Unidade Vi DPPCM - Ipm - Cefs I 2023 Presencial

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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

ESCOLA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO


DE SARGENTOS - EFAS

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS


CEFS 2023 (1º Semestre)

DIREITO PROCESSUAL PENAL COMUM E MILITAR


UNIDADE VI

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PRESENCIAL
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

CONCEITO (art. 9º - CPPM)


É a apuração sumária de fato que, nos termos legais, configure crime
militar e de sua autoria.

FINALIDADE (art. 9º - CPPM)


É uma instrução provisória, com a finalidade de colher os elementos
necessários à propositura da ação penal, fornecendo ao titular da
ação penal – o Ministério Público Militar – elementos seguros para o
oferecimento da denúncia.
INDICIADO OU INVESTIGADO?
Investigado é o militar cuja conduta está sendo apurada através de IPM e que não
foi, ainda, indiciado formalmente no inquérito, por meio do respectivo Termo de
Indiciamento (o indiciamento ocorre no curso da apuração) ou por meio do
Relatório do IPM (o indiciamento ocorre ao final da apuração). (ATENÇÃO!!! – No
IPM, o indiciamento, via de regra, ocorre na ocasião da solução pela Autoridade
Delegante)

Indiciado é o militar cuja conduta está da mesma forma sendo investigada através
de IPM, entretanto, já foram acostadas aos autos provas robustas e/ou outros
aspectos relevantes que demonstram a convicção de autoria e materialidade
delitiva.
DESTINATÁRIO DO IPM

 Tem o caráter de instrução provisória, preparatória e informativa, cuja


finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da
ação penal. (art. 9º - CPPM).

 Note que o IPM visa apurar os fatos descritos como crime militar e o seu
destino é o Ministério Público, por ser o detentor da atribuição de viabilizar a
ação penal perante o Poder Judiciário.

 Destinatário IMEDIATO: Ministério Público.


 Destinatário MEDIATO: O juiz (juiz-auditor/juiz de direito do juízo militar; ou
Conselho de Justiça Permanente ou Especial).
PERÍCIAS, EXAMES E AVALIAÇÕES
Art. 9°, Parágrafo único

Art. 9°, parágrafo único: São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames,
perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e
com obediência às formalidades previstas neste Código.

 O CPPM, conforme o item n. 7 da sua Exposição de Motivos, deu ao IPM o caráter de


instrução provisória e antecedente à propositura da ação penal.

 Porém, são efetivamente instrutórios os exames, perícias e avaliações (estes seguem até
o processo).
NULIDADES NO IPM

 Em regra, NÃO HÁ NULIDADE NO IPM – Eventuais irregularidades circunscritas à


fase de inquérito não contaminam a ação penal.

 Art. 499 do CPPM (PRINCÍPIODO PREJUÍZO).


Art. 499. Nenhum ato judicial será declarado nulo se da nulidade
não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.

 O IPM consiste em procedimento apenas informativo, sem incidência dos


postulados do contraditório e da ampla defesa.

 Os defeitos na investigação policial consistem em MERAS IRREGULARIDADES


que podem, como regra, ser sanadas durante o processo.
SIGILO DO IPM
X
PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR

• não há acusação e sim uma investigação.


• os atos não são abertos ao público.
• a publicidade poderia comprometer as investigações.
• Vide art. 16 do CPPM: “O inquérito é sigiloso [...]”
• Institucionalmente, os arts. 65 a 69 da ICCPM-BM n. 02/2014
tratam do assunto.
• ATENÇÃO para as disposições do art. 7º, XV e XXI do Estatuto
da OAB.
SIGILO DO IPM x PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR
Não é discricionariedade do Encarregado, mas uma prerrogativa do advogado ter
acesso e examinar os autos de qualquer natureza - IPM – APF – PAD – SAD – RIP - (Lei
nº. 13.245/16, que alterou a Lei n. 8.906/94) e Súmula Vinculante n. 14, do STF).
Art. 7º São direitos do advogado Súmula Vinculante 14
[...] É direito do defensor, no interesse
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir
do representado, ter acesso amplo
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de aos elementos de prova que, já
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que documentados em procedimento
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos,
em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)
investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária,
[...]
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, digam respeito ao exercício do direito
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou de defesa.
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios
e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente,
podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei
nº 13.245, de 2016)
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
SIGILO DO IPM X PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR

 De acordo com a Lei 13.245/16, o acesso ao autos sujeitos a sigilo exigirá


procuração.

 A rigor, o IPM é, por força da própria lei, trata-se de procedimento sigiloso.


Portanto, o acesso aos autos dessa natureza, via de regra, exigirá procuração.
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode
permitir que dele tome conhecimento o advogado do indiciado.

 O advogado tem direito de assistir seus clientes durante as apurações, sob


pena de nulidade do ato (oitiva e atos decorrentes). Pode, inclusive, apresentar
razões e quesitos. Mas isso não significa que ele terá acesso amplo aos atos de
investigação.
 O Encarregado poderá restringir o acesso às diligencias em andamento e ainda
não documentadas (ex: interceptação telefônica etc).
SIGILO DO IPM X PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR
No tocante a esse tema, apresentaremos pontos relevantes e sua conformidade com a
jurisprudência:

a) Direito a “intimação” (notificação) prévia para os atos do IPM - as alterações legislativas


implicaram reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem, contudo, conferir ao
advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de
inquirições a ser definido pela autoridade policial, uma vez que não se admite
contraditório no âmbito da investigação policial.
Ag. Reg. no RO em HC n. 171.571 Goiás – Relator Ricardo Lewandowski – 06/08/19 -
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stf/764004564/inteiro-teor-764004574

b) A norma do art. 7º, XXI, da Lei 8.906/94, prevê assistência dos advogados aos
investigados durante a realização do interrogatório e depoimentos de seus clientes, não
estendendo essa prerrogativa aos depoimentos e interrogatórios dos demais
investigados e testemunhas.
Petição 7.612 Distrito Federal – Relator Edson Fachin – 12/03/19 -
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stf/861498378/inteiro-teor-861498379
SIGILO DO IPM X PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR

No tocante a esse tema, apresentaremos pontos relevantes e sua conformidade com a


jurisprudência:

c) O art. 16-A, acrescentado ao código de ritos criminal castrense por meio da Lei 13.964/19,
não impele a participação advocatícia, indistintamente, na totalidade de atos do inquérito.
Sexta Turma – 02/08/2022 – AgRg no Resp – Laurita Vaz (entra na questão do 16-A) -
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1613952699/inteiro-teor-
1613952718?utm_medium=social&utm_campaign=link_share&utm_source=WhatsApp

d) O art. 7º, XXI, da Lei federal n. 8.906, permite ao advogado acompanhar o investigado,
que seja seu cliente, quando da oitiva deste perante a Autoridade Policial, sob pena de
nulidade, mas não autoriza a pretensão de participação nas oitivas dos demais investigados,
testemunhas ou vítimas, de sorte que, em relação a este, poderá formular
questionamentos
Recurso Especial nº 2028729-MG – 10/02/23 – Decisão monocrática – Cita Acórdão do TJMG que entra na
questão - https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1760001732/decisao-monocratica-1760001751
SIGILO DO IPM
X
PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR
 autos sujeitos a sigilo: exige-se a procuração (Lei n. 13.245/16).

 o advogado tem direito de assistir seus clientes durante as apurações, sob


pena de nulidade do ato (oitiva e atos decorrentes).

 pode apresentar razões e quesitos.

 o encarregado pode restringir o acesso a diligencias em andamento, não


documentadas nos autos, se houver risco de prejuízo (ex: interceptação
telefônica em andamento).
SIGILO DO IPM
X
PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR

 A autoridade militar pode sofrer responsabilização criminal e funcional por


ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/19), em caso de inobservância das
disposições trazidas pelo Estatuto da OAB.
 O ADVOGADO, AINDA, PODE RECORRER AO JUDICIÁRIO para conseguir o
acesso.
 Via de regra, O INVESTIGADO, não possui essa prerrogativa.
INDISPONIBILIDADE (Art. 24)

A formação da opinio delicti é prerrogativa exclusiva do Ministério Público Militar.

 A AUTORIDADE MILITAR NÃO PODE ARQUIVAR, MESMO DIANTE DA:


a) INEXISTÊNCIA DO CRIME: atipicidade – excludentes.
b) INIMPUTABILIDADE DO INDICIADO: doença mental, prescrição, morte, escusa
absolutória.

 O IPM SÓ SERÁ ARQUIVADO (art. 397-CPPM e Súmula 524 do STF):


a) Por DESPACHO do juiz.
b) Mediante REQUERIMENTO do MP.

Súmula 524
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
DISPENSABILIDADE (Art. 28)
O inquérito não é conditio sine qua non (não é imprescindível) para o
oferecimento da denúncia, haja vista sua característica meramente
informativa, não sendo, portanto, fase obrigatória da persecução penal.

 SITUAÇÕES:

1) Fato e autoria elucidados - documentos ou provas materiais.

2) Crime contra a honra– escrito ou publicação – com autor identificado.

3) Crimes de desacato a juiz e desobediência a decisão judicial

Obs: ISSO SEM PREJUÍZO DE DILIGÊNCIA REQUISITADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.


SUFICIÊNCIA DO AUTO
DE FLAGRANTE DELITO

Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de
flagrante delito (APF) constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o
exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua
avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com
breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos
termos do art. 20 do CPPM.
DETENÇÃO DO INDICIADO
Art. 18 do CPPM – Art. 40 ICC n. 02/14

 Aplicada somente na fase do IPM.


Obs: Lavrar antes o Termo de Indiciamento (art. 40, § 5º, da ICC n. 02/14).
 Aplicada somente no processo penal militar.
 Só é aplicada a militar.
 Aplicável somente nos crimes propriamente militares.
 Art. 5º, LXI, da CF.
 Ausência de formalidades na execução da medida pode ensejar abuso de
autoridade (Lei . 13.869/19).
 Aplicável em caráter excepcional, pois, na prática, é possível que o Encarregado
peça ao juiz a prisão preventiva do investigado, caso preenchidos os requisitos e
fundamentos dos arts. 254 e 255 do CPPM, respectivamente.
DETENÇÃO DO INDICIADO
Art. 18 do CPPM – Art. 40 ICC n. 02/14

 Pode ser decretada pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar.


 DEVE SER COMUNICADA AO JUIZ - Art. 5º, LXII (comunicação imediata) e LXV
(juízo de legalidade) da CF.
 Sem mandado Judicial.
Obs: em caso de decretação da detenção do indiciado, esta deve ocorrer mediante
expedição de Mandado (despacho) fundamentado da Autoridade de Polícia
Judiciária competente.
 Firmar-se nos requisitos e fundamentos da Prisão Preventiva (art. 40, § 1º, da
ICC n. 02/14).
 Prazo: 30 dias prorrogáveis por + 20 dias
ESCRIVÃO DO IPM – Art. 11 do CPPM

INDICIADO OFICIAL INDICIADO PRAÇA


1° TENENTE SUBOFICIAL
2° TENENTE SUBTENETE
- SARGENTO
Observações:
1) O escrivão não precisa ser superior hierárquico, ou mais antigo, que o
investigado/indiciado – a regra da antiguidade vale para o encarregado, por força do
princípio da hierarquia.

2) O escrivão presta o Compromisso Legal de cumprir fielmente as suas atribuições legais


(art. 11, Parágrafo único).
IPM – PRAZOS (ICCPM n. 02/2014)

Art. 63. Os IPM que tenham militares em liberdade, na condição de investigados ou


indiciados, deverão ser encerrados no prazo regulamentar de 40 dias, contados do
recebimento da Portaria pela Autoridade Delegada, prorrogados uma única vez
pela Autoridade Delegante, por mais 20 dias.

§ 1º Nova(s) prorrogação(ões) deverá(ão) ser, obrigatoriamente, solicitada ao Juízo de


Direito Militar, não sendo possível, administrativamente, proceder a renovação,
nem mesmo sobrestamento do IPM.
IPM – PRAZOS (ICCPM n. 02/2014)

§ 2º No caso de militar na condição de investigado ou indiciado preso, o IPM


deverá ser encerrado em 20 dias, somente podendo ser prorrogado pela autoridade
judiciária competente.

§ 3º Se o militar investigado/indiciado for preso no curso do IPM, sendo o prazo


restante superior a 20 dias, prevalecerá o prazo contido no parágrafo anterior, se
inferior, conta-se o prazo restante.
PRAZO DO IPM X IP - QUADRO COMPARATIVO

IPM (Art. 20 do CPPM) IP (Art. 10 do CPP)


Investigado/Indiciado Investigado
Preso 20 dias Preso 10 dias
Solto 40 dias + 20 (prorrogação) Solto 30 dias
As demais dilações, para ulteriores diligências, serão pleiteadas ao Poder Judiciário
IPM – PRAZOS (ICCPM n. 02/2014)

Art. 64. Nos IPM em que seja necessário proceder a exames e perícias, especialmente, o
de corpo de delito complementar, a fim de caracterizar a gravidade do crime, o
Encarregado deverá finalizar a investigação com as respectivas provas periciais.

§ 1º Não sendo possível a juntada dos exames até o encerramento do prazo estabelecido
art. 20, § 1º, do CPPM, deverá ser solicitada a dilação do prazo junto à JME.

§ 2º Idêntica providência deverá ser observada, quando for necessário realizar a busca de
outras provas e oitivas importantes para a correta e segura elucidação do fato, que, por
motivo justo, não puderam ser coletadas dentro do prazo legal.
IPM – DEVOLUÇÃO DE AUTOS
(Art. 26 do CPPM)

Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial
militar, a não ser:
I. mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;

II.por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades


previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária.

Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de 20
dias, para a restituição dos autos.
INCOMUNICABILIDADE
DO "INDICIADO" – Art. 17 DO CPPM

 O oficial encarregado do IPM não tem mais a prerrogativa de deixar o indiciado


incomunicável.
 Art. 17 – O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que
estiver legalmente preso, por três dias no máximo.
 O artigo 17 do CPPM não foi recepcionado pela CF/88 sendo vedada a
incomunicabilidade. Art. 136, §3°, inciso IV.
 Além disso, devem ser respeitado o art. 5°, LXIII da CF/88, e ainda, o art. 7°, inciso
III da Lei 8.906/94 (assistência e contato com o advogado).
MEDIDAS PRELIMINARES
AO INQUÉRITO (Art. 12 - CPPM)

 O AGUARDAMENTO DA DELEGAÇÃO NÃO OBSTA...(art.10,§ 2º):


 Logo que tiver conhecimento da infração penal militar O OFICIAL REPONSÁVEL PELO
COMANDO, DIREÇÃO OU CHEFIA, OU QUEM O SUBSTITUA (OFICIAL DE DIA, CPU
ETC.), deverá, caso possível:
• dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a situação das coisas,
enquanto necessário;
• apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
• efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no artigo 244;
• colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
FORMAÇÃO DO INQUÉRITO
(Art. 13 - CPPM).
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO:

 Tomar as medidas previstas no artigo 12, se ainda não o tiverem sido.


 ouvir o ofendido.
 ouvir o indiciado. INQUIRIÇÃO DE PESSOAS

 ouvir testemunhas.
 proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações.
 determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outros exames e perícias.
 determinar a avaliação e identificaçãoda coisa subtraída, desviada, destruída ou
danificada, ou da qual houve indébita apropriação.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO MAPPA

 ICC PM/BM n. 02/2014: Dispõe sobre as atividades de Polícia Judiciária Militar.

 Art. 90. Aplicam-se, no que couber, aos IPM as orientações e modelos


referenciais referentes aos atos probatórios constantes do MAPPA.
PORTARIA DE DESIGNAÇÃO

 Contém a ordem do Comandante designando o


Encarregado do IPM.
 Nesta, existe a fundamentação da competência do Comandante.
 É feita uma síntese do fato e de como chegou ao conhecimento da
autoridade.
 O possível amoldamento do tipo penal militar.
 E, por fim, a delegação da competência de Polícia Judiciária Militar.
 Determina-se a apuração do crime militar.
 Poderia consignar, também, o escrivão (art. 11, CPPM), mas, em rega,
não ocorre.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
X
DESIGNAÇÃO E COMPROMISSO DO ESCRIVÃO

 Atos isolados (designação X compromisso).


 A designação de mais de um escrivão (art. 69 da ICC n. 02/14)
Art. 69. O Encarregado do IPM poderá designar mais de um Escrivão,
nas investigações de maior complexidade e diante das circunstâncias
de cada caso.

 O compromisso: cumprir as determinações e manter o sigilo (art. 16 do


CPPM e art. 326 do CPM).
 A responsabilidade do escrivão.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
X
DESIGNAÇÃO E COMPROMISSO DO ESCRIVÃO

 O que é autuar?
 O que não for juntado na autuação – proceder mediante termo de juntada.
 AUTUAÇÃO Primeira folha (capa dura).
 Para cada despacho do Encarregado o escrivão lavra uma certidão.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

 portaria de instauração e ordens de serviço iniciais.


 chama-se instauração devido ao art. 7, § 2º, do CPPM (delegação
para instauração).
 é assinada pelo encarregado.
 sequencia das folhas.
 na portaria está o despacho inicial – ordem ao escrivão.
 pode haver despachos posteriores.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

REGRAS PARA NOTIFICAÇÃO PARAAUDIÇÕES:


1) Se dará por meio do chefe direto se for funcionário público.
2) Não existe o prazo de 24 ou 48 horas (sugere-se, no mínimo, as 24 horas).
3) Pode ser via Ofício ou PA . (caráter excepcional)

4) Não há necessidade de se notificar o advogado, salvo, se houver


requerimento (Lei n. 13.245/16).
5) não há necessidade de se juntar aos autos (salvo, ausência do notificado).
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE PESSOAS

1)Audição simultânea de pessoas (art. 52, ICC n. 02/14).

2)Nomeia-se escrivães ad’hoc.

3)Entrevista preliminar.

4)Audição em separado (art. 353, CPPM).


ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

OITIVA O OFENDIDO
1) Se menor de 14 anos – representante legal obrigatório.
2) Maior de14 e menor de 18 anos – facultado(art. 140, § 3º, do MAPPA).
3) Perguntar sobre o fato, autor e provas que pretende indicar.
4) Não presta o compromisso legal.
5) Não está obrigado a responder pergunta que possa incriminá-lo ou estranha ao
processo (art. 313, CPPM).
6) Pode ser conduzido coercitivamente (mediante orgem judicial) - art. 311, parágrafo
único, do - CPPM). (AgRg no HC n. 506.814/SP, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em
6/8/2019, DJe de 12/8/2019.)
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

OITIVA O OFENDIDO
1) Se menor de 14 anos – representante legal obrigatório.
2) Maior de14 e menor de 18 anos – facultado(art. 140, § 3º, do MAPPA).

A Lei 13.431/17, ampliou as medidas de proteção às criança e adolescente, a fim de se evitar


a chamada vitimização secundária. Neste contexto, passou-se a exigir a observância
das seguintes medidas:
a) Escuta especializada: é o procedimento de entrevista sobre situação de violência com
criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente
ao necessário para o cumprimento de sua finalidade (artigo 7º).
b) Depoimento especial (ou depoimento sem dano): é o procedimento de oitiva de
criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial
ou judiciária (artigo 8º). É realizado de forma multidisciplinar (com auxílio especialmente
de assistente social ou psicólogo), permitindo um ambiente menos constrangedor e mais
propício para a busca da verdade.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
OITIVA O OFENDIDO
1) Se menor de 14 anos – representante legal obrigatório.
2) Maior de14 e menor de 18 anos – facultado(art. 140, § 3º, do MAPPA).
3) Perguntar sobre o fato, autor e provas que pretende indicar.
4) Não presta o compromisso legal.
5) Não está obrigado a responder pergunta que possa incriminá-lo ou estranha ao
processo (art. 313, CPPM).
6) Pode ser conduzido coercitivamente (mediante orgem judicial) - art. 311, parágrafo
único, do - CPPM). (AgRg no HC n. 506.814/SP, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em
6/8/2019, DJe de 12/8/2019.)

(o STF publicou o acórdão da decisão proferida nas


ADPF 395 e 444, em que se posicionou contrário à
condução coercitiva DO INVESTIGADO para
interrogatório.)
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
OITIVA O OFENDIDO
1) Se menor de 14 anos – representante legal obrigatório.
2) Maior de14 e menor de 18 anos – facultado(art. 140, § 3º, do MAPPA).
3) Perguntar sobre o fato, autor e provas que pretende indicar.
4) Não presta o compromisso legal.
5) Não está obrigado a responder pergunta que possa incriminá-lo ou estranha ao
processo (art. 313, CPPM).
6) Pode ser conduzido coercitivamente (mediante orgem judicial) - art. 311, parágrafo
único, do - CPPM). (AgRg no HC n. 506.814/SP, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em
6/8/2019, DJe de 12/8/2019.)
Condução coercitiva (requer autorização judicial)
a) Testemunha – pode
b) Vìtima – pode
c) Investigado – não pode
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

INTERROGATÓRIO DO INVESTIGADO
1) É um ato individual

2) É dividido em duas partes:


a) Qualificação.
b) Sobre o fato (direito ao silêncio – art. 305 CPPM).

Obs: se o investigado manifestar o direto de permanecer em silêncio durante o seu


interrogatório, o Encarregado não deve dar prosseguimento à inquirição, sob pena
de incorrer em crime de abuso de autoridade, conforme fixado no art. 15, parágrafo
único da lei 13.869/19

3) O CPPM apresenta um rol meramente exemplificativo de perguntas (art. 306).


ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

INTERROGATÓRIO DO INVESTIGADO

4) E se confessar? Acione 02 testemunhas (se não havia).


 Requisitos da confissão.
a) ser feita perante autoridade competente.
b) ser livre, espontânea e expressa.
c) versar sobre o fato principal.
d) ser verossímil.
e) ter compatibilidade e concordância com as demais provas do processo.
Se ocorrer fora do interrogatório, registre em termo (art. 310 - CPPM).
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

INTERROGATÓRIO DO INVESTIGADO

5) Não é salutar que o Encarregado encerre a apuração simplesmente em razão da


confissão. A confissão é retratável e divisível (art. 309 – CPPM).
6) Pode ser assistido por advogado.
7) Como regra, o Encarregado não precisa nomear DEFENSOR em IPM – caso
necessite fazê-lo – tem que ser advogado.

Obs: A Súmula Vinculante nº05 STF estabelece que a falta de defesa técnica não ofende a
Constituição – porém, essa regra só se aplica aos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS e não ao IPM.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

1) DEVERES DAS TESTEMUNHAS


a) Comparecer para depor (art. 350).
E, se não comparecer (art. 347 – possibilidade de condução coercitiva, multa, prisão,
processo) – nesse caso, deve-se acionar a Autoridade Judiciária.
b) Prestar depoimento (art. 354).
Qualquer pessoa presta depoimento
c) Prestar o compromisso de dizer a verdade (art. 352).
Se mentir – calar – ou negar a verdade, comete crime (art. 346 do CPM).
Deve-se:
> alertar a testemunha, colher o compromisso e constar no termo.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

2) EXCEÇÕES AOS DEVERES DAS TESTEMUNHAS:


a) dispensadas de comparecer em juízo: (art. 350)
o AUTORIDADES: senador,deputado, juiz, deputado - AJUSTAM COM O
ENCARREGADO (dia, hora e local). E, também, o militar superior/mais antigo do
Encarregado (art. 149 do MAPPA)
o Impossibilitadas por DOENÇA ou VELHICE: SERÃO OUVIDAS ONDE
ESTIVEREM.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

2) EXCEÇÕES AOS DEVERES DAS TESTEMUNHAS:

[...]

b) Proibidas de depor: (art. 355)


SÃO PESSOAS QUE DEVEM GUARDAR SEGREDO, em razão de:
- função / ministério / ofício / profissão

EXCEPCIONALMENTE, poderão depor se:


a) desobrigadas pela parte interessada
b) quiserem dar o seu testemunho
SÃO DOIS REQUISITOS CUMULATIVOS
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

2) EXCEÇÕES AOS DEVERES DAS TESTEMUNHAS:

c) Desobrigadas de depor: (art. 354) PARENTES DO ACUSADO:

o Parentes consanguíneos - CADI – Cônjuge/companheiro(a), ascendente, descendente e


irmão (de sangue ou vínculo de adoção).
o Parentes por afinidade em linha reta (sogro, sogra etc.), ainda que desquitado.

Se forem imprescindíveis e não houver outra alternativa, DEVEM DEPOR (excepcionalmente)


Não prestam compromisso (art. 296, § 2º) - TERMO DE INFORMAÇÕES.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

2) EXCEÇÕES AOS DEVERES DAS TESTEMUNHAS:

d) Descompromissadas (art. 352, § 2º).


- Parentes do acusado: Vide slide anterior
- Doentes ou deficientes mentais.
- Menor de 14 anos.

CUIDADO: se não forem os parentes, tem obrigação de depor.


ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

3) As testemunhas deverão ser ouvidas no período compreendido entre 7h e 18h - (art. 19).
Salvo em caso de urgência inadiável (constar a justificativa no termo).
4) Não poderá ser ouvida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe facultado
descanso de meia hora.
5) A expressão “aos costumes disse nada”.
6) Selecionar as testemunhas que, efetivamente, presenciaram ou tenham conhecimento
sobre o fato.
7) no IPM, não há limite no número de testemunhas.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS

8) Não será permitida a manifestação de suas apreciações pessoais, salvo quando


inseparáveis da narrativa do fato (art. 357).
9) Constar no termo da maneira mais semelhante possível à forma verbalizada pelo
depoente (art, 154 do MAPPA)

10) Informações comprometedoras, deverá o Encarregado, após certificar-se com o depoente se


confirma os dizeres, chamar duas testemunhas que ouvirão a leitura do ato e o assinarão (art. 155
do MAPPA).
11) São numeradas pela ordem das oitivas (Primeira Testemunha, Segunda Testemunha,
sucessivamente...)
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR

o Acareação: (arts. 365 A 367 do CPPM - leitura obrigatória)

É o ato processual em que se colocam frente a frente pessoas que fizeram


declarações divergentes e relevantes sobre o mesmo fato.
Pode ser realizada entre acusados, entre acusado e testemunha, entre
testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima, ou entre vítimas.
ACAREAÇÃO (arts. 365-367)

O que é?
Um meio de prova para o esclarecimento dos pontos divergentes e contraditórias
contidos nos depoimentose nas declarações das pessoas ouvidas nos autos. (art. 164
do MAPPA)
O que visa?
Esclarecer fatos ou circunstâncias divergentes e relevantes à
apuração (art.365).

 Pode ser realizada entre:


- entre investigados, entre testemunhas, entre investigado e testemunha, entre
investigado ou testemunha e o ofendido e entre ofendidos.
ACAREAÇÃO (arts. 365-367)

Procedimento: (arts. 164/172 - MAPPA).


1) colocar as pessoas a serem acareadas frente a frente.

2) explicar (ler) para elas os pontos divergentes e relevantes.

3) reinquirir um por um, na presença do outro (em caso de testemunha ausente – ler
o depoimento para a outra).

4) não colocar os acareados no mesmo recinto, antes de iniciar o ato para evitar
ajustes e/ou atritos.
ACAREAÇÃO (arts. 365-367)

Procedimento:
5) reinquirir um por um, na presença do outro (em caso de testemunha ausente –
ler o depoimento para a outra).
6) consignar as perguntas e respostas no “termo de acareação”.
7) constar todas as manifestações procedidas pelos acareados, para que possa
formar elementos de convicção.
8) providenciar duas testemunhas - lavrar o termo – e todos assinam.
ACAREAÇÃO (arts. 365-367)

Observações:
1) Sugere-se priorizar a reinquirição de pessoas (art. 164, único do MAPPA).
2) Deve-se evitar acareação entre pessoa que presta compromisso legal com outra
descompromissada (art. 167, § 1º, MAPPA).
3) Acarear superior/subordinado só em caso excepcional (art. 167,§ 2º, MAPPA).

4) Não acarear superior do Encarregado.


Reconhecimento de pessoas e coisas, acareação e reprodução simulada de
fatos.

o Reconhecimento de pessoas e coisas: (arts. 226 a 228 – leitura obrigatória)

Procedimento: A pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a


pessoa a ser reconhecida. Será, então, dentro do possível, ser colocada ao
lado de outras que, com ela, tenham semelhança, para que o reconhecedor
possa apontá-la.
RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA (Arts. 368-370 do CPPM)

Procedimento: (arts. 194-200, MAPPA)

1) descrição prévia do suspeito.


2) sua colocação ao lado de 03 ou mais pessoas com características
físicas assemelhadas;
3) chamar a pessoa a fazer o reconhecimento.
4) constar todas as manifestações do reconhecedor, para que possa
formar elementos de convicção.
5) providenciar duas testemunhas - lavrar o termo – e todos assinam.
RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA
(Arts. 368-370 do CPPM)

Observações:
1) evitar que o reconhecedor seja visto pelo militar a reconhecer.

2) em situação muito excepcional (mas não é recomendado), o militar a


reconhecer pode ser colocado sozinho, caso não seja possível
providenciar outras pessoas (art. 196, § 5º, MAPPA)
3) o investigado não é obrigado a participar, mas deve cumprir a
requisição para comparecer ao local determinado pelo Encarregado
(art. 198, MAPPA).
4) priorizar o reconhecimento fotográfico, se houver receio do
reconhecedor (art. 55, I, ICC n. 02/14).
RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA
(Arts. 368-370, do CPPM)
Observações:
5) excepcionalmente, o reconhecimento pode ser feito por meio de
fotografia ou filmagem (arts. 201-209, MAPPA).
O reconhecimento fotográfico ou por filmagem não caracteriza ofensa à intimidade, posto que prevalece
o interesse público. (Art. 206, MAPPA).

6) o reconhecimento de coisa segue, basicamente, o mesmo


procedimento (arts. 210-212, do MAPPA).

7) o não reconhecimento não significa o afastamento da autoria.


APREENSÃO E RESTITUIÇÃO DE COISAS (Arts. 185 - 191)

COMPETE ao Encarregado cumprir os mandados de prisão e de busca e


apreensão expedidos pela Justiça Militar (art. 21, III, ICC n. 02/14).
1) o próprio Encarregado pode determinar a apreensão (em caso de de
flagrante).
2) se a coisa estiver em casa alheia, solicitar MBA.
3) se fizer a apreensão, deve-se lavrar o termo.

4) os objetos e/ou materiais apreendidos devem ficar na intendência/SAT/RAME,


conforme a Unidade (art. 57, ICC n. 02/14).

Atentar para as mudanças trazidas pelo “Pacote Anticrime” acerca da cadeia de custódia e dos locais
apropriados para a guarda dos vestígios.
Busca e apreensão
A busca e apreensão é uma medida cautelar que tem como objetivo colher
provas para o processo penal afim de se chegar à verdade material.

“[...] a medida cautelar de busca e apreensão é destinada a evitar o desaparecimento das provas. A busca é, lógica e
cronologicamente, anterior à apreensão. Pode ser realizada tanto na fase inquisitorial como no decorrer da ação penal,
e até mesmo durante a execução da pena. A apreensão é uma consequência da busca quando esta tenha resultado
positiva.” (Fernando Capez)
Busca e apreensão
A doutrina moderna considera a busca e apreensão como meio de obtenção
de prova, desconsiderando assim, sua natureza cautelar.

“Para a lei, é meio de prova, de natureza acautelatória e coercitiva; para a doutrina, é medida acautelatória, destinada
a impedir o perecimento de coisas e pessoas.” (Fernando Capez)
Busca e apreensão
Finalidade da busca e apreensão - a possibilidade de encontrar pessoas ou
objetos a serem apreendidos.

Além disso, a busca e apreensão visa a procura do corpo de delito ou de


coisas pertinentes ao delito, além de garantir ao processo elementos de
autoria e materialidade; e prender pessoas acusadas e/ou foragidas.
Busca e apreensão

Momento para a realização


Fase preparatória do IP/IPM/Processo

No curso do IP/IPM

Durante a instrução do processo

Ao longo da execução da pena


Busca domiciliar (art. 170 –172, 179CPPM – leitura obrigatória)

A busca e apreensão domiciliar é permitida quando houverem fundadas


razões que a autorizem, conforme artigo 240, parágrafo 1º, do Código de
Processo Penal.
Ela só poderá ser feita através de mandado judicial quando a própria
autoridade não estiver presente.

.
ATENÇÃO!!! que pese o art. 241 do CPP contenha a expressão autoridade policial, esta
não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Logo, só a autoridade judicial
pode autorizar a busca domiciliar (reserva jurisdicional)
Busca domiciliar (art. 170 –172, 179CPPM – leitura obrigatória)

A busca e apreensão domiciliar é permitida quando houverem fundadas


razões que a autorizem, conforme artigo 240, parágrafo 1º, do Código de
Processo Penal.
Ela só poderá ser feita através de mandado judicial quando a própria
autoridade não estiver presente.

.ATENÇÃO!!! O Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar o Recurso Extraordinário (RE 603.616), com
repercussão geral, decidiu que o ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial só é lícito quando
amparado em fundadas razões, com lastro em circunstâncias objetivas, que indiquem que dentro da casa
ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente e de
nulidade das provas obtidas.
Busca domiciliar (art. 170 –172, 179CPPM – leitura obrigatória)

o Período para cumprimento do mandado – esse tema já foi alvo de diversas discussões,
tendo em vista que se tratava de expressão sem critério objetivo, tendo em vista que o
conceito de dia e de noite pode variar a depender de uma série de fatores, como por
exemplo, o horário de verão etc. Vejamos como o tema está disposto nas normas
processuais comum e militar.

Art. 245 do CPP - As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se
realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador,
ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

Art. 175 do CPPM - A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir vítimas de crime ou
desastre.
Parágrafo único. Se houver consentimento expresso do morador, poderá ser realizada à noite.
Busca domiciliar (art. 170 –172, 179CPPM – leitura obrigatória)

o Período para cumprimento do mandado – a nova lei de abuso de autoridade (Lei n.


13.869/2019), trouxe um esclarecimento objetivo acerca desta questão, fixando os
horários compreendidos entre as 5 horas da manhã até as 21 horas, como permitidos
para se cumprir ordem judicial de busca domiciliar e apreensão, visto que a adoção de
tais medidas fora desse parâmetro, em tese, constitui crime.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas
dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
[...]
III – cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
Busca domiciliar (art. 170 –172, 179CPPM – leitura obrigatória)

o Período para cumprimento do mandado – a nova lei de abuso de autoridade (Lei n.


13.869/2019), trouxe um esclarecimento objetivo acerca desta questão, fixando os
horários compreendidos entre as 5 horas da manhã até as 21 horas, como parâmetro
autorizativo para se cumprir ordem judicial de busca domiciliar e apreensão, visto que
a adoção de tais medidas fora desse parâmetro, em tese, constitui crime.

As circunstâncias, via de regra, admitidas são:


o Para prestar socorro;
o Em caso de flagrante, desde que haja fundadas razões;
o Em caso de desastre;
o Por ordem judicial, durante o dia (vide definição dada pela lei de Abuso de Autoridade);
o Consentimento do morador;
APREENSÃO E RESTITUIÇÃO DE COISAS (Arts. 185 - 191)

5) A restituição pode ser determinada pelo Juiz ou pelo Encarregado (art. 191
do CPPM). Desde que:

– Não interesse mais ao IPM/processo.

– Seja coisa restituível.

– Não haja dúvida sobre o direito do reclamante.

6) deve-se lavrar termo de restituição.


REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS (art. 13 parágrafo único)

Pra que serve?

Formar uma melhor convicção sobre os fatos a partir da representação


visual, espacial e temporal do fato, constituída dos elementos
(depoimentos/declarações) existente nos autos.

Obsevações:
Não pode contrariar: moralidade ou a ordem pública. Não pode atentar: contra
hierarquia e a disciplina.
PERÍCIAS E EXAMES (art. 314 - 346)

Quem pode determinar?

 O Encarregado do IPM (art. 13, “f”).

 O Presidente do APF (art. 246), na fase da investigação.

De OFÍCIO ou mediante REQUERIMENTO (art. 315). Pode ser negado,


salvo o ECD.
PERÍCIAS E EXAMES (art. 314 - 346)

 Infração material providenciar o ECD (art. 55, II, ICC n. 02/14).


 É Indispensável (art. 328).
 ECD direto (na impossibilidade: ECD indireto).

Art. 318 do CPPM - Realizadas (perícia e exames), sempre que


possível, por 2 (dois) peritos, conforme art. 48 do CPPM (preferência
dentre oficiais da ativa, atendida a especialidade).

Especialistas – Oficiais da ativa – prestam compromisso.


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (arts. 41- 49, ICC n. 02/14)

 Lei n. 9.296/96, Súmula n. 06 do TJMMG e ICC PM/BM nº02.


1) REQUISITOS:
“Art. 2° da Lei 9296/96 – não será admitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I. – não houver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal;
II. – quando a prova puder ser obtida por outros meios;
III. – quando o fato for punido, no máximo, com pena de detenção.
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (arts. 41- 49, ICC n. 02/14)

1) Só é cabível em crimes MILITARES punidos com pena de reclusão.

2) Juntar ao pedido: cópia da Portaria do IPM e demais peças relevantes.

3) Encaminhar à 1ª AJME o ao juízo prevento (neste caso, citar o n. dos


autos na justiça militar).

4) Na representação, constar o prazo pretendido da medida.

5) O juiz define o prazo.


RELATÓRIO DO IPM – (art. 22)

1) DADOS
a) Portaria n. ...
b) Indiciado ou investigado.
c) tipificação da infração penal militar praticada.
d) Ofendido.
e) Fato: descrever genericamente.
f) Local / Data/Hora / Em Serviço?
RELATÓRIO DO IPM – (art. 22)

g) Testemunhas ouvidas.
h) Objetos apreendidos.
i) Outras provas (ex: reconhecimento de pessoa / acareação / etc).

2) ANÁLISE DAS PROVAS


a) exposição das provas obtidas.
b) resumo das oitivas e outros elementos.
c) confronto das provas.
d) conclusões do Encarregado.
RELATÓRIO DO IPM – (art. 22)

3) SOLUÇÃO

a) constar se há indícios de prática de crime, e indiciar o militar, se for o


caso (indícios suficientes de autoria e materialidade)

b) manifestar-se sobre a conveniência da prisão preventiva (CPPM)

c) constar se há indícios de prática de transgressão disciplinar


OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO

Após a conclusão das apurações, o encarregado encaminha os autos ao


Comandante da Unidade:

1) No número de folhas, não contar a folha do ofício de encaminhamento.

2) Deve-se colher recibo de entrega dos autos na Unidade (P/1, Sect, SRH,
SJD ou equivalente).
SOLUÇÃO (ART. 22 - CPPM)

A autoridade delegante:
• Concorda (fazendo a homologação) ou discorda (e avoca) da
solução:
- Aplica a penalidade (infração disciplinar).
- Determina novas diligências.
- Ou dá solução diferente (avocando).

• Remessa do IPM à AJME onde ocorreu a infração penal


(art. 23, do CPPM).
Mudanças trazidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime)

Acrescentou os artigos 14-A no CPP e Art. 16-A no CPPM.


Nos casos de uso de força letal (consumada ou tentada e em caso de excludentes),
decorrente do exercício das suas atribuições, os militares estaduais investigados
em inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais,
poderão constituir defensor.

O militar estadual, nesse caso, deverá ser citado da instauração do procedimento


investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação.
Mudanças trazidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime)

Acrescentou os artigos 14-A no CPP e Art. 16-A no CPPM.


Nos casos de uso de força letal (consumada ou tentada e em caso de excludentes),
decorrente do exercício das suas atribuições, os militares estaduais investigados
em inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais,
poderão constituir defensor.

O militar estadual, nesse caso, deverá ser citado da instauração do procedimento


investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 horas a contar do
recebimento da citação.

Caso o militar investigado não constitua, prevê a lei que a instituição a qual ele está
vinculado deverá fazê-lo no prazo de 48 horas.
Mudanças trazidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime)
O Presidente da República havia vetado diversos dispositivos da lei, dentre eles os
§§ 3º, 4º e 5º, mormente, no que se refere a assistência por parte da Defensoria
Pública.

Ocorre que, no dia 30/04/2021, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a
derrubada dos 16 vetos por parte do Congresso Nacional.

Com a promulgação, a lei passa a prever que os profissionais da área de segurança


pública, quando investigados por crimes com força letal no exercício da profissão,
poderão contar com a assistência de um defensor público, caso não indiquem um
advogado.
No âmbito institucional, foi editada a Instrução de Corregedoria n. 09 (não é conjunta com o BM) com o fito
de regular os termos do Acordo de Cooperação Técnica n. 08/2022 - DPMG-PMMG – que trata da atuação da
Defensoria Pública na assistência jurídica de militares nos casos relacionados ao Art. 16-A do CPPM.
OBRIGADO!

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