Trabalho Tomazini
Trabalho Tomazini
Trabalho Tomazini
de corrente contínua
Um motor CC não deveria ser um mistério para ninguém, pois quase todos, conscientemente ou não,
manipulavam um brinquedo quando crianças, cuja força motora era exemplo desses motores.
Obviamente, os motores CC são alimentados por corrente contínua. Essa tensão tem por finalidade
energizar os enrolamentos do motor, produzindo polos eletromagnéticos que forma a força magneto
motriz.A principal aplicação do motor CC está ligada ao controle de velocidade com necessidade crítica
de torque, isto é, motores de corrente contínua são excelentes escolhas quando necessitamos de manter
um torque considerável, mesmo variando a velocidade. Podemos encontrar motores CC ao abrir e fechar
de vidros, partir um automóvel, no metrô, robôs, braços mecânicos, sistemas de abertura e fechamento de
portas, enfim, em uma infinidade de aplicações.
MOTORES E GERADORES
Um motor é uma máquina que converte energia elétrica em energia mecânica de rotação. Os
motores são os responsáveis pelo funcionamento das máquinas de lavar, das secadoras de roupa, dos
ventiladores, dos condicionadores de ar e da maioria das máquinas encontradas nas indústrias. O
gerador, por sua vez, é uma máquina que converte energia mecânica de rotação em energia elétrica. A
energia mecânica pode ser fornecida por uma queda-d’água, vapor, vento, gasolina, óleo diesel ou por
um motor elétrico.
COMPONENTES DA MÁQUINA CC
A Figura mostra um corte de uma máquina CC comercial típica, simplificada para dar ênfase às partes
principais. As partes principais dos geradores e motores de corrente contínua são basicamente as
mesmas.
A figura mostra uma vista explodida de uma máquina CC comercial típica, apresentando detalhes dos
seus componentes em perspectiva.
Armadura
Em um motor, a armadura recebe a corrente proveniente de uma fonte elétrica externa. Isto faz a
armadura girar. Em um gerador, a armadura gira por efeito de uma força mecânica externa. A tensão
gerada na armadura é então ligada a um circuito externo. Em resumo, a armadura do motor recebe a
corrente de um circuito externo (a fonte de alimentação), e a armadura do gerador libera corrente para um
circuito externo (a carga). Como a armadura gira, ela é também chamada de rotor.
O núcleo da armadura é construído de camadas laminadas de aço, provendo uma faixa de baixa
relutância magnética entre os pólos. As lâminas servem para reduzir as correntes parasitas no núcleo, e o
aço usado é de qualidade destinada a produzir uma baixa perda por histerese. O núcleo contém ranhuras
axiais na sua periferia para colocação do enrolamento da armadura, constituído de bobinas isoladas entre
si e do núcleo da armadura, colocadas nas ranhuras e eletricamente ligadas ao comutador.
Comutador
Uma máquina CC tem um comutador para converter a corrente alternada (induzida) que passa
pela sua armadura em corrente contínua liberada através de seus terminais (no caso do gerador). O
comutador é constituído por segmentos de cobre, com um par de segmentos para cada enrolamento da
armadura. Cada segmento do comutador é isolado dos demais por meio de lâminas de mica. Os
segmentos são montados em torno do eixo da armadura e são isolados do eixo e do ferro da armadura.
No estator da máquina são montadas duas escovas fixas, que permitem contatos com os segmentos
opostos do comutador.
Escovas
São conectores de grafita fixos, montados sobre molas que permitem que eles deslizem (ou
“escovem”) sobre o comutador no eixo da armadura. Assim, as escovas servem de contato entre os
enrolamentos da armadura e a carga externa (no caso do gerador).
As escovas estão sempre instantaneamente conectadas a um segmento do comutador e em
contato com uma bobina localizada na zona interpolar.
Enrolamento de Campo
Este eletroímã produz o fluxo interceptado pela armadura. Em um motor, a corrente para o
campo é fornecida pela mesma fonte que alimenta a armadura. Em um gerador, a fonte de corrente de
campo pode ser uma fonte separada, chamada de excitador, ou proveniente da própria armadura.
Constituído de umas poucas espiras de fio grosso para o campo-série ou muitas espiras de fio fino para o
campo-shunt (em derivação).
PERDAS E EFICIÊNCIA DE UMA MÁQUINA CC
As perdas nos geradores e motores consistem nas perdas no cobre dos circuitos elétricos
(enrolamento da armadura e enrolamento de campo), nas perdas no ferro dos circuitos magnéticos
(núcleo do rotor e estator) e nas perdas mecânicas produzidas pela rotação da máquina. As perdas
incluem:
1. Perdas elétricas (ou no cobre).
2
(a) Perdas no enrolamento da armadura Ra.Ia .
(b) Perdas nos enrolamentos de campo.
2
i) Rf.If no campo em derivação.
2
ii) Rs.Is no campo em série.
2. Perdas rotacionais.
2.1. Perdas mecânicas.
(a) Perdas por atrito.
i) Atrito nos rolamentos (mancais).
ii) Atrito nas escovas.
iii) Atrito com o ar (ventilação).
As perdas no cobre estão presentes, porque é consumida uma certa potência quando se faz
passar uma corrente através de uma resistência. À medida que a armadura gira no campo magnético, a
fem induzida nas partes de ferro permite a passagem de correntes parasitas ou de Foucault, que aquecem
o ferro representando assim um desperdício de energia. As perdas por histerese ocorrem quando um
material magnético é magnetizado inicialmente num sentido e em seguida no sentido oposto. Outras
perdas rotacionais são produzidas pelo atrito dos rolamentos nos mancais, pelo atrito das escovas
apoiadas sobre o comutador e pelo atrito com o ar (sistema de ventilação).
A eficiência (ou rendimento) é a razão entre a potência útil na saída e a potência total na entrada.
Saída
Eficiência = (2.1)
Entrada
PRINCÍPIO DO MOTOR CC
Embora a construção mecânica de motores e geradores CC seja muito parecida, as suas funções
são bastante diferentes. A função de um gerador é gerar uma tensão quando os condutores se deslocam
através de um campo magnético, enquanto um motor serve para produzir um esforço para a rotação, ou
torque, para produzir rotação mecânica.
Como você sabe, há um campo magnético em torno de um condutor que conduz corrente elétrica.
Quando este condutor é colocado em outro campo magnético, os dois campos interagem.
Como os campos magnéticos nunca se cruzam, as linhas dos dois campos se acumulam em um
lado e se anulam mutuamente no outro lado, produzindo, respectivamente, campos fortes e fracos.
(a) Movimento do condutor para cima. (b) Movimento do condutor para baixo.
(corrente saindo do papel) (corrente entrando no papel)
Interação entre os campos magnéticos principal e do condutor da armadura.
Lembre-se de que as linhas de fluxo com o mesmo sentido tendem a se repelir. Assim, as linhas
sob o condutor mostrado acima, ao se repelirem, tendem a deslocar o condutor para cima ou, quando o
sentido da corrente no condutor é invertido, a deslocá -lo para baixo. O movimento do condutor faz com
que ele corte as linhas do campo magnético principal. Deste modo, aparece uma fem no condutor, a qual,
de acordo com a lei de Lenz, tende a se opor ao movimento que a produziu. Isto significa que a fem
induzida terá polaridade oposta à da tensão aplicada externamente ao motor; por este motivo é conhecida
como força contra-eletromotriz fcem.
As relações eletromecânicas fundamentais, que distinguem a máquina operando como gerador da
máquina operando como motor, podem ser resumidas como se segue:
Usa-se a regra da mão esquerda para determinar o sentido de rotação dos condutores da
armadura (ou rotor). A regra da mão esquerda para os motores é a seguinte: com o polegar, o indicador e
o médio da mão esquerda perpendiculares entre si, aponte o indicador no sentido das linhas de fluxo do
campo magnético e o dedo médio no sentido da corrente que passa pelo condutor; o polegar indicará o
sentido em que o condutor tende a se deslocar (Fig. 4-3(a)) . Numa bobina retangular formada por uma
única espira paralela a um campo magnético (Fig. 4- 3(b)), o sentido da corrente no condutor da esquerda
é para fora do papel, enquanto no condutor do lado direito é para dentro do papel. Portanto, o condutor da
esquerda tende a se deslocar para cima com uma força F1, e o condutor do lado direito tende a se
deslocar para baixo com uma força igual F 2. As duas forças agem de modo a produzir um torque que faz
a bobina girar no sentido horário. Um motor constituído por uma única bobina (Fig. 4-3(b)) é
impraticável, porque ele tem centros mortos e o torque produzido é pulsante. Obtêm-se bons resultados
quando se usa um grande número de bobinas, como no caso de um motor de quatro pólos (Fig. 4 -4). À
medida que a armadura gira e os condutores se afastam de um pólo passando pelo plano neutro ( zona
neutra), a corrente muda de sentido nos condutores em virtude da ação do comutador. Assim, os
condutores sob um determinado pólo conduzem a corrente no mesmo sentido em todos os instantes.
A necessidade de comutação para reverter a corrente num condutor à medida que se move sob
um pólo de polaridade oposta é tão fundamental para um motor de CC quanto para um gerador de CC.
Finalmente, como nenhum torque útil (tangencial à armadura) é produzido por condutores que se
encontram na região interpolar, pouco torque é perdido pelos condutores que estão em comutação.
S S
T = k t ⋅ φ ⋅ Ia (4.1)
V
ta = Vg + ra ⋅ Ia (4.2)
Vt = Vg + (ra + rs )⋅ Ia (4.3)
I L = Ia + I f (4.4)
A fcem de um motor, Vg, é gerada pela ação dos condutores da armadura ao interceptar as linhas
de fluxo magnético. Se em um motor shunt a Eq. (4.3) for multiplicada por Ia (e rs=0),
V⋅I = V ⋅I + r ⋅ I 2
t a g a a a
2
Vt⋅Ia é a potência fornecida à armadura do motor; ra⋅ Ia é a potência dissipada na forma de calor pela
corrente da armadura; e Vg⋅Ia é a potência produzida pela armadura. Mas esta potência produzida pela
armadura não representa uma potência útil de saída, pois uma parte dela precisa ser gasta para suprir as
perdas mecânicas ou rotacionais do motor. A especificação de saída do motor é igual à entrada (Vt⋅IL)
2
menos as perdas por aquecimento (r⋅ I ) e as perdas rotacionais. As unidades mais usuais para a saída de
um motor são:
VELOCIDADE DE UM MOTOR
A velocidade é dada pelo número de rotações do eixo com relação ao tempo e é expressa em
unidades de rotações por minuto (rpm). Uma redução no campo magnético do motor provoca um
acréscimo na sua velocidade e um aumento no campo provoca uma diminuição na velocidade do motor.
Tais afirmações podem ser comprovadas com uma simples manipulação da Eq. (3.5), resultando
em:
Vg
n = k⋅φ (4.8)
Pelo fato de a velocidade do motor variar com a excitação do campo, costuma-se empregar uma
forma conveniente de se controlar a velocidade variando o fluxo do campo através do ajuste da
resistência no circuito do enrolamento de campo.
REGULAÇÃO DE VELOCIDADE NO MOTOR
Se um motor puder manter uma velocidade praticamente constante para diferentes cargas, diz-se
que o motor apresenta uma boa regulação de velocidade.
n −n
RV = SC CM × 100% (4.9)
( %)
nCM
TIPOS DE MOTORES CC
Este é o tipo mais comum de motor CC. Ele é ligado da mesma forma que o gerador shunt ou
gerador em derivação Suas curvas características de velocidade × carga e torque × carga mostram que o
torque aumenta linearmente com o aumento na corrente da armadura, enquanto a velocidade cai
ligeiramente à medida que a corrente da armadura aumenta. A velocidade básica é a velocidade com
carga máxima. O ajuste de velocidade é feito inserindo-se uma resistência no campo usando um reostato
de campo. Numa posição do reostato, a velocidade do motor, permanece praticamente constante para
todas as cargas. Os acionadores ou dispositivos de partida usados com os motores CC limitam a corrente
de partida da armadura em 125 a 200 por cento da corrente de carga máxima (nominal) . Deve-se tomar
cuidado para não se abrir o circuito do campo de um motor em derivação que está rodando sem carga,
porque a velocidade do motor aumenta descontroladamente até o motor queimar.
(a) Circuito equivalente. (b) Curvas de velocidade × carga e torque × carga. Características
de um motor shunt (em derivação) típico.
Motor Série
O campo deste tipo de motor é ligado em série com a armadura A velocidade varia de um valor
muito alto com uma carga leve até um valor bem baixo com a carga máxima. O motor série é
conveniente quando parte com cargas pesadas ligadas a ele (guindastes e guinchos), porque com altas
correntes na armadura ele produz um torque elevado e funciona em baixa rotação . Sem nenhuma carga,
a velocidade de um motor série aumentará ilimitadamente até o motor se destruir. Entretanto, os grandes
motores série são geralmente ligados diretamente à carga e não através de correias ou polias.
(a) Circuito equivalente. (b) Curvas de velocidade × carga e torque × carga. Características
de um motor série típico.
Este tipo de motor CC associa as características operacionais dos motores shunt e dos motores
série O motor composto funciona com segurança sem carga. À medida que se adicionam as cargas, a sua
velocidade diminui, e o torque é maior se comparado com o do motor shunt
(a) Circuito equivalente. (b) Curvas de velocidade × carga e torque × carga. Características
de um motor composto típico.
Comparação entre as características de motores CC shunt, série e composto.
R =Vt − r (4.10)
p a
Ip
onde: Rp → resistência de partida, Ω.
Vt → tensão nos terminais do motor, V.
Ip → corrente de partida desejada na armadura, A.
ra → resistência da armadura, Ω.
EXEMPLO : Um motor shunt alimentado por uma linha de 240 V, tem uma corrente de
armadura de
75 A. Se a resistência do circuito de campo for de 100 Ω, qual será a corrente do campo, a
corrente na linha e a potência de entrada no motor?
RESPOSTA: I f = Vt = 240 = 2 ,4 A
rf 100
I L = I f + Ia = 2,4 + 75 = 77,4 A
P = V ⋅ I = 240 ⋅ 77,4 = 18.576 W = 18,6 kW
ENTRADA t L ( )
Elementos de um gerador de corrente contínua.