Triptose (LST) em concentração
dupla com tubos de Durhan (teste presuntivo). Em seguida, os tubos inoculados foram
homogeneizados e incubados a 35 °C por 48 horas. Os tubos que apresentaram
turvação do meio e presença de gás no tubo de Durhan foram considerados positivos.
Uma alçada dos tubos positivos no teste presuntivo foi transferida para tubos contendo
Caldo Verde Brilhante Bile (VBB) com tubos de Durhan e incubados a 35 °C por 48
horas para confirmação de coliformes totais. Os tubos positivos no teste confirmativo
foram repicados em Caldo Escherichia coli MUG (EC MUG) para confirmação de E.
coli. Os tubos inoculados foram incubados a 35 °C por 24 horas e avaliados quanto à
produção de fluorescência, sob luz ultravioleta (UV) 365 nm. Os resultados foram
18

expressos em NMP/100 mL utilizando-se a tabela de NMP com intervalo de confiança


de 95% de probabilidade, que considera o número de tubos positivos na inoculação
de 10 alíquotas de 10 mL da amostra por tubo (Blodgett, 2003).

4.3 ISOLAMENTO DE Escherichia coli

Estirpes de E. coli das amostras de água positivas em caldo EC MUG foram


submetidas ao isolamento em ágar Eosina Azul de Metileno (EMB). Uma alçada de
um dos tubos positivos de cada amostra foi estriada em placa de Petri contendo EMB
e incubada a 35 °C por 24 horas. Após incubação, colônias típicas, nucleadas com
centro preto e brilho verde metálico, foram transferidas para um novo tubo contendo
caldo EC MUG e incubado a 35 °C por 24 horas a fim de confirmar o isolamento de
estirpes de E. coli por meio de fluorescência sob luz ultravioleta a 365 nm.
As estirpes de E. coli isoladas foram armazenadas em caldo Triptona de
Soja (TSB) contendo 30% (p/v) de glicerol a -20 °C para posterior utilização. Antes
dos ensaios microbiológicos, os micro-organismos congelados foram cultivados duas
vezes em caldo TSB a 35 °C por 24 horas para ativação das células e mantidos em
geladeira a 4 °C em tubos inclinados contendo TSA para posterior utilização.

4.4 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) DOS ISOLADOS


DE Escherichia coli AOS SANITIZANTES

4.4.1 Preparo dos sanitizantes

Os sanitizantes, hipoclorito de sódio e biguanida polimérica, foram obtidos


na empresa Nippon Chemical e diluídos, com água purificada estéril, para uso de
acordo com o ensaio na concentração desejada.
A concentração de cloro total e livre foi determinada pelo método N,N-dietil-
p-fenilenodiamina (DPD), utilizando o aparelho pocket colorimeter II, Hach. A solução
de biguanida polimérica foi determinada, segundo Mesquita et al. (1997), por
espectrofotometria a 237 nm de absorbância. Sendo a leitura da solução convertida
em porcentagem de biguanida polimérica, segundo a relação abaixo:
%biguanida polimérica = A x 8,758/V
Onde:
19

A= Absorbância da solução
V= volume da biguanida polimérica
8,758= fator de correção

4.4.2 Determinação da Concentração Inibitória Mínima dos sanitizantes

As células de E. coli foram cultivadas overnight (15 horas) em caldo TSB a


35 °C, centrifugadas a 5.000 g por 5 min e ressuspendidas em solução fisiológica de
NaCl 0.85% (p/v). O inóculo foi padronizado para concentração celular de 108 UFC/mL
por meio de determinação da Absorbância a 600 nm.
Os sanitizantes foram diluídos para concentrações recomendadas por meio
de diluições seriadas 1:2 em água destilada esterilizada. O sanitizante hipoclorito de
sódio foi diluído nas concentrações de 0,13 a 270,0 mg/L e a biguanida polimérica nas
concentrações de 0,033 a 67,5 mg/L, totalizando 12 concentrações avaliadas para
cada sanitizante. Alíquotas de 0,1 mL das suspensões de células padronizadas foram
adicionadas em 1,9 mL de cada concentração dos sanitizantes avaliada, durante 20
min de tempo de contato e, imediatamente inativadas. Solução de hipoclorito de sódio
foi inativada com solução de 0,1M de tiossulfato de sódio e a solução de biguanida
polimérica com Tween 80. Uma alíquota de 0,3 mL de cada suspensão bacteriana
com sanitizante inativados foi adicionada a 1,7 mL de Caldo TSB e incubado a 35 °C
por 24 horas. Em adição, uma alíquota de 0,1 mL dos tubos inoculados que não
apresentaram crescimento visível foi plaqueada pelo método de plaqueamento em
superfície (spread plate) em placas de Petri contendo TSA e incubadas a 35 °C por
24 horas. A concentração inibitória mínima foi determinada como a menor
concentração de sanitizante que apresentou inibição de crescimento. Os ensaios
foram realizados em triplicata.

4.5 TESTE DE SENSIBILIDADE DOS ISOLADOS DE Escherichia coli AOS


ANTIBIÓTICOS

As estirpes de E. coli isoladas foram analisadas quanto a resistência a


antibióticos utilizando o método de difusão em disco (CLSI, 2012). A suspensão
bacteriana foi preparada em solução fisiológica de NaCl 0.85% (p/v) a partir de
colônias cultivadas em Ágar TSA a 35 °C por 24 horas e ajustada para a absorbância
20

de 0,1 a 600 nm, equivalente a uma concentração celular de 108 UFC/mL. Em seguida,
com swab de algodão estéril, a suspensão foi semeada em placas de Petri contendo
Ágar Mueller-Hinton (MH). Após absorção do inoculo no meio por alguns minutos, a
temperatura ambiente, os discos de antibiótico foram dispostos sobre a superfície do
Ágar MH. As placas foram incubadas a 35 °C por 24 horas, em posição invertida.
Foram utilizados discos (Cecon) impregnados com os seguintes antimicrobianos:
ampicilina (10 mcg); amoxicilina (10 mcg); cefalexina (30 mcg); cefotaxima (30 mcg);
cefoxitina (30 mcg); cefepime (30 mcg); imipenen (10 mcg); ciprofloxacina (5 mcg);
gentamicina (10 mcg); tetraciclina (30 mcg); cloranfenicol (30 mcg). O resultado foi
interpretado de acordo com o padrão de inibição ao redor de cada disco utilizando os
critérios estabelecidos pelo Manual Clinical and Laboratory Standards Institute para
Enterobactérias (CLSI, 2016). As estirpes que apresentaram resistência intermediária
aos antibióticos foram consideradas como resistentes.
21

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS E ISOLAMENTO DE Escherichia coli

Das 220 amostras de água recebidas no LAAA em 2015, 46 (20,9%) não


estavam em conformidade com a Portaria nº 2914/2011, devido a presença de
bactérias do grupo coliformes. Destas amostras reprovadas, 20 (9,0%) apresentaram
contaminação por E. coli, com carga microbiana variável entre as amostras de água
avaliadas (Tabela 1).

Tabela 1 - Contagem de bactérias heterotróficas e a enumeração de coliformes totais


e E. coli em amostras de águas destinadas ao consumo humano recebidas no LAAA
no período de 2015 que apresentaram contaminação por E. coli.

Coliformes Classificação
CBH E. coli
Amostra Totais
(UFC/mL) (NMP/100mL) Tratamento Origem
(NMP/100mL)
A1 5,4 x101 23 1,1 NT AN
A2 9,4 x 103 >23 2,2 T AA
A3 1,3 x 102 12 1,1 NT AP
A4 7,5 x 101 9,2 3,6 NT AP
A5 5,0 x 102 >23 3,6 NT AN
A6 2,2 x 103 >23 2,2 NT AN
A7 4,4 x 102 >23 16 NT AP
A8 1,45 x 103 16 1,1 NT AP
A9 5,6 x 102 >23 6,9 NT AP
A 10 9,1 x 102 >23 >23 NT AN
A 11 2,12 x 103 >23 >23 NT AN
A 12 4,35 x 103 >23 9,2 NT AN
A 13 4,3 x 104 >23 6,9 NT AP
A 14 5,1 x 103 >23 2,2 NT AP
A 15 4,0 x 103 >23 >23 NT AP
A 16 1,4 x 104 23 1,1 NT AP
A 17 6,6 x 103 >23 >23 T AA
A 18 3,8 x 103 6,9 1,1 T AP
A 19 7,6 x 103 >23 5,1 NT AP
A 20 2,1 x 101 2,2 1,1 NT AP
Água tratada (T); Água não tratada (NT); água de nascente (AN); água de poço (AP); água de
abastecimento público (AA). Resultados em negrito correspondem a amostras com contagem
de bactérias heterotróficas (CBH) acima de 500 UFC/mL.
Fonte: Elaborada pela autora.
22

O grupo coliformes, especificamente a espécie E. coli é um importante


indicador de contaminação de origem fecal em amostras de água destinadas ao
consumo humano (YAMAGUCHI et al., 2013). Observou-se no presente trabalho que
85% das amostras que apresentaram E. coli foram de água não tratada provenientes
de nascentes e poços, o que evidencia a necessidade de cloração para garantir a
segurança microbiológica da água destinada ao consumo humano. A Portaria nº
2914/2011 recomenda que a concentração de cloro residual livre seja de 0,2 a 2 mg/L
para atender a esta finalidade. Neste estudo, foram observadas três amostras de água
tratada contaminadas por E. coli, das quais duas não apresentavam cloro residual livre
e em uma a concentração foi de 0,15 mg/L.
Estudos realizados com águas de nascente e poços também evidenciaram
a presença de E. coli, o que aumenta o risco à saúde dos consumidores deste tipo de
água sem tratamento. Em estudo desenvolvido com água de nascente da região do
sul do Rio Grande do Sul, Colvara et al. (2009) observaram que 70% das amostras
estavam contaminadas por E. coli. Já em estudo realizado por Daneluz et al. (2015),
a presença desta bactéria foi constatada em 84,4% das amostras de água de nascente
e 57,8% das amostras de água de poço de propriedades rurais da região sudoeste do
Paraná. A presença de E. coli na água não tratada é bastante variável e pode ocorrer
em razão da deficiência na proteção dos poços e nascentes, incluindo a falta de mata
ciliar ou vegetação protetora, isolamento adequado da fonte por meios de cercas para
evitar que os animais tenham acesso a esses mananciais. Além disso, a chuva pode
contribuir para a contaminação dos mananciais, pois favorece o carreamento de
materiais orgânicos para o interior desses (FALAVINHA; DEGENHARDT, 2014). Em
estudos realizados com amostras de águas tratadas, a contaminação por micro-
organismos indicadores do grupo coliformes é baixa ou nula em sua maioria. Santos
et al. (2015) analisaram amostras de água proveniente do sistema de tratamento do
município de Nova Xavantina, Mato Grosso, e verificaram ausência de bactérias do
grupo coliforme em todas as amostras. Resultados semelhantes de ausência de
bactérias do grupo coliformes foram observados por Santos (2015) em amostras de
água do sistema de tratamento e distribuição da cidade de Currais Novos, Rio Grande
do Norte.
Em relação às bactérias heterotróficas nas amostras contaminadas por E.
coli, observou-se uma variação na contagem de 2,1 x 101 a 4,3 x 104 UFC/mL. Neste
requisito, 14 (70%) amostras apresentaram contagem maiores que 500 UFC/mL, ou
23

seja, fora do limite recomendado estabelecido pela Portaria nº 2914/2011 (Tabela 1).
Estudo realizado por Silva et al (2017) em amostras de água provenientes de poços
rasos em Carmo do Rio Verde, Goiás, verificou que todas as amostras analisadas
apresentaram contagem de bactérias heterotróficas acima do valor recomendado. Já
o estudo de Freire e Lima (2012), realizado em amostras de água tratada do município
de Olinda, Pernambuco, apresentaram contagem de bactérias heterotróficas
inferiores ao recomendado pela Portaria nº 2914/2011. Determinar a contagem de
bactérias heterotróficas é importante, pois o aumento considerável da população
bacteriana pode comprometer a detecção de micro-organismos do grupo coliformes.
Além disso, embora a maioria das bactérias heterotróficas não seja patogênica, pode
representar riscos à saúde, como também deteriorar a qualidade da água, provocando
odores e sabores desagradáveis (BRASIL, 2013).
Embora a maioria das estirpes de E. coli não seja patogênicas, alguns
trabalhos já detectaram estirpes patogênicas destas bactérias em água destinadas ao
consumo humano (VITAL et al., 2012 e SAXENA et al., 2015). Além disso, elas podem
veicular genes de resistência a antimicrobianos, incluindo resistência a ampicilina e
tetraciclina (PEREIRA, 2013; VASCONCELOS et al., 2016).

5.2 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DOS ISOLADOS DE


Escherichia coli AOS SANITIZANTES

As estipes de E. coli isoladas de amostras de água apresentaram uma


grande variação na CIM aos dois sanitizantes avaliados. Algumas estirpes
apresentaram valores de CIM maior para hipoclorito de sódio, enquanto outras para
biguanida polimérica. Verificou-se que 11 (55%) isolados apresentaram CIM de 2,11
mg/L, 4 (20%) com CIM de 4,22 mg/L, 3 (15%) com CIM de 1,05 mg/L e 2 (10%) com
CIM de 8,44 mg/L para o hipoclorito de sódio. Enquanto que para a biguanida
polimérica, 13 (65%) isolados apresentaram CIM de 4,22 mg/L e 7 (35%) com CIM de
2,11 mg/L (Tabela 2).
24

Tabela 2 - Concentração Inibitória Mínima dos isolados de E. coli aos sanitizantes


hipoclorito de sódio e biguanida polimérica.
Concentração Inibitória Mínima (mg/L)
Amostra
Hipoclorito de sódio Biguanida polimérica
A1 1,05 4,22
A2 1,05 2,11
A3 2,11 2,11
A4 2,11 2,11
A5 2,11 2,11
A6 2,11 4,22
A7 8,44 4,22
A8 2,11 4,22
A9 2,11 4,22
A 10 1,05 2,11
A 11 4,22 4,22
A 12 8,44 4,22
A 13 2,11 4,22
A 14 2,11 4,22
A 15 2,11 2,11
A 16 4,22 4,22
A 17 4,22 2,11
A 18 4,22 4,22
A 19 2,11 4,22
A 20 2,11 4,22
Fonte: Elaborada pela autora.

Essa variação pode ocorrer em função dos diferentes tipos de micro-


organismos e das respostas variadas a ação dos sanitizantes (MACHADO et al.,
2010). Em trabalho realizado por Capita et al. (2014), com E. coli ATCC 12806,
observou-se que o CIM (239,0 mg/L) para hipoclorito de sódio foi maior do que os
encontrados no presente estudo. Já o estudo de Vázquez-Sánchez et al. (2014), com
Staphylococcus aureus ATCC 6538, verificou um CIM de 600 mg/L para hipoclorito de
sódio.
As bactérias resistentes aos sanitizantes são uma preocupação constante
para a indústria de alimentos, pois os micro-organismos patogênicos podem aderir as
superfícies de equipamentos e utensílios e neles formarem biofilmes, que poderão
contaminar os alimentos que tiverem contato com esses objetos (TEIXEIRA et al.,
2015). Além disso, bactérias resistentes podem crescer em sistemas de distribuição
de água potável sob forma de biofilmes, provocando alterações na qualidade
microbiológica da água (CHAVES, 2004)
25

5.3 PERFIL DE RESISTÊNCIA DOS ISOLADOS DE Escherichia coli AOS


ANTIBIÓTICOS

Os resultados do teste de sensibilidade aos antimicrobianos mostraram que


100% das estirpes apresentaram resistência a pelo menos um dos 11 antimicrobianos
testados. Pode-se observar que todas as estirpes avaliadas foram sensíveis a
imipenem, gentamicina, ciprofloxacina, cefepime e cefoxitina, 95% a cloranfenicol,
tetraciclina e a cefotaxima, 85% a cefalexina e 20% à ampicilina. Todas as amostras
foram resistentes a amoxicilina (Tabela 3).

Tabela 3 - Perfil de resistência a antimicrobianos de estirpes de E. coli isoladas de


amostras de água destinada ao consumo humano recebidas no LAAA no período de
2015.
Classificação dos antibióticos
Amostra
IMP AMO CLO TET GEN CIP AMP CFX CTX CPM CFO
A1 S R S R S S R S S S S
A2 S R S S S S I S S S S
A3 S R S S S S R S S S S
A4 S R S S S S I S S S S
A5 S R S S S S I S S S S
A6 S R S S S S S S S S S
A7 S R S S S S S S S S S
A8 S R S S S S R S S S S
A9 S R S S S S R S S S S
A 10 S R S S S S S S S S S
A 11 S R I S S S R S S S S
A 12 S R S S S S I S S S S
A 13 S R S S S S R S S S S
A 14 S R S S S S R R R S S
A 15 S R S S S S R S S S S
A 16 S R S S S S R R S S S
A 17 S R S S S S I S S S S
A 18 S R S S S S R R S S S
A 19 S R S S S S I S S S S
A 20 S I S S S S S S S S S
Imipenem 10 mcg (IMP); Amoxicilina 10 mcg (AMO); Cloranfenicol 30 mcg (CLO); Tetraciclina
30 mcg (TET); Gentamicina 10 mcg (GEN); Ciprofloxacina 5 mcg (CIP); Ampicilina 10 mcg
(AMP); Cefalexina 30 mcg (CFX); Cefotaxima 30 mcg; (CTX); Cefepime 30 mcg (CPM);
Cefoxitina 30 mcg (CFO); Sensível (S); Resistencia intermediaria (I); Resistente (R).
Fonte: Elaborada pela autora.
26

Em ambientes aquáticos, os perfis de resistência encontrados em isolados


de E. coli apresentam grande variabilidade, segundo a origem da água. Em estudo
realizado por Pereira (2013), com amostras de água do Sistema Municipal de
Abastecimento de Água de São José do Rio Preto, São Paulo, verificou-se que
13,88% isolados de E. coli foram resistentes a ampicilina. Vasconcelos et al. (2016),
verificou que nenhuma amostras de água do açude de Santo Anastácio, Ceará foi
resistente a ampicilina. Em contrapartida, no presente estudo, 80% das estirpes
isoladas apresentaram resistência a ampicilina.
A presença de estirpes resistentes aos antibióticos é preocupante por
dificultar o tratamento de doenças em humanos e animais. A E. coli pode causar
doenças graves, como infecções do trato urinário, bacteremia e meningites
(GORCHEV; OZOLINS, 2011). Segundo estudos realizados por BRAOIOS et al.
(2009), a E. coli foi o patógeno mais comumente isolados de pacientes com infecção
do trato urinário adquirida na cidade de Presidente Prudente, SP, no período de 2006
a 2007, sendo observado uma prevalência de 65,97% desses patógenos. BRAOIOS
et al. (2009) também verificou o perfil de resistência a ampicilina dos isolados de E.
coli das amostras de urina, observando uma elevada taxa de resistência (52,1%). Para
o tratamento dessa infecção um dos medicamentos utilizados são os β-lactâmicos
pertencentes a classe das penicilinas, como a ampicilina, que agem como inibidores
da síntese da parede celular (CASTANHEIRA, 2013). Desse modo, esse antibiótico
não seria mais recomendado para o tratamento desses pacientes.
Portanto, é de fundamental importância a realização de antibiogramas para
avaliação do perfil de sensibilidade aos antibióticos, pois permite que os médicos
escolham, entre as diversas alternativas terapêuticas, os antibióticos mais indicados
ao tratamento. Além disso, investigar a resistência destes micro-organismos isolados
de água é importante devido ao desenvolvimento de bactérias multirresistentes,
patogênicas ou comensais de seres humanos e animais, e a sua disseminação no
meio ambiente.
27

6 CONCLUSÃO

 Observou-se que um baixo número de amostras de água analisadas no LAAA


no ano de 2015 estavam contaminadas por E. coli. Em sua maioria, estas amostras
foram provenientes de nascentes e poços (água não tratada), evidenciando a
importância da cloração para garantir a segurança microbiológica da água
destinada ao consumo humano.
 Grandes variações na CIM de hipoclorito e biguanida polimérica foram
observadas entre os isolados de E. coli avaliados. A veiculação destes isolados
com variado perfil de resistência a sanitizantes para a indústria de alimentos
através de água contaminada pode comprometer o processo de higienização e
levar a formação de biofilmes e, consequente, contaminação dos alimentos
fabricados.
 Todas as estirpes de E. coli isoladas das amostras de água destinadas ao
consumo humano foram resistentes a pelo menos um dos 11 antibióticos testados,
com maiores taxas de resistência para amoxicilina e ampicilina. A presença de
micro-organismos multirresistentes a antibióticos em água pode favorecer a
disseminação de genes de resistência para diferentes ambientes e dificultar o
tratamento de doenças em humanos e animais.
28

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