Trab 1169704
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Juliana Silva Rodrigues Cabral(1); Edson Luiz Souchie (2); Vinícius de Melo Benites(3) & Manuel
Gabino Crispin Churata Masca(4)
(1) Estudante de Tecnologia em Produção de Grãos, Bolsista PIBIC / CEFET - Rio Verde. Cx. P. 66, 75901-970, Rio Verde,
GO. E-mail: [email protected] (apresentador do trabalho); (2) Prof. Dr. CEFET - Rio Verde. Cx. P. 66, 75901-970, Rio
Verde, GO, E-mail: [email protected]; (3) Pesquisador Embrapa Solos. Rua Jardim Botânico, 1.024, 22460-000,
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, E-mail: [email protected];
(4) Prof. Dr. UFG / Campus Avançado de Jataí, Centro de Ciências Agrárias, Cx. P. 03, BR 364, Km 192, nº 3800, 75800-
000, Jataí, GO. E-mail: [email protected]
Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (FAPED)
RESUMO: Este trabalho objetivou avaliar o efeito solos ácidos, predominantes no Cerrado brasileiro,
de fontes fosfatadas, ácidos húmicos e fungos a maior parte do P forma complexos com os óxidos
solubilizadores de fosfato em trigo cultivado em solo de Fe e Al.
de Cerrado. O experimento foi instalado em Alguns microrganismos edáficos apresentam
delineamento inteiramente casualizado com 7 a capacidade de solubilizar fosfatos pouco solúveis
tratamentos: 1) ácidos húmicos (30 kg ha -1); 2) favorecendo a nutrição vegetal. Apesar da
ácidos húmicos + fosfato de Arad (800 kg ha -1); 3) predominância de bactérias solubilizadoras de fosfato
ácidos húmicos + pó de basalto (526 kg ha -1); 4) (BSF) no solo, geralmente os fungos (FSF)
fosfato de Arad; 5) pó de basalto; 6) FSF (108 UFC apresentam maior potencial de solubilização (Moreira
mL-1), 7) testemunha e 4 repetições. As espécies de et al., 2006). O tipo de solo, a espécie e a idade das
fungo usadas foram: um isolado de Penicillium sp e plantas afetam a população de solubilizadores
um de Aspergillus sp. A combinação de fosfato de (Sylvester-Bradley et al., 1982; Nahas et al., 1994;
Arad e ácidos húmicos incrementou o Souchie et al., 2006). O processo de solubilização
desenvolvimento de trigo. A inoculação de FSF não ocorre devido à liberação de ácidos orgânicos tanto
se mostrou efetiva para beneficiar o desenvolvimento pelas raízes de algumas plantas, como o guandu (Ae
de trigo. et al., 1990), mas, principalmente, por bactérias e
fungos do solo que atuam diretamente na
Palavras-chave: Cerrado, solubilização de fosfatos, mineralização do P orgânico ou na solubilização do P
húmus. mineral, liberando fosfatos solúveis que podem ser
absorvidos pelas plantas.
INTRODUÇÃO A atuação dos FSF no cic lo do P e sua influência
Na agricultura praticada em solos tropicais a na nutrição vegetal devem ser mais exploradas, pois
disponibilidade de fósforo (P) às plantas, geralmente influenciam desde as transformações de P no solo ou
é um dos maiores fatores limitantes. na rizosfera até sua absorção e translocação na
Predominantemente, esses solos encontram-se em planta. O uso de fontes fosfatadas pouco solúveis
avançado grau de intemperismo, sendo requeridas aliado à inoculação de FSF pode tornar-se uma
pesadas adubações fosfatadas para obter prática estratégica para amenizar custos com
produtividade satisfatória das culturas. O nitrogênio adubação.
(N), o P e o potássio (K) são os três elementos As substâncias húmicas influenciam
aplicados em maior escala na adubação. Nas indiretamente as propriedades químicas, físicas e
recomendações de adubação, geralmente, a biológicas do solo, fornecendo nutrientes às plantas a
proporção de P é igual ou maior do que aquelas de N partir de sua mineralização. Efeitos diretos de sua
e K. aplicação sobre o crescimento e metabolismo das
O P dos fertilizantes solúveis reage de modo plantas têm sido descritos para ácidos fúlvicos e
mais ou menos rápido com o solo, sendo convertido húmicos. Segundo Silva Filho et al. (2002), os ácidos
em formas que as plantas não absorvem. Na maioria húmicos aumentam a absorção de nutrientes pela
dos
2
50
a
30
b b
20
10
0
fosfato de arad pó de basalto controle
Fontes fosfatadas
Figura 1. Altura de plantas de trigo adubadas com fontes de fosfato. Médias seguidas de mesma letra, não diferem
entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade
Tabela 1. Matéria seca de parte aérea de plantas de trigo adubadas com fontes fosfatadas na ausência e
presença de ácidos húmicos
Fontes fosfatadas Ácidos húmicos
Ausência Presença
Controle 78,15 a 94,13 b
Fosfato de Arad 479,03 a 1265,47 a
Pó de basalto 83,27 a 67,37 b
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Tabela 2 - Volume de raízes de plantas de trigo adubadas com fontes de fosfato na ausência e presença de
ácidos húmicos
Fontes fosfatadas Ácidos húmicos
Ausência Presença
Controle 3,00 a 4,25 b
Fosfato de Arad 9,25 a 40,25 a
Pó de basalto 2,75 a 1,75 b
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Tabela 3 - Matéria seca de raízes de plantas de trigo adubadas com fontes de fosfato na ausência e
presença de ácidos húmicos
Fontes fosfatadas Ácidos húmicos
Ausência Presença
Controle 29,33 a 44,03 b
Fosfato de Arad 75,63 a 854,47 a
Pó de basalto 30,10 a 22,90 b
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.
80
Extensão radicular (cm
a
70
60
planta-1)
50 b
40 b
30
20
10
0
fosfato de arad pó de basalto controle
Fontes fosfatadas
Figura 2 - Extensão radicular de plantas de trigo adubadas com fontes fosfatadas. Médias seguidas de mesma letra,
não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade