Aula 04 - Desenvolvimento II - AFA 2024
Aula 04 - Desenvolvimento II - AFA 2024
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REDAÇÃO
AULA 04
Desenvolvimento II
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Prof.ª Celina Gil
Sumário
Apresentação 3
1 - Repertório de redação 4
Adolescência e juventude 4
Saúde Mental 7
3- Prática de redação 31
Considerações Finais 42
AULA 04 – REDAÇÃO 2
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Apresentação
Olá!
Continuaremos aqui nosso estudo sobre o desenvolvimento. Essa é a parte à qual você deve se dedicar
com maior profundidade na sua redação. O importante é investir ema uma argumentação aprofundada!
- Prática de redação
1 - Análise social
Apontamentos acerca de assuntos ligados ao contemporâneo.
Esses apontamentos têm o objetivo de fortalecer seu repertório e auxiliar na
elaboração de argumentos.
3- Produção textual
Análise de redações/trechos de redações e/ou exemplo de produção textual.
Propostas de redação inéditas para serem executadas pelo aluno.
Vamos lá?
AULA 04 – REDAÇÃO 3
Prof.ª Celina Gil
1 - Repertório de redação
Nosso repertório de redação de hoje fala sobre questões contemporâneas que frequentemente
podem ser tema de provas.
Tópicos da aula
Adolescência e juventude
Trabalho e estudo
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23% dos jovens
brasileiros não trabalham e nem estudam (os chamados jovens nem-nem). A maioria é de
mulheres de baixa renda, um dos maiores porcentuais de jovens nessa situação entre nove
países da América Latina e Caribe. Ainda segundo a pesquisa, 49% se dedicam
exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao
mesmo tempo. As razões para esse cenário são problemas com habilidades cognitivas e
socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos,
entre outros. Embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos
e improdutivos, 31% deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da
metade – cerca de 64% – dedica-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar,
principalmente as mulheres. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou
com o professor Ruy Braga, do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da USP, especialista em Sociologia do Trabalho.
Para Braga, essa geração nem-nem é um fenômeno que já ocorre há algum tempo no
mercado de trabalho brasileiro e não apresenta aspectos positivos para o País. O problema
é que esse número vem aumentando exponencialmente nos últimos anos. Tal aumento se
deu, segundo o professor, pela recente crise econômica e política, “que acaba se
transformando em uma espécie de crise social generalizada”, atingindo principalmente a
juventude, camada mais suscetível ao desemprego. Um dos motivos para esse fenômeno é
a baixa qualificação dos jovens, que acabaram de entrar no mercado de trabalho e, portanto,
são menos experientes. Outro motivo seria o colapso do sistema educacional, que não é
capaz de atrair o jovem para os estudos.
(Jornal da USP, Número de jovens que nem estudam nem trabalham cresceu com a crise, 18/12/2018. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-nem-estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/>
Acesso em 13/11/2020)
AULA 04 – REDAÇÃO 4
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Maioridade penal
A maioridade penal a partir dos 18 anos está estabelecida na Constituição de 1988, no artigo
228, que afirma que os menores de idade são inimputáveis e estão sujeitos a norma especial.
Mas por que 18 anos, e não qualquer outra idade? Isso tem a ver com a chamada doutrina
da proteção integral, uma diretriz internacional criada a partir da Convenção Internacional
dos Direitos da Criança, adotada pela Organização das Nações Unidas em 1989.
Apesar de que a convenção não determina qual idade deve ser escolhida para a maioridade
penal, ela define como criança todo ser humano com menos de 18 anos de idade. O Brasil e
quase todos os países do mundo são signatários desse tratado e grande parte deles baseia
seu sistema penal para jovens a partir dessa convenção.
A doutrina da proteção integral aparece mais claramente no artigo 227 da Constituição, que
fala sobre a obrigação da família, da sociedade e do Estado de assegurar, com prioridade
absoluta, os direitos fundamentais da criança, do adolescente e do jovem. Por tudo isso,
antes de completar 18 anos de idade, uma pessoa não pode ser responsabilizada como um
adulto no Brasil.
Disponível em <https://www.politize.com.br/maioridade-penal/> Acesso em 26 mar. 2021
AULA 04 – REDAÇÃO 5
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Trabalho ininterrupto
Embora exista a ideia corrente de que é extremamente importante estarmos sempre
fazendo alguma coisa, produzindo, inventando, inovando, investindo em nosso tempo e em
nossa imagem, "fazendo a diferença", como dizem alguns especialistas, é importante
perceber que os grandes momentos de criação estão intimamente ligados aos períodos em
que supostamente alguém não estava fazendo nada de especial.
(...)
Segundo alguns relatos, o excepcional Einstein, por exemplo, passava horas olhando trens
se deslocando sobre os trilhos de uma estação ferroviária. A partir dessas suas ociosas
observações nasceram novos e revolucionários conceitos e teorias sobre o tempo, o espaço
e a matéria que mudaram totalmente os rumos da ciência. Mas com certeza não foram
poucos os que o achavam um homem esquisito e sem nada de mais interessante e útil para
fazer.
(disponível em http://www.plurall.com/forum/cultura-trance/textos-poesias/27120-importancia-nao-fazer-nada/, site
consultado em 04.07.2011)
AULA 04 – REDAÇÃO 6
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Saúde Mental
O termo “saúde mental” tem entrado no nosso vocabulário e se tornou popular entre as pessoas
mais jovens devido a uma série de acontecimentos.
Segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-
estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser
produtivo e contribuir com a sua comunidade1.
Para a ONU, a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, como ansiedade
(também chamado de transtorno de ansiedade generalizado), depressão, transtorno bipolar etc. É o bem-
estar físico, mental e social. Não é apenas uma questão clínica: fatores socioeconômicos podem
influenciar numa perda da saúde mental.
Saúde mental na
Busca pelos padrões pandemia e em O preconceito contra
de beleza e sociais tempos de isolamento pessoas neuroatípicas
social
Sociedade do cansaço
Um termo que tem aparecido frequentemente em discussões acerca do contemporâneo é
Sociedade do cansaço. Vamos investigar um pouco esse termo para que você possa ser capaz de utilizar
essas ideias em sua redação.
Byung-Chul Han (1959 - ), professor e filósofo sul-coreano, abre seu livro homônimo com a frase
“Cada época possuiu suas enfermidades fundamentais”. É a partir dessa ideia de que ele desenvolve o
conceito. Vivemos em uma sociedade que enfrenta um aumento considerável de doenças como
depressão e transtornos de personalidade, além de síndromes como hiperatividade e Burnout – distúrbio
psíquico que advém de um grande esgotamento físico e mental. Para ele, vivemos num momento de
violência neuronal.
Um elemento identificado pelo filósofo como possível causa para isso está em nossa cobrança
constante por sucesso. Nossa sociedade é focada no desempenho: nos cobramos cada vez mais para
apresentar resultados. Isso se torna agravado por uma ideologia da positividade: sentimos que devemos
ser felizes, positivos, animados e bem-sucedidos o tempo todo. Basta ver como o mercado de discursos
motivacionais cresce sem parar desde o início do século XXI. O problema é que esse reforço motivacional
constante já mostra seus efeitos colaterais.
AULA 04 – REDAÇÃO 7
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INDO MAIS
FUNDO!
SOCIEDADE DO DESEMPENHO
Outro termo utilizado pelo filósofo no livro “A sociedade do cansaço” é sociedade do
desempenho. Para ele, a necessidade de obter sempre excelência em tudo o que
fazemos é um modo de manter os sujeitos controlados e disciplinados.
Dito de outra forma, não buscamos mudar as estruturas – mesmo aquelas que são
prejudiciais a nós mesmos – porque sentimos forte necessidade de sempre obtermos
o máximo de desempenho em tudo o que fazemos.
Numa sociedade guiada pelo desempenho, é preciso ter sempre novos projetos, alta
produtividade, iniciativas e metas a serem batidas. Por vezes essas imposições vêm de
figuras hierarquicamente acima de nós – chefes, por exemplo – por outras, são
impostas por nós mesmos.
A sociedade do cansaço é um repertório que pode ser utilizado em diferentes assuntos, por
exemplo:
Necessidade de se
Empreendedorismo e
Saúde mental no encaixar em padrões
iniciativa pessoal no
contemporâneo de comportamento e
mercado de trabalho
pensamento
Indústria da
motivação e produtos
motivacionais
AULA 04 – REDAÇÃO 8
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ZONA DE SPOILER!!
Bicho de sete cabeças (2000) Dir.: Um dia de fúria (1993) Dir.: Joel Foi apenas um sonho (2008) Dir.:
Laís Bodanzky Schumacher Sam Mendes
Neto é um jovem de classe média Bill Foster é um homem ordinário de Em 1955, o casal Frank e April está
que vive uma vida comum. Um dia, vida comum. Um dia, tentando vivendo uma crise no seu casamento.
seu pai descobre drogas em seu chegar em casa para o aniversário Ele trabalha 10 horas por dia e ela
bolso e decide mandá-lo para uma da filha, ele perde a paciência, tem cuida da casa em um convencional
instituição psiquiátrica. Lá, ele um surto de raiva e começa a subúrbio. Eles começam a planejar
descobre uma realidade absurda e resolver seus problemas – mesmo modos de se rebelar contra o tédio
desumana. os insignificantes – com violência. de suas vidas.
Relatos Selvagens (2014) Dir.: As vantagens de ser invisível Cisne Negro (2010) Dir.: Darren
Damián Szifron (2012) Dir.: Stephen Chbosky Aronofsky
O filme se divide em seis episódios. Charlie é um adolescente de 15 anos Nina é uma bailarina cuja vida é
Em cada uma das pequenas lidando com muitas questões: seu completamente consumida pela
histórias, explora-se o modo como melhor amigo se suicidou, seu dança. Haverá uma nova montagem
reagimos a situações extremas e primeiro amor, suas tentativas de se do Lago dos Cisnes na companhia e
como lidamos com stress. Atente- encaixar na sociedade e encontrar Nina é a primeira escolha para o
se principalmente aos episódios pessoas com as quais se identifique papel principal do espetáculo. Ela
Bombita e Hasta que la muerte nos e sua própria saúde mental. Ele está enfrenta, porém, a competição com
separe. buscando seu lugar no mundo. outra bailarina, Lily, para o papel.
FIM DO SPOILER
AULA 04 – REDAÇÃO 9
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•Partindo do princípio que se deve tratar os iguais como iguais, a comprovação por analogia faz uso de
exemplos de casos semelhantes para comprovar uma ideia.
•A comprovação por autoridade faz uso das falas ou preceitos de um especialista no assunto, reconhecido
publicamente ou presente nos textos de apoio, para corroborar as suas ideias.
Causa e consequência
•Para comprovar a ideia, buscam-se relações de causa e consequência, ou seja, de motivos e efeitos
resultantes.
Dados
•Aqui, a ideia é sustentada a partir dos dados concretos apresentados (como estatísticas e porcentagens).
Exemplificação
Vamos passar por alguns dos modos de argumentar para que você possa praticar um pouco a
feitura de cada um deles.
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Texto 1.
Vivemos a era da informática, das informações livres e da acessibilidade fácil e rápida a elas. As
tecnologias se renovam, incessantemente, favorecendo e permitindo o contato das pessoas a todos os
assuntos, a todos os lugares e a hora que quiserem. Esta é a internet, o mundo de possibilidades que se
veio de fato para ficar e hoje o mundo não existiria sem ela. A internet é o sol no centro deste sistema
globalizado que aquece a tudo e todos. Mas acontece que, como tudo nesta vida, a lei criacionista de
“causa e efeito” sintetiza uma máxima: tudo que é demais enjoa. Enjoa, mas também adoece. Muitos
problemas e dificuldades despontaram por conta do surgimento da internet. Problemas que nem ousarei
enumerar, mas quando refletimos quais seriam eles, rapidamente identificamos. Admito que muitos já
existiam e que a internet só acentuou sua gravidade. Me limitarei a um agravante que recebe pompas de
transtorno, reconhecido pela Associação Americana de Psicólogos como uma dependência tão crônica
quanto à de substâncias como álcool e cocaína, a Internet Addiction Disorder (Transtorno do Vício de
Internet).
Texto 2.
A partir desses textos de apoio, pode-se depreender que um possível tema, recorte temático e a
tese a ser desenvolvida na redação são, respectivamente:
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TESE: A internet deve ser utilizada com responsabilidade, pois o vício nessa tecnologia pode trazer
problemas à saúde mental e, por consequência, prejudicar outras áreas da vida não necessariamente
ligadas ao mundo virtual.
Ex.: Esse doente apresenta manchas avermelhadas pelo corpo, febre e mal estar intenso.
Manchas avermelhadas pelo corpo, febre e mal estar intenso são sintomas do sarampo.
Nas orações, é a recorrência de elementos idênticos que permite a analogia: se o doente possui
características que o sarampo causa, então o doente tem sarampo.
Também pode aparecer como uma associação entre pares não semelhantes. Na matemática essa
estrutura é bastante comum: A está para B, assim como C está para D.
Ex.: Amor está para ódio, assim como alegria está para tristeza.
Nas duas orações temos uma associação entre opostos: amor é oposto a ódio e alegria é oposta a
tristeza. Assim, a relação entre amor e ódio é a mesma que a relação entre alegria e tristeza: de oposição.
Mas como isso pode ser acessado na hora de escrever uma argumentação?
Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por analogia:
Ex.:
O uso excessivo da internet já se configura um vício, podendo ser considerado mesmo uma
doença. Isso se comprova a partir do comportamento que algumas pessoas assumem quando
afastadas, por exemplo, do celular. Assim como dependentes químicos que, quando em
abstinência de álcool ou drogas, chegam a sofrer fisicamente pela falta do vício, também os
viciados em celular podem apresentar sintomas na ausência do aparelho. Também em função
disso, a Associação Americana de Psicólogos já reconhece o Transtorno do Vício de Internet.
AULA 04 – REDAÇÃO 12
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Diversos elementos podem servir como base para um argumento por autoridade:
• Estudiosos e pesquisadores
• Filósofos, sociólogos e demais cientistas, estejam eles citados nos textos de apoio ou não.
ATENÇÃO!
Muitas vezes, os alunos acham que devem decorar citações de filósofos ou pensadores importantes para
a redação. Não se preocupe com isso.
As teorias filosóficas são complexas e dificilmente podem ser resumidas em uma frase.
Se você não conhece o autor e sua teoria, apenas citar uma frase pode produzir o efeito contrário e fazer
com que você perca pontos!
Descontextualizar uma frase pode esvaziar seu significado, ou seja, pode ser que o estudioso quisesse
dizer algo diferente do que você entendeu lendo apenas uma frase.
Se quiser citar algum pensador, tenha certeza que você é capaz de explicar seu pensamento. Não é
preciso citar palavra por palavra o que ele disse. É mais seguro, para não incorrer em erros, falar sobre o
autor e suas teorias, mas sem usar citações.
Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
construção de desenvolvimento por autoridade:
Ex.:
A internet vem sido utilizada de maneira tão exacerbada que a Associação Americana de
Psicólogos já considera o vício em internet uma dependência crônica. Esse transtorno vem sendo
chamado de Transtorno do Vício de Internet. Essa definição parte principalmente da percepção
de que quando nos encontramos distantes da tecnologia ou do acesso à internet, podemos
reagir do mesmo modo que dependentes químicos. Isso demonstra que o uso da internet se
tornou tão fora de controle que chega a nos afetar fisicamente.
Ex.:
O uso desmedido da internet tem causado problemas à saúde mental, principalmente entre os
jovens. Essa camada da população tem um contato muito maior com a internet, principalmente
através do uso das redes sociais. Como as redes sociais promovem interação de maneira remota,
há maior facilidade em agir de maneira agressiva ou cruel. Consequentemente, os usuários
ficam mais expostos a situações de conflito, podendo chegar mesmo a desenvolver uma série
de quadros clínicos por conta desse tipo de interação.
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De acordo com a Lei 8.213, de 1991, empresas com cem ou mais colaboradores são obrigadas a
preencher de 2% a 5% de seus cargos com pessoas com deficiência (PCDs) ou beneficiários reabilitados.
A Lei, que completou 25 anos em 2016, trouxe grandes conquistas para essa parcela da população: de
acordo com o Ministério do Trabalho, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 20% na participação
desses profissionais no mercado. Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
de 2010, há cerca de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência – quase 24% da população.
Entretanto, na última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), realizada em 2014 pelo Ministério do
Trabalho, apenas 381 mil vínculos empregatícios são declarados como PCDs – o que representa 0,77% do
total de empregos formais no Brasil.
(...)
Texto 2.
A frase mais repetida por todos os que trabalham com a inclusão de pessoas com deficiência é: a
inclusão é um processo. É o que falamos para nós mesmos e para nossos companheiros de estrada; em
momentos de comemoração e também para nos animar frente a um aparente retrocesso. Essa sentença
tem complementos, dos quais o mais frequente é o que compara nosso árduo trabalho ao das
“formiguinhas”. Nesse caso, lembro sempre de uma observação de Rosangela Berman Bieler, jornalista e
ativista do movimento das pessoas com deficiência no Brasil: “Torço para que, um dia, esse formigueiro
tão grande, que construímos com tanto afinco, mas sem que a sociedade o visse, exploda como um vulcão,
se espalhe por uma área enorme e seja visto por todos!”.
Falar que a inclusão é um processo significa dizer que ela muda à medida que avança, encontra
dificuldades e pode dar passos para trás até descobrir outros caminhos – a partir da interação com as
pessoas, com os fatos e com as circunstâncias de cada tempo e momento. Significa também dizer que ela
nasce dentro de cada um de nós, mesmo naqueles que já se consideram “inclusivos”. Sempre temos algo
a aprender. Há sempre mais uma fronteira para transpor. Se a inclusão da pessoa com deficiência é
dinâmica, como ela está em 2017? Ainda é a mesma de quando surgiu, mais ou menos em meados da
década de 1990?
AULA 04 – REDAÇÃO 15
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A partir desses textos de apoio, pode-se depreender que um possível tema, recorte temático e a
tese a ser desenvolvida na redação são, respectivamente:
TESE: Ainda que tenha havido uma maior inclusão das pessoas com deficiência no ambiente escolar,
proporcionando uma formação de qualidade para essas pessoas, ainda há obstáculos no mercado de
trabalho, causadas principalmente pela ideia de que deve-se contratar alguém apenas para cumprir
uma cota, sem atentar-se para a formação acadêmica e profissional desse indivíduo.
Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por comprovação:
Ex.:
Ainda que tenha havido uma melhora no número de pessoas com deficiência contratadas – um
aumento de 20% de participação nos últimos cinco anos – muito motivada pela Lei 8.213, que
determina cotas para PCDs, ainda há uma resistência das empresas em contratar pessoas com
alguma deficiência. Ao se preocupar apenas em preencher um número exigido por lei, os
empregadores estão correndo o risco de obterem prejuízo financeiro, pois um trabalhador
obrigado a exercer uma função aquém de sua capacidade, fica desestimulado e se torna menos
produtivo.
Diversos elementos extratextuais podem servir como base para um argumento por
exemplificação:
• Passagens históricas
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• Experiências pessoais ou de pessoas a seu redor, desde que reconhecíveis por todos e citadas de
maneira impessoal.
ATENÇÃO!
Muitas vezes, os alunos acham que o corretor é obrigado a conhecer todas as referências ou
acontecimentos da atualidade. Você NÃO DEVE cair nesse erro!
Ainda que alguns eventos pareçam conhecidos por todos, não presuma que o corretor vai completar
informações.
Mesmo que você utilize exemplos conhecidos, não deixe de explicá-los minimamente para garantir que
você não perca pontos.
Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por exemplificação:
Ex.:
A preocupação em preencher a cota para trabalhadores PCDs nem sempre está alinhada com
uma responsabilidade pelo bem-estar do contratado. Há casos, por exemplo, em que ocorre a
contratação de uma pessoa com deficiência, porém não para uma área em que ela possua
experiência ou habilidade. Isso acaba desmotivando o empregado e, consequentemente,
gerando prejuízos à empresa.
Ex.:
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AULA 04 – REDAÇÃO 18
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Vamos lá?
I.
Texto 1.
A primeira ideia que a maioria dos brasileiros tem sobre os índios é a de que eles constituem um
bloco único, com a mesma cultura, compartilhando as mesmas crenças, a mesma língua. Ora, essa é
uma ideia equivocada, que reduz culturas tão diferenciadas a uma entidade supra étnica. O Tukano, o
Desana, o Munduruku, o Waimiri-Atroari deixa de ser Tukano, Desana, Munduruku e Waimiri-Atroari
para se transformar no “índio”, isto é, no “índio genérico”. Alguém aí pode objetar: - Ah, mas existe
também “europeu” como uma denominação genérica que engloba vários povos de línguas e culturas
diversas e ninguém questiona isso. É verdade. No entanto, quando um português ou um francês dizem
que são europeus, essa denominação genérica não apaga a particular. Eles continuam sendo, cada um,
português ou francês. No entanto, no caso do “índio”, o equívoco está em que o genérico apaga as
diferenças. O “índio” deixa de ser Tukano, Desana, etc. para se transformar simplesmente no “índio”.
FREIRE, José Ribamar Bessa Freire. Cinco ideias equivocadas sobre os índios. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/cinco_ideias_equivocadas_jose_ribamar.pdf> Acesso em set.
2019.
Texto 2.
A terra indígena não é apenas o espaço ocupado pelos índios, mas todo o espaço necessário
para a sobrevivência de sua cultura.
O estudo para sua demarcação, portanto, leva em conta todo o território utilizado pelo índio
para sobreviver e para manter suas crenças, em respeito à Constituição Federal. São 115 terras em
estudo para demarcação no país.
(...)
AULA 04 – REDAÇÃO 19
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RECORTE TEMÁTICO:
TESE:
Argumentação:
Argumento 1:
Argumento 2:
Defender um ponto de vista tem mais a ver com a capacidade de conseguir embasar sua opinião
com argumentos consistentes do que com estar “certo”.
Nos dedicamos sempre a um tema específico nos comentários, o que não significa que seja o único
tema possível.
AULA 04 – REDAÇÃO 20
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Comentário:
Uma opção de tema acerca desses textos de apoio é “a questão indígena no Brasil”. O texto 1 fala
sobre os estereótipos que criamos em torno dos grupos étnicos indígenas. O texto afirma que há um
reforço constante na ideia de que o “índio” é “uma cousa só”, ou seja, que não há particularidades ou
especificidades entre os diversos povos indígenas brasileiros. O texto ainda aponta para uma diferença de
tratamento entre as nacionalidades europeias e as indígenas brasileiras, em que a primeira goza de maior
reconhecimento. Já o texto 2 aponta para o modo como é determinada a demarcação de terras indígenas
no Brasil. O texto relata as determinações que guiam o processo e qual a função e importância de
demarcar esses territórios.
• Por que motivo temos uma visão estereotipada ou deturpada dos povos indígenas?
• Como a visão que temos dos indígenas pode influenciar nos processos práticos, com ao
demarcação de terras?
Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
• Apesar de brasileiros, temos pouco conhecimento de passagens da nossa história. Essas escolhas
do que deve ou não ser ensinado nunca são gratuitas. Elas são parte de um projeto de ensino e
construção de pensamento na sociedade, que se beneficia dessas escolhas.
• Por entendermos os grupos étnicos indígenas como parte de um todo sem particularidades não
entendemos que eles podem possuir necessidades específicas. Assim, temos dificuldade em
compreender por que motivo seria necessário preservar essas culturas e identidades.
• Se as terras indígenas demarcadas têm outras funções que não apenas a preservação da cultura
daqueles povos – como preservação ambiental, por exemplo – então a importância em preservar
essas terras é de interesse de todos, não apenas de um grupo.
AULA 04 – REDAÇÃO 21
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II.
Texto 1.
Texto 2.
No documentário Zumbi Somos Nós, que estreou ontem à noite na TV Cultura, existe uma crítica
à maneira como a mídia trabalhou, em 2005, no episódio em que o zagueiro argentino Desábato xingou
o atacante brasileiro Grafite e saiu do estádio do Morumbi para uma delegacia policial. Quem explica
essa visão é o DJ Eugênio Lima, um dos integrantes da Frente 3 de Fevereiro, que criou o documentário.
Eugênio Lima:
– Ela avalizava o senso comum. Não tinha nenhuma posição crítica. Na verdade, ela confirmava
algo que depois fomos comprovar a partir de pesquisas. Perguntado para as pessoas se eram racistas,
90% das pessoas disseram que não. Perguntadas sobre se existe racismo no Brasil, 95% dessas mesmas
pessoas disseram que sim. Racista é sempre o outro, mas cada um não é racista. Mas existe o racista.
Aquele caso é exemplar. Porque era um caso de racismo que só nos competia delatar. O outro era
argentino. Nem brasileiro era. A mídia reforçou uma ideia do senso comum que é: o brasileiro é uma
espécie de ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados. Ela, que deveria ter um
papel crítico diante da situação, não tem nenhum papel crítico. Ela só reforça os estereótipos e a ideia
do senso comum.
AULA 04 – REDAÇÃO 22
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RECORTE TEMÁTICO:
TESE:
Argumentação:
Argumento 1:
Argumento 2:
AULA 04 – REDAÇÃO 23
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Comentário:
Uma opção de tema acerca desses textos de apoio é “racismo” e “preconceito contra negros”. O
texto 1 apresenta um chimpanzé mostrando que sente vergonha de ser associado aos seres humanos de
algum modo. O texto joga com a prática racista de ofender pessoas negras com o xingamento de
“macaco”, pois aqui, a verdadeira ofensa para o chimpanzé é ser ligado aos homens. A ideia de que o
homem descenda do macaco, ainda que muito popular no senso comum, não é verdadeira. Tanto o
chimpanzé quando o homem descendem de um ancestral comum, ou seja, cada um descende de uma
linhagem que divergiu de um mesmo ancestral. O texto 2 parte de um documentário sobre racismo para
apresentar uma conta que não fecha: apesar de 90% das pessoas afirmarem que não são racistas, 95%
das pessoas acreditam que o racismo exista. Será possível que os 10% restantes da população poderiam
ser responsáveis por todo o racismo do mundo? O que o texto deixa implícito que é possível que sejamos
racistas mesmo sem perceber.
• A persistência do racismo, mesmo diante da ideia de que haveria uma suposta harmonia racial no
Brasil.
Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
• Há uma aparente estabilidade nas relações e nas tensões raciais. Porém, diante de qualquer
instabilidade nessas relações, o racismo emerge. Alguém pode agir de maneira que não
concordamos ou podemos nos incomodar com alguém a todo momento. Como reagimos a essas
situações? Somos capazes de responder de maneira preconceituosa?
• Quais são as imagens da mídia de pessoas negras? Que personagens ou conflitos estamos
habituados a ver pessoas negras nas produções artísticas, principalmente no audiovisual e na
publicidade? De que maneira nos habituamos a pensar pessoas negras sempre do mesmo modo
ou no mesmo lugar?
• A ideia de que se possa ser preconceituoso é difícil para a maioria das pessoas. Costumamos querer
nos enxergar como pessoas que não têm preconceito ou que tratam a todos da mesma maneira.
Não parece possível, porém, que tantos casos de racismo sejam sempre cometidos pelas mesmas
pessoas.
• Criados numa sociedade racista por tanto tempo, somos ensinados ideias e práticas racistas ainda
que não as percebamos como tal.
AULA 04 – REDAÇÃO 24
Prof.ª Celina Gil
III.
Texto 1.
Impera, hoje, o apelo emblemático ao prazer. Um prazer que não se resume apenas à ausência
de sofrimento, mas que há de ser intenso, imediato, não-negociável. O imperativo é: “quero agora,
quero muito, quero tudo, e sempre”. O discurso social idolatra a posição de plenitude alcançada sem
muito esforço. É a tentativa de abolição da falta, do vazio e de qualquer insatisfação. Já não se valoriza
a satisfação “pequena”, “ordinária”, “comum”; o máximo de prazer - e que seja imediato - é o que se
quer.
Estar sempre bem, de bom humor são os “estados de espírito” que o discurso atual valoriza. O
desejo visa, sempre, à imediata satisfação, já que seu adiamento apresenta-se intolerável. Não há
abertura para escolhas, e a negociação entre perdas e ganhos inexiste: “quer-se tudo, e agora!” (...)
Penetra-se, então, no universo das drogas: das drogas ilícitas ou dos medicamentos prescritos
pela Psiquiatria; participantes, tanto uma quanto o outro, do mesmo universo, na medida em que visam
a tornar o Eu apto ao exercício da cidadania do espetáculo. Enquanto as chamadas drogas pesadas têm
por fim a exaltação nirvânica do Eu, inebriando a individualidade para o desempenho na cultura da
imagem, as drogas ditas medicinais pretendem, ao conter angústias e sentimento, capacitar o indivíduo
para as mazelas do narcisismo.
PELEGRINI, Marta Regueira Fonseca Pelegrini. O abuso de medicamentos psicotrópicos na contemporaneidade. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932003000100006> Acesso em 29 ago. 2019.
Texto 2.
A maior parte das pessoas, quando ouvem falar em “Saúde Mental” pensam em “Doença
Mental”. Mas, a saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais.
Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem
limites e que não se pode ser tudo para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como
alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as
mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar
com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida.
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e
ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções.
RECORTE TEMÁTICO:
TESE:
AULA 04 – REDAÇÃO 25
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Argumentação:
Argumento 1:
Argumento 2:
AULA 04 – REDAÇÃO 26
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Comentário:
Tema 3.
O termo “saúde mental” tem entrado no nosso vocabulário e se tornou popular entre as
pessoas mais jovens devido a uma série de acontecimentos. Segundo definição da Organização
Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz
de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir
com a sua comunidade.
Para a ONU, a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, como
ansiedade (também chamado de transtorno de ansiedade generalizado), depressão, transtorno
bipolar etc. É o bem-estar físico, mental e social. Não é apenas uma questão clínica: fatores
socioeconômicos podem influenciar numa perda da saúde mental.
A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:
Ø O abuso de medicamentos psicotrópicos no contemporâneo.
Ø A saúde mental no contemporâneo: razões para o abalo e possíveis estratégias para
melhorá-la.
Ø A pressões da sociedade e sua responsabilidade nos abalos psíquicos.
Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
Ø Quais métodos a sociedade vem buscando para coibir o aumento do uso de medicamentos
e o aumento das doenças mentais? Há algo de fato sendo feito ou a sociedade em geral
prefere medicar do que atacar a raiz do problema?
Ø Como está a saúde mental em cada idade? O que influi na vida das crianças, jovens, adultos
e idosos para que haja abalos em sua saúde mental?
Ø Qual a imagem das pessoas que sofrem com algum distúrbio ou fazem uso de algum
medicamento na sociedade? Há uma visão pejorativa dessas pessoas? Há ainda uma
romantização em torno da ideia da loucura?
IV. Tema 4.
AULA 04 – REDAÇÃO 27
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Texto 1.
Preconceito linguístico
O que seria o tal preconceito linguístico? Ele existe? Se sim, qual a sua natureza? Se deve ser
combatido, como todos os preconceitos, quais deveriam ser as armas de combate?
Talvez seja bom começar por uma definição de preconceito. A do Dicionário Houaiss é bastante
esclarecedora. Segundo essa fonte, preconceito é “qualquer opinião ou sentimento, quer favorável
quer desfavorável, concebido sem exame crítico”, o que em seguida é mais bem especificado: “ideia,
opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão”.
Por Sírio Possenti em 27/12/2011 na edição 674. Trecho disponível em: <
http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/ed674-preconceito-linguistico/> Acesso em set. 2019.
Texto 2.
Por muitos anos, a BBC só podia permitir sotaques "RP" em suas estações de rádio. Esse sotaque
virou o sinônimo da voz de uma nação e isso tinha conotações muito claras. O RP era confiável,
autoritário e sincero. Felizmente, a BBC agora permite toda a variedade de sotaques regionais em suas
redes - inclusive encoraja isso com o objetivo de representar a audiência diversa que a BBC tem e
também para atrair mais pessoas.
Por mais que a BBC não use mais apenas o RP, parece que a predisposição que havia em relação
a ele continua predominante na sociedade ainda hoje. Nossos sotaques podem ser uma janela para
nossas origens sociais - e nossos preconceitos. Nossas parcialidades podem ser tão fortes que chegam
a afetar nossa percepção de quem é ou não confiável.
Os humanos podem julgar muito rapidamente alguém com base em sotaques e muitas vezes
nem o percebem.
AULA 04 – REDAÇÃO 28
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RECORTE TEMÁTICO:
TESE:
Argumentação:
Argumento 1:
Argumento 2:
AULA 04 – REDAÇÃO 29
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Comentário:
Uma opção de tema que contemplaria uma boa variedade de assuntos é “o preconceito
linguístico”, já presente e definido no texto 1. O caso dos sotaques no jornalismo no texto 2 parece ser,
aqui, um exemplo dentre outros possíveis de estranhamento e preconceito contra as diferentes variantes
linguísticas. Esse texto também indica que não é um problema exclusivo do Brasil, já que a reportagem
apresenta uma situação ocorrida no Reino Unido.
Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
• A ideia de que a norma culta do português deve ser soberana não é nova. Há um hábito frequente
de corrigir pessoas que não falem do modo que acreditamos ser “correto”.
• Há uma noção de que a fala deveria ser próxima da escrita para que fosse “certa”, porém nem
sempre o modo como escrevemos pode ser reproduzido.
• A oralidade conta com diversos elementos, como gírias, sotaques, abreviações etc. que não podem
ser reproduzidas na escrita.
• O que é mais importante na fala? Entende-se que o principal do processo comunicacional é “passar
a mensagem”, ou seja, ser compreendido pelo interlocutor. Assim, será realmente necessário que
se fale da maneira mais alinhada com a norma culta?
• Associamos o falar “errado” às classes mais pobres. O preconceito linguístico pode, portanto,
esconder na verdade um preconceito de classe.
AULA 04 – REDAÇÃO 30
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3- Prática de redação
(AFA – 2017)
Com o crescimento da expectativa de vida no Brasil, a população de idosos tende a aumentar
gradativamente. Considerando essa realidade, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em
prosa, sobre o tema: VIVER MUITO COM QUALIDADE DE VIDA. Apresente em seu texto propostas
concretas que viabilizem o envelhecer com qualidade.
TEXTO I TEXTO II
RETRATO ENVELHECER
Eu não tinha este rosto de hoje, Arnaldo Antunes/ Ortinho/ Marcelo Jeneci
Assim calmo, assim triste, assim magro, A coisa mais moderna que existe nessa vida é
Nem estes olhos tão vazios, [envelhecer
Nem o lábio amargo A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra
Eu não tinha estas mãos sem força, [cabeça aparecer
Tão paradas e frias e mortas; Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que
Eu não tinha este coração [agora é pra valer
Que nem se mostra. Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a
Eu não dei por esta mudança, [esquecer
Tão simples, tão certa, tão fácil: Não quero morrer pois quero ver como será que deve
– em que espelho ficou perdida [ser envelhecer
a minha face? Eu quero é viver para ver qual é e dizer venha pra o
(MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília [que vai acontecer
Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958.) (...)
Pois ser eternamente adolescente nada é mais
[démodé* com os ralos fios de cabelo sobre a
[testa que não para de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e
[esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai
[correr.
(...)
(www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=679)
TEXTO III
Art. 2 – O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 4 – Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou por omissão, será punido na forma da lei.
(www.planalto.gov.br/ccvil_03/leis/2003/L10.741.htm)
AULA 04 – REDAÇÃO 31
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TEXTO IV
O crescimento da população idosa nos países desenvolvidos é uma bomba-relógio que já começa
a implodir os sistemas previdenciários, despreparados para amparar populações com uma média de vida
em torno de 140 anos. A velhice se tornou uma epidemia incontrolável nos países desenvolvidos.
Sustentar a população idosa sobrecarrega os jovens, cada vez em menor número, pois, nesses países, há
também um declínio da natalidade. Será isso socialmente justo?
Uma pessoa muito longeva consome uma quantidade total de alimentos muito maior do que as
outras, o que contribui para esgotar mais rapidamente os recursos finitos do planeta e agravar ainda mais
os desequilíbrios sociais. Para que uns poucos possam viver muito, outros terão de passar fome. Será que,
em um futuro breve, teremos uma guerra de extermínio aos idosos, como na ficção do escritor argentino
Bioy Casares, O diário da guerra do porco? Seria uma guerra justa? /.../
(TEIXEIRA, João. Para sempre jovens. In: Revista Filosofia: ciência & vida. Ano VII, n. 92, março-2014, p. 54.)
TEXTO V
O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando pelo nosso organismo. Entre eles,
os mais evidentes ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma de rugas, flacidez e perda de
elasticidade. Um estudo publicado ontem no periódico científico “Journal of Investigative Dermatology”,
no entanto, identificou um mecanismo molecular em células da pele que pode estar por trás deste
processo, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para, se não impedir, pelo
menos retardar o envelhecimento delas e, talvez, as de outros tecidos e órgãos do corpo.
/.../
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TEXTO VI
LEITE DERRAMADO
“Um homem muito velho está num leito de hospital. E desafia a quem quiser ouvir suas
memórias. Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e econômica, tendo
como pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.”
Não sei por que você não me alivia a dor. Todo dia a senhora levanta a persiana com bruteza e
joga sol no meu rosto. Não sei que graça pode achar dos meus esgares, é uma pontada cada vez que
respiro. Às vezes aspiro fundo e encho os pulmões de um ar insuportável, para ter alguns segundos de
conforto, expelindo a dor. Mas bem antes da doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco
assim, uma dorzinha chata a me espetar o tempo todo, e de repente uma lambada atroz. Quando perdi
minha mulher, foi atroz. E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida.
Mas nem assim você me dá os remédios, você é meio desumana. Acho que nem é da enfermagem, nunca
vi essa cara sua por aqui. Claro, você é a minha filha que estava na contraluz, me dê um beijo. Eu ia mesmo
lhe telefonar para me fazer companhia, me ler jornais, romances russos. Fica essa televisão ligada o dia
inteiro, as pessoas aqui não são sociáveis. Não estou me queixando de nada, seria uma ingratidão com
você e com o seu filho. Mas se o garotão está tão rico, não sei por que diabos não me interna em uma
casa de saúde tradicional, de religiosas. Eu próprio poderia arcar com viagem e tratamento no estrangeiro,
se o seu marido não me tivesse arruinado.
(BUARQUE, Chico. Leite derramado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 10 – 11.)
A vida humana é repleta de dúvidas, incertezas e indagações. De frases célebres que se tornaram
clichês, como o clássico “de onde viemos e para onde vamos?”, até a incessante busca pela vida eterna e
pela imunidade aos efeitos do tempo, nós, humanos, lutamos para permanecer enquanto espécie.
Encaixando essa perspectiva dentro do panorama atual da vida na Terra, com avanços tecnológicos
convivendo com crises ambientais, sociais e econômicas, é quase impossível não pensar em um futuro no
qual a tecnologia esteja cada vez mais presente, mais do que apenas em nossas casas: também em nossos
corpos.
Uma corrente filosófica emergente chamada transumanismo, representada pelo símbolo H+,
defende a aplicação da tecnologia avançada na superação dos limites impostos pela condição humana.
Limitações intelectuais, físicas e psicológicas podem e devem, de acordo com os transumanistas, ser
ultrapassadas com o apoio de biotecnologia, nanotecnologia e neurotecnologia.
Já pensou em implantes oculares capazes de incrementar a sua visão? Ou então microchips que,
adicionados ao seu cérebro, permitem ampliar sua capacidade de memória? Ou, indo muito mais além,
AULA 04 – REDAÇÃO 33
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O termo transumanismo foi criado pelo biólogo britânico Julian Huxley, irmão do escritor Aldous
Huxley, em 1957. Huxley definia este conceito como “homem continuando homem, mas transcendendo,
ao perceber novas possibilidades de e para sua natureza humana".
TEXTO 2
O que explica nosso fascínio com Frankenstein, 200 anos após sua criação?
“Shelley lida com os mesmos temas tratados pelos gregos”, diz Patricia MacCormack, professora
de Filosofia da Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, e autora de estudos sobre obras de terror.
“As boas versões cinematográficas trazem a mesma visão crítica sobre a vida, a nossa busca por
propósito e os papéis que desempenhamos. O monstro não escolheu existir e questiona sua própria
existência: ‘Como me torno uma boa pessoa?’”
Na obra original, o cientista Victor Frankenstein dá vida a uma criatura com nuances, sensível e
curiosa. MacCormack diz que o monstro lida com as mais fundamentais questões humanas: “É a ideia de
perguntar ao seu criador qual é seu propósito. Por que estamos aqui? O que podemos fazer?”.
(...)
“Ele nos fascina porque fala da relação entre vida e morte”, diz Sorcha Ni Fhlainn, palestrante de
Estudos de Cinema da Universidade Metropolitana de Manchester, no Reino Unido, e integrante do
Centro de Estudos Góticos de Manchester.
“A morte é absoluta. Então, a ideia de que você pode reanimar a carne é ao mesmo tempo
chocante e arrebatadora.”
AULA 04 – REDAÇÃO 34
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TEXTO 3
Com base nos textos da prova de Língua Portuguesa, bem como no seu conhecimento de mundo,
escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre o seguinte tema:
Prestes a voar com humanos, a SpaceX enfrenta o maior desafio de sua história
Ninguém esperava que desse certo. Até mesmo seu fundador apontava para uma probabilidade
na qual poucos apostadores colocariam dinheiro: 1 para 10. Mas, mesmo assim, Elon Musk decidiu
apostar suas fichas e investiu cerca de US$ 100 milhões de seu próprio patrimônio em sua ideia. Ele
contrariou alertas de amigos e familiares e a lógica básica que dizia que não era boa ideia um
empreendedor sem experiência em voos espaciais ter uma empresa de foguetes. Mas o resultado – a
Space Exploration Technologies, ou ainda SpaceX – virou um dos casos mais improváveis da história do
empreendedorismo americano.
Foi uma combinação de disrupção, fracasso e triunfo, que transformou a ousada startup num
gigante industrial com cerca de 7 mil funcionários. Agora, a SpaceX, como é mais conhecida, enfrenta o
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teste mais significativo desde que foi fundada, em 2002. Em 27 de maio, a empresa sediada na Califórnia
deve lançar dois astronautas veteranos da NASA, Bob Behnken e Doug Hurley, para a Estação Espacial
Internacional. O voo é simbólico: sairá da mesma plataforma de lançamento do Centro Espacial Kennedy
que içou a tripulação da Apollo 11 à Lua.
Se tudo correr conforme o planejado, a missão anunciará uma era monumental na exploração
espacial: o primeiro lançamento à órbita de uma empresa privada. Os dois astronautas serão levados para
a estação espacial por um propulsor e uma espaçonave que são de propriedade da SpaceX e serão
operados pela empresa, marcando o fim da era em que apenas as espaçonaves governamentais chegavam
a tais alturas.
Será mais um passo rumo à privatização do espaço. A missão também pode significar uma vitória
da SpaceX sobre a rival Boeing, a outra empresa que tenta levar astronautas da NASA para a estação
espacial – e que vem tropeçando bastante ao longo do caminho.Mas, se a missão da SpaceX falhar, será
um revés trágico. Uma falha pode inviabilizar o plano da NASA de retomar o voo espacial humano a partir
do solo americano e alimentar as críticas que diziam que a agência espacial jamais deveria ter terceirizado
ao setor privado uma missão tão sagrada.
O voo – o primeiro com astronautas da NASA nos Estados Unidos desde que o ônibus espacial foi
aposentado, há quase uma década – é o ápice de anos de trabalho da SpaceX e da Nasa para acabar com
a dependência americana em relação à Rússia. Sem uma maneira de colocar os astronautas em órbita, a
Nasa teve de depender dos russos para chegar ao espaço nos últimos anos. Essa dependência, que causou
constrangimento à agência, pode se encerrar em breve, caso a SpaceX tenha sucesso.
Texto II
O ano de 2020 foi, sem sombra de dúvida, o mais surreal dos últimos séculos.
Daqui cem, duzentos anos, este período será conhecido como A Grande Pandemia de 2020 e nós,
que conseguimos sobreviver ao coronavírus, ao desemprego, à ansiedade, ao medo, à insegurança, às
filas do auxílio emergencial, às declarações do Bolsonaro, à ineficiência de sua equipe, às bobagens de
Trump, seremos vistos como os heróis que, apesar de perder muita gente querida, demos continuidade a
humanidade.
Descobrimos em tempo recorde um punhado de vacinas e vamos começar 2021 com a esperança
renovada.
Não permitimos o colapso de nosso Planeta Azul, como aconteceu em Krypton, por exemplo.
AULA 04 – REDAÇÃO 36
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Por falar em Planeta, entre todas as surpresas que nos foram impostas, uma delas passou
praticamente despercebida e tem a ver exatamente com o Universo que nos cerca.
No meio de tantas notícias inacreditáveis, talvez a mais importante delas escapou de nossa
atenção: a de que o governo americano admitiu, em setembro, que suas Forças Armadas capturaram, em
vídeo, uma nave alienígena.
Claro que não anunciaram com todas as letras, afinal não queriam criar o caos.
O ano mais terrível de nossas vidas acabou, sobrevivemos e vencemos. Não permitimos o colapso
de nosso Planeta Azul, como aconteceu em Krypton
Um pontinho escuro numa tela de radar, voando sobre o oceano numa velocidade inimaginável.
Ao fundo, os soldados que capturaram a cena, vibram com a conquista, pois sabem se tratar de
um fato inexplicável.
Fosse outro ano e estaríamos assistindo especiais no Fantástico com homenzinhos verdes até hoje.
Com a tragédia da Covid-19 ocorrendo em tempo real, a notícia mal chegou às manchetes.
Afinal, quem se importa com extraterrestres quando alguns terrestres são mais esquisitos que
qualquer alienígena?
(Disponível em <https://istoe.com.br/seriam-ets-os-nossos-lideres/> Acesso em 27 mar. 2021)
Texto III
(Disponível em <https://cantinholiterariososriosdobrasil.wordpress.com/2011/09/13/homem-linha-%E2%80%93-lixo-
espacial-%E2%80%93-tirinha-de-fabiano-dos-santos/> Acesso em 27 mar. 2021)
AULA 04 – REDAÇÃO 37
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Texto IV
Com base nos textos da prova de Língua Portuguesa, bem como no seu conhecimento de mundo,
escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre o seguinte tema:
Quem é o dono do Universo? – Por que ainda somos fascinados pelo Espaço Sideral.
Orientações
• Considere os textos da prova de Língua Portuguesa como motivadores e fonte de dados. Não os copie,
sob pena de ter a redação zerada.
• A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas
pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
• Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva legível. Caso seja utilizada letra de forma
(caixa alta), as letras maiúsculas deverão receber o devido realce.
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(EPCAR – 2017)
TEXTO I
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao
presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia
comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique
tem uma incrível atualidade.
“(...) De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus
é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa
terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao
branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem
branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua
própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último
bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as
colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as
águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo da
luta pela sobrevivência. (...)
Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças
transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam
ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são
ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na
venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias
como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da
sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas
florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca
esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu
coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso
Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso
destino comum."
TEXTO II
“Ela representa um grito de urgência face às ameaças que pesam sobre a biosfera e o projeto
planetário humano. Significa também um libelo em favor da esperança de um futuro comum da Terra e
Humanidade.” (Leonardo Boff)
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PRINCÍPIOS
(...)
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações
futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, em longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela
diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
(...)
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma
que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento
for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a
informação científica for incompleta ou não conclusiva.
(...)
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias
radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
(...)
AULA 04 – REDAÇÃO 40
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TEXTO III
Com base nos textos desta prova, na charge abaixo e no seu conhecimento de mundo, escreva um
texto dissertativo-argumentativo, em prosa, utilizando como tema: A poluição, o homem e a Terra.
AULA 04 – REDAÇÃO 41
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Considerações Finais
Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você não
acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir.
Na próxima aula, vamos nos aprofundar ainda mais no estudo do desenvolvimento, pensando
principalmente nos tipos de repertório possíveis para sua argumentação.
Qualquer dúvida estamos à disposição no fórum ou nas redes sociais.
AULA 04 – REDAÇÃO 42