Dificuldades de Aprendizagem 3

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Livro Unidade 3

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1. Aula 1- Introdução

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento, de maneira geral, trazem prejuízos à


aprendizagem, visto que se apresentam na forma de Deficiência Intelectual,
Transtornos da Comunicação, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade, Transtorno Específico da Aprendizagem e Transtornos
Motores, podendo se apresentar ainda de forma associada, o que ocasiona prejuízos
ainda maiores a vida de crianças e adultos com essas dificuldades.

Os Transtornos da Comunicação, os Transtornos Motores e o Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade são também objetos de estudo das dificuldades de
aprendizagem por estarem diretamente ligados ao uso das habilidades acadêmicas
funcionais e por provocarem problemas na autoestima e nas relações sociais.

Os Transtornos Motores ligados ao uso da coordenação influenciam diretamente no ato


de escrever e se demonstra evidente no desenvolvimento da coordenação durante os
primeiros momentos da criança com o processo de alfabetização, já que influencia no
processo da escrita, fazendo que a criança apresente uma “letra feia”, considerada um
problema para professores e pais.

Os Transtornos da Comunicação se direcionam para a aquisição da linguagem e da


fala. As dificuldades na articulação da fala, em que a criança apresenta trocas
evidentes no uso dos fonemas, como na troca do “r” pelo “l” traz também
prejuízos significativos à aprendizagem durante a idade escolar e, se não tratados
ocasionam problemas emocionais e sociais a pessoa com o déficit.

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH é um Transtorno do


Neurodesenvolvimento que se apresenta por um padrão persistente de desatenção
e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no
desenvolvimento, segundo o DSM-5(2014) muitas crianças que têm TDAH também
possui um transtorno específico da aprendizagem.

Para a avaliação inicial e intervenção dos Transtornos Motores, dos Transtornos da


Comunicação e do Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade, se faz necessário
o apoio de uma equipe com especialização na área, formada por profissionais que
visem atender e busquem a superação do problema.

2. Aula 2 - O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação ou Disgrafia

A Disgrafia é um Transtorno Motor do Neurodesenvolvimento categorizado com um


Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação que tem como código 315.4 no DSM-
5 (2014) e F82 no CID-10 (2008).

Caracterizada como transtorno da “letra feia”, a Disgrafia é uma dificuldade na


habilidade da escrita. Alves (2012, p.125) afirma que é uma “dificuldade de coordenar
movimentos dos símbolos gráficos, é uma dispraxia da escrita”. Letra feia não é apenas
sinônimo de preguiça, mas em muitos casos ocorre o transtorno motor do
neurodesenvolvimento conhecido como disgrafia (Figura 1).
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A Disgrafia se caracteriza pela lentidão no traçado das letras que geralmente são
ilegíveis, pois a pessoa apresenta déficit na área motora que faz com que ela não
consiga realizar no plano motor o que é observado no plano visual (ALVES, 2012).

A Disgrafia pode se apresentar de forma associada à Dislexia, a Disortografia e


a Discalculia, assim como a outros transtornos. A pessoa que tem este transtorno na
coordenação motora pode chegar a ter outros comprometimentos de ordem cognitiva,
emocional e neurológica.

O conceito etimológico indica que disgrafia “se origina dos “dis” (desvio) + “grafia”
(escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita
do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia”” (TORRES; FERNÁNDEZ,
2001, p. 127 apud COELHO, 2014, p. 7).

Coelho (2014) lembra que criança no início da idade escolar


pode apresentar naturalmente problemas no traçado das letras que pode ser corrigido
com o uso da caligrafia, porém quando esta apresenta disgrafia os prejuízos são mais
perceptíveis e de difícil resposta com a intervenção.

Um dos fatores que caracteriza um Transtorno Motor são a permanência e duração da


dificuldade mesmo com intervenção, no caso do transtorno de um Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação o fato se verifica na dificuldade da aquisição e a
execução de habilidades motoras coordenadas.

2.1. Breve apontamento da descrição histórica

Segundo Portellano (1995) o termo Disgrafia nasceu a partir do termo Agrafia que é um
distúrbio neurológico que tem causas na perda na capacidade de se comunicar por
meio da escrita introduzido por Ogle em 1867 para se referir a distúrbios adquiridos na
estrutura devido a danos cerebrais. A partir do termo agrafia, o austríaco Dr. Josef
Gerstmann em 1940, em seu livro “Brainstorms” descreve o termo Disgrafia
para caracterizar as perturbações na escrita de um grupo que ele pesquisava.

O neurologista alemão Joseph H. Horacek, em continuidade aos estudos de


Gerstmann, descreveu esta condição como uma completa incapacidade de escrever e
associou a incapacidade a trauma cerebral de um acidente ou lesão.
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Apesar da continuidade dos estudos por vários pesquisadores somente em 1981, o


psicólogo americano John E. Exner propõe a existência de um centro de escrita,
localizada na base do segundo giro frontal, oposta a área motora a mão.

2.2. Identificação e diagnóstico

O CID-10 (2008) descreve como um transtorno específico do desenvolvimento motor


(F82) que se caracteriza como um comprometimento grave do desenvolvimento da
coordenação motora, não atribuível exclusivamente a um retardo mental global ou a
uma afecção neurológica específica, congênita ou adquirida.

O DSM-5 (2014) apresenta a categoria Transtorno do Desenvolvimento da


Coordenação incluso na categoria de Transtorno Motor sendo este um tipo de
Transtorno do Neurodesenvolvimento.

Alves (2012) ressalta que a criança que tem disgrafia tem dificuldades em organizar o
texto no caderno, em obedecer às margens das folhas e respeitar os limites; em sua
escrita apresenta espaço irregular entre as palavras, linhas e entrelinhas. O traçado é
de tamanho muito pequeno ou muito grande; exerce pressão na escrita ou não há
prensa; algumas de suas letras são irregulares e muitas vezes retocadas e distorcidas;
o caderno geralmente apresenta rasuras. Faz movimentos contrários ao da escrita
convencional, apresentando inversões ou “escrita espelhada”; escreve com
irregularidade no espaçamento das letras na palavra e faz mau uso do espaço gráfico
disponível na folha; a direção de sua escrita é inadequada, ora oscila para cima ou
para baixo; tem dificuldade na escrita e no alinhamento dos números. Tem
desorientação espacial; dificuldade ao copiar do quadro ou do caderno e expressa
lentidão exagerada na escrita ou para executar tarefas.

2.3. Possíveis causas

Para Ardila e Rosselli (2007) existem dificuldades neuropsicológicas que impedem a


criança de escrever de forma satisfatória, pois escrever é uma atividade perceptivo-
motora, fator que exige uma integração adequada de maturidade neuropsicológica da
criança. Os autores afirmam que existem quatro fatores neuropsicológicos que podem
causar disgrafia: dificuldades de lateralidade; deficiência em distúrbios
psicomotores, distúrbios da imagem corporal e as funções motoras perceptivas
e distúrbios de linguagem de expressão gráfica.

Torres e Fernández (2001 apud COELHO, 2014, p. 8) agrupam em três tipos as causas
da disgrafia, sendo elas: maturativas, carateriais e pedagógicas.

2.4. Estratégias para intervenção

Além do bom relacionamento com o aluno, o professor deve buscar reforços positivos
ao desenvolver as atividades de caligrafia, cópia e ditado tentado facilitar o processo de
reeducação do grafismo.
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A reeducação do grafismo, segundo Camargo (2008), está


relacionada a três fatores: o desenvolvimento psicomotor, o
desenvolvimento do grafismo em si e a especificidade do
grafismo da criança (Figuras 2 e 3).

Para Camargo (2008), a reeducação do grafismo está relacionada com três fatores
fundamentais: desenvolvimento psicomotor,
desenvolvimento do grafismo em si e especificidade do
grafismo da criança.

Quanto ao desenvolvimento psicomotor devemos


proporcionar situações de
aprendizagem que se estimule: a postura, controle
corporal, dissociação de movimentos, representação
mental do gesto necessário para o traço, percepção
espaço-temporal, lateralização, coordenação viso-
motora e percepção corporal (CINEL, 2003).
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Para o desenvolvimento do grafismo em si, Camargo (2008) propõe para a melhora


das habilidades da escrita o uso de atividades pictográficas: diferentes técnicas de
pintura, desenho e modelagem e de atividades escriptográficas, que visam à melhora
dos movimentos e posição gráfica, em que a criança deve realizar sentada, utilizando
lápis e papel em um espaço gráfico limitado.

Em relação à especificidade do grafismo da criança, Camargo (2008) diz que há a


necessidade da correção de erros específicos do grafismo, incluindo as formas,
tamanho, inclinação das letras, os enlaces, o aspecto do texto, a forma de inclinação
da folha, a manutenção da margem e da linha.

3. O Transtorno Específico da Articulação da Fala ou Dislalia

O Transtorno Específico da Articulação da Fala que tem como termo alternativo Dislalia
que é um Transtorno da Comunicação que pode ocorrer durante o
neurodesenvolvimento. Este transtorno se caracteriza por problemas na utilização dos
fonemas considerado um problema relativo à consciência fonológica.

Os Transtornos da Comunicação são déficits na linguagem, na fala e na comunicação.


Observando que: se entende por Fala “a produção expressiva de sons da qual se inclui
a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo”, por
Linguagem, “a função e o uso de um sistema convencional de símbolos” e por
Comunicação “todo comportamento verbal e não-verbal (intencional ou não)
que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes de outro indivíduo.” (DSM-5,
p.41).

Entre os Transtornos da Comunicação descritos pelo DSM-5 (2014) encontram-se


transtorno da linguagem, transtorno da fala, transtorno da fluência com início na
infância (gagueira), transtorno da comunicação social (pragmática) e outro transtorno
da comunicação especificado e não especificado (Figura 4).
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O DSM-5 (2014) o categoriza como um Transtorno


do Neurodesenvolvimento pertencente ao quadro de
Transtorno da Comunicação e tem código 314.39 o
CID-10 (2008) indica que este é um Transtorno
Específico da Articulação da Fala - F80.0, em que a
utilização dos fonemas de acordo com a idade é
inferior à correspondência de sua idade, apesar de
não apresentar aparentes comprometimentos da
área de aptidão linguística.

A dislalia pode se apresentar associada a outros


transtornos do neurodesenvolvimento, neurológicos e
de ciências. Na dislalia os erros mais frequentes
afetam os fonemas / r / / s / / l / / k // Z / / ch / e
outros encontros consonantais, seja por omissão,
substituição ou distorção (LÓPEZ LLORENTE, 2013).

Segundo Pascual (1995), a dislalia corresponde a um


distúrbio na articulação dos fonemas, quer pela
ausência ou alteração de alguns sons ou pela
substituição específica deles injustamente por outros.
Isso ocorre por conta da incapacidade de formar ou
pronunciar corretamente determinados fonemas ou
grupos de fonemas.

Moreno González e Ramírez Villegas (2012, p.38)


indicam que entre as classificações que têm sido
utilizadas para definir dislalia, as mais relevantes são
de Carrió Rovira (et al., 1991), Pascual (1995) e
Valverde e Cols. (1992) que apontam a dislalia
orgânica, a dislalia evolutiva e a dislalia funcional.

3.1. Breve apontamento da descrição histórica

Smith (2008) lembra que os transtornos da


comunicação tem sido objeto de estudo há muitos
anos apesar da falta de organização sobre o
diagnóstico e dos elementos para intervenção. A
autora lembra que nos Estados Unidos durante a
década de 10 no século XX, cabia a um professor
itinerante a tarefa de ajudar crianças que
apresentavam gagueira. Porém, naquela mesma
década, nas escolas de Nova York houve um
programa fonoaudiológico para atender crianças
com gagueira.

De acordo com Smith (2008) o aumento da necessidade da precisão do tratamento


fonoaudiológico, ocasionou em 1914, por meio de SmileyBlanton, a fundação da
primeira clínica de fonoaudiologia na Universidade de Wisconsin.
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Uma década depois, funda-se a American Academy for


Speech Correction conhecida hoje como American Speech-
Language- Hearing Association - ASHA liderada por Robert
West, que influenciou uma tentativa de empregar especialistas
para tratar crianças com transtorno da fala na escolas,
entretanto, os recursos eram limitados e não se obteve êxito.

Com a segunda grande guerra, foram desenvolvidos


programas militares e pesquisas clínicas para a identificação
de pessoas que possuíam problemas na fala e perda de
audição. Essas pesquisas mostraram-se eficazes e os cursos
universitários de fonoaudiologia passaram a ter maior
abrangência e procura, assim como os tratamentos em
parceria com as escolas, incluindo o tratamento não apenas da gagueira, mas também
de outros transtornos da comunicação (SMITH, 2008).

Até durante a primeira metade do século XX, os profissionais que atuavam com
problemas de comunicação da criança foram chamados de corretores de fala ou
professores da fala e tinham foco em áreas relacionadas à gagueira, problemas
relativos a voz e das dificuldades da articulação. Com o aprofundamento da área,
depois da segunda metade do século XX, estes profissionais receberam novos títulos,
chamados de terapeutas ou clínicos da fala. Na década de 70, a American Speech-
Language-Hearing Association propôs o termo fonoaudiólogo com intuito de “refletir a
extensão dos serviços por eles prestados” (SMITH, 2008, p.151).

3.2. Identificação e diagnóstico

Conforme López Llorente (2013) para a identificação da dislalia é importante fazer um


diagnóstico completo da situação da criança, para que se possa ter o melhor quadro de
tratamento de acordo com suas causas, o CID-10 (2008) , o aponta como um
Transtorno específico da articulação da fala e o DSM-5 (2014) explica que entre os
seus critérios diagnósticos deve se observar as perturbações na inteligibilidade da fala.

Ressalta-se que não se deve confundir o Transtorno da Fala com Transtorno da


Linguagem 315.32, a qual o segundo se caracteriza por dificuldades persistentes na
aquisição e no uso da linguagem falada, na linguagem de sinais ou outra devido a
déficits na compreensão ou na produção. Segundo o CID-10 (2008), o Transtorno da
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Linguagem refere-se a um Transtorno Receptivo de Linguagem - F80.2, a pessoa que


apresenta este transtorno tem dificuldades na capacidade de compreensão
da linguagem que se mostra abaixo do nível correspondente à sua idade mental, que
geralmente está prejudicada e são comuns anormalidades na articulação, se
caracteriza por Agnosia auditiva congênita, surdez verbal e por transtorno de
desenvolvimento como a Afasia de Wernicke e afasia ou disfasia de compreensão
(receptiva).

Pascual (1995) diz que para um diagnóstico completo da dislalia funcional (Figura 5)
são necessários diferentes testes e que se proponha um estudo profundo das causas.
O autor aponta o uso da anamnese para colher dados pessoais da criança e da
situação familiar que deverão ser fornecidos pelos pais, atendo-se a dados sobre o
desenvolvimento da linguagem e da fala, do desenvolvimento psicomotor, da
personalidade e escolaridade.

Após a anamnese obtêm-se dados sobre a articulação da criança e, por meio de um


rigoroso exame que possibilita conhecer os defeitos existentes na pronúncia da criança
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e, onde ocorre a falha e qual seu nível, se inicial, intermediário ou final; qual o tipo de
expressão: linguagem repetida, dirigida ou espontânea (PASCUAL, 1995).

É relevante para estudar o nível intelectual da criança para esclarecer se os problemas


são causados por uma dislalia funcional ou por uma deficiência intelectual, nas quais
os transtornos da comunicação podem apenas ser uma característica, deste modo é
necessário mais do que um teste para o estudo da capacidade intelectual e para que
se considerem os resultados precisos.

As crianças com dislalia têm dificuldades em sua capacidade motora, deste modo é
importante para detectar problemas no desenvolvimento motor, verificando se ela
realiza os movimentos básicos como a coordenação estática, coordenação dinâmica
das mãos, a coordenação movimentos rápidos e dinâmicos gerais, movimentos
simultâneos ou sinestésicos e o movimento orofacial motor, o qual a criança deve
saber operar os organismos envolvidos na articulação e mobilidade avaliando exerce
língua e os lábios que nos informe se há falhas na elevação da língua, ao abrir e fechar
a boca, nos movimentos de rotação da língua, fazer exercícios fazendo-o mostrar um
pouco da língua sem abrir a boca, juntar os lábios e fazer a expressão de um sorriso,
morder o lábio inferior com os dentes superiores e vice-versa. Verificar também a
conduta da respiração e do relaxamento (PASCUAL, 1995).

A criança com dislalia também apresenta dificuldade quanto à percepção e orientação


espacial, por isso devemos observar a organização perceptiva em que ocorre na
criança a função viso-motor associado com a capacidade da fala e a organização do
espaço que considera como a criança orienta-se no espaço, se já adquiriu os conceitos
de direita e esquerda. Devemos também analisar se ela (a criança) tem percepção
temporal e de ritmo, observando o tempo que desenvolve espontaneamente uma
atividade motora e sua regularidade, a reprodução das estruturas rítmicas, em que a
criança tenha que fazer uma estrutura rítmica que escutará e, a compreensão do
simbolismo dessas estruturas e sua reprodução, as quais indicarão uma
estruturação temporal e rítmica do sujeito.

Devemos observar os aspectos relativos à percepção e discriminação auditiva,


analisando a capacidade de discriminação de som, dos fonemas e das palavras e se
há desajustes relacionados à personalidade e as relações familiares.

Apesar da importância de se considerar todos estes fatores Pascual (1995) lembra que
apenas eles não são suficientes para se identificar as causas e fechar o diagnóstico
completo de um caso de dislalia e que apenas um médico neurologista juntamente com
a terapia fonoaudiológica poderão, de fato, confirmar um quadro de dislalia funcional.

3.3. Possíveis causas

Conforme o DSM-5 (2014) as possíveis causas da dislalia são os fatores genéticos e


fisiológicos, pois os transtornos da fala têm traços hereditários, porém não devem ser
esquecidos os aspectos culturais e sociais que influenciam diretamente na aquisição
dos fonemas.

Pascual (1995) ao apontar as causas da dislalia funcional explica que ela ocorre pela
combinação de vários fatores que trazem déficit a fala das crianças, indicando causas
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relacionadas às habilidades motoras empobrecidas, dificuldade na percepção do


espaço e do tempo, falta de compreensão ou discriminação auditiva, fatores
psicológicos, ambientais, hereditários e a deficiência intelectual.

Sobre a pobreza nas habilidades motoras, Pascual (1995) explica que é importante
destacar que não há uma relação direta entre o grau de atraso motor e o grau de
defeito de fala em atraso da pronúncia, por esta razão, os defeitos desaparecerão ao
mesmo tempo em que desenvolve habilidades motoras finas, pois aos poucos a
criança adquire agilidade e coordenação dos movimentos para falar corretamente.

A dificuldade na percepção do espaço e do tempo pode iniciar no período em que a


criança começa a imitar movimentos e som, já a falta de compreensão ou
discriminação auditiva é perceptível quando a criança não consegue imitar sons
diferentes, pois não é capaz de discriminá-los.

Os fatores psicológicos apontados por Pascual (1995) ressaltam a sua importância


como geradores dos transtornos da fala e da linguagem e, que muitas vezes estão
associados a outras causas.

Quanto aos fatores ambientais é interessante ressaltar que estes estão ligados à
evolução da criança e aos elementos de suas capacidades pessoais, os quais irão
definir seu processo de maturação.

Os fatores hereditários, quando presente, podem ser reforçados pela limitação dos
erros cometidos ao se falar com familiares, sem que essas deformações articulatórias
existam de fato. No caso da de ciência intelectual, em muitos casos o transtorno da fala
dá-se de forma associada.

3.4. Estratégias para intervenção

Para a intervenção López Llorente (2013) aponta que existe uma série de condições
para se estabelecer o tratamento para a dislalia funcional. Após o diagnóstico, o
tratamento deve se basear nas causas do fracasso, revelando as causas do problema
na articulação da criança e se utilizando de técnicas baseadas em princípios
pedagógicos, que tenham como objetivo promover a participação ativa da criança a
partir de suas possibilidades e não de suas limitações.

Assim como nos outros transtornos, devemos buscar um tratamento multidimensional,


não se concentrando em apenas corrigir o problema, mas também estender o apoio as
atividades que envolvam toda a comunicação, sendo sempre fortalecida pela
intervenção fonoaudiológica direcionada aos problemas articulatórios e ao aspecto
funcional.

4. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH

De acordo com DSM-5 (2014) o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um


Transtorno do Neurodesenvolvimento que traz à pessoa déficits de desatenção,
desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.
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4.1. Breve apontamento da descrição histórica

O TDAH como é comumente conhecido, é tema de estudos desde metade do século


XIX, em que Hoffman registrou o comportamento daqueles que eram “idiotas loucos”
ou que tinham “insanidade impulsiva”.

Contudo, os primeiros registros sobre a possível identificação e diagnóstico do TDAH


ocorreu a partir de 1901 com Demoo, quando registrou um grupo de crianças que
apresentava labilidade afetiva, falta de inibição e atenção, mudavam-se de lugar a todo
instante. Porém, o uso do termo criança hiperativa surge em 1902 com o médico inglês
Still ao descrever o que ele chamou de defeito mórbido do controle mental (DIAS;
WAJNSZTEIN, 2010).

Com o início da Primeira Guerra Mundial, os estudos aparentaram estar adormecidos


quando durante os anos de 1916 a 1927 houve a descrição da Encefalite de von
Economo ou Encefalite letárgica que acometeu a Europa e América do Norte naqueles
anos.

O neurologista romeno Constatin von Economo foi o primeiro a apresentar as principais


características da doença que trazia aos adultos sequelas semelhantes as
manifestações da Doença de Parkinson e fazia com que as crianças apresentassem
alterações no comportamento e hiperatividade (TOLEDO; SIMÃO, 2003).

Com os avanços dos estudos na área da aprendizagem, em 1960 um grupo de


pesquisadores de Oxford diz que aquele quadro deveria ser chamado de disfunção
cerebral mínima por conta do comportamento que a crianças acometidas
apresentavam.

Mas em 1980 a descrição no DSM-III indicava a Síndrome do Déficit de Atenção com


ou sem hiperatividade e residual – DAS que mais tarde, em 1987, no DSM-III-R tornou-
se o Distúrbio de Décit de Atenção/Hiperatividade ou DDAH. Já na atualização do
DSM-IV em 1994, o termo utilizado passou a ser Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade ou TDAH, considerado o termo ainda atual.

O DSM-5 (2014) apresenta o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade como


um Transtorno do Neurodesenvolvimento categorizado com os códigos 314.00 –
314.01 e pelo CID-10 (2008) entre os códigos F90.0 – F90.9 de acordo com suas
especificidades.

4.2. Identificação e diagnóstico

O TDAH deve ser diagnosticado a partir de acompanhamento clínico e, que se possível


iniciado durante a infância e contínuo na vida do sujeito, pois se manifesta em diversas
situações da vida.

Apesar do avanço dos estudos clínicos em geral, ainda não há de fato exames
laboratoriais que comprovem o TDAH, por isso a necessidade de observação e
avaliação por meio de acompanhamento realizado a partir da análise da vida do sujeito.
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Quantos aos exames gráficos como o


eletroencefalograma – EEG já é possível
observar algumas anormalidades que já
foram relacionadas com o TDAH, mas
ainda há necessidade de avanço das
técnicas e dos estudos que comprovem
essa relação. Considerando isto,
ressalta-se a importância do
acompanhamento do médico
neurologista ou psiquiatra fazerem parte
da equipe multidisciplinar para o
atendimento e devidos apoios à pessoa
com TDAH e a sua família.

Ainda que o quadro geral do TDAH seja o padrão: desatenção,


e/ou hiperatividade-impulsividade, é importante destacar que
há formas destas se apresentarem e que apenas a equipe
médica poderá dar os subsídios para avaliar os critérios
diagnósticos, determinar os subtipos e indicar as
especificidades aparentes em cada caso conforme o quadro a
seguir.

Os subtipos previstos pelo DSM-5 são os mais aceitos no que


se refere às classificações entre as últimas pesquisas na área
como ressaltam Dias e Wajnsztein (2010) e autores como
Smith e Strick (2012) também concordam com esta
organização para o TDAH.

Além dos subtipos para a classificação é necessário observar


a especificação, pois pode acontecer de acordo com o DSM-5
(2014) que os critérios tenham sido todos preenchidos
anteriormente e não preenchidos nos últimos 06 meses e o
sintoma ainda indicar prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou profissional.

A chamada tríade é baseada em comportamentos que se associados conjuntamente


são o TDAH e se isoladas, apresentam-se de forma distinta e não geram o transtorno
em si, fato que tem feito muitas crianças não acometidas com o transtorno estarem
sendo rotuladas como desatentas, hiperativas ou impulsivas.

A desatenção, por exemplo, segundo o DSM-5 (2014, p.61) caracteriza-se como um


comportamento de “divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o
foco e desorganização – e não constitui consequência de desafio ou falta de
compreensão”.

Já a hiperatividade é “se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre
por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso” e a
impulsividade são “ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e
com elevado potencial para dano à pessoa”, que podem “ser reflexos de um desejo de
recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação” (DSM-5, 2014,
p. 61).
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Como o TDAH inicia na infância é possível perceber a ação da tríade em situações


escolares como na falta de atenção na execução de tarefas simples como copiar uma
atividade, se relacionar com professores e colegas ou mesmo prestar atenção na aula.
Os prejuízos da TDAH continuam a aparentes na vida adulta, seja na dificuldade de
concluir a leitura de um livro ou em adaptar-se na rotina do trabalho.

A pessoa com TDAH também é influenciada diretamente pelo ambiente social e cultural
em que estar envolvido e pelas intervenções clínicas ou pedagógicas que lhe forem
propostas, podendo aos poucos superar o déficit.

Em resumo os principais sinais para que se suspeite de um quadro de TDAH são


(Figura 6):
14

4.3. Possíveis causas

As possíveis causas do Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade estão nas questões comportamentais
relacionadas ao temperamento, questões ambientais,
genéticas e fisiológicas.

O DSM-5 (2014) aponta que dentro das questões


relacionadas ao temperamento, pois se associa a níveis
menores de inibição comportamental, de controle à base de
esforço ou de contenção, a afetividade negativa e/ou maior
busca por novidades, porém não é específico do TDAH.

As questões ambientais são indicadas por causas pré-natais


como: o uso de drogas e álcool pela mãe durante a gestação
e pós-natais como em crianças abaixo do peso e ainda,
fatores relacionados ao abuso infantil, negligência, múltiplos
lares adotivos, exposição à neurotoxina (p. ex., chumbo),
infecções (p. ex., encefalite).

Quanto às causas genéticas e fisiológicas estão situações


hereditárias e por isso a importância do anamnese que
deverá ser realizada pela equipe multidisciplinar.
Há comorbidades com outros transtornos, de ciências ou
doenças como: De ciências visuais e auditivas,
anormalidades metabólicas, transtornos do sono, de ciências
nutricionais e epilepsia (SMITH; STRICK, 2012).

Segundo o DSM-5 (2014) as interações familiares no


começo da infância são causas sozinhas de TDAH, apesar de
poderem influenciar para o desenvolvimento de problemas de
conduta.

4.4. Estratégias para intervenção

Quanto à abordagem terapêutica mais indicada está à adequação das ações


pedagógicas desenvolvidas durante a vida escolar (Figura 7), a condução terapêutica
da equipe multidisciplinar com orientação cognitiva-comportamental e quando for o
caso o tratamento farmacológico que só poderá ser ministrado por médicos
habilitados para tal intervenção.
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5. Resumo

Nesta aula, estudamos Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação ou


Disgra a que se caracteriza como um transtorno do motor
do neurodesenvolvimento que afeta crianças e adultos. Este transtorno traz
prejuízos para as habilidades escolares e profissionais, podendo ser associada a
outros transtornos, inclusive de causa emocional. Envolve desde a incapacidade
de segurar um lápis até o traço de uma linha. A disgrafia é perceptível em
qualquer situação que envolve o movimento da escrita seja em desenhos simples
das crianças e ou em atividades de repetição. Estudamos ainda, que a dislalia
como é comumente conhecida é um Transtorno Específico da Articulação da Fala
que inicia durante o neurodesenvolvimento da criança e pode atingir a
idade adulta. Este transtorno causa prejuízos na utilização dos fonemas e para
intervenção conta com apoio de uma equipe multidisciplinar.

Analisamos o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade – TDAH, o qual é


um transtorno que causa à pessoa déficits de desatenção, desorganização e/ou
hiperatividade-impulsividade que tem início na infância e se perdura por toda a
vida adulta. Suas causas não são totalmente conhecidas e as principais
intervenções tem se apoiado na terapia cognitiva-comportamental e em
tratamentos farmacológicos.

6. Referências

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak
editora, 2012.

ARDILA, A. ROSSELLI, M. Neuropsicología Clínica. Editorial Manual Moderno, 2007.

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