Dissertacao Versao Final
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Resumo
As ligas de alumínio são a família mais requisitada de ligas não ferrosas para a
produção de peças fundidas devido à sua excelente vazabilidade, baixa densidade e
propriedades mecânicas atrativas. Desta família destacam-se as ligas binárias
eutéticas Al-Si, que são as mais trabalhadas na área da fundição, uma vez que quando
combinadas com certos elementos de liga (magnésio, cobre, entre outros)
apresentam uma enorme polivalência em aplicações industriais.
Estes resultados permitiram concluir que a liga, adquirida pela Firmago, encontra-se
pré modificada com estrôncio e que existe um tratamento térmico T6 alternativo ao
adotado pela empresa, que permite reduzir o tempo total de realização deste
tratamento térmico.
Abstract
Aluminum alloys are a family of non-ferrous alloys most required for the production
of castings due to its excellent castability, low density and attractive mechanical
properties. In this specific family there are the binary Al -Si eutectic alloys, which
are further developed in the field of casting, because when combined with certain
alloying elements (magnesium, copper, and others) present an enormous versatility
in industrial applications
Studies made focusing in the molten treatment in the Al -Si- Mg alloys, specifically
in AlSi7Mg0,3 alloy, show that the addition, through master alloys, grain refiners and
eutectic silicon modifier cause changes in the solidification temperatures and
eutectic reaction of the alloy, as well as their microstructure, and degassing is a
casting crucial step for the sanity of the piece due to the existing porosity in
aluminum alloys. This alloy is often required for heat treatments to improve their
mechanical properties, being T6 the most widely used industrially.
Following the study of the state of art of this series of alloys and the goals outlined,
together with Firmago, which include the effects of modifying the eutectic silicon
and the T6 heat treatment, it was established an experimental procedure that allows
evaluating these changes.
These results showed that the alloy, acquired by Firmago, is pre -modified with
strontium and there is a T6 heat treatment alternative to that adopted by the
company in order to reduce the total time spent in carrying out this heat treatment.
Agradecimentos
Reservo este espaço apenas para agradecer simbolicamente a todas as pessoas que
me acompanharam, tanto na minha vida pessoal, como académica, e que
contribuíram para o meu sucesso, porque não existem, nem vão existir, palavras
suficientes para descrever a gratidão que sinto por vocês.
A todas as pessoas fantásticas que conheci, no meu mui nobre curso Metal&Bio, que
tanto me ensinaram, divertiram e proporcionaram momentos inesquecíveis durante
estes anos todos, dou-vos a minha mais sentida e humilde palavra de apreço. Espero
que as amizades que criei convosco perdurem ao longo das nossas vidas e que o lema
Vis Sanguinis subsista na vida das pessoas especiais que formaram aquele núcleo.
E como o melhor fica para o fim, quero agradecer à minha família toda, desde a
família Morais até à minha família que vive do outro lado do Atlântico, no Rio Grande
do Sul; e por último, também quero agradecer às pessoas que me apoiaram
incondicionalmente e me ofereceram uma educação afortunada e sapiente,
nomeadamente: à minha Mãe, ao meu Pai, ao meu Tio Mike, ao meu Irmão e à minha
Cunhada.
Índice iv
Índice
Resumo ........................................................................................... i
Abstract ......................................................................................... ii
1. Introdução.................................................................................. 1
2. Revisão bibliográfica...................................................................... 2
5. Conclusões ................................................................................ 56
Anexo A ......................................................................................... 61
Anexo B ......................................................................................... 64
Índice de figuras
Figura 1: Aplicações de ligas de alumínio de fundição. (a) Asa de uma aeronave; (b)
tacos de golf; (c) estrutura de um motor; (d) chariot de um automóvel; (e) carcaça
de um telemóvel [2]. .......................................................................... 3
Figura 2: Variação da cotação do alumínio desde 2007 até 2014 [3]. .................. 3
Figura 3: Fluxo produtivo de ligas de alumínio processadas pela Firmago [5]. ....... 5
Figuras 4a: Canto inferior esquerdo do diagrama de equilíbrio do sistema Al-Si-Mg.4b:
secção do pseudobinário Al-Mg2Si [9]. ...................................................... 7
Figura 5: Microestrutura da liga de fundição AlSi7Mg0,3, onde as zonas claras
representam a fase α [10]. ................................................................... 7
Figura 6: Variação da temperatura com a solubilidade diversos elementos de liga, no
alumínio [9]. .................................................................................... 9
Figura 7: Microestrutura de uma liga modificada com Sr [2]. ........................... 9
Figura 8: Efeito do afinado de grão numa liga de fundição Al7Si, onde na
microestrutura do lado esquerdo não foi adicionado afinador à liga e do lado direito
foi utilizado afinador de grão [2]. .......................................................... 11
Figura 9: Variação do tamanho da célula dendrítica com a velocidade de
arrefecimento e composição química da liga [2]. ........................................ 11
Figura 11: Curvas de tração a tracejado representam o estudo de Benzerga et al. [16]
e as restante curvas foram apuradas em estudos mais recentes, ambos na liga A356-
T6 [15]. ......................................................................................... 12
Figura 10: Ilustração esquemática da formação de dendrites e classificação do
espaçamento interdendrítico [17]. ......................................................... 12
Figura 12: Efeito da variação espessura de secção e da areia de moldação no tamanho
da DAS na liga A356 [18]. .................................................................... 13
Figura 13: Desvanecimento do estrôncio em função do tempo após a introdução do
afinador de grão no banho. A reta a tracejado é em função do tempo após a adição
do modificador (Sr) [13]. .................................................................... 14
Figura 14: variação do tamanho médio de grão com o teor de Ti e B: a.) 200 ppm Sr
e b.) 30 ppm Sr [14]. ......................................................................... 14
Figura 15: Variação da resistência mecânica de uma liga Al11.5Mg com a porosidade
para diferentes fontes de porosidade [23]. ............................................... 16
Índice de figuras vii
Índice de tabelas
Tabela 1: Principais propriedades das ligas de alumínio produzidas por fundição [2].
.................................................................................................... 2
Tabela 2: Composição química das ligas 3xx.x, no entanto existem outros elementos
de liga presentes nesta série em percentagens residuais tais como Cr, Mn e Ti que
não se encontram nesta tabela [8]. ......................................................... 6
Tabela 4: Composição química da liga 356 produzida pela Alcoa [11]. ................ 8
Tabela 5: Propriedades físicas e mecânicas da liga 356, fundida em areia verde [7].8
Tabela 6: Efeito do estrôncio nas propriedades mecânicas da liga A356 T6 [2]. .... 10
Tabela 11: Tratamentos térmicos T6 realizados na peça e nos provetes, após ensaios
de vazamento.................................................................................. 33
Tabela 12: Composição química da liga A356 vazada nos dois ensaios e segundo a
norma NP EN 1706:2010. ..................................................................... 44
Tabela 14: Quadro resumo da variação das propriedades mecânicas da liga A356 com
o tratamento térmico T6, para os dois ensaios. ........................................ 515
Introdução 1
1. Introdução
Esta dissertação corresponde à última unidade curricular realizada no curso de
Mestrado Integrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, que está
vinculado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O trabalho
desenvolvido consistiu no estudo da melhoria no processamento da liga
AlSi7Mg0,3 (A356), através de uma investigação do estado de arte, e de uma
componente prática que envolveu a modificação do silício eutético por via
química, adicionando estrôncio ao banho, e por via térmica, recorrendo a
tratamentos térmicos.
2. Revisão bibliográfica
As ligas de alumínio atingiram primeiramente o mercado pela via dos processos
de fundição, seguido pela comercialização do processo de redução eletrolítico
descoberto em 1886 e implementado por Charles Hall e Frenchman Heroult [1,
2]. No ano seguinte, o engenheiro Karl Bayer desenvolveu um processo químico
que permitia extrair a alumina da bauxite. Atualmente, ambos os processos
Bayer e Hall – Heroult são aplicados na produção de alumínio primário, por todo
o mundo, sendo a China o seu maior produtor e consumidor [1, 3].
Tabela 1: Principais propriedades das ligas de alumínio produzidas por fundição [2].
Para além de apresentarem uma ampla variação nas suas propriedades, como
mostra a tabela anterior, a capacidade de produzir componentes near-net-
shape acompanhada por um bom controlo dimensional e acabamento
superficial, leva a que estas ligas sejam aplicadas numa imensa e vasta linha de
produtos, com propósitos completamente distintos (fig. 1) [2].
Figura 1: Aplicações de ligas de alumínio de fundição. (a) Asa de uma aeronave; (b) tacos de golf;
(c) estrutura de um motor; (d) chariot de um automóvel; (e) carcaça de um telemóvel [2].
No estudo que envolve este trabalho, os processos a ter conta são a fundição
em coquilha e, principalmente, em areia, uma vez que são utilizados pela
empresa especializada em fundição de ligas de alumínio, denominada Firmago.
4a 4b
Figuras 4a: Canto inferior esquerdo do diagrama de equilíbrio do sistema Al-Si-Mg.4b: secção do
pseudobinário Al-Mg2Si [9].
Figura 6: Variação da temperatura com a solubilidade diversos elementos de liga, no alumínio [9].
Figura 8: Efeito do afinado de grão numa liga de fundição Al7Si, onde na microestrutura do lado
esquerdo não foi adicionado afinador à liga e do lado direito foi utilizado afinador de grão [2].
Figura 11: Curvas de tração a tracejado representam o estudo de Benzerga et al. [16] e as restante
curvas foram apuradas em estudos mais recentes, ambos na liga A356-T6 [15].
mais recentes, foi provado que o SDAS não afeta minimamente a tensão de
cedência mas a ductilidade da liga, ou seja, SDAS mais curtos aumentam a
ductilidade da liga (fig. 11) [14, 15].
Figura 13: Desvanecimento do estrôncio em função do tempo após a introdução do afinador de grão
no banho. A reta a tracejado é em função do tempo após a adição do modificador (Sr) [13].
a b
Figura 14: variação do tamanho médio de grão com o teor de Ti e B: a.) 200 ppm Sr e b.) 30 ppm Sr
[14].
Equação 1: reação química entre o modificador eutético (Sr) e o afinador de grão (B sob a forma de
AlB2) [14]
Figura 15: Variação da resistência mecânica de uma liga Al11.5Mg com a porosidade para diferentes
fontes de porosidade [23].
a b
Figura 20: Variação da resistência mecânica com o tamanho dos bifilms (A356) [22].
Figura 21: Variação do alongamento com o tamanho dos bifilms (A356) [22].
Figura 22: Regiões com diferentes níveis de ductilidade mediante o tamanho dos bifilms e o número
de poros: (A) – elevada ductilidade; (B) – baixa ductilidade e (C) – frágil [23].
b c
Figura 23: Imagens SEM e respetivos espectros EDS - a: superfície de fratura de uma amostra com
baixos teores em óxidos e hidrogénio; b: defeito com grande dimensão, onde se constata a presença
de oxigénio; c: mesma situação para um defeito de menor envergadura [24].
Figura 24: Curva típica de arrefecimento da liga A356, não modificada e modificada.
TAl,min e TAl,max: temperaturas mínima e máxima de nucleação de grão α, sendo ΔTAl a recalescência.
Figura 25: Curvas de arrefecimento para a liga A356: (a) sem afinador; (b) 0,05% Ti; (c) 0,1% Ti;
(d) 0,2% Ti [29].
Figura 26: Curvas de arrefecimento da liga A356: (a) sem modificador; (b) 0,01% Sr e (c) 0,03% Sr
[29].
Outro efeito indesejável está retratado na figura 27, onde é possível avaliar o
efeito do teor de boro na reação eutética. Nesta situação, conclui-se que para
teores acima de 0,1% B existe uma degradação do efeito na modificação do
silício eutético, visto que existe um aumento da temperatura desta reação fruto
da interação entre o Sr e B, apresentado anteriormente, que resulta na
formação do intermetálico SrB6 [28].
Figura 27: Curvas de arrefecimento da análise térmica realizada na liga A356 com 200 ppm de Sr
[28].
Figura 28: Variação da tensão de cedência em função do tempo para diversas temperaturas de
envelhecimento [9].
2.6.1 Microestrutura
Como referido no início deste trabalho, as ligas Al-Si-Mg são um sistema ternário
que após solidificação forma precipitados de equilíbrio Mg2Si. Estes precipitados
são formados a partir de uma solução sobressaturada que, à medida que a
temperatura do sistema vai diminuindo, vai formando zonas GP (Guinier-
Preston) que por sua vez vão originar zonas de transição β’, que são
responsáveis pela precipitação da fase β (Mg2Si), como é possível observar na
figura 29 [9].
Figura 29: Diagrama de fase metastável Mg2Si, com um esquema ilustrativo da formação do
precipitado Mg2Si [9].
Figura 30: Lado esquerdo apresenta uma microestrutura com silício eutético modificado em
estado bruto de fundição. Lado direito a mesma microestrutura após T6 [30].
Figura 31: Evolução da dureza da liga A356 após solubilização a 540 °C, com diferentes tempos
de estágio e envelhecimento, para temperaturas e tempos de estágio diferentes [34].
Figura 32: Esquema ilustrativo da difusão do magnésio para solubilizações prolongadas [35].
Como a liga adquirida pela Firmago apresenta 120 ppm estrôncio, optou-se por
realizar apenas dois ensaios, visto que este teor é bastante significativo e um
dos objetivos definidos para esta Dissertação foi a avaliação do efeito da
variação do teor de estrôncio na liga, tornando dispensável a realização de um
terceiro vazamento.
Figura 34: Desenho 2D da peça vazada. Para além das três secções assinaladas, foram
colocados termopares tanto no ataque (secção D), como no alimentador da peça (secção E).
Figura 35: Moldação e equipamento utilizados no registo das curvas de arrefecimento dos ensaios.
Tabela 11: Tratamentos térmicos T6 realizados na peça e nos provetes, após os ensaios de vazamento.
Figura 36: Aquisição de imagem da microestrutura e quantificação de fases, através do software Leica
LAS.
Para observação e identificação de partículas presentes na matriz, com maior
detalhe, recorreu-se a microscopia eletrónica de varrimento (SEM). Também
permitiu identificar os elementos químicos presentes nessas fases, por via de
espectroscopia de raios X com dispersão de energia (EDS). Neste caso, foram
analisadas duas superfícies de fratura de provetes diferentes e duas amostras
da secção C de ensaios diferentes, com o mesmo tratamento térmico.
Figura 38: Microestrutura da liga A356 no estado bruto de fundição, onde as zonas clara representam
a fase α e as zonas escuras o silício eutético. Microestrutura do lado esquerdo apresenta silício
eutético não modificado, enquanto que a microestrutura do lado direito mostra silício eutético
modificado.
6h 8h
10h
10h
4h 6h
8h
Por último, para uma solubilização de 530ºC é possível observar que existe
modificação do silício eutético, contudo o estágio de 2 horas não revelou um
grau de modificação tão acentuado como os estágios de 4 e 6 horas, devido à
falta de homogeneidade do silício eutético (fig. 41). Também para esta
temperatura de solubilização, verificou-se algum coalescimento das partículas
de silício eutético ao fim de 6 horas de estágio. Mais importa realçar, que foi
possível reduzir, em algumas horas, o tempo de solubilização; consequência do
aumento da temperatura para 530ºC, que acelerou a cinética das reações
durante solubilização.
2h 4h
6h
Figura 42: Curvas dureza vs tempo de envelhecimento (155ºC), para diferentes solubilizações.
Figura 43: Curvas dureza vs tempo de envelhecimento (170ºC), para diferentes solubilizações.
Figura 44: Curvas dureza vs tempo de envelhecimento (180ºC), para diferentes solubilizações.
pode estar relacionada com a histerese térmica inerente aos termopares e com
o revestimento protetor aplicado sobre estes.
nos ensaios, na moldação, uma vez que a leitura obtida pelos termopares seria
diferente, caso a sua localização fosse na extremidade da peça mais próxima
do gito de descida. Por outras palavras, o facto de não ter sido possível registar
a temperatura de início de solidificação da liga (610⁰C) está relacionado com a
colocação dos termopares na metade da peça onde as temperaturas do banho
são mais baixas, ou seja, se os termopares tivessem sido colocados mais
próximos do gito de descida, tudo indica que esta temperatura seria registada
em mais secções da peça e não apenas na secção D, como mostrado nas curvas
de arrefecimento.
Figura 47: Simulação do vazamento em FLOWCast. A zona limitada pela circunferência azul indica a
localização dos termopares em ambos os ensaios.
Figura 48: Variação do SDAS, nas três secções da peça, com dois vazamentos realizados.
No que diz respeito ao tamanho médio das partículas de silício eutético, para o
ensaio 1, observa-se que existe um ligeiro aumento na dimensão destas
partículas, exceto para a secção C, após tratamento térmico (fig. 49). Este
aumento é mais expressivo para o ciclo térmico T2, devido à elevada
temperatura de solubilização.
Figura 49: Variação do tamanho médio das partículas de silício eutético mediante o tratamento
térmico, para as três secções da peça vazada no ensaio 1.
Bruto de fundição T1
T2
Figura 51: Microestruturas da secção C no estado bruto de fundição, modificada (lado esquerdo) e
não modificada (lado direito).
Figura 52: Variação do tamanho médio das partículas de silício eutético mediante o tratamento
térmico, para as três secções da peça vazada no ensaio 2.
Figura 53: Lado esquerdo encontra-se o tipo de porosidade com a presença de intermetálicos. Lado
direito mostra a ampliação da área a azul, onde se destaca o intermetálico de ferro, Z4.
A partir da figura 55b, verifica-se que esta matriz consiste, na sua maioria, em
grãos de alumínio, fase α (Z1) e silício eutético (Z2), contando com a presença
esporádica de intermetálicos de ferro (Z3) que são fases facilmente
identificáveis devido à sua elevada fluorescência e comprimento; precipitados
Mg2Si (Z5) que consistem em partículas menos extensas que os intermetálicos e
a b
Figuras 54a: Microestrutura da liga A356, com a presença de diversas fases. 54b: Mesma
microestrutura, com maior ampliação, com a identificação das diferentes fases presentes na matriz.
a b
Figuras 55a: Porosidade provocada pela contração durante a solidificação. 55b: Fases intermetálicas
disseminadas nas extremidades dos poros.
Os valores de dureza obtidos, para as peças vazadas nos dois ensaios, no estado
bruto de fundição, são praticamente idênticos (45 HBW), no entanto estão
muito abaixo ao estipulado pela norma.
Contudo, após tratamento térmico, esta dureza aumenta para valores a rondar
os 100 HBW, no caso do ensaio 1, independentemente do ciclo térmico, devido
à precipitação de partículas Mg2Si no endurecimento durante o envelhecimento,
como se previa.
Figura 56: Variação da dureza no estado bruto de fundição e após tratamento térmico, para as três
secções da peça vazada no ensaio 1.
Figura 57: Variação da dureza no estado bruto de fundição e após tratamento térmico, para as três
secções da peça vazada no ensaio 2.
Na figura 58 está representada a evolução do Rp0,2 da liga A356, vazada nos dois
ensaios. Em ambos os casos, o tratamento térmico de envelhecimento
promoveu o aumento do domínio elástico, destacando-se o ciclo térmico T2 que
registou os valores de Rp0,2 mais elevados. Por último, é de assinalar a diferença
dos valores de Rp0,2 entre os dois ensaios, mostrando que concentrações de
estrôncio mais baixas beneficiam esta propriedade mecânica, após tratamento
térmico.
Figura 58: Variação do Rp0,2 no estado bruto de fundição e após tratamento térmico, dos provetes
vazados nos dois ensaios.
Figura 59: Variação da resistência mecânica no estado bruto de fundição e após tratamento térmico,
dos provetes vazados nos dois ensaios.
Figura 60: Variação do alongamento no estado bruto de fundição e após tratamento térmico, dos
provetes vazados nos dois ensaios.
Contudo, estes valores ficam um pouco aquém do esperado, uma vez que,
segundo os estudos mencionados na revisão bibliográfica, o alongamento desta
liga pode atingir os 6-8%, após tratamento térmico T6. Esta diferença pode estar
Tabela 14: Quadro resumo da variação das propriedades mecânicas da liga A356 com o tratamento
térmico T6, para os dois ensaios.
5. Conclusões
Considerando os objetivos traçados e os resultados obtidos do procedimento
experimental, tendo em apreciação, também, os estudos revelados na revisão
bibliográfica, conclui-se que:
6. Referências bibliográficas
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Available from: http://www.aluminum.org/aluminum-advantage/history-
aluminum
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Processes, and Applications. 1ª ed. 2004.
[3] Exchange, L.M. Historical price graph for Aluminium. Available from:
https://www.lme.com/metals/non-ferrous/aluminium/#tab2.
[4] ASM Handbook, Metals Handbook Casting. 9ª Ed. Vol. 15. 1988.
[5] Firmago: fundição de alumínios S.A. 2014.
[6] Aluminium, W. Primary aluminium production 2014; Available from:
http://www.world-aluminium.org/statistics/#linegraph.
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[8] ASM Handbook, Metals Handbook - Metallography and Microstructures.
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degasser. Part II. Removal of hydrogen gas and solid particles. Journal of
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WFC Paper, 2011. 8: p. 89-95.
Anexo A
Figura 2: Arrefecedores utilizados na moldação. Existem também arrefecedores na base da peça, que
não estão visíveis.
Anexo B
Figura 2: Corte isométrico da parte inferior da peça e do sistema de gitagem e alimentação, revelando o
módulo de várias zonas.
Figura 3: Corte isométrico da parte central da peça e do sistema de gitagem e alimentação, revelando o
módulo de várias zonas.
Figura 4: Corte isométrico da parte superior da peça e do sistema de gitagem e alimentação, revelando o
módulo de várias zonas.
Figura 6: Espectro proveniente da zona Z4, obtido da análise EDS, da superfície de fratura do
provete vazado no ensaio 2, submetido ao ciclo térmico T1.
Figura 7: Espectro proveniente da zona Z5, obtido da análise EDS, da superfície de fratura do
provete vazado no ensaio 2, submetido ao ciclo térmico T1.
Figura 8: Espectro proveniente da zona Z1, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 9: Espectro proveniente da zona Z2, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 10: Espectro proveniente da zona Z3, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 11: Espectro proveniente da zona Z4, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 12: Espectro proveniente da zona Z5, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 13: Espectro proveniente da zona Z6, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 1, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 14: Espectro proveniente da zona Z5, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 2, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 15: Espectro proveniente da zona Z6, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 2, submetido ao ciclo térmico T2.
Figura 16: Espectro proveniente da zona Z7, obtido da análise EDS, da secção C da peça vazada no
ensaio 2, submetido ao ciclo térmico T2.