Pagamentos para o Comercio Exterior
Pagamentos para o Comercio Exterior
Pagamentos para o Comercio Exterior
Análise dos custos e riscos da modalidade de pagamento carta de crédito. As cartas de crédito
especiais: Rotativa, Back to Back, Traveller, Bid Bond, Performance Bond, Refundment, Standby.
Garantias nos pagamentos internacionais: Seguro de Crédito à Exportação – SCE e Operações
de Hedge.
PROPÓSITO
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, certifique-se que você tenha acesso a UCP 600 da Câmara de
Comércio Internacional, para acompanhar os respectivos artigos relacionados à carta de
crédito.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Além disso, estudaremos as Cartas de Crédito Especiais e as garantias de pagamento, que dão
suporte às operações de comércio exterior, no sentido de mitigar os riscos e as incertezas das
partes envolvidas.
MÓDULO 1
SAIBA MAIS
A carta de crédito está regulamentada pela Publicação UCP 600 — Uniform Customs and
Practice for Documentary Credits — Regras e Usos Uniformes para Créditos Documentários da
CCI, Câmara de Comércio Internacional de Paris, que define regras internacionais padronizadas,
facilitando e uniformizando entendimentos sobre o crédito. Para tanto, é necessário que no
texto da carta de crédito conste expressamente sua vinculação na UCP 600.
IMPORTADOR (APPLICANT)
Solicita a emissão da carta de crédito ao banco.
EXPORTADOR (BENEFICIARY)
É a parte em favor da qual o crédito é emitido.
BANCO AVISADOR (ADVISING BANK)
É o banco no país do exportador que tem como função avisar o exportador sobre o crédito, a
pedido do banco emitente.
A carta de crédito deve conter os principais pontos da operação comercial entre o importador e
o exportador, tais como:
Descrição da mercadoria;
Valor;
Ao concordar em abrir a carta de crédito, o banco emitente passa a ser o primeiro responsável
pelo pagamento, assumindo, assim, o compromisso firme e irrevogável de pagar em nome de
seu cliente, desde que o beneficiário (exportador) comprove documentalmente que foram
cumpridas todas as condições estipuladas.
VOCÊ SABIA
Sobre o aspecto irrevogável, ele significa que o documento somente poderá ser cancelado ou
alterado mediante a anuência prévia de todas as partes interessadas. Ao exigir uma carta de
crédito, o exportador assume o risco comercial do banco e não do importador, motivo pelo qual
o banco emitente solicita garantias para a emissão.
TARIFAS
São os serviços cobrados pelo banco. Têm preço fixo pelo tipo de serviço prestado e não
costumam levar em conta o valor ou prazo da operação e nem o relacionamento com o cliente.
Muitas vezes o desconto é em função do volume de negócios do cliente, por exemplo, tarifa
para emissão do crédito: US$200,00.
COMISSÕES
Cobradas sobre o valor da operação, assim como pelo prazo. Diferem de cliente para cliente e
consideram o risco envolvido, por exemplo, crédito a 120 dias – 2% a.a.
Confirmação
O papel deste banco confirmador é o de ser avalista do banco emitente, isto é, no caso de o
banco emitente estar impedido de pagar, muitas vezes por problemas de ordem econômica ou
política, o banco confirmador assume automaticamente a responsabilidade financeira. Dessa
forma, o confirming bank deve estar localizado em país diferente do país do issuing bank,
podendo ser um banco do próprio país do exportador, em geral o advising bank.
Pode ocorrer que um banco confirme um crédito sem a solicitação formal ou autorização do
banco emitente, nesse caso é considerada uma confirmação silenciosa (silent confirmation).
O custo para a confirmação da carta de crédito pode variar conforme o risco do país
importador e/ou do banco emitente. Esse custo pode ser assumido pelo importador ou pelo
exportador, dependendo de quem solicitou a confirmação do crédito.
Após a emissão da carta de crédito, ela é encaminhada para o banco avisador no país do
exportador, para que este avise o crédito ao beneficiário.
ATENÇÃO
O banco avisador não tem responsabilidade com relação aos termos da carta de crédito, a
obrigação dele é apenas verificar a autenticidade da mensagem recebida ou a assinatura do
emitente.
A verificação de autenticidade é realizada por meio do Test Key, nos casos em que o crédito
não foi transmitido via sistema SwIft, que é o mais usual.
Após receber a carta de crédito, o exportador deve examiná-la detalhadamente para conferir os
seus termos e verificar se tem condições de obter os documentos exigidos e cumprir de forma
integral todos os itens ali mencionados.
Assim, caso seja constatada alguma divergência ou alguma condição que não possa cumprir, o
exportador deve solicitar imediatamente ao importador que este instrua o banco emitente a
realizar as alterações e emendas necessárias, pois, por qualquer discrepância ou erro no
cumprimento dos termos da carta de crédito, o exportador pode perder o direito à garantia do
crédito e, em consequência, receber o pagamento com atraso ou até mesmo não receber o
valor.
À VISTA
PAGAMENTO DIFERIDO
ACEITE
NEGOCIAÇÃO
À VISTA
PAGAMENTO DIFERIDO
Por pagamento diferido — available by deferred payment — o banco pagará a prazo, sem
necessidade de saque. O prazo é estabelecido a partir de determinado evento, em geral, do
embarque. O saque ou draft é a letra de câmbio, o título representativo da dívida.
ACEITE
Por aceite — available by acceptance — o banco pagará a prazo no vencimento, dando o aceite
no saque apresentado. O saque é emitido contra o banco emitente e não contra o importador.
NEGOCIAÇÃO
banco.
VOCÊ SABIA
O importador pode aceitar as discrepâncias, sendo o pagamento realizado normalmente,
entretanto, caso não aceite, o exportador não receberá o valor e deve providenciar o retorno da
mercadoria ou propor um desconto ao importador.
Após realizado o acerto com o exportador quanto ao pagamento, o banco designado remete os
documentos ao banco emitente, que, por sua vez, os entrega ao importador e reembolsa o
banco designado. O importador, de posse dos documentos, retira a mercadoria após os
trâmites alfandegários.
Reembolso
O banco emitente pode determinar que o reembolso ao banco pagador seja efetuado por outro
banco, denominado reembolsador.
Essa condição necessita estar expressa nos termos da carta de crédito, devendo o banco
emitente expedir a Autorização de Reembolso.
As regras para reembolso estão regulamentadas na Publicação 725 da CCI — URR Uniform
Rules for Bank-to-Bank Reimbursements under Documentary Credits — Regras Uniformes para
No caso de reembolso por outro banco que não o banco emitente, o banco designado
encaminha os documentos da exportação ao banco emitente e o pedido de reembolso ao
banco reembolsador.
A carta de crédito pode conter algumas cláusulas e créditos que são considerados especiais,
pois não ocorrem com frequência. Vamos conhecê-los:
Essa transferência só pode ser efetuada uma única vez, ou seja, não é permitido que o
embarcada (received for shipment). Em geral, o FCR é emitido pela empresa de logística, o
transitário de carga, conhecido como Freigth Forwarder.
Irrevogável;
A especialista Shirley Yurica Kanamori Atsumi fala sobre a sistemática da carta de crédito e
sua importância.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Aplicar as cartas de crédito especiais
A carta de crédito rotativa é o crédito que, após sua utilização, pode ser renovado, sem
necessidade de qualquer emenda. É aplicada nos casos em que o importador adquire com
frequência um mesmo tipo de mercadoria de um mesmo exportador, não sendo necessário
emitir várias cartas de crédito, mas apenas uma, com valor e prazo definidos. Assim, quando o
pagamento é efetuado ao exportador, o valor fica novamente disponível para o período
seguinte.
CUMULATIVO
No cumulativo, se o valor disponível para um certo período não for utilizado, poderá ser
reaproveitado no período seguinte. Dessa forma, se o valor do crédito for de US$200.000,00 e o
exportador embarcar US$100.000,00, a diferença do restante US$100.000,00 fica acumulada
para ser aplicada no outro período.
NÃO CUMULATIVO
Sem restabelecimento automático significa que o valor pago só ficará disponível novamente
após o banco emitir um aviso nesse sentido. Esta condição é aplicada quando o banco
necessita reavaliar periodicamente a capacidade financeira do importador.
EXEMPLO
Uma empresa brasileira compra mercadorias da França e as vende para o Japão, solicitando
que as mercadorias sejam embarcadas diretamente da França para o Japão. Certamente, o
valor da venda ao Japão será superior ao valor da compra, ficando o exportador brasileiro com
a diferença, que representa o seu lucro na operação. Pode ser utilizada qualquer modalidade de
pagamento para essas operações (remessa sem saque, pagamento antecipado ou cobrança).
No caso do crédito back-to-back, são também operações triangulares, porém com a emissão de
duas cartas de crédito:
Tal exportador, por sua vez, adquire o produto de uma terceira empresa C, que também solicita
uma carta de crédito.
A primeira carta de crédito será utilizada como garantia para a emissão dessa segunda carta
de crédito, sendo a mercadoria embarcada diretamente da empresa C para a empresa A.
Para o exportador B auferir lucro na operação, as cartas de crédito têm valores distintos, ou
seja, a segunda carta de crédito é inferior à primeira.
Observe com atenção o fluxo que a carta de crédito Standby pode seguir.
Ocorre que, algumas vezes, o exportador necessita aplicar esta modalidade, mesmo não se
enquadrando nas condições mencionadas.
Na cobrança documentária, o original dos documentos é encaminhado a um banco do país do
exportador, que os remete em cobrança ao banco do país do importador, para que este os retire
mediante pagamento ou aceite do saque. Da mesma forma, existe risco para o exportador.
Para minimizar o risco, pode ser solicitada a emissão da carta de crédito Standby, em que o
banco emitente garante o pagamento, caso o importador não honre o compromisso de pagar.
Se não ocorrer o pagamento, o exportador deve apresentar um saque contra o banco emitente,
acompanhado dos documentos de embarque e de declaração atestando que a dívida não foi
paga.
Comparando com a carta de crédito, a Standby apresenta algumas facilidades, como o fato de
exigir apenas saques, declarações e cópia de documentos, em vez de vários documentos, de
acordo com as exigências das cláusulas da carta de crédito.
SAIBA MAIS
Esta é uma carta de crédito especial em que determinado banco encaminha às suas agências e
a seus correspondentes no exterior uma autorização de pagamento de um certo valor a
determinada pessoa.
Tal documento é utilizado por homens de negócios e viajantes em estadias prolongadas, que
têm a necessidade de grande quantidade de dinheiro e que não teriam condições de portar o
numerário em espécie ou traveller’s checks.
Uma das limitações do documento é que o beneficiário só pode retirar os valores nos bancos
associados ao banco emissor e no horário bancário. Tal carta de crédito não é muito usual, os
viajantes dão preferência a traveller’s checks, cartão de débito ou crédito.
A Bid Bond funciona como um seguro garantia, normalmente exigido em licitações, tanto
públicas como privadas, para a execução de determinado serviço. A sua finalidade é assegurar
que a empresa vencedora da licitação irá cumprir com sua obrigação, assinando o contrato e
mantendo as condições acordadas como preço e prazo. A carta de crédito deve ser aberta pela
empresa interessada em participar da licitação.
Assim, se a empresa escolhida não assinar o contrato, o beneficiário da carta de crédito tem o
direito de receber a indenização do banco pagador, em geral 2% do valor do contrato,
apresentando o saque e uma declaração de que a empresa se recusou a prosseguir com o
negócio. É uma forma de compensação pelas despesas de publicação de edital, exame de
documentos, seleção de propostas etc.
Trata-se de uma carta de garantia para que uma obrigação ou um determinado serviço sejam
realizados satisfatoriamente.
Caso a empresa vença uma licitação e assine o contrato, pode ser solicitada a apresentar uma
Performance Bond. Assim, se a empresa desistir de executar o trabalho ou não executar a
A Performance Bond também pode ser uma garantia paralela à carta de crédito tradicional. Se o
exportador, após estar de posse da carta de crédito, desistir de embarcar a mercadoria, a
Performance Bond pode ser acionada e ressarcir um percentual do valor do crédito. Dessa
forma, o importador será indenizado, podendo cobrir as despesas bancárias que realizou para a
emissão da carta de crédito. O importador pode, dependendo do seu relacionamento e
confiança no exportador, condicionar a abertura do crédito documentário à apresentação da
Performance Bond.
O pagamento antecipado muitas vezes é exigido pelo exportador para aquisição de insumos ou
para fabricação de equipamento de grande porte, podendo ser parcial ou total.
O importador pode, no entanto, solicitar a garantia oferecida pela Refundment Bond, para ser
ressarcido pelo banco em caso de descumprimento da obrigação pelo exportador.
CARTAS DE CRÉDITO ESPECIAIS
A especialista Shirley Yurica Kanamori Atsumi fala sobre cartas de crédito standby e
refundment bond.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Identificar as principais garantias aos pagamentos internacionais
RISCO COMERCIAL
RISCO POLÍTICO E EXTRAORDINÁRIO
RISCO COMERCIAL
Para mitigar tais riscos, foram desenvolvidos instrumentos que permitem fornecer garantias
aos seus tomadores.
A contratação do seguro é opcional, podendo ser realizada pelo próprio exportador, pelas
trading companies ou, ainda, pelas instituições financeiras que tenham financiado ou
O seguro de crédito concedido por empresas seguradoras privadas, como a Euler Hermes
Brasil, Cesce Brasil, MAPFRE, Crédito y Cáucion Seguradora de Crédito, em geral, abrange
somente operações de curto prazo (até dois anos).
O governo também concede cobertura para as exportações brasileiras, tendo como lastro o
Fundo de Garantia à Exportação (FGE). A competência para autorizar a concessão de garantia
do SCE, em nome da União, com recursos do FGE, é da Secretaria-Executiva da Câmara de
Comércio Exterior (SE-CAMEX) da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos
Internacionais (SECINT) do Ministério da Economia (ME).
O SCE concedido pela União pode cobrir financiamento concedido por qualquer banco, público
ou privado, brasileiro ou estrangeiro a exportações brasileiras, sem restrições de bens ou
serviços ou quanto ao país do importador.
O Cofig regula as atividades de concessão de garantias pelo governo federal, estipulando nível
de risco e limite por país, que é classificado por categorias, que variam de acordo com a
situação econômica, financeira e política e também considerando a relação comercial com o
Brasil.
OPERAÇÕES DE HEDGE
VOCÊ SABIA
Hedge, palavra inglesa que significa “cerca”, é uma operação de proteção ou uma estratégia
Derivativos são contratos cujo valor depende (deriva) do valor de um ativo financeiro ou
commodity. Tais contratos só existem porque há a possibilidade de o preço à vista do ativo ou
Podemos citar como derivativos financeiros os relativos a moedas, taxas de juros, índices e
ações.
Derivativos não financeiros são os relacionados a petróleo e ativos agropecuários (soja, açúcar,
Trataremos neste módulo dos produtos de proteção relacionados à variação cambial, que pode
afetar diretamente os pagamentos e recebimentos internacionais.
São contratos de compra e venda de um ativo para liquidação em uma data futura, por preço
estabelecido previamente. Assim, uma das partes assume a posição de compra, em data
combinada, com preço certo e ajustado, e a outra parte assume a posição de venda com as
mesmas condições. O NDF é exclusivo do mercado de balcão.
EXEMPLO
Como a taxa de câmbio no país é flutuante, não se sabe qual será a taxa no dia do pagamento
e, o importador, para se proteger da oscilação e programar seu fluxo de caixa, pode solicitar a
um banco uma NDF para fixar um valor de taxa que seja razoável para seus negócios.
Suponhamos que o banco negocie com o importador a taxa de R$ 5,20, valor que estaria
razoável para que o importador possa honrar com seu compromisso. No dia do pagamento
podem ocorrer 2 cenários:
CENÁRIO 1
A taxa de câmbio do mercado é de R$ 5,50. Neste caso, o contrato de câmbio a ser celebrado
retratará o valor de R$ 550.000,00. Entretanto, como o importador tem a NDF somente arcará
com R$ 520.000,00.
CENÁRIO 2
A taxa de câmbio do mercado é de R$ 4,80. Neste caso, o contrato de câmbio a ser celebrado
será de R$ 480.000,00. No entanto, como o importador assumiu o NDF, ele deverá arcar com R$
520.000,00.
Ainda sobre o cenário 2, embora este valor seja superior ao valor de mercado, o importador
apenas deixou de ganhar com a taxa, mas pode se programar e organizar seu orçamento, já
que o valor de R$ 520.000,00 é satisfatório para seus negócios.
O termo de moedas NDF é uma ferramenta de proteção à exposição cambial, tanto para os
importadores como para os exportadores. No caso de exportação, o risco é o valor recebido em
reais não ser suficiente para cobrir seus gastos com a produção.
CONTRATO DE OPÇÕES
Para que ele possa ter essa possibilidade, deve pagar um prêmio inicial, que não será devolvido.
Sendo assim, o importador, para se proteger da oscilação e programar seu fluxo de caixa, pode
solicitar a um banco um contrato de opções, fixando um valor de taxa que seja razoável para
seus negócios.
Suponhamos que o banco negocie com o importador a taxa de R$ 5,20, valor este que estaria
razoável para que o importador possa honrar seu compromisso. O prêmio negociado é de R$
10.000,00.
Cenário 1
A taxa de câmbio do mercado é de R$ 5,50. Neste caso, o contrato de câmbio a ser celebrado
retratará o valor de R$ 550.000,00. Entretanto, como o importador possui o contrato de opção,
exercerá o direito de comprar o dólar a R$ 520.000,00. Como teve a despesa do prêmio, seu
desembolso será de R$ 520.000,00 + R$ 10.000,00, inferior, portanto, ao valor de mercado R$
550.000,00.
Cenário 2
A taxa de câmbio do mercado é de R$ 4,80. Neste caso, o contrato de câmbio a ser celebrado
será de R$ 480.000,00. No entanto, como o importador possui o contrato de opção, exercerá o
direito de não utilizar o contrato negociado para comprar a moeda estrangeira por R$
520.000,00. Terá apenas que arcar com o valor do prêmio de R$ 10.000,00. Assim, seu
desembolso total será de R$ 480.000,00 + R$ 10.000,00 = R$ 490.000,00, inferior ao contrato de
R$ 520.000,00.
No caso de o titular da opção ser um exportador, ele exercerá o direito de vender ou não a
moeda estrangeira, dependendo da variação da taxa de câmbio. Assim, se a cotação da moeda
estrangeira estiver superior ao valor da opção, ele pode optar por não exercer o direito e receber
pelo contrato de câmbio um valor superior. Se ocorrer o inverso, a moeda estrangeira estiver
inferior ao valor da opção, ele irá exercer o direito de vender pelo preço superior e não incorrer
em prejuízo.
A opção pode ser negociada em bolsa, sendo nesse caso padronizada ou no mercado de
balcão, que tem como característica ser flexível e adaptável a cada caso específico.
SWAP
Swap é uma palavra inglesa que significa troca. É uma operação de troca de índice ou taxa de
um ativo ou aplicação por outro índice ou taxa de um passivo ou obrigação, para garantir
proteção financeira.
Pode ser utilizado quando há descasamento entre os ativos e passivos de uma empresa.
Assim, no contrato de Swap, o banco paga ao cliente o resultado de um indexador sobre um
valor base e recebe o resultado de outro indexador sobre um mesmo valor base, no prazo e nas
condições estabelecidas.
EXEMPLO
Um exportador tem receita em dólares, decorrente de suas exportações, e possui uma dívida
em CDI no Brasil, ou seja, tem um ativo em dólar e passivo em CDI. Há, portanto, um
descasamento de fluxos de caixa, e a variação dos índices de dólar e CDI podem impactar o
resultado da empresa, que decide realizar um swap para neutralizar o descasamento. A
operação de swap trocará o indexador do ativo para CDI.
MERCADO FUTURO
São padronizados;
O preço futuro ofertado pelo vendedor precisa ser igual ao preço futuro ofertado pelo
comprador;
A margem de garantia funciona como uma caução: caso um participante não pague
o ajuste diário, a bolsa debita da margem de garantia. Essa margem é calculada de
acordo com a característica de cada contrato.
Assim, um exportador deve ficar vendido no mercado futuro, para se proteger contra uma
valorização da moeda nacional, ao passo que um importador deve ficar comprado, para se
proteger de uma desvalorização da moeda nacional.
OUTROS INSTRUMENTOS UTILIZADOS COMO
HEDGE
Além dos contratos derivativos, existem mecanismos que podem ser aplicados para a proteção
da variação da taxa de câmbio:
A especialista Shirley Yurica Kanamori Atsumi fala sobre as operações de hedge cambial NDF e
de opções.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além da carta de crédito tradicional, foram apresentadas outras cartas de crédito especiais,
que também são utilizadas nas transações entre os países e que possuem características
próprias.
Outro assunto relevante foi a questão das garantias nos pagamentos internacionais, oferecidas
tanto por entidades privadas quanto públicas, que asseguram a mitigação dos riscos
envolvidos numa operação internacional, incluindo a questão da variação cambial, que é fator
decisivo na apuração de resultados financeiros das empresas.
PODCAST
Agora, a especialista Shirley Yurica Kanamori Atsumi encerra o tema fazendo um resumo dos
assuntos tratados nos módulos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ATSUMI, S.Y.K. et al. Gestão de operações de câmbio. Rio de Janeiro: FGV, 2013.
CORTIÑAS, L. J. M.; GAMA, M. Comércio exterior competitivo. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras,
2010.
DEL CARPIO, R. F. V. Cobranças documentárias e URC 522 da CCI (comentada). 2. ed. São
Paulo: Aduaneiras, 2001.
HULL, J. C. Fundamentos dos mercados futuros e de opções. 4. ed. São Paulo: Bolsa de
Mercadorias & Futuros, 2005.
LUNARDI, A. L. Carta de crédito sem segredos. 2. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2011.
RATTI, B. Comércio internacional e câmbio. 11. ed. São Paulo: Lex, 2006.
EXPLORE+
CONTEUDISTA
CURRÍCULO LATTES