Apostila ESA 2021 NV
Apostila ESA 2021 NV
Apostila ESA 2021 NV
TEORIA E
EXERCÍCIOS
Curso de
Formação de
Sargentos
CONTEÚDO
Matemática
Português
ON-LINE
História e Geografia do Brasil
Inglês 10 horas de
Videoaulas
De acordo com o Edital nº 3/SCA,
de 23 de março de 2021
Escola de Sargentos das Armas
ESA
Curso de Formação e Graduação de
Sargentos
NV-001AB-21
Cód.: 7908428800352
Obra Produção Editorial
Organização
Dayverson Ramon
Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes
Capa
Projeto Gráfico
Edição:
Abril/2021
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Matemática - Função Linear, Função Afim e Função Quadrática,
Trigonometria e Geometria Plana
à Português - Leitura, Interpretação e Análise de Textos e Regência Norminal e
Verbal
à História do Brasil - Primeiro Reinado (1822-1831), Período Regêncial (1831-
1840) e Segundo Reinado (1840-1889)
à Geografia do Brasil - Floresta Amazônica e A Formação Territorial do Brasil e
sua Relação com a Natureza
à Inglês - Vocabulário - Phrasal Verbs e Artigo de Website - Research in English
Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.
Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
acesso ao conteúdo on-line.
MATEMÁTICA.......................................................................................................................15
TEORIA DOS CONJUNTOS E CONJUNTOS NUMÉRICOS................................................................ 15
Operações Fundamentais, Número de Divisores, Máximo Divisor Comum e Mínimo Múltiplo Comum ... 20
Operações Fundamentais................................................................................................................................ 25
Representação Fracionária e Decimal............................................................................................................. 25
NÚMEROS COMPLEXOS...................................................................................................................................31
FUNÇÕES............................................................................................................................................. 39
VARIAÇÕES DE SINAL.......................................................................................................................................47
MÁXIMOS E MÍNIMOS.......................................................................................................................................49
FUNÇÃO MODULAR............................................................................................................................ 49
INEQUAÇÕES MODULARES..............................................................................................................................50
FUNÇÃO EXPONENCIAL..................................................................................................................... 51
FUNÇÃO LOGARÍTMICA..................................................................................................................... 52
TRIGONOMETRIA ............................................................................................................................... 56
ARCOS NOTÁVEIS..............................................................................................................................................57
REDUÇÃO...........................................................................................................................................................62
Redução ao 1º Quadrante................................................................................................................................ 62
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS........................................................................................................................64
TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO...................................................................................................................73
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES..............................................................................................................................73
FATORIAL...........................................................................................................................................................78
Definição e Operações...................................................................................................................................... 78
PROBABILIDADE................................................................................................................................. 83
PROBABILIDADE CONDICIONAL......................................................................................................................86
MATRIZ INVERSA..............................................................................................................................................94
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS.............................................................................................................................102
PERPENDICULARIDADE ENTRE DUAS RETAS, ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE RETA E PLANO..............107
PRISMAS..........................................................................................................................................................108
CILINDRO..........................................................................................................................................................111
CONE.................................................................................................................................................................112
ESFERA.............................................................................................................................................................114
PONTO..............................................................................................................................................................116
O Plano Cartesiano, Distância entre dois Pontos, Ponto Médio de um Segmento e Condição de
Alinhamento de três Pontos........................................................................................................................... 116
RETA.................................................................................................................................................................117
CIRCUNFERÊNCIA...........................................................................................................................................120
ELIPSE .............................................................................................................................................................125
Definição.......................................................................................................................................................... 125
Equações......................................................................................................................................................... 125
Posições Relativas entre Ponto e Elipse....................................................................................................... 125
Posições Relativas entre Reta e Elipse.......................................................................................................... 125
HIPÉRBOLE......................................................................................................................................................127
Definição.......................................................................................................................................................... 127
Equações da Hipérbole ................................................................................................................................. 127
Posições Relativas entre Ponto e Hipérbole................................................................................................. 127
Posições Relativas entre Reta e Hipérbole................................................................................................... 127
Equações das Assíntotas da Hipérbole........................................................................................................ 128
PARÁBOLA.......................................................................................................................................................129
Definição.......................................................................................................................................................... 129
Equações......................................................................................................................................................... 129
Posições Relativas entre Ponto e Parábola.................................................................................................. 129
Posições Relativas entre Reta e Parábola .................................................................................................... 130
ÂNGULO............................................................................................................................................................133
QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS..........................................................................................................................146
INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO.....................................................................................................................151
POLINÔMIOS ....................................................................................................................................154
FUNÇÃO POLINOMIAL....................................................................................................................................154
FONÉTICA........................................................................................................................................................168
PARTIÇÃO SILÁBICA.......................................................................................................................................169
ORTOGRAFIA...................................................................................................................................................169
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................................170
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................................171
MORFOLOGIA ...................................................................................................................................174
MORFOSSINTAXE.............................................................................................................................178
SINTAXE DE COLOCAÇÃO...............................................................................................................................198
INTRODUÇÃO À LITERATURA.........................................................................................................211
LITERATURA BRASILEIRA................................................................................................................215
BARROCO.........................................................................................................................................................216
ARCADISMO.....................................................................................................................................................217
ROMANTISMO.................................................................................................................................................217
REALISMO........................................................................................................................................................218
NATURALISMO................................................................................................................................................219
IMPRESSIONISMO...........................................................................................................................................219
PARNASIANISMO............................................................................................................................................220
SIMBOLISMO...................................................................................................................................................220
PRÉ-MODERNISMO E MODERNISMO............................................................................................................221
TEXTO E CONTEXTO.......................................................................................................................................250
O TEXTO NARRATIVO......................................................................................................................................251
A CRÔNICA ARGUMENTATIVA.......................................................................................................................257
A ARGUMENTAÇÃO E A PERSUASÃO............................................................................................................258
O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO................................................................................................258
O PARÁGRAFO.................................................................................................................................................259
BRASIL IMPERIAL.............................................................................................................................281
OS PARTIDOS POLÍTICOS................................................................................................................282
BRASIL REPÚBLICA..........................................................................................................................283
ASPECTOS ADMINISTRATIVOS, CULTURAIS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS, REVOLTAS,
CRISES E CONFLITOS......................................................................................................................................283
O TERRITÓRIO NACIONAL...............................................................................................................304
INGLÊS................................................................................................................................. 347
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ..................................................................................................347
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO...........................................................................................................352
SINONÍMIA E ANTONÍMIA...............................................................................................................354
SINGULAR E PLURAL........................................................................................................................361
COMPARATIVO E SUPERLATIVO.....................................................................................................364
z Analítica,
MATEMÁTICA z Sintética;
z Diagrama de Euler-Venn (ou simplesmente Diagrama).
C A B
1
2 3
1
Dados dois conjuntos A e B, chama-se Intersecção
de A e B o conjunto formado pelos elementos que per-
tencem a A e a B (conjunção lógica).
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
2 3 utilizada neste contexto é a seguinte: A ∩ B = {x / x ∈ A
e x ∈ B} (Lê-se: os elementos do conjunto A intersecção
com B são representados por x, tal que x pertence a A e
x pertence a B).
Por diagramas poderíamos representar esta situa-
18 Figura 6. Partição do conjunto C, com elementos tomados 3 a 3 ção da seguinte maneira:
A B A B
A B
A B A B
MATEMÁTICA
Dica
O símbolo do conjunto dos números naturais é
a letra N e podemos ter ainda, o símbolo N*, que
representa os números naturais positivos, isto é,
excluindo o zero.
+ + + + + +
- - + - - +
+ - - + - -
- + - - + -
z A multiplicação de números de mesmo sinal tem z A divisão de números de mesmo sinal tem resulta-
resultado positivo. do positivo.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
z A divisão de números de sinais diferentes tem
z A multiplicação de números de sinais diferentes resultado negativo.
tem resultado negativo. Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
30 5
z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou
0 6
seja, a ordem não altera o resultado.
Resto Quociente
Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.
Dividendo = Divisor × Quociente + Resto
z Propriedade associativa: (A x B) x C é igual a (C x B)
30 = 5 · 6 + 0
x A, que é igual a (A x C) x B.
As principais propriedades da operação de divisão.
Ex.: (3 x 4) x 2 = 3 x (4 x 2) = (3 x 2) x 4 = 24.
Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
propriedade.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por
z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
qualquer número, este número permanecerá
propriedade.
inalterado.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
Ex.: 15 x 1 = 15. tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
por 1, o resultado será o próprio número.
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
números inteiros sempre gera um número inteiro. Ex.: 15 / 1 = 15.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Z N
Qualquer número inteiro é possível obter o seu ante-
cessor. Basta subtrair 1 unidade. Veja: o antecessor
de 35 é o 34. O antecessor de 0 é -1. E o antecessor de
-299 é o -300. Resposta: Certo.
4. (FGV – 2016) Durante três dias, o capitão de um navio Razões e proporções, grandezas diretamente e
atracado em um porto anotou a altura das marés alta indiretamente proporcionais e porcentagem
(A) e baixa (B), formando a tabela a seguir.
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
A B A B A B A B A B A entre elas, veja:
1,0 0,3 1,1 0,2 1,3 0,4 1,4 0,5 1,2 0,4 1,0
2
5
A maior diferença entre as alturas de duas marés con-
secutivas foi Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está
para 5”).
a) 1,0. Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
b) 1,1.
c) 1,2. 2 4
d) 1,3. =
3 6
e) 1,4.
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se “2
Vamos calcular as diferenças entre os valores da está para 3 assim como 4 está para 6”).
tabela. Veja: Os problemas mais comuns que envolvem razão
0,3 – 1 = -0,7 e proporção é quando se aplica uma “variável” qual-
1,1 – 0,3 = 0,8 quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o
0,2 – 1,1 = -0,9 valor dela. Veja o exemplo:
1,3 – 0,2 = 1,1
0,4 – 1,3 = -0,9 2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
=
1,4 – 0,4 = 1 3 6
0,5 – 1,4 = -0,9
Para resolvermos esse tipo de problema devemos
1,2 – 0,5 = 0,7
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
0,4 – 1,2 = -0,8
ção: “produto dos meios pelos extremos”.
1,0 – 0,4 = 0,6
Note que a maior diferença é 1,1. Resposta: Letra D. Meio: 3 e x
Extremos: 2 e 6
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe:
O conjunto dos números reais contém os números
racionais (naturais, inteiros e fracionários) e os números 3·X=2.6
irracionais, e é representado pela letra ℜ . Pode-se ilus- 3X = 12
trar a relação entre todos os conjuntos com o seguinte X = 12/3
26 diagrama: X=4
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol- Vejamos um exemplo:
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
priedade fundamental. Porém, algumas questões x
=
2
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser 14 - x 5
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. x + 14 - x = 2 + 5
Vamos a elas. x 2
14 7
Propriedade das Proporções =
x 2
z Somas Externas 7 . x = 2 · 14
a c a+c x = 14 · 2 = 4
= =
b d b+d 7
Vamos entender um pouco melhor resolvendo um Portanto, encontramos que x = 4.
questão-exemplo: Observação: vale lembrar que essa propriedade
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê- também serve para subtrações internas.
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- Soma com Produto por Escalar:
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na a c a + 2b = c + 2d
= =
fábrica. Quanto cada um vai receber? b d b d
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
Diego vai receber, temos: proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
C D empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.
= Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o
3 2
prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos:
Utilizando a propriedade das somas externas: A B
=
2 3
C D C+D
= = Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
3 2 3+2
funcionários na categoria B, podemos escrever que a
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
então podemos substituir na proporção:
2A + 3B = 13.000
C D C + D = 10.000 = 2.000
= =
3 2 3+2 5 Agora multiplicando em cima e embaixo de um
lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de 2A 3B
Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das =
4 9
partes dentro da proporção. Veja:
Aplicando a propriedade das somas externas,
C = 2.000 podemos escrever o seguinte:
3
2A 3B = 2A + 3B
C = 2000 x 3 =
4 9 4+9
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
D = 2.000 Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
2 porção, temos:
D = 2.000 x 2
2A 3B = 2A + 3B = 13.000 = 1.000
D = 4.000 (esse é o valor de Diego) =
4 9 4+9 13
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ber R$4.000. Logo,
X = 60.000 a) 43 homens
4 b) 45 homens
X = 60.000 x 4 c) 44 homens
X = 240.000 d) 46 homens
e) 47 homens
Inversamente proporcional
A razão entre o número de mulheres e o número
total de alunos é de 5/8:
É um tipo de questão menos recorrente, mas não
menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
M 5
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um T
=
8
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo: A turma tem 120 alunos, então: T = 120
Exemplo: Fazendo os cálculos:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. M
=
5
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- T 8
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- M 5
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao =
120 8
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso 8 x M = 5 x 120
cálculo, veja: 8M = 600
X + X + X = 740.000 M = 600
4 5 6 8
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl- M = 75
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- A quantidade de homens da sala:
28 mos a fração. 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas W= 267-44
com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número W= 223
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes- son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é 4. (CESPE - 2018) A respeito de razões, proporções e ine-
quações, julgue o item seguinte.
a) 30. Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam
b) 29. R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham,
c) 28. para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
d) 27. cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes-
e) 26. sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500.
= 5 79x = 7.900
120 4x - 2
= 6
121 +
5x 2 1 - 8
x = 600
4x - 2 5 Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio-
=
5x + 1 8 nal a:
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
32x – 16 = 25x + 5 9x
7x = 21 2
x=3 Basta substituirmos o valor de X na proporção.
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
valor de X na primeira equação: 9x 9 x 600 = 2.700
9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse 2
=
2
grupo. Resposta: letra D.
(valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).
3. (IBADE - 2018) Três agentes penitenciários de um Resposta: Errado.
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais 5. (IESES - 2019) Uma escola possui 396 alunos matricu-
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que lados. Se a razão entre meninos e meninas foi de 5/7,
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária determine o número de meninos matriculados.
de cada um, em ordem crescente de valores.
a) 183
a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00. b) 225
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00. c) 165
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. d) 154
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00. Total de alunos = 396
Meninos = H
Meninas = M
D + A + W = 721
A = D + 36 Razão: H 5x
W = A - 44 +
M 7x
Substituímos Arley em Wanderson:
W= A - 44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
W= 36+D-44 12x é igual ao total que é 396
W= D-8 12x = 396
Substituímos na fórmula principal: x = 33
D + A + W = 721 Portanto o número de meninos será:
D + 36 + D + D – 8 = 721 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
MATEMÁTICA
Veja um exemplo:
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja,
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em
por Roberto?
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par-
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma
2 1
= taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da
8 4
parcela.
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
vamos multiplicar a fração por 100: Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
1 x 100 = 25%
4 ( ) CERTO ( ) ERRADO
{
Exs.: z1 = a1 + b1i e z2 = a2 + b2i
z1 = z2 ⟺ a1 = a2 e b1 = b2
a) z = 4 – 6i, Re(z) = 4 e Im(z) = – 6 (número imaginário).
2i 2
b) z = , Re(z) = 0 e Im(z) = (número imaginário Ex.: Se z1 = a + bi e z2 = – 9 + 4i, determine o valor
5 5
puro). de a e b, sabendo que z1 = z2
c) z = 12, Re(z) = 12 e Im(z) = 0 (número real).
Como z1 = z2, temos:
Potências de i
a + bi = – 9 + 4i
Sendo i = √– 1, podemos construir as seguintes
relações para as Potências de i: Portanto:
i0 = 1 a=–9eb=4
i =i
1
Conjugado de um Número Complexo
i = (√– 1) = –1
2 2
Dado um número complexo z = a + bi, chamamos
i3 = i2 ‧ i = (– 1) ‧ i = – i de Conjugado de z, o complexo z, tal que:
i4 = i2 ‧ i2 = (– 1) ‧ (– 1) = 1 z = a – bi
i5 = i4 ‧ i = 1 ‧ i = i
Observe que o conjugado tem apenas o sinal da
i6 = i5 ‧ i = i ‧ i = i2 = – 1 parte imaginária trocado e é representado por z.
i7 = i6 ‧ i = (– 1) ‧ i = – i Exs.:
z = 5 – 2i ⇒ z = 5 + 2i
Importante! z=i⇒z=–i
z=7⇒z=7
Observe que a cada quatro potências os resul-
tados se repetem, ou seja, as potências de i são
Observação: Veja que quando o complexo z tem
cíclicas somente a parte real o conjugado de z (z) será igual a
z. Essa é uma das propriedades do conjugado de um
Como consequência dessa repetição, podemos con- número complexo, que veremos a seguir.
cluir que só existem quatro valores possíveis para as
potências de i: Propriedades do Conjugado de um Número
Complexo
1) z1 + z2 = z1 + z2
Para efetuar a Divisão entre dois números com-
plexos é necessário reescrever a divisão como uma
2) z1 ‧ z2 = z1 ‧ z2
fração e racionalizar o denominador dessa fração.
Para fazer a racionalização da fração, multiplicamos
Adição de Números Complexos
o denominador da mesma pelo seu conjugado. Esta é
Sejam dois números complexos z1 = a1 + b1i e z2 = a regra prática para dividir dois números complexos.
a2 + b2i, a Soma z1 + z2 é o número complexo cujo a z1 z1 z2
parte real é a soma das partes reais de z1 e z2 e a parte = ‧
imaginária é a soma das partes imaginárias de z1 e z2. z2 z2 z2
z1
Ex.: Dados z1 = – 6 + 2i e z2 = 4 + 7i, determine z1 + z2 Ex.: Dados z1 = – 1 + i e z2 = 4 – 2i, determine
z2
z1 + z2 = (– 6 + 2i) + (4 + 7i) z1 (– 1 + i) (4 + 2i) (– 1 ‧ 4 – 1 ‧ 2i + 4 ‧ i + 2 ‧ i2)
= ‧ = =
z1 + z2 = – 6 + 2i + 4 + 7i z2 (4 – 2i) (4 + 2i) 42 – (2i)2
z1 + z2 = – 6 + 4 + 2i + 7i
z1 + z2 = – 2 + 9i [– 4 – 2i + 4i + 2 ‧ (– 1)] (– 4 + 2i – 2) – 6 + 2i
= = =
16 – 4i 2
16 – 4 ‧ (– 1) 16 + 4
Subtração de Números Complexos
– 6 + 2i 6 2i 3 i 3 i
Dados dois números complexos z1 = a1 + b1i e z2 = a2 =– + =– + =– + i
+ b2i, definimos a Subtração z1 – z2 como: 20 20 20 10 10 10 10
REPRESENTAÇÃO (FORMA) TRIGONOMÉTRICA DE
z1 – z2 = z1 + (– z2) = (a1 + b1i) + (–a2 – b2i) = (a1 – a2) + UM NÚMERO COMPLEXO
(b1 – b2) ‧ i
Norma e Módulo
Apesar do raciocínio ser análogo à adição, ou seja,
fazemos a operação entre parte real e parte real; e Denominamos Norma de um número complexo z
entre parte imaginária e parte imaginária, na sub- = a + bi ao número real não negativo N (z) = a2 + b2.
tração é importante se atentar a ordem em que os
números complexos são apresentados. Denominamos Módulo ou Valor Absoluto de um
Para um melhor entendimento da Dica acima, número complexo z = a + bi ao número real não nega-
segue um exemplo. tivo |z| = √N(z) = √a2 + b2 . O módulo de um número
complexo também pode ser representado da seguinte
Ex.: Dados z1 = 3 + i e z2 = – 5 – 2i, determine z1 – z2 maneira: ⍴ ou r.
z1 – z2 = (3 + i) – (5 – 2i) Ex.:
z1 – z2 = 3 + i – 5 + 2i
z1 – z2 = 3 – 5 + i + 2i z = 3 + 2i ⇒ N(z) = 32 + 22 = 9 + 4 = 13 e |z| = √13
z1 – z2 =– 2 + 3i z = – 6i ⇒ N(z) = 3 = 02 + (– 6)2 = 0 + 36 = 36 e |z| = √36 = 6
z = 2 ⇒ N(z) = 22 + 02 = 4 + 0 = 4 e |z| = √4 = 2
Multiplicação de Números Complexos z = √21 – i ⇒ N(z) = (√21)2 + (– 1)2 = 21 + 1 = 22 e |z| = √22
b2 + b1 ‧ a2) ‧ i 2) = , (z2 ≠ 0)
z2 |z2|
Ex.: Dados z1 = 2 + i e z2 = 5 + 3i, determine z1 ‧ z2 3) |z1 + z2| ≤ |z1| + |z2|
Utilizando o Teorema de Pitágoras, no triângulo z1 ‧ z2 = ⍴1 ‧ ⍴2 ‧ [cos (θ1 + θ2) + i ‧ sen (θ1 + θ2)]
retângulo, obtido no plano Argand-Gauss, temos que:
⍴ = √a2 + b2 [ (
z1 ‧ z2 = 2 ‧ 3 ‧ cos
π
5
+
3π
5 ) + i ‧ sen ( π
5
+
3π
5 )]
Consideremos nesse triângulo retângulo as seguin-
tes relações: z1 ‧ z2 = 6 ‧ cos [ ( ) 4π
5
+ i ‧ sen ( )]4π
5
a
cos θ = ⍴ ⇒ a = ⍴ ‧ cos θ Divisão de Complexos na Forma Trigonométrica
b
sen θ = ⍴ ⇒ b = ⍴ ‧ sen θ
Para efetuar a Divisão entre dois números com-
plexos em sua forma trigonométrica, basta dividir os
Sendo θ = arc tg (b/a) módulos e subtrair os argumentos, ou seja:
⍴ = √a2 + b2 = √12 + 12 = √1 + 1 = √2
Ex.: Dados z1 = 8 ‧ cos
5π
3 (
+ i ‧ sen
5π
3 ) e z2 = 4 ‧
( )
2π 2π z1
Calculando o argumento de z, temos: cos + i ‧ sen , calcular z
3 3
}
2
a 1 1 √2 √2 z1 ⍴1
cos θ = ⍴ = = ‧ = θ = 45º (porque o ponto = ⍴ ‧ [cos (θ1 – θ2) + i ‧ sen (θ1 – θ2)]
√2 √2 √2 2 z2
⇒ P(1,1) pertence ao 2
b 1 1 √2 √2
[ ( ) ( )]
sen θ = ⍴ = √2 = √2 ‧ √2 = 2 primeiro quadrante) z1 8 5π 2π 5π 2π
cos – –
z2 = 4 ‧ 3 3
+ i ‧ sen
3 3
[ ( ) ( )]
Logo: z1 3π 3π
cos + i ‧ sen
z2 = 2 ‧ 3 3
z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ)
z = √2 ‧ (cos 45º + i ‧ sen 45º) z1
O valor de θ, pode ser representado em graus ou = 2 ‧ (cos π + i ‧ sen π)
z2
radianos, por se tratar da medida de um ângulo. Em
muitos casos é mais simples trabalhar com graus ao Potenciação de Números Complexos
invés de radianos, levando em conta os valores do
seno e cosseno dos ângulos notáveis (30º, 45° e 60°). A forma trigonométrica se torna muito útil para
Neste contexto, uma outra resposta possível para o o cálculo de Potência de um número complexo. Para
exemplo acima seria: elevar um complexo a um expoente, basta elevar o
34
z = √2 ‧ ( cos
π
4
+ i ‧ sen
π
4 ) módulo a esse expoente e multiplicar o argumento
pelo mesmo expoente, ou seja:
zn = ⍴n ‧ [cos (n ‧ θ) + i ‧ sen (n ‧ θ)] Calculando o módulo de z, temos:
}
a 0
cos θ = ⍴ = 8 =0
Primeiramente vamos passar 2 + 2i para a forma ⇒ θ = 270°
b –8
trigonométrica: sen θ = ⍴ = 8 =–1
{b = 2
a=2 Então:
2 + 2i ⇒
}
a 2 1 √2 √2 θ = 45° (porque
( )
cos θ = = = ‧ = θ + 2 ‧ kπ θ + 2 ‧ kπ
⇒ o ponto P(2, 2)
⍴ 2 ‧ √2 √2 √2 2
n
√z = n√⍴ ‧ cos + i ‧ sen
b 2 1 √2 √2 pertence ao primeiro n n
sen θ = ⍴ = 2 ‧ √2 = √2 ‧ √2 = 2 quadrante)
Teremos:
Então:
{
∛– 8i = 2 ‧
3 3
a=0
– 8i ⇒
b=–8
∛– 8i = 2 ‧ cos (
720° + 270°
3
+ i ‧ sen
720° + 270°
3 ) 35
∛– 8i = 2 ‧ ( 990°
cos
3
+ i ‧ sen
990°
3 ) (
zk = 6√64 ‧
π + 2kπ
cos
6
+ i ‧ sen
π + 2kπ
6 )
∛– 8i = 2 ‧ (cos 330° + i ‧ sen 330°)
∛– 8i = 2 ‧ –
√3 1
(
– i
) [ (
zk = 2 ‧ cos
π
6
+k‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6
+k‧
π
3( )]
2 2
2 ‧ √3 2‧1 Fazendo k = 0, 1, 2, 3, 4 e 5, teremos:
∛– 8i = – i
2 2
∛– 8i = √3 – i Para k = 0,
Portanto:
[ (
z0 = 2 ‧ cos
π
6
+0‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6
+0‧
π
3( )]
∛– 8i = {2i, – √3 – i, √3 – i} z0 = 2 ‧ [
cos
π
6
+ i ‧ sen
π
6
= 2 ‧
2]
√3
+ 2 ‧
1
2
i
z0 = √3 + i
Forma Exponencial de um Número Complexo
Para k = 1,
Um número complexo escrito na forma trigono-
[ ( ) ( )]
métrica z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ), pode ser escrito na π π π π
Forma Exponencial como: z1 = 2 ‧ cos +1‧ + i ‧ sen +1‧
6 3 6 3
z = ⍴ ‧ eθi z1 = 2 ‧[cos
π
2
+ i ‧ sen
π
2
= 2 ‧ 0
]+ 2 ‧ 1i
z1 = 2i
Exemplo: Escreva na forma exponencial o com-
(
plexo: z = 2 ‧ cos
π
4
+ i ‧ sen
π
4 ) Para k = 2,
Se z = ⍴ ‧ eθi, [ (
z2 = 2 ‧ cos
π
6
+2‧
π
3 ) + i ‧ sen
( π
6
+2‧
π
3 )]
Logo: z = 2 ‧ e
π
4
i
[
z2 = 2 ‧ cos
5π
6
+ i ‧ sen
6
5π
=2‧
] ( ) –
√3
2
+2‧ i
1
2
z2 = – √3 + i
Forma Polar de um Número Complexo
Para k = 3,
Um número complexo na forma trigonométrica z
= ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ), pode ser indicado, de modo sim-
plificado, na Forma Polar: [ (
z3 = 2 ‧ cos
π
6
+3‧
π
3 ) (
+ i ‧ sen
)]π
6
+3‧
π
3
z=⍴θ [
z3 = 2 ‧ cos
7π
6
+ i ‧ sen
7π
6 ] ( ) ( )
=2‧ –
√3
2
1
+2‧ – i
2
z3 = – √3 – i
Ex.: Escreva na forma polar o complexo z = 4 ‧ (cos
45° + i ‧ sen 45°) Para k = 4,
Se z = ⍴ θ [ (
z4 = 2 ‧ cos
π
6
+4‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6
+4‧
( π
3 )]
[ ]
Logo: z = 4 45° 3π 3π
z4 = 2 ‧ cos + i ‧ sen = 2 ‧ 0 + 2 ‧ (– 1)i
2 2
Equações Binomiais z4 = – 2i
axn + b = 0 [ (
z5 = 2 ‧ cos
π
6
+5‧
π
3 ) π π
+ i ‧ sen
6
+5‧
3 ( )]
Sendo a, b ∈ C, a ≠ 0 e n ∈ N [
z5 = 2 ‧ cos
11π
6
+ i ‧ sen
11π
6
=2‧
√3
2 ] ( ) ( )
1
+2‧ – i
2
z5 = √3 – i
Podemos resolver qualquer equação binomial, iso-
lando xn e aplicando a definição de radiciação em C. Portanto o conjunto solução da equação x6 + 64 =
0 é:
Para um melhor entendimento, vamos ver um
exemplo a seguir. S = {√3 + i, 2i, – √3 + i, – √3 – i, – 2i, √3 – i}
Ex.: Vamos calcular as raízes da equação: x6 + 64
=0 Equações Trinomiais
z Dizemos que xn = y;
z0 = 2 ‧ ( cos
π+2‧0‧π
3
+ i ‧ sen
π+2‧0‧π
3 )
z Encontramos as raízes da equação ay2 + by + c = 0;
z Logo após fazemos a substituição em xn = y1 e xn =
y2, encontrando assim as raízes.
(
z0 = 2 ‧ cos
π
3
+ i ‧ sen
π
3)
z0 = 1 + i √3
xn = y1 ⇒ x3 = 1 ⇒ x = ∛1 z2 = 2 ‧ ( cos
π+2‧2‧π
3
+ i ‧ sen
π+2‧2‧π
3 )
Como z = 1, o valor do seu módulo é 1 e o argumen-
to é zero.
z2 = 2 ‧ ( cos
5π
3
+ i ‧ sen
) (
5π
3
=2‧
1
2
–i
2)
√3
z2 = 1 – i√3
Logo teremos:
Logo o conjunto solução da equação x6 + 7x3 – 8 =
( )
2kπ 2kπ 0, será:
zk 1 ‧ cos + i ‧ sen
{ }
3 3
1 √3 1 √3
S= 1, – +i ,– –i , 1 + i√3, –2, 1 – i√3
Fazendo k = 0, 1 e 2, teremos: 2 2 2 2
Para k = 0,
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z0 = 1 ‧ ( 2‧0‧π
cos
3
+ i ‧ sen
2‧0‧π
3 )
z0 = 1 ‧ (cos 0 + i ‧ sen 0) = 1 + 0 1. (CESGRANRIO – 2010) Sejam w = 3 - 2i e y = m + pi
z0 = 1 dois números complexos, tais que m e p são números
reais e i, a unidade imaginária. Se w + y = -1 + 3i, con-
Para k = 1, clui-se que m e p são, respectivamente, iguais a:
z1 = 1 ‧ ( 2‧1‧π
cos
3
+ i ‧ sen
2‧1‧π
3 ) a)
b)
–4e1
–4e5
z1 = 1 ‧ cos
( 2π
3
1
+ i ‧
√3
sen
2π
3 ) c)
d)
2e1
2e5
z1 = – – i e) 4e–1
2 2
Partindo da igualdade inicial e substituindo os valo-
Para k = 2, res de w e y, fornecidos no enunciado, temos:
( )
W+y= -1+ 3i
2‧2‧π 2‧2‧π
z2 = 1 ‧ cos + i ‧ sen (3 – 2i) + (m + pi) = -1 + 3i
3 3
( )
4π 4π 3+m – 2i + pi = -1 + 3i
z2 = 1 ‧ cos + i ‧ (3 +m) + (-2 + pi) = -1 + 3i
3 3
1 √3 (3+m) + (-2 + p)i = -1 = 3i
z2 = – – i Fazendo a comparação por meio da igualdade,
2 2
temos que:
MATEMÁTICA
8 – 2i – 6 ‧ (– 1) 14 – 2i 14 2i 0 √3
= = = =7–i X
1 – (– i) 2 2 2
Logo o número z = a + bi é igual a z = 7 – i, onde a =
7 e b = – 1, Portanto a + b = 7 + (– 1) = 7 – 1 = 6Res-
posta: Letra D.
Assinale a alternativa que contém o valor do módulo
3. (UFMT – 2013) Considere os números complexos z1 desse número complexo.
= 1 + i e z2 = i2 ‧ z1, em que i é a unidade imaginária.
Subtraindo-se o argumento de z2 do argumento de z1, a) √3
obtém-se: b) 1
c) 0
5π d) 2
a)
4 e) 4
π
b)
4 Pelo plano de Argand-Gauss, temos o seguinte ponto
c) π P= (√3, 1), como a coordenada x do ponto é a parte
d) 2π real do número complexo e a coordenada y é a parte
imaginária, teremos o seguinte número complexo: z
Primeiramente vamos encontrar o valor de z2: = √3 + i, onde a = √3 e b = 1.
Calculando o módulo de z, teremos:
z2 = i2 ‧ z1
z2 = (– 1) ‧ (1 + i) ⍴ = √a2 + b2 = √(√3)² + 1² = √3 + 1 = √4 = 2
z2 = – 1 – i
Resposta: Letra D.
Agora vamos encontrar os argumentos de z1 e z2,
encontrando primeiro o valor do módulo de cada 5. (QUADRIX – 2018) O número complexo:
um deles:
( √32 + 12 i )
12
é igual a:
|z1| = √a² + b² = √(1)² + (1)² = √1 + 1 = √2
a) √3 + 1 i
|z2| = √a² + b² = √(– 1)² + (– 1)² = √1 + 1 = √2 2 2
b) 1 √3
Argumento de z1: 2 + 2 i
}
a 1 √2 c) √3 + i
cos θ = = = 2 π
|z1| √2
⇒θ= 4 d) i
b 1 √2
sen θ = = = 2 e) 1
|z1| √2
}
a –1 √2
fórmula de Moivre.
cos α = = =– 2 5π √3 1
|z1| √2
⇒α = Primeiramente vamos passar + i para a for-
4 2 2
b –1 √2
38 sen α =
|z1|
=
√2
=– 2 ma trigonométrica:
√3
2
+
1 i⇒
2 { a=
√3
2
eb= 1
2
DISTÂNCIA PERCORRIDA
(KM)
10 15 20 25
}
√3 taxi está em função da distância percorrida. Se cha-
a 2 √3
cos θ = = = 2 marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se
⍴ 1
⇒ θ = 30°
1 escrever então a fórmula que represente essa função:
b 2 1
sen θ = = 1 = 2 VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
⍴
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
Então
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da
z = p . (cos 0 + i . sem 0) = 1 . (cos 30° + i . sem 30°) função permite escrever a sua correspondente Tabe-
la, bastando substituir os valores D e obter seus res-
Logo, temos que:
pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na
( )
12
√3 1 Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
+ i = (1 + 0)
2 2 não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
( )
12
√3 1
+ i =1 tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se
2 2
tem todo elemento de A com um único respectivo em
Resposta: Letra E. B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
todo elemento de A existe um único respectivo em B,
FUNÇÕES
DEFINIÇÃO, DOMÍNIO, IMAGEM, CONTRADOMÍNIO,
FUNÇÕES INJETORAS, SOBREJETORAS E
BIJETORAS, FUNÇÕES PARES E ÍMPARES,
FUNÇÕES PERIÓDICAS, FUNÇÕES COMPOSTAS
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
𝑓: A → B
x ↦ 𝑓(x)
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B
x ↦ 2x
Importante!
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
é função.
x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2 41
RELAÇÕES ENTRE FUNÇÕES RAIZ DE UMA FUNÇÃO
A igualdade entre duas funções, é uma relação Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe-
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor de
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0.
as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A. basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as
funções de A em B definidas por: 1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
x+1
tesiano será:
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se:
1
𝑓(1) = 1 – 1 = 0 (x, y) = ,0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 2
𝑓(3) = 3 – 1 = 2
FUNÇÃO CONSTANTE, FUNÇÃO CRESCENTE,
e FUNÇÃO DECRESCENTE
32 – 1
g(3) = =2
3+1
{
y+1
mais de uma sentença e diferentes subdomínios. 𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
2
a) 𝑓(x) =
{ –x + 1, se x < –2
x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
–x + 1, se x > 1
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2
(Figura 10a);
O domínio da f é A que é a imagem de f , já o
–1
b) 𝑓(x) = { –x + 1, se x < 1
2
(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
domínio de f é B que é a imagem da f.
–1
(Figura 10a)
MATEMÁTICA
(Figura 10b) 43
Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.
GRÁFICOS, DOMÍNIO, IMAGEM, CARACTERÍSTICAS Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
ficiente angular for positivo e decrescente quando o
Função Linear e Afim mesmo for negativo.
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
b b
f ( x==
𝑓(x) ) axax →0x →
+ b+>b0 > > – x > −; ;
Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4). a a
f ( x= b b
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
𝑓(x) =) axax →0x →
+ b+<b0 < < – x < −; ;
a a
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1 adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue os sinais positivos e negativos da função.
44 na Figura 13. 2º caso: a < 0 (decrescente):
Tomemos como exemplo a inequação produto (x +
𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b;
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ; 2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x)
a a = 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos:
b b
f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;
a a x+2>0→x>–2 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
1
3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
3 a
{
2
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
3
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
x+2<0→x<–2 b
x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a
f3x(–x1=
1 b
)< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
fx <( x– = 1 b
3 a
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x)
2 a
{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ- S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
to delas são dadas por: 3
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
𝑓(x) · g(x) ≤ 0 Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-
De acordo com a regra de sinais do produto de tes delas são dadas por:
números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas
𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, > 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto g(x) g(x) g(x) g(x)
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou
𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. De acordo com a regra de sinais do quociente de
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu- números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
MATEMÁTICA
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0, ÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu- para uma dessas inequações pode ser encontrado da
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0, seguinte forma, seja a inequação quociente:
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) ·
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S = 𝑓(x)
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras ≥0
inequações produto. g(x) 45
Para o produto ser positivo temos duas situações:
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
f ( x=) ax + b > 0 →2x > − a ;
Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
f (3x 1 b
ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. 3 a
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
Por fim, a solução para a inequação quociente:
{
(x + 2)
≥1 S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{
(3X – 1) ℜ| 3 2
Funções Quadráticas
Assim temos:
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
𝑓(x) o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1 ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
g(x)
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +
Seguindo os dois passos acima temos: bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é
necessário mais que dois pontos, diferente do visto
anterior na construção da reta. Inicialmente encon-
– 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon-
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na
função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a
f3x( –x1= 1 b
) > 0 ax > b<0→ x<−
→ x+ ; concavidade da parábola está voltada para cima (a >
3 a 0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a
parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja,
quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto
(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto:
Logo, a solução para esse primeiro caso é:
3 1
(xv, yv) = ,–
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ 2 4
– b ± √∆
x=
2a
Com ∆ = b2 – 4ac.
Agora, teremos os casos para estudo do sinal da
Figura 14. Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com
(x v, y v = ^ 2 , – h e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
3 1 função quadrática, quando o coeficiente a é positivo
vértice: 4 (a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando
As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a ∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0
𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
Para ∆ < 0 temos:
[ ]
No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como
2
b ∆ não existe raiz real, logo a parábola não corta o eixo
𝑓(x) = a x+ – x (abscissa).
2a 4a2
– b ± √∆ Para ∆ = 0 temos:
x=
2a
a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun-
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2:
No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-
zes são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
eixo x (abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a
𝑓(x) = 0.
– (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
2·1 2
– (–3) + √1 3+1
x2 = = =2
2·1 2
Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1, Para ∆ > 0 temos:
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
b
f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x 0< x→
1 x > −2 ;
ou x > x }
Importante! a
a>0→
MATEMÁTICA
–(–1) – √25 b
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x
–2 > − ;
1
2·1 a
𝑓(x) = 0
fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
2
2·1 a
Logo no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x)
f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 → x > −
b
;
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor
√0 a
g(x) = 0 x =x = = 1 b
do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim,
1
f ( x=
) 2 ax + b < 0 → x < −
2 · (–1) a
;
concluímos para o estudo de sinal:
Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:
b
f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0< →
1 oux x>>−2} ;
a
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
b
;
a>0→ 𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
𝑓(x) b
f ( x= b
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<10< →
x <x2}< − ; ) ax + b < 0 → x < −
𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
a
;
a
Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
INEQUAÇÃO PRODUTO E INEQUAÇÃO QUOCIENTE g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
Inequações para Função Quadrática · g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.
+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0. No caso de inequação quociente faz-se o estudo
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
resultado para resolver essa inequação é encontrado
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo para uma dessas inequações pode ser encontrada da
dos valores de a e de delta temos algumas combina- seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0: > 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 +
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon-
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x)
= – x2 + 2x:
b
f ( x )
= ax + b > 0
∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a
∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓
∆ = b2 – 4ac →
f ( x=
2
b
) –(1) ax b 0 x ;
g
+ < → < −
fx( x==) ax +–b√9> 0 → x>− ;
= –1
b a
1
2·2 a
𝑓(x) = 0
1 b
) –(1)
f ( x= ax ++b√9< 0 →
= x<− ;
x2 =
2·2 2 a
x = –(2) – √4 = 2 b
f (1 x=
) ax + b > 0 → x > − ;
2 · (–1) a
g(x) = 0
No caso de inequação produto faz-se o estudo de f ( x= –(2) + √4 b
sinal de cada uma das funções quadráticas e define-se x2 =) ax + b < 0 → = 0x < − ;
2 · (–1) a
como solução de acordo com a regra de sinais do pro-
duto de números reais, temos que (+ × + = +); (– × – =
+); (+ × – = –), assim, um conjunto solução (S) para uma Para 𝑓(x) = 2x2 + x – 1, com ∆ > 0 e a > 0:
dessas inequações pode ser encontrada da seguinte
forma, seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o b b
b 1
; ( x=
− > xf → )0 >ax
b+ ba> 0
+x =)x
→ ( fx > − ;
produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e 𝑓(x) a
a
∆
−–b b −∆
− b–∆
−
(= yM ,)y
xM , (x )V==( )
v ,v,yyvv) = V
Vx(x V ,, V = ) vy , vx ( V =
) My , Mx (
M M
a22a
4a a44a2a
Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice Figura 15. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = |x|.
é dado por:
Para funções modulares com potência quadrática
−b b−∆
∆−–b −
–∆ como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-
(=
xM , yM ) (V(x
V= xv ,v ,yyv v)) = VV ,, V = ) vy , vx ( V )
My em
=
lar (
, Mxfunções definidas por duas sentenças:
MATEMÁTICA
a22a
4a a44a
2a
b
f 2( x=) ax + b > 0 → x > − ;
−∆ –((–3) –∆4−· 1 b· −2)
−–b( –3) x + 4x
( xv , yv ) =VV , , , V =
2 a
(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx ( 𝑓(x) =
f ( x2 =
)
–(x + 4x)
ax + b < 0 → x < −
b
;
2a2 · 14a 4 a· 14 a2 a
∆
−3− b−
b −∆1
( xv , yv ) =VV , ,– 4 V =
A essas duas funções encontramos as suas raízes:
(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx (
a224a a42a ∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16 49
–(4) – √16 b 3 b
fx( x==) ax2 ·+1b > 0=→
1
–4 x > − ;
a f3x( x+=)2 =ax
x –+1 b→>x 0
= –→ x > − ;
2 a
|3x + 2| = |x – 1| ⇔
fx( x==) –(4) + √16 b f3x( x+=)2 =ax 1 b
ax + b < 0 =→0 x < − ; –x + < x0=→– x < − ;
+ 1b →
2
2·1 a 4 a
b b
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença a a
b S = – ,–
b
o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para ; − < x → 0 < b+fx(a
) =
2x= )x (4f+b < 0 → x < −
ax
;
a a
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja,
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi-
E na situação de uma função modular, como a
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva-
lo de x abaixo: equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo-
res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
2 b ção é dada por:
x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
𝑓(x) =
f (2x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
–x – 4x, –4 < x < 0
a 3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no |3x + 2| = 2x – 3 ⇔ 1
f3x( x+= b
intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no )2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ;
5 a
intervalo entre –4 e 0 (Figura 16).
As raízes das sentenças definidas pela função
modular podem também ser chamadas de ponto (s) Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2,
de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}.
(funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse INEQUAÇÕES MODULARES
caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓)
= 𝔑+. Uma das propriedades de módulo para números
reais, em que para um número k > 0 tem-se |x| < k ⇔
–k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa proprie-
dade podemos resolver inequações modulares como
|3x – 2| < 4 e sua solução é:
2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3
b b
; − > x→f (0
x=)> bax
+2x
+ab >
=)0
x (→
f x > − ;
a a
b S= x∊ℜ|– <x<2
b
; − < x →f (x
0=)< bax
+3x
+ab <
=)0 f x < −
x (→ ;
a
a
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x
S = {–5, 1}
b
Caso tenhamos duas funções modulares, como a f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
x + 1, se x ≥ – 1
a
;
equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin- |x + 1| =
b
f ( x=
–x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
50 te forma: a
Para x ≥ –1 temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:
S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
FUNÇÃO EXPONENCIAL
GRÁFICOS, DOMÍNIO, IMAGEM, CARACTERÍSTICAS
DA FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARITMOS
DECIMAIS
z x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1;
z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 →
𝑓(x1) < 𝑓(x2); Figura 17. Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e
z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 < (b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ).
x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2);
z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
> 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente Equações Exponenciais
se, r > 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se, Equações exponenciais são aquelas equações onde
s > r; a incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x
= 2.
z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente
A forma de solucionar a equação exponencial é
se, α > 0;
deixando todas as potências com a mesma base, como
z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências
> 0; iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja,
z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
se, x1 > x2; Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu-
z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente ção o valor de x igual a:
se, b < 0;
z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen- 2x = 128 → 2x = 27→ x = 7
te se, x1 < x2. S = {7}
2+3x–2
O domínio da função exponencial é o conjunto Agora para a equação exponencial 52x = 1
dos reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊ temos x igual a:
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
MATEMÁTICA
valores positivos não nulos (reais não negativos e não 52x2+3x–2 = 1 → 52x2+3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0
nulo (ℝ*+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note, que no gráfico da ∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25
função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x, –b – √∆ –3 – √25b
pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ. Além disso, temos que o pon- f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –2
2 · 2a
1
to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y) 2a
= (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o gráfico para duas –b + √∆
fx( x==) ax –3 +√25b 1
funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente +b < 0 →= x<− ; =
(0 < a < 1), segue como na Figura 17. 2
2a 2 · 2a 2 51
b b
; − > x → 0 > b + x )xx=
a f (= )(1f ax
+b > 0 → x > − ; Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando
a a
b S = – 2, e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < − b;
ax
a
a 8 = 3 pois 23 = 8.
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie-
Inequações Exponenciais dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0:
x x x x
11 11
x x
logc b
≥→ ≥≥5 125
1125
521 ≥ 5≥2≥125 → (5 ) 3 –1 x
≥5 →5 ≥5
3 –x 3
loga b =
logc a
, mudança de base com quociente;
– b – √∆ b
– 5 – √121
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2 ·a
1
2a 2
– b + √∆
fx( x==) ax b
– 5 +√121 3
+b < 0 → = x<− ; =
2
2a 2 ·a2 2
b b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
+b > 0 → x > − ;
a a
b S = – 4,
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < − b;
ax
a
a
Inequações Logarítmicas
b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
𝑓(x) > g(x) se a > 1
a
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔
b
f ( x=
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
a
ou
b
Figura 18. Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2 f ( x=
) kax + b > 0 → x > − ;
𝑓(x) > a se a > 1
a
x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x). loga 𝑓(x) > k ⇔
f ( x= b
0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
a
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS b
0 < 𝑓(x) < a se a > 1
f ( x=
) ax k+ b > 0 → x > − ;
a
Equações logarítmicas são aquelas equações do loga 𝑓(x) > k ⇔
f ( x= b
) kax + b < 0 → x < − ;
𝑓(x) > a se 0 < a < 1
a
tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
A forma de solucionar a equação logarítmica é Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23,
deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan- para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x:
do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade
inversa e transformando em equação exponencial,
MATEMÁTICA
1b
Valores da característica (c) são dados da seguinte
– (–5) – √49
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x –> − ; forma:
2a
1
2·2
log 2,3 → c = 0 b
fx( x==) – ax
(–5) + √49 b
+ b < 0 →= x 3< − ; flog( x31,421
=) ax + b > 0 → x > − ;
a
a
1
2·2 →c=1
x>1
flog( x204 →c=2 b
Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0, =) ax + b < 0 → x < − ;
então a solução para g(x) ≤ 0 é: log 6542,3 → c = 3 a
log 0,2 → c = –1 b
;
b
− >
x
f (x
→ 0=)> b
ax 1ab >=)0x (→
++
x
x > −
f
b
; f ( x =) ax + b
log 0,035 → c = –2 > 0 → x > − ;
a
b S2 =
x∊ℜ|– ≤x≤3
a
a
0<x<1
b
; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
x
++ f
x< − ;
a
a
flog( x0,00405 → c = –3 b
=) ax + b < 0 → x < − ;
Assim, a solução da inequação logarítmica log2 log 0,00053 → c = –4 a
(2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções
acima: Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o
b b oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o
f ( x;=
) − ax1+xb→
> >0> →bx 5a− a=);x ( f
x
+>
a
S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3 zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga-
f ( x= b
)
;
a
ax
− 2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − =
a
); x ( f
rismo significativo.
Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m =
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c +
E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
m = 1 + 0,3692 = 1,3692.
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
Mantissas
Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então: N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
5
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > – 11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755
3 12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430
Como a solução x > 1 é também maior que: 14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014
5
x>– 16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
3 17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765
Logo temos o intervalo de solução para x sendo: 19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989
S = {x ∊ ℜ | x > 1} 20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
Logaritmos Decimais 22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou
pode ser escrita como potência de base 10, como: 24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962
a) 20 anos.
b) 25 anos.
c) 50 anos. TRIGONOMETRIA
d) 15 anos.
e) 10 anos. TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
(SENO, COSSENO E TANGENTE)
Resolvendo deixando todos log na mesma base:
P = 2000 · 50,1t → 50000 = 2000 · 50,1t → 50,1t
Consideremos um triângulo retângulo ABC, reto
50000 50 em A. Os outros dois ângulos B e C são agudos e com-
= = = 25 plementares, isto é, B + C = 90º.
2000 2
50,1t = 25 = 52 → 0,1t = 2 → Para ângulos agudos, temos por definição:
2 2 10
t= = =2· = 20 anos C
0,1 1 1
10
Resposta: Letra A.
b
5. (FAFIPA – 2016) Os valores de x que satisfazem a ine- a
quação (x2 + 2x -15 / x + 2 )≤ 0 pertencem a:
a) (-∞-5]U[-2,3].
b) (-∞-5]U(-2,3].
A c B
c) (-∞-5]U(-2,3).
d) (-∞-5)U[-2,3].
Figura 1. Triângulo Retângulo ABC
45°
3
L L√2
A 4 B 45°
a = ± 25 √2
a=±5 →sen 45° =
a=5 2
√2
Descartamos o valor negativo, pois estamos tratan-
Portanto: sen 45º =
do de medida e não existe medida negativa. 2
cateto oposto a B 3
� sen B = = AB l 1
5 cos B̂ = → cos 45° = → cos 45° = →
hipotenusa BC l√2 √2
MATEMÁTICA
cateto adjacente a B 3 √2
� cos B = = → cos 45° =
hipotenusa 5 2
cateto oposto a B 3 √2
� tg B = = Portanto: cos 45º =
cateto adjacente a B 4 2
57
AC l √3
tg B̂ = → tg 45° = → tg 45° = 1
AB l → sen 60° =
2
Portanto: tg 45º = 1
√3
Portanto: sen 60º =
Seno, cosseno e tangente de 60º 2
C
AM l l 1
.
cos  = → cos 60° = 2 → cos 60° = →
AC l 2 l
1
L L → cos 60° =
2
(L√3)/2 1
Portanto: cos 60º =
2
l 3
MC 2 l√3 2
60° 60° tg  = → tg 60° = l → tg 60° = . →
AM 2 2 l
L/2 M L/2
A B
→ tg 60° =√3
C Portanto: tg 60º = √3
AM l l 1
.
sen Ĉ = → sen 30° = 2 → sen 30° = →
60° AC l 2 l
M L/2 A 1
→ sen 30° =
Figura 4. Triângulo Equilátero ABC, com lados L 2
1
Portanto: sen 30º =
2
Em um triângulo equilátero qualquer, se l for a
l 3 l 3
medida de cada um dos lados, então, será a MC l√3 1
2 → cos 30° = . →
medida da altura, pois: cos Ĉ = → cos 30° = 2
AC l 2 l
l² = b l
2 → cos 30° =
l
2
+ (MC)² 2
2
l
(MC)² = l² - 3
4 Portanto: cos 30º =
2
4 2 l 2
(MC)² = l -
4 4 l
3 2 AM 2 l 2
(MC)² = l
3 → tg 30° =
tg Ĉ = → tg 30° = l →
4
MC 2 l√3
2
l 3
MC = 1 √3
2
→ tg 30° = → tg 30° =
Desta maneira, temos: √3 3
3
Portanto: tg 30º =
MC l 3 l√3 1 3
→ sen 60° = . →
sen  = → sen 60° = 2
58 AC l 2 1 Observações: Note que:
sen 30º = cos 60º = , cos 30º = sen 60º = , sen 45º = Exemplo: Determinar o valor de x, na figura abaixo:
2
cos 45º = D
2
Podemos construir a seguinte tabela:
x
45°
Seno 1 2 3 30°
2 2 2 A 60 B
Tangente 3 1 3
3 CB √3 CB 60· √3
tg 30° = = = = CB → CB = 20 · √3
60 3 60 3
Exemplo: Na figura abaixo, uma árvore é vista sob
um ângulo de 30°, a uma distância de 30m de sua base. Logo, podemos concluir que a medida de:
Considerando , a altura da árvore, em metros, é igual a:
BD = 20· 3 +x
a) 35
Pelo triângulo ABD, temos:
b) 17
c) 14
d) 28 BD ^ 20· 3 + xh
e) 30 tg 45° = =1= → 20 · 3 + x = 60 →
60 60
→ x = 60 - 20 · √3 →x = 20 · (3 - 3)
Portanto, x = 20 · (3 - 3)
sen2 x + cos2 x = 1
30°
Em um triângulo retângulo de catetos b e c e hipo-
30m
tenusa a temos, de acordo com o teorema de Pitágo-
ras: a2 = b2 + c2.
cateto oposto h √3
tg 30° = → tg 30°= → = A
cateto adjacente 30 3
B c
C sec²x = tg²x = 1
sen²x = cos²x = 1
sen2 x + cos2 x 1
A = =
sen2 x sen2 x
B c
sen2 x cos2 x 1
+ =
sen2 x sen2 x sen2 x
Figura 8. Triângulo Retângulo ABC, com catetos b e c e hipotenusa a
1 + cotg²x = cossec²x
b
b
tgx = c = a
senx cossec²x = 1 + cotg²x
c = cos x,
a
Portanto: cossec2 x = 1 + cotg2 x
sen x Logo, podemos construir a seguinte tabela:
Portanto: tg x = cos x
sen x
z Relação Fundamental: cotg (x) = cos x
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS
A cotangente de um ângulo agudo x é, por defini-
ção, o inverso da tangente. É representada com o sím-
bolo: cotg (x). Assim sendo, temos: sen2 x + cos2 x = 1
sen x
tg x = cos x
cotg (x) = 1
tg (x)
= sen x = 1 · sen x = sen x
1 cos x cos x
cos x
cos x cotg(x) = sen x
1
sec x = cos x
cossec2 x = 1 + cotg2 x
A secante de um ângulo agudo x é, por definição,
o inverso do cosseno. É representada com o símbolo
secx. Exemplo: Se 0º < x < 90º, então, a expressão
1
Portanto: sec x = cos x sen2 x + cos2 x
60 cos x é igual a:
sen2 x + cos2 x 1 UNIDADES DE MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS: O
= cos x = sec x
cos x GRAU E O RADIANO
Exemplo: Simplificando a expressão (tg x) · (cos x) ·
(cossec x), para 0º < x < 90º, obtém-se: Medida de um arco em Graus
sen x 1
(tg x) · (cos x) · (cossec x) = cos x · cos x· sen x = O arco de uma volta mede 360º e o arco nulo mede
0º. Assim sendo, o arco de 1 grau (representado pelo
sen x· cos x 1
= cos x · sen x = 1 símbolo 1º) é um arco igual a 360 do arco de uma vol-
ta. Os submúltiplos do grau são o minuto e o segundo.
3 O arco de um minuto (representado pelo símbolo l´) é
Exemplo: Sabendo que sen = 5 0º < x < 90º, calcu-
le as demais funções circulares de x. 1
um arco igual a 60 do arco de um grau.
3
Se sen x = 5 , temos que: Simbolicamente: 1º = 60´
3 2
sen²x + cos²x = 1 → b 5 l + cos2 x = 1 → O arco de um segundo (representado pelo símbolo
9
25 + cos x = 1
2
1
l´´) é um arco igual a 60 do arco de um minuto.
cos²x = 1 - 9 16
25 → cos²x = 25 → cos x= !
16
25 Simbolicamente: 1´= 60´´
4
cos x = ! 5 , como 0º < x < 90º, o cosseno assumirá
o valor positivo. Medida de um arco em Radianos
4
Portanto: cos x = 5 A medida de um arco, em radianos, é a razão entre
o comprimento do arco e o raio da circunferência
3 4 sobre a qual este arco está determinado. Assim, temos:
Se sen x = 5 e cos x = 5' , temos que:
3
senx 3 5 3
tgx= cos x " 54 = 5·4 = 4
5
3 B A
Se tg x = 4 temos que:
1 1 4 4
cotg x= tgx " 3 = 1· 3 = 3
4
4
Se cos x = 5 temos que:
1 1 5 5 Figura 10. Arco circular AB em uma circunferência de raio r
sec x = cos x " 4 = 1 · 4 = 4
5 AB
3 α = r , onde AB é o comprimento do arco
Se sen x = 5 temos que:
1 1 5 5 Observações:
cossec x = senx " 3 = 1 · 3 = 3
5 z O arco AB mede 1 radiano (1 rad), se o seu compri-
mento for igual ao raio da circunferência.
MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS z A medida de um arco, em radianos, é um número
real “puro” e, portanto, é costume omitir o símbolo
Arcos na Circunferência
rad. Ao dizer ou escrever que um certo arco mede
Seja uma circunferência, na qual são tomados dois 3, por exemplo, fica subentendido que sua medi-
pontos A e B. A circunferência ficará dividida em duas da é de 3 radianos, ou seja, que o comprimento do
partes chamadas Arcos. Os pontos A e B são as extremi- arco é o triplo da medida d do raio.
dades desses arcos. Quando A e B coincidem, um desses z O arco de uma volta, cuja medida é 360º, tem com-
arcos é chamado arco nulo e o outro, arco de uma volta. primento igual a 2 · π · r e sua medida em radianos
AB 2 · π ·r 2 π , 6, 28
será, portanto, 2 π pois α = r = r
B
r
Transformação de Graus em Radianos
α
MATEMÁTICA
b) 135º P
(II) (I) α
O r A (Origem) O A
π 3π
135c 3
135º · = 180c · π = 4 · π = (III) (IV)
180
4
c) 150º
π 5π REDUÇÃO
150c 5
150º· 180 = 180c · π = 6 · π =
6
Redução ao 1º quadrante
Para transformar radianos em graus, sem usar a
Vamos deduzir fórmulas para calcular funções tri-
regra de três, basta substituir π por 180º:
gonométricas de x, com x não pertencente ao 1º qua-
drante, relacionando x com algum elemento do 1º
quadrante (por isso o nome Redução ao 1º quadran-
te). A meta é conhecer sen x, cos x e tg x a partir de uma
7π tabela que dê as funções circulares dos reais entre 0 e
a) π .
6 2
0 0 1 0
7π
(315º) 2 2 -1
π -
2 2
(30º) 1 3 3 4
6
2 2 3
11π
(330º) -1 3 3
π 2 2
-
3
(45º) 2 2 1 6
4 2 2
2 π (360º) 0 1 0
π 180º 0 -1 0 3
z sen 120º =
2
7π 2
(210º) -1 3 3 z sen 135º =
- 2
6
2 2 3
1
z sen 150º = 2
5π 1
z sen 210º = - 2
(225º) -
2
-
2 1
4 2 2
2
z sen 225º = -
2
MATEMÁTICA
4π 3
(240º) z sen 240º = -
-
3 -1 3 2
2 2
3
3
z sen 300º = -
2
3π 2
(270º) -1 0 Não existe z sen 315º = -
2
2
1
z sen 330º = - 2 63
1
z cos 120º = - 2 sen (AP) = medida do segmento ON
2
z cos 225º = -
2 f :→
x sen x
1
z cos 240º = - 2
Tal que f(x)=sen x=ON . A definição é coerente com
1 aquela apresentada no triângulo retângulo.
z cos 300º = 2
2
z cos 315º = N
2
X
3
z cos 330º = senx
2 O
A
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Função Seno
y A
O x
B M
(II) (I)
C O r A (Origem)
x
(III) (IV) Figura 14. Circunferência de raio r com eixo dos senos, arcos e
triângulos retângulos
D
De fato, se:
O A
O=N O=N
A=P P A
senx = 0
senx = 0
P
N
A O A
O
N
P
0 < sen x < 1
0 < sen x < 1
x = 90° x = 270°
N=P
A O A
O
P=N
senx = 1(máximo)
senx = -1(mínimo)
P N
MATEMÁTICA
O A
O A
N P
f :→
x cos x
O=N
A=P
Tal que f (x) = cos x = OM. A definição é coerente
com aquela apresentada no triângulo retângulo.
senx = 0
y = senx
- π 3π
2 2
-2π -π 0 π π 2π
- 3π P
2 2
-1
X
O
M A
Figura 15. Função Seno
P cateto adjacente OM OM
cos x = = = = OM
hipotenusa OP 1
P
A
O
M O M A
P
cos x = 0
x = 90°
P 270° < x < 360°
A
M A
O=M O
P
cos x = 0
A A=P
O
O
M M
cos x = 1 (máximo)
-1 < cos x < 0
Notando que cos x = cos (x ± 2 π), pois x e x ± 2 π
são as medidas de arcos de mesma extremidade, e de
x = 180° acordo com a tabela do item anterior, concluímos que
o gráfico da função f: R→R tal que f (x) = cos x é:
y = cosx
A
O 1
π 3π
M=P - 3π - π
2 -π 2 2 π 2 x
-2π 0 2π
cos x = -1 (mínimo) -1
tg x > 0
T
x = 90°
tgx P
x
O
A
O A
∄ tg x
T
P 90° < x <180°
x P
O
A
O A
T
Figura 20. Circunferência de raio r com eixo das tangentes, arcos e
68 triângulos retângulos tg x < 0
x = 180° Tal que f(x) = tg x é:
y = tgx
P O A T π 3π
2 2 2π x
-π 0
- 3π
-2π π π
-
2 2
tg x = 0
T E o conjunto imagem é R.
O A
P
∄ tg x Figura 22. Triângulo Retângulo ABC
z AB e AC são os catetos;
O A
z AH é a altura relativa à hipotenusa;
b2 = a · n
A P T c2 = a · m
O a2 = b2 + c2
h2 = m · n
b·c=a·h
MATEMÁTICA
RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS EM UM
tg x = 0 TRIÂNGULO QUALQUER
“Em todo triângulo, as medidas dos lados são pro- x 100 x 100 2 2
→
= = →x· = 100 ·
porcionais aos senos dos ângulos opostos e a razão de sen 120° sen 45°
2
proporcionalidade é a medida do diâmetro da circun- 3 2 3
ferência circunscrita ao triângulo”. 2 2
Consideremos o triângulo ABC, inscrito na circun-
→ x = 100 · 3
ferência de raio R. Verifica-se que:
a b c 2
= = =2·R
sen A sen B sen C
100 · 3· 2 100 · 6
x= →x → x = 50 · 6 metros
2· 2 2
a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos A
b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B
c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos C Figura 26. Triângulo com ângulo de 60º e lados 10 e 15 metros
tg (a) - tg (b)
=c m·d n=
tg (a - b) = 3+ 3 3
1 + tg (a) ·tg (b) 3 3- 3
A partir dessas relações podemos construir a 3+ 3
seguinte Tabela Resumo: tg75° =
3- 3
tg (a) + tg (b)
tg (a + b) =
1 - tg (a) ·tg (b)
cos(a – b) = cos(a) · cos(b) + sen(a) · sen(b)
Desta maneira, podemos obter as fórmulas do arco
duplo.
Fórmulas de arco duplo são as expressões das fun-
sen(a + b) = sen(a) · cos(b) + sen(b) · cos(a) ções trigonométricas de arcos da forma 2a. É um caso
particular de adição de arcos. Para tanto, basta fazer b
= a nas fórmulas acima.
Vejamos abaixo como ficarão estas fórmulas:
sen(a – b) = sen(a) · cos(b) – sen(b) · cos(a)
z Cosseno de (2a)
MATEMÁTICA
cos(2a) = cos2 (a) – [ 1 – cos2 (a)] sen²x + cos²x = 1⇒ sen²x = 1- cos²x ⇒ sen²x = 1- b 3 l
4·senx 2
cos(2a) = cos2 (a) -1 + cos2 (a)
cos(2a) = 2 · cos2 (a) -1
Portanto, temos a 1ª variação: cos(2a) = 2 · cos2 (a) -1
16·se2 x
sen²x = 1 - 9 " 9 · sen²x = 9 -16 · sen²x → 9 · sen²x +
b) Substituindo cos2 a = 1 – sen2 a, temos:
16 · sen²x = 9
cos (2a) = cos2 (a) – sen2 (a)
cos (2a) = [1 – sen2 (a)] – sen2 (a) 9 9 3
cos (2a) = 1 – sen2 (a) – sen2 (a) 25 · sen²x = 9 → sen²x = 25 → senx ± 25 → senx = ± 5
cos (2a) =1 – 2 · sen2 (a)
Fazendo b = a, temos:
De I e II, vem que:
sen(a + a) = sen(a) · cos(a) + sen(a) · cos(a)
→ cosx 3 · senx → cosx 3 · b - 5 l → cosx= - 5
sen(2a) = 2 · sen(a) · cos(a) 4·senx 4 4 3 4
cosx = 3
Portanto: sen(2a) = 2 · sen(a) · cos(a)
Com os valores de senx e cos x, vamos encontrar
z Tangente de (2a)
sen(2x):
tg (a) + tg (b)
tg (a + b) = -
1 tg (a) ·tg (b)
sen(2x) = 2 · sen(x) · cos(x)
Fazendo b = a, temos:
sen(2x) = 2 · b - 5 l · b - 5 l
3 4
tg (a) + tg (a)
tg (a + a) =
sen(2x) = 2 · b 25 l
1 - tg (a) ·tg (a) 12
2·tg (a)
tg (2a) =
1 - tg2 (a) 24
sen(2x) = 25
2·tg (a)
Portanto: tg (2a) =
1 - tg2 (a) FÓRMULAS DO ARCO METADE
Logo, temos as seguintes fórmulas para arcos
duplos:
A partir das fórmulas anteriores podemos obter
sen x x
72 tg x = cos x Fazendo 2a = x, temos a = 2 .
Logo: Essas fórmulas são conhecidas como Fórmulas de
Werner.
sen² b 2 l =
x 1 - cos x Vejamos cada uma delas.
2
tg b 2 l = !
x 1 - cos x x π
, (Para 2 ≠ +kπ, k ∈ ℤ)
1 + cos x l 2 Equações Trigonométricas
Logo, temos as seguintes fórmulas para Arcos Consideremos f (x) e g (x) duas funções trigonomé-
Metade: tricas na variável x, com seus respectivos domínios.
Resolvemos uma equação trigonométrica f (x) = g (x)
FÓRMULAS DE ARCO METADE encontrando os números f (r) = g (r) que tornam a sen-
tença verdadeira. Vale ressaltar que r precisa perten-
cer aos respectivos domínios das funções.
sen b 2 l = !
x 1 - cos x Todas equações trigonométricas podem ser redu-
2 zidas em três equações fundamentais:
z sen α = sen β
cos b 2 l = !
x 1 + cos x z cos α = cos β
2
z tg α = tg β
seguinte relação:
TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO
α = β + 2kπ
As somas e subtrações trigonométricas podem ser ou
sen α = sen β →
transformadas em produtos, facilitando assim a reso- α = (π - β) + 2kπ
lução de muitos exercícios.
Para utilizar esse recurso, fazemos a aplicação de
fórmulas. Exemplos: Vamos resolver as seguintes equações: 73
α = β + 2kπ
π ou → α = ± β + 2kπ
z sen α = sen β = sen cos α = cos β →
5 α = -β + 2kπ
π ou 2
sen x = sen → z cos x =
5 2
π 4π
x = (π - ) + 2kπ = + 2kπ 2 π π
5 5 cos x = → cos x = cos →x=
2 3 3
π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = ± + 2kπ}
π 4π 3
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = = 2kπ}
5 5 z cos²x + cosx = 0
1
z sen²x = cos²x + cos x = 0 → cos x · (cos x + 1) = 0
4
1 1 1
sen²x =
4
→ senx = !
4
→ senx = ! →
2 cos x = 0 → cos x = cos ( π2 + 2kπ )
ou
1 π π
sen x = → sen x = sen →x=
2 6 6 cos x +1 = 0 → cos x = -1 → cos x = cos (π + 2kπ)
ou
→
π
sen x = -
1
2
→ sen x = sen π - (
π
6
)→ x = 5π
6
Logo: S = {x ∈ ℝ/x =
2
+ 2kπ ou x = π + 2kπ}
π ou
sen x = sen → α = β + 2kπ
6 ou → α = β + kπ
tg α = tg β →
α = (β + π) + 2kπ
x= π-(π
6
) + 2kπ =
5π
6
+ 2kπ
7π z tg x = - 3
x= + 2kπ
6
5π
sen x = sen → ou
6
2π 2π
tg x = - 3 → tgx = tg →x=
3 3
x= π-( 7π
6
) + 2kπ = - π6 + 2kπ
2π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + kπ}
3
z tg x + cotg x = 2
π 5π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = + 2kπ ou x=
6 6 1
tg x + cotg x = 2 → tg x + tg x = 2
7π π
= + 2kπ ou x = - + 2kπ}
6 6 tg²x + 1 = 2tg x → tg² x - 2tg x + 1 = 0
π
5π 7π 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ
S = {x ∈ ℝ/ 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ} 3
4 4
ou
1 π 4π
Exemplo: Vamos resolver a inequação sen x < + 2kπ < x < + 2kπ
2 2 3
ou
1
sen x <
2 3π
+ 2kπ < x < 2π + 2kπ
2
π 5π
0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ
6 6 π
S = {x ∈ ℝ/ 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ
π 5π 3
S = {x ∈ ℝ/0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
6 6 ou
3
Exemplo: Vamos resolver a inequação cos x > π 4π
2 + 2kπ < x < + 2kπ
2 3
3
cos x > ou
2
π 11π 3π
2kπ ≤ x < + 2π ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
MATEMÁTICA
6 6 2
S= {x ∈ ℝ/2kπ ≤ x <
π
+ 2π ou
11π
+ 2kπ < x < 2π + 2kπ} EXERCÍCIOS COMENTADOS
6 6
1. (IMA – 2015) O valor da expressão dada por:
1 tg30c + cotg30c
Exemplo: Vamos resolver a inequação cos x < - f(x) = 75
2 cossec 30c
2
é um número: 9
cos² β =
25
a) Irracional
b) Racional Negativo 9 3
cos² β = ! = ! , como β ∈ 1ºQ o cosseno é
c) Inteiro Positivo 25 5
positivo,
d) Inteiro Negativo 3
Logo, cos β = 5 = 0, 6
Partindo da expressão inicial e utilizando as rela- Vamos aplicar o mesmo conceito para encontrar o
ções fundamentais da trigonometria, temos: sen (θ)
tg30c + cotg30c
f(x) = 2 sen² θ + cos² θ = 1
cossec 30c
sen² θ = 1 - cos² θ
2 sen² θ = 1 - (0,5)²
1 tg 30c + 1 1
tg30c +
tg30c tg30c
2
tg 30c + 1 sen2 30c sen² θ = 1 -
4
f(x) = = = · 3
1 1 tg30c 1
2 2 sen² θ = 4
sen 30c sen 30c
2 3 3
c m
3 3 12 sen² θ = ! 4 = ! 2 , como θ ∈ 1ºQ o seno é
+1
·b l=
3 1
2
9
+1
1 9 1 positivo,
f(x) = · = · =
3 2 3 4 3 4
3 3 3 3 1, 7
Logo, sen θ = = = 0, 85
2 2
12 3 1 1 3
= · · = = Voltando a expressão inicial temos:
9 3 4 3 3
sen 2 β 2 · sen 2 (β) · cos (β) 0,8 · cos (β) 0,8 · 0,6
Como temos um número irracional sendo dividido = = =
sen 2 θ 2 · sen 2 (θ) · cos (θ) 0,5 · cos (θ) 0,5 · 0,85
por um racional, logo f (x) é irracional. Resposta:
Letra A. 0,48
= 0,425
≅ 1,13
2. (CESGRANRIO – 2018) Considere que sen β = 0,8 e
cos β = 0,5, θ, β ∈ [0, π ]. Considerando-se 1,7 como Resposta: Letra D.
2
aproximação para√3, o valor mais próximo do valor da
expressão: 3. (CRESCER CONSULTORIAS – 2018) Se as mediadas x
e y são os lados do triângulo isósceles abaixo, é corre-
to afirmar que o valor da expressão numérica x − y é:
sen 2 β
sen 2 ϴ y
é igual a:
x
a) 0,60 50 cm
b) 0,85
c) 0,97
d) 1,13
e) 1,32
a) Um número múltiplo de dois e diferente de zero
Vamos utilizar o conceito de arco duplo, lembrando b) Um número múltiplo de três e diferente de zero
que: c) Um número nulo
d) Um número irracional
sen (2a) = 2 · sen (a) · cos (a), logo:
Temos um triângulo retângulo isósceles, logo os
catetos possuem a mesma medida, portanto:
sen 2 β 2 · sen 2 (β) · cos (β) 0,8 · cos (β) x=y
= =
sen 2 θ 2 · sen 2 (θ) · cos (θ) 0,5 · cos (θ) Substituindo x por y e fazendo x – y, temos:
Precisamos encontrar agora cos (β) e sen (θ), usan- x–y=y–y=0
do o teorema fundamental da trigonometria, temos: Logo a diferença x – y é um número nulo.
Resposta: Letra C.
sen² β + cos² β = 1
cos² β = 1 - sen² β 4. (CPCON – 2017) Dados:
cos² β = 1 - (0,8)²
16 A cos y - cos x
76 cos² β = 1 - = ,x+y = 150° e x - y = 90°
25 2 1- 3
Encontramos A igual a: Um fotógrafo que ficará no canto A da plateia deseja
fotografar o palco inteiro e, para isso, deve conhecer
a) -1 o ângulo da figura para escolher a lente de abertura
b) – 2 + √3 adequada.
c) 2 - √3 O cosseno do ângulo da figura acima é:
d) - 2 - √3
a) 0,5
Primeiramente, vamos encontrar o valor de x e y b) 0,6
através de um sistema linear 2x2. c) 0,75
d) 0,8
e) 1,33
x + y = 150°
x - y = 90° Pela figura temos que o triângulo ABC é retângulo
em B. Podemos aplicar razão trigonométrica no
triângulo retângulo, porém antes precisamos do
Fazendo a soma das linhas temos: valor da hipotenusa (seguimento AC), calculando a
hipotenusa, temos:
2x = 240º AB = 15 e BC = 20, logo, temos:
240c AC2 = AB2 + BC2
x=
2 AC2 = 152 + 202
x = 120° AC2 = 225 + 400
AC2 = 625
Se x=120º, temos que: AC = ±√625
AC = ± 25, por se tratar de medida, consideraremos
x + y=150º somente o valor positivo.
y = 150º - x Portanto, AC = 25
y = 150º - 120º Aplicando razão trigonométrica no triângulo ABC,
y = 30º temos:
2· c - b - 1 lm 2· c m
3 3 1
+
2 2 2 2 3 +1
= →A =
1- 3
→A =
1-
CONTAGEM E ANÁLISE
1- 3 3
COMBINATÓRIA
^ 3 + 1h ^1 + 3h 3 +3+1+ 3 =4 + 2 · 3 = Um método muito utilizado na resolução de pro-
^1 + 3h ^ 3h
A= · =
1- 3 2
1-3
blemas matemáticos e probabilísticos é a teoria de
1² -
contagem e análise combinatória. Nela, desenvolvem-
-se técnicas de contagens de agrupamentos formados
3 = 4 + 2· 3 sob condições pré-estabelecidas.
=4 + 2 · = - 2- 3 À primeira vista pode parecer desnecessário o uso
-2 -2 -2
de técnicas de contagem de números ou elementos,
Resposta: Letra E. mas nem sempre a quantidade de elementos encon-
trada é pequena e nem trivial de enumerar, então a
5. (FGV – 2014) A plateia de um teatro, vista de cima aplicação de métodos de contagem se faz necessário.
para baixo, ocupa o retângulo ABCD da figura a seguir, Suponha que se queira contar a quantidade de ele-
e o palco é adjacente ao lado BC. As medidas do retân- mentos de um conjunto A, sendo ele um conjunto fini-
gulo são AB = 15m e BC = 20m. to de números de dois algarismos distintos, formados
a partir dos dígitos 1, 2 e 3. Nesse caso, o número de
elementos do conjunto A é de fácil enumeração, bas-
D C tando formar todos os elementos e depois fazer a con-
Teatro tagem. Logo, A={12,13,21,23,31,32} e assim o número
MATEMÁTICA
Definição e operações
n! = n ∙ (n – 1) ∙ (n – 2) ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1, para n ≥ 2.
Sendo que, para n=0 ou n=1, temos que os fatoriais (a1, b1), ⋯ ,(a1, bn) → n pares
são, respectivamente, 1! = 1 e 0! = 1. (a2, b1), ⋯ ,(a2, bn) → n pares
O cálculo do fatorial de n=5 é 5! ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120,
mas quando esse n tende a ser grande o cálculo do ∙
m linhas ∙
fatorial torna-se mais trabalhoso como para n=12, 12! ∙
= 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 479001600. Nesses casos
podemos simplificar e usar em algumas operações (am, b1), ⋯ ,(am, bn)
n pares
essa simplificação para facilitar o cálculo. Assim, →
temos o fatorial para n=12, 12! = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... 3 ∙ 2 ∙ 1 n+n+⋯+n=m∙n
= 12 ∙ 11!, generalizando temos:
(a2, a1, a3), ⋯ ,(a2, a7, a8) → 7 ∙ 6pares Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯, an},
chamamos de arranjo dos n elementos tomados r a r
8 linhas ∙ (1 ≤ r ≤ n) a qualquer sequência de r elementos ou
∙ toda r-upla formada com elementos de N todos distin-
∙
tos. Denotado por:
(a8, a1, a2), ⋯ ,(a8, a7, a6) → 7 ∙ 6pares
An, r =n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙[n – (r – 1)]
7 ∙ 6+7 ∙ 6+ ⋯ +7 ∙ 6=8 ∙ 7 ∙ 6 = 336 r fatores 79
Com simplificação fatorial temos: Em situações que envolvam condições de con-
tagem, como em anagramas de palavras, em que o
conjunto N = {a1, a2, ⋯, an} de n elementos, irão existir
n!
An, r alguns elementos iguais, ai = ajcom i ≠ j. Neste caso, uti-
(n – r)! liza-se a técnica de permutação com elementos repeti-
dos, de forma geral temos:
Na mesma definição de arranjo, se as r-upla orde-
nadas são formadas por elementos de N não necessa-
riamente distintos, temos a definição de arranjo com n!
Pnn₁, n₂, ⋯, nr =
repetição: n1!n2! ⋯ nr!
15 ∙ 14 ∙ 13 ∙ 12!
= 15 ∙ 14 ∙ 13 = 2730 .
12!
(x+a)3 = C3,0x3+C3,1x2a+C3,2xa2+C3,3a3.
( )
9
1 a) 3.
volvimento do binômio de Newton x + é:
x 2 b) 5.
c) 6.
a) 72.
d) 7.
b) 78.
e) 9.
c) 80.
d) 84.
e) 92. Seja o número de elementos dos conjuntos de empre-
sas dos polos A e B, respectivamente, n(A) = 72 e n(B)
= 54, se devemos ter o mesmo número de empresas
( )
9
1 em cada grupo e esse número seja o maior possível,
No desenvolvimento do binômio , o x+
x2 então a diferença entre o número de empresas do
termo independente é aquele cuja a potência é nula, polo A em relação a B é de 18. Retirando esses 18 do
assim o termo geral do binômio é: polo B temos os dois polos com a mesma quantidade
()
p de empresas, 54 tanto para A quanto para B. Desses
1
C9,p x9 – p = C9,p x9 – p (x –2)p = C9,p x9 – p x –2p = 54 podemos distribuir grupos de 18 empresas para
x2 cada polo, ficando então 3 grupos de 18 empresas
C9,p x9 – p –2p = C9,p x9 –3p para o polo A e B, sobrando mais um grupo de 18
empresas só do polo B, assim, o polo A ficou com 3
9 – 3p = 0 → p = 3 grupos de 18 empresas e o polo B com 4 grupos de
C9,3 x9 – 3∙3 = C9,3x0 = C9,3∙ 1 = 84 18 empresas.
Logo, número de grupos formados por 18 empresas
Logo, o coeficiente do termo independente, x0, é 84.
desses polos foi de 7. Resposta: Letra D.
Resposta: Letra D.
4. (QUADRIX – 2017) Um anagrama de determinada
2. (COMPERVE – 2017) Sete amigos montaram um gru-
po com o objetivo de estudar para um concurso públi- palavra é uma “palavra” — que pode ou não ter signifi-
co, mas estabeleceram a seguinte ressalva: o estudo cado — formada pelas mesmas letras da palavra dada
só aconteceria se pelo menos três deles estivessem inicialmente. Assim, a quantidade de anagramas que
presentes. O número de maneiras distintas que esse se pode formar com a palavra TERRACAP, de modo
grupo pode se reunir e estudar é: que as quatro primeiras letras sejam os anagramas de
RRAA — as letras repetidas da palavra dada — é:
a) 121.
b) 99. a) Inferior a 150.
c) 75. b) Superior a 150 e inferior a 160.
d) 63. c) Superior a 160 e inferior a 170.
d) Superior a 170 e inferior a 180.
Para solução do problema usaremos o princípio e) Superior a 180.
multiplicativo (formado de combinatório) e aditivo
da teoria de contagem. Seja o conjunto de amigos Fixando as letras repetidas no anagrama da pala-
A= {a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7} , sendo cada elemento um
vra TERRACAP, n=8 letras, como as quatro primei-
amigo, sabendo-se que a reunião do grupo acontece
ras letras, então temos duas situações de contagem,
com pelo menos 3 amigos, assim o conjunto solução
será a união de cinco situações possíveis, são elas: e após isso o uso do princípio multiplicativo entre
3 amigos entre os 7, 4 amigos entre os 7, 5 amigos eles, devido a interseção dos resultados pedidos.
entre os 7, 6 amigos entre os 7 e por fim com parti- Então fixando RRAA para as quatro primeiras pode-
cipação de todos os 7 amigos. Cada situação é con- mos usar a permutação com repetição para ver de
siderada uma combinação, visto que a permuta de quantas formas possíveis podemos permutar essas
posição entre os amigos no conjunto não interfere letras nas quatro primeiras do anagrama:
82 no resultado. Logo temos: n = 4; n1 = 2; n2 = 2
n! 4! 4 ∙ 3 ∙ 2! 4 ∙3 As probabilidades são úteis no desenvolvimento de
Pnn1,n2 = à P42,2 = = = =6 estratégias, como por exemplo, se as chances de lucro
n1!n2! 2!2! 2 ∙ 1 ∙ 2! 2 ∙1
são boas, os investidores sentem-se mais inclinados
Assim, temos 6 resultados possíveis para as 4 pri- a aplicar seu dinheiro, uma empresa pode negociar
meiras letras do anagrama. Para as outras 4 letras seriamente com um sindicato quando há forte amea-
que faltam, temos ainda a permutação das letras ça de greve ou pode investir em um novo equipamen-
TECP, Pn = n! à P4 = 4! = 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 24. Logo, pelo to, se há boa chance de recuperar o dinheiro.
princípio multiplicativo temos 6x24=144, que é infe- As probabilidades são utilizadas para exprimir a
rior a 150. Resposta: Letra A. chance de ocorrência de determinado evento e assim
modelando o acaso.
5. (FPS – 2017) Para a realização de certa cirurgia são
necessários 2 cirurgiões, 1 anestesista e 3 enfermei- EXPERIMENTO ALEATÓRIO, EXPERIMENTO
ros. Dentre os profissionais de um hospital aptos para AMOSTRAL, ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO
realizar a cirurgia, estão 5 cirurgiões, 4 anestesistas e
10 enfermeiros. De quantas maneiras pode ser consti-
Para iniciarmos a teoria de probabilidade e termos
tuída a equipe que fará a cirurgia?
condições de entender como calcular a probabilidade
de evento de interesse é importante sabermos alguns
a) 4700.
conceitos básicos.
b) 4800.
O primeiro deles é o conceito de experimento
c) 4900.
aleatório. Este representa a realização de uma expe-
d) 5000.
e) 5100. riência ou experimento que gera resultados incertos.
Assim, denominamos de experimento aleatório todo
Nesse caso, temos que para realização da cirurgia fenômeno ou ação que geralmente pode ser repetido
são necessários 6 profissionais, dentre eles 2 cirur- indefinidamente sob mesmas condições e cujo resul-
giões, 1 anestesista e 3 enfermeiros. Dispomos de tado é aleatório ou incerto. Por exemplo, quando lan-
um total de 19 profissionais, sendo 5 cirurgiões, 4 çamos uma moeda, uma única vez, estamos gerando
anestesistas e 10 enfermeiros, logo esses últimos um experimento aleatório, cujos possíveis resultados
são nossos n, nc = 5; nanest = 4; nenf = 10,, já os neces- são conhecidos, cara ou coroa, mas até que a moeda
sários na cirurgias nossos r, rc = 2; ranest = 1; renf = 3. pare de girar o seu resultado final ainda é incerto.
Para contar a quantidade de combinações possíveis Outro conceito importante é o de espaço amos-
em cada grupo de profissionais usaremos a técnica tral. Em um experimento aleatório gerado, sabemos
de combinatório, visto que a troca de posição ou de quais resultados possíveis de acontecer, e a todos
ordem dos profissionais não interfere, ou seja, são esses resultados de um experimento aleatório damos
subconjuntos semelhantes ou iguais. E por fim, apli- o nome de espaço amostral e denotamos ele com uma
camos o princípio multiplicativo para obter todos letra grega (Ω). Assim, no lançamento de um dado de
resultados possíveis: seis faces, o espaço amostral é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Já
Cir e Cir e Anest e Enf e Enf e Enf no lançamento de uma moeda, o espaço amostral é
C5,2 C4,1 C10,3 definido como sendo Ω = {cara, coroa}. Na linha de
produção de uma indústria faz-se a inspeção dos equi-
C5,2 ⨉ C4,1 ⨉ C10,3 = 10 ⨉ 4 ⨉ 120 = 4800 Resposta:
pamentos construídos, contando o número de defei-
Letra B.
tos, seu espaço amostral é Ω = {0, 1, 2, 3, ...}.
Aos subconjuntos do espaço amostral temos possí-
veis combinações de interesse em cálculos de probabi-
lidade. Essas possíveis combinações ou subconjuntos
PROBABILIDADE do espaço amostral no qual interessamos saber suas
probabilidades, damos o nome de evento. Logo, obter
As origens da probabilidade remetem ao século
um número par na face superior de um dado de seis
XVI e suas aplicações se limitavam a jogos de azar.
faces, A = {2, 4, 6}, é um evento de interesse dentro
Hoje, a utilização das probabilidades ultrapassou o
do espaço amostral Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, encontrado
âmbito dos jogos. O governo e as empresas incorpo-
a partir da realização de um experimento aleatório,
raram a teoria das probabilidades em seus processos
que foi o lançamento do dado. Neste mesmo contexto,
diários de deliberações.
por exemplo, se temos interesse em obter um número
O estudo das probabilidades indica que existe um
elemento de acaso, ou de incerteza, quanto à ocor- menor que 7, tem-se então o evento B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
rência ou não de um evento futuro. Assim, em muitos que é igual ao espaço amostral Ω. A este tipo de even-
casos é impossível afirmar por antecipação o que irá to damos o nome de evento certo. Já quando quere-
MATEMÁTICA
ocorrer, mas por meio de dados históricos e da expe- mos obter um número negativo no lançamento de um
riência, é possível dizer o quão provável é a ocorrên- dado de seis faces, temos que esse evento não contém
cia de um determinado evento. Alguns exemplos de elementos, C={ }, ou seja, evento vazio Φ, a este tipo
aplicação nos negócios ou no governo são a previsão de evento damos o nome de evento impossível.
da procura de um novo produto, o cálculo dos custos Sendo dois eventos A e B, se a ocorrência de um
de produção, a compra de apólices de seguro, o prepa- deles, implicar necessariamente na não ocorrência
ro de um orçamento, a avaliação do impacto da redu- do outro, ou seja, se esses eventos (conjuntos) forem
ção de impostos sobre a inflação. Tudo isso contém disjuntos (sem intersecção, (A ⌒ B = ∅), dizemos que
algum elemento de acaso. esses eventos A e B são mutuamente exclusivos. 83
Já na definição clássica, definido o processo alea-
Importante!
tório e seu espaço amostral, temos a relação entre o
Experimento aleatório ou processo aleatório é número de eventos favoráveis e o número de resul-
qualquer fenômeno que gere resultados incertos tados possíveis. Assim, a probabilidade do evento de
ou casuais, podendo ser repetido indefinidamen-
interesse é definida como o número de eventos (pon-
te sob as mesmas condições. Inicialmente não
se conhece seus resultados, mas pode-se des- tos ou elementos) favoráveis divididos pelo número
crever todos possíveis. de elementos do espaço amostral:
m
P(A) = lim 𝑓rA = lim
n→∞ n→∞ n
1) União (∪): A ∪ B = B ∪ A.
Demonstração:
Ω=Ω+Փ
Se os eventos A e B são independentes então a
P(Ω) = P(Ω) + P(Փ)
probabilidade da intersecção entre A e B é:
1 = 1 + P(Փ)
P(Փ) = 0
P(A ∩ B) = P(A) · P(B)
Outra forma de prova:
3) Complementar: AC = Ω – A (lê-se: complementar Prova: A ⊆ Ω e A ∩ ∅ = ∅ e A ∪ ∅ = A
de A ou não A).
P(A) = P(A ∪ ∅) = P(A) + P(∅)
P(∅) = P(A) – P(A) = 0
P(AC) = 1 – P(A)
Demonstração:
Assim, a probabilidade do complementar é dado por: Sabe-se que AC = Ω – A, então aplicando a função
probabilidade de ambos os lados se têm:
P(AC) = 1 – P(A)
AC = Ω – A
Observação Importante: Se A e B são conjuntos P(AC) = P(Ω) – P(A)
P(AC) = 1 – P(A)
mutuamente exclusivos (disjuntos) então, A ∩ B = Փ,
assim a probabilidade de A intersecção com B é P(A
Outra forma de prova:
∩ B).
Se A ∩ AC = ∅ e A ∪ AC = Ω: P(AC) = 1 – P(A):
R·Ad ii
P(A ∪ AC) = P(A) + P(AC) = P(Ω) = 1
P(AC) = 1 – P(A)
Baseado no Axioma 1 e no Axioma 2 segue-se que P(B) = P(A ∪ (B – A)) = P(A) + P(B – A)
0 ≤P(A) ≤ 1. P(B) ≥ P(A) 85
Teorema 5: Se A e B são dois eventos do espaço amos- Agora, vamos determinar P(A), P(B) e P(A ∩ B):
tral Ω, então a probabilidade P(A – B) = P(A) – P(A ∩ B).
Prova: A = (A – B) ∪ (A ∩ B) e (A – B) ∩ (A ∩ B) = ∅ n ( n(A)
A) 3 1 3
1
( A)==
P P(A) = =
R . Ad . n (Ω ) 6 = 26
n(Ω)
=
2
P(A) = P[(A – B)∪(A ∩ B)] = P(A – B) + P(A ∩ B)
P(A – B) = P(A) – P(A ∩ B) n(B ) = 3 = 13
n(B)
1 P ( A ∩ B)
( B ) ==
P P(B) = = ⇒ P ( |BA)
⇒ P(B | A=) =
n (Ω ) 6 26
n(Ω) 2 P ( A)
Para eventos independentes alguns desses teore-
mas, axiomas ou corolário anteriores viram a regra A ∩ B )2 2 11
n(A n∩(B)
do “E” e regra do “OU”. Na regra do “e” a probabili- P∩
P(A ( AB)∩= B ) = = == =
dade de ocorrência entre dois eventos A e B simulta- n(Ω)n ( Ω ) 6 6 33
neamente é P(A e B) = P(A) × P(B) = P(A ∩ B) . E a regra
do “ou” a probabilidade de ocorrer o evento A ou o P(A ∩ B) 1/3 1 2 2
= = · =
evento B é P(A ou B) = P(A) + P(B) = P(A ∪ B), assim “e” P(A) 1/2 3 1 3
→ × e “ou” → +.
Portanto, a probabilidade de que a face superior
PROBABILIDADE CONDICIONAL do dado seja maior ou igual a 4 sabendo que ela é par
é de 2/3.
Nem sempre estamos falando de espaço amostral
em que os eventos são independentes, logo para tra- PROBABILIDADE DE DOIS EVENTOS SUCESSIVOS E
balharmos em situações em que um evento interfe- EXPERIMENTOS BINOMIAIS
re na probabilidade de ocorrência de outro evento,
usamos a teoria de probabilidade condicional. Assim, Probabilidade de dois eventos sucessivos
pelo teorema da probabilidade condicional temos que
a probabilidade do evento A em relação ao evento B Além da possibilidade de cálculo de probabilidade
é dada por:
em eventos únicos ou que ocorrem em apenas uma
realização, pode-se ter também algumas situações em
P(A ∩ B) que os eventos de interesse vão ser realizados de for-
P(A | B) = , P(B) > 0 mas sucessivas ou repetidas em duas ou mais vezes.
P(B)
Um exemplo seria um experimento aleatório reali-
Caso esteja-se interessado na probabilidade con- zado com seu respectivo espaço amostral, mas o inte-
dicional do evento B em relação ao evento A então resse será buscar nesse espaço amostral um evento em
tem-se: determinado momento e outro logo posterior, poden-
do essa busca ser realizada em forma de amostragem
com ou sem reposição. Assim, para realizar esse tipo
P(A ∩ B) de cálculo de probabilidade para eventos sucessivos
P(B | A) = , P(A) > 0
P(A) precisamos levar em conta a relação de independên-
cia entre esses eventos e aplicar os teoremas e axio-
Se os eventos são independentes, então a probabi- mas vistos anteriormente.
lidade do evento A acontecer, sabendo que o evento B Por exemplo, se temos um experimento aleatório
já ocorreu, não altera e tem-se então: P(A | B) = P(A). formado pelo espaço amostral de moedas dentro de
Daí, temos que a independência entre dois eventos uma bolsa feminina, sendo que dentro dessa bolsa
pode ser verificada a partir da igualdade: P(A ∩ B) = existam duas moedas de 1centavo, três moedas de
P(A) × P(B). A prova é feita simplesmente substituindo 10centavos e quatro moedas de 1real. Se duas moe-
P(A) no teorema da probabilidade condicional. das são retiradas aleatoriamente dessa bolsa, qual
Supondo um experimento aleatório de um lança- seria, por exemplo, a probabilidade de ambas moedas
mento de um dado de seis faces, qual seria a probabi- serem de 1centavo, fazendo as retiradas com reposi-
lidade da face superior do dado ser maior ou igual a 4 ção? O espaço amostral de cada retirada é dado por Ω
sabendo que ela é par? No lançamento de um dado, o = {1c, 1c, 10c, 10c, 10c, 1R, 1R, 1R, 1R}, assim em cada
espaço amostral é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, vamos definir o retirada temos que o espaço amostral tem 9 resulta-
evento A como sendo face superior par, e o evento B dos possíveis. Para retirar moedas com reposição,
face superior maior ou igual a 4. Então, A = {2, 4, 6) e B fazemos retirada da primeira moeda, calculando-se a
= {4, 5, 6}, qual a P(B | A) = ? probabilidade de ocorrência de interesse e após isso,
ela retorna à bolsa para poder participar da segunda
retirada, assim da primeira retirada para a segunda o
P(A ∩ B)
P(B | A) = , P(A) > 0 espaço amostral não se altera.
P(A) Logo, para calcular a probabilidade de duas moe-
das retiradas e as duas serem simultaneamente de
1centavo (1c), temos que lembrar do conceito de even-
tos independentes, em que a primeira retirada não
interfere no resultado da segunda, assim podemos
usar a regra do “e”, em que ocorrendo as duas retira-
das sucessivamente seria o mesmo que a intersecção
entre os eventos na primeira e na segunda retirada,
86 logo temos:
2 21 11 122 221 11 12 2
P (2 A) = 6⋅P⋅(2
⋅ ⋅A⋅) ⋅=⋅ 6⋅⋅ ⋅=⋅ )⋅A⋅2⋅ (⋅P6⋅ = )A 2( P
3 3 3 33 333 333 33 3 3 3
2 2 22 2 22 2 2 2
2 2 4 2 −4 2 2 −4 2 2 111 2 2 121 2 2 2 4− 2 4 –22
P(1ce1c) = P(1c ∩ 1c) = × = ) q(. ) p ( P
) qC
= (2(.A))p==
2 , 4P(2A)(626P (2
⋅ A) =
·,4⋅C
= ⋅⋅6·⋅⋅ )A=
2C(⋅⋅P
= 6=(Cp4,))A
4,2 =.(2Cq( P
(p) ( p ) .(q ) 4− 2
)· (q)
4,2
9 9 81 3 333 3 3 333 3 2
P (2 A) = 29, P (2 %6226
A )=
% ,9229, =% 62
)A262,(9P2 = )A 2( P
%
Aonde em cada retirada o numerador é a quanti- P(2A) = 29,62%
dade de resultados favoráveis para o evento moeda
de 1centavo e o denominador é a quantidade de resul-
Com probabilidade de A ganhar sendo p e probabi-
tados possíveis ou espaço amostral. Em cada retirada,
perceba que da primeira para segunda retirada os lidade de A perder sendo q.
valores não mudaram, pois como o cálculo está sendo Uma grande quantidade de problemas que envol-
feito para amostragem com reposição, significa que a vem cálculo de probabilidades pode apresentar exa-
primeira retirada volta para a bolsa e o espaço amos- tamente as mesmas características do problema
tral para a segunda retirada continua o mesmo, ou descrito, o que leva à construção de um modelo esta-
seja, não se altera.
tístico teórico, conhecido também como distribuição
Agora se pensarmos nesse mesmo experimento
aleatório e no mesmo cálculo de probabilidade, mas Binomial.
agora com uma amostragem sem reposição, ou seja, Esse tipo de problema então pode ser resolvido
retira-se a primeira moeda, calcula-se a probabilida- diretamente pelo experimento Binomial ou distri-
de da primeira retirada, e esta não retorna à bolsa, buição Binomial, onde determina-se a probabilidade
logo, o espaço amostral irá alterar, sendo menor que o de se obterem k sucessos em n tentativas. Para isso,
inicial. Assim, para a probabilidade de ambas moedas
serem de 1centavo temos: temos a função de probabilidade dada por:
P(X = k) = Ckn· pk · qn – k,
2 1 4
P(1ce1c) = P(1c ∩ 1c) = × =
9 8 36 Em que P(X = k) é a probabilidade de que o evento
aconteça k vezes em n tentativas, p é a probabilidade
Observe agora, que o número de eventos favorá- de um sucesso, q é a probabilidade de fracasso (q=1 –
veis e o número de eventos possíveis para a segunda p) e a combinação de resultados possíveis no espaço
retirada foi menor pois a primeira moeda retirada não amostral igual a:
voltou para participar da segunda. Então, se a primei-
ra moeda retirada foi de 1centavo, e tínhamos duas
na bolsa, ela não é mais provável na segunda retirada. n!
Assim, tanto o espaço amostral ficou com uma moe- Cn, k =
k! (n – k)!
da a menos como também o segundo evento, pois já
havia saído no primeiro.
MÉDIA, MEDIANA E MODA
Experimentos Binomiais
As medidas de posição ou de tendência central
Quando iniciamos o estudo de probabilidade, constituem uma forma mais sintética de apresentar
resolvemos problemas do tipo, dois times de futebol, os resultados contidos nos dados observados, pois
A e B, jogam entre si 4 vezes. Se a probabilidade do representam um valor central, em torno dos quais
time A ganhar um jogo é de 1/3, qual seria a probabi- os dados se concentram, ou seja, o termo medida de
lidade de o time A ganhar 2 jogos? Então a probabili- posição é usado para indicar, ao longo da escala de
dade do time A não ganhar um jogo é 2/3, ou seja, a medidas, onde a amostra ou a população está locada.
probabilidade do time B ganhar. Se os times jogam 4
As medidas de posição mais empregadas são a média,
vezes e o time A ganha 2 delas, colocando as possibili-
a mediana e a moda. Esses parâmetros são úteis, pois
dades de ordem nesses resultados, sendo A indicando
time A ganhador e B time B ganhador temos: A, A, B, B descrevem propriedades da população, ou seja, carac-
ou A, B, B, A ou A, B, A, B ou B, B, A, A. Logo, calculando terizam a população. A média aritmética é a medida
as probabilidades usando as regras do “e” e do “ou”, a de posição mais conhecida e aplicada. No entanto,
probabilidade de A ganhar 2 jogos é: nem sempre é a mais adequada.
n n 30 30
Ʃxi = x1 + x2 + ⋯ + xn (soma dos valores observados).
i=1 O valor encontrado (x = 2,2 irmãos) não é um resul-
tado possível (nesse caso poderiam ser 2 irmãos, 3
Usa-se para denotar uma medida de média amos- irmãos, mas não 2,2 irmãos). No entanto, esse valor
tral o x, que também é conhecido como um estimador representa a média geral ou o todo, e permite inter-
da média. Já a notação para média populacional é a pretar que a tendência geral foi de pouco mais de dois
letra grega, que representa o parâmetro média popu- irmãos por aluno.
lacional. Então, percebam que falando de amostras
dizemos estimativas e para população são parâme- Mediana
tros. Para a população teríamos:
A mediana é uma medida típica de tendência cen-
tral, sendo definida em um conjunto de dados ordena-
n
dos como o valor central, ou seja, para um conjunto
Ʃxi
µ= i=1 =
x1 + x2 + ... + xN
de dados ordenados (Rol) a mediana é o valor que é
precedido e seguido pelo mesmo número de dados
(observações), isto é, 50% dos dados são superiores à
N N
mediana e 50% são inferiores. A mediana amostral é o
melhor estimador da mediana populacional (FERREI-
Em que µ é a média populacional, Ʃxi é a soma de RA, 2005).
todos os elementos da população e N é o número de Cálculo da mediana:
elementos na população.
1. Quando o número de dados (n) for ímpar, a media-
na é dada por:
Para os dados da Tabela 1 e 2 podemos calcular a
média das variáveis altura e número de irmãos:
Md== x n1++1n x = dM
Md n + 1
Tabela 1. Rol das alturas dos alunos da disciplina 222
Tabela 2. Rol do número de irmãos dos alunos da Md =Mdx n=++x1 x= nn 1d+++1M x = dM
1+ n n2
disciplina de Estatística e Probabilidade do curso de
2 2 2 222
Matemática da Universidade Federal de Uberlândia Md =
no semestre 01 do ano de 2002. 2
0 0 0 1 1 1 1 Onde:
n 30 Md xMd
Md== x ==x xx= 5n d
1+++1n1
n
M=x x=3 =d2.
M
Ʃxi
i=1
Ʃxi
i=1
1,87 + ... + 1,78 n
222
1+++1n1
222
x= = = = 1,720m ;
1,51 1,53 1,56 1,62 1,63 1,64 1,65 as três medidas. Assim, em distribuições simétricas e
assimétricas, temos:
1,67 1,67 1,67 1,68 1,70 1,70 1,72
1,72 1,73 1,73 1,75 1,75 1,75 1,76 a) x = Md = Mo, no caso de distribuição simétrica;
b) x > Md > Mo, no caso de distribuição assimétrica
1,78 1,78 1,78 1,80 1,83 1,87 1,87
positiva (assimétrica à direita);
1,88 1,88
c) x < Md < Mo, no caso de distribuição assimétrica
negativa (assimétrica à esquerda);
Md =Mdx n=++x1 x= nn 1d+++1M
1+ n n2
= d=Md
xMd Mx 1+30=+xx=n+d
nn+1 30
Mx = dM
11++n2
2 2 2 222 222 222
Mdalturas = = =
2 2
0 0 0 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1
1 2 2 2 2 2 2
3 3 3 4 5 5 6
6 6
Moda
a) 5/9.
b) 2/3.
c) 7/9.
d) 4/9.
e) 1/3.
− 1 ⋅
2 P(X
P −P (
1 X
(−
⋅X⋅ 1
5 C
≥ P
≥ 2)
⋅ (
+ X= 1≥ −
⋅ 2) C− = 1
C 1
+ ⋅
−⋅ C − ⋅⋅⋅1 C1 ⋅
−
=51 –5C555· 225·51 2
2) ⋅
= 1
C − +
C ⋅ − 1 ⋅ 1 −⋅
–25
− 1 = 1
C ⋅−
+ )C
+2
−C ≥C =X−⋅ 1
+
⋅(=P C)
≥ 2
⋅ ⋅
X≥1 −X
P
− ( P
⋅ 1 −
+5 5 25 2
1 ) 2 (
1
22)
≥= )2P XX
5 2
≥((XP2≥
2)
] )1=]+=
)P
1
2)
)10=
= X
(− =P ((−2X
X1≥
X (2P
P2) [)X−2)
+<(=
= X (P [ − 1
X ( P + )0
1
01= =
−P
< 1X)(2−
2)
= )2 < X ( P − 1
2(X
=[<P
P
= )2 ≥ X ( P
1[2
<− X[1
(2)
X (P
= (−)1
= 21
0)
X =2
− <=[2P0)
2
2+ X2(((X
)P X
+≥P
P 2
X
=
−=(1
0)
(X
=1) 22]+
2P = ]
1)(≥ = 1)]2 2 2 Matrizes
( P 2
a) 1/6.
JK 9 1 NO
KK 3 OO
b) 1/5. C= KK- 8 7 OO é uma matriz de ordem 3x2.
c) 1/4. K 4 0 O
d) 1/3. L P
MATEMÁTICA
É toda matriz do tipo 1 ⨉ n, ou seja, é uma matriz Chamamos de diagonal principal de uma matriz
que possui apenas uma linha. quadrada de ordem n, o conjunto dos elementos que
Exemplo: possui índices iguais.
Exemplo:
C = [–3 4 1] é uma matriz linha de ordem 1x3
M = (–9 7 0 –√15) é uma matriz linha de ordem 1x4
e o é uma matriz quadrada de ordem 2,
2 -8
A=
Matriz Coluna 7 0
É toda matriz do tipo m ⨉ 1, ou seja, é uma matriz cuja diagonal principal é uma matriz composta
que possui apenas uma coluna. pelos elementos a11 = 2, e a22 = 0
Exemplo:
Diagonal Secundária
RS VW
SS - 2 WW
SS 1 WW Chamamos de diagonal secundária de uma matriz
A= SS 7 WW é uma matriz coluna de ordem 4x1 quadrada de ordem n, o conjunto dos elementos que
SS 0 WW possui soma dos índices igual a n + 1.
SS- 17WW Exemplo:
T X
e o
2 -8
A = é uma matriz quadrada de ordem 2,
= G
0 0 0 0
E= é uma matriz nula de ordem 2x4
0 0 0 0 –15 0 0
B= 0 1 0
e o
0 0 0 0 – √7
N= é a matriz nula de ordem 2x2
0 0
Matriz Identidade de Ordem n
Matriz Quadrada de Ordem n
É toda matriz quadrada em que os elementos da
É toda matriz do tipo n ⨉ n, ou seja, em uma matriz diagonal principal são iguais a 1. A matriz identidade
quadrada de ordem n o número de linhas e colunas é representada pela letra maiúscula I, seguida da sua
são iguais.
ordem, ou seja, In.
Exemplo:
Exemplos:
[ ] [ ]
mamos soma de A + B a matriz C = (cij)m ⨉ n tal que cij = 2 4 2 1 –2
aij + bij, para todo i e todo j. Isto significa que a soma ∙ 0 5
–1 –3 5 4 0
de duas matrizes A e B do tipo m ⨉ n é uma matriz C 2x3 2x3
[ ]
[ ]
= 4 – 1 7 1
–5 9 7 –2 ∙ [ 3 –5 4 0 ]
1x4
12
3x1
� Propriedades da adição de matrizes
1∙3 1 ∙ (– 5) 1∙4 1∙0
A adição de matrizes do tipo admite as seguintes
propriedades: [ (– 2) ∙ 3 (– 2) ∙ (– 5)
12 ∙ 3 12 ∙ (– 5)
(– 2) ∙ 4
12 ∙ 4
(– 2)
∙0
12 ∙ 0 ]
[ ]
3 –5 4 0
P1) Associativa: (A + B) + C = A + (B + C) – 6 10 – 8 0
P2) Comutativa: A + B = B + A 36 –60 48 0
3x4
P3) Elemento Neutro: A + 0 = A, em que 0 é a matriz
nula
P4) Elemento simétrico: A + (- A) = 0, em que -A é a
matriz oposta de A.
[ 05 –33 –12 ] 3x2
∙
[ ]
1
–1
10 3x1
para todo i e todo j. Isto significa que multiplicar uma O produto de matrizes admite as seguintes
matriz A por um número k é construir uma matriz B propriedades:
formada por todos os elementos de A multiplicados
por k. P1) Associativa: (A . B) . C = A . (B . C)
P2) Distributiva à direita em relação à adição: (A + B) .
[ ][ ][ ]
4 –1 2 ∙ 4 2 ∙ (– 1) 8 –2 C=A.C+B.C
2. 0 5 = 2 ∙ 0 2 ∙ 5 = 0 10 P3) Distributiva à esquerda: C . (A + B) = C . A + C . B
3 √2 2 ∙ 3 2 ∙ √2 6 2 ∙ √2 P4) (k . A) . B = A . (k . B) = k . (A . B) 93
Observações: É muito importante notar que, em
geral, a multiplicação de matrizes não é comutativa,
Se D = [ –04 04 ], sua transposta é D = [ 04 t –4 .
0 ]
ou seja, para duas matrizes quaisquer A e B, temos AB
Portanto, a matriz D é antissimétrica, pois Dt = -D.
≠ BA.
Quando A e B são tais que AB = BA, dizemos que A
MATRIZ INVERSA
e B comutam. Notemos que uma condição necessária
para A e B comutarem é que sejam matrizes quadra-
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos
das e de mesma ordem.
que A é uma matriz invertível se existir uma matriz
É importante observar também que a implicação
A-1 tal que A . A-1 = A-1 . A = In, onde In é a matriz identi-
AB = 0 → A = 0 ou B = 0 não é válida para matrizes,
dade de ordem n.
ou seja, é possível encontrar duas matrizes não nulas
Observações: Se A não é invertível, dizemos que A
cujo produto é a matriz nula.
é uma matriz singular.
Exemplo: Se A é invertível, então é única a matriz A-1.
Exemplos:
[ 01 00 ] ∙ [ 00 01 ] = [ 00 00 ] [
A matriz A = 1 3 é inversível e A– 1 = 7 – 3
2 7 ] –2 1 [ ]
, pois
MATRIZ TRANSPOSTA
Se A = >
4 2
2H
-1
, sua transposta é
[ 7 ∙ 1 + (–3) ∙ 2
–2∙1+1∙2 –2∙3+1∙7 ] [ 0
7 ∙ 3 + (– 3) ∙ 7
=
1 0
1 ] =I 2
5 7
[ 02 ]?
5 2x3
Qual é a inversa da matriz A = 1
RS V 3
SS 4 5 W
WW
At = SS2
SS
S-1
7W
2 W
W
W
5 W3x2
Fazendo A-1 = [ ac bd ], temos:
A ∙A= [
c d ] [ 0 3 ] [ 0 1 ]
T X a b ∙ 2 1 1 0
Se B = [– 1 0 ⁵√19 – 6]1x4, sua transposta é
–1
=
RS
SS - 1 WWW
SS 0 WW
V
[ ac ∙∙ 22 ++ db ∙∙ 00 ac ∙∙ 11 ++ db ∙∙ 33 ] = [ 01 01 ]
Bt = SS5 WW
{ a +2a3b= 1= 0
1 1
SS 19WW ⇒a= eb=–
SS - 6 WW 2 6
4x1
T X
{ c +2c3d= 0= 1
� Propriedades de uma matriz transposta 1
⇒c=0ed=
3
A matriz transposta admite as seguintes
propriedades:
> H
1
2
- 16
P1) (A ) = A
t t
Portanto, A = -1
1
P2) (A + B)t = At + Bt 0 3
P3) (k . A)t = k . At
P4) (A . B)t = Bt . At � Propriedades de uma matriz inversa
Denominamos matriz antissimétrica toda matriz Determinantes podem ser definidos do seguinte
94 quadrada A, de ordem n, tal que At = - A. modo: considere o conjunto das matrizes quadradas
de elementos reais. Seja M uma matriz de ordem determinante da matriz que se obtém suprimindo a
n desse conjunto. Denominamos determinante da linha i e a coluna j de M.
matriz M (e indicamos por det M) o número que asso- Exemplo:
ciamos a matriz M, operando seus elementos confor- RS V
me a ordem desta matriz. SS1 2 1W
W
SS5 W
- 2W
Seja M = 3 WW , então:
Determinante de matriz quadrada de ordem 1 SS
2 4 - 1W
Se M é de ordem 1, então o det M é o único elemen- T X
to de M. D11 = – 1 5 = - 18, note que suprimimos a primeira
Exemplo: 4 –2
[ ]
Se M = [4], então o det M = 4 1 –2 3
linha e a primeira coluna da matriz M, 1 –1 5 ,
Determinante de matriz quadrada de ordem 2 2 4 –2
calculando assim o determinante dos elementos
Se M é de ordem 2, então o det M é o produto dos restantes.
elementos da diagonal principal de M, menos o produ-
O raciocínio é análogo para os demais termos, por-
to dos elementos da diagonal secundária de M.
tanto teremos:
Exemplo:
Se M =
[ 26 5 ]
– 1 , então:
D12 = 1
2
5 = – 12, D =
–2 13
1
2
– 1 = 6,
4
det M = 2 ∙ 5 – [6 ∙ (– 1)] = 10 – (– 6) = 10 + 6 = 16 D21 = – 2 3 = – 8, D22 = 1 3 = – 8,
4 –2 2 –2
Determinante de matriz quadrada de ordem 3 1 – 2 = 8, D = – 2 3
D23 = = – 7,
2 4 31
–1 5
Se M é de ordem 3, então o det M é dado por:
D32 = 1 3 = 2, D33 = 1 – 2 = 1.
det M = a11 ∙ a22 ∙ a33 + a12 ∙ a23 ∙ a31 + a13 ∙ a21 ∙ a32 – a13 1 5 1 –1
∙ a22 ∙ a31 – a11 ∙ a23 ∙ a32 – a12 ∙ a21 ∙ a33
COMPLEMENTO ALGÉBRICO (COFATOR)
Podemos memorizar esta definição da seguinte
maneira: Consideremos uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja
aij um elemento de M. Definimos complemento algé-
z Repetimos ao lado da matriz, as duas primeiras
colunas; brico do elemento aij, e indicamos por Aij, como sendo
z Os termos precedidos pelo sinal + são obtidos o número ( - 1)i + j . Dij
multiplicando-se os elementos segundo as flechas Exemplo:
situadas na direção da diagonal principal; RS VW
SS1 -2 3W
z Os termos precedidos pelo sinal – são obtidos
S WW
multiplicando-se os elementos segundo as flechas Seja M = S1
SS
-1 5W WW, então:
situadas na direção da diagonal secundária. - 2W
S2 4
Este dispositivo apresentado a cima é conhecido T X
como Regra de Sarrus, e é utilizado para o cálculo de A11 = (– 1)1+1 ∙ D11 = (– 1)2 ∙ – 1 5 = 1 ∙ (– 18) = – 18
determinantes de ordem 3. 4 –2
Vejamos agora um exemplo numérico: 1 5 = (– 1) ∙ (– 12) = 12
A12 = (– 1)1+2 ∙ D12 = (– 1)3 ∙
2 –2
RS V
SS1 2 1WWW 1 5 = 1 ∙ (6) = 6
A13 = (– 1)1+3 ∙ D13 = (– 1)4 ∙
Seja M = SS5 3 - 2WWW , calcule o seu determinante 2 –2
SS
2 4 - 1W A21 = (– 1)2+1 ∙ D21 = (– 1)3 ∙ – 2 3 = (– 1) ∙ (– 8) = 8
T X 4 –2
Utilizando a regra de Sarrus, temos que:
A22 = (– 1)2+2 ∙ D22 = (– 1)4 ∙ 1 3 = 1 ∙ (– 8) = – 8
2 –2
1 2 1 1 2
det M = 5 3 – 2 5 3 = 1 ∙ 3 ∙ (1) + 2 ∙ (– 2) ∙ 1 – 2 = (– 1) ∙ (8) = – 8
A23 = (– 1)2+3 ∙ D23 = (– 1)5 ∙
2 4 –1 2 4 2 4
2 + 1 ∙ 5 ∙ 4 – (1 ∙ 3 ∙ 2 + 1 ∙ (– 2) ∙ 4 + 2 ∙ 5 ∙ (– 1))
A31 = (– 1)3+1 ∙ D31 = (– 1)4 ∙ – 2 3 = 1 ∙ (– 7) = – 7
–1 5
1 2 1 1 2
det M = 5 3 – 2 5 3 = – 3 – 8 + 20 – (6 – 8 1 3
A32 = (– 1)3+2 ∙ D32 = (– 1)5 ∙ = (– 1) ∙ (2) = – 2
MATEMÁTICA
2 4 –1 2 4 1 5
– 10) = 9 – (– 12) = 9 + 12 = 21, portanto, o det de M
A33 = (– 1)3+3 ∙ D33 = (– 1)6 ∙ 1 – 2 = 1 ∙ (1) = 1
= 21 1 –1
Considere uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja aij O determinante de uma matriz de ordem n ≥ 2, é
um elemento de M. Definimos menor complementar a soma dos produtos dos elementos de uma fila qual-
do elemento aij, e indicamos por Dij, como sendo o quer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores. 95
RS V
SS1 3 4W
W Se multiplicarmos a primeira linha da matriz por
SS5 W
- 3W 2, teremos:
Seja M = 2 WW , então: RS V
SS
1 4 2W SS4 - 1 6WWW
T X M’ = S SS4 5 0WWW , o det de M’ = – 56, ou seja, det M’ = 2 .
1 3 4 SS2 - 1 1WW
det M = 5 2 – 3 = a11 ∙ A11 + a12 ∙ A12 + a13 ∙ A13
1 4 2 T X
det M, o det de M’ = – 56, ou seja, caso fosse multiplicada
a primeira coluna da matriz M por 2, o determinante
= 1 ∙ (– 1)1+1 ∙ D11 + 3 ∙ (– 1)1+2 ∙ D12 + 4 ∙ (– 1)1+3 ∙ D13 = 1 ∙ (– 1)2 ∙
da nova matriz M’ também seria o dobro do det M.
RS VW
2 – 3 + 3 ∙ (– 1)3 ∙ 5 – 3 + 4 ∙ (– 1)4 ∙ 5 2 SS4 -1 3W
=1
S WW
4 2 1 2 1 4 M’ = S8 0W
SS 5 WW , o det M’ = - 56
S4 -1 1W
∙ 1 ∙ (4 + 12) + 3 ∙ (– 1) ∙ (10 + 3) + 4 ∙ 1 ∙ (20 – 2) = 16 – 39 T X
+ 72 = 49
P4) Multiplicação da matriz por uma constante
Observações: podemos utilizar Sarrus ou Laplace
no cálculo do determinante de uma matriz qualquer, Se A é uma matriz de ordem n, então det (ɑ . A) =
os resultados obtidos serão os mesmos. Na utilização ɑn . det A
de Laplace qualquer fila (linha ou coluna) escolhida Exemplo:
produzirá o mesmo valor de determinante. De prefe-
e o , o det A = 14
rência, escolha sempre a fila com a maior quantidade 4 -1
Se A =
de elementos iguais a zero. Este procedimento facilita 2 3
os cálculos do determinante.
Se quiséssemos descobrir o determinante de 3 . A,
PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES faríamos:
det 3 . A = (3)2 . det A = 9 . 14 = 126
A definição de determinante e o teorema de Lapla-
ce nos permitem fazer o cálculo de qualquer deter- P5) Troca de filas paralelas
minante, no entanto, é possível simplificar o cálculo
com a aplicação de certas propriedades. Vejamos estas Seja M uma matriz de ordem n ≥ 2 Se trocarmos
propriedades:
de posição duas filas paralelas obteremos uma nova
P1) Matriz transposta matriz M’ tal que det M’ = - det M
Exemplo:
Se M é a matriz de ordem n e Mt sua transposta,
RS W V
SS 1 - 1 2W
WW
então det Mt = det M SS 0
Exemplo: Seja M = 3 4W , o det M = 13
RS V SS WW
S- 1 2 0 WW
S W
S- 3 5 1W
T X
Seja a Matriz M = S SS 3 4 - 6WWW , o det M = – 10 Se trocarmos de posição a primeira coluna com a
SS 2 1 - 2WW segunda coluna, teremos:
RS T V X
SS- 1 3 2 WWW RS
1 2W
V
SS- 1 W
logo a Mt = S SS 2 4 1 WWW , e o det Mt = – 10 SS 3 W
SS 0 - 6 - 2WW M’ = 0 4W
WW o det M’ = - 13
SS W
T X S5 -3 1W
P2) Fila nula T X
Portanto a conclusão que chegamos é que: det M’
Se os elementos de uma fila (linha ou coluna) qual- = - det M
quer de uma matriz M de ordem n forem todos nulos, O raciocínio é análogo, caso fosse feita a troca de
então det M = 0
RS V linhas paralelas.
S 3 - 1 4WW
SS W
Seja M = SS 0 0 0W
W , o det de M = 0 P6) Filas paralelas iguais
SS- 3 WW
5 2W
T X Se uma matriz M de ordem n ≥ 2 tem duas filas
P3) Multiplicação de uma fila por uma constante paralelas formadas por elementos respectivamente
iguais, então det M = 0.
Se multiplicarmos uma fila qualquer de uma
Exemplo:
matriz M de ordem n por um número k, o determi-
nante da nova matriz M’ obtida será o produto de k RS V
pelo determinante de M, isto é det M’ = k . det M SS- 1 W
0 2W
Exemplo: SS 4 W
RS V Seja M = 7W
WW , o det de M = 0, pois a 1ª e 3ª
S2 - 1 3WW
5
SS W
S W S- 1 2W
Seja M = S
S4 5 0WW , o det M = – 28
0
SS WW T X
96 S2 linha, são iguais.
-1 1W
T X
P7) Filas paralelas proporcionais RS V
SS- 3 0 0W
W
SS 1 W
Se uma matriz de ordem n ≥ 2 tem duas filas para- Seja A = 2 0WWW , como temos uma matriz
SS
lelas formadas por elementos respectivamente pro- S4 -5 - 1WW
porcionais, então det M = 0. T X
triangular superior, ou seja, todos os elementos acima
Exemplo:
da diagonal principal são nulos, logo o determinante
RS V
SS 1 2 6W
W de A será dado pelo produto dos elementos da diago-
SS 3 W
- 3W
nal principal da matriz A.
Seja M = -1 WW , o det M = 0, pois a 3ª linha Portanto: det A = ( - 3) . 2 . ( - 1) = 6
SS
-2 4 12W
T X RS V
SS1 -2 7 W
W
é a 2ª linha multiplicada por 3.
SS0 W
Seja B = 4 2WWW ,como temos uma matriz
SS
P8) Combinação linear de filas paralelas S0 0 - 3WW
T X
Se uma matriz quadrada M, de ordem n, tem uma triangular inferior, ou seja, todos os elementos acima
linha (ou coluna) que é combinação linear de outras da diagonal principal são nulos, logo o determinante
linhas (ou colunas), então det M = 0 de B será dado pelo produto dos elementos da diago-
nal principal da matriz B.
Exemplos:
Portanto: det B = 1 . 4 . ( - 3) = - 12
JK 1 - 2 - 1N
OO
KK SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
KK 3 O
Seja M = 4 7OOO , o det M = 0, pois a 3ª coluna
KK- - 3O
Equação linear
5 2
L P
Denominamos equação linear, toda equação do
é a soma da 1ª coluna com a 2 ª coluna.
tipo:
JK2 -3 NO
KK 5 OO a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c, onde:
Seja N = KK1 4 0O OO , o det N = 0, pois a 3ª linha é
KK a1, a2, a3, . . . , xn : são coeficientes reais, não todos
3 - 10 10 O nulos.
L P
x1, x2, x3, . . . , xn : são as incógnitas.
o dobro da 2ª linha menos a 1ª linha.
c : é o termo independente.
1 � Sistema linear:
det A–1 =
det A
Denominamos sistema linear, o conjunto de duas
Exemplo: ou mais equações lineares com n incógnitas.
RS V
SS0 3 - 1W
W Exemplos:
{
SS2 W
Seja A = -4 3WWW , o det A = 19 , logo o det A–1 = 4x – y = 2
SS
1 1 S1 2 - 3WW x + 7y = 1
=
T X
MATEMÁTICA
det A 19
Neste caso temos um sistema linear de duas incóg-
P10) Matriz triangular nitas, sendo elas x e y. O 2 e o 1 são os termos indepen-
dentes desse sistema.
{
O determinante de uma matriz triangular (aquela
cujos elementos acima ou abaixo da diagonal princi- – 3x + 2y – z = – 1
pal são todos iguais a zero) é dado pelo produto dos
x + y – 5z = 3
elementos da diagonal principal.
Exemplos: 2x – 5y + 2z = 4 97
{ {
Neste caso temos um sistema linear de três incóg- (1) +2 (– 2) – 2 (1) = – 5 1–4–2=–5
nitas, sendo elas x, y e z. O -1, e o 4 são os termos inde- 2+6+1=9
2(1) – 3 (– 2) + (1) = 9 ⇒
pendentes desse sistema.
3+2+3=8
Um sistema linear de m equações com n incógni- 3(1) – (– 2) + 3(1) = 8
tas, indicado por m x n (lemos “m por n”), pode ser
{ –5=–5
9 = 9 .todas as sentenças são verdadeiras.
{
representado por um conjunto de equações do tipo:
8=8
{
Note que pela definição do produto de matrizes, o x + y + 2z = 0
sistema linear genérico acima, pode ser escrito na for- 3x + 4y – z = 0
ma matricial da seguinte maneira:
[ ][ ] [ ]
2x + 3y – 3z = 0
{ x4x+–7yy == 21 ⇒ [ 1 ] ∙ [ y ] = [1 ]
4 –1 x 2
7
{ aa xx ++ bb yy == cc
[ ][][ ]
1 1 1
{
2 2 2
– 3x + 2y – z = – 1 –3 2 –1 x –1
[a ]
a1 b1
x + y – 5z = 3 ⇒ 1 1 –5 ∙ y = 3
2
b2 é a matriz incompleta do sistema c1 e c2,
2x – 5y + 2z = 4 2 –5 2 z 4
são os termos independentes do sistema.
SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR a1 b1
D= , é o determinante da matriz incompleta
a2 b2
Seja uma sequência ou n-upla ordenada de núme- do sistema.
ros reais (a1, a2, a3, . . . , an), a mesma será solução de c1 b1
um sistema linear S, se for a solução de todas as equa- Dx = , é o determinante da matriz obtida
ções lineares de S, ou seja: c2 b2
por meio da troca dos coeficientes de x, pelos termos
independentes, na matriz incompleta.
a11a1 + a12a2 + a13a3 + . . . + a1nan = c1 (setença verdadeira)
a1 c1
a21a1 + a22a2 + a23a3 + . . . + a2nan = c2 (setença verdadeira) Dy = , é o determinante da matriz obtida
a2 c2
a31a1 + a32a2 + a33a3 + . . . + a3nan = c3 (setença verdadeira) por meio da troca dos coeficientes de y, pelos termos
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ independentes, na matriz incompleta.
am1a1 + am2a2 + am3a3 + . . . + amnan = cm (setença verdadeira)
O exemplo acima é análogo para qualquer sistema
Exemplo: linear n x n, portanto a regra de Cramer pode ser apli-
cada para resolver qualquer sistema linear n x n, onde
{
D ≠ 0. A solução será dada pelas seguintes razões:
x + 2y – 2z = – 5
2x – 3y + z = 9
3x – y + 3z = 8 ( X1 =
D1
D
,X2 =
D2
D
,X3 =
D3
D
, . . . , xn =
Dn
D )
O sistema acima admite como solução a tripla Exemplos:
ordenada (1,-2,1), pois substituindo estas coordenadas Vamos resolver os seguintes sistemas pela Regra
98 em cada uma das equações lineares, temos: de Cramer:
a) { 3x2x– +4yy == –45 Vamos classificar cada um dos sistemas lineares
abaixo:
D = 3 – 4 = 11, Dx = – 5 – 4 = 11, D =
2 1 4 1
3
2
– 5 = 22
4
a) {4x2x –+ y3y==15
Dx 11 Dy 22 D = 4 – 1 = 14 Como D ≠ 0, o sistema é SPD
portanto: x = = = 1, y = = = 22 2 3
{
D 11 D 11
x + 2y – z = 1
b) 2x – 3y + 4z = 2
3x – y + 3z = 3
Logo a solução do sistema é o par ordenado (1, 2)
1 2 –1
{
4 –1 –1 4 –1 –1
– 2x + y – 3z = 0
c) x – y – 5z = 2
Dx 10 Dy 20 3x – 2y + 2z = – 3
portanto: x = = = 1, y = = =2
D 10 D 10 –2 1 –3
Dz 30 D = 1 – 1 – 5 = 0, como D = 0, o sistema não é SPD,
z= = =3 3 –2 –2
D 10
vamos verificar se é SPI ou SI.
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, 2, 3).
0 1 –3
Dx = 2 – 1 – 5 = 40 , Como D ≠ 0, o sistema é SI.
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS LINEARES –3 –2 –2
x
Os sistemas lineares podem ser classificados con- Não é necessário analisar o determinante das incóg-
forme o esquema abaixo: nitas y e z, uma vez que um deles já apresenta resulta-
do diferente de zero.
determinado
ESCALONAMENTO DE SISTEMAS LINEARES
possível
indeterminado Nem sempre a Regra de Cramer é um instrumento
Sistema
prático para a resolução de sistemas lineares. Para a
resolução de sistemas de três ou mais equações pode-
impossível mos fazer a solução de uma forma escalonada, ou seja,
vamos fazer o escalonamento do sistema. Um sistema
Sistema Possível e Determinado estará escalonado quando de equação para equação,
no sentido de cima para baixo, houver aumento dos
Um sistema será possível e determinado (SPD), coeficientes nulos situados antes dos coeficientes
quando o determinante D da matriz incompleta for não-nulos.
diferente de zero, ou seja, D ≠ 0. Exemplos:
Sistema Impossível
minante D da matriz incompleta for igual a zero (D = Primeiramente vamos trocar de posição a linha 2
0) e pelo menos um dos determinantes das incógnitas com a linha 1, para que a incógnita x que possui o coe-
for diferente de zero. ficiente 1 fique na primeira linha. 99
{ x + 2y – 2z = – 5
2x – 3y + z = 9
3x – y + 3z = 8
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ESAF – 2009) O determinante da matriz:
Substituiremos a segunda linha por uma nova,
[ ]
fazendo a seguinte operação: 2 1 0
B= a b c é:
4+a 2+b c
z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 2) e adicio-
nar o resultado à 2ª equação. a) 0
b) 2b - c
c) a+b+c
Substituiremos a terceira linha por uma nova,
d) 6+a+b+c
fazendo a seguinte operação:
e) 2bc + c - a
z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 3) e adicio- A matriz B é uma matriz quadrada de ordem 3, para
nar o resultado à 3ª equação. calcular os seus determinantes, vamos utilizar a
{
Regra de Sarrus:
x + 2y – 2z = – 5
– 7y + 5z = 19 2 1 0 2 1
a b c a b ,
– 7y + 9z = 23
4+a 2+b c 4+a 2+b
Substituiremos a terceira linha por uma nova,
Vamos fazer o produto das diagonais principais,
fazendo a seguinte operação:
menos o produto das diagonais secundárias.
z Vamos multiplicar a 2ª equação por (- 1) e adicio- 2 ∙ b ∙ c + 1 ∙ c ∙ (4 + a) + 0 ∙ a ∙ (2 + b) – [0 ∙ b ∙ (4 + a) +
nar o resultado à 3ª equação. 2 ∙ c ∙ (2 + b) + 1 ∙ a ∙ c] = 2bc +4c + ac – [4c + 2bc + ac]
= 2bc + 4c + ac – 4c – 2bc – ac = 0 Resposta: Letra A.
{ x + 2y – 2z = – 5
– 7y + 5z = 19
4z = 4
2. (ESAF – 2012) Dada as matrizes:
Obtendo x na 1º equação:
Como y = - 2 e z = 1, vamos substituir os seus valo-
Se A = ( –11 2
–1 ) e B = (31 –42 ) , então a matriz X é:
res na 1ª equação e encontrar o x:
x + 2y – 2z = – 5
a)
( 22 –54 )
x + 2 (– 2) – 2(1) = – 5
x–4–2=–5
b)
( –45 –26 )
c) (
– 1 – 4)
x–6=–5 3 –1
x=–5+6
x=1
d) (
2 )
–5 –8
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, -2, 1). 3
e) (
0 3)
4 0
100
Para encontrar a matriz X, vamos escreve-la como
uma matriz genérica, e substituir na equação indi-
4. (UNIRIO – 2009) Se o sistema: {3x2x ++ my
y = 18
=k
possui
X= ( 40 03 ) a)
b)
8
12
Substituindo as três matrizes conhecidas na equa- c) 15
d) 18
ção inicial, temos:
e) 20
A∙X=B
Se o sistema possui infinitas soluções, ele é um siste-
( 1 2
–1 –1
∙
a b
c d) ( ) ( =
3 –2
1 4 ) ma possível indeterminado (SPI). Pela regra de Cra-
mer um sistema linear 2x2 será SPI, se e somente se,
D = 0, Dx = 0 e Dy = 0.
Fazendo o produto entre as matrizes no primeiro
Para encontrar o valor de m vamos calcular o deter-
membro, temos:
minante da matriz incompleta, igualando o mesmo
{
Para encontrar o valor de k, basta calcular o determi-
a + 2c = 3 nante em relação a uma das duas incógnitas, já que
b + 2d = – 2 descobrimos o valor de m, porém para facilitar os
cálculos vamos calcular o determinante em relação
–a–c=1
a y, igualando o mesmo a zero, teremos o seguinte:
–b–d=4
3 18
=0
Trocando de posição a linha 2 com a linha 3, temos: 2 k
3 ∙ k – 2 ∙ 18 = 0
{
3k – 36 = 0
a + 2c = 3 3k = 36
36
–a–c=1 k=
3
b + 2d = – 2
k = 12
–b–d=4
Não se esqueça que o exercício não pede os valores
de m e k, mas sim o produto entre eles. Fazendo o
Vamos encontrar primeiramente os valores de a e produto entre m e k, teremos:
c, fazendo a soma da linha 1 com a linha 2, temos:
c=4 2 24
m∙k= ∙ 12 = =8
3 3
Substituindo c por 4 na primeira linha, temos:
Resposta: Letra A.
a + 2c = 3
a + 2 ∙ (4) = 3 5. (CESGRANRIO – 2011) Considere o sistema a seguir:
a+8=3
{
a=3–8 x + 5y + z = 0
a=–5 4x + y – 2z = 1
7x + 3y – 4z = – 1
Para encontrar os valores de b e d, faremos a soma
da linha 3 com a linha 4, obtendo: Nesse sistema o valor de x é:
d=2 a) 3
Substituindo d por 2 na linha 4, temos: b) 2
c) 1
MATEMÁTICA
–b–d=4
d) 0
– b – (2) = 4
e) -1
–b–2=4
–b=4+2 O exercício pede somente o valor da incógnita
–b=6 x, portanto podemos utilizar a regra de Cramer,
b=–6 para encontrar o seu valor. Pela regra de Cramer,
D
Portanto a matriz X será igual a:
Resposta: Letra B.
–5 –6
4 2 ( ) sabemos que: x = x . Calculando os respectivos
D
determinantes pela regra de Sarrus, teremos: 101
1 5 1 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encontra-
D= 4 1 –2 do deve ser capaz de explicar TODA a sequência! Nes-
7 3 –4 te caso, estamos diante dos números primos!
1 5 1 1 5
D = 4 1 – 2 4 1 = 1 ∙ 1 ∙ (– 4) + 5 ∙ (– 2) ∙ 7 + 1 ∙ 4 Números primos
7 3 –4 7 3
∙ 3 – [1 ∙ 1 ∙ 7 + 1 ∙ (– 2) ∙ 3 + 5 ∙ 4 ∙ (– 4)] Sim, aqueles números que só podem ser divididos
por eles mesmos ou então pelo número 1. No caso, o
D = – 4 – 7 + 12 – (7 – 6 – 80) = – 62 – (– 79) = – 62 + próximo seria o 17, e não o 15. A propósito, os próxi-
79 = 17 mos números primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
Logo D = 17
Fazendo Dx, temos: SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS
0 5 1
É bem comum aparecem questões que envolvem
Dx = 1 1 –2
–1 3 –4 uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
0 5 1 0 5 te exemplo:
Dx = 1 1 – 2 1 1 = 0 ∙ 1 ∙ (– 4) + 5 ∙ (– 2) ∙ (– 1)
–1 3 –4–1 3 2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
+ 1 ∙ 1 ∙ 3 – [1 ∙ 1 ∙ (– 1) + 0 ∙ (– 2) ∙ 3 + 5 ∙ 1 ∙ (– 4)]
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
Dx = 10 + 3 – (– 1 – 20) = 13 – (– 21) = 13 + 21 = 34
dizer que temos uma sequência que, de um número
Logo Dx = 34 para outro, devemos somar 2 unidades e também
Fazendo: podemos notar que temos a sequência que, de um
Dx 34 número para o outro, basta somar 5 unidades, elas
x= = = 2, portanto x = 2. Resposta: Letra B. estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
D 17
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,...
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...
Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu- 2. (FCC – 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá
lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
em cada dia será diferente e formará uma progressão
que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme-
Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, neste tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km.
caso, o termo a7, que observando na sequência é o núme- Desse modo, é correto concluir que o número de quilô-
ro 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula, temos: metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último
dia de viagem será igual a
n # (a1 + an)
Sn =
2 a) 334.
b) 280.
7 # (1 + 13)
S7 = c) 322.
2 d) 274.
7 # 14 e) 310.
S7 =
2
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos
S7 =
98
= 49 o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para
2 podermos substituir na média. Usando a fórmula
do termo geral:
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
r = -24
PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem an= a1 + (n-1).r
crescente. Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3 Achando a1:
PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem a1 = a1 + (1-1).r
decrescente. Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1 a1 = a1
PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão Colocando a2 em função de a1:
iguais. Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. a2= a1+ (2-1)r
a2 = a1 + r
Colocando a3 em função de a1:
Dica a3= a1+ (3-1)r
PA crescente: se r > 0; a3 = a1 + 2r
Colocando a4 em função de a1:
MATEMÁTICA
PA decrescente: se r < 0;
a4 = a1 + (4-1)r
PA constante: se r = 0.
a4 = a1 + 3r
Substituindo na fórmula da média aritmética:
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o (a1 + a2 + a3 + a4 )/4 = 310
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé- (a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) / 4 = 310
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja: 4 a1 + 6r = 310 . 4
4 a1 + 6. (-24) = 1240
PA (a1, a2, a3) a2 = (a1 + a3)/2 4 a1 - 144 = 1240
PA (2, 4, 6) 4 = (2+6)/2 4 = 4 a1 = 346 103
Encontrando a4: 374 = a1 + (65-1)5
a4= 346 + (4-1).r 374 = a1 + 64 x 5
a4= 346 + 3r 374 = a1 + 320
a4= 346 + 3. (-24) a1 = 54 gotas.
a4 = 274
Resposta: Letra E.
Resposta: Letra D.
3. (CESPE – 2017) Em cada item a seguir é apresentada 5. (CESPE – 2014) Em determinado colégio, todos os 215
uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a alunos estiveram presentes no primeiro dia de aula; no
ser julgada, a respeito de modelos lineares, modelos segundo dia letivo, 2 alunos faltaram; no terceiro dia,
periódicos e geometria dos sólidos. 4 alunos faltaram; no quarto dia, 6 alunos faltaram, e
Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente, assim sucessivamente.
considerado apto na avaliação médica das condições Com base nessas informações, julgue os próximos
de saúde física e mental, foi convocado para o teste
itens, sabendo que o número de alunos presentes às
de aptidão física, em que uma das provas consiste em
uma corrida de 2.000 metros em até 11 minutos. Como aulas não pode ser negativo.
Manoel não é atleta profissional, ele planeja completar No vigésimo quinto dia de aula, faltaram 50 alunos.
o percurso no tempo máximo exato, aumentando de
uma quantidade constante, a cada minuto, a distância ( ) CERTO ( ) ERRADO
percorrida no minuto anterior.
Nesse caso, se Manoel, seguindo seu plano, correr 125 P.A. (215, 213, 211, 209,..., a25)
metros no primeiro minuto e aumentar de 11 metros a Termo Geral da P.A.
distância percorrida em cada minuto anterior, ele com- an= a1 + (n-1).r
pletará o percurso no tempo regulamentar.
a25 = 215 + (25-1) · (-2)
a25 = 215 + (24· -2)
( ) CERTO ( ) ERRADO
a25 = 215 - 48
Veja que no primeiro minuto ele percorre 125 a25 = 167 alunos
metros, no segundo 125 + 11 = 136 metros, no ter- Logo, 215 - 167 = 48 alunos ausentes.
ceiro 125 + 2×11 = 147 metros, e assim por diante. Resposta: Errado.
Estamos diante de uma progressão aritmética (PA)
de termo inicial a1 = 125 e razão r = 11. O décimo PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS (FINITAS E
primeiro termo (correspondente ao 11º minuto) é: INFINITAS): TERMO GERAL, SOMA DOS TERMOS E
an= a1 + (n-1).r PROPRIEDADES
a11 = 125 + (11 – 1).11
a11 = 125 + 110 = 235 metros Observe a sequência abaixo:
A soma das distâncias percorridas nos 11 primeiros
minutos é dada pela fórmula da soma dos termos
{2, 4, 8, 16, 32...}
da PA:
a) 64 gotas.
No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
b) 49 gotas.
ser encontrado assim:
c) 59 gotas.
d) 44 gotas.
e) 54 gotas. {2, 4, 8, 16, 32...}
a5 = 2 × 25-1
Já sabemos que a razão é r = 5 e que o a65 = 374, a5 = 2 × 24
então, o a1 é dado por: a5 = 2 × 16
104 a65= a1 + (n-1).r a5 = 32
Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PG 192/6 = q5
32 = q5
A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n” 5
q= 32
primeiros termos da progressão geométrica:
q=2
n Resposta: Letra A.
a1 # (q - 1)
Sn = 2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
q-1
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a 12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a:
soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
16, 32...} a) 324
4 b) 36
2 # (2 - 1) c) 108
S4 =
2-1 d) 216
2 # (16 - 1)
S4 = 1 Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto
2 # 15 termos, devemos usar a fórmula do termo geral da
S4 = 1 PG. Veja:
a4 = a2 × q4-2
S4 = 30 a4 = 12 × 32
a4 = 12 × 9
Soma dos infinitos termos de uma progressão a4 = 108
geométrica Resposta: letra C.
Suponha que você corra 1000 metros, depois, 3. (IDECAN – 2014) Observe a progressão geométrica
você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros (P.G.) e assinale o valor de y.
e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
correu anteriormente. Quanto você correrá no total? P.G. = (y + 30; y; y – 60)
Observe que o que temos é exatamente uma progres-
são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente. a) +30.
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q < b) +60.
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto c) –30.
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por- d) –60.
tanto, substituindo, teremos: e) -90.
b) 3 x = 150
c) 4 Resposta: Letra C.
d) 8
5. (IESES – 2019) Em uma progressão geométrica de
Vamos substituir os valores que já temos na fórmu- razão r = 3 a soma dos 5 primeiros termos é igual a 968.
la geral da PG para acharmos a razão: Então, o primeiro termo dessa progressão é:
an = a1 × qn-1
a6 = a1 × q6-1 a) Maior que 18.
192 = 6 × q5 b) Maior que 15 e menor que 18. 105
c) Maior que 12 e menor que 15. z Retas paralelas: duas retas são paralelas se, e
d) Maior que 9 e menor que 12. somente se, ou são coincidentes ou são coplanares
e) Menor que 9. e não tem ponto comum.
z O plano pode ser determinado por três pontos
Vamos usar a fórmula da soma da PG:
não colineares, por uma reta e um ponto, por duas
n retas concorrentes ou por duas retas paralelas
a1 # (q - 1) distintas.
Sn =
q-1
n POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RETAS
a1 # (3 - 1)
968 =
3-1
Para falar de posições relativas entre duas retas,
a1 # (243 - 1) primeiramente definiremos retas reversas, assim
968 = 2 sejam duas retas, estas são chamadas de retas rever-
sas quando não existe um plano que as contenha.
1936 = 242a1
Agora podemos definir as posições relativas entre
a1 = 1936 / 242
a1 = 8 duas retas, então, sejam duas retas r e s distintas,
Resposta: Letra E. em relação a posição relativas entre essas duas retas,
temos que ou elas são concorrentes, ou paralelas ou
reversas. Assim podemos ter o seguinte esquema:
(c)
PROJEÇÃO ORTOGONAL
(a) (b)
107
O prisma possui alguns elementos: duas bases con-
gruentes (nos planos paralelos), com n faces laterais (n
+ 2 no total, somando-se as bases) e n arestas laterais;
3n arestas totais; 3n diedros; 2n vértices e 2n triedros;
e também, altura (h) que é a distância entre os planos
das bases.
Os prismas são classificados em: prisma reto, pris-
ma oblíquo e prisma regular. O prisma reto é aquele
cujas arestas laterais são perpendiculares aos planos
das bases. Já o prisma oblíquo é aquele cujas arestas
(c)
são oblíquas aos planos das bases. Por fim, o prisma
regular é aquele cujas bases são polígonos regulares.
Base Base
(d) Base
Base
(a)
(e)
b·m (n · b) m
AB = n · =
2 2
AL = n · b · h → n paralelogramos
(n · b) m
AT = AL + 2AB = n · b · h + 2 = (n · b) (h + m)
2
aresta da base (b) 3 cm, altura da base (m) também 3 Figura 49. Exemplos de Pirâmides, respectivamente, triangular,
cm pois a base é um quadrado, e altura do prisma (h): quadrangular, pentagonal e hexagonal.
a = 5cm; b = 3cm; m = 3cm; h = ? Uma pirâmide possui uma base formada por um
polígono de n lados e n faces laterais (formadas por
Do prisma, tiramos o triângulo retângulo entre a triângulos). Ao todo então são n+1 faces, n arestas late-
altura e a aresta lateral, onde a soma dos ângulos é: rais, 2n arestas, 2n diedros, n+1 vértices, n+1 ângulos
poliédricos e n triedros. A altura (h) da pirâmide é a
α + 60º + 90º = 180º → α = 30º distância entre o vértice e o plano da base. 109
As pirâmides são classificadas em: regulares ou oblí-
quas. A regular tem a projeção do vértice no centro da
base, já a oblíqua a projeção não fica no centro. Na pirâ-
mide regular, temos ainda que as arestas laterais são
congruentes e as faces laterais são triângulos isósceles
congruentes. À altura da face lateral de uma pirâmide
regular, dá-se o nome de apótema. O apótema da base
é a distância entre a projeção do vértice e o centro da
base, até o apótema.
A área lateral de uma pirâmide regular é a soma
Figura 50. Tronco de pirâmide.
das áreas das faces laterais. A área total é a soma da
área da base com a área lateral. Para uma pirâmide A área do tronco da pirâmide é encontrada soman-
regular, as bases podem ser por exemplo um triângu- do a área da base maior, área da base menor e a área
lo, um quadrado, ou seja, a área da base será a área lateral. O volume é feito subtraindo do volume total
da pirâmide o volume da pirâmide menor que foi for-
de um triângulo que é a metade da base x altura e
mada pela secção transversal, ou seja, o volume da
nos paralelogramos a área é base x altura. Então seja pirâmide de base maior menos o volume da pirâmide
a aresta da base (b), o apótema da pirâmide (m) e o de base menor, sendo AB, área da base maior e Ab área
apótema da base (m’) os cálculos da área da base, área da base menor:
lateral e área total são:
V=V =Vmaior
Vmaior−–VVmenor= (H– −h)h
(H )
b·A⋅ +AABbA+ ⋅ AA ⋅ +A A+
)h − H ( =
A⋅b
B + √A · A + Ab 3
AB = b · m' (n · b) m' =menor
33
B B B b bB r
=
n· 2 2
Da relação de semelhança de triângulos podem-se
n·b·m fazer algumas relações:
AL = → n triângulos
2
H B A
= =
AT = AL + n·b·m (n · b) m' (n · b) (m + m') h b a
+ =
AB = 2 2 2
m2 = h2 + m’2
ABmaior ALmaior ATmaior B2 H2 A2
= = = = =
ABmenor ALmenor ATmenor b2 h2 a2
A∆maior B3 H3 A3
= = =
A∆menor b3 h3 a3
AEFGH = 18; VF = 3; VB = 5;
a
b
h g1
E g2
E
r
Figura 50. Exemplo de Cilindro.
AB = π · r2
AL = π · r · g
AT = AL + AB = π · r · g + π · r2 = π · r (g+r)
1 · AB · 1 · π · r2
Figura 52. Cilindro raio g/2 e geratriz g. V=
3 h= 3 ·h
CONE
O tronco do cone é um sólido formado pelo corte
Conceito, elementos, classificação, áreas e volumes ou uma secção transversal no plano paralelo à base do
e troncos cone. Esse conjunto de pontos que fica entre a secção
transversal e a base do cone é o tronco do cone.
Seja um círculo de centro O e raio r em um plano
α e um ponto V fora do plano α, chamamos de cone a
reunião dos segmentos de reta com uma extremidade
em V e a outra nos pontos do círculo, como veremos
na Figura 53.
g PB = 16π = 2π R → R = 8cm;
Pb = 8π = 2πr → r = 4cm;
h B G = 5cm;
R H 8 H
= → = → H = 2h;
r h 4 h
k = (H – h) = 2h – h = h;
A¹ r B¹ H
∆ABC
O¹ h2 + r2 = G2 → h2 = 25 – 16
=9
h = 3cm;
A¹ r B¹ H = 2h = 6cm;
O¹ AL = π(R+r) G = π(8 + 4) 5 = 60πcm2;
π · (H – h)
VTronco = · [R2 + R · r + r2]
3
G
H-h π · (3)
= · [82 + 8 · 4 + 42] = 112πcm3
3
R=4
R B
A
O A
O1
AL = π · (R + r) · G
AT = AL + AB + Ab = π · [R · (G + R) + r · (G + r)]
R H R-r=4
r=4
MATEMÁTICA
=
r h C
O B
ABmaior ALmaior ATmaior R2 H2
= = = =
r2 h2
R=8
ABmenor ALmenor ATmenor
(b)
A∆maior R3 H3 Figura 55. Tronco do Cone de geratriz G = 5, R = 8, r = 4 e h = 3 (a) e
= = triângulos retângulos formados dentro do tronco a partir da altura do
A∆menor r3 h3 tronco, raios e geratriz (b). 113
ESFERA 2 · r3
VCunha = ·α
Elementos, seção da esfera, área, volumes e partes
da esfera 3
Considerando-se um ponto O e um segmento de Ex.: Seja uma superfície esférica com o compri-
medida r, chama-se esfera de centro O e raio r o con- mento da circunferência do círculo máximo igual a
junto dos pontos P do espaço, tais que a distância do 26π cm, qual seria a área dessa superfície e qual o
segmento OP seja menor ou igual a r. volume?
A esfera possui alguns elementos: o eixo, uma reta O comprimento do círculo é: 2πr = 26π → r = 13cm;
que passa pelo centro da esfera; os polos que são as
interseções da superfície da esfera com o eixo; equa- AEsfera = 4πr2 = 4π(13)2 = 676πcm2;
dor, uma secção perpendicular ao eixo passando pelo VEsfera = πr3 = π(13)3 = 2197πcm3;
centro da superfície; paralelo, uma seção perpendi-
cular ao eixo e paralela ao equador e o meridiano, INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS
uma seção cujo plano passa pelo eixo, como pode ser
observado na Figura 56. Distância polar é a distância Existe uma gama de situações em que podemos ter
de um ponto do paralelo ao polo. alguns sólidos inscritos ou circunscritos e termos o
interesse de encontrar alguns de seus elementos nes-
sa junção. Aqui vamos mostrar alguns exemplos.
No caso de inscrito, temos o sólido de interesse no
interior. Podemos ter, por exemplo, uma esfera de
raio r inscrita em um cubo de aresta a e querer saber
o valor do raio dessa esfera, como vemos na Figura 58.
Sabemos que o diâmetro da esfera é igual à aresta do
cubo, assim, 2r = a o que implica em r = a/2.
AEsfera = 4 · π · r2;
VEsfera = π · r3;
114 AFuso = 2 · r2 · α; Figura 59. Esfera de raio r inscrita em um octaedro de aresta a.
Nos casos circunscritos, temos o sólido de interesse a) 24 dias.
no exterior. Assim, se tivermos uma esfera circunscri- b) 23 dias.
ta ao cubo, teremos o interesse de calcular o valor do c) 22 dias.
raio da esfera em função da aresta do cubo, como na
Figura 60. Sabemos que o diâmetro da esfera é igual d) 21 dias.
à diagonal do cubo, assim, 2r=a√3, o que implica em e) 20 dias.
r=a√3/2.
Na figura temos um prisma regular de base quadra-
da, então a área da base é a área do quadrado e o
volume é dado por:
A C
R Ab = a · a = 2 · 2 = 4m2;
a V = Ab · h = 4 · 4,5 = 18m3;
R
Se:
E G
a√2 1000l → 1m3
750l → xm3 → x = 0,75m3
Então:
Figura 60. Esfera de raio r circunscrita em um cubo de aresta a. 1dia → 0,75m3
ydias → 18m3 → y = 24dias Resposta: Letra A.
No caso da esfera circunscrita ao octaedro regular
de aresta a, o diâmetro da esfera é igual à diagonal do
2. (VUNESP – 2019) Considere um cilindro A e um cone
octaedro, ou seja, diagonal do quadrado, como pode-
mos observar na Figura 61. Assim, temos que 2r=a√2 o B, de mesma altura e mesma base. A relação entre os
que implica em r = a√2/2. volumes VA e VB, do cilindro e do cone, respectivamen-
te, é:
a) VB=6VA.
b) VA=6VB.
c) VB=3VA.
d) VA=3VB.
e) VB=2VA.
VA V
= πr=
2
h;π r 2 h; ;h 2 r π = AV
Figura 61. Esfera de raio r circunscrita em um octaedro regular de A
aresta a.
1 2 1
V =1 ππrr2h;
VB = B
h; ;h 2 r π = BV
3 3 3
Razão : : oãzaR
EXERCÍCIOS COMENTADOS
V = π r 2 h; Razão:
A
V3 = 2AV V = 3V
1 2 um reserva-
1. (VUNESP - 2016) Uma empresa possui VAVA π B
πrr2h;h 33 2 hA2 r π B AV
tório de água no formato deVum π r reto
h; de base ==
AV 2 2 =π
=→
2
3h·⋅ 2 2 =
πrr2h; π =
⋅ h3r→ V
B =prisma VBVB π rh;BhV
πr= πhπrr2rh;hπ r π A BV
VhB2 =
3 altura, conforme
quadrada com 2 m de lado e 4,5 m de 3
3
mostra a figura. Razão : 33 3
3VB
VVA == 3V
VA π r 2 h 3 A B
== π r h ⋅ 2 =
2
=3
3→→ VAV
VB 4,5 πmr 2 h πr h VVB == 3 3 B
A
3
Resposta: Letra D.
MATEMÁTICA
π · 42 · (20 +
16) = 8π · 36 =
Vtronco =
288πcm3
2
Resposta: Letra B.
Plano cartesiano
Dados os pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), o ponto médio A equação geral ainda pode ser reescrita na forma
de AB é dado por: reduzida:
( ) ( )
x1 + x2 y1 + y2
xPM = e a c
2 2 b≠0→y= – x+ –
b b
( )
PM = (2,1)
5 7 5 7
Sejam três pontos A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x3 ,y2), dize- a = y1 – y2 = – – = + =6
2 2 2 2
mos que são colineares quando o determinante deles
é nulo: 5 7
b = x2 – x1 = – – = –6
2 2
( )( )
x1 y1 1
7 7 5 5
x2 y2 1 = 0. c = x1y2 – x2y1 = ∙ – – – ∙ =
2 2 2 2
x3 y3 1
49 25 24
Ex.: Assim, mostre que os pontos A(1,3), B(2,5) e =– + =–
= –6
4 4 4
MATEMÁTICA
{
lares é:
r : a1x+b1y+c1 = 0
S
s : a2x+b2y+c2 = 0 r ⟘ s ⟺m1 ∙ m2 = –1
{
Então o ponto P(x0,y0) de interseção entre elas é:
r : y = x+2 → m1=1
{
s : y = m2x+q2
r : x+2y – 3=0
S
s : 2x+3y – 5=0 E para serem perpendiculares precisamos satisfa-
zer a equação:
r : x= – 2y+3 [I]
r ⟘ s ⟺ m1 ∙ m2 = –1 → 1 ∙ m2 = –1 → m2 = –1
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6
+ 3 y – 5 = 0 → -y + 1 = 0 → y = 1 [II] Da equação da reta quando se conhece um ponto
temos:
[II]
x= – 2y + 3y →x = – 2(1) + 3 → x = – 2 + 3 → x = 1
(y – y0) = m2(x – x0)
P(x0,y0)=(1,1)
(y – 2) = –1(x – 3)
Paralelismo e perpendicularidade y – 2= – x+3
Sejam duas retas (r e s), para que elas sejam para- x+y – 5=0
lelas e distintas elas não devem ter nenhum ponto em
comum, ou seja, a solução do sistema (S) não tem solu-
ção. Para isso temos que a relação entre os coeficien- Importante!
tes das equações são: Quando duas retas são paralelas os coeficientes
angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s
S
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
a1 b1 c1
são paralelas então r // s ⟺ m1 = m2.
S
{ r : x+2y+3=0
s : 3x+6y+1 = 0
m = tgα
{ r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
a1x+b1y+c1
√a1 +b
2
1
2
±
a2x+b2y+c2
√a22+b22
=0
m2 – m1
tgθ =
1 + m1 ∙ m2 Ex.: Sejam as retas r:3x+3y-1=0 e s:2x-2y+1=0 as
{
a1 3 3x+3y –1 2x – 2y+1 3x+3y –1 2x – 2y+1
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3 ± =0→ ± =0
b1 –1 √32+32 √22+(–2)2 √18 √8
a2 2
s : 2x + y + 3 = 0 → m2 = – =– = –2 3x+3y –1 2x – 2y+1
b2 1 → ± =0
3√2 2√2
m2 – m1 3 – (–2)
tgθ = → tgθ = →tgθ=
1+m1 ∙ m2 1 + (–2) ∙ 3 3x+3y –1 2x – 2y+1
5 π – =0→
= =1⇒θ= 3√2 2√2
–5 4 t1 :
(6x+6y – 2) – (6x – 6y+3)
= 0 → 12y – 5 = 0
Distância entre ponto e reta e distância entre duas 6√2
retas 3x+3y – 1 2x – 2y+1
+ =0→
Seja uma reta r:ax+by+c=0 e um ponto P(x0,y0) no 3√2 2√2
t2 :
plano cartesiano, a distância entre a reta r e o ponto (6x+6y – 2) + (6x – 6y+3)
P é: = 0 → 12x+1 = 0
6√2
ax0+by0+c
dP,r =
√a2+b2 Área de um triangulo e inequações do primeiro grau
{ r : ax+by+c1 = 0
s : ax+by+c2 = 0
P(x0,y0)∈s
→ ax0+by0= –c2
x1 y1 1
x2 y2 1
ax0+by0 – c2 c1 – c2 x3 y3 1
MATEMÁTICA
dr,s= = AH = dA,BC =
√a2+b2 √a2+b2 √(x2 – x3)2+(y2 – y3)2
{
a 1
1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = – =– =1
b –1
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα
3) E< 0 em r β
x1 y1 1 a a+3 1
1 1
Aδ = ∙ x2 y2 1 = ∙ a – 1 a 1
2 2
x3 y3 1 a+1 a+1 1
1
Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
2
CIRCUNFERÊNCIA
(x – a)2+(y – b)2=r2
– a2 – 3a+a+3
Se, dados três pontos do tipo P(x0,y0) na circunferên-
1 1 5 cia, podemos encontrar a equação reduzida dela resol-
Aδ = ∙ 3 – 1+3 = ∙5= vendo o sistema de três equações e três incógnitas, a
2 2 2 partir da substituição dos pontos na equação abaixo:
(a–x0)2+(b – y0)2=r2
O estudo do sinal de uma função do primeiro grau
é usado para definir a região no gráfico que admite
Desenvolvendo essa equação reduzida chegamos
solução para inequações do primeiro grau a duas
incógnitas, pois só admite solução gráfica. Logo a na equação geral da circunferência:
regra para estudo do sinal e definição da região de
solução da inequação é a seguinte, dado a função de x2+y2 – 2ax – 2by+(a2+b2 – r2)=0
duas variáveis E(x,y)=ax+by+c:
Ex.: Na equação da circunferência abaixo, encon-
z Primeiro definimos os pontos que anulam o trinômio tre o centro e o raio:
E(x,y), ou seja, pontos da equação da reta ax+by+c=0;
z Segundo definimos o sinal de E na origem O(0,0), 2x2+2y2 – 4x –6y – 3=0
ou seja, E(0)=a∙0+b∙0+c=c, assim concluímos que o
sinal de E é o mesmo de c; Dividindo por 2 teremos os termos quadrados
z Terceiro atribuímos a E nos pontos do semiplano
iguais a unidade:
opostos ao sinal anterior, ou seja, contrário de c;
z Se a reta contiver a origem O, significa que o c=0,
então os passos 2 e 3 não são válidos, daí o passo 3
2 deve ser um ponto P qualquer fora da reta e a X2+y2 – 2x – 3y – =0
120 assim, atribuir o sinal dos planos. 2
{
z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
– 2a = – 2 → a = 1; tos de solução, assim a reta é secante à circunfe-
– 2b = – 3 → b =
3
;
→C
( )
1,
3
2
rência, ou ainda, quando a distância do centro à
reta é menor que o raio;
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni-
2
co ponto, assim a reta é tangente à circunferência,
()
2
ou ainda, quando a distância do centro à reta é
3 3 3 igual ao raio;
(a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = –
2 2 2 z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, a solução não
tem ponto comum entre reta e circunferência,
9 3 19 √19 assim a reta é exterior à circunferência, ou ainda,
1+ – r2 = – → r2 = →r= quando a distância do centro à reta é maior que
4 2 4 2
ao raio.
Posições relativas entre ponto e circunferência
{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0
Seja a circunferência λ: x2 + y2 + 2x + 2y - 2 = 0, o
ponto P(-4, -5) está em qual posição em relação à
circunferência?
Primeiro determinamos o centro e o raio da
circunferência:
Figura 29. Circunferência de centro C raio (r) com exemplos de
x + y + 2x + 2y – 2 = 0
2 2 retas: secante (r), tangente (s) e exterior (t).
{ –2a = 2 → a = –1;
–2b = 2 → b = –1;
→ C (–1, –1)
Ex.: Sendo a reta dada por r:3x+2y+17=0 e a circun-
ferência λ:x2+y2+6x+8y+12=0, qual a posição relativa
entre elas e suas interseção?
a2+b2 – r2 = –2 → 1+1 – r2 = –2 → r2 = 4 →r = 2
{
→ (–4 – 1) + (–5 – 1)2 – 22 = 25+36 – 4 = 57>0
equação da circunferência temos:
Logo, o ponto é exterior à circunferência pois a dis-
tância do ponto ao centro é PC>r. 17 2
r : 3x+2y+17 = 0 → x = – – y(I)
3 3
Reta e circunferência e duas circunferências
( )
2
Seja uma reta r:Ax+By+C=0 e uma circunferên- S (I)
17 2
λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0 → – – y +y2+6
cia de centro C(a,b) e raio (r) dada pela equação λ: 3 3
( )
(x-a)2+(y-b)2=r2, a interseção da reta com a circunfe-
rência é o P(x,y) que pertença ao mesmo tempo a reta 17 2
– – y +8y+12=0
r e à circunferência. Logo para achar essa interseção 3 3
basta ver as soluções do sistema:
MATEMÁTICA
S
{ r : Ax + By + C = 0
λ : (x – a)2 + (y – b)2 = r2
Como Δ>0, então temos duas raízes reais, ou seja,
dois pontos de solução, assim a reta é secante à cir-
Sendo que, a solução desse sistema resulta em uma cunferência. Para determinar os pontos de interseção
equação do segundo grau, então para diferentes valo- basta achar as raízes:
res possíveis de Δ determinamos as posições relativas
da reta à circunferência: 13y2 + 104y + 91 = 0 → Δ = 6084 121
– b – √Δ –104 – 78
y1= = = –7
2a 2 ∙ 13
– b + √Δ –104 + 78
y2= = = –1
2a 2 ∙ 13
17 2 (c) (d)
y1 = –7 → x1 = – – ∙ (–7) = –1
3 3
17 2
y2 = –1 → x2 = – – ∙ (–1) = –5
3 3
S
{ λ1 : (x – a1)2+(y – b1)2 = r12
λ2 : (x – a2)2+(y – b2)2 = r22
S
{ λ1 : x2 + y2 = 36
λ2 : x2 + y2 – 6x – 8y+21=0
{
distância entre os centros C1 e C2:
–2a1 = 0 → a1 = 0;
λ1 → C1(0, 0)
d = C1C2 = √(a1 – a2) + (b1 – b2)2 2 –2b1 = 0 → b1 = 0;
a12+b12 – r12 = –36 → 0+0 – r12 = –36 → r1 = 6
z Circunferências exteriores, a distância entre os
centros é maior que a soma dos raios, d>r1+r2; λ2 : x2 + y2 –6x – 8y + 21 = 0
z Circunferências tangentes exteriormente, a dis-
tância entre os centros é igual à soma dos raios,
d=r1+r2;
λ2
{ –2a2 = –6 → a2 = 3;
–2b2 = –8 → b2 = 4;
→ C2(3, 4)
Problemas de tangência
λ
{ –2a = 4 → a = –2;
–2b = –10 → b = 5;
→ C(–2, 5)
m=–
20
21
a2+b2 – r2 =4 → (–2)2+52 – r2 = 4 → r=5
y – y0 = mi (x – x0)
Agora igualamos ao raio a distância do centro C à
reta t paralela à reta r dada: 20
y–7=– (x – (–1))
ti || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0 21
Ax+By+C 5(–2)+2(5)+C
dCt = r → =5→ =5 20
√A +B
2 2
√(5)2+(2)2 y–7=– (x+1)
21
–10+10+C t1: 20x+21y – 127 = 0
→ =5
√25+4
Assim, além dessa reta tangente podemos cons-
C truir o gráfico com a circunferência, os pontos e as
=5 → |C|=5√29 → C1 = 5√29 e C2 = –5√29 retas tangentes para visualizarmos mais facilmente
√29
qual seria a segunda reta tangente, visto que da solu-
t1 : 5x+2y+5√29 = 0 e t2 : 5x+2y – 5√29 = 0 ção de m tivemos apenas um valor, e pelo ponto P ser
externo sabemos que existe mais uma reta tangente
Nos casos em que não se conhece a reta paralela à
reta tangente, mas se conhece um ponto P(x0,y0) que além da encontrada. Logo, a outra reta tangente é a t2:
é a interseção entre a reta tangente e a circunferên- x = –1 ou x+1 = 0.
cia de centro C(a,b), podemos achar a equação da reta
tangente por: P
7
t2 t1
6
z Quando o ponto é interior à circunferência não
5
existe reta tangente;
4
z Quando o ponto pertence à circunferência: 3
a – x0 2 c
y – y0 = (x – x0) 1
y0 – b ; c
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
-1
z Quando o ponto está externo à circunferência: -2
-3
ma – b+(y0 – mx0) -4
= r, y – y0 = mi(x – x0);
√m2 + 1 -5
-6
-7
Ex.: Seja a circunferência λ:x2+y2-4x-5=0 e com pon-
to P(-1,7) de interseção da reta tangente e a circunfe- Figura 31. Circunferência de centro C(2,0) e raio 3, com ponto P(-1,7)
rência, a equação da reta tangente é dada por: exterior a circunferência com suas retas tangentes t1 e t2.
Primeiro definimos o centro e o raio da circunfe-
MATEMÁTICA
20 10
A
15
5
C
10
Raio C
-10 -5 0 5 10
5
-5
-1 0 5 10 15
-10
(a)
Figura 33. Inequações com circunferência de centro C(0,0) e raio 5,
com solução interior à circunferência.
λ1 : x2+y2 ≥ 4
20
15
A
{ –2a = 0 → a = 0
–2b = 0 → b = 0
→ C (0, 0)
a2+b2 – r2 = –4 → 0+0 – r2 = –4 → r = 2
C
10 Então para segunda circunferência temos o centro
Raio na origem e o raio igual a dois, Figura 34:
(x – a)2 + (y – b)2 – r2 ≤ 0 → (x – 0)2 + (y – 0)2 – 22 ≥ 0 →
5
x2 + y2 – 4 ≥ 0
-1 0 5 10 15 3
1
(b) C
Figura 32. Inequações com circunferência de centro C e raio r, -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
com ponto A(x,y), (a) região exterior e (b) região interior, inclusos a
circunferência.
-1
-2
Ex.: Seja o sistema de inequações circulares:
-3
S
{ λ1 : x2 + y2 ≤ 25
λ2 : x2 + y2 ≥ 4 Figura 34. Inequações com circunferência de centro C(0,0) e raio 2,
com solução exterior à circunferência.
A solução desse sistema pode ser dada via solução
gráfica como mostrado anteriormente. Assim, para
Assim o conjunto solução para que ocorra as duas
cada uma das inequações temos:
inequações simultaneamente é o sistema circular for-
124 λ1 : x2 + y2 ≤ 25 mando uma coroa, com segue na Figura 35.
Já uma elipse de centro na origem e eixo maior na
6 ordenada tem equação reduzida dada por:
4 y2 x2
+ =1
a2 b2
2
Uma elipse de centro em um ponto C(x0,y0), e eixo
C maior paralelo à abscissa temos a equação:
-6 -4 -2 0 2 4 6
(x – x0)2 (y – y0)2
-2 + =1
a2
b2
-6
(y – y0)2 (x – x0)2
+ =1
a2 b2
Figura 35. Solução simultânea das inequações com circunferência
de mesmo centro C(0,0) e raio 5 e 2, com solução na coroa entre as Assim, uma elipse que tenha centro C(7,8) e eixo
(A1A2) maior (2a) igual a 10 e o menor (2b) igual a 8,
{
circunferências.
podemos ter as seguintes equações:
ELIPSE
A1A2//x : (x – x0)2 (y – y0)2 (x – 7)2 (y – 8)2
Definição + =1 → + =1
a2 b2 52 42
Dados dois pontos (F1 e F2) pertencentes a um pla-
no e seja 2c a distância entre F1 e F2, a elipse é o con- (x – 7)2 (y – 8)2
→ + =1
junto dos pontos do plano cuja soma das distâncias 25 16
aos pontos (F1 e F2) é uma constante (2a), sendo 2a>2c.
A1A2//y : (y – y0)2 (x – x0)2 (y – 8)2 (x – 7)2
+ =1 → + =1
a2 b2 52 42
(y – 8)2 (x – 7)2
→ + =1
25 16
{
(x – x0)2 (y – y0)2
+ – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
+ – 1=0
Figura 36. Elipse de focos F1 e F2, centro C, e as distâncias a2 b2
A1A2=2a, B1B2=2b e F1 F2=2c e c/a é a excentricidade, onde
a2=b2+c2. (x – x0)2 (y – y0)2
MATEMÁTICA
+ – 1<0
Equações a2 b2
{
r : Ax+By+C=0 Isolando x na equação da reta e substituindo na
equação da elipse temos:
{
S (x – x0)2 (y – y0)2
δ: + =1
a 2
b2 r : – 12,73x+6,4y – 15,62=0 → x = –1,23+0,5y(I)
–b+√Δ 3+12,74
y2 = = = 7,87
2a 2∙1
P1(2,7; 7,87)
P2(– 3,66; – 4,87)
Na equação da elipse:
Ex.: Sendo a reta dada por r:-12,73x+6,4y-15,62=0 e a eixo maior está paralelo à ordenada (eixo y), pois
a variável y tem como denominador o quadrado
(y+2)2 (x – 4)2
elipse δ : + =1 , qual a posição relativa da medida do semieixo maior, já a variável x tem o
100 64
semieixo menor. Logo, o eixo do denominador é para-
126 entre elas e suas interseção? lelo ao eixo ordenado do numerador.
y2 x2
– =1
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
– =1
a2 b2
(y – y0)2 (x – x0)2
– =1
a2
b2
{
e eixo (A1A2) real (2a) igual a 8 e o imaginário (2b)
igual a 6, podemos ter as seguintes equações:
Figura 38. Elipse de centro C(-4,-2), semieixos (a=10 e b=8) e
distância focal (c=12) com interseção com reta secante (r) nos foco // x: (x – x0)2 (y – y0)2 (x – 7)2 (y – 8)2
pontos P1 e P2. – =1→ – =1
a2 b2 42 32
HIPÉRBOLE (x – 7)2 (y – 8)2
→ – =1
16 9
Definição
Dados dois pontos (F1 e F2) pertencentes a um pla- foco // y: (y – y0)2 (x – x0)2 (y – 8)2 (x – 7)2
– =1→ – =1
no e seja 2c a distância entre F1 e F2, a hipérbole é o a2
b 2
42 32
conjunto dos pontos do plano cujo módulo da diferen-
(y – 8)2 (x – 7)2
ça das distâncias aos pontos (F1 e F2) é uma constante → – =1
(2a), sendo 0<2a<2c. 16 9
{
ções (idem quando o foco é paralelo à ordenada):
(x – x0)2 (y – y0)2
– – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
Figura 39. Hipérbole de focos F1 e F2, centro C, e as distâncias – – 1=0
A1A2=2a (eixo real), B1B2=2b (eixo imaginário) e F1 F2=2c (focal), c/a é a2 b2
a excentricidade, onde c2=a2+b2.
(x – x0)2 (y – y0)2
Equações da hipérbole – – 1<0
a2 b2
MATEMÁTICA
{
sistema: 3 3
(√) ()
2
1 4 16 16
r : Ax+By+C=0 →Δ= 4 – 4(1) = – =0
3 3 3 3
S (x – x0)2 →Δ=0
(y – y0)2
r: + =1
a2 b2 Como Δ=0, então temos uma única raiz real, ou
seja, um ponto de solução. Assim, a reta é tangente à
Sendo que, da solução desse sistema resulta em hipérbole. Para determinar o ponto de interseção bas-
uma equação do segundo grau, então para diferentes ta achar a raiz:
valores possíveis de Δ determinamos as posições rela-
tivas da reta à hipérbole:
√
1 4
x2+4 x+ =0→Δ=0
z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon- 3 3
tos de solução, assim a reta é secante à hipérbole;
√
–b ± √Δ –b ± 0 –b 1
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni- x1 = x2 = = = =–2
co ponto, assim a reta é tangente à hipérbole; 2a 2a 2a 3
z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, solução não
tem ponto comum entre reta e hipérbole, assim a
Com os valores do eixo x para o ponto P de interse-
reta é exterior à hipérbole.
ção encontramos os respectivos valores para o eixo y:
x=–2
√
1
3
→ y = √3+2x=√3+2
( √)
–2
1
3
√
1
→ y = √3 – 4
3
P
( √ –2
1
3 ;√3 – 4
√)
1
3
{
Figura 41. Hipérbole de centro C(0,0), semieixos (a=1 e b=1) e
distância focal (c=2√2) com interseção com reta tangente (r) no
r : –2x+y – √3=0
S ponto P.
γ : x2 – y2 = 1
Equações das assíntotas da hipérbole
Isolando y na equação da reta e substituindo na
equação da hipérbole temos: As duas retas, r1 e r2, que tangenciam os dois
ramos da curva de uma hipérbole de centro C(0,0) e
{
semieixos, real e imaginário, a e b, respectivamente,
r : –2x+y – √3=0 → y = 2x+ √3(I) é chamada de assíntotas da hipérbole. Assim, uma
S (I) hipérbole de centro na origem do plano cartesiano
128 γ : x2 – y2 = 1 →x2 – (2x+ √3)2 – 1=0 tem suas assíntotas dadas por:
{
b
r1 : y = x
a
b
r2 : y = – x
a
x2 y2
γ: – =1
9 16
{
a2 = 9 → a = 3
x2 y2
Figura 43. Parábola de foco F, diretriz d, parâmetro p e vértice V,
r: – =1→ b2 = 16 → b =4
9 16 sendo a reta VF o eixo de simetria (VF=p/2).
{
c2 = a2 +b2 = 9+16 = 25 → c = 5
b 4
r1 : y = x→y= x Equações
a 3
Uma parábola de vértice na origem e foco na abs-
b 4 cissa tem equação reduzida dada por:
r2 : y = – x→y=– x
a 3
y2 = 2px
x2 = 2py
(y – y0)2 = 2p (x – x0)
(x – x0)2 = 2p (y – y0)
PARÁBOLA
{
x = 1,275 → y = 1+2,72x = 1+3,47 → y = 4,47
r : Ax+By+C = 0
S
x : (y – y0)2 = 2p(x – x0) Logo, o ponto de interseção da reta tangente com a
parábola é o que podemos ver na Figura 41, sendo esse
Sendo que, da solução desse sistema resulta em ponto solução para as duas equações, reta e hipérbole:
uma equação do segundo grau, então para diferentes
valores possíveis de Δ determinamos as posições rela- P(1,275;4,47)
tivas da reta à parábola:
(x – x0)2 (y – y0)2
Figura 44. Parábola com exemplos de retas: secante (r), tangente (s) + =1
e exterior (t). k1 k2
Ex.: Sendo a reta dada por r:-3,46x+1,27y-1,27=0 e k1 > k2 → k1 = a2 e k2 = b2 → eixo maior horizontal
a parábola χ: (y – 3)2 = 8 (x – 1), qual a posição relativa
entre elas e suas interseções? k1 < k2 → k1 = b2 e k2 = a2 → eixo maior vertical
{
(x0 ,y0) → centro
r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0
S
χ : (y – 3)2 = 8(x – 1) Uma equação do segundo grau nas incógnitas x e y
representa uma hipérbole, se a sua equação geral for
Isolando y na equação da reta e substituindo na redutível à forma:
equação da parábola temos:
(x – x0)2 (y – y0)2
{
+ =1
r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0 → y = 1 + 2,72x(I) k1 k2
S (I)
130 χ : (y – 3)2 = 8(x – 1) → ((1+2,72x) –3)2 –8(x – 1) = 0 k1 > 0 e k2 > 0 → k1 = a2 e k2 = –b2 → eixo real horizontal
k1 < 0 e k2 > 0 → k1 = –b2 e k2 = a2 → eixo real vertical
x1 y1 1 x1 y1 1
1
(x0 ,y0) → centro 2x AΔ= 2x ∙ x2 y2 1 = x2 y2 1
2
x3 y3 1 x3 y3 1
Uma equação do segundo grau nas incógnitas x e y
representam uma parábola, se a sua equação geral for
4 5 1
redutível à forma:
1 1 1 =|4+5+4 – 1 – 4 – 20| = |–12| =12
{ x = ay2 +by+c (a ≠ 0)
y = ax2 +bx+c (a ≠ 0)
4 1
Resposta: Letra D.
1
() ()
paralelos aos eixos x e y. Em tais condições, a área 9x2 + 25y2 = 1 → + =1→ 2
+
2 =1
1 1 1 1
desse retângulo, em unidades de área do plano carte-
siano, é igual a: 9 25 3 5
a) 8. 1 1
a= ; b= ; Centro(0,0)
b) 6. 3 5
c) 20.
Assim, o eixo maior está na abscissa e da relação
d) 12.
entre os valores dos semieixos e foco temos:
e) 10.
1 1 16 4
A diagonal do retângulo divide ao meio a figura a2 = b2+c2 → c2 = – = →c=
9 25 225 15
geométrica, cada área é exatamente a área de um
triângulo retângulo. A área do triângulo no plano
Como a distância focal é 2c, assim temos o valor de
cartesiano é dada por metade do determinante das
coordenadas dos 3 pontos desse triângulo, assim 8/15. Resposta: Letra A.
marcamos os pontos dados no plano e pela projeção
de cada um deles encontramos os demais pontos do 3. (FCC - 2016) Uma reta cruza o eixo das abscissas em
retângulo: x=3 e é tangente à circunferência x2+y2=4 no ponto T,
de coordenadas positivas. Nas condições dadas, a
ordenada y do ponto T é igual a:
a) 1/3.
b) 2√5/3.
c) 1.
d) 3√5/4.
e) 4/3.
{
1
A2 = ∙ x2 y2 1 λ : x2+y2 = 4 → r = 2; Centro(0, 0)
2
x3 y3 1 r : (y – y0) = m(x – x0) → P(x0, y0) = P(3, 0) 131
9x2 – 24x+16 = 0; Δ = 0
– b ± √Δ b (–24) 24 4
x1 = x2 = =– =– = =
2a 2a 2∙9 18 3
2 6
r:y=– x+
√5 √5
x=
4
3
→y=–
2
√5
∙
( ) 4
3
+
√5
6
=
3√5
10
=
1
3 √
102
5
√
1 100 1 1 2√5
= √20 = √22 ∙ 5
3 5 3 3 3
Resposta: Letra B.
Conhecendo o raio e o centro da circunferência 4. (FCC - 2010) Sabe-se que, num sistema cartesiano
podemos ver que por ela e passando pelo ponto P
ortogonal xOy, o ponto P (8, 4√3) pertence a uma pará-
podemos ter duas retas tangentes, mas somente
uma delas contempla o ponto T tangente, com eixo bola com vértice na origem do sistema. O foco dessa
x e y positivos. Note, que pela figura conseguimos parábola pode ser igual a:
definir qual é essa reta, a reta decrescente, ou seja, o
coeficiente angular é negativo (m<0). Assim, defini- a) (0,√3/2).
mos em função de m a equação da reta r. b) (4/3,0).
c) (0,√3).
r : (y – y0) = m(x – x0) → P(x0, y0) = P(3, 0)
r : (y – 0) = m(x – 3) → y = mx –3m d) (3/2,0).
r : y – mx+3m = 0 e) (0,2√3).
Dessa equação da reta r, passando pelo ponto P(3,0), Pode-se ter a parábola com o foco no eixo x ou no
temos que os coeficientes da reta são a=-m, b=1 e eixo y, sabendo que o vértice está na origem, que
c=3m, assim, a distância da origem da circunferên-
VF=p/2, as equações da parábola são:
cia até a reta r é:
dOr = r →
by0+ax0+c
=r→
y0 – mx0+3m
=2 { foco em x: y2 = 2px P(8,4√3)
→
{ (4√3)2 = 2p(8)
{
√a2+b2 √m2+1 foco em y: x2 = 2py 82 = 2p (4√3)
( )
{
3
{
→ 0 – m0+3m
O(0, 0)
=2 F1 ,0
16 ∙ 3 = 16p p=3 2
( )
√m2+1 à à à
64 = 8√3p 8 4
3m p= F2 0,
= 2 → 3m = 2√m +1 2
√3 √3
√m2+1
2
→ 9m2 = 4(m2+1) → 5m2 = 4 → m = ±
√5
2
Como sabemos que nosso m<0 então m = – .
Logo, a equação da reta é: √5
2 6
r:y=– x+
√5 √5
Para achar o ponto T, que é a interseção da reta r à
circunferência λ, isolamos o y na equação da reta e
substituímos na equação da circunferência:
( )
2 6 2
x2 + – x+ =4 → 9x2 –24x+16 = 0
√5 √5
Δ = (–24)2 – 4 ∙ 9 ∙ 16 = 576 – 576 = 0
a2 = 4 → a = 2;
Observação 1: O é chamado de Vértice do ângulo
b2 = 1 → b = 1;
e OA e OB são chamados de lados.
c2 = a2 +b2 → c2 = 4+1 = 5 → c = √5 Observação 2: Na figura acima o ângulo é indica-
do por AOB ou BOA.
ÂNGULO
MATEMÁTICA
O
Definição, elementos e propriedades
B
z Vamos relembrar o conceito visto anteriormente
sobre Ângulo:
Figura 3. Setor Angular
Definimos ângulo como a união de duas semirre-
tas de mesma origem e não colineares (que não per- Observação: A figura acima mostra o Setor Angu-
tencem a uma mesma reta). Veja a figura adiante: lar do AOB 133
z Classificação dos Ângulos Observação: o par de ângulos FÔG e HÔI são opos-
tos pelo vértice.
Vejamos de que maneira os ângulos podem ser
classificados. Ângulo Reto: um ângulo será chamado de Reto
quando sua medida for igual a 90º.
Ângulos Consecutivos: dois ângulos serão
chamados de Consecutivos quando tiverem o
mesmo vértice e um lado em comum.
A
A
C O B
Figura 4. Dois Ângulos Consecutivos
Figura 7. Ângulo Reto
Ângulos adjacentes: dois ângulos serão cha- Ângulo Agudo: um ângulo será chamado de
mados de Adjacentes quando forem consecu- Agudo quando sua medida for menor que 90º.
tivos e não tiverem pontos internos em comum.
B O
O B
H O B
O
Observação: AÔB é um ângulo obtuso.
I G
Ângulos Complementares: dois ângulos serão
complementares quando a soma de suas
medidas for igual a 90°. Dizemos que um ângu-
134 Figura 6. Ângulos Opostos pelo Vértice lo é o complemento do outro.
ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA
P
Figura 10. Ângulos Complementares
r
C
Observação: os ângulos IÔM e MÔH são
complementares.
P
C O B
r
Figura 11. Ângulos Suplementares
C
Observação: os ângulos AÔC e AÔB são
suplementares.
Bissetriz de um Ângulo
r C
MATEMÁTICA
C
Bissetriz
O A
D E
B M
Figura 12. Bissetriz de um Ângulo Figura 15. Elementos de uma Circunferência 135
AC = raio A Medida de um Ângulo é a medida do menor
ANB = semicircunferência
AC = r e AB = 2r
A
m (AOB) = AÔB
C
z Ângulo Central: definimos um ângulo central
D como sendo aquele cujo vértice coincide com o
centro da circunferência. O arco de uma circunfe-
rência com pontos internos ao ângulo é o seu Arco
Correspondente.
Figura 16. Posições de alguns pontos em relação à Circunferência λ
S
O Observação 1: O ângulo AÔB (α) é o Ângulo
Central.
Observação 2: APB é o arco correspondente do
B
ângulo AÔB.
A medida de um ângulo central é igual à medida de
seu arco correspondente AÔB = m (AB) = α.
136 Figura 17. Arco S representado em uma Circunferência Veja a representação desta igualdade a seguir:
Observação 1: APB é de vértice externo.
Observação 2: ANB e CMD são os arcos correspon-
A ^ .
dentes do ângulo APB
PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE
O Retas Paralelas
r s
Figura 20. Ângulo e Arco Correspondente em uma Circunferência
r
z Ângulo Inscrito: chamamos de ângulo inscrito s
aquele que tem vértice na circunferência e lados
secantes à mesma. O arco da circunferência com pon-
tos internos ao ângulo é o seu arco correspondente.
Figura 23. Retas Paralelas r e s
Veja a figura abaixo:
Observação 1: β é um plano que contém as retas
r e s.
A
Observação 2: r ⸦ β, s ⸦ β e r ∩ s = ø
Dadas duas retas r e s paralelas (ou não paralelas)
e uma reta t concorrente com r e s, temos:
Q
O t
P
a
B
b
d r
Figura 21. Ângulo Inscrito em uma Circunferência
c
Observação 1: O ângulo AP̂B é inscrito na
e
circunferência. f
Observação 2: AQB é o arco correspondente do
ângulo AP̂B.
s
h
z Ângulo de Vértice Externo: denominamos de ângu-
g
lo de vértice externo, ao ângulo que tem o vértice no
exterior da circunferência e seus lados secantes a ela.
Vejamos abaixo:
Se duas retas distintas e coplanares e uma trans- Denominamos Mediatriz de um segmento a reta
versal determinarem ângulos alternos, ou ângulos perpendicular (m) ao segmento (AB) que passa pelo
correspondentes congruentes, podemos concluir seu ponto médio (M), ou seja, a mediatriz divide o seg-
então que essas duas retas são paralelas.
mento em duas partes iguais.
m
t
r
A B
M
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
Figura 25. Existência da Paralela
Ângulo Externo
Observação: Se α = β, então r//s
Em todo triângulo, qualquer um de seus ângulos
Postulado de Euclides externos é igual à soma dos dois ângulos internos não
adjacentes a ele. Na figura abaixo, representamos um
O postulado de Euclides afirma o seguinte: destes ângulos externos:
Duas retas serão chamadas de Perpendiculares Figura 28. Ângulo Externo a um Triângulo ABC
se, e somente se, forem concorrentes e formarem dois
ângulos retos suplementares, ou seja, cada um dos Observação: conforme mencionado acima, o
ângulos medindo 90°. ângulo externo a um triângulo é dado pela soma dos
ângulos internos ao triângulo e que não são adjacen-
r tes a e (Teorema do Ângulo Externo). Neste caso,
temos:
e
O s B
C
 = Â’ , B̂ = B̂ ’ , Ĉ = Ĉ ’ e
AB AC BC ⇔ ΔABC ~ ΔA’ B’ C’
= = =k
A’ B’ A’ C’ B’ C’
B C
Observação: a constante k é chamada de Razão
Figura 30. Soma dos ângulos internos de um Triângulo ABC de Semelhança.
C B
A’
B C
H
C B
C B 139
A’ Observação 1: medianas do triângulo ABC: AE, BF
e CD
Observação 2: pontos médios dos lados do triân-
gulo ABC: D, E e F
Observação 3: Baricentro do ΔABC : G
D
F
I
C B
A’
C B
E
F D C
G
C B
E
A
F D
A C
TEOREMA DE PITÁGORAS
TRIÂNGULOS RETÂNGULOS
a b c
= = = 2R
b c sen A sen B sen C
h
z Lei dos Cossenos: em todo triângulo, o quadrado
da medida de um lado é igual à soma dos quadra-
dos das medidas dos outros lados, menos o dobro
n m do produto dessas medidas pelo cosseno do ângulo
CB que eles formam.
H
A
a
z BC é a hipotenusa;
z AB e AC são os catetos;
z AH é a altura relativa à hipotenusa; C B
z BH e CH são, respectivamente, as projeções dos a
catetos AB e AC sobre a hipotenusa BC Figura 44. Triângulo ABC qualquer
No triângulo retângulo ABC da figura, sendo BC = Seja um triângulo qualquer ABC, conforme a figu-
a, AC = b, AB = c, AH = h, BH = m e CH = n, então valem ra 44.
as seguintes relações: Neste caso, verifica-se que:
b2 = a · n a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos Â
c2 = a · m
a2 = b2 + c2 b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B̂
h2 = m · n
b·c=a·h c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos Ĉ
z Lei dos Senos: em todo triângulo, as medidas dos A transversal de um conjunto de retas todas para-
lados são proporcionais aos senos dos ângulos lelas é uma reta do plano das paralelas que é concor-
opostos e a razão de proporcionalidade é a medi- rente com todas as retas deste conjunto.
da do diâmetro da circunferência circunscrita ao Os pontos correspondentes de duas transversais
triângulo. são pontos destas transversais que estão numa mes-
ma reta do conjunto de paralelas.
Consideremos o triângulo ABC, inscrito na circun- Os segmentos correspondentes de duas transver-
ferência de raio R: sais são segmentos que possuem por extremidades os
pontos correspondentes.
A
t1 t2
b
A A’
C B B’
c
R C C’
D D’
142 Figura 43. Triângulo ABC inscrito em uma Circunferência de Raio R Figura 45. Feixe de Retas Paralelas cortadas por Transversais
Observação 1: as transversais são indicadas por Pelo Teorema da Bissetriz Interna, temos a seguin-
t1 e t2 te igualdade:
Observação 2: os pontos correspondentes são
indicados por A e A’, B e B’, C e C’, D e D’.
Observação 3: os segmentos correspondentes são AC AB
indicados por AB e A’ B’, BD e B’ D’. =
CD BD
TEOREMA DE TALES
Observação 1: AD é a bissetriz do ângulo BÂC
O Teorema de Tales diz que se duas retas são no triângulo ABC, ou seja, divide o ângulo  em dois
transversais de um conjunto de retas paralelas, então, ângulos congruentes.
a razão entre dois segmentos quaisquer de uma Observação 2: utilizando as medidas dos lados da
delas é igual à razão entre os segmentos corres- figura 51, temos:
pondentes da outra.
b c
=
t1 t2 n m
D D’
b c
=
y x
MATEMÁTICA
C
B
A
K
I C
E
E
G
D
F
L M
Figura 51. Polígono Convexo
Q O
Observação: em um polígono convexo, a região
poligonal é convexa.
Por definição, um polígono que não é convexo é
R P N côncavo
G
Região Poligonal
I
A região poligonal é a reunião do polígono com o
seu interior. H
F
G
A
F
H
J
L
O Número de Diagonais em um Polígono Convexo K
é dado pela expressão:
n (n – 3)
d= H
J
2
W
Perímetro de Polígonos
D1
V
Quando nos referimos ao Perímetro de um Polí-
gono, estamos na prática indicando que nosso interes- S
T U
se diz respeito à soma dos lados deste. Portanto, para
calcular o Perímetro de um Polígono qualquer, basta
somar os lados. Figura 53. Polígonos Regulares 145
QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS z Trapézio Retângulo: quando existem dois ângu-
los internos retos.
Trapézio: um quadrilátero é um Trapézio se, e
congruentes. A B
Observação: AB // CD e AD // BC
z Trapézio Escaleno: os lados não paralelos não são z Em todo Paralelogramo os lados opostos são
congruentes;
congruentes.
z Todo Quadrilátero convexo que possui os lados
B
A C
B L C
Retângulo: um quadrilátero é um Retângulo
se, e somente se, possuir os quatro ângulos internos
congruentes.
B
L
L D
h
b D
D b·h
A= 2
Área de um Losango
B
B
b
Figura 64. Área de um Paralelogramo
Área de um Triângulo
D
Temos duas situações no caso do cálculo da área
do Triângulo.
A área de um Triângulo qualquer é dada pelo pro-
duto da base pela altura, dividido por dois.
h D
b
Observação 1: D é a diagonal maior e d é a diago-
Figura 65. Área de um Triângulo nal menor.
Observação 2: a área é dada por:
Observação: A área é dada por:
D·d
A= 2
b·h
A= 2
148
Área de um Trapézio
D
Figura 70. Área de um Círculo
B
A
Figura 68. Área de um Trapézio Isósceles
(b + B) · h r
A= 2
B
A área de um Trapézio Retângulo também é dada
pela soma das bases (maior e menor) multiplicada
pela altura, dividido por dois: Figura 71. Área de um Setor Circular
A = √ p · (p – a) · (p – b) · (p – c)
B
b
(b + B) · h
A= 2
B
a
Área do Círculo
Figura 72. Triângulo ABC
R u = 120°
D ɛ = 136.09°
2.29
Υ = 69,17° B
2.29 p = 120° O
c = 4.17
δ = 94.8° b = 5.98 ξ = 120°
M o = 120° 2.29
C
2.29
N
C'
Q1
b' = 5.98 α1 = 121.86°
2.29
c' = 4.17
2.29
v1 = 120° P1
σ1 = 120°
B' Υ1 = 69,17°
D' R1
ɛ1 = 136.09° u1 = 120° 2.29
d' = 3,16
2.29 p1 = 120° O1
a' = 6.66 Ϛ1 = 118.08°
β1 = 94.8° ξ1 = 120°
E' M1 o1 = 120°
e' = 2 2.29
A'
2.29
N1
Figura 73. Congruência entre duas figuras planas (Pentágonos)
F
S
v = 1.67
g = 3.03
Ɵ = 98.82°
ϕ = 114.29°
h = 4.6 V
K = 50.63° η1 = 80.03°
H
s = 3.11
l = 30.55°
f = 5.88
u = 1,95
G
ω = 119.21°
Ψ = 46.47°
T
U t = 2.77
150
S' C’
v' = 1.67
θ1 = 114.29°
s' = 3.11
μ1 = 80.03° V'
B’
T' K1 = 46.47° C’
λ1 = 119.21°
u' = 1,95
t' = 2.77
U'
Figura 76. Congruência entre duas figuras planas (Quadriláteros)
C’
RAZÃO ENTRE ÁREAS A’
Razão entre áreas de dois Triângulos semelhantes Figura 78. Dois Polígonos Semelhantes
A razão entre as áreas de dois triângulos seme- Observação 1: Área do Polígono ABCDE: A1
lhantes é igual ao quadrado da razão de semelhança. Observação 2: Área do Polígono A’ B’ C’ D’ E’: A2
Observação 3: Razão de Semelhança: k
Observação 4: Razão entre as áreas dos Polígonos
ABCDE e A’ B’ C’ D’ E’:
A1
A2
= k2
INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO
C’ B’
Figura 77. Dois Triângulos Semelhantes
A1
A2
= k2
Razão entre Áreas de dois Polígonos Semelhantes B
A Razão entre as Áreas de dois Polígonos seme- Figura 79. Triângulo Equilátero inscrito em uma Circunferência
lhantes é igual ao quadrado da razão de semelhança.
G
E
F
MATEMÁTICA
D
B
E
Figura 80. Quadrado inscrito em uma Circunferência 151
K G
L
J
H
D
I
P
K
L
R
M J
H
N
A P
B M
152
EXERCÍCIOS COMENTADOS Teorema de Pitágoras
a2 = b2 + c
c
4m
2x
Murilo utilizou o teorema de Pitágoras para descobrir
x – 20º o comprimento de corda de varal que ele terá disponí-
vel para colocar suas roupas. Sabendo-se que Murilo
Se a pizza inteira tivesse sido dividida em fatias iguais, colocará o varal bem esticado, se calcular corretamen-
todas com ângulo de x – 20°, então, o número de fatias te, descobrirá que terá de varal, em metros, o total de:
dessa pizza seria:
a) 5,0
a) 9 b) 5,5
b) 10 c) 6,0
c) 11 d) 6,5
d) 12 e) 7,0
e) 13
Perceba que o comprimento do varal é a hipotenu-
Note que meia pizza é uma semicircunferência. sa do triângulo retângulo formado na figura. Nesse
caso, temos catetos iguais a 3m e 4m. Pela definição
Logo, a soma dos três ângulos será igual a 180º.
de triângulo retângulo Pitagórico, a hipotenusa des-
Fazendo a soma dos ângulos e igualando a 180º,
se triângulo será igual a 5m. Veja que conhecendo
encontramos o valor de x.
a definição não é necessário fazer cálculo algum.
Desta maneira, temos:
Para fins didáticos, vamos resolver a questão utili-
x + 2x + x – 20º = 180º
zando o Teorema de Pitágoras:
4x – 20º = 180º
a2 = b2 + c2
4x = 200º
a2 = 32 + 42
x = 50º
a2 = 9 + 16
Uma pizza inteira representa uma circunferência.
a2 = 25
Sabemos que a circunferência possui 360º. Se a piz-
a = ±√25
za toda deve ser dividida em x – 20°, as fatias devem
a = ±5
possuir 50° – 20° = 30°
Como estamos tratando de medida, desconsidera-
Fazendo 360° = 12, concluímos que o número de mos o valor negativo.
30° Logo: a = 5
fatias dessa pizza seria igual a 12. Resposta: Letra
Resposta: Letra A.
D.
4. (VUNESP – 2015) As figuras, fora de escala, mos-
2. (ITAME – 2015) Sabendo-se que 8x, 6x e 4x são ângu-
tram as dimensões de dois terrenos, A e B, ambos
los de um triângulo, qual o valor do menor ângulo?
retangulares.
a) 10º
b) 20º
c) 30º X A B X + 7,5 m
d) 40º
50 m 40 m
A soma dos ângulos internos de um triângulo é
igual a 180°. Portanto, basta somar os ângulos for- Sabendo-se que os dois terrenos têm a mesma área e
necidos e igualar a 180°. Fazendo isso, encontrare- que, no terreno A, será construído um galpão cuja área
mos o valor de x. terá 1/6 da área dos dois terrenos juntos, então a área
4x + 6x + 8x = 180º do galpão, em metros quadrados, será:
18x = 180º
x = 10º a) 450
Pelo enunciado, sabemos que o menor ângulo deste b) 500
MATEMÁTICA
3. (VUNESP – 2020) Murilo vai colocar um varal em Os dois terrenos possuem a mesma área. Logo, a
seu quintal. Ele já colocou os ganchos em duas pare- ÁreaA=ÁreaB. Sabemos que a área de um retângulo
des perpendiculares, conforme indicado pelas setas é dada por b · h (medida da base multiplicada pela
da imagem a seguir, de acordo com as distâncias medida da altura).
marcadas. Deste modo, teremos: 153
ÁreaA = ÁreaB an, an – 1, an – 2, ... ,a1, a0 : são números complexos
50x = 40 ⋅ (x+7,5) e coeficientes do polinômio
50x = 40x + 300
50x – 40x = 300 anxn, an – 1xn – 1, an – 2xn – 2, ... ,a1x, a0 : são os termos
10x = 300 do polinômio
x = 30 a0 é o termo independente
Sendo x = 30, e as duas áreas tendo a mesma medi-
da, ao descobrirmos a área de um terreno, teremos n∈N
a área do outro.
x∈C
ÁreaA = ÁreaB = 50 · x = 50 · 30 = 1500m2
1
Pelo o enunciado, a área do galpão terá 6 da soma Ex.:
das duas áreas.
Neste contexto, teremos:
1 1 p(x) = – 7x4 + 2x3 – x2 + 11x + 2, onde: a0 = 2,
ÁreaGalpão = (ÁreaA + ÁreaB) = · (1500 + 1500) = a1 = 11, a2 = –1, a3 = 2, a4 = –7
6 6
3000
= 500m 2 f(x) = 9x3 + 1, onde: a0 = 1, a1 = 0, a2 = 0, a3 = 9
6
Grau de um Polinômio
Resposta: Letra B.
Identificamos o Grau de um Polinômio P(x) ana-
5. (INSTITUTO EXCELÊNCIA – 2019) Observando o polí-
lisando o maior expoente da variável x que possui
gono abaixo, o valor de x será: coeficiente não-nulo, ou seja, diferente de zero. Repre-
sentamos o grau do polinômio por gr (P).
2x
Ex.:
A soma dos ângulos internos de um polígono é dada q(x) = 7 é um polinômio constante, pois possui
por Si = 180° · (n – 2), onde n é o número de lados do apenas o termo independente. Logo seu grau é
polígono. Como temos um Pentágono, ou seja, um zero: gr(q) = 0
polígono de 5 lados, chegamos em:
Si = 180º ⋅ (n – 2) Valor Numérico de um Polinômio (Raiz)
15x – 3º + 3x + 46º + 11x + 25º + 2x + 9x – 8º = 180º
⋅ (5 – 2) Para obter o Valor Numérico de um Polinômio
40x + 60º = 180º ⋅ 3 P(x) basta substituir a variável x por um número k
40x = 540º – 60º qualquer e efetuar as operações indicadas. Simbolica-
40x = 480º mente esse valor numérico é representado por P(k), se
x = 12º P(k) for igual a zero, ou seja, P(k) = 0, dizemos que k é
Resposta: Letra C. uma Raiz do polinômio.
Ex.:
+ x5 + 2x3 – 7x2 - 12
os mesmos serão iguais se, e somente se:
os mesmos serão iguais se, e somente se:
a P(x) – Q(x) = (9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1) –
a = 77=
= eeb b= 2 2
(x5 + 2x3 – 7x2 – 12 )
Polinômio Nulo
P(x) – Q(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 – x5 – 2x3
+ 7x2 + 12
Um polinômio P(x) será Nulo, se e somente se,
todos os seus coeficientes forem nulos. Representa-
P(x) – Q(x) = (9x5 – x5) – 3x4 + (x3 – 2x3) + (-2x2 + 7x2)
mos um polinômio nulo da seguinte maneira: P(x) =
0. É importante ressaltar que para um polinômio nulo + 4x + (-1 + 12)
não se define grau.
P(x) – Q(x) = 8x5 – 3x4 + x3 + 5x2 + 4x + 11
Ex.:
Também podemos efetuar a subtração da seguinte
maneira:
Dado o polinômio P (x) = (a – 3) x + (b + 5)x + c,
3 2
P(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 e Q (x) = x5 + 2x3 5x3 . (2x7) + 5x3 . (-4x5) + 5x3 . (-2x) + 5x3 . (9) -x2 . (2x7) –
– 7x2 – 12 x2 . (-4x5) -x2 . (-2x) – x2 . (9) = 155
(5 . 2 . x7 . x3) + [ 5 . (-4) x5 . x3] + [5 . (-2) x3 . x] x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 x2 + x – 1
+ (5 . 9 . X3) + (-2 . x2 . x7) + [ -1 . (-4) . x2 . x5]
+ [ -1 . (-2) . x2 . x ] + (9x2) = – x4 – x3 + x2 x2 + 3x + 2
3x3 + 5x2 + 0x
10x10 – 20x8 – 10x4 + 45x3 – 2x9 + 4x7 + 2x3 – 9x2 =
– 3x3 – 3x2 + 3x
10x10 – 2x9 – 20x8 = 4x7 – 10x4 + 45x3 + 2x3 – 9x2 =
2x2 + 3x + 9
10x10 – 2x9 – 20x8 + 4x7 – 10x4 + 47x3 – 9x2
– 2x2 – 2x + 2
x + 11
Divisão de Polinômios
Logo obtemos: quociente Q(x) = x2 + 3x + 2 e resto
Sejam A(x) e B(x) dois polinômios, sendo B(x) um R(x) = x + 11
polinômio não nulo. Ao fazermos a Divisão de A(x)
por B(x) encontraremos os polinômios Q(x) e R(x), tal Teorema do Resto
que:
O Teorema do Resto nos garante o seguinte:
quociente resto O resto da divisão de um polinômio P (x) por um
↑ ↑ binômio (x – a) é o próprio valor numérico do polinô-
A(x) = Q(x) ‧ B(x) + R(x) mio para x = a, que indicamos por P(a).
↓ ↓
dividendo divisor De acordo com a definição da divisão, temos:
z Passo 2: Abaixamos o primeiro coeficiente do divi- Denominamos Equação Polinomial toda equação
dendo e em seguida multiplicamos esse coeficiente reduzida a forma:
pela raiz e somamos o produto ao segundo coefi-
ciente do dividendo, escrevendo o resultado obti- anxn + an – 1xn – 1 + ... + a1x + a0 = 0
do abaixo desse:
(– 2) ‧ 2 + 5 = – 4 + 5 = 1 (1)2 – 5 ‧ (1) + 6 = 1 – 5 + 6 = 7 – 5 = 2
O resultado obtido é colocado em baixo do terceiro Resolver uma equação polinomial é determinar
coeficiente, no caso o 5. todas as suas raízes, formando assim o conjunto solu-
ção ou conjunto verdade dessa equação.
2 3 –856
3 –21 TFA: Teorema Fundamental da Álgebra (ou Teorema
da Decomposição) – Fatoração de um Polinômio
z Passo 4: Pegamos o resultado obtido, no caso o 1,
multiplicamos pela raiz e somamos com o coefi- O Teorema Fundamental da Álgebra diz que
ciente da quarta coluna, logo teremos: toda equação polinomial P(x) = 0 de grau n ≥ 1 admite,
pelo menos, uma raiz complexa.
1‧2+6=2+6=8 Utilizando o Teorema Fundamental da Álgebra,
podemos demonstrar que um polinômio de grau n ≥
1 pode ser decomposto em um produto de fatores do
O resultado obtido é colocado em baixo do quarto
1º grau.
coeficiente, no caso o 6.
Ex.:
2 3 –856
3 –218 Seja a equação polinomial de grau n ≥ 1:
Fazendo o processo para o último coeficiente a P(x) = anxn + xn – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
MATEMÁTICA
a3 + b3 = (a + b) ‧ (a2 – ab + b2)
Produtos Notáveis – Fatoração de um Polinômio
Ex.:
z Fatoração
8x3 + 27 = (2x)3 + 33 = (2x + 3) ‧ [(2x)2 – (2x) ‧ 3 + 32] =
Consiste na transformação de uma soma (ou sub- (2x + 3) ‧ (4x2 – 6x + 9)
tração) de dois termos em um produto.
z Diferença de Cubos
z Fator Comum
a3 – b3 = (a – b) ‧ (a2 + ab + b2)
ax + ay = a ‧ (x + y) Ex.:
b b b
= – (x1 + x2) ⇒ (x1 + x2) = – , a soma das raízes é –
a a a
c c c
= x1 ‧ x2 ⇒ x1 ‧ x2 = , o produto das raízes é
a a a
2º caso:
Seja a equação do terceiro grau: ax3 + bx2 + cx + d = 0, onde a ≠ 0, x1, x2 e x3 são as raízes. Decompondo em
fatores do primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2 + x3) ⇒ (x1 + x2 + x3) = – ,
a a
c c
= x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 = ,
a a
d d
= – (x1 ‧ x2 ‧ x3) ⇒ x1 ‧ x2 ‧ x3 = –
a a
MATEMÁTICA
Ex.:
a) x2 – 5x + 6 = 0
As raízes são x1 e x2, os coeficientes são a = 1, b = – 5 e c = 6. Pelas relações de Girard, temos: 159
b (– 5)
x1 + x2 = – ⇒ x1 + x2 = – = – (– 5) = 5 P(a + bi) = 0 + p(a + bi) + q = 0
a 1
pa + q + pbi = 0
c 6
x1 ‧ x2 = ⇒ x1 ‧ x2 = =6
a 1 pa + q = 0 (I)
Desta forma, podemos dizer que as Raízes Comple- z Se P(a) e P(b) tiverem o mesmo sinal, existirá um
xas “aparecem sempre em dupla”: se um complexo (z número par de raízes reais ou não existem raízes
= a + bi) é raiz de um Polinômio, seu conjugado (z = da equação nesse intervalo.
a – bi) também será. z Se P(a) e P(b) tiverem sinais contrários, existirá
um número ímpar de raízes reais nesse intervalo.
Vejamos:
Ex.:
P(x) = (x – a – bi) ‧ (x – a + bi) ‧ Q(x) + px + q
P(x) = (x2 – 2ax + a2 + b2) ‧ Q(x) + px + q a) Quantas raízes reais a equação 3x3 – 13x2 + 19x – 5
= 0 pode apresentar no intervalo ]0,1[. Aplicando o
160 Portanto: Teorema de Bolzano, temos:
p(0) = 3 ‧ (0)3 – 13 ‧ (0)2 + 19 ‧ (0) – 5 = – 5 P(3) = 4(3)4 + 3(3)3 – 2(3)2 + (3) – 4
P(3) = 4 ‧ 81 + 3 ‧ 27 – 2 ‧ 9 – 1
p(1) = 3 ‧ (1)3 – 13 ‧ (1)2 + 19 ‧ (1) – 5 = 3 – 13 + 19 – 5 P(3) = 324 + 81 – 18 – 1
= 22 – 18 = 4 P(3) = 405 – 19
P(3) = 386
Como p(0) e p(1) possuem sinais contrários, a equa-
ção pode ter uma ou três raízes reais no intervalo dado Resposta: Letra A.
b) Quantas raízes reais a equação x2 – 4x + 5 = 0 pode 3. (CETRO – 2014) Dados os polinômios A(x) = 2x3 – (b
apresentar no intervalo ]–1,3[. Aplicando o Teore- – 1)x + 2 e B(x) = ax3 + 2x + 2, e sabendo que A(x) –
ma de Bolzano, temos: B(x) é um polinômio identicamente nulo, o valor de (a
+ b) é igual a:
p(– 1) = (– 1)2 – 4 ‧ (– 1) + 5 = 1 + 4 + 5 = 10
a) 1
p(3) = (3)2 – 4 ‧ (3) + 5 = 9 – 12 + 5 = 14 – 12 = 2 b) 2
c) 3
Como p(– 1) e p(3) possuem sinais iguais, a equação d) 4
pode ter duas ou nenhuma raiz real no intervalo dado. e) 5
Pelo Teorema do Resto, temos que o resto da divisão Portanto (a + b) = 2 + (– 1) = 2 – 1 = 1 Resposta: Letra
de um polinômio P(x) de grau maior e igual a 1, pelo A.
binômio do primeiro grau b ‧ (x – a), com b diferente
de zero, é o valor numérico de P(x) para x igual a 4. (FUNDEP – 2014) Dividindo-se o polinômio P(x) por (x
raiz do divisor. Se (x + 1) divide P(x), logo temos que – 1), obtêm-se como quociente x2 + 3x + 3 e resto 4. O
-1 é uma raiz de P(x). Fazendo P(– 1) = 8, temos: polinômio P(x) é:
P(– 1) = 8 a) x3 + 2x2 + 1
x4 + 2x3 + mx2 – 2 = 8 b) x3 + 2x2 – 3
(– 1)4 + 2(– 1)3 + m(– 1)2 – 2 = 8 c) x2 + 4x + 6
1–2+m–2=8 d) x2 + 2x
m–3=8
m = 11
Pelo enunciado, temos:
Resposta: Letra C
D(x) = x – 1
Q(x) = x2 + 3x + 3
2. (MS CONCURSOS – 2011) Considere o polinômio P(x)
R(x) = 4
– 4x4 + 3x3 – 2x2 + x + k. Sabendo que P(1) = 2, então
o valor de P(3) é:
Utilizando o algoritmo da divisão temos que:
a) 386
b) 405 P(x) = D(x) ‧ Q(x) + R(x)
c) 324
d) 81 Logo, teremos:
e) 368
a) 5! = 120.
b) 4! = 10.
HORA DE PRATICAR! c) 3! = 7.
d) 2! = 3.
1. (DECEX — 2019) Com base nas definições de opera- e) 6! = 600.
ções com conjuntos, assinale a alternativa que repre-
sente uma igualdade verdadeira. 6. (DECEX — 2019) Suponha um funcionário que trabalha
220 horas por mês, receba R$ 3.000,00 mensalmente
a) A ∪ (AC ∩ B) = A ∪ B e que a convenção coletiva da categoria estipule para
b) A ∪ (AC ∩ B) = A ∩ B as duas primeiras horas extras a remuneração de 50%
c) A ∪ (A ∩ B) = B sobre o valor da hora normal e 100% para as seguin-
d) (A ∩ U) ∩ (AC ∩ Ø) = A tes. Nesse cenário, qual será o valor da segunda hora
e) (A ∩ U) ∩ (BC ∩ A) = Ø extra de trabalho?
2. (DECEX — 2019) Seja p = a003b um número de 5 alga-
a) R$ 6,82.
rismos. Sabendo que p é um número divisível por 3, é
b) R$ 13,60.
correto afirmar que a soma a + 3 + b é divisível por
c) R$ 20,45.
d) R$ 24,80.
a) 2.
e) R$ 27,27.
b) 3.
c) 5.
d) 7. 7. (DECEX — 2019) Uma empresa que possui uma capaci-
e) 8. dade de produção de 2.000 unidades por mês, mas atual-
mente opera com 60% dessa capacidade e possui custo
3. (DECEX — 2019) Seja o conjunto dos números natu- fixo total de R$ 18.000 por mês, conseguiria reduzir em
rais dado por N = {0, 1, 2, 3...} e sejam α, β, θ ∈ N, o quanto o preço do seu produto, por unidade, caso ope-
número 240 pode ser decomposto em fatores primos rasse com 80% da sua capacidade total de produção?
da seguinte forma: 240 = 2α . 3β . 5θ . Assim, é correto
afirmar que ( α + β + θ )2 é igual a a) R$ 15,00
b) R$ 11,25
a) 19. c) R$ 6,00
b) 21. d) R$ 5,50
162 c) 25. e) R$ 3,75
8. (DECEX — 2019) Em um complexo sistema de lava- 13. (DECEX — 2016) Sejam as funções reais dadas por f(x)
gem de carro, cinco funcionários empregam cinco = 5x + 1 e g(x) = 3x – 2. Sem = f(n), então g(m) vale:
mangueiras concomitantemente para a lavagem com-
pleta de um veículo, porém com vazões distintas. O a) 15n + 1
primeiro gasta 30 minutos para lavar todo o carro; o b) 14n – 1
c) 3n – 2
segundo, 45 minutos; o terceiro, 60 minutos; o quarto,
d) 15n – 15
75 minutos; e o quinto, 90 minutos.
e) 14n – 2
Estando um veículo completamente sujo, os cinco fun-
cionários ligam as mangueiras simultaneamente. Hou-
14. (DECEX — 2016) Funções bijetoras possuem função
ve um problema, e os três últimos funcionários citados inversa porque elas são invertíveis, mas devemos
precisaram se ausentar após 5 minutos e fecharam as tomar cuidado com o domínio da nova função obtida.
três últimas mangueiras. Assinale a alternativa que Identifique a alternativa que apresenta a função inver-
indique corretamente o tempo necessário para que os sa de f(x) = x + 3.
outros funcionários terminem a lavagem.
a) f(x)–1 = x – 3.
a) exatos 9 minutos b) f(x)–1 = x + 3.
b) 9 minutos e 20 segundos c) f(x)–1 = –x – 3.
c) 9 minutos e 10 segundos d) f(x)–1 = –x + 3.
d) 8 minutos e 42 segundos e) f(x)–1 = 3x
e) exatos 8 minutos
15. (DECEX — 2019) Sejam as matrizes A = 3 [
2 0 ]
1 eB=
b)
c)
5 dias.
10 dias.
d) [ 79 -50 ]
d)
e)
16 dias.
30 dias.
e) [ 273 11
20 ]
[ ]
10. (DECEX — 2016) Uma herança de R$ 193.800,00 será 1 0 0 0
0 -5 0 0 .
repartida integralmente entre três herdeiros em partes 16. (DECEX — 2019) Seja a matriz A = 3 -2 2 0
diretamente proporcionais às suas respectivas idades: 7 8 -3 4
30 anos, 35 anos e 37 anos. O herdeiro mais velho X + 1, assinale a alternativa
Sendo p = det(A) e f(x) = 10
receberá:
que indique corretamente o valor de f(p).
a) R$ 70.500,00
b) R$ 70.300,00 a) –1
c) R$ 57.000,00 b) –2
c) –3
d) R$ 66.500,00
d) –4
e) R$ 90.300,00
e) –5
11. (DECEX — 2016) Utilizando os valores aproximados
17. (DECEX — 2019) Sendo z1 e z2 dois números comple-
log2 = 0,30 e log3 = 0,48, encontramos para log∛12 o
xos, dados por z1 = 3 + 4i e z2 = 2 – 3i , é correto afirmar
valor de:
que |z1 ‧ z2| é igual a:
a) 0,33
b) 0,36 a) 5√3
c) 0,35 b) 7√13
c) 9√2
d) 0,31
d) 5√13
e) 0,32
e) 7√7
MATEMÁTICA
a) ²√78
b) ²√36
c) ²√68
d) ²√104
e) ²√26
a) −12.
b) −13.
c) −14.
d) −15.
e) −16.
9 GABARITO
1 A
2 B
3 E
4 B
5 A
6 C
7 E
8 B
9 E
10 B
11 B
12 A
13 A
14 A
15 A
16 C
17 D
18 B
19 A
20 E
ANOTAÇÕES
164
No que se refere aos estudos que focam na com-
preensão e semântica, os principais tópicos são: semân-
tica dos sentidos e suas relações; coerência e coesão;
gêneros textuais (mais abordados em provas de concur-
sos); tipos textuais e, ainda, as variações linguísticas e
LÍNGUA PORTUGUESA suas consequências para o sentido.
Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra-
LEITURA, INTERPRETAÇÃO E
ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de
ANÁLISE DE TEXTOS; LEITURA, cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais,
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE selecionados especialmente para que este material
cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.
DOS SIGNIFICADOS PRESENTES
EM UM TEXTO E O RESPECTIVO INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
RELACIONAMENTO COM O UNIVERSO
A inferência é uma relação de sentido conhecida
EM QUE O TEXTO FOI PRODUZIDO
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
interpretação de texto.
INTRODUÇÃO
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no da é que o enunciador está trabalhando (informação
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira
expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- é que o marido da chefe do enunciador bebia (expres-
cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos são comprovada pela expressão “parou de beber”).
essencialmente relacionados à significação das palavras Note que há pistas contextuais do próprio texto que
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. induzem o leitor a interpretar essas informações.
Sabendo disso, é importante separarmos os con- Tratando-se de interpretação textual, os processos
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
preensivo. Neste material, você encontrará um forte tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, con- interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
tendo questões sobre os assuntos: inferência; figuras texto junto da articulação com as informações acessa-
de linguagem; vícios de linguagem; e intertextualidade. das pelo leitor do texto. 165
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
A propriedade vocabular leva o cére-
senta como ocorre a relação desses processos: PROCURE bro a aproximar as palavras que têm
SINÔNIMOS maior associação com o tema do
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
texto.
Os conectivos (conjunções, prepo-
INFERÊNCIA
ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA CONECTIVOS claros de opiniões, espaços físicos e
localizadores textuais.
A partir desse esquema exclusivo, conseguimos visua-
A DEDUÇÃO
lizar melhor como o processo de interpretação ocorre.
Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as A leitura de um texto envolve a análise de diversos
estratégias que compõem cada maneira de inferir infor- aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de
mações de um texto. maneira implícita no enunciado.
Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes
como usar estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, Dica
ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de
Em questões de concurso, as bancas costumam
mundo na interpretação de textos.
procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
tos para abordar em suas provas.
A INDUÇÃO
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
As estratégias de interpretação que observam
conhecimentos prévios a partir de uma informação
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- forme, Kleiman (2016, p. 47):
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
texto e que variam conforme o tipo textual. Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
identificar uma organização cronológica e espacial no tema; ele estará também postulando uma possí-
vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo,
vando seu conhecimento prévio, e na testagem
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação conhecimento.
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado Fique atento a essa informação, pois é uma das
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
ideia/ponto de vista. pretação textual: formular hipóteses, a partir da
No processo interpretativo indutivo, as ideias são macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura ini-
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
organizadas a partir de uma especificação para uma
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
generalização. Vejamos um exemplo:
entre outras informações que podem vir como “aces-
sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa
leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
te para não os amar, nem os imitar. São em geral um objetivo mais definido.
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de O processo de interpretação por estratégias de dedu-
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
detalhados e impotentes para generalizar, cur-
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, z Conhecimento Linguístico;
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- z Conhecimento Textual;
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo z Conhecimento de Mundo.
critério de beleza.
(BARRETO, 2010, p.21) O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
O trecho em destaque na citação do escritor Lima Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
Conhecimento Linguístico
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
indutivo compõe a interpretação e decodificação de Esse é o conhecimento basilar para compreensão
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
166 ção cronológica de um texto. nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhe- Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
cimento sobre o funcionamento da língua não são, conhecimento de mundo que é relevante para a com-
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras preensão textual é ativado, por isso, é natural ao nosso
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- cérebro associar informações, a fim de compreender
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, o novo texto que está em processo de interpretação.
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver- A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
bo-objeto (SVO) etc. cício para atestarmos a importância da ativação do
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento conhecimento de mundo em um processo de interpre-
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
Um exemplo em que a interpretação textual é preju- tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
outras palavras, esse conhecimento relaciona-se com a o lucro desse restaurante deve ser alto;
habilidade de reconhecer diferentes tipos de discursos, e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o
estruturas, tipos e gêneros textuais. meu automóvel enguiçou ontem.
Muitas são as regras de acentuação das palavras Ainda que tenha sido respeitadas quase todas as
da língua portuguesa; para compreender essas regras, regras gramaticais, faltou o acento da palavra
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e “comércio”, que deve ser acentuada, pois é uma paro-
170 respeitar a divisão das sílabas. xítona terminada em ditongo. Resposta: Errado.
2. (FCC – 2019) “Um juramento expõe a beleza da von- Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono
tade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso,
mostra também nossos limites”. ficou com sono durante a aula.
Numa nova e igualmente correta redação da frase Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
acima, iniciada agora pelo segmento “A quebra de um amanhã, se não chover.
juramento mostra nossos limites”, pode-se seguir esta
coerente complementação: “não fosse a beleza que NÃO se usa vírgula nas seguintes situações
também têm na quebra mesma da nossa vontade”.
� Entre o sujeito e o verbo
( ) CERTO ( ) ERRADO Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
ram a explicação. (errado)
A forma verbal ter admite a marcação de plural Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
com o uso do acento diferencial ^, porém na recons- sertaram minha visão. (errado)
trução da frase mencionada o sujeito está no singu-
lar, não sendo necessário o uso do plural do verbo � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
dicativo do sujeito:
citado. Resposta: Errado.
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
ção. (errado)
PONTUAÇÃO
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado)
Outro tópico de dúvida trata da pontuação. Vere-
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
mos a seguir as regras sobre seus usos, para sanar (errado)
mais essas dúvidas.
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
Uso De Vírgula ou adjunto adnominal.
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três pelos alunos. (errado)
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e passiva:
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
qualquer ambiguidade. professor para a feira. (errado)
Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
� Para separar os termos de mesma função Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta.
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto d) Outra providência muito recomendada, é evitar polari-
e, nem, ou. zação entre os setores de planejamento e produção,
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma
coordenada.
A vírgula também é facultativa quando a expres- e) Segundo Meirelles o ato administrativo – vinculado ou
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, discricionário –, há que ser praticado com a observân-
mas uma palavra só. Exemplos: cia formal e ideológica da lei.
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a
em casa. restituição, se julgada procedente a sua pretensão”,
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de
choveu o esperado para o mês todo. tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula 171
se justifica pela condicional “se julgada procedente � Serve também para colocar em relevo certas
a sua pretensão”. Resposta: Letra C expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
colchetes:
Uso de Ponto e Vírgula
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
aposto explicativo
e vírgula (;): Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar.
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas oração intercalada
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, � Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
ficou triste. na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas
Parênteses
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
to, exausto.
Têm função semelhante à dos travessões e das
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma) vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o mos, expressões ou orações.
ouvinte. Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
sorvete.
jantar. (oração intercalada)
� Em enumerações, portarias, sequências
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: Ponto-final
o Procurador-Geral da República;
o Colégio de Procuradores da República; É o sinal que denota maior pausa.
o Conselho Superior do Ministério Público Federal. Usa-se:
� Introduzir uma explicação ou enumeração após Marca uma entonação ascendente (elevação da
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a voz) em tom questionador.
saber, como. Usa-se:
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências... • Marcar uma pausa entre � Em frase interrogativa direta:
orações coordenadas (relação semântica de oposi- Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
ção, explicação/causa ou consequência) � Entre parênteses para indicar incerteza:
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
homem culto. que havia palavra melhor no contexto.
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
cautela.
surpresa:
� Marcar invocação em correspondências Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
Ex.: Prezados senhores:
� E interrogações retóricas:
Comunico, por meio deste, que... Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
que não jogaremos comida fora à toa”).
Travessão
Ponto de Exclamação
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de
discurso de interlocutor: Ex.: � É empregado para marcar o fim de uma frase com
― Que gente é aquela, Alberto? entonação exclamativa:
172 ― São japoneses. Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança! Usam-se nos seguintes casos:
� Aparece após uma interjeição:
� Para incluir num texto uma observação de nature-
Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
za elucidativa:
� Usado para substituir vírgulas em vocativos
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
enfáticos:
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer
marcar uma ênfase: a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 que pareça, o texto original é assim mesmo:
metros em 20 segundos!!! Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
do.” (Machado de Assis)
Reticências � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
Fonologia:
São usadas para: Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
� Para suprimir parte de um texto (assim como
� Assinalar interrupção do pensamento:
Ex.: ― Estou ciente de que... parênteses)
― Pode dizer... Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
desceu as escadas apressadamente. ou
� Indicar partes suprimidas de um texto: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
desceu as escadas apressadamente. (Também pode vel segundo as normas da ABNT)
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
depois desceu as escadas apressadamente.) Asterisco
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? � É colocado à direita e no canto superior de uma
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... palavra do trecho para se fazer uma citação ou
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para indicar hesitação: de rodapé:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
vergonha. triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
mente com outras intenções: vo, o que origina um novo substantivo.
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
Uso das Aspas tuição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
São usadas em citações ou em algum termo que nhado aos responsáveis.
precisa ser destacado no texto. Pode ser substituído
por itálico ou negrito, que têm a mesma função de � Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
destaque. senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
Usam-se nos seguintes casos: é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere.
� Antes e depois de citações: � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
afirma Dad Squarisi, 64. da gramática.
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- * Edifício elaborou projeto o engenheiro.
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas: Uso da barra
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
substituída pela conjunção ou:
LÍNGUA PORTUGUESA
z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante- A vogal temática liga o radical a uma desinência,
rior do radical. que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver-
bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
Exs.: radical para a união de outras desinências.
In: infeliz.
Anti: antipatia Ex.: Amar e Amor.
Pós: posterior
Bi: bisavô Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju-
Contra: contradizer gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou
3º conjugação:
z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste-
rior do radical. Exs.:
Amar – 1º conjugação;
Exs.: Comer – 2º conjugação;
mente: Felizmente. Partir – 3º conjugação.
dada: Lealdade
eiro: Blogueiro É importante não se confundir: a vogal temática
ista: Dentista não existe em palavras que apresentam flexão de
gudo: Narigudo gênero. Logo, as palavras gato/gato possuem uma
desinência e não uma vogal temática!
É importante destacar que essa pequena amostra, Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja
listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue- (essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis-
sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá
você tenha consciência do quão rico é o processo de ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s.
LÍNGUA PORTUGUESA
formação de palavras por afixos. Note que as palavras terminadas em vogais tônicas
Além disso, não é interessante que você decore esses não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
morfemas derivacionais, mas que você compreenda
o valor semântico que cada um deles estabelece na Tema
língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados,
comumente, para criar uma relação com o ambiente O tema é a união do radical com a vogal temática.
profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro, A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc. esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
Os sufixos costumam mudar mais a classes das apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras
palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos que não apresentem vogal temática também não irão
vocábulos. possuir tema.
1 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 175
Exs.: A seguir, iremos estudar a diferença entre cada
Vendesse – tema: vende; uma dessas classes e identificar as peculiaridades de
Mares – tema: mare. cada uma.
As consoantes e vogais de ligação têm uma função Como o próprio nome indica, as palavras forma-
eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais mo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên- Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho-
cias, aquelas facilitam a pronúncia. mem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Exs.: Disposição: prefixo dis-;
Gas - ô - metro; Deslealdade: prefixo des-;
Alv - i - negro; Super-homem: prefixo super;
Tecn - o - cracia; Infeliz: prefixo in-;
Pe - z - inho; Refazer: prefixo re-.
Cafe - t- eira;
Pau - l - ada; Derivação Sufixal
Cha - l - eira;
Inset - i - cida; De maneira comparativa, podemos afirmar que
Pobre - t- ão; a formação de palavras por derivação sufixal refere-
Paris - i - ense; -se ao acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva,
Gira - s - sol; como em:
Legal - i - dade. Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofri-
mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Lealdade: sufixo -dade;
Francesa: sufixo -esa;
A partir do conhecimento dos morfemas que auxi- Belíssimo: sufixo -íssimo;
liam o processo de ampliação das palavras da língua, Inquietude: sufixo -tude;
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for- Sofrimento: sufixo -mento;
mação de palavras. Harmonizar: sufixo -izar;
As palavras na língua portuguesa são criadas a Gentileza: sufixo -eza;
partir de dois processos básicos que apresentam clas- Lotação: sufixo -ção;
ses específicas. O quadro a seguir organiza bem os Assessoria: sufixo -ria.
processos de formação de palavras:
Derivação Prefixal e Sufixal
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO um sufixo quanto um prefixo; vejamos alguns casos:
� Prefixal � Justaposição Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infeliz-
� sufixal � Aglutinação mente (prefixo in- com sufixo -mente); ultrapassagem
� Prefixal e sufixal (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração
� Parassintética (prefixo -re com sufixo -ção).
� Regressiva
� Imprópria ou conversão Derivação Parassintética
Como é possível notar, os dois processos de forma- Na derivação parassintética, um acréscimo simul-
ção de palavras são a derivação e a composição. As tâneo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma
palavras formadas por processos derivativos apresen- estrutura primitiva. É importante não confundir, con-
tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las tudo, com o processo de derivação por sufixação e
agora! prefixação. Veja:
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o senti-
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO do, como em “emagrecer” (sem um dos afixos: “ema-
gro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para
As palavras formadas por processos de derivação estabelecer por qual processo a palavra foi formada:
são classificadas a partir de seis categorias: retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira
dúvida. Caso a palavra que restou exista, estaremos
z Prefixal ou prefixação; diante de um processo por derivação sufixal e prefi-
z Sufixal ou sufixação; xal; caso contrário, a palavra terá sido formada por
z Prefixal e sufixal; derivação parassintética.
z Parassintética ou parassíntese;
z Regressiva; Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar,
176 z Imprópria ou conversão. entediar etc.
Derivação Regressiva
RADICAIS E PREFIXOS GREGOS
Já na derivação regressiva, a nova palavra será RADICAL/
formada pela subtração de um elemento da estrutura SENTIDO EXEMPLO
PREFIXO
primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar); Caco Mau cacofonia
Ataque (atacar);
Amasso (amassar). Cali Belo Caligrafia
A derivação regressiva, geralmente, forma subs-
tantivos abstratos derivados de verbos. É possível Dromo Local Autódromo
que alguns autores reconheçam esse processo como
redução. Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da
língua portuguesa também se aglutinam a radicais e
Derivação Imprópria
prefixos latinos.
A derivação imprópria, a partir de seu processo de
formação de palavras, provoca a conversão de uma RADICAIS E PREFIXO LATINOS
classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
tantivo, por exemplo. RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
A seguir, apresentamos alguns processos de con-
Arbori Árvore Arborizar
versão das palavras por derivação imprópria:
Beli Guerra Belicoso
z Particípio do verbo - substantivo: Teria passado
- O passado; Cida Que mata Homicida
z Verbos - substantivos: Almoçar - O almoço;
z Substantivos - adjetivos: o gato - mulher gato; Des- dis Separação Discordar
z Substantivos comuns - substantivos próprios: Equi Igual Equivalente
leão - Nara Leão;
z Substantivos próprios - comuns: Gillete - gilete; Ex- Para fora Exonerar
Judas - ele é o judas do programa.
Fide Fé Fidelidade
Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos Mater Mãe Materno
são mais comuns no processo de formação de deter-
minadas classes gramaticais, vejamos:
Processos de Composição
z Sufixos nominais: originam substantivos, adjeti-
vos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço. As palavras formadas por processos de composi-
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, ção podem ser classificadas em duas categorias: justa-
-izar, -ar. posição e aglutinação.
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: As palavras formadas por qualquer um desses pro-
-mente. cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma
vez que nesse processo há a junção de duas palavras
LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS que já existem para a formação de um novo termo,
com um novo sentido.
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a
seguir que podem auxiliar na compreensão do proces- z Composição por justaposição: nesse processo,
so de formação de palavras. Novamente, alertamos que
as palavras envolvidas conservam sua autonomia
essa lista não deve ser encarada como uma “tabuada” a
morfológica, permanecendo a tonicidade original
ser decorada, mas como um método para apreender o
sentido de alguns desses radicais e prefixos. de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz
de conta, navio-escola, malmequer.
Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa A palavra tratamento é formada pelo processo de
regra geral. Por isso, iremos apresentar alguns exem- “derivação sufixal”, mesmo processo para a forma-
plos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar ção da palavra cerebral. Resposta: Letra B.
seu aprendizado.
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), Frase é todo enunciado com sentido completo.
Ex, Vice, Soto, Além, Aquem, Recém, Sem devem Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; conjunto de palavras.
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice- Ex.: Fogo!
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea- Silêncio!
no; recém-nascido; sem-teto. “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos)
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas
a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam
Oração
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano.
z Também devemos empregar hífen em palavras Oração é o enunciado que se estrutura em torno de
formadas pelos sufixos de origem tupi-guara- um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de
ni, como Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode
178 capim-açu. apresentá-lo completo ou incompleto.
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a poluição. Núcleo do sujeito
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
Período porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
Período é o enunciado constituído de uma ou mais do determinada função sintática, que atua ou sofre
orações. a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan-
tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
Classifica-se em:
pronome.
� Simples: quando possui apenas uma oração.
z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
Ninguém viu o acidente.
Sujeito: O povo
� Composto: quando possui duas ou mais orações.
Núcleo do sujeito: povo
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
(Chico Buarque) z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído
� Chegou em casa e tomou banho. de dois ou mais termos.
As luzes e as cores são bem visíveis.
TERMOS DA ORAÇÃO E ORAÇÕES DO PERÍODO Sujeito: As luzes e as cores
(DESENVOLVIDAS E REDUZIDAS) Núcleo do sujeito: luzes/cores
� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo; Com verbos flexionados na 3ª
pessoa do singular
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa
pelo verbo; INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
� o termo que pode ser substituído por um pronome se (índice de indeterminação do
do caso reto; sujeito)
a) Levaram-me para uma casa velha. z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
b) Era uma tarde maravilhosa. Ex.: A minha saia azul está rasgada.
c) Vendem-se espetos de carne aqui. O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
d) Alguns assistiram ao filme até o final. ça da partícula -se.
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) 2. (FUMARC - 2012) Há oração sem sujeito em:
Verbo intransitivo: parou
Predicativo do sujeito: atento a) “Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.”
b) “Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade [...]”
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” c) “Com certeza, já haviam tomado café da manhã em
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é casa [...]”
considerado predicativo do sujeito. d) “É muito grave esse processo de abstração da lingua-
gem, de sentimentos [...]”
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo intransitivo: marchou Oração sem sujeito acontece quando não há um ele-
Predicativo do sujeito: desorientado mento ao qual se atribui o predicado. Ocorre, por
exemplo quando temos o verbo “haver” no sentido
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- de existir, acontecer, pois o mesmo não tem sujeito.
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- Na alternativa B temos o verbo falar na 3º pessoa do
singular + SE, indicando indeterminação do sujeito.
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Na alternativa C temos o verbo haver, mas no sen-
tido de ter, por isso o mesmo encontra-se no plural,
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Ma-
temos, portanto, Sujeito indeterminado. E na letra
chado de Assis) D temos como sujeito esse processo de abstração da
Verbo transitivo direto: achou linguagem, de sentimentos. Resposta: Letra A
Objeto direto: o raciocínio
Predicativo do objeto: exato 3. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2020) Os predicados
das orações “uma força-tarefa do Ministério do Traba-
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza lho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho,
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, Defensoria Pública da União e Polícia Rodoviária Fede-
que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos ral resgatou 18 trabalhadores em condições análogas
concluir que temos um caso de predicativo do obje- à escravidão (...)” (7º§) e “Fiscalizações do tipo, infe-
to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é lizmente, são raras.” (7º§) são classificados, respecti-
o sujeito. vamente, como:
Agente da passiva
EXERCÍCIO COMENTADO
É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais 1. (NOVA CONCURSOS - 2021) Identifique os adjuntos
raramente, da preposição de. adnominais das orações abaixo.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
ser, estar, viver, andar, ficar. a) Os inscritos atrasados não puderam entrar.
b) As consequências serão graves.
Termos Acessórios Da Oração c) Os alunos calados estiveram atentos.
d) Os funcionários da recepção continuaram calados.
Há termos que apesar de dispensável na estrutu- e) O romance da jovem escritora foi publicado.
ra básica da oração são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas. a) “atrasados”, qualificando o termo “inscritos”
Esses termos são chamados acessórios da oração. b) “As”, artigo relacionado do termo “consequências”
d) “calados”, qualificando o termo “alunos”
Adjunto Adnominal d) “da recepção”, indicando quais são os funcionários
e) “da jovem escritora”, indicando de quem é o
São termos que acompanham o substantivo, romance. Resposta.
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
especificar o elemento representado pelo substantivo. Adjunto Adverbial
Categorias morfológicas que podem funcionar
como adjunto adnominal: Termo representado por advérbios, locuções
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio-
z Artigos na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas
z Adjetivos circunstâncias.
z Numerais
z Pronomes z Tempo: Quero que ele venha logo.
z Locuções adjetivas z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
z Modo: O dia começou alegremente.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
z Intensidade: Almoçou pouco.
ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si. z Causa: Ela tremia de frio.
184 Estava conquistando o respeito dos seus. z Companhia: Venha jantar comigo.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
roupas. preconceito, antipatia e arrogância.
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo. z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado
z Finalidade: Vivia para o trabalho. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
malmente, por um pronome indefinido.
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel. estavam empolgados com a feira.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui. Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste,
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã. países africanos onde se fala português.
z Origem: Descendia de nobres. � Comparativo: Estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
Não confunda! rumo.
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- � Circunstancial: Exprime uma característica
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que circunstancial.
o sentido seja parecido. Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui apropriadas.
é um adjunto adnominal) � Especificativo: É o aposto que aparece junto a um
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
adjunto adverbial)
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
substantivos próprios.
Exs.: O mês de abril.
EXERCÍCIO COMENTADO O rio Amazonas.
Meu primo José.
1. (NOVA CONCURSOS - 2021) O termo grifado em: z Aposto da oração: É um comentário sobre o
“Watson estava numa sala ao lado” exerce a função fato expresso pela oração, ou uma palavra que
sintática de: condensa.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
a) Adjunto adnominal preocupação.
b) Objeto direto O noticiário disse que amanhã farpa muito calor -
c) Predicativo ideia que não me agrada.
d) Complemento Nominal
e) Adjunto Adverbial z Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
O verbo “estava” é seguido de um adjunto adverbial para as perguntas.
de lugar, neste caso temos um adjunto adverbial. Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Resposta: Letra E
Dica
Aposto
O aposto pode aparecer antes do termo a que se
São estruturas relacionadas a substantivos, prono- refere, normalmente antes do sujeito.
mes ou orações. O aposto tem como propósito expli- Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
car, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou na marcou uma geração.
apontar algo, alguém ou um fato. Segundo Cegalla, quando o aposto se refere a
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma um termo preposicionado, pode ele vir igualmen-
bicicleta. te preposicionado.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
des obras. tudo ele tinha medo.
Aposto: Machado de Assis. O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
Classifica-se nas seguintes categorias: (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-
LÍNGUA PORTUGUESA
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial
Separa-se do substantivo a que se refere por uma de modo)
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
ou dois-pontos. z Diferença de aposto especificativo e adjunto
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram adnominal: Normalmente, é possível retirar a
ontem, acabaram de voltar de férias. preposição que precede o aposto. Caso seja um
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos. adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
� Enumerativo: é usado para desenvolver ideias que fica prejudicada.
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante- Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo. (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e O clima de Fortaleza é quente.
riachos. (adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?) 185
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
adjetivo. O povo levantou-se cedo
Era dia de eleição
para evitar aglomeração.
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- Os que estão em negrito são os verbos.
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con- Para não esquecer: Período simples é aquele for-
trole. mado por uma só oração
Período composto é aquele formado por duas ou
(aposto; núcleo: homem – substantivo)
mais orações.
� Orações subordinadas adverbiais causais: são Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- basta, pertencente à 1ª (oração principal).
que, visto que etc. A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
que ficamos sem gasolina.
� Orações subordinadas adverbiais comparati- Orações Reduzidas
vas: são introduzidas por como, assim como, tal
qual, como, mais etc. z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
nominais (gerúndio, particípio e infinitivo).
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
que a importada. z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
iniciadas por conjunções.
� Orações subordinadas adverbiais concessivas:
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São por pronomes relativos.
introduzidas por embora, ainda que, mesmo que, z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
por mais que, se bem que etc. conectivos.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: prepositiva.
são introduzidas por se, caso, desde que, salvo se, Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
contanto que, a menos que etc. O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. conjunção
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
� Orações subordinadas adverbiais conforma-
(desenvolvida)
tivas: são introduzidas por como, conforme,
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. Orações reduzidas de infinitivo
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
são introduzidas por que (precedido na oração Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
anterior de termos intensivos como tão, tanto, Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de for-
ma que, sem que. z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
direta reduzida de infinitivo)
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles)
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
� Orações subordinadas adverbiais finais: indi- predicativa reduzida de infinitivo)
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
por para que, a fim de que, porque e que (= para completiva nominal reduzida de infinitivo)
que). Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos substantiva apositiva reduzida de infinitivo)
tivessem bom estudo. z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
� Orações subordinadas adverbiais proporcio- pelas mãos.
nais: são introduzidas por à medida que, à pro- O meu manual para fazer bolos certamente vai
agradar a todos.
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
188 aprecio. continua jogando bola.
Sem estudar, não passarão. z Orações subordinadas substantivas coordena-
Ele passou mal, de tanto comer doces. das entre si
Orações reduzidas de gerúndio Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
meus pais, nem que culpe meus parentes.
Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo- Oração principal: Espero
sitivas, adjetivas, adverbiais. Oração coordenada 1: que você não me culpe
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando Oração coordenada 3: nem que culpe meus
livre dos juros. parentes.
marcar uma:
O verbo assistir não pode ser empregado no � Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
particípio. tivo direto e indireto
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
milhares de pessoas.” Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
indireto)
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto direto e indireto)
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- transitivo direto e indireto
vo indireto) Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
to e indireto) Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de indireto)
predicativo do objeto � Suceder; intransitivo; transitivo direto
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
to com sentido de “convocar”) sentido de “ocorrer”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
dicativo do objeto com sentido de “denominar, de “vir depois”)
qualificar”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- Regência Nominal
reto; intransitivo
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
indireto com sentido de “ser difícil”) bios) exigem complementos preposicionados, exceto
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo) Advérbios terminados em “mente”
� Esquecer: admite três possibilidades
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
regência dos adjetivos:
Esqueci-me dos acontecimentos.
Esqueceram-me os acontecimentos.
análoga / analogicamente a
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; contrária / contrariamente a
transitivo direto e indireto compatível / compativelmente com 191
diferente / diferentemente de IV. Esperamos que cheguem logo a nossas mãos os
favorável / favoravelmente a documentos visando a instruir o processo.
paralela / paralelamente a
próxima / proximamente a/de a) Estão corretas somente as proposições II, III e IV.
relativa / relativamente a b) Estão corretas somente as proposições I, II e III.
c) Estão corretas somente as proposições I, III e IV.
Preposições prefixos verbais d) Estão corretas somente as proposições I, II e IV.
e) Todas as proposições estão corretas.
Alguns nomes regem preposições semelhantes a
seus “prefixos”: A forma correta de I seria: “Comunique aos candida-
tos que as provas serão realizadas em outro local”.
dependente, dependência de
O verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto,
inclusão, inserção em
e no contexto o objeto direto é a oração subordina-
inerente em/a
descrente de/em da substantiva “que as provas serão realizadas em
desiludido de/com outro local”. Resposta: Letra A
desesperançado de
desapego de/a 3. (TJ-SC – 2010) Indique em que frase a regência verbal
convívio com não se conforma às normas gramaticais:
convivência com
demissão, demitido de a) Os presidenciáveis responderam às perguntas dos
encerrado em telespectadores.
enfiado em b) Assistimos aos jogos de futebol pela tevê aberta
imersão, imergido, imerso em c) O não pagamento implica a devolução do produto.
instalação, instalado em d) Procedeu-se ao inquérito.
interessado, interesse em
e) Obedeça a sinalização.
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre
O correto seria “Obedeça à sinalização”, entendendo a
regência do verbo: “obedeça a algo”. Resposta: Letra E
2. (TJ-SC – 201) Analise as proposições sob o aspecto A pequena garota andava sozinha pela cidade.
da regência verbal:
A: Artigo, feminino, singular;
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
I. Comunique aos candidatos de que as provas serão
Garota: Substantivo, feminino, singular.
realizadas em outro local.
II. Fundação, pilares, lajes, vigas, caixas-d’água, escadas
em concreto armado devem obedecer às normas da Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
ABNT. adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
III. Essa mudança de percepção dos riscos ambientais número (singular) do substantivo.
implica maior influência da participação popular nos Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
192 projetos industriais. cia: verbal e nominal.
Concordância Verbal Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
É a adaptação em número – singular ou plural e de de Santos fica em São Paulo.”)
pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
“De todos os povos mais plurais culturalmente, o Importante!
Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra- Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros, verbo fica no singular ou no plural.
pois houve influências de todos os povos aqui: euro- Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
peus, asiáticos e africanos.”
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
singular. obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um aluno compareceu à aula.
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de cinco alunos compareceram à aula.
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
cado verbal. A expressão mais de um tem particularidades:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
Ex.: Prefiro natação a futebol. recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
Verbo bitransitivo: Prefiro a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Objeto direto: natação Mais de um irmão se abraçaram.
Objeto indireto: a futebol
Popularmente usa-se “do que” no lugar de “a”, Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
o que tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
natação do que futebol”. Porém, segundo a norma-pa-
vam presentes.
drão, a forma correta é como consta na imagem.
z Quando o sujeito é formado de um número per-
Concordância Verbal com o Sujeito Simples
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
numerado ou com o número inteiro, mas pode
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
concordar com o especificador dele. Se o numeral
sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário vier precedido de um determinante, o verbo con-
exorbitante. cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Diferentes situações:
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de viver bem.
sentido coletivo o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
multidão gritou entusiasmada. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
bo posterior ao pronome relativo concorda com o
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do EXERCÍCIO COMENTADO
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o 1. (FGV - 2008) “... mostram que um terço dos pagamen-
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós tos realizados por intermédio de instituições financei-
quem resolveu a questão. ras foi tributado apenas por aquela contribuição...”
(L.67-70)
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos “um terço”, não se tenha mantido a concordância em
nós quem resolvemos a questão. conformidade com a norma culta. Desconsidere a
possibilidade de concordância atrativa.
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
LÍNGUA PORTUGUESA
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no intermédio de instituições financeiras foi tributado
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- apenas por aquela contribuição.
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realiza-
essa questão. dos por intermédio de instituições financeiras foram
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- tributados apenas por aquela contribuição.
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias, c) mostram que grande parte dos pagamentos realiza-
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- dos por intermédio de instituições financeiras foi tribu-
ver artigo definido antes de uma palavra plura- tado apenas por aquela contribuição.
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
Unidos continuam uma potência. tados apenas por aquela contribuição. 193
e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados � Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
por intermédio de instituições financeiras foi tributado como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
apenas por aquela contribuição. bem como, assim como, tanto quanto
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
Em “grande parte dos pagamentos realizados...
final.
foi tributado”, não houve concordância adequada,
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
como; não só... mas também etc.)
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a popularidade em alta.
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
chegou. (Duas horas deram...) z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu) co núcleo, o verbo fica no singular concordando
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez com o núcleo único. Mas, se houver determinante
badaladas soaram) após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio sujeito passa a ser composto.
da escola soou dez badaladas) Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- combustíveis aumentaram.
dem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão Concordância verbal do Ser
interessada.
� Concorda com o sujeito
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Ex.: Nós somos unha e carne.
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Majestade está preocupada? � Concorda com o sujeito (pessoa)
Suas Excelências precisam de algo? Ex.: Os meninos foram ao supermercado.
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou � Em predicados nominais, quando o sujeito for
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! representado por um dos pronomes tudo, nada,
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor-
Concordância Verbal com o Sujeito Composto dará com o predicativo (preferencialmente) ou
com o sujeito.
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
Ex.: No início, tudo é/são flores.
ticais diferentes
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos. � Concorda com o predicativo quando o sujeito for
que ou quem
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Ex.: Quem foram os classificados?
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem. � Em indicações de horas, datas, tempo, distância
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada (predicativo), o verbo concorda com o predicativo
ou nenhum Ex.: São nove horas.
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- É frio aqui.
ter o espírito esportivo. Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no � O verbo fica no singular quando precede termos
singular como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- menos etc. junto a especificações de preço, peso,
davam. (preferencialmente no singular) quantidade, distância. E também quando seguido
� Gradação entre os núcleos do sujeito do pronome o.
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
me acalmar. (preferencialmente no singular) Divertimentos é o que não lhe falta.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
� Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
mitivo (nada, tudo, ninguém)
verbo concordará com o termo não preposiciona-
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
do entre eles.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
nem um nem outro São eles que sempre chegam cedo.
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem trução adequada)
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
194 meu foco nos estudos. (construção inadequada)
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL Casos mais frequentes em provas
Concordância do infinitivo Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- � Sujeito posposto distanciado
to esclarecido) Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito brasileira seres estranhos.
implícito “nós”)
� Verbos impessoais (haver e fazer)
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
(dois pronomes implícitos: eu, nós)
Havia problemas no setor.
Até me encontrarem, vocês terão de procurar
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
muito. (preposição no início da oração)
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
(verbos pronominais) � Verbo na voz passiva sintética
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
indicando tempo)
� Verbo concordando com o antecedente correto
Estudo para me considerarem capaz de aprova-
do pronome relativo ao qual se liga
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
tinham experiência.
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no � Sujeito coletivo com especificador plural
particípio) Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: � Sujeito oracional
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
ção verbal) singular)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
sendo sujeito do infinitivo)
to ou complemento no plural
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
atrito. (verbo no singular)
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Casos Facultativos
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
com valor genérico)
estádio.
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
dido de preposição de ou para) z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo) fizeram rir.
z Fui eu quem faltou/faltei à aula.
� Concordância do verbo parecer
Flexiona-se ou não o infinitivo. z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta- brasileira.
vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
de acordo com o sujeito, no plural) ciência. (1,5% corresponde ao singular)
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
z Chegaram/Chegou João e Maria.
logo o infinitivo será impessoal)
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
� Concordância dos verbos impessoais aqui.
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
sempre na 3ª pessoa do singular.
brasileira.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado. z O problema do sistema é/são os impostos.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo z Hoje é/são 22 de agosto.
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Na alternativa A, a frase enunciada pela menina Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
deveria flexionar no feminino o adjetivo “obrigada”, No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
portanto está incorreta. Na alternativa B, o adjeti- plural, pois ambos são adjetivos.
vo “inclusa” deve concordar em gênero e número, No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
havendo a necessidade do plural, o mesmo ocorre singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
em C, portanto mais duas alternativas incorretas. Nesse caso, o termo composto não concorda com o
Na alternativa D a palavra “meia” é um advérbio, plural do substantivo referente, “folhas”.
pois modifica o adjetivo tonta, sendo, portanto, Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
invariável, acarretando o erro dessa alternativa. Já O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
na alternativa E termos “bastantes” corretamente bém pode ser um substantivo.
empregado, pois assume valor de “muitos”. Respos- O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
ta: Letra E. lógica de “musgo” do exemplo anterior. 197
Dica � Nos substantivos compostos formados com
grão, grã e bel:
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
grão-duque – grão-duques;
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
grã-fino – grã-finos;
sempre invariáveis.
bel-prazer – bel-prazeres.
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
mentos flexionados no plural (peles-vermelhas). Não flexão dos elementos
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
Lista de Flexão dos dois elementos formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
re em frases substantivadas e em substantivos
� Nos substantivos compostos formados por palavras
compostos por um tema verbal e uma palavra
variáveis, especialmente substantivos e adjetivos:
segunda-feira – segundas-feiras; invariável ou outro tema verbal oposto:
matéria-prima – matérias-primas; o disse me disse – os disse me disse;
couve-flor – couves-flores; o leva e traz – os leva e traz;
guarda-noturno – guardas-noturnos; o cola-tudo – os cola-tudo.
primeira-dama – primeiras-damas.
� Nos substantivos compostos formados por SINTAXE DE COLOCAÇÃO
temas verbais repetidos:
corre-corre – corres-corres; O referido conteúdo já foi abordado em “Morfo-
pisca-pisca – piscas-piscas; logia - Estrutura e formação das palavras e classes
pula-pula – pulas-pulas. de palavras”.
Nestes substantivos também é possível a flexão
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
-piscas, pula-pulas.
z Nos substantivos compostos formados por subs- ESTRUTURA DO VERSO, TIPOS DE VERSO, RIMA,
tantivo + substantivo em que o segundo termo ESTROFAÇÃO E POEMAS DE FORMA FIXA
limita o sentido do primeiro termo:
decreto-lei – decretos-lei; Veremos, agora, noções básicas, referentes ao estu-
cidade-satélite – cidades-satélite; do de poemas. Assim, ficará mais fácil compreendê-los
público-alvo – públicos-alvo; e gabaritar as questões que abordam essa temática.
elemento-chave – elementos-chave.
Nestes substantivos também é possível a flexão
Prosa
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
públicos-alvos, elementos-chaves.
Chamamos de prosa os textos escritos de forma
z Nos substantivos compostos preposicionados: corrida, organizados em parágrafos, cuja intenção é
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; expor uma ideia, um fato ou uma história. São comuns
pôr do sol – pores do sol;
em gêneros, como redações de concurso, gêneros opi-
fim de semana – fins de semana;
nativos, narrativos e descritivos em geral.
pé de moleque – pés de moleque.
� Nos substantivos compostos formados por tema Verso é cada linha de um texto poético, que, geral-
verbal ou palavra invariável + substantivo ou mente, organiza-se em estrofes ritmadas, a partir de
adjetivo: figuras de linguagem, baseadas na sonoridade, a fim de
bate-papo – bate-papos; criar um efeito de sentido conhecido como rima.
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus; VERSIFICAÇÃO
ex-namorado – ex-namorados;
vice-presidente – vice-presidentes.
Não cobre amor,
� Nos substantivos compostos em que há repeti- que amor não é cobre. Verso
ção do primeiro elemento: É ouro.
zum-zum – zum-zuns;
tico-tico – tico-ticos; Não peça amor,
lufa-lufa – lufa-lufas; que amor não é peça.
Estrofe
reco-reco – reco-recos. É todo.
� Nos substantivos compostos grafados ligada-
Mas chama, chama amor,
mente, sem hífen:
que amor é chama.
girassol – girassóis;
É fogo!
pontapé – pontapés;
mandachuva – mandachuvas; (C. Lemos)
198 fidalgo – fidalgos.
z Tipos de Rimas Dica
Como contar as sílabas? Conta-se até a última
Vagueio campos noturnos (A) sílaba tônica da última palavra do verso.
Muros soturnos (A)
Ex.: pa la vras não e ram di tas. Última sílaba
paredes de solidão (B) Emparelhadas
AABB tônica (para a rima).
sufocam minha canção (B)
(Ferreira Gullar) No interior do verso, a sílaba terminada em vogal
une-se à sílaba seguinte se ela também começar
Tu és um beijo materno! (A) por vogal.
Tu és um riso infantil, (B) Ex.: Um/ cor/po a/ber/to/ co/mo os/ a/ni/mais
Sol entre as flores de inverno, (A) Emparelhadas 10 sílabas métricas
Rosa entre as flores de abril! (B) ABAB � Elisão: junção da vogal final de uma palavra
com a vogal inicial da palavra seguinte.
(J. de Deus)
PRINCIPAIS TIPOS DE RIMAS
3 Terceto
De repente do riso fez-se o pranto
LÍNGUA PORTUGUESA
RESUMINDO Oralidade
Efeito da linguagem que pertence a uma A linguagem coloquial marca formas fora do
Estilo pessoa, marcando suas idiossincrasias na padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos,
fala. existem alguns tipos de variação linguística, dentre
elas, as mais comuns em provas de concurso são:
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; A variação diatópica pode ocorrer com sons dife-
ela pode ser considerada um conjunto de dialetos. rentes. Quando isso acontecer, dizemos que ocorreu
Alguém já disse que em país algum se fala uma língua uma variação diatópica fonética, já que fonética sig-
só, há várias línguas dentro da língua oficial. E no Bra- nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos
sil não é diferente: pode-se até afirmar que cada cida- também, por exemplo, que, em Curitiba, PR, os jovens
dão tem a sua. A essa característica da Língua damos chamam de penal o estojo escolar para guardar canetas
o nome de variação linguística. De forma sintética, e lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro
podemos dividir de duas formas a língua “brasileira”: para representar um carinho feito em alguém; o que
padrão formal e padrão informal, cada um desses em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira,
tipos apresenta suas peculiaridades e espécies deriva- no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa
variação denominamos de variação diatópica lexical,
das. Vejamos:
já que lexical significa relativo a vocabulário.
LÍNGUA PORTUGUESA
PADRÃO FORMAL
z Variação diastrática ou sociocultural
Norma Culta
A variação diastrática, como também ocorre com
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática,
A norma culta da língua portuguesa é estabelecida dependendo do que seja modificado pelo falar do indi-
pelos padrões definidos conforme a classe social mais víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, são exemplos
abastada, detentora de poder político e cultural. As de variações diastráticas fonéticas. Usar presunto
pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de pri- no lugar de corpo de pessoa assassinada é variação
vilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive, diastrática lexical. E falar “Houveram menas per-
as regras da língua; direcionando o que é considerado cas” no lugar de “Houve menos perdas” é variação
permitido e aquilo que não é. diastrática sintática. 201
z Variação diafásica ou estilística c) Playboy, coitado, repleto.
d) Memorabilia, ganhara, patrão.
A variação diafásica, como ocorreu com a dia- e) Estripulias, beleléu, diacho.
tópica e com a diastrática, pode ser também fonéti-
ca, lexical e sintática, dependendo da liberdade de A língua é intrínseca a cada falante, algumas dessas
que o indivíduo tenha se apossado. Dizer “veio”, com palavras são próprias de variações linguísticas tem-
o e aberto, não porque more em determinado lugar porais, sociais ou regionais, classificando-as como
nem porque todos de sua camada social usem, é usar palavras de uso informal da língua. Resposta: Letra E.
a variação diafásica fonética. Um padre, em um
momento de descontração, brincando com alguém, 3. (FUMARC – 2018) Há marcas de oralidade, EXCETO
dizer “presunto” para representar o “corpo de pes- em:
soa assassinada”, usa a variação diafásica lexical.
E, finalmente, um advogado dizer “Encontrei ele”,
a) “Ei, Dani. Tira esse dedo do nariz. Isso.”
também num momento de descontração, no lugar de
b) “[...] então abraça esse coelhinho e vamos dormir bem
“Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática.
gostoso até amanhã, tá?”
c) “Quando a gente fala que tem que emprestar as coisas
VARIAÇÃO DIAFÁSICA pros outros, por exemplo.”
d) “Se todos falassem a verdade, teríamos que admitir,
Mudança no som, como veio
por exemplo, que 1 bilhão de pessoas têm todos os
[pronúncia com E aberto} e more
brinquedos [...]”.
Diafásica fonética [pronúncia com E fechado, asse-
melhando-se quase a pronúncia
de i]. A única opção que não apresenta marcas de oralida-
de é a letra D, nas demais há elementos que partici-
Ocorre em contextos de informa- pam da interlocução oral, como “ei”, “tá”. Resposta:
lidade, em que há mais liberdade Letra D.
Diafásica lexical
para usar gírias e expressões lexi-
cais diferentes. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Ocorre com a alteração dos ele-
Diafásica Função Emotiva ou Expressiva
mentos sintáticos, ocasionando
sintática
erros.
Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo-
ções e objetividades do emissor. O uso de verbos na
z Variação diacrônica
primeira pessoa do singular evidencia seu mundo
interior, também é comum o uso de interjeições, reti-
Diz respeito a mudança de forma e/ou sentido cências, ponto de exclamação e interrogação para
estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos. reforçar a expressividade do emissor. Essa função é
Podemos citar alguns exemplos comuns, como as comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você. narrativas de teor romântico ou dramático.
Além dessas, a variação diacrônica também marca a
presença de gírias comuns em determinadas épocas, FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA
como broto, chocante, carango etc.
Tem como objetivo convencer e influenciar o
comportamento do receptor da mensagem. Essa fun-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ção caracteriza-se pela presença das formas tu, você,
vocês (explicitas ou subtendidas no texto), de vocati-
1. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO-RJ – 2020) Há vos e de formas verbais no imperativo que expressam
uma construção típica do registro informal, que não ordem, sugestão, apelo etc. Essa função é predomi-
seria adequada à redação oficial, no seguinte trecho: nante em textos publicitários, propagandas, horósco-
pos, manuais de advertências, tutoriais etc.
a) “Vale lembrar que tem amizades que são tóxicas...”
b) “Desde então, outras quatro Blue Zones surgiram...” FUNÇÃO REFERENCIAL
c) “...é importante observar a qualidade dos
relacionamentos.” Tem como objetivo informar, referenciar algo. O
d) “...as amizades são capazes de transformar a saúde foco é o próprio assunto, o que faz dela uma função
mental das pessoas.” predominante nos noticiários, nos jornais, nos arti-
gos, nas revistas, nos livros instrucionais, nos con-
A frase do item A consta registro do nível informal: tratos etc. A linguagem, nesse caso, transmite uma
há noção de existência na frase e utilizou-se o verbo mensagem direta, objetiva e impessoal, que pode ser
“ter” no lugar do “haver”. Tal prática ainda não é entendida pelo leitor em um sentindo específico.
agasalhada pelo nível culto da língua, a despeito de
possuir largo uso. Resposta: Letra A. FUNÇÃO FÁTICA
2. (AOCP – 2020) Assinale a alternativa em que todas as Essa função serve para estabelecer ou interromper a
palavras fazem parte de um uso informal da língua. comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em
expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.
a) Beleléu, rolê, incalculável.
202 b) Socialite, martelinho, memorabilia. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM
Quando a linguagem é usada para explicar a
própria linguagem. Dessa maneira, o emissor expli-
ca o código utilizando o próprio código. Na catego-
ria de textos, merecem destaque as gramáticas e os
dicionários.
FUNÇÃO POÉTICA
Importante!
O Predomínio de uma função
Observe que, quando se trata de identificar uma
determinada função em um texto, dizemos que
ela predomina naquele texto (ou em grande parte
dele). Isso porque dificilmente uma função ocorre
isoladamente: o mais comum é que em um texto
a) I e II, mas não em III.
se combinem duas ou mais funções de linguagem.
b) Em II e III, mas não em I.
c) Apenas em II.
d) Apenas em III.
PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. São Paulo: Companhia 3. (FAU – 2017) A função de linguagem predominante no
das Letras, 2011. período abaixo é:
“Confirmada a morte do Rio Doce, o governo federal
Ao analisar o texto, deduz-se que o autor utilizou ainda não apresentou um plano de recuperação efeti-
vo para a área (apenas uma carta de intenções)”.
a) a função emotiva da linguagem.
b) a função referencial da linguagem. a) conativa.
c) estrutura narrativa não confessional. b) referencial.
d) elementos característicos do gênero descritivo-midiático. c) fática.
e) uma estrutura semântica de caráter objetivo e d) poética.
impessoal. e) metalinguística.
LÍNGUA PORTUGUESA
Emotiva ou Expressiva – Emissor em destaque, texto Função referencial, visa a informar. Resposta: Letra B.
subjetivo e em primeira pessoa. Resposta: Letra A.
4. (COCON – 2016)
2. (GUALIMP – 2020) A relação estabelecida em diálo-
gos, estritamente, atrelados à situação comunicati- Motivo
va, com a finalidade de verificar se a mensagem que Eu canto porque o instante existe e a minha vida está
está sendo transmitida é, de fato, assimilada pelo completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
enunciatário do discurso representa a função fáti- Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tor-
ca da linguagem. Essa função pode ser identificada mento. Atravesso noites e dias no vento. [...]
em qual dos diálogos e situações de comunicação MEIRELES, Cecília. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova
representadas nas tirinhas em quadrinhos abaixo? Fronteira, 2001. 203
Nos versos de Cecília Meireles, predomina a função da Polissíndeto
linguagem:
É uma figura que consiste no uso excessivo e repe-
a) Fática, utilizada para expressar as ideias de forma eva- titivo de conjunções.
siva, pois o objetivo é chamar a atenção do interlocutor. Ex.: “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...” (Ola-
b) Metalinguística, com extrema valorização da subjetivi- vo Bilac)
dade no jogo da vida de Cecília Meireles. “Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto
c) Apelativa, num jogo de sentido pelo qual o poeta trans- Oliveira)
mite apenas uma forma idealizada de vida.
d) Referencial, privilegiando-se a expressão de forma Assíndeto
racional.
e) Emotiva, marcada pela não contenção dos sentimen- É a figura que consiste na omissão reiterada de
tos, dando vazão ao subjetivismo. conjunções. Geralmente a conjunção omitida é a coor-
denativa. Essa estratégia torna a leitura do texto mais
Função emotiva, marcada pela não contenção dos senti- clara e dinâmica.
mentos, dando vazão ao subjetivismo. Resposta: Letra E. Ex.: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se
esqueça”. (Pitty)
FIGURAS DE LINGUAGEM E SIGNIFICADO DAS
“Vim, vi, venci”. (Júlio César)
PALAVRAS
Caracteriza-se pela inversão proposital da ordem Analogia explícita entre dois termos, a principal
direta dos termos da oração. Essa inversão confere diferença entre a comparação e a metáfora, que é
maior efeito estilístico na construção do enunciado. outro tipo de relação de semelhança, é que a compa-
Ex.: “Os bons vi sempre passar / no mundo graves ração se estabelece com o uso de conectivos.
tormentos” (Luiz Vaz de Camões) Ex.: Minha boca é como um túmulo.
Na ordem direta seria: Eu sempre vi passar os A menina é como um doce.
bons no mundo de graves tormentos. Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã
nublada.
Anástrofe
Metáfora
Diferentemente do hipérbato, a anástrofe consiste
na inversão mais sutil dos termos da oração, não pre- Consiste em usar uma palavra ou expressão em lu-
gar da outra em razão de algumas semelhanças (ana-
judicando o entendimento do enunciado.
logia) conceituais. É recurso que está associado ao em-
Ex.:
prego da palavra fora do seu sentido normal.
“Sabes também quanto é passageira essa desavença
Ex.: O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.
Não destrates o amor”. (Jacob do Bandolim)
(Carlos Drummond de Andrade)
Utilizando a figura de linguagem teríamos: “Sabes Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernan-
também quanto essa desavença é passageira”. do Pessoa)
Observe:
Silepse
Metáfora: relação de semelhança não explícita.
Consiste na concordância com o termo que está
subtendido na oração e não com o termo expresso na
oração. (Concordância ideológica). Existem três tipos
de silepse:
Silepse de Gênero – Há uma discordância entre os
gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e adjeti-
vos. Notamos na oração a presença do contraste entre
os gêneros masculino e feminino.
Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de trata-
mento certamente se refere a alguma autoridade do
sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.)
Silepse de Número – Há uma discordância entre o
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa uma
ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo concorda
com a ideia que nele está contida.
Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (fala- Comparação: relação de semelhança estabele-
vam concorda com alunos) cida por conectivos.
Silepse de Pessoa – Há uma discordância entre
o verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujeito
da oração. Geralmente o emissor se inclui no sujeito
expresso em 3ª pessoa do plural, realizando a flexão
verbal na primeira pessoa.
Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do
futebol.
(brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)
Anacoluto
Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga- 3. (INAZ DO PARÁ – 2019) Em “a capa verde da mata se
mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia espreguiçava ao longo das praias” ocorre uma figura
tem como objetivo satirizar uma situação desagradá- de linguagem denominada:
vel ou depreciar alguém pelo seu comportamento.
Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e a) Metáfora.
onze contos de réis...” (Machado de Assis) b) Prosopopeia.
“Parece um anjinho, briga com todos”. c) Gradação.
d) Antítese.
Gradação
A frase destacada pelo enunciado apresenta carac-
Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou terísticas de seres animados em seres inanimados,
não) numa escala progressiva de maior ou menor in- marcando o uso da prosopopeia. Resposta: Letra B.
tensidade à expressão. Os termos da oração são frutos
de uma hierarquia e podem ser de ordem crescente
4. (CONSESP – 2018) Assinale a alternativa que apresen-
ou decrescente.
ta uma figura de linguagem denominada de: Aliteração.
Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bi-
lião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.”
a) “...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre.” (Clarice
(Machado de Assis)
Lispector)
“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Montei-
b) Suas lágrimas são como cristais.
ro Lobato)
c) “E rir meu riso e derramar meu pranto...” (Vinícius de
Moraes)
Apóstrofe
d) “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...
Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito.” (Gui-
Consiste na invocação de alguém ou alguma coisa
marães Rosa)
personificada. Essa figura de linguagem realiza-se por
meio de um vocativo. A apóstrofe é um recurso estilís-
tico muito utilizado na linguagem informal (cotidia- É a única em que encontramos aliteração, repetição
na), nos textos religiosos, políticos e poéticos. de fonema vocálico (em relação a vogais) ou conso-
Ex.: “Liberdade, Liberdade! É isso que pretende- nântico (em relação a consoantes) igual ou pareci-
mos nessa luta”. do, para descrever ou sugerir acusticamente o que
“Senhor, tende piedade de nós”. temos em mente, quer por meio de uma só palavra,
quer por unidades mais extensas. Resposta: Letra D.
Conotação
Absorver/absolver
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES
Infográficos
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm
210
Para se compreender a mensagem, é preciso reconhe-
EXERCÍCIOS COMENTADOS cer que a placa retratada combina de maneira curiosa:
Intralinguística Extralinguística
PROSA E POESIA
Ambígua Clara/exata
Os textos literários se dividem em duas partes: pro-
sa e poesia, nesse tópico encontraremos a definição de Conotação Denotação
cada uma dessas. Comecemos pela poesia: a poesia é Sugestão Precisão
a linguagem subjetiva, metafísica, vaga com o mundo
interior do poeta. Quanto a sua forma, é um texto cur- Transfiguração da realidade Realidade
to com orações e períodos curtos, em que sobressaem
Subjetiva Objetiva
a estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se da mais
antiga composição do mundo. Antes da existência Ordem inversa Ordem direta
do papel já existia os textos literários. Com os livros
de argila e o uso de poemas, seria possível transmi- Gêneros Literários
tir muita coisa com pouco material. A Prosa, por sua
vez, é a linguagem objetiva, usual, veículo natural do Na teoria literária, o estudo dos gêneros literários
pensamento humano. A prosa possui diversas formas, ocupa-se em agrupar as diversas modalidades de
chamadas de subgêneros literários, como: romances, expressão literária pelas suas características de forma
crítica, novela, conto, etc. Vejamos as diferenças entre e conteúdo. Cada gênero possui uma técnica, um esti-
um texto em forma de poesia e outro em forma de lo e uma função. Vale destacar que a distinção entre
prosa: os gêneros é bem flexível, sendo possível às vezes a
mistura deles. Para classificar uma obra, então, é
Poema necessário verificar a predominância de um gênero. A
classificação básica dos gêneros compreende: o lírico,
z Frases curtas. o épico e o dramático.
z Destaque para a beleza dos versos.
z De rimas: Porta/importa, minha/vizinha. z Gênero Lírico – A poesia lírica surgiu na Grécia
z Uso de métrica - contagem de sílabas poéticas. Antiga, sendo originalmente declamada ao som da
z escrito em forma de versos. lira, daí a origem da palavra lírico. A lira, pela tra-
dição literária, passou a simbolizar a poesia.
Prosa
No gênero lírico predomina o sentimento, a emo-
z Frases longas, em só período. ção, a subjetividade, a expressão do “eu”. Trata-se da
z Não há beleza no texto, somente a informação. manifestação do mundo interior através de uma visão
z Texto objetivo: transmitir uma mensagem. pessoal do mundo.
z Não há métrica, nem rima, nem ritmo. Quanto à temática, o tema lírico por excelência é o
z Texto escrito em forma de parágrafos. amor, sendo que os demais lhe são correlatos: a soli-
dão, a angústia, a saudade, a tristeza.
Dica A linguagem lírica mostra-se densamente metafó-
rica, sendo predominante a exploração da sonoridade
Embora os nomes sejam parecidos, você deve se e o arranjo das palavras.
atentar para o fato de que poema e poesia não Aqui estamos falando especificamente do lirismo
são a mesma coisa. Poema é um texto literário na Literatura, mas o lirismo identifica-se com outras
composto de versos, estrofes e, às vezes, rima. formas de arte, podendo ser encontrado na própria
Já a poesia é a própria manifestação artística, poesia, em um romance, em um filme ou quadro e em
212 baseada na linguagem subjetiva e estética. outras formas de arte.
Observe neste poema as características do gênero z Farsa: surgida por volta do século XIV, a farsa
lírico, o espírito subjetivo, que aparece embalado por caracteriza-se pela crítica social. É um texto cur-
emoções e sentimentos. to, formado por diálogos simples e representado
por personagens caricaturais em ações corriquei-
Eu cantarei de amor tão docemente, ras, cômicas, burlescas. Como exemplo famoso na
Por uns termos em si tão concertados, língua portuguesa, podemos citar “A farsa de Inês
Que dois mil acidentes namorados Pereira”, de Gil Vicente.
Faça sentir ao peito que não sente. z Auto: surgido na Idade Média, os autos são tex-
tos curtos, de linguagem simples, com elementos
Farei que amor a todos avivente, cômicos e intenção moralizadora. Suas persona-
Pintando mil segredos delicados, gens simbolizam as virtudes, os pecados, ou repre-
Brandas iras, suspiros magoados,
sentam anjos, demônios e santos. Um dos autos
Temerosa ousadia e pena ausente.
mais famosos na língua portuguesa é o “Monólogo
do Vaqueiro ou Auto da Visitação”, de Gil Vicente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
Modernamente, encontramos textos notáveis que
De vossa vista branda e rigorosa,
revelam certa influência medieval, como é o caso
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
do “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa c) Gênero Épico ou Narrativo - O gênero narrativo
Aqui falta saber, engenho e arte. estrutura-se pela narração, sendo característico a
Luís de Camões narração das ações dos personagens em determi-
nado tempo e espaço.
semideuses. Os finais são sempre nefastos. Como outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que
exemplo, podemos citar “Édipo Rei”, de Sófocles; é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir
“Romeu e Julieta”, de Shakespeare. das personagens encadeadas à unidade do efeito e segun-
z Comédia: textos humorísticos de caráter crítico, do uma ordem composta de exposição, conflito, complica-
irônico, jocoso e satírico, podendo ser até mes- ção, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que
mo obsceno, cuja temática são ações cotidianas é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais
das quais fazem parte personagens humanos e em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o
estereotipados, geralmente o povo e a nobreza. O autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real
objetivo era fazer sátiras políticas, críticas sociais, por meio da representação.
fazer paródias com o intuito de causar o riso.
z Tragicomédia: textos que trazem a junção de ele- COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização
mentos trágicos e cômicos na representação teatral. Brasileira, 1973 (adaptado). 213
Considerando o texto e analisando os elementos que E esse alheamento do que na vida é porosidade e
constituem um espetáculo teatral, conclui-se que: comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulhe-
fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua res e sem horizontes.
concepção de forma coletiva. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebi- é doce herança itabirana.
do e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
independente do tema da peça e do trabalho interpre- esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
tativo dos atores. este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados este couro de anta, estendido no sofá da sala de
gêneros textuais, como contos, lendas, romances, visitas;
poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos tex- este orgulho, esta cabeça baixa…
tuais, entre outros. Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na Hoje sou funcionário público.
comunicação teatral, visto que o mais importante é Itabira é apenas uma fotografia na parede.
a expressão verbal, base da comunicação cênica em Mas como dói!
toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico inde- ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
pendem do processo de produção/recepção do espe- 2003.
táculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas
diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do
movimento modernista brasileiro. Com seus poemas,
A criação de um espetáculo acontece de forma cole- penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poetica-
tiva, em cenário que corresponda ao tema da peça e mente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poe-
ao trabalho interpretativo dos atores, que assumem sia é feita de uma relação tensa entre o universal e o
a importância central da peça, seguidos dos efeitos particular, como se percebe claramente na construção
de luz e som. Essa afirmação invalida as alternati- do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os
vas a, b, d e e. Além disso, há vários textos cênicos procedimentos de construção do texto literário e as
que se originaram de contos, lendas, romances, poe- concepções artísticas modernistas, conclui-se que o
sias e crônicas, entre outros. Resposta: Letra C. poema acima:
2. (ENEM – 2009) Assinale a alternativa que que melhor des- a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao
creve este trecho de Juca Pirama, de Gonçalves Dias. tom contestatório e à utilização de expressões e usos
linguísticos típicos da oralidade.
“IV b) apresenta uma característica importante do gênero
Meu canto de morte, lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados
Guerreiros, ouvi: históricos.
Sou filho das selvas,
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua
Nas selvas cresci;
comunidade, por intermédio de imagens que represen-
Guerreiros, descendo
tam a forma como a sociedade e o mundo colaboram
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
para a constituição do indivíduo.
Que agora anda errante d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de
Por fado inconstante, inutilidade do poeta e da poesia em comparação com
Guerreiros, nasci; as prendas resgatadas de Itabira.
Sou bravo, sou forte, e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da
Sou filho do Norte; individualidade, da saudade da infância e do amor pela
Meu canto de morte, terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
Guerreiros, ouvi.”
O gênero lírico é caracterizado pela subjetividade,
a) Possui características do gênero lírico e do épico. pela emoção e pelo sentimento do eu-lírico. Suas
b) Possui características do gênero épico e dramático. experiências em Itabira, de acordo com o texto, o
c) Possui características do gênero lírico e do dramático fizeram triste, orgulhoso e habituado ao sofrimento
d) Possui características apenas do épico. e à dor. Resposta: Letra C.
Embora seja um poema narrativo, com uma musi- A EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA, EM PORTUGAL
calidade que alterna versos contos e rimas que E NO BRASIL
ajudam a dar o ritmo da aventura de um herói, o
lirismo também é um ponto forte no poema. Respos- Antes de mais nada, importante salientar que toda
ta: Letra A. a produção literária no Ocidente foi dividida didatica-
mente em “Eras ou Épocas”, as quais compreendere-
3. (ENEM – 2009) mos melhor mais adiante.
A Literatura Portuguesa, obviamente, foi a pri-
Confidência do Itabirano meira e maior influência da Literatura Brasileira.
Alguns anos vivi em Itabira. Considerando que a maioria dos movimentos literá-
Principalmente nasci em Itabira. rios surgiram na Europa, sobretudo, França, sabemos
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. que a Literatura Portuguesa se alimentou de fontes
Noventa por cento de ferro nas calçadas. principalmente francesas e inglesas, o que, de certa
214 Oitenta por cento de ferro nas almas. forma, caracteriza a Literatura Brasileira também,
especialmente até o Realismo. Afinal, até o período que chamamos de Realismo, a maioria dos escritores renoma-
dos da literatura brasileira nasceram, cresceram ou estudaram na Europa.
Na Literatura de Portugal, as Eras são classificadas em: Medieval, Clássica e Moderna, sendo que dentro de
cada uma há um conjunto de movimentos literários. Portanto, os movimentos literários do Trovadorismo (1189)
e do Humanismo (1418) estão agrupados na Era Medieval.
Na Era Clássica deparamos com o Classicismo (1527), Barroco (1580) e o Arcadismo (1756).
Por fim, na Era Moderna, também denominada Era Romântica, estão os movimentos: Romantismo (1825),
Realismo-Naturalismo (1865), Simbolismo (1890) e Modernismo (1915).
No entanto, de forma geral, os movimentos literários no Brasil sempre afloraram com uma ou duas décadas de
defasagem em relação a Portugal, como você pode conferir nesta linha do tempo:
Linha do tempo dos Movimentos Literários no Brasil e em Portugal
ERA MEDIEVAL
BRASIL - -
Note que na Era Medieval não há datas respectivas aos movimentos literários no Brasil, isso porque o Brasil
ainda não possuía uma produção literária respectiva aos estilos desta era.
ERA CLÁSSICA
O primeiro movimento que o Brasil participa é a Literatura de Informação e Literatura dos Jesuítas, tendo
início em 1500.
ERA MODERNA
LITERATURA BRASILEIRA
CONTEXTO HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO
Contexto Histórico
O marco inicial da Literatura Brasileira coincide com o período histórico chamado Renascimento. Em Por-
tugal, especialmente, este período coincide com o esplendor das conquistas ultramarinas, grandes navegações,
continentes recém descobertos e a fase de colonização de povos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Martinho Lutero, no fim do século XV, Portugal recuperava o
prestígio com a descoberta por Vasco da Gama de um novo caminho para as Índias. Esse espírito de ufania geraria
a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os Lusíadas, escrita por Luís Vaz de Camões, compreendida como a mais
alta expressão de amor à pátria.
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras produções possuíam mais caráter documental do que literário. Des-
de então, a forma como foi escrita a história de nosso país tem refletido até hoje nas produções artísticas e, consequen-
temente, literárias. Se observarmos, desde o período Colonial (do Descobrimento a chegada da Família Real ao Brasil),
passando pelo Período Imperial, além de diversas revoltas internas em prol da Independência e da abolição da escra-
vatura, Período Regencial, a Proclamação da República, em 1889, o Período Republicano, marcado pelos governos
militares, ditaduras e a reconquista da democracia, todos esses acontecimentos permeiam a nossa Literatura.
Mais recentemente, diversas transformações de âmbito político e social decorreram das duas Grandes Guer-
ras, que refletiram no mundo e, consequentemente no Brasil, ideológica e politicamente. Políticas mundiais 215
de combate ao comunismo influenciaram líderes e BARROCO
momentos, a liberdade de expressão foi cerceada e
um período sombrio foi instaurado em nossa história No período entre (1601-1768), enquanto o mundo
Ocidental vivia uma atormentada crise entre homem
até 1985, quando o direito à democracia foi restabe-
e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon-
lecido, além da globalização, a internet e as mídias
ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais
sociais, tudo isso reflete no pensamento, no sentimen- subjetiva e conflituosa. Para diversos pesquisadores, o
to e na expressão artística, como poderemos acompa- Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas
nhar nas Escolas Literárias. todo um período histórico e um movimento sociocul-
tural em que se formularam novos modos de enten-
CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS AUTORES E der o mundo, o homem e Deus.
OBRAS DO QUINHENTISMO
Contexto histórico
z Pero Vaz de Caminha (1450–1500) z O Barroco surgiu pelas oposições e pelos conflitos
religiosos. Esse contexto histórico acabou influen-
ciando na produção artística, gerando o fenômeno
Conhecido como autor da famosa “Carta de Pero Vaz
do Barroco. As obras são marcadas pela angústia
de Caminha”, ao rei D. Manuel I, considerada o primeiro e pela oposição entre o mundo material e o espi-
documento escrito sobre o Brasil, que relata o descobri- ritual. Quanto às características do estilo, pode-se
mento das terras do país. Ficou conhecida como sendo o encontrar metáforas, antíteses e hipérboles.
marco inicial da literatura de informação do Brasil. z As invasões holandesas no Brasil.
z Os bandeirantes.
z Padre José de Anchieta (1534-1597)
Características na arte
Um dos primeiros autores da literatura brasileira
z Contrastes: luz/sombra, bem/mal, divino/humano.
escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e “Arte de
z Riqueza de detalhes, preferência pelas curvas e
Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil” contornos e ausência de simetrias.
(1595). z Temas religiosos.
É também conhecido como o Apóstolo do Brasil – z Personagens retratadas com expressões dramáti-
embora seja espanhol – por ter sido um dos respon- cas, cenas conflituosas.
sáveis por trazer o Cristianismo no país, sendo z Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e
também um dos fundadores da cidade de São Paulo. essência íntima.
z Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade
do tempo e incerteza da vida.
z Padre Manuel de Nóbrega (1517-1570)
Características na Literatura
Suas obras são consideradas documentos históricos
sobre a colônia e a ação jesuítica no Brasil do século XVI. z Rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exa-
Entre elas, podemos destacar “Cartas do Brasil” (1886) e gerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de
216 um “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios” (1557). metáforas e associações.
z Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, Características na arte e na literatura
hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem
culta, jogo de palavras. z Rompimento com a estética barroca, opondo-se
aos exageros e rebuscamentos.
Autores e Obras z Influência do movimento iluminista.
z Equilíbrio e busca pela perfeição na tentativa de
z Padre Antônio Vieira (1608-1697) resgatar as tradições clássicas, a estética greco-ro-
mana e as figuras mitológicas.
z Preferência por sonetos;
Foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador
z Racionalismo: A razão era constantemente valorizada.
sacro da Língua Portuguesa. As suas principais obras
z Bucolismo e pastoralismo em que retrata uma
são “Sermão da Sexagésima”, que retrata sobre a arte
natureza tranquila e serena, um refúgio calmo do
de pregar, além do “Sermão de Santo Antônio”, que
campo, os costumes rurais, que se contrastava com
tem como tema a escravidão indígena.
os centros urbanos monárquicos.
z Idealização da mulher amada, assim como a valo-
z Bento Teixeira (1561-1600) rização da pureza e ingenuidade humana;
z Uso de pseudônimos, geralmente nomes de pastores;
Foi um poeta luso-brasileiro cuja principal obra z Expressões em latim como inutilia truncat (“tirar
é “Prosopopeia”, considerada o marco inicial do Bar- o inútil” da poesia, entendendo-se esse inútil como
roco na Literatura Brasileira. Trata-se de um poema sendo o excesso de rebuscamento formal), fugere
escrito à semelhança de “Os Lusíadas”, sobre os feitos urbem (“fuga da urbanidade” e preferência pela
dos heróis portugueses em terras brasileiras e africa- vida campestre), locus amoenus (preceito de que
nas, com o objetivo de louvar o donatário da capitania o campo, o ambiente bucólico, é o ideal para o
de Pernambuco, Jorge de Alburqueque Coelho. homem), carpe diem (“aproveitar o presente” para
contemplar a realidade, sem preocupar-se com o
z Gregório de Matos (1636-1696) futuro) e aurea mediocritas (o “homem mediano”
é aquele que alcança a felicidade, não se devendo,
Conhecido como “Boca do Inferno”, foi um advo- assim, procurar riquezas e posses em vida).
gado e poeta do Brasil colônia, sendo considerado um
dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Bra- Autores e Obras
sil. Produziu diversas sátiras desumanas, além de poe-
sias religiosas, líricas e satíricas. z Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
“O Senhor e a Senhora Andrews”, de Thomas Gainsborough Um dos grandes poetas árcades de pseudônimo Dir-
ceu. Sua obra que merece destaque é Marília de Dirceu
LÍNGUA PORTUGUESA
O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publi- (1792) carregada de lirismo e baseada no seu romance
com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
cação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa
em 1768 e, ademais, a fundação da “Arcádia Ultrama-
ROMANTISMO
rina”, em Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa
escola literária provém das Arcádias, ou seja, das
O Romantismo corresponde ao período aproxima-
sociedades literárias da época. do entre 1774 e 1849 – embora influencie a arte até
hoje – na Era das Revoluções, quando diversas trans-
Contexto histórico formações políticas, sociais e econômicas ocorreram
no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revo-
z A Inconfidência Mineira. lução Francesa. Os artistas românticos, movidos por
z A Revolução Farroupilha. esse ideal de mudanças, começaram a mudar a teo-
z A vinda da Família Real para o Brasil. ria e a prática de suas artes. Além do campo artístico, 217
observamos uma visão transformadora também na e emocionalismo. As menções ao tédio e desejo de morte
filosofia e em toda a cultura ocidental, que passou a são frequentes.
aceitar a emoção e os sentidos como uma forma váli-
da de experimentar a vida. z Terceira Geração - Romântica
O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e o
subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas Há a quebra das regras da literatura. Os poemas
no período. Na Europa, obras com temáticas medie- começaram a ser escritos de maneira diferente e, na
vais eram bastante comuns, já que esse era o passado prosa, começam a aparecer palavras que antes não
histórico europeu. eram da literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo
No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 a povo. Nessa geração os autores também começaram a
1880, período da consolidação da independência. Seu falar de questões sociais. Foi o primeiro passo para o
marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros poéti- realismo, próximo movimento literário.
cos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Porém, o Romantismo brasileiro buscava resgatar Autores e obras
os nossos ancestrais que já viviam aqui: os índios.
A literatura desse período também retratava as z Primeira Geração
lutas políticas e sociais existentes em nosso país,
como o movimento abolicionista. Também não Poesia
podemos nos esquecer que, devido à época, começa-
vam a surgir problemas urbanos relacionados à rela- Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” (1848),
ção delicada entre indústrias e operários, assim como “Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857),
a corrupção e o materialismo. “Cantos” (1857).
Casimiro de Abreu: Primaveras, poesias (1859)
Contexto histórico
Prosa
z A Imprensa no Brasil.
z A crise do 2º reinado. José de Alencar: “O guarani” (1857), “Iracema”
z A abolição da escravidão. (1865).
z Liberdade de expressão e de criação, retrato e Álvares de Azevedo: “Lira dos vinte anos”;
valorização do “eu”. “Noite na Taverna” e “Macário”.
z Rebeldia e idealismo, preocupação em retratar o Fagundes Varela: “Noturnas”; Cantos e Fanta-
mundo não como ele é, mas como ele poderia ser, sias e Anchieta ou O Evangelho nas Selvas.
uma vez que a realidade para esses autores era Casimiro de Abreu: As Primaveras (1859), Sau-
considerada desesperadora, repleta de limitações dades (1856) e Suspiros (1856).
ao crescimento pessoal, político e artístico. Junqueira Freire: “Inspirações do Claustro” e
z Exaltação da pátria, da mulher e do amor. “Contradições poéticas”.
z Indianismo e culto à nossa fauna e flora. Tam-
bém está presente o nacionalismo, o regionalismo z Terceira Geração
ou o sertanismo.
z Individualismo e sentimentalismo, considerando que Castro Alves: “Espumas Flutuantes”, 1870, “Os
seus desejos, paixões e frustrações pessoais são mais Escravos” (O Navio Negreiro), 1883.
importantes do que os acontecimentos externos.
z A natureza como força incontrolável e transcenden- Modalidades do Romantismo:
tal, uma personagem que reflete o “eu”, assumin-
do emoções, como tristeza, e esbanja exuberância z Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho
diante da alegria e das conquistas do indivíduo. do pescador”.
z Pessimismo da realidade e escapismo, expressões z Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo,
de angústia, frustração, desespero, tristeza, entre “A Moreninha”.
outras emoções que acabam caracterizando esse z Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O
estado de espírito como o “mal do século”. ermitão de Muquém”, “Escrava Isaura”.
z Temas como morte, suicídio, fuga para a natureza z Romance indianista e histórico - José de Alencar,
ou a pátria são os escapes possíveis para esse mal. “O Guarani”.
As obras desse período abordam a natureza, o país O Realismo é um movimento cultural e literário que
e idealizam tudo maravilhoso. Em Portugal, os temas surgiu em oposição ao Romantismo no século XIX. Sua
mais frequentes eram o nacionalismo, o romance temática principal foca nos problemas sociais da épo-
histórico e o medievalismo. No Brasil, esse apego ao ca, usando de linguagem clara e objetiva. A Revolução
passado era visto no indianismo. Francesa e Revolução Industrial trouxe o crescimento
do poder da burguesia na sociedade, portanto, as pes-
z Segunda Geração - Ultrarromântica soas nas cidades em busca de melhores condições de
vida por meio do trabalho nas fábricas e comércios e
O mal do século tem papel de destaque e as obras aca- a vida burguesa passaram a estar mais presentes nas
218 bam sendo caracterizadas pelo exagero no subjetivismo narrativas.
Em certas obras, percebe-se um forte tom de ironia Os escritores naturalistas do Brasil se ocuparam,
e crítica social. Os integrantes desse movimento repu- principalmente, com os temas mais obscuros da alma
diavam a artificialidade do Arcadismo e do Romantis- humana e, por isso, outros fatos importantes da histó-
mo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os ria do país acabaram sendo deixados de lado, como a
problemas e costumes das classes média e baixa sem Abolição da Escravatura e a proclamação da República.
haver a necessidade de se inspirar em modelos do pas-
sado. O movimento manifestou-se também na escultu- Características
ra, na pintura e em alguns aspectos sociais.
O marco do Realismo foi a publicação do romance z Desdobramento do Realismo.
“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. No z Escritores naturalistas retratam pessoas margina-
Brasil, foi a publicação do livro “Memórias Póstumas lizadas pela sociedade.
de Brás Cubas”, de Machado de Assis. z As personagens são comparadas aos animais
(zoomorfismo).
Contexto histórico: z Análise biológica e patológica das personagens.
z Abordagem de temas polêmicos como miséria,
z A Proclamação da República. adultério, crimes e sexualidade desvelada.
z A Primeira República. z Forte influência Darwinista, na qual o homem não
possui livre arbítrio, sendo guiado pela heredita-
riedade e pelo meio social em que vive.
Características
z Cientificismo exagerado, apontando para as rela-
ções e fenômenos sociais como se observasse uma
z Objetividade como forma de opor ao excesso de sub- experiência científica.
jetividade e idealizações existentes no Romantismo. z A realidade é abordada a partir do pensamento
z Correção e clareza de linguagem para manter o científico, sob influência do positivismo.
ideal de representar a realidade verdadeiramente. z Linguagem simples e objetiva.
z Contenção das emoções, focando-se em análises z Os pintores recriavam paisagens naturais, ou seja,
mais objetivas. pintavam aquilo que observavam.
z Análise psicológica dos personagens. z Grande desejo de reformar a sociedade nas obras.
z Narrativa lenta, buscavam construir análises –
muitas vezes, inclusive, utilizando métodos cientí- Autores e obras
ficos – da sociedade contada nas histórias.
z Impessoalidade do Narrador, em terceira pessoa, z Aluísio de Azevedo (1857-1913): “O Mulato”
sugerindo-se certo grau de impessoalidade. (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço” (1890).
z A filosofia positivista de Auguste Comte, olhar cientí- z Adolfo Caminha (1867-1897): “A Normalista”
fico para analisar comportamentos sociais, o Cientifi- (1893) e “Bom Criolo” (1895)
cismo, o Darwinismo, o Empirismo, o Determinismo. z Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
z Literatura de combate social, crítica à burguesia,
ao adultério e ao clero. IMPRESSIONISMO
NATURALISMO
Contexto histórico
– estimulado pelas Vanguardas Europeias – encontra- (1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Primeiras
-se a motivação para romper com o tradicionalismo. Estórias (1962) e Campo Geral (1964).
3. (UPF-RS) Sobre a personagem Iracema, protagonista Se o bem desta choupana pode tanto,
do romance homônimo de José de Alencar, apenas é Que chega a ter mais preço, e mais valia,
incorreto afirmar que: Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
a) Segue um modelo de comportamento típico das heroí- E o que té agora se tornava em pranto,
nas românticas.]b) Representa a contribuição indíge- Se converta em afetos de alegria.
na na formação da nacionalidade brasileira. (Cláudio Manuel da Costa)
c) Simboliza a terra americana, vista como mãe fecunda,
daí seu nome ser um anagrama de América. Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os
d) Possui características físicas e morais genuinamente textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é:
indígenas.
e) É retratada em íntima conexão com a natureza. a) o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta
retira do homem seus melhores sentimentos.
As características da personagem, sua beleza, seus b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as
aspectos psicológicos, assim como a natureza, eram riquezas naturais.
extremamente idealizadas. Resposta: Letra D. c) a dedicação à produção poética junto à natureza, fon-
te de inspiração dos poetas.
4. (ITA) Qual a alternativa que apresenta uma associa- d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, pois
ção errada? o tempo passa rapidamente.
e) o sonho de uma vida mais simples e natural, distante
a) Arcadismo/Iluminismo. dos centros urbanos.
b) Arcadismo/Racionalismo.
c) Arcadismo/Anti-Classicismo. O poema de Cláudio Manuel da Costa traz as carac-
d) Barroco/Contra-Reforma. terísticas do Arcadismo, que, assim como na canção
e) Romantismo/Revolução Industrial. de Zé Rodrix e Tavito, tem como aspecto o raciona-
lismo e a harmonização de ideias. Embora utilize
O Racionalismo não caracteriza o Arcadismo, que, a natureza como cenário de muitos poemas, junto
assim como o Romantismo, é marcado pela exal- ao sentimento pastoril, os textos não se aproximam
tação de valores ideais na natureza, pelo lirismo e nesse quesito, tampouco fazem referência ao lema
224 pelo sonho da vida campestre. Resposta: Letra B. árcade carpe diem. Resposta: Letra E.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: estrutura, apresentam-se as partes que o compõem.
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Litera- de como elaborá-las separadamente: como se constrói
tura, Produção de Texto & Gramática – Volume um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração;
quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é
único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
mostrado como podem ser os parágrafos que introdu-
Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002. zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo.
E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
REDAÇÃO, GÊNERO TEXTUAL, agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
TEXTUALIDADE E ESTILO formação de um bloco contínuo e completo.
REDAÇÃO DISCURSIVA
Importante!
Alunos, vamos trabalhar nesse material a reda- O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
ção discursiva. Apresentaremos a vocês um projeto mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
de redação dissertativa, denominado Redação arro- esses conceitos. É aí que começa a frustração
z-com-feijão e Teoria das máscaras. Você irá estu- dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
dar algumas características inovadoras no conceito tentar praticar a escritura da sua redação após
de produção de textos para quem quer atingir um terem terminado o estudo do livro didático e
melhor resultado em provas que exijam do candidato
sentem muita dificuldade no momento do agru-
a habilidade de produzir um texto.
pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material serão apresentados os aspectos
aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual,
for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi- dificuldade como uma inabilidade pessoal.
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificulda-
mas que eles relatam. de, vamos partir de um princípio inverso em que se
começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo
todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto consiste na elaboração de máscaras de redação, o que
às provas que cobram dos candidatos habilidades na proporciona a você um ponto de partida concreto na
produção de questões discursivas. Alguns dizem se produção de redações eficientes a partir de modelos
sentirem tão despreparados que terminam por desis- prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
tir dos concursos que trazem a redação como critério para qualquer tema proposto pela banca organizado-
de classificação. ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não nalidade e da criatividade de cada autor.
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- doras dos critérios de correção dos textos, tais como
tuais como sites de comunicação e na elaboração de progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de quentemente coerência, além de atender naturalmen-
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
caracteriza a postura displicente de como se escre- ponto importante é o de permitir ao candidato uma
ve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma projeção bem aproximada da extensão do seu texto
culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito em número de linhas.
para não ser cobrado por ele da mesma forma quando Outra finalidade dessa proposta é também a de
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia- desenvolver uma maior agilidade na projeção e na
ções que mais se assemelham a códigos criptografa- construção da redação, otimizando o tempo de sua
dos do que à própria língua portuguesa. elaboração durante a prova. Então vamos lá1
O maior problema é que isso gera um reforço nega-
tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
LÍNGUA PORTUGUESA
Inicialmente, em um procedimento tradicional O peso da redação é muito grande, por isso, ela
de produção de textos, começa-se pela apresentação faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais,
de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua a redação se tornou o passaporte para o ingresso em 225
grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?
um resultado positivo na prova objetiva se não obti-
ver sucesso em sua redação. Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão)
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de só será necessária se for uma exigência do edital. De
estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi- uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro- Nesse caso você pode até misturar tudo:
vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é Caligrafia / Caligrafia / CALIGRAFIA / CaliGrAfia
preciso exercitar sempre. É importante sempre se lembrar de respeitar as
regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e
O que conta mais para um bom resultado: ter bons minúscula devem ser diferenciadas:
conhecimentos sobre o assunto apresentado na Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.
proposta ou ter bons conhecimentos em língua
portuguesa?
O que é texto em prosa?
Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em
Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
importância. No que diz respeito aos conhecimentos
de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru- em prosa é aquele que naturalmente usamos para
tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende- escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
-se que quem domina estes dois aspectos não tenha em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra- (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem. comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
Qual é a diferença entre tema e título? com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
Veja um exemplo de texto em verso:
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem
caráter geral e abrangente, e propõe questões que A rosa de Hiroxima
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas crianças
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator Mudas telepáticas
determinante para que sua composição fique delimita- Pensem nas meninas
da àquilo que é possível desenvolver em sua redação. Cegas inexatas
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a Pensem nas mulheres
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi- Rotas alteradas
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o Pensem nas feridas
número de linhas que é proposto para se desenvolver Como rosas cálidas
o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, Mas oh não se esqueçam
por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimen- Da rosa da rosa
to da argumentação. Da rosa de Hiroxima
Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem A rosa hereditária
a função de apresentar e chamar a atenção sobre o A rosa radioativa
assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar Estúpida e inválida
que são poucas as instituições que solicitam que o A rosa com cirrose
candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, A anti-rosa atômica
não é para colocá-lo. Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em maiúscula? (http://www.revista.agulha.nom.br/vm.html/rosa)
z A primeira forma convencionada diz que só a pri- “Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é
meira palavra do título deve ser iniciada por letra uma cidade japonesa localizada na província de
maiúscula, como em: Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis
canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor-
É bom fazer redação com o Nélson! no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o
estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-
z A segunda forma permite que você coloque todas ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo
dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti- arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
do próprio), como preposições e artigos: foram mortas ou feridas.”
fas quebradas, viam-se os fios castanhos do cabelo do coração. Um morador de nossa cidade, assustado com
jovem embebidos naquele grosso líquido. Não devia o barulho feito pelo trabalhador da madrugada, eli-
ter mais de 20 anos, mas mostrava nas mãos calos que minou o suposto marginal em nome da segurança dos
foram cultivados parece que há muito mais tempo. que dormiam inocentes.
O que vemos nesse texto? Vejamos como fica nosso esquema narrativo:
Observe:
z Um jovem leiteiro foi confundido com um
z Sangue e leite estão misturados; assaltante;
z As garrafas estão quebradas; z Um jovem leiteiro foi morto com um tiro no
z Os cabelos são castanhos; coração;
z O jovem tem aproximadamente 20 anos; z Um morador eliminou o suposto marginal;
z Os cabelos estão embebidos; z Os inocentes dormiam. 227
Os verbos garantem o dinamismo do texto, regis- o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese
trando o agente da ocorrência. Assim, entendemos sobre o assunto.
bem a diferença entre a descrição, que não apresenta Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como
movimento, pois nela não há sucessão de fatos, e, por um simples exemplo de existência biológica. Já está na
isso, o tempo não passa: sem progressão temporal; e a hora de se entender que é preciso ter respeito à vida
narração, que apresenta sucessão de fatos: com pro- como uma atitude existencial que deve ser encarada
gressão temporal. como essência de nossa natureza, o que vai além das
Importante é perceber que o traço de diferença próprias leis de um país.
marcante entre os dois tipos de texto é a progressão do Atente para o que se pode destacar agora:
tempo. Para confirmar a progressão nesse texto, basta
percebermos a mudança apresentada no contexto: o z A verdade geral defendida, o nome do assunto =
leiteiro estava vivo, trabalhando, e agora está morto. vida, especificamente a humana;
E, para completar a análise desse texto, a partir do z Argumentos que sustentam essa verdade: respei-
levantamento das características da narração, vamos to e essência;
reconhecer seus elementos:
O substantivo vida representa a palavra-chave
z Personagens: o leiteiro e o morador da cidade; quanto à verdade defendida na tese do autor de que
z Narrador: aquele que nos conta o fato; “Não se pode mais tratar a vida humana como um sim-
z Tempo: nesta madrugada; ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é
z Lugar: nossa cidade; sustentada por dois argumentos positivos na defesa
z Ação: assassinato. dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência
de nossa natureza.
Observem que, nesse texto, não há progressão tem-
poral, pois não há mudança alguma, já que não exis-
Importante! te uma sequência de fatos; não há também a criação
Pessoal, de qualquer maneira, o que realmente de uma imagem de alguém ou de algo; mas há uma
diferencia a narração dos outros tipos de texto é evolução, um desenvolvimento da ideia apresentada
a progressão temporal, não se esqueçam disso! no início do texto em relação à vida humana, ao que
chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia
“progrediu”, a ideia inicial foi ficando sólida à medida
Dissertação que o texto se desenrolou.
O que caracteriza definitivamente o texto disserta-
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen-
cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta- tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando
ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição em seu fortalecimento por meio dos argumentos.
de seus conhecimentos em questões discursivas. Esse fortalecimento chama-se fundamentação. E, no
Na dissertação propõe-se uma tese sobre uma texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela
suposta verdade. Tal verdade deve ter existência fundamentação, portanto podemos reconhecer nele a
substancial, por isso é representada por uma pala- progressão discursiva.
vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua Por ora, vamos retomar o esquema anterior e
aprofundá-lo para que vocês não se esqueçam de
vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti-
como diferenciar os três tipos de texto:
vas. Veja o texto abaixo:
Descrição imagem – não há progressão temporal;
Narração fato – há progressão temporal;
Dissertação é um trabalho baseado em estudo
Dissertação ideia – progressão discursiva.
teórico de natureza reflexiva, que consiste na
Vamos pôr isso tudo em prática? Apresentamos a
ordenação de ideias sobre um determinado tema.
A característica básica da dissertação é o cunho
seguir um exercício comentado de reconhecimento da
reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, ques- tipologia textual.
tionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja.
É desenvolver um raciocínio, desenvolver argu-
mentos que fundamentem posições. É polemizar, EXERCÍCIOS COMENTADOS
inclusive, com opiniões e com argumentos contrá-
rios aos nossos. É estabelecer relações de causa e 1. Classifique os textos quanto à sua tipologia:
consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões,
é apresentar um texto com organização lógica das (1) Descrição, (2) Narração, (3) Dissertação.
ideias. Basicamente um texto em que o autor mos-
tra as suas ideias. a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O
espaço escuro estava todo estrelado, o céu em eterna
Assim, podemos entender a dissertação, diferen- e muda vigília. E a terra embaixo com suas montanhas
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que e seus mares. ( )
apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher
entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou. que emerge da ruptura de sua antiga identidade, as
Por isso dissemos inicialmente que é um texto que mulheres se vêem obrigadas a compatibilizar dois
apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é, estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos,
esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol- dois modelos de conduta cotidiana. ( )
veu sobre um determinado assunto. c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se
Além disso, todas as informações que forem apre- para a Esplanada dos Ministérios. No percurso, parou
sentadas sobre o assunto analisado serão os argu- para cumprimentar algumas pessoas que lhe acena-
mentos que representarão a análise feita pelo autor. vam. Neste momento, escorregou e foi auxiliado por
228 Notem que os argumentos são os motivos que levaram alguns seguranças da comitiva. “ ( )
d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele Como todos sabem, a dissertação é um tipo de tex-
chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de to que se caracteriza pela exposição e defesa de uma
brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos ideia que será analisada e discutida a partir de um
punhos de camisas já sem cor tudo combina admira- ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis-
velmente com a enorme jaqueira do quintal, com a sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com
generosa figueira da praça, com as teias do campaná- dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o
rio da igreja. ( )
desenvolvimento de suas ideias.
e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua
Para atender a esse propósito, a dissertação deve
México. Já distraído de seus passados tropeços, mas,
apresentar uma organização estrutural que conduza
tropeçando obstinadamente no inglês com que se as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto
entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto ao reconhecimento da verdade proposta como tese.
agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( ) Compreende-se como estrutura básica de uma disser-
f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não se tação a divisão da exposição da argumentação em três
pode admitir a existência de uma Associação Brasileira partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a
de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo conclusão:
da Constituição Brasileira proíbe essas atividades”. ( ) A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
a) 1- descrição Introdução
Nesse fragmento não há progressão temporal,
notem que, ao final da leitura do texto, temos a for- A introdução do texto dissertativo é a apresenta-
mação da imagem da paisagem. ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis-
b) 3 – dissertação sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento
Nesse fragmento não há progressão temporal, tanto sobre o tema proposto pela banca. Esse momento
que não há fatos que se sucedem, tampouco a elabo- é muito importante para o leitor, pois é aí que será
ração de uma imagem, o que percebemos pela leitu- mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É
ra é a análise do comportamento da mulher diante um bom momento para apresentá-lo aos argumentos
de um novo perfil seu “que emerge da ruptura de sua sequencialmente ordenados de acordo com a progres-
antiga identidade”. são que você dará a sua redação (progressão textual).
c) 2 – narração A introdução deve ser clara e chamar a atenção
A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla-
do Presidente da República. Pessoal, essa não dava no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar
para errar, lembram-se de quando falamos que a nar- alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor,
ração é uma fofoca, esse fragmento mostra bem isso. deve expor os caminhos por que percorrerá em sua
d) 1 – descrição explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu
Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho trabalho, é um professor experiente e é a organização
revela a criação da imagem das roupas dos velhinhos que mais o impressionará nesse momento. Por isso,
interioranos, notem como os adjetivos se destacam. não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra-
e) 2 – narração tivo quanto aos seus propósitos de trabalho.
Novamente, temos um trecho que mostra uma suces- Ex.: Parágrafo de introdução
são de fatos que nada mais são do que as ações de Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê mentando novos valores à vida do homem moder-
um amigo seu do outro lado da rua, “uma fofoca”. no principalmente no que diz respeito a sua vida
f) 3 – dissertação em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
Encontramos outra vez um exemplo de fragmento disser- tecnologia em campos como o da educação (2) e o
tativo, pois apresenta progressão discursiva em relação dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
à proibição da caça no Brasil. Notem que o argumento muito além disso, atingindo vários outros espaços
que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
ideia é a citação da Constituição Brasileira. (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
Muito bem, minha gente! Nosso próximo passo é valores à vida do homem moderno principalmente no
trabalhar com a estrutura do texto para redação em que diz respeito a sua vida em sociedade;
concursos públicos. O foco será dado, logicamente, (2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
à modalidade da dissertação, já que, como comen- de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
tamos anteriormente, esta é a principal forma de em campos como o da educação (2) / o dos serviços
elaboração cobrada pelas instituições. sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços
Veremos a seguir como construir um texto coeren- do cotidiano (4).
te e coeso, que tenha progressão argumentativa e,
LÍNGUA PORTUGUESA
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor, z Fazendo referências contextuais (funções anafó-
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- rica e catafórica):
tor atento a isso consegue facilmente entender a
estrutura do texto e relacionar bem as informa- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
ções textuais. Além disso, percebendo se a lin- se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
interpretativo deverá funcionar de uma determi- referência de especificação a um elemento já expres-
nada maneira, como podemos ver neste texto de so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
Fernando Pessoa: cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
LÍNGUA PORTUGUESA
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio da
da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água organização textual, promovendo no texto coerência
cristalina brota da terra e busca seu caminho por em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Esse
entre as pedras.
mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos perío-
z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, no entanto, não obstante. dos, pois sua redação também deve apresentar uma
Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi sequência lógica para que ele tenha sentido claro e
232 aprovado. realmente dê a informação pretendida pelo seu autor.
Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode-
Moderna: rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
“Se coordenação é, como vimos, um processo de Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
encadeamento de valores sintáticos idênticos, é que (blá, blá, blá).
justo presumir que quaisquer elementos da frase Ainda convém chamar a atenção para mais um
– sejam orações, sejam termos dela–, coordenados ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá,
entre si, devam – em princípio, pelo menos – apre- blá, blá).
sentar estrutura gramatical idêntica, pois –como, O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e
aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá).
podem coordenar frases que não comportem cons- Sendo assim (blá, blá, blá).
tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
Você pode perceber que, mesmo não abordando
ideias similares devem corresponder forma verbal
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
mo ou simetria de construção”.
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen-
tativa que admite a idealização uma vasta margem de
desenvolvimentos sobre variados temas.
Vejamos agora alguns exemplos de construções
que apresentam erros de paralelismo:
TEORIA DAS MÁSCARAS
z Paralelismo semântico: Em sua última via-
gem pela América Latina como representante do Depois de observar as dificuldades que as pessoas
governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos
República Dominicana, Washington e o Presidente aqui soluções para esses problemas, sem a pretensão
Barack Obama. de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar um refe-
rencial mais concreto e imediato.
O método aqui utilizado refere-se ao método Teo-
Observem que nesse caso o verbo “visitou” está
ria das Máscaras
sendo empregado de maneira a sugerir que se pode
visitar uma cidade da mesma forma como se visita
uma pessoa, ou seja, está empregado de forma errada, Leia inicialmente o texto piloto desse projeto:
já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa
construção. Projeto de dissertação: Exemplos arroz com
Uma forma correta de representar a ideia preten- feijão.
dida pelo texto é: Em sua última viagem pela Améri- Tema: A alimentação do brasileiro.
ca Latina como representante do governo brasileiro, Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável
o presidente visitou Havana, a República Dominicana, e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de
Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente trabalho.
Barack Obama. Argumentos: carboidratos no arroz com feijão;
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do
z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas- cafezinho preto com açúcar.
tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar
os campeões este ano. 1° Parágrafo
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde- Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida
vidamente empregada dando uma ideia de que ser é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi-
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia bife com salada além da glicose no cafezinho preto
da vitória apresentada na segunda oração, como em: com açúcar fornecem um completo abastecimento de
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por energia somada ao prazer.
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse-
guiu se tornar o campeão este ano. 2° Parágrafo
se constrói a partir de elementos semânticos e grama- por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga- abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
das às informações anteriores e não apenas repetidas. carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
Deve haver a continuidade e a evolução dos concei- da energia própria consumida durante o dia.
tos já apresentados que podem ser conquistadas por
intermédio dos elementos de coesão. 3° Parágrafo
Veja uma simulação do projeto de máscaras de
redação e observe na prática como a progressão tex- Além disso, as proteínas da carne no bife que
tual ocorre: comemos servem para repor a massa muscular per-
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns fibras das verduras e folhas que ajudam no processa-
fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá, mento dos alimentos pelos órgãos digestivos. 233
Daí a possibilidade de reafirmarmos o valor nutri- Compare agora com o parágrafo preenchido com
cional do conjunto de alimentos de nosso prato mais a tese e com os argumentos e veja a amarração que
tradicional e de justificarmos os hábitos desenvolvi- conseguimos:
dos em nossa cultura culinária. Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
4° Parágrafo o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra-
tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem
Ainda convém lembrarmos outro hábito que
um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
seguintes, impondo a eles estruturas programadas
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
reabastece nosso cérebro de energia desviada para os berá que a continuidade e a progressão textual foram
órgãos processadores da digestão no momento em que sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência texto e aos argumentos.
típica da hora do almoço nos mantendo despertos. No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois
5° Parágrafo fomos completando os espaços em branco que ligavam
os argumentos entre si com relações preestabelecidas
Levando-se em consideração esses aspectos de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre- ― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”.
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- Veja que, para manter a continuidade textual recupe-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu-
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien- fechando com uma conclusão sobre esse argumento.
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
É de fundamental importância o_________________
tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasileiro” _______________ para_____________________________________.
e que a partir desse tema tivéssemos que produzir uma Podemos mencionar, por exemplo, ______________que_____
dissertação sobre ele. A primeira coisa a fazer seria a _____________________________, por causa de _____________
delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com ___________________________. Esse ________________________
objetividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual _________________________________________________________.
fôssemos capazes de argumentar, como essa:
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
Observe como ficou a sequência completa do
tudo de que ele necessita para seu longo dia de trabalho”. segundo parágrafo:
O próximo passo seria o de levantar alguns argumen- É de fundamental importância o consumo de ali-
tos que sustentassem a tese proposta com valor de ver- mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
dade. Veja como fizemos. Já que estávamos falando da mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
alimentação dos brasileiros, nada melhor do que falar- exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
mos sobre seus pontos positivos, pontos estes reconhe- a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
cidos até por especialistas em alimentação mundial. O tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
valor nutricional que compõe o nosso prato mais popu- própria consumida durante o dia.
lar. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito” que encontramos
em bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na Veja agora uma coletânea de frases que podem
maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com fei- auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
jão, bife e salada, finalizado com um cafezinho preto.
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
Decompomos esse prato e identificamos seus prin- em nosso país, há tempos, observa- se...
cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque Cogita-se, com muita frequência, que...
como boa argumentação a favor de nossa tese. Marcamos Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...
o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão, como nosso É de fundamental importância o (a)....
primeiro ponto positivo. Depois foi a vez das “proteínas” Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco-
presentes no bife com salada e chegamos, finalmente, à brir as causas de....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
“cafeína” e ao “açúcar” presentes no cafezinho. Pronto, já
temos a primeira parte de nosso projeto organizado.
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o
O próximo passo é juntar tudo no primeiro parágra- quarto também seguiram o mesmo princípio quanto
fo, de maneira organizada, de forma que as ideias sejam às relações de coesão. As conjunções foram posicio-
apresentadas em uma sequência que deixe claro ao leitor nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de
sobre o que será falado e também qual será a sequência argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res-
de argumentos que será apresentado para dar credibili- pectivas estruturas vazias:
dade a nossa tese. Veja o modelo do primeiro parágrafo:
3o Parágrafo:
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- Levando-se em consideração esses aspectos
mos servem para repor a massa muscular perdida práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
das verduras e folhas que ajudam no processamento dos zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os Os aspectos conclusivos presentes nesse último
hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária. parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As
4o Parágrafo: frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem
Ainda convém lembrarmos_________________________ gerar simples constatações das verdades idealizadas.
(que é): ________________________________________________ Você também pode contar com uma pequena lista de
___________. Esse _________________________________ para frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa.
______________________________. Essa (s) _________________
_________________________________________________________.
z Em virtude dos fatos mencionados;
z Por isso tudo;
z Levando-se em consideração esses aspectos;
Teremos, após preencher o modelo: z Dessa forma;
z Em vista dos argumentos apresentados;
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con- z Dado o exposto;
tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio z Por todos esses aspectos;
que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições. z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece logo; então.
nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão
cessadores da digestão no momento em que comemos. com as seguintes frases:
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
hora do almoço nos mantendo despertos. z somos levados a acreditar que;
Para os parágrafos de desenvolvimento, também z é-se levado a acreditar que;
podemos relacionar frases que você poderá escolher z entendemos que;
para dar originalidade ao seu texto: z entende-se que;
z concluímos que;
z conclui-se que;
z Ao se examinarem alguns; verifica-se que; z é necessário que;
z Pode-se mencionar, por exemplo, z faz-se necessário que.
z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
z Alguns argumentam que; Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
z Além disso; como se deu a criação da primeira máscara:
z Outro fator existente;
z Outra preocupação constante; MÁSCARA 01
z Ainda convém lembrar;
z Por outro lado; 1o Parágrafo
z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto;
Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
entretanto. ______________Verifica-se que____________________________(,)
__________________________ além de_____________________
Lembramos que esses exemplos são apenas suges- _________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como
tões e que você poderá desenvolver construções que consequência)_________________________________________.
atendam sua necessidade a partir de quando você
2o Parágrafo
for adquirindo experiência com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdu- É de fundamental importância o_________________
LÍNGUA PORTUGUESA
2° Tese: ________________________________________
Muito bem, agora que vimos o processo de criação
das máscaras, você poderá começar também seu traba- a) ___________________________
lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais 3°Argumentos
dois outros modelos de máscaras de redação que você b)____________________________
poderá usar como base para suas próprias criações. c) ____________________________
Vá observando como as máscaras garantem o
encadeamento das ideias, a coesão entre as orações 4° (1º parágrafo) tese + argumentos
_________________________________________________
e a coerência com as várias possibilidades argumen-
____________________________________________________
tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________.
MÁSCARA 02
5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso
1o Parágrafo ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
Entre os aspectos referentes a _______________. lhantes ao seu argumento).
______________________ três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro é __________________________; 6° Construa o parágrafo unindo as informa-
o segundo ________________ e por fim________________
ções anteriores ao argumento “a)”
_________________________________________________
2o Parágrafo ____________________________________________________
____________________________________________________
Alguns argumentam que_______________________ ____________________________________________________
_______________________ para________________________. ____________________________________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
forma______________________________________________.
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
fos para os argumentos “b)” e “c)”
3o Parágrafo
_________________________________________________
Outra preocupação constante é _______________
____________________________________________________
___________________________________, pois____________
____________________________________________________
________________________. Como se isso não bastasse,
____________________________________________________
________________________ que _______________________
____________________________________________________.
____________ Daí _______________________________ que
_________________________________________________
____________e que__________________________________.
____________________________________________________
____________________________________________________
4o Parágrafo
____________________________________________________.
Também merece destaque ______________________
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
o (a) qual __________________________________________
dizendo que, se algum dos argumentos não for
. Diante disso ________________________para que ____
____________________________________________________. considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
tentada, ou que os resultados propostos não serão
atingidos).
5o Parágrafo
_________________________________________________
Tendo em vista os aspectos observados __________
______________________ só nos resta esperar que ___ ____________________________________________________
______________________________, ou quem saiba ______ ____________________________________________________
____________________________________________________. ___________________________________________________
Consequentemente_________________________________. ___________________________________________________.
236
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Uma definição é um enunciado que descreve um
PARÁGRAFO DISSERTATIVO conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos
associados.
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com Vejam como em nosso parágrafo de exemplo explo-
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto.
lharemos as várias modalidades de parágrafos que Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos- do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são a base dessa informação deve sustentar-se em uma
possíveis ao construí-las. verdade consagrada, diferentemente do que vimos
no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
z Parágrafo de introdução basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
O silogismo pode ser representado de duas manei- Será possível determinar qual é a melhor combi-
ras diferentes: silogismo simples que é formado por um nação de alimentos para atender às necessidades diá-
único núcleo argumentativo e silogismo composto que é rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá
formado por diversos núcleos argumentativos de elabo- que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro-
ração complexa. Enquanto a primeira teoria se apre- teínas devem compor essa alimentação e não há quase
senta pela estrutura filosófica básica consagrada pela nada mais apropriado do que nosso tradicional prato
antiguidade. Esta, por sua vez, realiza-se por inter- de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções
médio de vários silogismos desenvolvidos para atender perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos
às novas perspectivas de sedução e convencimento. têm de recomposição de força e de energia.
vezes _______________. Levando-se em considera- tudo o que ela nos oferece para a manutenção de
nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta
ção esses aspectos _________________ somos levados
desse ingrediente em nossa mesa nos causará debili-
a acreditar que não é apenas por _________________
dade além de insatisfação.
______________, mas também _____________________.
Sendo assim _____________________________________.
z Compreendendo a proposta
Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos, é palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
buscar os principais pontos de maior destaque por eles Observe:
abordados. Destacamos para vocês as palavras-chave Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
de cada parágrafo para construir uma síntese sobre as o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
principais ideias. Essa é uma atitude que também pode como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
ser tomada durante a análise das propostas, pois é assim pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
que poderá se construir a tese em sintonia com o tema. ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
O próximo passo é organizar essas informações, que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
ponder a uma pergunta feita a partir do tema. unificar as informações sobre o oferecimento de 243
serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
te a qualidade dos serviços oferecidos. 2 cm
Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com- Parágrafo
-Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten-
samente ao longo do material. Margens
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
análise de propostas, mas que compreendem pratica-
mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
rentes instituições e diferentes propostas, assim como
dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o aca- O último item desse quesito trata da paragrafação,
bamento de nossa redação, pois alguns aspectos devem ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação.
O candidato deverá deixar bem clara a distância em
ser observados antes que fechemos a nossa redação.
que se iniciará a escritura do parágrafo para que se
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS DE gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já
GRANDE RELEVÂNCIA é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola,
pulando dois dedos.
Reunimos aqui algumas informações importantes
para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras
até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma- erradas;
remos para criar um procedimento de observação geral. Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
volta:
z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
/ respeito às margens; Essa serve para qualquer a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
da o respectivo substituto.
prova de concurso. Já falamos a respeito disso,
Exemplo: Depois de hoje, iremos para nossas cag
mas é importante reforçar.
casas muito felizes.
A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex- z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por
to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando parágrafo.
apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa Com os modelos que lhes apresentamos, vocês
(letra pequena compondo o restante da palavra). puderam observar que, para cada parágrafo de apro-
A segunda parte desse item aborda o respeito às ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío-
margens. É de fundamental importância a disposição dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como
do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia
e também a de isolar um possível erro dentro de um
os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo.
nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
do demasiadamente delas:
(1)É de fundamental importância o _____________
______________________________________________________
____ para__________________________________/(2) Pode-
mos mencionar, por exemplo, ______________________
Margens ______________que____________________________________
___, por causa _______________________________________
_______/ (3) Esse_______________do que________________
Na margem esquerda da folha definitiva de reda- z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação;
ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira Uma das importantes regras de pontuação que
letra e a demarcação da margem; determina o correto emprego da vírgula orienta que,
se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou
seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais
fácil a compreensão da estrutura.
Exemplo:
Historicamente, instruir os que não sabem, alimen- z 3 Relativamente à situação hipotética apresenta-
tar os famintos e cuidar dos doentes têm sido algumas da: possibilidade jurídica de realização da diligên-
das missões diárias indicadas aos devotos de dife- cia no horário noturno. [valor: 3,00 pontos]
rentes religiões. Em tempos modernos, a essas mis- z 4 Relativamente à situação hipotética apresenta-
sões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio da: possibilidade jurídica de realização de busca
ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem pessoal nas pessoas encontradas no interior do
escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades, imóvel, bem como no interior dos veículos estacio-
independentemente de suas crenças, a tomar medidas nados na garagem. [valor: 3,00 pontos]
urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o
representante máximo do catolicismo, “o cuidado da TEMA 7: POLÍCIA CIVIL GOIÁS – ESCRIVÃO – 2016
casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos
quais quebramos a lógica da violência, da exploração,
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no
do egoísmo, e manifestamos o amor em todas as ações
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri-
que procuram construir um mundo melhor”.
são temporária do dito indiciado. Para defender seus
interesses, João constituiu um advogado que, na pri-
O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações).
meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia
responsável acesso a todos os elementos de prova no
Considerando que o fragmento de texto acima tem
caráter unicamente motivador, redija um texto dis- curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente,
sertativo acerca do seguinte tema: de modo a se garantir, assim, o devido processo legal.
Acerca da situação hipotética acima apresentada
PRESERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA: e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de
RESPONSABILIDADE DO ESTADO, DA SOCIEDADE E modo fundamentado, às determinações e aos questio-
DE CADA CIDADÃO namentos seguintes.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: z 1 Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor:
2,00 pontos]
z Relação entre os cuidados com o meio ambiente z 2 Descreva as características do IP. [valor: 4,00
e a preservação das condições sanitárias; [valor: pontos]
12,00 pontos] z 3 Comente sobre o valor probatório do IP. [valor:
LÍNGUA PORTUGUESA
Declaração Universal dos Direitos Humanos (…) Art. Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla-
19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto de
e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem inter- vista administrativo, o plano foi bem elaborado,
ferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir no entanto a estratégia não está sendo alcançada. A
informações e ideias por quaisquer meios e indepen- maioria dos servidores não tem conhecimento da mis-
dentemente de fronteiras. são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar
ao plano estratégico as atividades que executa no dia
Internet <www.unicef.org> a dia do órgão. O mapa estratégico passou a ser um
mero cartaz sem significado nas paredes do tribunal.
Código Civil (…) Art. 187 Também comete ato ilí- Considerando que o princípio constitucional da
cito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede eficiência vem ganhando cada vez mais destaque
manifestamente os limites impostos pelo seu fim eco- nos processos de gestão judiciária e administrativa
nômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda
que, para o alcance da eficiência, é necessário que os
Internet: .<www.planalto.gov.br> órgãos do Poder Judiciário revisem suas estruturas,
sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo-
“Não podemos confundir liberdade de expressão nham de um plano bem estruturado para executar
nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o adequadamente a estratégia e garantir a qualidade
exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”, dos serviços prestados à população, redija um texto
alerta a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista dissertativo a respeito do plano estratégico do tribu-
em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto,
de todos é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anô- faça o que se pede a seguir:
nima, isso não é democracia”. Os chamados crimes
contra a honra na Internet — que envolvem ameaça, z 1. Discorra sobre planejamento estratégico e sua
calúnia, difamação, injúria e falsa identidade — têm finalidade. [valor: 10,00 pontos]
gerado cada vez mais processos judiciais. Um levan- z 2. Defina missão, visão e valores organizacionais.
tamento divulgado pelo Superior Tribunal de Justi- [valor: 10,00 pontos]
ça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que z 3. Explique o que são objetivos estratégicos. [valor:
resultaram em pagamento de indenizações, retirada 8,00 pontos]
de páginas do ar, responsabilização de agressores e z 4. Aponte as possíveis falhas na execução da estra-
outras condenações em favor das vítimas. Na opinião tégia e as possíveis ações a serem adotadas para que
de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade a estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos]
contribuem para os excessos na Internet. Segundo
ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco TEMA 11: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
de a liberdade de expressão e o anonimato digital se 8ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
converterem em verdadeiros entraves à evolução da ADMINISTRATIVA – 2016
sociedade digital, pois tornarão o ambiente da Inter-
net selvagem e inseguro”. Considerando a integração da gestão da qualidade
no cotidiano das organizações, redija um texto disser-
Internet< www.cartacapital.com.br> (com adaptações) tativo acerca do seguinte tema.
CICLO PDCA
Considerando as ideias precedentes nos fragmen- Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
tos textuais apresentados anteriormente, redija um
texto dissertativo a respeito do seguinte tema z 1.Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos]
z 2. Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA.
O ANONIMATO DIGITAL E O ABUSO DO DIREITO À [valor: 15,00 pontos]
LIBERDADE DE EXPRESSÃO z 3. Apresente o detalhamento das etapas da primei-
ra fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
situação em que emissão de opinião no meio digital TEMA 12: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (TJDF) – ANALISTA
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – 2015
Para ajudar na sua preparação, invista no curso
on-line Oficina de Redação com a professora Flávia Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma fina-
Rita. Nas aulas, a professora trabalha a abordagem de lidade. A diferença entre elas reside no fato de que, em
248 vários temas cobrados pela organizadora e você conta se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma
finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de conduta z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor:
culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os 9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores
meios escolhidos e empregados pelo agente para atingir a (apresente, ao menos, três para cada modelo).
finalidade lícita é que são inadequados ou mal utilizados. [valor: 20,00 pontos]
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p.
196 (com adaptações). TEMA 15: STM- ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
Considerando que o fragmento de texto acima tem JUDICIÁRIA
caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
sertativo acerca dos crimes culposos. O comandante de determinado quartel instaurou
Seu texto deve conter, necessariamente, inquérito policial militar para apurar desvios de mate-
riais na seção do almoxarifado. No curso do procedimen-
to, o encarregado indiciou um tenente, um sargento, um
z 1. Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
cabo e um soldado, imputando-lhes a autoria dos fatos.
menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
No indiciamento, os quatro constituíram o mesmo advo-
z 2. Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente
gado para defende-los, o qual, de imediato, solicitou ao
e dolo eventual e suas diferenças; [valor: 12,00 pontos]
encarregado o acesso a todos os procedimentos realiza-
z 3. Os conceitos de culpa imprópria e tentativa. dos, tenham sido eles documentados ou não, para possi-
[valor: 14,00 pontos] bilitar a ampla defesa e o contraditório.
A respeito das informações descritas na situação
TEMA 13: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO hipotética acima e com base no entendimento do
GRANDE DO SUL – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina
ADMINISTRATIVA pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do
pedido do advogado.
A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os
de idade morto em uma praia da Turquia quando seguintes aspectos:
sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
o mundo todo. E serviu para vários países europeus z 1. Características do inquérito policial militar;
ampliarem sua quota de refugiados — não todos, [valor: 14,00 pontos]
naturalmente — e para a opinião pública internacio- z 2. Finalidade do inquérito policial militar e o cabi-
nal se conscientizar da magnitude do problema repre- mento de alegações de nulidades nesse procedi-
sentado pelas centenas de milhares, talvez milhões, mento; [valor: 12,00 pontos]
de famílias que fogem da África e do Oriente Médio z 3. Possibilidade de deferimento do pedido do advo-
para o mundo ocidental, onde, acreditam, encontra- gado. [valor: 12,00 pontos]
rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
que seus países não lhe oferecem. TEMA 16: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL PIAUÍ
Considerando que o fragmento de texto acima tem – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA
caráter unicamente motivador, redija um texto dis- – 2016
sertativo acerca do seguinte tema.
Nas últimas décadas, a administração pública bra-
AS ATUAIS CORRENTES MIGRATÓRIAS: O sileira vem passando por algumas reformas, com vis-
DRAMA HUMANO QUE AFRONTA A CONSCIÊNCIA tas ao aprimoramento do serviço público prestado e à
UNIVERSAL modernização da gestão. Entre essas reformas, destaca-
-se o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os (PDRAE), implantado no ano de 1995, sob a supervisão
seguintes aspectos: do então Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, como
forma de aproximar a administração pública brasileira
z 1.Os fatores que levam milhares de pessoas a da chamada administração gerencial.
enfrentar a perigosa travessia do Mediterrâneo; A partir dessas informações, redija um texto dis-
[valor: 3,50 pontos] sertativo, atendendo ao que se pede a seguir.
z 2. O dilema moral vivido pela Europa entre rece- z 1. Discorra sobre os aspectos da administração
ber ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos] pública e da prestação dos serviços públicos que
z 3. O papel da opinião pública internacional na culminaram na implantação do PDRAE. [valor:
sociedade contemporânea. [valor: 3,00 pontos] 2,50 pontos]
LÍNGUA PORTUGUESA
Gênero Textual
Era um garoto que como eu
1. Situação inicial:
Amava os Beatles e os Rolling Stones
predomínio de
Girava o mundo sempre a cantar
equilíbrio;
As coisas lindas da América
Frases Tipo Textual Texto Não era belo, mas mesmo assim
Havia uma garota afim
Cantava Help and Ticket to Ride
A partir desse esquema, podemos identificar que a Oh Lady Jane, Yesterday
2. Complicação:
Cantava viva à liberdade
orientação gramatical mantida pelas frases apresen- início da tensão
Mas uma carta sem esperar
tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual Da sua guitarra, o separou
predominante que o texto deve manter, organizado Fora chamado na América
pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence. Stop! Com Rolling Stones 251
Stop! Com Beatles songs z Narrador onisciente: Os fatos podem ser conta-
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax; dos em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece
Lutar com vietcongs
os fatos e não participa das ações, porém o flu-
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução; xo de consciência do narrador pode ser exposto,
Girava o mundo, mas acabou levando o texto para a 1ª pessoa.
Fazendo a guerra no Vietnã
Cabelos longos não usa mais Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
Não toca a sua guitarra e sim predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-
Um instrumento que sempre dá
6. Situação final; rio, conto, fábula, entre outros. É importante reafir-
A mesma nota,
7. Avaliação; mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas narrativos, não significa que não possam apresentar
Só gente morta caindo ao chão
outras sequências em sua composição.
Ao seu país não voltará
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Pois está morto no Vietnã
Stop! Com Rolling Stones classificação correta, é sempre essencial prestar aten-
Stop! Com Beatles songs ção nas marcas que predominam no texto.
8. Moral.
Stop! Com Beatles songs Após demarcarmos as principais características do
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica-
Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.
da como descritiva.
Note que há presença de muitos adjetivos, locuções e substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de
adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma
esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no
caso) do cliente.
Organização do texto descritivo:
LÍNGUA PORTUGUESA
253
O Texto Argumentativo
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha 3º Kaku acredita que, para civilizações muito avan-
as informações do perfil e toque em Avançar. Se você çadas, essa distância não seria um problema – pois
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar
conta do Facebook, caso tenha saído dela. portais no Cosmos, como nos filmes de ficção cientí-
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: fica. Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não
07/09/2020. veio aqui? “Se são mesmo tão avançados, talvez não
estejam interessados em nós”, opina Kaku. “É como a
No exemplo acima, podemos destacar a presença gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: ‘Levem-
de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai- -nos a seu líder!’.” Para outros cientistas, contudo, a
xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, existência de civilizações avançadas é mera especula-
como: instalar, cadastrar, avançar. Outra característi- ção. E explicar por que elas não colonizaram a Terra já
ca dos textos injuntivos é a enumeração de passos a é querer dar uma de psicólogo de aliens. 255
4º Tudo bem que existem bilhões de terras por aí. E 2. (FUNDEP – 2019)
que a probabilidade de existir vida lá fora é muito gran-
de. Mas não significa que seja vida inteligente. “Você Circuito Fechado
pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por Ricardo Ramos
amebas e outros seres unicelulares”, acredita Glei-
ser. Afinal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Esco-
há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase va, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pin-
todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres cel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria,
unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca,
algas verdes e azuis. camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata,
paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves,
5º Além disso, não basta o tempo passar para que as
lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jor-
formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A nal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres,
função essencial da vida é se adaptar bem ao ambiente guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo.
onde ela está. A vida só muda – na esteira de alguma Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone,
mutação genética – se uma mudança ambiental exigir agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas,
que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso
estiver bem adaptada, as mutações genéticas que, em com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bande-
geral, aparecem ao longo de gerações não vão fazer ja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone,
diferença. Tudo depende da história de cada planeta. Se relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos,
o asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cin-
zeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro,
anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros
fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes,
não tivessem sido extintos, não estaríamos aqui.
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadronegro, giz,
6º “Não temos nenhuma prova ou argumento forte papel. Mictório, pia. Água. Táxi, mesa, toalha, cadeiras,
sobre a existência de vida inteligente fora da Terra”, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara.
diz Gleiser. “Existe vida? Certamente. Mas como não Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de den-
entendemos bem como a evolução varia de planeta tes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone,
para planeta, é muito difícil prever ou responder se revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone inter-
existe ou não vida inteligente fora daqui”, completa. no, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel,
“Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara.” relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta,
Decepcionante. telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xíca-
7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade ra, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço
de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Pol-
no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia.
trona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos,
Porque, se aliens inteligentes realmente existirem, não
talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fós-
serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia foro. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltro-
nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que na. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos,
quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos.
bom para os índios nativos”, afirmou, certa vez, o físi- Coberta, cama, travesseiro.
co Stephen Hawking.
Disponível em: <https://tinyurl.com/y4e7n4u7>. Acesso em: 17 jul.
Disponível em:> http://super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-da- 2019.
terra-2/>. Acesso em: 7 jul. 2017. [Adaptado]
A respeito da tipologia desse texto, é correto afirmar
No primeiro e no segundo parágrafos, predominam, que ele é:
respectivamente:
a) dissertativo-argumentativo.
b) dissertativo-expositivo.
a) Narração e descrição.
c) descritivo.
b) Narração e explicação. d) narrativo.
c) Explicação e descrição.
d) Explicação e injunção. O texto descritivo é caracterizado pela forte presen-
ça de adjetivos, conforme o texto em debate. Respos-
No primeiro parágrafo, há a narração de uma his- ta: Letra C.
tória sobre um contato de possíveis extraterrestres
com a Terra, para contar essa história, o autor 3. (UFPR – 2017) O texto a seguir é referência para a
utilizou muitos verbos no passado, predominando questão.
trechos como este: “o cientista Jerry Ehman tomou Desmarcar o encontro com o contatinho, cancelar
um susto”. Já o segundo parágrafo, apresenta a pre- uma reunião de negócios ou sair mais cedo de um ani-
versário: suspender compromissos leva a sensação
dominância de informações que visam a explicar o
de liberdade.
fenômeno narrado anteriormente, o que fica claro
Amy Banks, neurobiologista, terapeuta especializada
por trechos assim: “Esse otimismo tem justificati- em relacionamentos e autora do livro Wired to Con-
va. ‘Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, nect (sem edição no Brasil), afirma que a explicação
dessas estrelas, pelo menos a metade tem planetas para isso é simples. Algumas pessoas possuem a pro-
semelhantes à Terra’, explica o físico Marcelo Glei- gramação tão cheia que eliminar uma atividade é uma
256 ser”. Resposta: Letra B. forma de conseguir uma folga para si.
A pesquisadora afirma que as pessoas subestimam Confira o modelo a seguir:
o quanto conseguem dar conta das coisas. Por isso,
cancelar um compromisso é prazeroso, já que o tem-
po livre é realmente necessário. Brasília, 30 de julho de 2009.
Além disso, a satisfação pode estar relacionada com o
Excelentíssimo Senhor Presidente José Sarney,
que você pensa da outra pessoa. As relações em que
não existem sentimentos mútuos e encontrar essas Com as minhas considerações, venho tratar de
pessoas pode ser estressante. Então, sentimos alívio um assunto bastante recorrente na mídia nos últi-
ao cancelar o compromisso. mos meses, o qual envolve diretamente V. Exa., como
Presidente do Senado Federal, Casa pela qual tenho
(Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/
o maior respeito. Trata-se de denúncias de favoreci-
noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-cancelar-um-compromisso-
mento a vários senadores, por via de Atos Secretos,
ciencia-explica.html>.Acesso em: 08/09/2020.
inclusive o Senhor, fato que envergonha a todos nós,
brasileiros.
Sobre o texto acima, considere as seguintes afirmativas: A minha visão é de que o Senhor Presidente deve-
ria pedir afastamento do cargo.
1. Trata-se de um texto narrativo, porque conta como se Sem querer fazer um julgamento precipitado,
desenvolveu determinada pesquisa. mesmo porque todos são inocentes até que se pro-
2. Os termos usados para se referir a Amy Banks durante ve o contrário, o fato é que as denúncias existem e
não são simples. São muitos os indícios de beneficia-
todo o texto foram: neurobiologista, terapeuta, pesqui-
mento ilícito, como casos de nepotismo e aumento
sadora e autora. de verba indenizatória, sem publicação nos devidos
3. Segundo a autora da pesquisa, as pessoas acham órgãos de imprensa oficiais. Vossa Excelência apare-
que não têm capacidade de cumprir todos os seus ce ligado a diversos desses Atos e, por isso, acho que
compromissos, razão pela qual se sentem bem ao sair, pelo menos temporariamente, seria uma prova
de que pretende colaborar com as investigações.
cancelá-los.
Tais investigações constituem um elemento
4. Os parênteses foram utilizados para inserir opinião do decisivo para a transparência pública, uma vez
autor. que a sociedade precisa ter conhecimento de como
o dinheiro de seus impostos e tributos estão sendo
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. aplicados. Num país em que a educação e saúde, só
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. para citarmos duas áreas, costumeiramente vão de
mal a pior, é inadmissível aceitarmos que ocorrên-
c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
cias dessa natureza sejam consideradas normais.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. Por esse motivo, entendo que o Excelentíssimo Sena-
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. dor deve pedir licença, visando sempre ao interesse
público.
Afirmação 1- falsa, o texto não apresenta elementos Como cidadão brasileiro, consciente de minhas
linguísticos que fundamentam a tipologia narrativa. obrigações e direitos, é este o meu posicionamen-
to. Se quem não deve não teme, dê-se a chance de
Afirmação 2 – verdadeira, durante o texto, o autor
esclarecer o que o Senhor mesmo chama de denún-
utilizou recursos de sinonímia para manter a coe- cias infundadas, e isso só pode ser feito a partir do
são e o tópico frasal do texto, diversificando o voca- momento em que não mais ocupar a Presidência
bulário sem deixar o texto repetitivo. dessa Egrégia Casa, pois a sua imagem estará des-
Afirmação 3 – verdadeira, realmente o texto afirma que vinculada de toda e qualquer “manobra” que por-
ventura exista para não prolongar o caso.
as pessoas sentem prazer em desmarcar compromissos.
Afirmação 4 – falsa, os parênteses foram utilizados
Com os meus respeitos.
fora do texto para identificar a referência de onde o
texto foi retirado. Resposta: Letra B. Povo Consciente.
maldade religiosa não morreu com o fim da Idade Média. bom corredor e assim o dizemos pensando no indiví-
O apartheid, por exemplo, foi institucionalizado pelo polí- duo, que compete com os outros e os vence em uma
tico e pastor protestante sul-africano Daniel François competição. Portanto, é possível falar que alguém é
Malan (1874-1959), em 1948. Essa política segregacio- bom justamente porque derrota os outros. Mas há
nista, que vinha se construindo por meio de medidas uma outra bondade que não se refere à competitivida-
legais desde o início do século 20, produzindo a exclusão de e nem pode gerar qualquer perspectiva individualis-
dos negros e a violência generalizada na África do Sul, ta. Trata-se da bondade que se expressa nas relações
durou até 1994. E isso ainda é pouco. de cooperação e solidariedade com os outros. Nessa
A escravidão de africanos e seus descendentes, que bondade, o indivíduo é tanto melhor, quanto mais con-
alimentou o desejo europeu de expansão econômica segue fortalecer o outro. Por isso, nesse sentido, a
pela via da colonização, não somente foi legitimada bondade só existe quando o indivíduo se coloca como
pelas Igrejas católica e protestante, como também fonte de favorecimento da vida do outro. Em outras 263
palavras, alteridade e bondade são termos que se d) outro
interpenetram de ponta a ponta. e) contrário
Toda a questão recai em saber o que significa a alte-
ridade, o outro, que é o alvo da minha bondade. Ser 7. (DECEX — 2019)
outro não é ser alguém que eu não sou. Ser outro é ser
irredutível a mim, é ser o radicalmente diferente, o que Psicologia de um vencido
jamais pode ser assimilado ao meu modo de pensar,
sentir e querer. Por isso, quando me relaciono com o Eu, filho do carbono e do amoníaco,
outro, me relaciono com o inadequado, com o indizível, Monstro de escuridão e rutilância,
com aquele ou aquela que jamais pode ser enquadra- Sofro, desde a epigênese da infância,
do nos limites do meu conhecimento ou mesmo dos A influência má dos signos do zodíaco.
meus sentimentos. Relacionar-se com o outro é abrir Profundissimamente hipocondríaco,
mão de formas narcisistas de viver. Em outros termos, Este ambiente me causa repugnância...
só nos relacionamos com o outro quando nos abrimos Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
àquele ou àquela que jamais se identifica comigo por Que se escapa da boca de um cardíaco.
inteiro. Isso é extremamente difícil. Já o verme – este operário das ruínas –
Quase sempre não nos relacionamos com o outro, Que o sangue podre das carnificinas
mas com o que o outro pensa, com a cor da pele do Come, e à vida em geral declara guerra,
outro, com a profissão que desempenha, com o time Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
de futebol de alguém, com as crenças religiosas que E há-de deixar-me apenas os cabelos,
ele ou ela tem. Quando rotulamos alguém, quando Na frialdade inorgânica da terra!
o enquadramos nos referenciais de nossa religião,
(Augusto dos Anjos)
quando o reduzimos à nossa moralidade, então, não
mais nos relacionamos com o outro, mas com um
A palavra produndissimamente é advérbio derivado da
objeto que pode ser usado, manipulado e, por vezes,
forma adjetiva profundíssima. Tal forma se encontra
descartado. Por isso, onde usamos e funcionaliza-
flexionada no grau superlativo
mos alguém, matamos sua alteridade, destruímos seu
modo de ser outro. Onde o outro aparece, relações
gratuitas se estabelecem. (...) a) absoluto analítico.
Por vezes, a religião é um espaço de potencialização b) relativo analítico.
da bondade; outras vezes, é o contrário que acontece. c) absoluto sintético.
Isso, talvez, nos possibilite pensar em um termômetro d) relativo sintético.
para a religiosidade humana: quanto mais uma religião e) absoluto de superioridade.
me favorece a me abrir ao outro para fortalecer o seu
caminho, melhor ela é. Quanto mais ela me fecha em 8. (DECEX — 2019)
mim mesmo, promovendo a ditadura do individualismo
e do egocentrismo, por mais que fale de Deus, de amor A Tempestade
ou de qualquer outra realidade sagrada, pior ela é.
Em outras palavras, a qualidade da experiência reli- Menino, vem para dentro,
giosa pode ser medida pela sua capacidade de pro- olha a chuva lá na serra,
mover a bondade humana. Foi exatamente isso que olha como vem o vento!
Dalai Lama falou para o teólogo brasileiro Leonardo Ah! como a chuva é bonita
Boff, no intervalo de um encontro promovido pela e como o vento é valente!
ONU, após ser perguntado por este qual seria a melhor Não sejas doido, menino,
religião. Sua resposta foi: “Aquela que te faz melhor”. esse vento te carrega,
Para explicar sua resposta, continuou: “Aquela que te essa chuva te derrete!
faz mais compassivo é a melhor religião”. Não seria –
o mesmo que afirmar que a melhor religião é aquela Eu não sou feito de açúcar
que faz alguém mais bondoso? Se for assim, então, para derreter na chuva.
todos os ritos, mitos, dogmas, conceitos de Deus etc. Eu tenho força nas pernas
só têm sentido se tornam o ser humano mais capaz para lutar contra o vento!
de fortalecer outros humanos (sem contar a natureza E enquanto o vento soprava
como um todo). Por isso, quando a religião fortalece e enquanto a chuva caía,
a maldade humana, melhor é abandoná-la para ficar que nem um pinto molhado,
com a bondade humana, pois é esta que nos permite teimoso como ele só.
entender a grandeza de qualquer divindade: ser capaz Gosto de chuva com vento,
de tornar os seres humanos mais humanizados. gosto de vento com chuva!
(Alexandre Marques Cabral. Departamento de Filosofia, (Henriqueta Lisboa)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ciência Hoje, texto
publicado em 12/9/2019. Disponível em cienciahoje.org.br)
Assinale a alternativa em que o verso destacado tenha
Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça, sido corretamente transposto para a forma afirmativa.
no texto, função substantiva.
a) Sejas doido, menino
a) seu b) Seja doido, menino
b) qualquer c) Sedes doido, menino
c) bondoso d) Sede doido, menino
264 e) Sê doido, menino
9. (DECEX — 2019) ocorreu a disseminação do consumo das chamadas
“bombas” pela população em geral, muito além das
Os anabolizantes e o cérebro fronteiras do esporte de elite.
Esse fenômeno levou à disseminação do uso das
Entre as diversas substâncias utilizadas para ganho substâncias por atletas amadores e por pessoas que
de massa muscular e aumento do desempenho espor- apenas desejam parecer mais saudáveis e atraentes.
tivo, poucas são tão populares quanto os esteroides Sem as preocupações dos atletas com os testes anti-
androgênicos anabolizantes. Seus riscos ao sistema doping, mas às vezes sem qualquer acompanhamen-
cardiovascular, endócrino e hepático são muito conhe- to médico, homens e mulheres em todo o mundo se
cidos, mas pouco se fala das alterações no compor- expõem aos riscos provocados pelos anabolizantes,
tamento que também podem provocar. Depressão, diariamente.
ansiedade, aumento da agressividade e insônia são as A insônia é outro sintoma comum. Apesar de aparente-
mais comuns. mente não ser grave, é uma queixa que, muitas vezes,
Antes de detalhar os efeitos psiquiátricos, é preciso leva o usuário à automedicação ou ao uso abusivo de
saber que os esteroides são compostos orgânicos álcool e sedativos para dormir. Como já falamos, o uso
da mesma família do cortisol, hormônio relacionado de anabolizantes é um importante fator de risco para o
à regulação do estresse. Por serem androgênicos, consumo de outras drogas. Durante entrevistas realiza-
esses esteroides estimulam o desenvolvimento de das por nossa equipe em uma clínica psiquiátrica espe-
características sexuais masculinas. E são anabo- cializada em dependência química, um usuário relatou
lizantes porque estimulam a biossíntese (reações que entrava em depressão quando interrompia os ana-
químicas que produzem proteínas, por exemplo) e o bolizantes, o que o levava a recaídas no uso da cocaína.
crescimento dos tecidos do corpo. Para simplificar, Em alguns usuários de anabolizantes, foi identificado
chamaremos os derivados sintéticos do hormônio um distúrbio psiquiátrico chamado dismorfia muscu-
masculino testosterona de anabolizantes ou, simples- lar. Quem sofre desse transtorno tende a se perceber
mente, esteroides. insuficientemente grande e forte, a despeito da hiper-
Apesar dos muitos relatos de “surtos de fúria” sofridos trofia muscular conquistada. Não se pode considerar,
por usuários de anabolizantes, esse não é um quadro entretanto, que os anabolizantes sejam a causa desse
comum. Trata-se, na verdade, de um sintoma contro- tipo de transtorno dismórfico corporal. O uso dessas
verso, pois é difícil imputarmos sua causa unicamente substâncias, porém, pode agravar as consequências
aos anabolizantes. É comum o uso concomitante de de um distúrbio latente, e levar o indivíduo a desenvol-
outras substâncias, como estimulantes, hormônios ver dependência.
tireoidianos, opioides e até drogas ilícitas, como cocaí- A síndrome de dependência dos anabolizantes é uma
na e maconha. Além disso, não sabemos se algumas entidade clínica estudada pelos professores e psiquia-
das pessoas que cometeram atos de violência quando tras Harrison Pope e Gen Kanayama, da Universidade
usavam anabolizantes já apresentavam um histórico de Harvard. Grosso modo, essa síndrome se caracteri-
de desequilíbrio emocional. za por sintomas de tolerância (usos de doses cada vez
O aumento da agressividade relatado pelos usuários, maiores – ou a combinação de novos anabolizantes
contudo, é bastante comum. Não são raros os relatos – para obter os efeitos desejados), abstinência (dis-
de homens e mulheres sem histórico de violência que túrbios do sono e alimentares, perda de libido), uso
agrediram seus companheiros depois que começaram em quantidades ou períodos de tempo maiores que
a utilizar anabolizantes. Muitos usuários relatam que o previsto, tempo excessivo gasto em atividades rela-
ficam mais impacientes, com menos tolerância à frus- cionadas ao uso de anabolizantes (treinamento físico,
tração e com maior tendência a reagir fisicamente a grupos de discussão on-line, uso de suplementos),
uma situação de estresse. redução importante das atividades sociais e laborais
O aumento da agressividade é considerado, por alguns devido a uma preocupação excessiva com o uso de
autores, como uma das explicações para o risco de sui- anabolizantes e, por fim, uso dos esteroides a despeito
cídio observado entre usuários de anabolizantes. Em um da ocorrência de problemas clínicos ou psiquiátricos.
determinado momento, o comportamento impulsivo e É importante notarmos o cuidado que esses pesqui-
agressivo pode se voltar contra a própria pessoa, levan- sadores tiveram em diferenciar o uso nocivo dos ana-
do-a a atos irresponsáveis, comportamento sexual de bolizantes de outras substâncias de abuso. Muitas
risco e mesmo à tentativa de suicídio. vezes, o tempo excessivo gasto nas academias é visto
É difícil sabermos a quantidade exata de pessoas que como uma atividade saudável, e os ganhos sociais
usam anabolizantes no mundo. Estudos epidemioló- de um corpo considerado mais atraente podem fazer
gicos no Brasil revelaram incidências que variam de com que o usuário de anabolizantes e suas famílias
3% a 25%, dependendo da população e da região do não vejam essas drogas como um problema, até que
país observadas. Devido em parte à nossa cultura de efeitos graves aconteçam.
LÍNGUA PORTUGUESA
valorização de um corpo “sarado”, não é de se espan- Deixar de lado os anabolizantes também não é fácil. É
tar que os brasileiros sejam grandes consumidores de comum os usuários relatarem sintomas depressivos,
anabolizantes e de outras drogas de controle da ima- ainda que seus níveis de testosterona estejam muito
gem corporal. mais altos do que o normal. Aparentemente, a simples
Mas não só no Brasil. Muitos autores consideram que variação do nível de testosterona é capaz de provocar
os anabolizantes se tornaram um importante elemen- grande desequilíbrio emocional. Muitos sentem falta
to de toda a cultura ocidental, influenciando a percep- daquela disposição “a mais” provocada pelos anabo-
ção de como um corpo masculino saudável deveria lizantes e têm dificuldade em se adaptar a um nível
parecer. A mudança pode ser constatada na mídia, normal de funcionamento físico e mental.
na publicidade e até mesmo nos brinquedos a partir (...)
da década de 1980, quando surgiram filmes estrela-
(Julio Xerfan. Médico e mestre em Psiquiatria, Instituto de
dos por atores extremamente musculosos, e quando
Psiquiatria da UFRJ. In: Ciência Hoje, agosto de 2019) 265
“Em um determinado momento, o comportamento No trecho “O que valida a existência da moeda é uma
impulsivo e agressivo pode se voltar contra a própria gigantesca planilha que detém o conjunto de todas as
pessoa, levando-a a atos irresponsáveis, comportamen- operações já feitas, constantemente atualizada por milha-
to sexual de risco e mesmo à tentativa de suicídio.” res de servidores anônimos ao redor do mundo.”, há:
No trecho acima, há
I. Somente uma preposição essencial.
a) quatro artigos e cinco preposições. II. Somente uma locução prepositiva.
b) cinco artigos e cinco preposições. III. Duas preposições acidentais.
c) cinco artigos e seis preposições.
d) cinco artigos e quatro preposições. a) Apenas I está correta.
e) quatro artigos e seis preposições. b) Apenas II está correta.
c) Apenas l e II estão corretas.
10. (DECEX — 2018) O texto abaixo se refere a questão. d) Apenas I e III estão corretas.
e) Apenas II e III estão corretas.
MAS O QUE SÃO, AFINAL, “CRIPTOMOEDAS”?
11. (DECEX — 2019)
Renato Bazan
A Tempestade
O Bitcoin é uma “criptomoeda” inventada por um inter-
nauta (ou grupo) cujo pseudônimo era Satoshi Naka- Menino, vem para dentro,
moto. A figura misteriosa lançou o conceito em 2008, olha a chuva lá na serra,
ajudou a implementá-lo, e desapareceu da Internet em olha como vem o vento!
2011. Sua proposta originou a primeira entre 1.358 Ah! como a chuva é bonita
unidades monetárias digitais, todas unidas pelo mes- e como o vento é valente!
mo objetivo: o de usar a Internet para desviar de qual- Não sejas doido, menino,
quer tipo de controle monetário governamental. Há esse vento te carrega,
duas características fundamentais que garantem esse essa chuva te derrete!
objetivo: primeiro, a não existência de manifestação –
tisica dessas moedas; segundo, a natureza criptográfi- Eu não sou feito de açúcar
ca de todas as transações. para derreter na chuva.
O que valida a existência da moeda é uma gigantesca Eu tenho força nas pernas
planilha que detém o conjunto de todas as operações para lutar contra o vento!
já feitas, constantemente atualizada por milhares de E enquanto o vento soprava
servidores anônimos ao redor do mundo. Cada transa- e enquanto a chuva caía,
ção só se toma válida depois que cada um desses ser- que nem um pinto molhado,
vidores a autoriza em seu próprio bloco de operações, teimoso como ele só.
e o “bloco” é ligado à “corrente” com as informações –
anteriores. Esse desenho estrutural distribuído confe- Gosto de chuva com vento,
re ao blockchain um poderosíssimo freio contra frau- gosto de vento com chuva!
des, que vem sendo adotado de forma positiva para
outros propósitos, como controlar estoques em gran- (Henriqueta Lisboa)
des supermercados, analisar o tráfego e pelo próprio
sistema bancário norte-americano. “Eu não sou feito de açúcar para derreter na chuva.”
Do lado do usuário, a segurança contra fraudes se dá
pela atribuição de uma chave digital exclusiva, tão Assinale a alternativa em que não se tenha mantido
complexa que exigiria de supercomputadores sema- relação semântica correta entre as duas orações dos
nas de processamento para desvendar. Nesse ponto versos acima.
mora, simultaneamente, a maior virtude e o maior
vício das criptomoedas: se por um lado esse sistema a) Já que não sou feito de açúcar, não vou derreter na chuva.
evita que o dinheiro virtual seja duplicado, por outro b) Posto que não seja feito de açúcar, não vou derreter na
remove qualquer tipo de controle humano sobre o que chuva.
está acontecendo na planilha É um terreno fértil para o c) Como não sou feito de açúcar, não vou derreter na chuva.
banditismo. d) Não vou derreter na chuva porque não sou feito de açúcar.
A automação implacável abrange inclusive a própria e) Não vou derreter na chuva pois não sou feito de açúcar.
geração de novas moedas. Para que novos Bitcoins
sejam emitidos, é necessário que um servidor feche 12. (DECEX — 2019) Texto para a questão abaixo.
um bloco e acrescente-o à corrente. Isso acontece
a cada 10 minutos, 24 horas por dia, e garante 12,5 Religião e Bondade
novas moedas à máquina que fechar a operação mais
rapidamente. Esse ritmo diminui pela metade a cada 4 Quantas(a) maldades as religiões fizeram e ainda
anos “para que a moeda possa valorizar’’. Aos derrota- fazem em nome da bondade? Da inquisição na Ida-
dos, o sistema confere pequenas taxas de verificação de Média, passando pela escravidão, pelo apartheid,
por validar os blocos. pelos fundamentalismos contemporâneos e tam-
bém pela intolerância religiosa no Brasil, resulta uma
(Texto adaptado. Disponível em: https://www.
diariodocentrodomundo.com.br/em-1-ano-bitcoin-foi-de-brincadeira-
análise histórico-filosófica da relação entre religião e
de-cassino-para-maior ameaca-economica-atual-por-renato-bazan bondade.
(28/04/2018) No seu leito de morte, o filósofo francês judeu(b) Hen-
266 ri Bergson (1859-1941) disse a um amigo, também
filósofo, que na ocasião o visitava: “Passei a vida intei- dos negros e a violência generalizada na África do Sul,
ra procurando a verdade; deveria ter passado procu- durou até 1994. E isso ainda é pouco.
rando ser bom”. Anos antes, esse grande e conhecido A escravidão de africanos e seus descendentes, que
pensador quis se converter ao catolicismo, mas não o alimentou o desejo europeu de expansão econômica
fez. Abriu mão da conversão, para ser solidário com pela via da colonização, não somente foi legitimada
seus irmãos e irmãs judeus, que foram dizimados pelas Igrejas católica e protestante, como também
durante a Segunda Guerra Mundial. Em outras pala- contou com teorias religiosas abomináveis, como
vras, negou a religião à qual gostaria de aderir, para ser aquela segundo a qual a pessoa negra não tinha alma
bom. Exatamente ao abandonar a adesão à religião de humana, salvo se fosse batizada na fé cristã.
que tanto gostava, ele tornou-se bom. Isso, contudo, Isso transformou senhores de engenho no Brasil em
não quer dizer que somente abandonando a religião benfeitores, uma vez que eles seriam responsáveis por
alguém consegue ser bom. “humanizarem” os escravos e as escravas, ao levá-los
Pensemos em São Francisco de Assis (1182-1226), para as águas do batismo. A cruz descia goela abaixo,
conhecido como “pobrezinho de Assis”. Antes de sua enquanto a chibata cortava corpos negros na América
conversão radical à fé cristã, sentia nojo dos “lepro- como um todo.
sos”, mal olhava para os pobres e não tinha qualquer Também vale a pena lembrar da intolerância religio-
vínculo afetivo profundo com a natureza. Após querer sa no Brasil. Cristãos falam que Deus é amor, porém
ser um cruzado, sonho comum a muitos jovens de seu alguns deles invadem terreiros de candomblé e de
tempo, Francisco conheceu uma tradução da Bíblia, umbanda, destroem seus espaços e acreditam que
quando estivera preso por causa de sua participação estão promovendo a vontade de Deus. E a homofo-
em um combate em Perúgia, na Itália. Acometido por bia cristã? E a inferiorização da mulher em diversas
algumas doenças, depois de um ano no cárcere, Fran- religiões, sobretudo nas conhecidas religiões mono-
cisco retorna ao lar transfigurado. Decidira abandonar teístas – judaísmo, cristianismo e islamismo? Quem
tudo e seguir os passos de Cristo. Rapidamente, “con- consegue enxergar bondade em práticas e teorias reli-
verteu-se” aos pobres, aos leprosos e à natureza como giosas que promovem exclusão e diminuição do outro,
um todo, passando a amá-los e protegê-los até a sua ainda quando assim o fazem em nome do amor?
morte. Foi na religião que Francisco potencializou sua Isso tudo serve para mostrar que bondade e religião
bondade universal. não são a mesma coisa. Como mostrado acima, a reli-
Esses dois exemplos já nos deixam perceber a com- gião pode incentivar a maldade, a crueldade justamen-
plexidade da relação entre religião e bondade. Pode- te em nome da bondade. Talvez seja esse o sentido
mos abandonar uma religião para exercer a bondade do famoso ditado popular: “De boa intenção o inferno
e podemos aderir a uma religião e, assim, fortalecer está cheio”. Os inquisidores medievais, por exemplo,
nossa capacidade de ser bondoso. Por outro lado, mui- não deveriam inquirir um “herege” querendo destruí-lo,
tos exemplos históricos já nos fazem duvidar de que o mas só poderiam abordá-lo com misericórdia no cora-
simples fato de alguém ser religioso o leva a ser bom. ção. Aliás, deve-se lembrar que o tribunal da inquisi-
Às vezes, como sabido, o que ocorre é o contrário. ção católica (também existiu inquisição protestante)
O casamento entre altar religioso e poder político, na era conhecido como “tribunal da misericórdia”. Quan-
Idade Média, e também em outros momentos da his- do o corpo de um herege queimava nas chamas por
tória, nos mostra quando e como a religião, em nome ordem do “braço secular”, que efetivamente enviava
da bondade, produz assassinatos, perseguições e para o fogo aqueles e aquelas que a Igreja anterior-
outros diversos males. Quem lê o manual medieval mente havia julgado e condenado, os padres que par-
de caça às bruxas, chamado O martelo das feiticei- ticipavam do processo deveriam ter o coração repleto
ras, de Heinrich Kraemer e James Sprenger, publicado de amor, pois estavam orando pela misericórdia divina
originalmente em 1486, fica perplexo com a relação e pela salvação de suas almas.
entre religião e maldade. Mulheres as mais diversas De fato, religião e bondade não são a mesma coisa.
eram facilmente consideradas bruxas e deveriam ser Mas, por que é assim? Por que discursos tão cheios
perseguidas, silenciadas e mortas pelo fato de serem de reverência ao sagrado, ao ser humano e à natureza
dotadas de “poderes demoníacos”. muitas vezes produzem genocídio, ódio à diferença,
Quantas mulheres foram assassinadas por não cor- ressentimento e práticas de exclusão? Qual(d) a dife-
responderem aos ideais morais e religiosos da Igreja rença da religião na vida de São Francisco de Assis
cristã? Em uma parte extremamente preconceituosa para a religião (a mesma(e), diga-se de passagem) na
do referido livro, seus autores dizem que toda mulher vida dos inquisidores? Todas essas questões depen-
é naturalmente torta, porque segue a primeira mulher, dem diretamente do que chamamos de bondade. É
Eva, que nasceu da costela de Adão e a costela é torta. a bondade que nos permite entender por que ora a
Por isso, toda mulher deveria ser corrigida, retificada, religião condiciona práticas de destruição, ora a mes-
regulada, quando não presa(c) e morta, caso não fosse ma religião pode possibilitar a bondade profunda das
LÍNGUA PORTUGUESA
“A é um dos fatores linguísticos, de ordem semântica, a) estava bastante feliz com a brincadeira.
que se revela potencialmente causadora da ambigui- b) era um poço de teimosia.
dade nos discursos e interações sociocomunicativas.” c) se encontrava completamente encharcado.
d) estava todo desalinhado, roupa e cabelo.
e) estava fisicamente contraído, trêmulo de frio.
a) antonímia
b) hiperonímia 17. (DECEX — 2018) O texto abaixo se refere à questão.
c) metáfora
d) polissemia MAS O QUE SÃO, AFINAL, “CRIPTOMOEDAS”?
e) sinonímia
Renato Bazan
15. (DECEX — 2018) Ordene os fragmentos de modo que
constituam um parágrafo coerente e coeso e, em segui- O Bitcoin é uma “criptomoeda” inventada por um inter-
da, assinale a alternativa que apresenta a sequência nauta (ou grupo) cujo pseudônimo era Satoshi Naka-
correta: moto. A figura misteriosa lançou o conceito em 2008,
ajudou a implementá-lo, e desapareceu da Internet em
2011. Sua proposta originou a primeira entre 1.358
( ) Os participantes tiveram mais facilidade em se lem-
unidades monetárias digitais, todas unidas pelo mes-
brar de um objeto quando se deparavam com ele mo objetivo: o de usar a Internet para desviar de qual-
enquanto inspiravam do que quando expiravam. quer tipo de controle monetário governamental. Há
( ) A forma como respiramos influi em nossas emoções e duas características fundamentais que garantem esse
até na maneira como pensamos. objetivo: primeiro, a não-existência de manifestação
( ) Esses efeitos se alteram se a pessoa está inspirando tisica dessas moedas; segundo, a natureza criptográfi-
ou expirando-e se ela respira pelo nariz ou pela boca. ca de todas as transações.
( ) O efeito desaparecia se eles estivessem respirando O que valida a existência da moeda é uma gigantesca
pela boca. planilha que detém o conjunto de todas as operações
( ) No estudo, desenvolvido na Faculdade de Medicina já feitas, constantemente atualizada por milhares de
servidores anônimos ao redor do mundo. Cada transa-
da Universidade de Northwestern, voluntários foram
ção só se toma válida depois que cada um desses ser-
capazes de identificar uma expressão amedrontada vidores a autoriza em seu próprio bloco de operações,
mais rapidamente quando deparavam com o rosto e o “bloco” é ligado à “corrente” com as informações
enquanto inalavam do que quando exalavam. anteriores. Esse desenho estrutural distribuído confe-
( ) Cientistas comprovaram, pela primeira vez, que o ritmo re ao blockchain um poderosíssimo freio contra frau-
da entrada e saída de ar no corpo cria uma atividade des, que vem sendo adotado de forma positiva para
elétrica no cérebro humano que acentua os julgamen- outros propósitos, como controlar estoques em gran-
tos emocionais e até lembranças desconfortáveis. des supermercados, analisar o tráfego e pelo próprio
sistema bancário norte-americano.
a) 5 - 1 - 3 - 6 - 4 - 2. Do lado do usuário, a segurança contra fraudes se dá
b) 2- 3 - 1 - 5 - 6 - 4. pela atribuição de uma chave digital exclusiva, tão com-
c) 4 - 2 - 5 - 3 - 1 - 6. plexa que exigiria de supercomputadores semanas de
processamento para desvendar. Nesse ponto mora,
d) 6 - 4 - 2 - 1 - 3 - 5.
simultaneamente, a maior virtude e o maior vício das
e) 3 - 6 - 4 - 2 - 5 - 1. criptomoedas: se por um lado esse sistema evita que
o dinheiro virtual seja duplicado, por outro remove qual-
16. (DECEX — 2019) quer tipo de controle humano sobre o que está aconte-
cendo na planilha É um terreno fértil para o banditismo.
A Tempestade A automação implacável abrange inclusive a própria
geração de novas moedas. Para que novos Bitcoins
Menino, vem para dentro, sejam emitidos, é necessário que um servidor feche
olha a chuva lá na serra, um bloco e acrescente-o à corrente. Isso acontece
olha como vem o vento! a cada 10 minutos, 24 horas por dia, e garante 12,5
Ah! como a chuva é bonita novas moedas à máquina que fechar a operação mais
e como o vento é valente! rapidamente. Esse ritmo diminui pela metade a cada 4
Não sejas doido, menino, anos “para que a moeda possa valorizar’’. Aos derrota-
esse vento te carrega, dos, o sistema confere pequenas taxas de verificação
LÍNGUA PORTUGUESA
8 E
18. (DECEX — 2018) Ao se dizer algo visando produzir algum
efeito, como o convencimento, a surpresa ou a persua- 9 E
são, por exemplo, sobre o interlocutor de determinado
contexto discursivo, pode-se identificar aí um ato: 10 B
a) Ilocucionário. 11 B
b) De implicitação.
c) Locucionário. 12 E
d) De pressuposição. 13 D
e) Perlocucionário.
14 D
19. (DECEX — 2018) No trecho, “As novas gerações dei-
xam evidente que os valores culturais de hoje são 15 A
consideravelmente diferentes dos de ontem.”, há ele-
mentos linguísticos que materializam a: 16 C
a) Dêixis Discursiva. 17 A
b) Dêixis Espacial.
18 E
c) Dêixis Social.
d) Dêixis Temporal. 19 D
e) Dêixis Textual.
20 D
20. (DECEX — 2019)
ARME E
EFETUE.
ANOTAÇÕES
a) Enjoo
b) Creem
c) Colmeia
d) Heroi
e) Espermatozoide
9 GABARITO
1 A
2 A
3 A
4 A
5 D
6 E
270
Em 1492, foi a vez dos espanhóis buscarem essas
novas rotas. Sob o patrocínio dos reis Fernando e Isa-
bel, Cristóvão Colombo partiu em busca de uma rota
alternativa às Índias, tendo a ideia de contornar o glo-
bo terrestre e chegar pelo extremo Oriente. No entan-
HISTÓRIA E GEOGRAFIA to, encontrou terras, que morreu sem saber que eram
novas!, que viriam a ser chamadas de América.
DO BRASIL Para regular o processo da conquista de novas
terras, Portugal e Espanha recorreram ao papa Ale-
xandre VI, que promulgou a bula Inter Coetera. No
entanto, a discordância do rei português João II levou
ao Tratado de Tordesilhas em 1494, em que à oeste
A EXPANSÃO ULTRAMARINA da linha imaginária eram terras espanholas e à leste
EUROPEIA DOS SÉCULOS XV E XVI eram terras portuguesas.
1. (FGV — 2019) Sobre a colonização portuguesa na Desde o início da chegada dos portugueses à Amé-
América, no século XVII, assinale a alternativa correta. rica, a costa da colônia foi alvo de inúmeras invasões
estrangeiras, de povos franceses, ingleses, holande-
a) A mão de obra comum a todo o território colonial era ses, entre outros. Contudo, o inconveniente não vinha
composta por africanos colonizados. apenas dos piratas, pois a França já havia tentado
b) Os senhores de engenho compunham o segmento quebrar o Tratado de Tordesilhas por duas vezes e os
mais abastado das regiões açucareiras. holandeses também não ficaram para trás. 273
A primeira tentativa da França de colonização da Embora Nassau tenha feito uma administração
América Portuguesa ficou conhecida como França popular na região, acabou retornando à Europa em
Antártica e foi empreendida por Nicolas Durand de 1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com-
Villegagnon, que desembarcou no Rio de Janeiro em patriotas. A partir daí, deu-se um declínio do chamado
1555 e permaneceu lá por três anos: um período cur- Brasil holandês, e as “guerras brasílicas”, que visavam
to, mas que trouxe muitas repercussões no imaginário à retomada do território pelos portugueses, prologa-
em relação aos grupos indígenas. Em 1612, a França ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final-
realizou a segunda invasão, dessa vez em São Luís, no mente retomaram o espaço invadido.
Maranhão. Ali, tentaram instalar a França Equinocial,
começando por instituir uma feitoria na ilha de São
Luís e se relacionando com as sociedades indígenas
que habitavam a região.
A França Equinocial tinha apoio da Coroa francesa
EXERCÍCIOS COMENTADOS
e se instituiu sob a autoridade de Daniel de la Tou-
che, fundador do povoado de Saint Louis, que seria 1. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A principal autoridade
apenas o território inicial de uma vasta extensão ocu- em todos os domínios coloniais portugueses era o rei,
pada pelos franceses: desde o litoral maranhense até que, na administração desses domínios, contava com
o espaço do que hoje é o atual Tocantins. Em 1615, os o auxílio do Conselho Ultramarino e da Mesa de Cons-
franceses foram expulsos pelas tropas lusitanas e o ciência e Ordens. Tendo em vista que, apesar do auxílio
território, ocupado por colonos portugueses que inse- dessas instituições, a organização administrativa do
riram a cultura de açúcar na região. Em 1626, os fran- Brasil colonial funcionava de modo precário, julgue o
ceses tomaram o território da contemporânea Guiana seguinte item, relativo às causas dessa precariedade.
Francesa, e apenas aí tiveram êxito. As distâncias, a consequente lentidão das comunicações
Se a França falhou na fundação de uma colônia e a falta de aparato humano burocrático dificultavam o
duradoura na América Portuguesa, a Holanda teve controle da população e a observância restrita das leis.
mais êxito em sua tentativa. A relação entre Holanda e
Portugal nem sempre foi tranquila, e quando da crise ( ) CERTO ( ) ERRADO
de sucessão da monarquia portuguesa, que entregava
o trono português à Coroa espanhola (ato conhecido O imenso território implicava dificuldade de comu-
como União Ibérica), Portugal assumiu, consequente- nicação, o que, naturalmente, tornava a adminis-
mente, os inimigos da Coroa Espanhola, e entre eles tração da colônia difícil. É preciso considerar que
estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os a longa distância dos colonos para com a autori-
domínios coloniais também foram fundidos, ficando dade real implicava, também, quebra da fidelidade
sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia à coroa, gerando contrabandos, novas identidades
conhecida como “filipina”. configuradas e uma autonomia administrativa local
Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- muito grande. Resposta: Certo.
ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo
tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira ten- 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Tendo em vista que,
tativa falhou. Seria criada, então, a Companhia Holan- como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mer-
desa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por cantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema
capital do Estado e investidores privados, cujos objeti- colonial um dos fatores fundamentais do processo
vos eram a tomada das áreas açucareiras e o controle de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI,
do mercado de escravos na África. XVII e XVIII, julgue o item a seguir, acerca das carac-
Finalmente, em 1624, a capital foi ocupada por um terísticas básicas da produção brasileira no período
dia, mas retomada em seguida em ação coordenada colonial.
por Matias de Albuquerque (governador português Exercida sob o modelo de latifúndio autossuficiente,
vigente), evitando, assim, que as fazendas de cana e a produção gerava excedentes que propiciavam um
os engenhos fossem tomados. Novo ataque aconteceu vigoroso comércio entre as capitanias.
em 1627, mas o objetivo parecia ser apenas a pilha-
gem e não a ocupação da área.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Como não conseguiam ocupar a capitania da Bahia,
os holandeses se voltaram para Pernambuco, que tam-
O modelo de produção colonial foi de latifúndio
bém era importante centro produtor de açúcar. Organi-
com produção voltada para o exterior, o que oca-
zados, 7280 homens, em 65 embarcações, iniciaram o
sionou falta de abastecimento interno em diversos
ataque em 1630, e Olinda foi ocupada pelos holandeses.
Estes, por sua vez, investiram na colônia que acabavam períodos. Mesmo que existisse algum excedente, era
de conquistar: Maurício de Nassau foi feito governador- destinado ao mercado externo, sobretudo para os
-geral do Brasil holandês e transformou substancial- territórios hispânicos vizinhos, como forma de con-
mente a área. Nassau reestabeleceu os engenhos que trabando. Resposta: Errado.
haviam sido abandonados pelos colonos portugueses,
recompôs o tráfico de escravizados, forneceu crédito e EXPANSÃO TERRITORIAL: INTERIORIZAÇÃO E
obrigou o plantio para subsistência da capitania. Além FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS, AS REFORMAS
disso, Nassau se mostrou tolerante na questão religiosa. POMBALINAS E AS REBELIÕES COLONIAIS
A administração do Brasil holandês por Nassau trou-
xe bons feitos para a região, como a criação da Cidade Intensificação Metropolitana — Entradas, Bandeiras
Maurícia, melhorando a situação da população da região, e Missões
que antes se via em péssimas habitações e sem acesso às
devidas condições de higiene. Foi também sob sua super- Uma questão fundamental na colonização portu-
visão que se construiu as três primeiras pontes de gran- guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos,
de proporção no território colonial, e criou-se um espaço pois enquanto estes queriam escravizar as populações
274 que recolhia espécies variadas de fauna e flora. nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los
do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A MOVIMENTOS E TENTATIVAS
concepção de trabalho das sociedades indígenas era EMANCIPACIONISTAS
um tanto diferente da concepção europeia, já que não
havia nessas sociedades interesse imediato por exce- AS REVOLTAS NO BRASIL COLONIAL
dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
cepção coletiva de fabrico e consumo. Palmares
Muitos indígenas, ao terem contato com os colo-
nizadores, foram se retirando para o interior, procu- A resistência coletiva dos escravos originou os
rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão chamados quilombos (em Angola, um tipo de acam-
se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris- pamento militarizado) ou mocambos (que significava
tã de catequização das populações indígenas. Para esconderijo). Na América Portuguesa, os quilombos
a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos foram agrupamentos de escravizados fugidos, que
fiéis” que precisavam ser encaminhados. tentavam escapar do violento sistema. Esses escra-
Muito embora se tenha encorpado o discurso que vizados se mantinham à margem da sociedade, em
diz respeito à substituição do trabalho indígena pelo lugares de acesso difícil, sem, contudo, perderem as
trabalho, também compulsório, dos africanos, o que relações de proximidade com vilarejos e comunida-
de fato se percebe nas pesquisas historiográficas é que des das proximidades.
uma ação não anulou a outra, pois ambas as popula- Palmares, surgida em 1597, foi a maior comunida-
ções foram utilizadas como mão de obra forçada. de de escravos fugidos que se tem conhecimento na
Um exemplo notável do processo de escravização história da América Portuguesa, e ficava na Zona da
indígena pode ser apontado pelas atividades dos bandei- Mata, onde hoje está o estado de Alagoas. O ambien-
rantes, da região de São Paulo. Os bandeirantes adentra- te favoreceu o abrigo da população do quilombo e as
vam o interior — os sertões — procurando por indígenas palmeiras possibilitaram-lhes sustento e possibilidade
e assaltando as missões jesuítas que transportavam os de confeccionarem armadilhas, roupas e cobertas. A
indígenas, onde eram criadas vilas em que trabalhavam partir de algum momento, Palmares passou a nomear
e eram catequisados. Assim, as duas categorias, colonos uma confederação de comunidades com diversos
e jesuítas, se viam em constante litígio. tamanhos, que se vinculavam por acordos. Era tam-
Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja, bém por acordo que escolhiam seus líderes, além de
em relação aos indígenas, freou, em alguma medida, contar com administração pública, leis e forma de
as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se governo própria, disposição militar e concepções reli-
para o tráfico atlântico, que causava menos incômo- giosas e culturais típicas que colaboravam para a coe-
do moral que o trabalho compulsório indígena que, é são do grupo.
preciso reiterar, continuou a existir. Obviamente, as autoridades metropolitanas per-
cebiam um grande risco em Palmares: além da rela-
A ação missionária e a educação jesuítica ção ativa com vilas que mediavam a região, poderia
incentivar o imaginário dos escravizados, acenando
para a fuga e resistência. Em 1612, deu-se a primeira
A Companhia de Jesus foi criada por Inácio de
ação contra Palmares, e a última, em 1694. Durante
Loyola em 1534, como resposta para a Reforma Pro-
1644 e 1645, período da ocupação holandesa, Palma-
testante que acontecia na Europa. Seu objetivo era
res foi crescendo, aproveitando o contexto social e
espalhar a fé católica pelo mundo. Os primeiros repre-
político tumultuado para se favorecer.
sentantes chegaram ao Brasil com o padre Manuel da
As autoridades coloniais direcionavam frequente-
Nóbrega em 1549. Após desembarcarem na Bahia,
mente à confederação missões de reconhecimento e
ajudaram na fundação da cidade de Salvador. expedições para ataque, além das tentativas incessan-
Uma das estratégias adotadas por Manuel da Nóbre- tes de desfazer ligações comerciais dos quilombolas
ga na conversão dos gentios (catequese) foi a construção com as comunidades próximas. Embora as ações das
de aldeias de catequização (aldeamentos), que se situa- autoridades portuguesas sempre acabassem fracas-
vam próximas das vilas e cidades portuguesas. Essas sadas, puderam ser finalmente favorecidas com as
aldeias eram habitadas pelos padres jesuítas e pelos divisões internas que surgiam dentro de Palmares,
índios a serem convertidos. No ano de 1553, José de ocasionando sua derrocada. Nesse contexto, em 1678,
Anchieta chegou ao Brasil. À frente do Colégio na vila de HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
Ganga Zumba e Zumbi se indispuseram, criando uma
São Paulo, fez contato intenso com os grupos indígenas fissura em Palmares e dando início a anos violentos.
locais, o que auxiliou na elaboração de um guia de gra- Ganga Zumba foi morto por considerar fazer um acor-
mática e um dicionário; criou inclusive o teatro jesuítico, do com as autoridades coloniais e, por mais quinze
entendido por especialistas como o primeiro empreen- anos, Zumbi conseguiu manter a liberdade e autono-
dimento educacional da história do Brasil. mia dos quilombolas. Contudo, o estado de sítio fei-
A partir da década de 1580, a missão realizava-se por to pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco Real do
meio de visitas esporádicas aos grupos localizados nas Macaco, levou à derrota da comunidade e ao assas-
matas, e os padres não permaneciam muito tempo entre sinato de Zumbi. Embora tenha tido um final trágico,
os grupos. Na segunda metade do século XVIII, a presen- Palmares permaneceu no imaginário da população
ça dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa cativa, representando um ideal de resistência.
época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu
que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por con- Revolta de Beckman
ta da grande autonomia política e econômica que con-
seguiam com a catequese. A justificativa para tal ação O descontentamento com o governador Francisco
veio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, a qual os de Sá Meneses era grande: havia sua aparente apatia
padres das missões do sul armaram os índios contra as pela situação de miséria no Maranhão e, ponto funda-
autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra. mental, havia a legislação a respeito da escravização 275
indígena, questão que se relacionava com a ação Revolta dos Mascates
jesuítica. No dia 25 de fevereiro de 1684, liderados
pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, os insurgen- A revolta dos Mascates data de 1710 e faz parte de um
tes tomaram a cidade de São Luís e instituíram uma conjunto de eventos que se caracterizam pela ruptura
junta de governo com representantes dos latifundiá- com a ordem colonial. O início do conflito se deu quando
rios, do clero e do povo. os comerciantes de Recife, apelidados pejorativamente
Depois de conquistada a cidade, o movimento de mascates, clamaram pela autonomia do povoado que
foi perdendo a adesão popular e terminou em 1685, era, até então, compreendido como porto de Olinda, cida-
com a chegada do novo governador Gomes Freira de de já em decadência. A elite açucareira de Olinda reagiu
Andrade e das tropas lusas, quando foi decretada a violentamente ao pedido de autonomia de Recife, convo-
prisão dos principais líderes, pondo fim à revolta. cando a população pobre e criando milícias.
Embora descontentes com as autoridades coloniais, os A revolta durou menos de um ano. O grupo, forma-
revoltosos não pretendiam, nesse movimento, romper do majoritariamente pela população pobre e pela elite
com a Coroa portuguesa, não ainda. açucareira, marchou contra Recife, forçando o gover-
nador da capitania a fugir para a Bahia, o que deu aos
Ciclo do Ouro revoltosos controle de boa parte da região por um
tempo. O grupo de revoltosos, mais especificamente a
elite de Olinda, incorporou à sua pauta o propósito de
Os bandeirantes encontraram ouro na região de
Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um gran- tornar Pernambuco independente, vislumbrando um
de fluxo migratório, em que milhares de portugueses regime republicano. Como plano alternativo, caso o
se deslocaram para as minas, assim como se intensi- plano de independência falhasse, concebeu-se a cria-
ficou o tráfico de escravizados da África (a população ção de um protetorado francês, o que nunca ocorreu,
da região chegou a 300 mil habitantes, em que 50% posto que a conjuntura delicada da França não torna-
era de escravos). A vinda de forasteiros causou tensão va viável esse tipo de apoio.
entre os bandeirantes paulistas e os “emboabas” por- Um ano depois, os comerciantes de Recife retoma-
tugueses sobre o direito de exploração do ouro, assim, ram o controle da capitania após combaterem no inte-
eclodiu entre 1707 e 1709 a Guerra dos Emboabas. rior com os revoltosos e receberem reforços de Lisboa.
Derrotados e expulsos, os bandeirantes se deslocaram Ao final, os mascates saíram vitoriosos: a elite de Olin-
para oeste do território, onde encontram ouro em da foi derrotada, o controle da capitania recobrado,
Cuiabá (1717) e em Goiás Velho (1721). Recife foi transformada em vila, convertendo-se em
Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou o seu sede da capitania de Pernambuco. Apesar do fracasso
domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de da revolta, pela primeira vez falou-se em autogoverno
ouro extraída), o impedimento de que vilas se tornas- ou declarou-se a preferência pela forma republicana
sem cidades (exigindo mais autonomia), a construção de governo, o que constituiu um marco importante.
da Estrada Real (primeiro, entre Parati e Ouro Preto, e
depois, entre Rio de Janeiro e Diamantina) e a mudan- Revolta de Vila Rica
ça da sede do governo-geral para o Rio de Janeiro
(1763). O mercado interno tornou-se mais integrado A motivação para a Revolta de Vila Rica, de 1720, é
para o abastecimento da Capitania das Minas. Com o encontrada nas práticas fiscais aplicadas pela Fazen-
declínio do ciclo do ouro por volta de 1770, a popula- da Real. Os revoltosos intentavam obrigar a Coroa a
ção se espalhou, principalmente para o sul de Minas suspender o estabelecimento das Casas de Fundição,
e para a Zona da Mata. Outra consequência foi a cul- locais onde o ouro era transforado em barras e nos
tural, com o florescimento das artes, em especial na quais retirava-se a parte referente ao pagamento das
arquitetura, com Aleijadinho. taxações da Coroa. O conflito se deu entre as autorida-
des metropolitanas e a elite socioeconômica da região.
Guerra dos Emboabas Os revoltosos faziam ações de pilhagem na região,
gritando frases que expressavam descontentamento
A Guerra dos Embobas está inserida dentro daquilo com a administração. O governador da capitania rea-
que os historiadores chamam de “revoltas nativistas”, giu com intensidade: fechou os caminhos de entrada
que implicam certo amor à pátria e desacordo com a de Vila Rica e prendeu os protagonistas do levante,
metrópole. No início do século XVIII, o ouro foi desco- enviando-os ao Rio de Janeiro. Felipe dos Santos foi
berto na região das Minas e teve-se início o conflito entre executado por conta de sua oratória, que apoiava os
bandeirantes paulistas e emboabas (termo que designa- revoltosos, tornando-o vítima do suplício público.
va forasteiros), pela administração do território aurífero.
A Guerra dos Emboabas foi, sobretudo, uma con- Inconfidência Mineira
tenda entre práticas e concepções políticas diversas:
de um lado os paulistas e, de outro, os forasteiros. Formada por um grupo eclético e aliada à elite eco-
Não se pode reduzir o conflito apenas aos desejos de nômica de Minas, homens e mulheres contestaram as
obtenção de terra e riqueza, existindo, ainda, ques- relações coloniais, planejando um levante armado que
tões sociais e políticas mais profundas. declararia Minas uma República. No grupo, havia cône-
Os descobridores do ouro, bandeirantes paulistas, gos eruditos, poetas, professores, inúmeros homens de
acreditavam que mereciam tratamento especial, ou as letras e membros da elite econômica. As pessoas envol-
chamadas mercês, pelos serviços prestados à Coroa, vidas na Inconfidência apontavam para a diversidade
como o desbravamento do território e, consequente, a das atividades desenvolvidas em Minas e, portanto, para
descoberta de metais preciosos; isso não ocorreu, o que a possibilidade de autossuficiência da capitania.
gerou ressentimento por parte dos paulistas. A guerra O que levou esse grupo a de fato considerar a rebe-
terminou em 1709, após a Coroa apoiar os emboabas lião foi a articulação de fatores político-administrati-
276 com o intuito de sufocar os revoltosos paulistas. vos, econômicos e culturais. A política metropolitana
continuava a taxar a capitania e seus habitantes, sem a) reafirmação da prática econômica mercantilista e de
considerar que a produção aurífera havia decaído, instauração na metrópole portuguesa do absolutismo
insistindo na imposição da “derrama” (cobrança de monárquico.
impostos atrasados). Além disso, a administração fica- b) avanço dos movimentos socialistas de contestação
va quase inteiramente fora das mãos da elite local, o social e de difusão da concepção de igualdade natural
dos homens.
que causava desagrado.
c) consolidação das independências políticas latino-a-
Supõe-se que a Conjuração começou a tomar for-
mericanas e de retração das riquezas proporcionadas
ma na década de 1780, sendo que o projeto de autono-
pelas exportações agrícolas brasileiras.
mia das Minas foi formalmente debatido em reuniões
d) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da
locais apenas em 1788. Na metade da década de 1780,
exploração colonial com o declínio da produção aurífera.
falava-se de uma “República Florente” e evidenciava-
e) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de
-se a capacidade de Minas de se tornar soberana. guerras permanentes entre economias industrializa-
Tiradentes foi o mais ativo propagandista das ideias das europeias.
da Conjuração: eloquente orador, fez ideias de autono-
mia circularem por redes que aglutinavam diferentes Como vimos, um dos grandes incômodos da socie-
segmentos sociais, e esse é um fator essencial para a com- dade mineira era a cobrança de imposto na zona
preensão da punição severa que esse personagem sofreu. aurífera pela Coroa; além disso, os inconfidentes
A Conjuração teria início com um motim, que eram contra a prática mercantilista e o absolutismo
deveria ocorrer no mês de fevereiro, em Vila Rica, no monárquico. Resposta: Letra D.
momento de imposição da derrama. Se saíssem vito-
riosos, os conjurados irromperiam a rebelião por toda 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em novembro de 1807,
a capitania, declarando a independência de Minas e a temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão
implementação de uma República. Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João
Os conjurados observavam atentamente a Revo- VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de
lução Americana e procuravam aprender com a boa parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil,
movimentação que acontecia no norte do continente, onde se estabeleceu até 1821, ano em que regressou
entrevendo as possibilidades de uma República Confe- à metrópole já como rei. Com relação às diversas con-
derada. Pretendia-se exaurir a Corte e fazê-la negociar; sequências, para a colônia, da permanência de D. João
contudo, Minas se viu sozinha, tanto na colônia, como VI no Brasil, julgue o item seguinte.
no cenário internacional. A Conjuração foi denuncia- A noção de brasilidade, ou seja, a consciência de ser bra-
da por Joaquim Silvério dos Reis, ativo participante da sileiro, esteve presente desde cedo na cultura política e
conjuração, que delatou a ação para receber o perdão na identidade da sociedade brasileira, tendo-se manifes-
das muitas dívidas que tinha com a Coroa. tado nas sedições nativistas da Inconfidência Mineira e
Feita a delação, ocorreram seis denúncias, a der- da Conjuração Baiana, ambas de cunho emancipacionis-
rama foi suspensa, os conspiradores foram presos e tas, e, em fins do período colonial, terminado por ser a
abriu-se a “devassa”, busca por provas que iriam cons- base da luta pela independência do Brasil.
tituir os autos do processo da Conjuração Mineira. Ao
final de três longos anos, os conjurados considerados ( ) CERTO ( ) ERRADO
culpados foram degradados para a África, houve o
sequestro de seus bens e alguns foram condenados à Embora fossem movimentos nativistas, a Conju-
ração Mineira e Conjuração Baiana eram funda-
forca. Quanto a Tiradentes, sua pena foi aplicada pela
mentalmente regionalistas e não remetiam a uma
Coroa de modo a ser exemplar e espetacular, ficando
“noção de brasilidade”. A ideia de uma nação só
por muito tempo na memória dos colonos: foi enfor- poderá ser formada a partir da segunda década do
cado no Rio de Janeiro, seu corpo foi esquartejado e século XIX e, com maior força, após a independên-
salgado e os pedaços ficaram em exibição em pon- cia. Resposta: Errado.
tos estratégicos do Caminho Novo, sendo sua cabeça
exposta no centro de Vila Rica. A PRESENÇA BRITÂNICA NO BRASIL
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
A presença britânica no Brasil já remonta ao perío-
do colonial, quando o Tratado de Methuen, assinado
EXERCÍCIOS COMENTADOS em 1703, reforçou a tendência de dependência com
relação à Inglaterra no sentido de permitir que as
1. (VUNESP — 2019) A ênfase fortemente regionalis- manufaturas inglesas chegassem ao mercado portu-
ta dos inconfidentes inclinava-se, às vezes, para o guês, enquanto os produtos portugueses menos valo-
nacionalismo econômico. Isso era mais explícito nos rizados, como vinho, chegavam ao mercado europeu.
pronunciamentos do alferes Tiradentes, embora ele Logo em sua chegada no Brasil, D. João VI abriu os
não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava portos para a Inglaterra. Com isso os produtos indus-
a beleza de Minas e apontava seus recursos naturais. trializados chegaram ao Brasil, enquanto o Brasil
passou a vender produtos agrícolas para o mercado
Livre, republicano, industrializado, continuava o propa-
inglês. Em 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e
gandista, o Brasil não teria necessidade de importar de Comércio e Navegação abriram ótimas oportunida-
mercadorias estrangeiras. des para a instalação de empreendimentos britânicos
(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Incon- por meio de facilidades jurídicas e tarifárias.
fidência Mineira, Brasil — Portugal, 1750-1808, 1978. Vale destacar ainda que a Inglaterra apoiou o
Adaptado). Brasil para que sua independência tivesse reconhe-
Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser cimento da comunidade internacional. O papel da
explicados pela conjuntura histórica de: Inglaterra também se deu no sentido de forçar o Brasil 277
a abolir o tráfico de escravizados. O Brasil burlou por
algum tempo essa pressão, mas desde que a Lei Bill EXERCÍCIOS COMENTADOS
Aberdeen (1845) permitiu que a esquadra britânica
afundasse qualquer navio negreiro, o Parlamento se 1. (CESPE-CEBRASPE — 2018) No que diz respeito à
viu na necessidade de por fim ao sistema. Assim, em história do Maranhão nos períodos colonial e imperial,
julgue o item subsequente:
1850, a Lei Eusébio de Queirós extinguiu o tráfico de
A adesão da Província do Maranhão à independência
escravizados para o Brasil.
do Brasil resultou da derrota militar de parte da elite
maranhense que defendeu, por meio das armas, a
MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS E A
manutenção dos laços com Portugal, a despeito das
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL estreitas relações existentes entre o Maranhão e a
Corte no Rio de Janeiro. As tropas portuguesas, mes-
D. José I, em 1750, colocou em prática as reformas mo tendo vencido a Batalha de Jenipapo, foram derro-
de Estado de seu ministro, Marquês de Pombal. Desta- tadas por Thomas Cochrane em São Luís:
cam-se: criação do Erário Régio (controlar os gastos da
Coroa), extinção das Capitanias Hereditárias (1759), ( ) CERTO ( ) ERRADO
expulsão dos jesuítas e a instituição da derrama (para
evitar as fraudes causadas com a cobrança do quinto, As elites agrícolas e pecuaristas da província do
passou a exigir que os mineradores da colônia pagas- Maranhão possuíam vínculos estreitos com a
sem um valor fixo de 1500 quilos de ouro por ano). metrópole e travaram uma intensa guerra contrá-
Com a instituição da derrama e das imposições cen- ria à independência. A capital, São Luís, foi bloquea-
tralizadoras da Coroa, movimentos revoltosos e levan- da pelo mar e sofreu ameaças de bombardeio pela
tes se convertem em uma categoria mais organizada, esquadra de Thomas Cochrane; assim, o reduto por-
robusta e de cunho separatista que buscava autonomia tuguês foi obrigado a se render e acabou aderindo
de regiões coloniais. Exemplos são a Conjuração Minei- à independência em julho de 1823. Resposta: Certo.
ra (1788-89), que sob os ideais do iluminismo buscava
a independência de Minas Gerais e fundação de uma 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em novembro de 1807,
república; e a Conjuração Baiana (1798), com ideais e temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão
propostas semelhantes à mineira, além da luta pela Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João
abolição da escravidão. As guerras de independência VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de
dos Estados Unidos (1776) e do Haiti (1790) também boa parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil,
surgiam como símbolos de emancipação da colônia. onde se estabeleceu até 1821, ano em que regressou
Com a invasão napoleônica à Espanha e a prisão à metrópole já como rei. Com relação às diversas con-
do rei em 1807, D. João viu a possibilidade de o Impé- sequências, para a colônia, da permanência de D. João
rio Português entrar em colapso, como começava a VI no Brasil, julgue o item seguinte:
ocorrer com o Império Espanhol. Sendo assim, em Elevou-se o status colonial do Brasil em relação a Por-
um acordo com a Inglaterra, “escondido” da França, tugal com a revogação dos atos que proibiam o esta-
D. João partiu com a Família Real para o Brasil (1808), belecimento de indústrias e manufaturas na América
Portuguesa e com a criação de tribunais semelhantes
onde pretendia manter a unidade de seu império e
aos sediados em Lisboa.
fugir da prisão pelo exército napoleônico.
Em terras brasileiras, o então príncipe regente deu
( ) CERTO ( ) ERRADO
fim ao Pacto Colonial (abrindo os portos para a Inglater-
ra), criou a Imprensa Nacional, a Biblioteca Nacional, o Em 1815 o a colônia brasileira foi elevada à condição
Banco do Brasil, além de outros órgãos administrativos, de reino, assumindo a designação oficial de Reino
como a junta de Comércio e o Conselho da Fazenda. Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Não é demais
Em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido de lembrar que a transferência da corte portuguesa ao
Portugal, Brasil e Algarves. Dois anos depois, nasceu Brasil, em 1808, também incluía boa parte do quadro
em Pernambuco o primeiro grande movimento pela burocrático do Império Português. Resposta: Certo.
independência do Brasil: a Revolução Pernambuca-
na, que reunia oficiais, negociantes liberais e padres. Tratados de Limites
Em Portugal, eclodiu, em 1820, a Revolução Libe-
ral do Porto, que exigia uma nova constituição e o A configuração dos limites territoriais alterou-se
retorno de D. João VI à Europa. Em meio à formação bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran-
das Juntas Constitucionais (nas quais o Brasil também te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha
possuía representantes), D. João deixa seu filho, D. e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do
Pedro, como príncipe-regente, e volta para Portugal. território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi-
Durante 1822, houve diversos movimentos de opo- dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal.
sição a Portugal, principalmente no Grão-Pará e na
O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti-
Bahia. Entre diversas tendências, venceu aquela que
vo resolver esses problemas. Definiu que a Colônia
defendeu a construção de um Estado independen-
de Sacramento, atual Uruguai, era posse portuguesa.
te, que mantivesse a escravidão e o poder das elites O Tratado de Madri, de 1750, devolveu a Colônia de
econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro em 7 de Sacramento aos espanhóis, enquanto estabelecia a
setembro de 1822 era a garantia mais próxima da uni- região dos Sete Povos das Missões (atual Rio Grande
dade em uma imensa porção de terra marcada por do Sul), do atual Centro-Oeste e boa parte da Amazô-
regionalismos e profundas diferenças sociais. As eli- nia como posses portuguesas. Essa decisão seria tam-
tes temiam que uma agitação social incluísse pobres e bém confirmada com o Tratado de Santo Il defonso,
278 escravizados, que eram 80% da população. em 1750, e com o Tratado de Badajós, em 1801.
nos grandes comerciantes do Brasil que, por sua vez,
O PERÍODO JOANINO E A já estavam acomodados sob os privilégios concedidos
INDEPENDÊNCIA pela presença da corte na colônia.
O que sucede é que a presença da corte no Brasil
A TRANSFERÊNCIA DA CORTE E OS TRATADOS, AS (1808-1820) foi moldando as consciências dos colonos a
PRINCIPAIS MEDIDAS DE D. JOÃO VI NO BRASIL E A respeito da possibilidade de se constituir um governo real
POLÍTICA JOANINA que permanecesse no Brasil. Assim, a ideia de indepen-
dência começou a ganhar força, por volta de 1821, como
Quando a corte portuguesa embarca, fugindo uma reação à Regeneração de 1820, uma vez que esta era
estrategicamente de Lisboa em novembro de 1807, entendida como uma revolução contrária ao Brasil.
o faz porque tinha consciência dos acontecimen- Latente o conflito de interesses, os colonos que
tos recentes na Europa, em um momento em que o ganharam com a presença da corte reivindicavam um
expansionismo de Napoleão Bonaparte parecia impa- governo no Brasil que, por sua vez, evoluiu a percep-
rável. Uma experiência ainda mais próxima acendeu ção da necessidade de um Estado Nacional brasileiro, a
o sinal vermelho e mostrou que os prognósticos eram grande novidade revolucionária. É nessa configuração
corretos: o rei espanhol, Fernando VII, foi deposto do que entra a figura do príncipe regente, futuro D. Pedro I.
trono por Napoleão, em maio de 1808. A fuga da corte Outra determinação polêmica das Cortes era que as
portuguesa foi um sucesso em curto prazo; contudo, províncias do Brasil se transformassem em províncias
a longo prazo, ocasionou uma quebra de legitimida- portuguesas, o que gerou, segundo comenta D. Pedro em
de do Império português em um momento em que os carta a seu pai, “um choque mui grande nos brasileiros”.
ares eram revolucionários. O que o príncipe regente precisava fazer era se
A presença da corte no Brasil, ademais, causava equilibrar em um cenário instável, no qual havia a
incômodo em algumas parcelas da população, sendo necessidade de se cumprir os decretos das Cortes ao
o exemplo mais evidente a Revolução Pernambucana, mesmo tempo em que tinha que corresponder os inte-
que estourou na província de Pernambuco, em 1817. resses do povo do território em que ele se encontrava.
Antes da chegada da corte em 1808, essa província Assim, as Cortes foram convocadas com a finalidade
ligava seu comércio diretamente a Portugal, posto que de reorganizar o Império Português dentro da dinâ-
as dificuldades logísticas, como rotas terrestres ou flu- mica colonial e os colonos se agrupavam cada vez
viais, impediam o estabelecimento de relações com mais em torno da ideia de separação.
o Rio de Janeiro. Somava-se ao fim desses benefícios Já em 1822, o príncipe regente também recebia
concedidos ao comércio pernambucano um período pressões a fim de que retornasse a Portugal, o que
de graves secas e crises de abastecimento. gerou um episódio bastante curioso no dia 9 de janei-
O movimento revolucionário pautava a necessidade ro de 1822: o “Dia do Fico”. Nesse dia, D. Pedro recebeu
de se combater a crise e recuperar os benefícios comer-
um requerimento que continha 8 mil assinaturas soli-
ciais, assim como a possibilidade de se romper com
citando-o que ficasse no Brasil. Não sabemos ao certo
a monarquia. Em partes, e por um curto período, os
quais foram as verdadeiras palavras proferidas pelo
revoltosos (homens livres, escravizados, ricos e pobres)
jovem príncipe regente, contudo, consagrou-se na
saíram vitoriosos, uma vez que conseguiram destituir
o governo de Pernambuco e instalar brevemente uma memória social a perspectiva de que ele ficaria a fim
república; contudo, foram violentamente reprimidos, de preservar os interesses da população brasileira.
com prisões e condenações em praça pública. Um governo foi organizado por D. Pedro logo após
Na Europa, cessada a agitação política entre portu- esse evento, tendo figuras proeminentes como José
gueses e franceses, a soberania lusa conseguiu, enfim, Bonifácio de Andrada e Silva, um moderado que fazia
gozar de certa estabilidade, e um forte movimento de campanhas por maior autonomia da colônia, mas não
pressões pôde ecoar a fim de que D. João retornasse reivindicava uma separação radical. Foram convoca-
a Portugal. A relutância do rei em retornar causava dos representantes de todas as províncias e, mais tar-
indignação na população lusa, em um momento em de, uma assembleia legislativa e constituinte.
que a metrópole passava por uma grave crise de pro- Já a politização da sociedade colonial com a che-
dução agrícola e desvalorização do papel moeda. gada da corte em 1808 se deu em conteúdos bastante
Essa agitação culminou na chamada Revolução Libe- inovadores. Aspectos da recente Revolução Francesa
ral do Porto, também conhecida como Regeneração de (1779) estavam em alta, sobretudo na crítica ao mode-
1820. lo estamental de sociedade, abrangendo novas for- HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
O prolongamento da ausência régia na metrópole mas de se organizar a sociedade, também na crítica
evidenciou que o “exercício da exclusiva vontade do rei” aos privilégios da nobreza e dos corpos sociais mais
não era mais cabível. Assim, profissionais liberais, advo- altos. Depois da revolução de independência do Haiti
gados, médicos e comerciantes reuniram-se na cida- (1804), esses conteúdos se tornaram inescapáveis. Era
de do Porto a fim de redigirem uma Constituição que, preciso apropriar-se de alguns elementos e fazer uma
embora conservadora, propunha a limitação do poder revolução menos radical que a francesa e bem menos
do monarca e sua submissão à carta constitucional. radical que a de São Domingos, segundo a perspectiva
A Regeneração também inovava ao propor a trans- das elites coloniais brasileiras.
ferência da soberania, antes circunscrita ao rei, às A escravidão foi um elemento importante neste caso:
chamadas Cortes. As pressões exercidas pelas Cortes a dimensão do escravismo na América Portuguesa era
constituídas fizeram com que D. João retornasse com tão grande que foi capaz de influenciar todos os outros
sua família a Portugal em abril de 1821, mas deixando aspectos da vida social, como valores, formas de pensar,
no Brasil seu filho, D. Pedro de Alcântara. de comportamento, práticas políticas. A independência,
A promulgação da Constituição proposta pela nesse sentido, mudou a forma de compreender essa
assembleia constituinte de 1820 teria validade para sociedade: não era mais uma sociedade estamental legi-
todos os portugueses, o que incluía os habitantes das timada por Deus, embora o rico ainda fosse rico, mas
colônias portuguesas, inclusive na América. Algumas havia agora um parlamento, e a escravidão tornou-se
medidas, no entanto, causaram profundo desconforto
uma escravidão nacional, e não mais portuguesa. 279
A chegada da corte também dinamiza fluxos ligava seu comércio diretamente a Portugal, posto que
econômicos internos, dado a necessidade de abaste- as dificuldades logísticas, como rotas terrestres ou flu-
cimento. Em verdade, essa dinâmica e a diversifica- viais impediam o estabelecimento de relações com
ção da produção é anterior à chegada da corte, mas o Rio de Janeiro. Somava-se ao fim desses benefícios
se intensifica a partir de 1808. O Rio de Janeiro é um concedidos ao comércio pernambucano um período
epicentro que conecta São Paulo, Minas Gerais, Rio de graves secas e crises de abastecimento.
Grande de São Pedro (atualmente Rio Grande do Sul), O movimento revolucionário pautava a necessi-
tanto é, que foram as primeiras regiões a encampa- dade de se combater a crise e recuperar os benefícios
rem o projeto de independência centrada na Figura comerciais, assim como a possibilidade de se romper
de Pedro I, justamente por esses auspícios econômi- com a monarquia. Em partes, e por um curto período os
cos, mas também políticos. revoltosos, homens livres, escravizados, ricos e pobres,
Durante 1822 ocorreram diversos movimentos de
saíram vitoriosos, uma vez que conseguiram destituir
oposição a Portugal, principalmente no Grão-Pará e
o governo de Pernambuco e instalar brevemente uma
na Bahia. Entre diversas tendências, venceu aquela
que defendeu a construção de um Estado indepen- república, contudo, foram violentamente reprimidos,
dente, que mantivesse a escravidão e o poder das com prisões e condenações em praça pública.
elites econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro em Na Europa, cessada a agitação política entre portu-
7 de setembro de 1822 era a garantia mais próxima gueses e franceses, a soberania lusa conseguiu, enfim,
da unidade em uma imensa porção de terra marca- gozar de certa estabilidade, e um forte movimento de
da por regionalismos e profundas diferenças sociais, pressões pôde ecoar a fim de que D. João retornasse
uma vez que as elites temiam que uma agitação social a Portugal. A relutância do rei em retornar causava
incluísse pobres e escravizados (80% da população). indignação na população lusa, num momento em que
a metrópole passava por uma grave crise de produ-
ção agrícola e desvalorização do papel moeda. Essa
agitação culminou na chamada Revolução Liberal do
EXERCÍCIO COMENTADO Porto, também conhecida como Regeneração de 1820.
O prolongamento da ausência régia na metrópole evi-
1. (VUNESP — 2018) Acerca da economia brasileira no denciou que o “exercício da exclusiva vontade do rei”
século XIX, é correto afirmar que: não era mais cabível. Assim, profissionais liberais,
advogados, médicos e comerciantes reuniram-se na
a) com a Abertura dos Portos, em 1808, houve um rápido cidade do Porto a fim de redigirem uma Constituição
e progressivo desenvolvimento da produção industrial que, embora conservadora, propunha a limitação do
brasileira. poder do monarca e sua submissão à carta constitu-
b) as mais importantes atividades econômicas foram a cional. A Regeneração também inovava ao propor a
produção de tabaco em São Paulo e a de algodão em transferência da soberania, antes circunscrita ao rei,
Minas Gerais. às chamadas Cortes. As pressões exercidas pelas Cor-
c) a abolição da escravatura na primeira metade do sécu- tes constituídas fizeram com que D. João retornasse
lo XIX gerou uma grande crise na agricultura de expor- com sua família a Portugal em abril de 1821, mas dei-
tação do país. xou no Brasil seu filho, D. Pedro de Alcântara.
d) durante todo o século, a mais importante atividade A promulgação da Constituição proposta pela
econômica foi a exportação de borracha para os Esta- assembleia constituinte de 1820 teria validade para
dos Unidos. todos os portugueses, o que incluía os habitantes das
e) o Brasil continuava a ser essencialmente agrícola, colônias portuguesas, inclusive na América. Algumas
com um destaque especial para a produção cafeeira. medidas, no entanto, causaram profundo desconforto
nos grandes comerciantes do Brasil que, por sua vez,
Durante todo século XIX e meados do século XX a já estavam acomodados sob os privilégios concedidos
economia brasileira foi eminentemente agrícola, pela presença da corte na colônia.
com destaque na produção do café, açúcar e algo- O que sucede é que a presença da corte no Brasil
dão, embora houvesse já o desenvolvimento de algu- (1808-1820) foi moldando as consciências dos colonos
mas manufaturas inexpressivas. Resposta: Letra E. a respeito da possibilidade de se constituir um gover-
no real que permanecesse no Brasil. Assim, a ideia de
Quando a corte portuguesa embarca, fugindo independência começa a ganhar força por volta de
estrategicamente de Lisboa em novembro de 1807, 1821, como uma reação à Regeneração de 1820, uma
o faz porque tinha consciência dos acontecimen- vez que esta era entendida como uma revolução con-
tos recentes na Europa, em um momento em que o trária ao Brasil. Latente o conflito de interesses, os
expansionismo de Napoleão Bonaparte parecia impa- colonos que ganharam com a presença da corte rei-
rável. Uma experiência ainda mais próxima acendeu vindicavam um governo no Brasil que, por sua vez,
o sinal vermelho e mostrara que os prognósticos eram evoluiu à percepção da necessidade de um Estado
corretos: o rei espanhol, Fernando VII, foi deposto do Nacional brasileiro, a grande novidade revolucioná-
trono por Napoleão, em maio de 1808. A fuga da corte ria. É nesta configuração que entra a figura do prínci-
portuguesa foi um sucesso a curto prazo, contudo, a pe regente, futuro D. Pedro I.
longo prazo ocasionou uma quebra de legitimidade Outra determinação polêmica das Cortes era que
do Império português num momento em que os ares as províncias do Brasil se transformassem em provín-
eram revolucionários. cias portuguesas, o que gerou, segundo comenta D.
A presença da corte no Brasil, ademais, causava Pedro em carta a seu pai, “um choque mui grande nos
incômodo em algumas parcelas da população, sendo o brasileiros”. O que o príncipe regente precisava fazer
exemplo mais evidente a Revolução Pernambucana, era se equilibrar num cenário instável no qual havia
que estourou na província de Pernambuco, em 1817. a necessidade de se cumprir os decretos das Cortes
280 Antes da chegada da corte em 1808, essa província ao mesmo tempo em que tinha que corresponder os
interesses do povo do território onde ele se encontra- a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
va. Ao passo que as Cortes foram convocadas com a da Agonia, o imperador cassou os deputados oposito-
finalidade de reorganizar o Império Português dentro res, impugnou as proposições constitucionais e outor-
da dinâmica colonial, os colonos se agrupavam cada gou a Primeira Constituição Brasileira, em 1824. Ela
vez mais em torno da ideia de separação. estabelecia, entre outras coisas:
Já em 1822, o príncipe regente também recebia
pressões a fim de que retornasse a Portugal, o que z Existência do poder moderador, que poderia sus-
gerou um episódio bastante curioso no dia 9 de janei- pender o poder legislativo, executivo e judiciário;
ro de 1822, o “Dia do Fico”, quando D. Pedro recebeu z Poder hereditário;
um requerimento que continha 8 mil assinaturas soli- z Voto censitário, calculado pela renda.
citando-o que ficasse no Brasil. Não sabemos ao certo
quais foram as verdadeiras palavras proferidas pelo Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernambu-
jovem príncipe regente, contudo, consagrou-se na co, a Confederação do Equador, exigindo uma república
memória social a perspectiva de que ele ficaria a fim liberal, a abolição da escravidão e a ampliação de direi-
de preservar os interesses da população brasileira. tos sociais. Esse movimento teve como principal líder
Um governo foi organizado por D. Pedro logo após
Frei Caneca, mas acabou sendo reprimida com sucesso.
esse evento, tendo entre as figuras proeminentes José
Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina
Bonifácio de Andrada e Silva, um moderado que fazia
campanhas por maior autonomia da colônia, mas não entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio
reivindicava uma separação radical. Foram convoca- da Prata. Após um desgastante e custoso conflito (o Ban-
dos representantes de todas as províncias e, mais tar- co do Brasil chegou a falir), a independência do Uruguai
de, uma assembleia legislativa e constituinte. foi reconhecida. A instabilidade política também podia
Já a politização da sociedade colonial com a che- ser verificada em episódios como a Noite das Garrafa-
gada da corte em 1808 se deu em conteúdos bastante das, demonstrando a grande divergência entre brasilei-
inovadores. Aspectos da recente Revolução Francesa ros e portugueses, juntava-se a isso a crise econômica e
(1779) estavam em alta, sobretudo na crítica ao mode- a disputa pela sucessão do trono em Portugal, levando
lo estamental de sociedade, abrangendo novas for- D. Pedro I à abdicação do trono em 7 de abril de 1831.
mas de se organizar a sociedade, também na crítica
aos privilégios da nobreza e dos corpos sociais mais
altos. Depois da revolução de independência do Haiti
(1804), esses conteúdos se tornaram inescapáveis. Era
preciso apropriar-se de alguns elementos e fazer uma
EXERCÍCIOS COMENTADOS
revolução menos radical que a francesa e bem menos
1. (FCC — 2018) Leia os artigos 98 e 99 da Constituição
radical que a de São Domingos, segundo a perspectiva
do Império do Brasil, outorgada em 1824:
das elites coloniais brasileiras.
A escravidão foi um elemento importante neste caso: Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a orga-
a dimensão do escravismo na América Portuguesa era nização Política, e é delegado privativamente ao Impe-
tão grande que foi capaz de influenciar todos os outros rador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro
aspectos da vida social, como valores, formas de pensar, Representante, para que incessantemente vele sobre a
de comportamento e práticas políticas. A independên- manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia
cia, nesse sentido, muda a forma de compreender essa dos mais Poderes Políticos.
sociedade: não era mais uma sociedade estamental legi- Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada:
timada por Deus, embora o rico ainda fosse rico, mas Ele não está sujeito a responsabilidade alguma.
agora havia um parlamento e a escravidão tornou-se
uma escravidão nacional, não mais portuguesa. (Grafia original extraída de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
A chegada da corte também dinamiza fluxos constituicao/constituicao24.htm)
econômicos internos, dado a necessidade de abaste-
cimento. Em verdade, essa dinâmica e a diversifica- Conforme os artigos acima, o Poder Moderador era:
ção da produção é anterior à chegada da corte, mas
se intensifica a partir de 1808. O Rio de Janeiro é um a) equivalente aos outros Poderes políticos, embora fos-
epicentro que conecta São Paulo, Minas Gerais, Rio se delegado ao Imperador, que estava sujeito ao con-
Grande de São Pedro (atualmente Rio Grande do Sul), trole da Assembleia.
tanto é, que foram as primeiras regiões a encampa- b) uma forma de tutela política sobre os outros poderes,
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
rem o projeto de independência centrada na Figura
exclusiva ao Imperador, que não poderia ser submeti-
de Pedro I, justamente por esses auspícios econômi-
do a nenhum controle constitucional ou jurídico.
cos, mas também políticos.
c) superior aos Poderes Políticos, mas exclusivo ao
Poder Executivo, devendo ser utilizado para resolver
conflitos no seio do Império.
d) um modelo de organização política que viabilizava a Inde-
BRASIL IMPERIAL pendência, considerada sagrada pela Constituição, e que
tinha como função prática substituir o Poder Judiciário.
PRIMEIRO REINADO: ASPECTOS e) presidido pelo Imperador, que estava acima da cons-
ADMINISTRATIVOS, MILITARES, CULTURAIS, tituição, e exercido de forma colegiada com os outros
ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS Poderes Políticos, visando a harmonia da organização
política nacional.
Primeiro Reinado
O poder moderador era de uso exclusivo e arbitrá-
Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis- rio do Imperador, embora tenha sido criado apenas
trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina- para mediar conflitos e fiscalizar os demais poderes.
do. A Assembleia Constituinte eleita em 1823 desejava Resposta: Letra D. 281
2. (CESPE-CEBRASPE - 2018) As disputas entre D. Pedro A consolidação do Império foi feita a partir de uma
I e a Câmara dos Deputados marcaram o Primeiro Rei- manobra que envolvia o principal órgão na constitui-
nado e resultaram na abdicação do imperador. Acerca ção da monarquia parlamentar em 1847, a Chefia de
do Primeiro Reinado e do período da Regência, julgue Gabinete.
(C ou E) o item subsequente. Embora a escolha viesse no parlamento entre o Parti-
A Constituição de 1824 foi elaborada com base no do Conservador (saquaremas) e Partido Liberal (luzias),
projeto votado pela Assembleia Constituinte e Legis- D. Pedro II possuía o poder de dissolver a chefia de
lativa, fechada por D. Pedro I no ano anterior. Seu texto gabinete e impor outro escolhido, mecanismo que ficou
foi enviado para as câmaras municipais das principais conhecido como parlamentarismo às avessas. Todavia,
cidades do Império, as quais juraram cumpri-la sem como ambos concordavam com o poder centralizado na
contestações. Monarquia e com a economia embasada na escravidão,
não havia muita diferença entre eles.
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) V, V e V.
Dica b) V, F e V.
Superávit é o resultado positivo de todas as c) V, F e F
receitas e despesas do governo, ou seja, é o equi- d) F, V e V.
e) F, F e F.
valente ao que o governo consegue economizar
para o pagamento de juros da dívida pública.
As medidas econômicas tomadas pela administra-
FMI é a sigla do Fundo Monetário Internacional, ção Lula foram feitas com o objetivo de mostrar
organização financeira que pode oferecer aju- comprometimento com a agenda neoliberal, eviden-
da financeira pontual e temporária aos países ciando quais seriam as prioridades do novo gover-
membros. no. A segunda afirmação também é correta, porque
de fato Lula deu prosseguimento às políticas que
As limitações das administrações de Lula são evi- já eram avistadas no governo de FHC e que preten-
dentes, embora seja difícil negligenciar os avanços no diam a estabilização da economia. Por fim, no que
campo social. Por exemplo, a reforma agrária – pauta se refere a última afirmativa, é evidente que a valo-
importante para esquerda – não foi considerada; e a rização cambial decorreu da estabilidade econômi-
reforma tributária apenas aumentou a carga tributária, ca-política que Lula concretizou e também do boom
evitando propostas como a taxação de grandes fortunas. das commodities, isto é, da supervalorização das
Outra crítica é que os programas sociais não se cons- matérias-primas no cenário internacional, produtos
tituíram enquanto direito, ou seja, não foram incorpo- esses que o Brasil mais exporta. Resposta: Letra A.
rados enquanto emendas à Constituição, o que significa
que podiam ser retirados a qualquer momento. A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL
ENTRADAS BANDEIRAS
Expedições organizadas As Bandeiras foram expe-
pela Coroa Portuguesa, que dições realizadas entre os
antecederam as Bandeiras séculos XVI e XVII, finan-
e possuíam os objetivos de ciadas por particulares,
explorar o território, auxiliar com os objetivos de tam-
no mapeamento do terri- bém realizar o processo
tório brasileiro, estabele- de ocupação do interior do
cer novas áreas de currais país e capturar escravos
para a criação de gado e que haviam fugido. O prin-
novas terras para a prática cipal objetivo era buscar
da agricultura. Posterior- áreas que possuíam re-
mente, essas atividades servas de ouro, tendo em
passaram a ter objetivos vista que as primeiras ex-
variados, como, por exem- pedições com esse obje-
plo: conquistar territórios tivo foram realizadas logo
ocupados por índios, cap- após a descoberta das
turar índios para o trabalho primeiras minas de ouro
em lavouras, na mineração, em MG. Posteriormente,
a captura de escravos refu- os Bandeirantes foram
giados, dentre outros. ocupando territórios no
interior do país, para bus-
* Créditos da imagem: Deyvid Aleksandr Raffo Setti / Wikimedia
car novas reservas desse
304 Commons. mineral.
No mapa abaixo, pode-se observar os limites territoriais definidos através da assinatura do Tratado de
Tordesilhas.
Tratado de Madrid (1750) – Visando definir novas fronteiras, portugueses e espanhóis realizaram um novo
acordo; neste acordo, entraria em vigor o princípio do Uti Possidetis (a posse da terra era garantida para aquele
que a ocupasse), critério adotado para estabelecer novos limites territoriais. No novo acordo, os portugueses
acabaram garantindo a posse das terras ocupadas além da linha de Tordesilhas e ocorreu também a troca dos ter-
ritórios de Sacramento pelos territórios de Sete Povos das Missões (territórios localizados na região sul do país).
conforme pode ser observado no mapa a seguir:
Tratado de Petrópolis (1903) – Durante o século XIX, ocorreram várias mudanças políticas em âmbito nacional,
em especial a partir de 1822, quando o Brasil tornou-se independente de Portugal; após esse evento, houve a conso-
lidação do Império, período que ocorreu uma forte centralização política, evitando assim a fragmentação do territó-
rio nacional. No fim do século XIX, um importante ciclo econômico desenvolveu-se na região Amazônica (o Ciclo da
Borracha), que motivou a migração de milhares de pessoas para a região que vislumbravam através da exploração
do látex uma forma de fazer fortuna e ter uma vida melhor. Ao navegar pela margem direita do Rio Amazonas,
diversos grupos de seringueiros chegaram ao território boliviano e ocuparam a região. O processo de ocupação foi
conflituoso e, após diversos entraves, o governo brasileiro, na figura do Barão de Rio Branco, negociou a compra das
terras que hoje correspondem ao território do estado do Acre. 305
Foi decidido o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas, e a construção de uma saída
para o Oceano Atlântico — a Ferrovia Madeira-Mamoré, pois o país vizinho (Bolívia) havia perdido para os chilenos
sua única saída para o mar. A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se — e ainda está assim —
distante dos principais centros econômicos e políticos do país. Logo após a assinatura do acordo entre brasileiros e
bolivianos, a região passou a ser considerada um território federal, subordinado à administração localizada no Rio
de Janeiro. No ano de 1962, o presidente João Goulart homologou a lei que colocava o território do Acre na condição
de estado da federação, passando assim a possuir administração própria e com seus respectivos poderes (Executivo,
Judiciário e Legislativo).
O Brasil atualmente está organizado em 27 unida- É a forma de organização do Estado adotada pelo
Brasil que se caracteriza pela coexistência de um
des federativas, possuindo:
poder soberano e diversas forças políticas autôno-
mas, unidas por uma Constituição. Os entes que
z 26 estados; compõem a federação são: a União, os Estados-
z Um Distrito Federal. -membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF
fala também em Territórios, divisões político-admi-
As Unidades Federativas (estados) estão organiza- nistrativa que, atualmente, não existem.
das em Municípios, e estes em Distritos. Artigo 18 da Constituição Federal.
Os estados e o Distrito Federal são chefiados por
um governador e possuem uma capital, onde estão Podemos representar a organização da seguinte
localizadas as sedes de cada governo; já os municípios maneira:
são governados pelo prefeito.
z República Federativa do Brasil
De acordo com a Constituição Federal, o Distrito
z Estados
Federal não pode ser dividido ou regionalizado em z Municípios
municípios, mas possui uma divisão administrativa e z Distritos *
é organizado em regiões administrativas.
Portanto, o Brasil é um Estado Federal, no qual
União, Distrito Federal e Municípios possuem autono-
mia homogênea e ocupam, do ponto de vista jurídico,
EXERCÍCIOS COMENTADOS
o mesmo plano hierárquico, devendo receber trata- 1. (UFSC — 2020) A colonização portuguesa não respei-
mento jurídico-formal isonômico. tou o Tratado de Tordesilhas, expandindo as fronteiras
306 Você sabe o que é uma federação? do Brasil por meio da ação de bandeirantes, jesuítas
e pecuaristas. [...] Para fixar as novas fronteiras colo- eram elementos fundamentais na formação de uma
niais na América, vários tratados internacionais foram identidade nacional (o nativo brasileiro), mas tam-
assinados entre os governos de Portugal, Espanha e bém eram vistos como um grande problema e cabia
França. ao Estado Imperial a solução deste, tanto que portu-
gueses não concederam a cidadania aos indígenas. A
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva,
respeito da região das Missões no século XVIII, não
2002. p. 242.
tinha como principal atividade econômica o cultivo
e venda de erva-mate. Após a extinção das Missões,
Sobre a história da região Sul do Brasil e dos tratados
a pecuária e criação de gado bovino foram utili-
de fronteiras, apresente a somatória dos valores dos
zadas para a produção de couro, porém sem mui-
itens corretos:
ta relevância na economia. Após a descoberta das
minas de ouro, na região de Minas Gerais, o estado
01) por sua posição estratégica, a Colônia do Sacramento
do Rio Grande do Sul se tornou região fornecedo-
foi disputada por espanhóis e portugueses; o Tratado
ra de carne, animais para montaria e transporte
de Madri, de 1750, determinou que a Espanha ficasse
(mulas e cavalos). O gado capturado foi organiza-
com a Colônia do Sacramento e que Portugal ficasse
do em grandes áreas, o que se caracterizou como
com a região dos Sete Povos das Missões, todavia, a
atividade periférica da economia: a região servia
disputa territorial em torno das regiões permaneceu.
02) no século XVIII, a criação de gado era uma atividade como abastecedora da atividade econômica mais
econômica secundária da região; sua principal função lucrativa, que era a exploração de ouro, sendo que
era preparar a terra para o plantio da soja, destina- a pecuária tinha como objetivo também a utilização
da majoritariamente à exportação para os países do de couro, chifres e sebo para a produção de vesti-
Prata. mentas e utensílios. Resposta: Itens verdadeiros 01
04) a descoberta do ouro nos atuais estados de Minas + 32 = 33.
Gerais, Goiás e Mato Grosso gerou o enfraquecimento
da pecuária e o empobrecimento da região dos pam- 2. (UFRS — 2019) A respeito das disputas e tratados
pas, em função do grande volume de escravos deslo- fronteiriços celebrados ao longo da história brasileira,
cados para a área de mineração. assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes
08) disputas de portugueses contra espanhóis, bem como afirmações.
de portugueses e espanhóis contra jesuítas e índios,
foram uma realidade que gerou “fronteiras movedi- ( ) O Tratado de Madri (1750) reformulou as fronteiras
ças”; para pacificar a região Sul e definir fronteiras, o ao sul da América Portuguesa, ao reconhecer a Colô-
governo português ampliou o direito dos indígenas à nia do Sacramento como território espanhol e os Sete
cidadania, o que fez com que os nativos catequizados Povos das Missões como território português.
pudessem votar e concorrer a cargos nas câmaras ( ) O desfecho da Guerra Cisplatina, em 1828, não acar-
provinciais. retou nenhuma modificação territorial no Império
16) quando o território das Missões passou ao controle Brasileiro.
brasileiro, o extrativismo da erva-mate se constituiu ( ) O Brasil, no início do século XX, disputou extensões
como a principal atividade econômica da região; a territoriais com a França, na fronteira com a Guiana
erva-mate, transportada por tropas de mulas e comer- Francesa, e com a Inglaterra, na divisa com a Guia-
cializada na região das minas, também era artigo na, e foi vitorioso em ambas as intermediações
fundamental de exportação no conhecido “comércio diplomáticas.
triangular”. ( ) O Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, incorpo-
32) as Missões apresentavam uma forma de dominação rou o território do atual estado do Acre ao Brasil, em
europeia diferente da utilizada na maioria dos territó- troca do pagamento de indenizações à Bolívia e ao
rios da América portuguesa porque os jesuítas eram Peru.
contrários à escravização dos indígenas e, ao adapta-
rem o catolicismo às crenças dos nativos, buscavam A sequência correta de preenchimento dos parênte-
convertê-los. ses, de cima para baixo, é:
De acordo com a Constituição Federal de 1988, as entidades que formam a nossa Federação (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) não possuem o direito de gozar de soberania, mas de autonomia.
Ainda de acordo com a Constituição Federal (Art. 1º), a federação é indissolúvel, não possibilitando a nenhum
dos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) romper com o pacto federativo. Esta determina-
ção é conhecida como Indissolubilidade do Pacto Federativo, sendo que é uma pétrea expressa (§4º, Art. 6º da
CF), não sendo permitido modificações por meio de Emenda Constitucional.
O objetivo de manter a unidade nacional e a necessidade de uma administração descentralizadora são os
motivos para impedir que a federação seja dissolvida e o pacto federativo seja mantido e defendido (finalidades
do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo). Por isso, o direito de secessão é vedado aos Estados e
Municípios, justamente por não poderem quebrar o vínculo federativo.
Caso ocorra uma tentativa de separação que vise o rompimento da unidade da federação brasileira, a Consti-
tuição (inc. I, Art. 34 da CF) permite que ocorra a intervenção federal com o objetivo maior de manter a integri-
dade e a unidade nacionais.
Art. 34 A União não intervirá nos Estados, nem no Distrito Federal, exceto para:
I — Manter a integridade nacional.
A Constituição Federal de 1988 possui um artigo específico para tratar a respeito da organização político-admi-
nistrativa do nosso país. Vamos fazer uma leitura do art. 18, como forma de reforçar o que foi dito até o momento.
Título III
Da organização do Estado
Capítulo I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA — ADMINISTRATIVA
Art. 18 A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Esta-
do de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou forma-
rem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito e do Congresso Nacional por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei ( Redação dada pela Emenda Constitucional nº15 , de 1996).
308
Fonte: IBGE.
Os 26 Estados do Brasil e suas respectivas capitais são: HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA DO BRASIL
z Distrito Federal — Brasília (DF)
A República Federativa do Brasil é formada por
Acre — Rio Branco (AC) vinte e seis estados e o Distrito Federal, que possuem
Alagoas — Maceió (AL) suas competências legislativas, políticas e administra-
Amapá — Macapá (AP) tivas próprias, porém nem sempre o nosso país apre-
Amazonas — Manaus (AM) sentou esta divisão político-administrativa.
Bahia — Salvador (BA) No ano de 1889, com a Proclamação da Repúbli-
Ceará — Fortaleza (CE) ca, surgiram os estados. No Brasil Império (período
Espírito Santo — Vitória (ES) anterior a República), tínhamos a organização do ter-
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
Goiás — Goiânia (GO) ritório através de províncias. Mesmo com a criação de
Maranhão — São Luís (MA)
estados, não existia a figura do governador, a função
Mato Grosso — Cuiabá (MT)
do executivo estadual era exercida pelo “presidente
Mato Grosso do Sul — Campo Grande (MS)
Minas Gerais — Belo Horizonte (MG) do estado”.
Pará — Belém (PA) Veja abaixo um breve histórico sobre a organiza-
Paraíba — João Pessoa (PB) ção político-administrativa do Brasil no decorrer do
Paraná — Curitiba (PR) século XX.
Pernambuco — Recife (PE) 1903 — O Acre foi incorporado ao Brasil após acor-
Piauí — Teresina (PI) dos com a Bolívia (veremos mais adiante, quando
Rio de Janeiro — Rio de Janeiro (RJ) estudarmos o Tratado de Petrópolis);
Rio Grande do Norte — Natal (RN) 1942 — Criação do Território de Fernando de
Rondônia — Porto Velho (RO) Noronha;
Roraima — Boa Vista (RR) 1943 — Criação de cinco territórios federais:
Santa Catarina — Florianópolis (SC)
São Paulo — São Paulo (SP) z Guaporé (Região Norte);
Sergipe — Aracaju (SE) z Rio Branco (Região Norte);
Tocantins — Palmas (TO) z Amapá (Região Norte); 309
z Ponta Porã (Região Centro-Oeste);
z Iguaçu (Região Sul).
O Governo Federal utilizou como critério e lógica para a criação destes territórios a presença do governo cen-
tral em áreas que eram pouco povoadas e que estavam em condições de vulnerabilidade às ameaças externas. O
mapa abaixo mostra a localização destes territórios.
1946 — Os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram assim um único estado. Para critério de curiosidade, o
extintos; estado da Guanabara estava localizado onde hoje está
1956 — O Território Federal de Guaporé passa a cidade do Rio de Janeiro;
a ser chamado de Território Federal de Rondônia, 1977 — O estado do Mato Grosso é dividido em
como forma de homenagear o Marechal Cândido duas unidades federativas, sendo que a porção sul
Rondon, um grande sertanista do Brasil, defensor passa a se chamar Mato Grosso do Sul. A lei que san-
dos indígenas, desbravador da floresta Amazôni- cionou essa divisão foi assinada no dia 11 de outubro
ca. Rondon foi o responsável por encontrar as ruí- de 1977 pelo presidente Ernesto Geisel;
nas do Real Forte Príncipe da Beira, considerada a 1981 — O território de Rondônia é elevado a con-
maior relíquia histórica de Rondônia. No entanto, dição de estado da Federação, através da lei Comple-
a homenagem foi recusada pelo Marechal quan- mentar nº 41, de 22 de dezembro de 1981; porém, o
do o território foi criado e não foi uma homenagem aniversário de instalação do estado só ocorre em
póstuma, já que o Marechal só faleceria em 1958; 1982, no dia 04 de janeiro, quando acontece a posse
1960 — Transferência da capital do Rio de Janeiro do governador o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.
para Brasília e fundação do Distrito Federal. Onde o O aniversário de Rondônia é celebrado no dia 04 de
antigo Distrito Federal estava localizado foi criado um janeiro (data da instalação);
novo estado, que foi chamado de Guanabara, porém,
entre os anos de 1974 e 1975, ocorreu a junção dos ter-
ritórios da Guanabara e do Rio de Janeiro, formando
310
Importante!
Você sabe a diferença entre criação e instalação de um estado?
De acordo com o historiador Anísio Gorayeb, “A criação de um estado depende da aprovação no plenário da
Câmara Federal, e a instalação é quando o estado passa a funcionar administrativamente como Estado. É
quando o governador assume e assina os primeiros atos”. Como curiosidade, o Estado de Rondônia foi insta-
lado apenas com dois poderes constituídos. Com a criação do Estado, foi extinto o território, quando o então
presidente da República João Baptista Figueiredo indicou o Coronel Jorge Teixeira, que já ocupava o cargo de
governador, para continuar no cargo de maior importância no Estado, em 29 de dezembro de 1981.
1988 — Criação do estado do Tocantins, a partir da divisão do estado de Goiás. O território de Fernando de
Noronha foi extinto e passou a pertencer ao estado de Pernambuco, na condição de Distrito, sendo Fernando de
Noronha o único Distrito Estadual presente no território brasileiro.
Alterações político-administrativas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESGRANRIO — 2014) Território federal é uma denominação brasileira para uma categoria específica de divisão
administrativa. Os territórios federais integram diretamente a União, sem pertencerem a qualquer estado, e podem
surgir da divisão de um estado ou desmembramento, dele exigindo-se aprovação popular através de plebiscito e lei
complementar.
Com a extinção dos territórios federais no Brasil pela Constituição Federal de 1988, a seguinte unidade político-admi-
nistrativa tornou-se estado da federação:
a) Tocantins
b) Amapá
c) Rondônia
d) Pará
e) Pernambuco
2. (AOCP — 2018) O Brasil, durante sua formação territorial, possuiu diferentes territórios e estados. Um estado em espe-
cial foi criado em 1960 e, entre os anos de 1974/75, definiu-se a fusão desse estado com o Rio de Janeiro. Qual é o
estado a que se refere o enunciado?
a) Estado do Guaporé.
b) Estado da Guanabara.
c) Estado do Iguaçu
d) Estado Fluminense HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
e) Estado de Copacabana
O estado da Guanabara deixa de existir após a fusão com o estado do Rio de Janeiro, por volta de 1974/1975. Anos
depois, a capital, que era o Rio de Janeiro, foi transferida para a região Centro-Oeste do país, com a construção
de Brasília. A área que o estado da Guanabara ocupava corresponde ao município do Rio de Janeiro. Resposta:
Letra B.
O termo região do latim regere (derivação de rex, que era a autoridade que determinava o limite das frontei-
ras), e diz respeito a uma parte do território que possui uma unidade que a diferencia em relação a outras áreas.
O processo de regionalização pode ser baseado em aspectos naturais (clima e vegetação), assim como em critérios
políticos, econômicos, sociais, culturais, históricos e administrativos.
Por conta das dimensões territoriais do nosso país, existe a necessidade de regionalizá-lo para realizar estudos
sobre as diversas localidades existentes. O conceito de regionalização pode ser compreendido como uma divisão
do espaço, com critérios estabelecidos de maneira prévia, e essa divisão em áreas ou porções menores são chama-
das de regiões, com características distintas entre si.
311
Regionalizar contribui para que os poderes políticos e administrativos possam ter mais dados e informações
coletadas para auxiliar no desenvolvimento de projetos econômicos e sociais.
As regionalizações existentes no território brasileiro até por volta de 1939 eram pautadas no estudo de carac-
terísticas naturais do nosso país; o elemento principal era o fator condicionante que pautava o desenvolvimento
do restante da área.
No ano de 1889, o engenheiro André Rebouças dividiu o país em dez regiões agrícolas para regionalizar o país.
Veja no mapa abaixo:
Divisão Regional do
Brasil - 1889 LEGENDA
ANDRÉ REBOUÇAS
No ano de 1893, o francês Élisée Reclus, geógrafo, fez uma divisão do país utilizando como critério as regiões
naturais; sendo assim, o país, de acordo com esse critério, passou a ter oito regiões. De acordo com o mapa abaixo:
Divisão Regional do
LEGENDA
Brasil - 1893
Amazônia (Amazônia e Pará)
ELISÉE RECLUS
Divisão Regional do
Brasil - 1913
LEGENDA
DELGADO CARVALHO
No ano de 1871, foi criada a Diretoria Geral de Estatísticas, que possuía a finalidade de desenvolver e catalogar
os dados estatísticos do Brasil; posteriormente, o órgão passou a se chamar Departamento Nacional de Estatística
(DNE). No governo de Getúlio Vargas, houve uma reestruturação do departamento e passou a se chamar Instituto
Nacional de Estatística (INE), que foi incorporado ao Conselho Nacional de Geografia em 1938, dando origem ao
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir da criação do IBGE, foram introduzidos elementos da
Escola Quantitativa, que utilizava a Matemática e a Estatística como suporte para análises, referências e tabulação
de dados.
No ano de 1941, com a coordenação do engenheiro Fábio Macedo Soares Guimarães, teve início um projeto de
regionalização do território brasileiro, baseado em aspectos físicos e naturais (relevo, clima, vegetação) e o Brasil
foi dividido em 5 regiões: Norte, Sul, Leste, Nordeste e Centro-Oeste. O critério de Fábio Macedo sofreu adaptações
ao longo do tempo e serviu da base para a atual divisão territorial que o Brasil possui. Observe o mapa abaixo com
a atual regionalização do território brasileiro, que, além de levar em conta aspectos físicos e naturais, também
tem como critério aspectos políticos-administrativos. Observe o mapa abaixo com esta forma de regionalização:
Brasil: Político-Administrativo
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
313
Fonte: <http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html>.
314
Divisão Geoeconômica
Amazônia
Centro-Sul
Nordesde
Fonte: <http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html>.
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira utilizaram
como critérios para elaborar uma nova proposta de regionalização o nível de desenvolvimento do “meio técni-
co-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas
pelo território brasileiro, dividindo assim o país em quatro complexos regionais que foram denominados como
“quatro brasis”:
Os complexos nesta forma de regionalização são os seguintes:
Região Amazônica – inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densida-
des técnicas e demográficas.
Região Nordeste – inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se compa-
rada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada.
Região Centro-Oeste – inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura
globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva.
Região Concentrada – inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, é a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aero-
portos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades.
Assim, é a região que reúne os principais meios técnico-científicos e as finanças do país. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
Portanto, para critérios de aprendizagem e fixação, estude o quadro resumo com as três principais formas de
regionalização cobradas no concurso, porém, não deixe de fazer uma leitura sobre as outras divisões regionais.
Não confunda:
ANO DE
Nº DE REGIÕES NOME DAS REGIÕES CRITÉRIOS AUTORES ELABORAÇÃO DA
PROPOSTA
Nordeste, Amazônia e Características Histó-
3 Pedro Pinchas Geiger 1967
Centro-Sul ricas e Econômicas
Nordeste, Centro-
Meio técnico-científi- Milton Santos e Maria
4 -Oeste, Concentrada e Início dos anos 2000
co informacional Laura Silveira
Amazônia
Norte Anos 40, com refor-
Aspectos naturais,
Nordeste mulação nos anos
elementos sociais,
5 Centro-Oeste IBGE 70 e com atualização
econômicos, políticos
Sudeste em 1988, através de
e administrativos.
Sul promulgação da C.F. 315
Com base na imagem da divisão regional do Brasil
EXERCÍCIOS COMENTADOS proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), apresente a somatória dos valores dos
1. (CPS — 2019) Região é uma porção territorial que pos- itens corretos:
sui determinadas características naturais e humanas
dominantes. Em 1970, o Instituto Brasileiro de Geo- 01) o número 1 indica a Região Norte do Brasil, que é
grafia e Estatística (IBGE) implantou uma nova divi- dominada pela Floresta Amazônica, caracterizada por
são regional que continua válida até os dias de hoje, folhas decíduas e rica em biodiversidade, sendo tam-
porém, algumas transformações territoriais no espaço bém uma área receptora dos chamados “rios aéreos”,
geográfico brasileiro ocorreram após essa data. que ali despejam sua umidade.
Dentre essas transformações e suas distribuições no 02) o Nordeste, representado pelo número 2, é subdividido
território brasileiro, podemos citar corretamente em quatro sub-regiões diferenciadas por fatores natu-
rais e socioeconômicos — Meio-Norte, Sertão, Agreste
a) o surgimento do estado de Tocantins, desmembrado do e Zona da Mata –, sendo que, nesta última, desenvol-
estado de Goiás e incorporado à região Centro-Oeste. veu-se a produção canavieira, houve intenso desmata-
b) a transformação dos antigos territórios federais de mento e ocorre a maior concentração demográfica.
Rondônia, Roraima e Amapá em estados pertencentes 04) a divisão regional oficial mostrada na imagem acima
à região Norte. coincide com a divisão dos complexos regionais em
c) a incorporação do antigo território federal de Fernan- função da dinâmica regional brasileira, na qual se con-
do de Noronha ao estado do Rio Grande do Norte, na sideram as tendências econômicas e demográficas de
região Nordeste. apropriação e valorização territorial.
d) a divisão do estado de Mato Grosso em duas novas 08) o número 4, a Região Sudeste, corresponde à porção
unidades da federação, o Mato Grosso do Sul e o Mato do país mais industrializada e influenciadora da eco-
Grosso, na região Sudeste. nomia nacional, com destaque para São Paulo, Minas
e) o desmembramento do estado da Guanabara do esta- Gerais e Rio de Janeiro, os estados de maior popula-
do do Rio de Janeiro quando da criação da cidade de ção absoluta do Brasil.
Brasília, na região Sul. 16) o número 3 corresponde ao Centro-Oeste brasileiro,
dominado pela vegetação de cerrado, pelo clima tro-
A divisão do IBGE, que foi reformulada em 1969, divi- pical de menor amplitude térmica do Brasil e por um
de o Brasil em 5 macrorregiões, agrupando as unida- solo fértil oriundo da decomposição do basalto, propí-
des da federação conforme critérios físicos, naturais cio às extensas plantações de soja, arroz e milho des-
e socioeconômicos. As fronteiras regionais foram tinadas ao mercado interno.
elaboradas utilizando parte dos limites estaduais. O 32) o número 5 refere-se à Região Sul do Brasil, composta
principal objetivo desta regionalização é contribuir
de três estados — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
para uma melhor administração do país, através da
do Sul — caracterizados pela intensa queda das dispa-
captação e divulgação de dados estatísticos. Nos anos
ridades econômicas ali existentes, resultante da atua-
seguintes, a regionalização sofreu alterações, como a
ção de empresários locais interessados na solução
transformação dos territórios federais de Rondônia,
das diferenças tanto demográficas quanto sociais e
Roraima e Amapá em estados e a fusão do estado da
econômicas.
Guanabara, (área correspondente ao antigo Distrito
Federal, equivalente ao município Rio de Janeiro na
atualidade) com o estado do Rio de Janeiro, por conta Os itens incorretos são:
da transferência da Capital para Brasília. As últimas Item 01: A floresta amazônica tem o predomínio
alterações ocorreram com a promulgação da Consti- de plantas perenes, com a vegetação permanecen-
tuição Federal de 1988, quando ocorreu a criação dos do sempre verde ao longo ano e ocorre a recicla-
estados de Mato Grosso do Sul e Tocantins, além da gem da folhagem, a região é área onde ocorre a
incorporação de Fernando de Noronha ao estado de dispersão da massa equatorial continental, quente
Pernambuco, que passou a ser o único distrito esta- e úmida, e essa umidade é transferida para outras
dual do país. Resposta: Letra B. regiões como Centro-Oeste e Sudeste, provocando a
ocorrência do fenômeno climático conhecido como
2. (UFSC — 2019) Observe o mapa e responda: “rios voadores”.
Item 04: A divisão apresentada no item é a oficial do
IBGE, que não possui os mesmos critérios da divisão
em Complexos Regionais geoeconômicos, que divide
o país em 3 complexos de acordo com os indicado-
res socioeconômicos, onde as divisas regionais não
ficam presas aos limites estaduais.
Item 16: A maior parte, quase sua totalidade, dos
solos do Centro-Oeste são pobres em nutrientes
e ácidos, sendo necessário realizar o processo de
calagem do solo, no qual ocorre a adição de calcário
para diminuir a acidez e poder realizar o cultivo de
gêneros agrícolas.
Item 32: A região Sul, assim como o restante do
Brasil, tem como características marcantes eleva-
dos índices de desigualdades sociais, econômicas e
sub-regionais, embora algumas áreas do sul do país
possuam IDH — Índice de Desenvolvimento Huma-
no — com níveis mais elevados do que o restante do
Brasil. Resposta: 02 e 08 estão certos, = 10.
316
3. (FACULDADE ALBERT EINSTEIN — 2018) Observe o Alternativa C: na região centro-oeste está a grande
cartograma abaixo e escolha a alternativa que trata de produção agropecuária modernizada;
sua temática: Alternativa D: na região Amazônica não ocorre a
utilização de recursos tecnológicos de ponta. Res-
posta: Letra A.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ESPCEX — 2020) A figura abaixo é uma representa- 6 100
ção dos principais climas que atuam no Brasil.
Considere os seguintes climogramas. Eles represen-
tam as médias anuais de temperatura e pluviosidade
de três cidades brasileiras entre os anos de 1961-1990. 0
J F M A M J J A S O N D
0
Climograma Z
(°C) (mm)
30 500
Considerando as características climáticas brasilei-
ras, pode-se afirmar que:
A hidrografia do Brasil é caracterizada por possuir Além das reservas de água superficiais, podemos
cerca de 12% dos cursos d’água do mundo, os rios bra- destacar também os reservatórios subterrâneos que o
sileiros estão entre os mais extensos e diversificados, Brasil possui, conhecidos como aquíferos; nosso país
essa diversidade hídrica está relacionada a questões tem 2 grandes aquíferos.
como clima, relevo e vegetação. No total, o Brasil pos- O Aquífero Guarani, também conhecido como
sui 12 regiões hidrográficas, os rios foram divididos Aquífero do Cone Sul ou SAG (Sistema Aquífero Gua-
de acordo com a extensão e a vazão de cada um — rani), está localizado na porção sul da América do Sul,
dessa forma, os rios brasileiros estão classificados em é a segunda maior fonte de água doce subterrânea do
rios de grande e pequena vazão. mundo, ocupando uma área de 1,2 milhões de km²,
Os rios brasileiros são formados por regimes plu- com profundidade de 1500 metros, possui um volume
viais (chuvas) e são quase em sua totalidade rios de de água em torno de 45 mil km³, cerca de 70% das reser-
planaltos (encachoeirados, com quedas d’água). São vas de água estão localizadas no território brasileiro.
quase todos perenes, onde o curso d’água é constante Já o Aquífero Alter do Chão, também conhecido
durante todo o ano, e também são em maioria rios de como SAGA – Sistema Grande Aquífero Amazônia,
estuário — deságuam direto no oceano. está localizado na região Norte do país, possui 86 mil
As principais bacias hidrográficas brasileiras são: km³ de água e 400 mil km² de área. Estudos apontam
que o SAGA tem reservas de água suficientes para
z Bacia Amazônica: formada pelo Rio Amazonas e abastecer a população mundial mantendo os atuais
seus afluentes, ocupando uma área de 3.843.402 níveis de consumo por pelo menos 250 anos.
km², sendo que o Rio Amazonas é o maior do
mundo em volume de água e o segundo maior em
extensão, ficando atrás do Rio Nilo. A área ocupa-
da por esta bacia corresponde a 44,63% do terri- EXERCÍCIOS COMENTADOS
tório nacional. Destaque para os afluentes Javari,
Jari, Madeira, Tapajós etc; 1. (UECE — 2020) A Bacia do São Francisco é uma das
z Bacia Tocantins Araguaia: essa bacia estende-se mais importantes do Brasil. Quanto ao seu regime
por uma área de 967.059 km², correspondente a hidroclimático, é correto dizer que essa bacia:
11,36% do território nacional, está localizada nas
regiões Centro-Oeste e Norte. Nessa bacia hidro- a) apresenta um regime tropical perene na nascente e
gráfica está localizada a maior ilha fluvial do nos afluentes da margem esquerda, e em outros seto-
mundo, a Ilha do Bananal. Como rios de destaque res apresenta regime semiárido intermitente.
temos: Tocantins e Araguaia, Garças, Paraná, Rio
b) tem como característica um sistema perene, com ten-
Sono, Santa Tereza etc;
dências de enchentes no inverno e vazantes no verão.
z Bacia do Paraguai: ocupa uma área de 361,35
c) apresenta características idênticas ao regime fluvial
km², está localizada na região Centro-Oeste, nos
equatorial, com precipitações médias de 2.900 mm/ano.
estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A
d) se caracteriza pelo regime temperado perene, com preci- HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
região onde está localizada o Pantanal é banhada
pitações anuais de até 1400 mm em suas nascentes, na
pelo Rio Paraguai;
z Bacia do Rio São Francisco: ocupa uma área de região de um dos seus afluentes que é o rio Urubupungá.
641.000 km², que corresponde a 7,52% do territó-
rio nacional, está localizada em estados das regiões O rio São Francisco tem como uma de suas caracte-
Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. O rio São Fran- rísticas ser perene (seu curso d’água não desaparece)
cisco tem sua nascente na Serra da Canastra em uma vez que sua nascente está localizada na Serra
Minas Gerais, possui mais de 2.0000 km de trechos da Canastra (MG), nesta região ocorre a formação do
que são aptos a navegação. A região que mais sofre clima tropical de altitude que possui chuvas concen-
com a seca e a falta de água no Brasil — o semiárido tradas no verão. No seu percurso para o Nordeste,
nordestino, é banhada pelo rio São Francisco, uma atravessa quase todo o domínio semiárido e nesta
boa parte dos afluentes do São Francisco são tempo- região seus afluentes são intermitentes (temporá-
rários ou intermitentes — que são rios que sofrem rios). O rio é importante para o abastecimento huma-
uma redução do seu volume de água em um perío- no, para a prática da agricultura irrigada, alguns
do do ano por causa do ciclo de chuvas irregular; trechos são utilizados para transporte hidroviário
z Bacia do Rio Paraná: localizada na região de e ocorre também nas partes mais encachoeiradas a
maior desenvolvimento econômico do país e na geração de energia por hidrelétricas, com destaque
região mais habitada também, presente em esta- para as usinas de Três Marias, Sobradinho, Paulo
dos do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, ocupa cerca de Afonso, Xingó e Itaparica. Resposta: Letra A. 321
2. (FAMERP — 2020) Observe o mapa e responda: c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
SOLOS DO BRASIL
z Escudos Cristalinos;
z Bacias Sedimentares;
z Terrenos de origem vulcânica.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati- a) Terra roxa, sul da Região Sul.
vas corretas: b) Massapé, porção oriental da Região Nordeste.
c) Arenoso, porção oriental da Região Norte.
a) I e II d) Lixiviado, norte da Região Centro-Oeste.
322 b) I e III e) Argiloso, sul da Região Sudeste.
O tipo de solo descrito na questão é o do tipo Massa- O uso dessas tecnologias, conforme dito anterior-
pé, solo muito rico em nutrientes presente na região mente, configura uma nova estrutura social. Além dis-
Nordeste, extremamente importante para o desen- so, podemos destacar o processo de mundialização da
volvimento da lavoura de cana-de-açúcar como ciclo produção e a intensificação das relações comerciais
econômico do Brasil colônia. Resposta: Letra B. entre as diferentes nações.
As transformações ocorridas no espaço geográfico
POLÍTICAS TERRITORIAIS: MEIO AMBIENTE mundial ocorrem em momentos históricos distintos e
em diferentes localidades, provocando, assim, novas
O Capitalismo é o sistema socioeconômico vigen- formas de relacionamento entre o meio urbano e o
te em quase todo o mundo; seu início foi século XV, a meio rural ou como podemos denominar novas urba-
partir da crise do modelo feudal de produção e com o nidades e novas ruralidades.
aumento de desenvolvimento das práticas comerciais. A cidade representa a centralidade de uma orga-
Está dividido nas seguintes fases: nização macro em relação às questões econômicas e
sociais, concentrando os serviços e produtos que serão
consumidos tanto pelas populações das cidades como
z Capitalismo Comercial: Século XV ao XVIII
pelas populações do campo (que nem sempre consegue
produzir tudo que é necessário para o seu consumo).
Destaque para o crescimento das práticas comer-
Dessa forma, ocorre um processo de hierarquia
ciais, intensificadas pelo processo conhecido como
socioespacial entre campo e cidade. A cidade do mun-
Expansão Marítima Comercial Europeia, marcada
do moderno é responsável por movimentar a vida
pela conquista de territórios na América.
dos homens como se fossem máquinas integrantes da
engrenagem de funcionamento estrutural; a vida e as
z Capitalismo Industrial: Século XVIII e XIX ações são determinadas pelo tempo, que se torna cada
vez mais rápido. Porém, o campo está cada vez mais
Caracterizado por um conjunto de transformações modernizado e mecanizado, e também se inseriu e
tecnológicas e políticas impulsionadas pela Revolução promoveu a adesão de técnicas e práticas determina-
Industrial ocorrida na Inglaterra em meados de 1750. das pelo ritmo produtivo do mundo globalizado.
O processo que determinou as mudanças ocorri-
z Capitalismo Financeiro: Século XX das no meio rural ficou conhecido como Revolução
Verde, um conjunto de alterações no processo produ-
Fundamentou-se principalmente após o término tivo do campo com a inserção de máquinas e insumos
da 2ª Guerra Mundial, quando as grandes corporações agrícolas para dar uma nova dinâmica à produtivida-
(bancos, empresas etc.), ganharam forças, e se expan- de. Dessa forma, os produtos do campo são transfor-
diram por várias localidades do mundo. mados nas cidades (nas fábricas), e retornam como
mercadoria, que é revendida aos consumidores. Os
z Capitalismo Informacional complexos industriais fazem suas imposições às cida-
des com sua lógica que está focada no processo pro-
Para alguns teóricos, este estágio atual não é consi- dutivo, e os espaços urbanizados transformam-se em
derado como uma fase do sistema capitalista, mas, sim, lócus da produção, das relações políticas e culturais.
um momento específico da fase anterior (Capitalismo Nessa nova forma de organização social, que dita
Financeiro). A primeira vez em que a definição de Capi- as relações entre campo e cidade, os produtos deixam
talismo Informacional entrou em discussão foi em mea- de possuir seus valores originais e são determinados
dos dos anos 90, com mais precisão, em 1996, quando o e valorizados pelo valor de troca que possuem. O
sociólogo espanhol Manuel Castells publicou o seu livro homem rural está cada vez mais subordinado à dinâ-
denominado A Sociedade em Rede, que tratava de uma mica do meio industrial e de suas fábricas, porque
abordagem a respeito da revolução tecnológica que a tudo que o homem rural ou do campo produz passa a
humanidade passou nos últimos anos. ser transformado e ter seus valores acrescidos.
Neste momento do sistema capitalista (Informacio- Para encerrar, pode-se afirmar que o campo e as
nal), temos o processo de globalização com maior des- cidades são formas concretas, que materializam um
taque, proporcionado pelo avanço e desenvolvimento padrão ou modo de vida, e os meios urbano e rural
das tecnologias de informação, na maior ocorrência são considerados representações sociais. A fluidez
de fluxos de informações, capitais, pessoas, mercado- do mundo globalizado e integrado torna o processo HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
rias e bens. cada vez mais artificializado; o mundo urbano e arti-
De acordo com Castells, as transformações tecno- ficial não existe sem o processo produtivo que ocorre
lógicas que o mundo vem passando estão provocando no meio rural — os dois meios estão cada vez mais
mudanças nas práticas culturais dos seres humanos, integrados e interligados.
assim como mudanças sociais, estabelecendo, assim,
uma nova estruturação social em nível mundial. Além O PAPEL DO ESTADO E DAS CLASSES SOCIAIS E A
dessa fase estar marcada pelo avanço do processo de SOCIEDADE URBANO-INDUSTRIAL (URBANIZAÇÃO)
globalização, podemos destacar também avanços na BRASILEIRA
área da informática, computadores, telefones digitais,
robótica e internet. De acordo com a sociologia, podemos compreen-
A denominação Capitalismo Informacional está dire- der o conceito de classe social como uma fragmenta-
tamente ligada à formação da Sociedade da Informação, ção social e econômica do mundo gerido e estruturado
também chamada de Era da Informação. No âmbito pelo sistema capitalista. Nos mais diversos grupos
social, o maior fluxo de informações realizadas via inter- sociais, existem hierarquias que determinam diferen-
net, e o processo de dependência tecnológica, impulsio- tes cargos dentro da chamada divisão social do traba-
nada pelo uso de redes sociais, permitem-nos obter um lho. A partir desse contexto organiza-se o fenômeno
volume maior de informações de forma mais rápida e que proporciona essa divisão, chamado de estratifi-
acelerada, quase de forma simultânea e instantânea. cação social. 323
O Estado tem como principal papel exercer sua A supervalorização de terrenos causada pela espe-
autoridade, vinculada ao poder de dominação, deter- culação imobiliária, provocada pelo elevado número
minando as normas coletivas da vida em sociedade. de pessoas nas áreas urbanas, causa maior ocupação
Essa legitimação exercida pelo Estado garante que os das periferias em detrimento das áreas mais centraliza-
cidadãos tenham uma estrutura à qual recorrer quan- das (que possuem maiores valores para os terrenos). As
do for necessário. populações de renda mais baixa são praticamente obri-
O poder público, subtende-se, é regulado e man- gadas a ocupar as áreas mais afastadas da região central,
causando o fenômeno da formação de periferias e, em
tido através de uma totalidade de membros da socie-
algumas capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, um
dade civil de um Estado e, para que a manutenção
intenso processo de favelização — ocupando espaços
dos direitos seja garantida, é necessária a adoção do que são inadequados para a construção de moradias.
princípio da isonomia — no qual todos os cidadãos São também exemplos de problemas causados pela
perante a Lei são submetidos às mesmas regras de urbanização desenfreada: as questões ambientais; as
convivência, assim como às mesmas possibilidades de ocupações de forma irregular (encostas de morros,
sanções ou punições. O Estado atua como agente regu- áreas destinadas à preservação ambiental); a dificul-
lador, fiscalizador na execução das leis e da manuten- dade de escoamento das águas superficiais (os solos
ção da ordem. estão quase em sua totalidade impermeabilizados e
A sociedade urbano-industrial no Brasil passou e compactados — asfaltamento); a poluição (sonora,
vem passando por transformações desde meados do visual, produção de lixo e descarte de forma inadequa-
século XX; essa nova configuração do espaço geográfi- da); a falta de saneamento básico; enchentes, alaga-
co brasileiro veio acompanhada de aspectos positivos mentos, enxurradas e formação de ilhas de calor.
e negativos. Para que os problemas urbanos sejam ameniza-
Os pontos positivos são as mudanças sociais con- dos com o tempo, são necessários projetos e políticas
públicas que busquem mudar o sistema de transpor-
sideráveis como, por exemplo, a queda da mortali-
tes, a forma de usar e ocupar os solos (rurais ou urba-
dade infantil (o número de crianças mortas antes de
nos), controlar o processo de especulação imobiliária
completar 1 ano de vida caiu de 150 mortes para cada e promover políticas de redução da desigualdade
mil nascidos vivos, em 1940, para 7,1, em 2019); ocor- social e inserção das populações mais pobres que este-
reu aumento da expectativa de vida (40,7 anos de jam à margem da sociedade. O caminho a ser trilhado
vida, em média, em 1940, para 76,6 anos, em 2019); é longo e árduo.
houve também queda na taxa de fertilidade (6,16 De acordo com dados do IBGE, cerca de 84,4% da
filhos por mulher fértil, em 1940, para 1,94 filhos, população brasileira vive em áreas urbanas, e 15,6%
em 2017), assim como também ocorreu aumento do vive em áreas rurais. O processo de urbanização do
nível de escolaridade entre os cidadãos brasileiros país é recente: até meados dos anos 60, a maioria da
(55,9%, em 1940, para 6,6%, em 2019). população vivia em áreas rurais. Os fatores que con-
Dentre os pontos positivos, podemos destacar tribuíram para esse processo de urbanização de for-
também a ampliação de serviços básicos para a ma acelerada são:
população, como saneamento básico e a coleta de lixo
domiciliar, embora entre esses indicadores alguns z Processo de industrialização do país;
deixem a desejar na atual conjuntura que vivemos. z Mecanização do campo — substituindo a mão de
O processo de urbanização no Brasil criou a obra humana pelas máquinas;
z Elevada concentração fundiária que o país possui
dependência das pessoas em relação às cidades; os
desde os tempos coloniais, agravada com o decor-
habitantes de zonas rurais foram praticamente obri-
rer dos anos;
gados a migrar por conta do processo de mecanização z Migração das áreas rurais para as áreas urbanas;
do campo (que gerou um exército de desempregados z Crescimento populacional do país.
em áreas rurais). Ao migrar para os centros urbanos,
a força de trabalho que até então estava direcionada O processo de urbanização do país provocou um
para a produção de bens para seu sustento agora está aumento no número de cidades. Ocorreu o processo
voltada para atender a demanda de trabalho das ativi- acelerado de formação de metrópoles nacionais e,
dades industriais. O cidadão que até então consumia consequentemente, a macrocefalia urbana (inchaço
produtos que eram fruto do seu trabalho, agora utiliza das cidades).
o dinheiro para intermediar a compra do que é neces- Hoje, ocorre de forma gradual o processo de
sário para sua sobrevivência. desmetropolização.
Um problema a ser destacado com o processo de
urbanização é a questão fundiária nos ambientes CULTURA DO CONSUMO
urbanos: a população brasileira se distribui de manei-
ra irregular pelo território nacional, causando um A cultura do consumo pode ser compreendida
inchaço populacional na região Sudeste e grandes como um processo social de afirmação e diferencia-
vazios demográficos na região Norte. ção, com características progressistas, de um mundo
Os problemas nos grandes centros urbanos multi- modernizado no qual seus cidadãos sejam livres e
ajam de forma racional.
plicaram-se, tendo vista que o processo de urbaniza-
O consumo está ligado à ação de adquirir bens
ção no Brasil foi acelerado e desigual, causando uma
de acordo com nossas necessidades. Porém, apesar
série de disparidades regionais que estão muito longe do consumo fazer parte de nossa sociedade, o que
de serem sanadas. ocorreu foi o fenômeno da potencialização das ven-
Outro problema enfrentado nos grandes centros das em larga escala. Com a expansão das economias
urbanos brasileiros tem relação com a mobilidade: a industriais e o aumento do salário médio dos traba-
cultura consumista do uso de automóveis particula- lhadores, houve aumento também no acúmulo de
res sobressaiu-se em relação às políticas públicas para renda por parte deles, com consequente aumento no
324 transporte de passageiros. consumo de bens.
Esse é o ciclo característico da sociedade capitalista. O aumento dos gases do efeito estufa está dire-
Porém, começou a ocorrer uma alienação em relação tamente relacionado com a queima de derivados de
às práticas e formas de consumo. Os indivíduos come- combustíveis fosseis e de madeira. Como aspecto que
çaram a consumir e adquirir produtos sem necessida- contribui para o agravamento desse problema está o
de, sem realmente precisar deles: a compra passou a desmatamento das florestas pelo mundo; a vegetação
ser realizada pelo desejo, não pela necessidade. A com- exerce papel extremamente importante, juntamen-
pra de forma compulsiva causa o consumismo; o cida- te aos oceanos, como agente dissipador e de absor-
dão passa ter nesse ato uma forma de sentir felicidade ção dos gases poluentes depositados em excesso na
e prazer, mesmo que de forma momentânea. atmosfera.
De acordo com estudos realizados pela Confede- No século XX, houve o maior aumento das tempe-
ração Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo raturas médias do planeta desde a última glaciação:
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em cada dez em torno de 0,7° C nos últimos 100 anos.
brasileiros, cerca de três tem no consumo exagerado e O órgão responsável pelos estudos relacionados as
descontrolado uma de suas atividades preferidas. Nes- mudanças climáticas é o Painel Intergovernamental
sa pesquisa, cerca de 40,2% dos entrevistados que per- sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Após a realização
tenciam às classes A e B compravam sem necessidade, de vários estudos, ele prevê que as temperaturas nas
como forma de aliviar as tensões e os estresses do dia próximas décadas sejam ainda mais elevadas.
a dia. Em outra pesquisa, indivíduos pertencentes às De acordo com estudos realizados pelo órgão, as
classes C e D também disseram comprar por impulso, chances de um aumento nas temperaturas médias
porém, agiam motivados pelas famosas promoções. durante o século XXI girarem em torno de 2° C a 4,9°
Nos padrões de comportamento criados por nossa
C estão em torno de 90%. Essas alterações já seriam
sociedade, ser bem sucedido passou a significar poder
suficientes para causar problemas ambientais com
comprar. Assim, muitos cidadãos confundem poder
gravidade elevada e praticamente impossíveis de
de compra com qualidade de vida, o que são concei-
serem revertidos; assim, o aquecimento global é um
tos bem distintos.
dos mais urgentes assuntos da pauta ambiental.
Para que o indivíduo tenha qualidade de vida, não
O aumento na concentração de gases estufa é res-
é obrigatório possuir elevado padrão de compra. Dessa
ponsável pela mudança nas trocas de calor; dessa
forma, os indivíduos das outras classes sociais, como
forma de se adequarem a padrões e normas impostas forma, a maior parte fica retida na atmosfera, causan-
pela sociedade de consumo, passaram a sonhar com o do o aumento da temperatura e, consequentemente,
consumo como forma de satisfazer seus desejos. o aquecimento global. É importante ressaltar que a
Porém, nem todos conseguem ter acesso a itens emissão de gases vem ocorrendo desde o século XVIII,
mais caros e, em alguns casos, os cidadãos passam a com o advento da 1ª Revolução Industrial.
adquirir bens e realizar despesas superiores aos seus São elementos causadores do aquecimento global,
rendimentos como forma de satisfazer seus desejos, além da concentração de poluente emitidos presentes
o que causa endividamento de partes da população, na atmosfera, as queimadas, atividades industriais e o
assim como o agravamento das desigualdades sociais desmatamento.
existentes em nosso país. Como consequências, podemos destacar uma série
Para amenizar os efeitos da sociedade do consu- de alterações:
mo, é necessário promover políticas públicas de igual-
dade social, inserção social de indivíduos de classes z Mudanças na fauna e flora de todo o planeta;
menos favorecidas, políticas de gerenciamento de z Extinção de espécies;
finanças pessoais e formas de consumo de maneira z Processo de desertificação de áreas naturais;
sustentável. z Secas mais constantes;
A educação financeira é um dos caminhos para z Redução na produção de alimentos, pois as áreas
amenizar essa questão. Porém, para que tenhamos produtoras serão afetadas;
em nossa sociedade indivíduos que consumam de z Maior ocorrência de desastres naturais como
maneira mais consciente, tomando decisões corre- enchentes, inundações, tempestades, furacões;
tas durante as compras, é necessário um processo de z Derretimento de áreas polares, causando aumento
médio e longo prazo; como vivemos em uma socieda- do nível das águas oceânicas e provocando o ala-
de cada vez mais imediatista, é bem provável que a gamento de áreas litorâneas, que podem ficar sub-
cultura do consumo em massa permaneça nela por mersas; por conta dessa questão, podem ocorrer HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
um longo período. grandes deslocamentos humanos.
O BRASIL DIANTE DAS QUESTÕES AMBIENTAIS O desenvolvimento sustentável pode ser com-
(AQUECIMENTO GLOBAL E DESENVOLVIMENTO preendido como uma forma de preservar os recursos
SUSTENTÁVEL) naturais presentes no meio ambiente, utilizando os
bens e recursos de maneira a não causar o comprome-
A problemática ambiental cada vez mais vem timento da disponibilidade para as gerações futuras.
fazendo parte das discussões entre governantes, che- A utilização de matérias-primas extraídas da
fes de Estado, organizações não governamentais etc. natureza é feita sem comprometer o futuro dos seres
Na pauta dessas discussões, podemos destacar o aque- humanos, aliada à prática de crescimento econômico
cimento global e o desenvolvimento sustentável. e responsabilidade ambiental.
O termo aquecimento global está relacionado As práticas de extração de recursos que não são
ao processo que provoca o aumento da temperatura renováveis agravam essa situação — quanto mais pre-
média do planeta; esse fenômeno é causado pela emis- datória for a extração, maior será o comprometimen-
são e concentração de gases poluentes na atmosfera, to da extração de recursos em um futuro não muito
principalmente dióxido de carbono, óxido nítrico e os distante. Assim, é extremamente importante que
gases clorofluorcarbonos (CFC), gases relacionados ao ocorra a busca da redução ou eliminação dos impac-
efeito estufa da atmosfera terrestre. tos provocados pela exploração de forma predatória. 325
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO: O PROCESSO
na Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, DE INDUSTRIALIZAÇÃO, O ESPAÇO INDUSTRIAL,
mas ganhou força em 1987, com a elaboração do Rela- A ENERGIA E O MEIO AMBIENTE, OS COMPLEXOS
tório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido AGROINDUSTRIAIS E OS EIXOS DE CIRCULAÇÃO E
como Relatório Brundtland. OS CUSTOS DE DESLOCAMENTO
Na Conferência Eco-92, o conceito de “satisfazer
as necessidades presentes sem comprometer a capa- Industrialização
cidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades”, além de ser a principal pauta de dis- O processo de industrialização do Brasil teve seu
cussão, tornou-se um dos pilares para a elaboração início no século XIX, com surtos industriais, principal-
do documento conhecido como Agenda 21, que bus- mente no Sudeste, no estado de São Paulo. Porém, foi
cava diminuir cada vez mais os impactos provocados somente com o declínio da lavoura cafeeira e com a
pelo crescimento econômico das nações, bem como o ocorrência da crise do modelo agrário exportador que
aumento do consumismo pelo mundo. ruiu com a crise de 1929 e a adoção de políticas indus-
Dentre as medidas de sustentabilidade propostas, triais com objetivos de substituir as importações. Con-
pode-se destacar: taram também com os incentivos governamentais,
que de fato proporcionaram um processo de Revolu-
z Redução ou eliminação do desmatamento; ção Industrial em nosso país.
z Reflorestamento de áreas naturais que foram A sociedade urbana e industrial, resultado de um
devastadas; intenso processo de êxodo rural, é um fenômeno que
z Preservação das áreas de proteção ambiental, ocorreu em nosso país de forma tardia e recente, ocor-
como reservas e unidades de conservação de rendo em um período de quase 200 anos de atraso em
matas ciliares; relação à Revolução Industrial que ocorreu na Ingla-
z Fiscalização mais rígida por parte dos governos terra por volta de 1750, no século XVIII.
para questões de degradação ambiental; A industrialização brasileira pode ser dividida em
z Adotar a política dos 3 R’s (Reduzir, Reciclar, Reu- fases que vamos listar a seguir:
tilizar) ou a política dos 5 R’s (Repensar, Recusar,
Reduzir, Reutilizar, Reciclar);
z Primeira fase (1500 — 1930);
z Contenção na produção de lixo e nas formas de
z Segunda fase (1931 — 1955);
descarte;
z Terceira fase (1956 — 1989);
z Redução na incidência de queimadas;
z Quarta fase (1990 - atualidade).
z Diminuição de gases poluentes na atmosfera lan-
çados por indústrias e veículos automotivos;
z Utilização de fontes de energias limpas e Primeira fase (1500 – 1808)
renováveis;
z Promover políticas de conscientização e educação Neste período, entre 1500 e 1808, nosso país estava
ambiental. preso a acordos que atendiam única e exclusivamente
aos interesses da Coroa Portuguesa, como por exemplo
O Brasil ocupa papel de destaque no cenário inter- o Pacto Colonial, no qual as colônias só podiam estabele-
nacional, pois nosso território, devido à sua dimensão cer relações comerciais com suas metrópoles. Este acordo
e volume de florestas nativas, tornou-se estratégico proporcionou grandes vantagens para os portugueses e
para a problemática ambiental no contexto inter- gerou uma série de déficits e atrasos para o nosso país.
nacional. Porém, os órgãos reguladores encontram O Brasil era um simples fornecedor de matéria-
dificuldades para execução e fiscalização das leis -prima e recebia em troca produtos manufaturados
ambientais brasileiras. ou semi-industrializados, já que existia uma política
Muitas atividades ligadas a setores como, por restritiva de desenvolvimento industrial no territó-
exemplo, o agroindustrial, provocam dualidade de rio brasileiro. Esta política era o Alvará de Proibição
pensamentos: os conflitos de interesses acabam se Industrial, que foi assinado por D. Maria I em 1785
tornando inevitáveis. e proibia a instalação de fábricas e manufaturas em
Por exemplo: como desenvolver o país e promover território nacional. O objetivo desse acordo era que os
crescimento na economia sem que ocorram agressões brasileiros continuassem empenhados na exploração
ao meio ambiente provocadas durante a execução de recursos naturais presentes em nosso território,
dessas atividades (um dos princípios da sustentabi- como por exemplo a extração do ouro e do cultivo de
lidade)? Em alguns casos, os setores que estão liga- gêneros tropicais. Os portugueses tinham a preocupa-
dos a essas atividades têm nos governos, em todas as ção que o desenvolvimento das atividades industriais
esferas de poder, aliados, e justificam-se dizendo que, e do comércio afetaria a mão-de-obra utilizada nas
para promover o desenvolvimento e o avanço da eco- atividades já citadas e dessa forma os lucros dos por-
nomia, a degradação é inevitável. tugueses diminuiriam de forma drástica.
O grande desafio dos governantes e da sociedade O ano de 1808 marca a chegada da Família Real Por-
civil é promover e implantar as políticas de sustenta- tuguesa ao Brasil e uma série de mudanças, dentre elas
bilidade, pois elas apresentaram crescimento conside- o processo de abertura dos portos para as nações ami-
rável nas últimas décadas. gas de Portugal e a revogação do Alvará assinado ante-
O Brasil passou a ser presença constante nos foros riormente por D. Maria I. Porém, esse processo pouco
de discussões sobre questões ambientais em nível alterou a realidade industrial brasileira e a depen-
internacional. Está, também, entre os maiores bene- dência dos produtos industrializados importados. A
ficiados por políticas financeiras internacionais que dependência, principalmente da Inglaterra, continua-
visam implantar políticas de desenvolvimento eco- va ocorrendo. Além disso, o governo que se instala no
nômico sustentável, de acordo com o relatório do Brasil, chefiado por D. João VI, concede grandes bene-
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente fícios aos ingleses, prejudicando e inibindo qualquer
326 (PNUMA). tipo de investimento no setor industrial do nosso país.
No período conhecido como Segundo Reinado, o JK estabeleceu o Plano de Metas, que tinha como
Brasil enfrentava vários problemas, e a adoção da Tari- slogan promover o crescimento do país “50 anos em
fa Alves Branco, que impunha uma série de impostos 5”. Dentre os principais objetivos do Plano de Metas
a produtos importados, proporcionou um desenvolvi- estavam a realização de investimentos nas seguintes
mento tímido do setor industrial, com alguns surtos áreas:
no século XIX, em especial na indústria têxtil.
Alguns acontecimentos que começam a mudar a z Educação;
realidade industrial do Brasil foram:
z Transportes;
z Energia;
z A assinatura de leis abolicionistas, que proibiam o
z Alimentação;
trabalho escravo e ampliavam o trabalho assala-
z Indústria de base.
riado e o mercado consumidor;
z Crises e tensões na Europa;
z Grande quantidade de matérias-primas; Dessa forma, o presidente e sua equipe de gover-
z Modernização da infraestrutura portuária, com no acreditavam que o país daria passos cada vez mais
destaque para o Porto de Santos e com o acúmulo largos para o desenvolvimento que todos tanto alme-
de capitais oriundos da lavoura de café. javam. Ocorreu a entrada de empresas multinacio-
nais, o que estimulou o setor de bens duráveis, como
Ainda assim, a realidade industrial brasileira con- por exemplo o setor automobilístico, fazendo com que
tinuava extremamente dependente da manufatura o governo brasileiro fizesse investimentos no setor de
estrangeira. transportes, em especial no setor rodoviário, causan-
do um problema que se arrasta até os dias atuais: a
Segunda fase (1931 – 1955) dependência do setor rodoviário. A chegada dessas
corporações internacionais foi provocada pelo fenô-
Já no século XX, em especial no período da 1ª Guer- meno conhecido como desconcentração industrial.
ra Mundial (1914 -1918), o Brasil se viu na obrigação Desconcentração industrial é o processo de des-
de adotar uma política industrial mais agressiva, pois locamentos de indústrias de regiões com elevados
os nossos principais fornecedores de produtos indus- níveis de industrialização, que acabaram tornando-
trializados estavam envolvidos no conflito que ocorria -se onerosos, com altos custos de manutenção, para
na Europa. regiões com menores custos para a manutenção da
Após a crise de 1929, que determinou a Quebra produção industrial. Nestes novos locais que recebe-
da Bolsa de Nova York, e as constantes crises que a
riam as indústrias, os custos com os fatores locacio-
lavoura cafeeira vinha passando, associados a uma
nais são menores.
mudança na política brasileira, ocorreu a chegada de
Getúlio Vargas ao poder e o Brasil começa a passar de A maior concentração de indústrias ocorria na
fato pela sua Revolução Industrial. região Sudeste, em especial no estado de São Paulo, por
No governo de Getúlio Vargas, foram adotadas conta de todo o histórico de importância que a região
medidas que visavam o aumento do investimento na exercia para a economia do país desde o período colo-
indústria brasileira, criando uma espécie de suporte nial, perpassando por vários ciclos econômicos. Neste
para as outras fases de industrialização que viriam a contexto, merece destaque a região do ABCD Paulista,
seguir. Vargas, com seu projeto nacionalista, investiu área de elevada concentração industrial.
na instalação de indústrias de base para a extração de Nos anos da ditadura militar, em especial no final
recursos minerais como por exemplo: dos anos 60 e começo dos anos 70, ocorreu o chamado
Milagre Econômico Brasileiro, época que o país apre-
z A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); sentava taxas de crescimento econômico em torno de
z A Vale do Rio Doce; 10% ao ano.
z A Companhia Siderúrgica do Pará (COSIPA); Esse crescimento é medido por meio do Produto
z A Companhia Siderúrgica de Minas Gerais Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas
(COSIMINAS); as riquezas que o país produz durante o período de
z A Eletrobrás — produção de energia elétrica; um ano, mas esse estudo também pode ser realizado
z E o projeto mais sucedido de Vargas, que foi a
de forma mensal ou trimestral, depende do objeto de
Petrobrás, que iniciou nos anos 40 em nosso país o HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
estudo realizado.
processo da extração de petróleo.
É importante destacar o processo de desconcentra-
ção das indústrias, que começa a ocorrer no período
Terceira fase (1956 – 1989)
em que os militares estão no poder. Nesse aspecto,
destacamos a instalação da Zona Franca de Manaus
Essa fase é marcada pelo início do processo de
internacionalização da nossa economia, promovido — um polo industrial na zona Norte do país, onde os
pelo presidente Juscelino Kubitschek, popularmente objetivos eram além de promover uma política de
conhecido como JK. Foi desenvolvido o processo de desenvolvimento regional, estabelecer um processo
abertura do mercado brasileiro para sediar as filiais de integração entre as regiões do país.
das grandes indústrias estrangeiras, em especial das Assim como ocorreu a instalação de indústrias na
automobilísticas. Esse período foi marcado por um região Norte, o mesmo aconteceu em outras regiões,
tripé econômico: sendo que esse processo é a principal características
da próxima fase.
z Capital Privado Internacional; Antes de iniciarmos a quarta e última fase da
z Capital Privado Nacional; industrialização brasileira, é importante destacar o
z Capital Estatal. processo de crise econômica ocorrido em nosso país
desde os anos 70, se intensificando nos anos 80 e se
estendendo até meados dos anos 90. 327
O mundo viveu uma grave crise econômica nos as desigualdades geradas pelo sistema terminam por
anos 70 ocasionada pelo 1º choque do petróleo, na resultar em “deseconomias de aglomeração”, ou seja,
qual ocorreu um aumento no valor do barril e esse em bloqueios. Parece que se assiste a um início de
mudança, porque os inconvenientes da concentração
aumento gerou reflexos em todo o mundo. Em nos-
começam a pesar mais que as vantagens.
so país, o choque do petróleo significou a retirada de
capitais pelos investidores, e esse episódio acabou
(Hervé Théry e Neli A. de Mello-Théry. Atlas do Brasil, 2018.
expondo a grande dependência que nosso país tinha Adaptado.)
em relação às questões econômicas e tecnológicas
perante as nações mais industrializadas. Entre os “inconvenientes” da concentração industrial,
Assim, com o agravamento da crise e elevação dos pode-se citar:
juros no mercado financeiro internacional, na década
de 1980, começa a ocorrer o processo de sucateamen- a) a eliminação de sistemas de cooperação devido à
to da indústria no Brasil. necessidade de redução de custos.
b) o comprometimento da concorrência devido à proxi-
Quarta fase (1990 - atualidade) midade das corporações.
c) a eliminação da hierarquização das empresas devido
Nos anos 90, o Brasil começa a adotar medidas à padronização de soluções.
impostas por organismos financeiros internacionais, d) o comprometimento da competitividade da produção
como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que devido à elevação dos custos.
visava promover a implantação de medidas neolibe- e) a propensão a monopólios devido à retirada de empre-
rais na condução da economia, privatizando empresas sas de nichos muito concorridos.
estatais (pertenciam ao Estado brasileiro), aumentan-
do o processo de internacionalização da economia. O colapso da infraestrutura das grandes metrópoles
/cidades brasileiras relacionados a transportes, ener-
gia, horizontalização da mancha urbana, contribui
Importante para o aumento dos custos de produção industrial, e
esses fatores contribuem para a redução de sua com-
Neoliberalismo: Conjunto de doutrinas econô- petitividade perante o mercado internacional. Respos-
micas que começam a serem implantadas no ta: Letra D.
mundo nos anos 70 e 80, em nações como EUA
e Inglaterra, que forma baseadas nas ideias libe- 2. (ESPM — 2019) Observe o mapa a seguir:
rais do pensador Adam Smith, e as ideias neo-
liberais visam reduzir a participação do Estado
(governo) na economia e permitir uma regulação
mais flexível na condução de ações econômicas
— o mercado age com mais intensidade. Para
a América Latina, essas ações foram impostas
pelo Consenso de Washington.
1. (FAC. ALBERT EINSTEIN — 2020) A concentração A maior concentração e distribuição das empresas
industrial nas regiões Sudeste e Sul é tamanha que pelo território brasileiro ocorre principalmente no
se torna necessário enfrentar o mais rápido possível Complexo Regional do Centro-Sul (Sul, Sudeste e
328 certa reorganização. De fato, a hiperconcentração e parte do Centro-Oeste), e pode ser explicada pela
elevada concentração populacional e da presença Lixívia e outras
de um mercado consumidor com maior renda, além renováveis Carvão
da quantidade de mão de obra. Resposta: Letra B. Outras não 1,4% 5,7%
renováveis
Fontes de Energia 1,4%
Lenha e Carvão
Fontes de energia são as matérias-primas utiliza- vegetal
das para a produção de energia, que movimentam 1,4%
máquinas de maneira direta ou indireta. São extraí-
das da natureza e precisam passar por processos de
transformação para gerar energia. Petróleo e
Derivados da
As fontes de energia são classificadas como reno- derivados
cana
váveis: hidrelétricas, energia solar, produção eólica 36,4%
12,0%
(ventos) e geotérmica (do calor proveniente do interior
da Terra), Biomassa (produzida a partir da utilização
de matérias-orgânicas), energia das marés (força das Hidráulica
ondas) e do hidrogênio (por meio do processo de rea- 12,0%
ção química entre oxigênio e hidrogênio que acaba
por liberar energia). As outras formas de energia são Gás natural
as não renováveis: combustíveis fósseis como o petró- 13,0%
Nuclear
leo, carvão mineral, gás natural e o gás de xisto, além
1,4%
da energia nuclear, produzida por meio do processo de
fissão (quebra) nuclear dos átomos de Urânio e Tório.
O mundo contemporâneo está diante do desafio de Fonte: epe.gov.br
utilizar cada vez mais energias não poluentes e renová-
veis, com o objetivo de reduzir os impactos da matriz
energética sobre o meio ambiente. No Brasil, já temos
programas de produção de energia com o objetivo de EXERCÍCIOS COMENTADOS
reduzir os impactos ambientais, como por exemplo a
produção de etanol para combustível veicular, que foi 1. (UNICAMP — 2020) O petróleo continua sendo a fon-
inserido em nosso país nos anos 70 a partir do Progra- te de energia mais importante do mundo. A posse de
ma do Álcool Brasileiro, principalmente a partir do 1º reservas, o transporte e a capacidade de refino figu-
choque do petróleo, ocorrido em 1973, que provocou
ram como elementos de soberania nacional e estraté-
aumentos consideráveis no valor de barril.
O Brasil destaca-se também pela produção de gicos em um mundo extremamente competitivo. Em
energia a partir de usinas hidrelétricas, com destaque relação ao petróleo no Brasil, é correto afirmar:
para as Usinas de Itaipu, Ilha Solteira, Belo Monte,
Cachoeira Dourada e Furnas. Em relação à energia a) As descobertas das reservas nacionais ocorreram a
eólica, merece destaque o crescimento apresentado partir dos anos 1980 e a Bacia de Campos (RJ) é hoje
na região nordeste na interface continente-oceano a principal produtora do país.
(litoral), especialmente a Usina de Prainha no Ceará. b) A extração nacional é cada dia maior, mas a inexistên-
A produção da energia solar, em especial no cinturão cia de oleodutos exige que o transporte seja realizado
do sol, localizado no Nordeste, e em várias usinas na
por meio rodoviário.
região Sul, também aumenta cada vez mais. Como evi-
c) A maior produção em terra provém do Estado do Rio
dência da biomassa temos o processamento de cana-
-de-açúcar e a produção de etanol. Grande do Norte e, em mar, do pré-sal situado entre os
Em relação às fontes de energia não renováveis, des- Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
tacamos a utilização de gás natural, que é importado da d) Apesar de possuir grandes reservas, especialmente
Bolívia. As poucas reservas de carvão mineral estão loca- com as descobertas do pré-sal, não há refino no país,
lizadas em estados da região Sul, principalmente Santa por isso os derivados são importados.
Catarina. O processo de extração e refino de petróleo é
realizado pela Petrobrás desde os anos 50, quando ocor- Os maiores volumes da produção de petróleo offsho- HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
reu sua inauguração e, nesse quesito, podemos destacar re (fora da área continental) do país estão na área
as reservas localizadas nas Bacias de Campos e Santos.
do Pré-Sal. Já a produção onshore (dentro do con-
Também é importante destacar a presença das reser-
vas de petróleo no pré-sal, localizado entre os estados de tinente) se concentra na Bacia Potiguar. Resposta:
Santa Catarina e Espírito Santo, totalizando uma área de Letra C.
mais de 800 km de extensão. Essa reserva de petróleo
está localizada a uma profundidade superior a sete mil 2. (UEL — 2020) Em novembro de 2007, foi anunciada a
metros abaixo do nível do mar, por baixo de uma cama- existência de extensos campos de petróleo na cama-
da de sal com espessura de 2 km, o que durante muito da pré-sal brasileira, como o de Tupi. Atualmente, esti-
tempo inviabilizou a sua exploração. Com o desenvolvi- ma-se que, em toda a sua extensão, a camada pré-sal
mento tecnológico, a Petrobrás já extrai grandes quanti- abrigue um total de 100 bilhões de barris de petróleo
dades de petróleo na região. Estima-se que as reservas em reservas, o que coloca o país no grupo dos maio-
no pré-sal ultrapassam 200 milhões de barris e, por
res produtores mundiais. Sobre o pré-sal, assinale a
conta dessas reservas encontradas, o Brasil passou a ser
autossuficiente na produção de petróleo. alternativa correta.
Em relação à energia nuclear, merecem destaque as
Usinas de Angra I e II, construídas nos anos 70, porém a) A produção petrolífera no Brasil é insuficiente para o
sem muita representatividade na matriz energética bra- consumo interno e, mesmo com a descoberta do pré-
sileira, que atualmente se divide da seguinte forma: -sal, o país depende da importação de petróleo pesado. 329
b) O petróleo encontrado no pré-sal localiza-se em bacias A questão do lixo
sedimentares, sendo as três principais a do Espírito
Santo (ES), a de Campos (RJ) e a de Santos (SP). Considerado como o grande desafio das autoridades
c) As formações do pré-sal no Brasil datam do período brasileiras, visto que o consumo do ser humano e a pro-
Quaternário da Era Mesozoica, mesmo período em dução de lixo só aumentam ano após ano. As dificulda-
que surgem os peixes e a vegetação nos continentes. des se potencializam com a coleta e o tratamento que
d) A extração de petróleo do pré-sal tem se mostrado ocorrem de forma inadequada, mesmo com a lei federal
ineficiente, sendo pequeno o volume extraído, em nº 12.305 de 2010, também conhecida como a Lei Nacio-
função das limitações técnicas e do elevado custo de nal de Resíduos Sólidos, que proíbe o descarte do lixo
exploração. coletado em lixões a céu aberto (o ideal é a construção
e) A profundidade em que se encontram as reservas do de aterros sanitários). O problema ainda persiste por
pré-sal impossibilita o risco de vazamentos e desas- falta de interesse dos agentes públicos em promover
tres ambientais, evitando prejuízos à biodiversidade. políticas para resolver a questão e também pela falta de
consciência da população em contribuir para amenizar
As reservas de petróleo que estão localizadas na os impactos deste problema. Como consequências deste
camada pré-sal são de boa qualidade. Estas reser- tipo de problema, temos a contaminação dos solos e dos
vas estão localizadas em profundidades que variam lençóis freáticos, por conta da produção de chorume, a
entre 6 e 7 km e situa-se logo após uma grossa produção de gases tóxicos e o aquecimento global.
camada de sal em bacias sedimentares recobertas
pelo mar como Santos, Campos e Capixaba. Na A poluição dos solos
atualidade, em relação a produção, a liderança é
das reservas presentes na Bacia de Santos, princi- Por conta da utilização de agrotóxicos no setor agrí-
palmente a parte localizada próxima ao estado do cola, a poluição dos solos acontece em consequência do
Rio de Janeiro. Resposta: Letra B. descarte incorreto dos produtos químicos utilizados no
meio rural. Nesse contexto, nosso país é um grande pro-
OS IMPACTOS AMBIENTAIS dutor agrícola e o país que mais utiliza agrotóxicos em
todo o mundo. Como impactos ambientais decorrentes
O histórico do agravamento dos impactos ambien- dessa situação, destacamos o processo de empobreci-
mento do solo, a contaminação dos lençóis freáticos e a
tais no Brasil e no mundo começa a ser alterado a par-
destruição da biodiversidade (flora e fauna).
tir dos anos 30, e, no nosso país especificamente, esse
fenômeno veio acompanhado do processo de indus-
Poluição do ar
trialização e de urbanização. Esses eventos propor-
cionaram um certo desenvolvimento do país, porém,
Nosso país está entre as nações que mais emitem
o desenvolvimento não veio acompanhado de legisla-
dióxido de carbono. Esse problema tem como prin-
ções adequadas que protegessem o meio ambiente das
cipais causas o crescimento da indústria e uma ele-
possíveis consequências de um crescimento industrial.
vada concentração de veículos automotivos. Porém,
O crescimento urbano e industrial, associado ao cres-
não podemos esquecer de destacar a emissão do gás
cimento populacional, são batalhas travadas cotidiana-
metano na atividade pecuária. Os impactos ambien-
mente para conter o avanço da degradação ambiental.
tais causados pela liberação dos gases do efeito estufa
(GEE) são: o aumento do buraco na Camada de Ozô-
O desmatamento
nio, o agravamento de mudanças climáticas provo-
cadas pelo aquecimento global e a contaminação da
Considerado como um dos mais antigos e mais água, comprometimento da fauna e da flora.
graves problemas ambientais que nosso país possui,
desde a chegada dos portugueses e dos diversos ciclos A poluição da água
de exploração este problema vem sendo agravado. O
processo de urbanização e crescimento das cidades, a Nos centros urbanos, principalmente, está asso-
expansão das atividades agropecuárias, a extração de ciada à falta de políticas para descarte do esgoto e
madeira de lei e a utilização das terras para a pecuá- tratamento. Pouco mais da metade dos domicílios bra-
ria extensiva foram determinantes para o agravamen- sileiros têm o sistema de coleta de esgoto e fornecimen-
to desta situação. Como consequências do processo de to de água potável, grande parte do esgoto doméstico
desmatamento, podemos destacar: a destruição da produzido em nosso país é lançado in natura direta-
biodiversidade, os processos de erosão e empobre- mente nos rios sem qualquer forma de tratamento.
cimento dos solos, a redução no ciclo das chuvas, o O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água
aumento das temperaturas e a questão do aquecimen- doce do mundo, porém, somente 4% é própria para o
to global. consumo de acordo com estudos da Agência Nacional
das Águas (ANA). Como consequências deste tipo de
As queimadas problema ambiental, destacamos a destruição e perda
da biodiversidade, falta de água com qualidade para o
Em sua maioria, estão diretamente associadas às consumo humano e uma queda na qualidade de vida
práticas de agricultura. Em nosso país, as queimadas da população, além do agravamento de doenças asso-
vêm aumentando de forma considerável nos últimos ciadas às questões citadas acima.
anos, vide os exemplos de 2020 ocorridos no Pantanal O Governo Federal, no mês de julho de 2020, san-
e na Amazônia. Como consequências das queimadas, cionou a Lei nº 14.026, promovida como o Marco de
destaca-se o aceleramento do processo de desertifica- Saneamento Básico, Lei que visa universalizar no
ção, a poluição do ar e o processo de empobrecimento território nacional os sistemas de coleta de esgoto e
330 dos solos. tratamento de água até o ano de 2033, promovendo
parcerias público-privadas para buscar resolver os O acordo conhecido como Protocolo de Kyoto foi
problemas que mais afligem os brasileiros, serão definido a partir da Conferência das Partes em 1997
investidos cerca de R$ 753 bilhões, totalizando R$ 47 realizada no Japão e contava com medidas para
bilhões por ano no setor. procurar combater o Aquecimento Global. Sua prin-
Dentre os problemas ambientais em zonas urba- cipal proposta era a redução de 5,2% das emissões
nas, podemos destacar a formação das ilhas de calor de gases de efeito estufa para os países desenvolvi-
(também conhecidas como micro climas), que são pro- dos, o combate intenso ao processo de queimadas
vocadas por retirada da cobertura vegetal, verticali- e a implantação de políticas nacionais de meio
zação das construções, o que acaba por impedir uma ambiente como a que é praticada pelo Brasil por
maior circulação dos ventos, circulação de veículos meio de organismos federais, tendo destaque o IBA-
automotivos e o processo de impermeabilização dos MA. Resposta: Números 1 e 2. Soma: 3.
solos, causando assim um aumento da temperatura
das áreas centrais em relação as áreas periféricas: tal 2. (UEL — 2020) No dia 25 de janeiro de 2019, ocorreu o
aumento pode chegar a 10ºC. rompimento da barragem da mina do Córrego do Fei-
Um outro problema ambiental dos centros urbanos é jão, localizado geograficamente na região metropoli-
a formação das chuvas ácidas que ocorrem em regiões tana de Belo Horizonte, resultando no maior desastre
com alto nível de poluentes na atmosfera. Ao entrar em com rejeitos de mineração e vítimas fatais, até então,
contato com as gotículas de água, os poluentes promo- registrado no Brasil.
vem o aumento da acidez da chuva e traz consequên- Sobre os impactos socioambientais desse desastre,
cias como: a destruição de lavouras agrícolas localizadas assinale a alternativa correta:
próximas a centros urbanos, a corrosão de monumentos
históricos e o aumento de doenças de pele. a) A lama que cobriu a bacia hidrográfica do rio Paraope-
Por último, vamos destacar o fenômeno da inversão ba, rica em matéria orgânica, ajuda no crescimento de
térmica. O evento ocorre principalmente em áreas urba- espécies vegetais aquáticas, o que contribui para a
nizadas com elevados índices de poluição, em especial recuperação do ecossistema da área atingida.
no inverno, da seguinte forma: a camada de ar poluído b) O rompimento da barragem poderia ter sido evitado se
impede a troca de ar na atmosfera (que é um fenômeno o sistema de alerta utilizado pela empresa responsá-
de ordem natural), esse impedimento faz que fique uma vel tivesse funcionado, avisando a população da área
camada de ar frio e poluído próximo à superfície. Esse a montante.
fenômeno gera uma série de doenças respiratórias. c) Os rejeitos de mineração provocaram a mutação em diver-
sas espécies da fauna que habitam a bacia do rio Paraope-
ba, tornando-as resistentes a esse tipo de material.
d) O rio Paraopeba pode ser recuperado utilizando-se
EXERCÍCIOS COMENTADOS medidas como o desassoreamento do leito e a bior-
remediação, mesmo sabendo que a recomposição da
fauna e da flora será lenta.
1. (UEM — 2020) Um dos grandes problemas ambientais e) O ciclo de vetores, responsável pela disseminação de
que o planeta enfrenta na atualidade são as queima- doenças foi pouco alterado, o que, para a população, é
das. No Brasil, 51,9%dos casos de queimadas ocorrem benéfico, pois impossibilita o surto de doenças como
na Amazônia. Só nesse bioma os casos cresceram a dengue e a febre amarela.
70% em 2019 em relação ao ano de 2018.
O desastre socioambiental causado pelo rompimento
(notícias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/
da barragem de resíduos de minério de ferro da Vale
redaçao/2019/08/21/o-que-esta-acontecendo-na-amazonia-
ambientalistas-explicam.htm).
do Rio Doce na cidade de Brumadinho, em Minas
Gerais, provocou impactos no rio Paraopeba, que é
um rio que faz parte da bacia hidrográfica do São
Sobre o assunto e conhecimentos correlatos, assinale Francisco, cuja nascente está no estado de Minas
o que for correto e apresente a somatória dos valores Gerais. Dentre os principais impactos provocados,
dos itens marcados. podemos destacar: a destruição de Matas Ciliares do
entorno dos rios, o processo erosivo das margens, o
1- ( ) Durante as queimadas ocorre intensa liberação de processo de assoreamento do leito do rio por conta do
dióxido de carbono que chega à atmosfera, o que inter- constante acúmulo de rejeitos, uma elevada redução
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
fere no efeito estufa e, consequentemente, no aqueci- da biodiversidade aquática e uma forte contamina-
mento global. ção dos recursos hídricos com comprometimento do
2- ( ) No Brasil, as queimadas ocorrem principalmente abastecimento de água para os moradores da região.
para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, Para que os problemas causados por este desastre
destruindo a vegetação e comprometendo a biomassa sejam sanados, são necessárias medidas interven-
e a biodiversidade. toras como, por exemplo, o processo de desassorea-
4- ( ) Políticas governamentais objetivando o controle mento e biorremediação, ações que podem contribuir
para a gradativa recuperação do rio em um período
de queimadas foram determinadas pelo Protocolo de
de longo prazo. Resposta: Letra D.
Kyoto, elaborado na Convenção sobre a Biodiversida-
de e a Convenção do Clima, durante a Rio-92.
INTEGRAÇÃO ENTRE INDÚSTRIA E ESTRUTURA
8- ( ) Apesar das condições pouco favoráveis, como as URBANA, REDE DE TRANSPORTES E SETOR
resultantes de uma queimada na Floresta Amazônica, AGRÍCOLA NO BRASIL
as espécies pioneiras, como gramíneas e líquens, con-
seguem se instalar, originando o processo de suces- O processo de urbanização potencializou e alterou
são primária. a dinâmica das cidades em todo o mundo. A estru-
16- ( ) Mesmo com a destruição da vegetação pelas tura urbana sofre profundas alterações, o processo
queimadas, o solo amazônico ainda terá boa fertilida- de industrialização que ocorreu e ocorre de forma
de devido à espessa camada de húmus que apresenta. dinâmica e acelerada, e o progresso sem controle, 331
passaram a exigir uma estrutura urbana que atendes- z A especialização das empresas;
se às necessidades das populações, tornando-se um z A inserção da mulher no mercado de trabalho.
ator coadjuvante deste processo, juntamente com o
setor industrial. Nos gráficos a seguir, podemos ver a participa-
Podemos afirmar que o processo de industriali- ção de cada setor na nossa economia e o processo de
zação é o acontecimento histórico que causou maior mudanças ocorridas desde 2016 — por conta da cri-
impacto ao espaço geográfico. Cada país passou por
se econômica mundial, causando assim a retração de
este processo em tempos históricos distintos, e isso
algumas atividades econômicas.
explica por que os espaços em nível mundial se tor-
naram tão heterogêneos. A relação existente entre
industrialização e urbanização pode ser compreendi- Variação Anual dos Sertores
da pela forma em que a indústria atua como agente de
transformação e modernização das sociedades, mes- Em %, ano a ano desde 2016
mo que não seja o único agente a contribuir para isso.
Dessa forma, são ampliados os fatores atrativos das
cidades, os elementos que são característicos do meio
urbano responsáveis por atrair os migrantes que são
oriundos das áreas rurais, fenômeno conhecido como
êxodo rural.
Êxodo Rural é o processo no qual ocorre a migra-
ção dos habitantes das áreas rurais para os centros
urbanos por diversos motivos: desemprego no campo,
busca por melhores condições de vida etc.
É importante salientar que o processo de
industrialização, acompanhado da mecanização da pro-
dução agrícola, gerou um grande contingente de traba-
lhadores urbanos, favorecendo assim o crescimento do
setor terciário — com grande relevância e importância
para nossa economia. Lembrando que o setor terciário,
também é conhecido como setor de serviços. As ativi-
dades econômicas desenvolvidas nestes serviços são as
mais variadas, como por exemplo: transporte, vendas,
distribuição da matéria que foi produzida pelo setor
secundário (indústria) proporcionando que esse produ-
to chegue até o consumidor final.
Dica
Lembre-se de que as atividades do setor terciá-
rio como turismo, serviços públicos, corretagem
de imóveis, hospitais, restaurantes, escolas e ati-
vidades financeiras em geral são consideradas
atividades de serviço útil ao consumidor, mas
não são consideradas como um produto final;
este setor é o que mais cresce atualmente e isto
tem uma relação com o momento atual do siste-
ma capitalista (financeiro e corporativo), que tem
como principal campo de atuação os serviços
de forma geral.
O texto acima refere-se ao contexto da Proclamação a) se apenas as afirmativas I, III e V estiverem corretas.
da República no Brasil e, nele, a autora faz menção aos b) se apenas as afirmativas II e IV estiverem corretas.
diversos argumentos republicanos de então. A esse c) se apenas as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
respeito, assinale a afirmativa incorreta. d) se apenas as afirmativas I, II, IV e V estiverem corretas.
e) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
a) Os republicanos procuravam atenuar os males do
Império afirmando que advinham menos do imperador 6. (DECEX — 2019) Durante o Período Regencial, ocor-
e muito mais da estrutura monárquica montada que o reram reformas que ficaram conhecidas como uma
levou a ser, ao mesmo tempo, o seu maior represen- “experiência republicana”, mas que acabaram por
tante e também a sua maior vítima. desatar forças até então contidas pelo unitarismo
b) Os republicanos traziam à tona as revoluções e pro- imperial. Por quase todo o período eclodiram revoltas
nunciamentos a partir da Inconfidência Mineira, afir- populares que procuraram alterar a ordem política e
social estabelecida.
mando que a República sempre fora uma aspiração
nacional e que a Monarquia era uma anomalia na
A respeito dessas revoltas, iniciadas, exclusivamente,
América, repleta de repúblicas.
no Período Regencial, é correto afirmar que:
c) Criticando a centralização excessiva do governo
monárquico e a fraude eleitoral que possibilitava ao
a) a Cabanagem, revolta ocorrida no Pará, reuniu índios,
governo vencer sempre as eleições, consideravam a
escravos e pobres insatisfeitos com a retirada da auto-
República a solução natural para os problemas, sendo nomia popular existente na região pelas assembleias
efetivada por um grupo de homens idealistas e corajo- gerais provinciais, criadas pelo Ato Adicional à Consti-
sos que conseguiram integrar o país às tendências do tuição de 1834.
período. b) a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, ini-
d) As arbitrariedades, os abusos do Poder Moderador, a ciada no Rio Grande do Sul, sem a participação das
manutenção da escravidão, a má gestão financeira e elites, foi motivada pelo sentimento republicano e
as guerras externas foram usadas como fatores da igualitário dos setores populares, insatisfeitos com a
progressiva impopularidade da monarquia. criação da Guarda Nacional, em 1831, da qual foram
e) Alguns republicanos afirmavam que a democracia impedidos de participar.
no Brasil tivera origens étnicas no povoamento, e a c) a Sabinada, desencadeada na Bahia entre 1837 e
Proclamação da República fora fruto da constituição 1838, foi uma revolta republicana liderada por Fran-
etnográfica, da transição para um regime de trabalho cisco Sabino, que pretendia unir as forças populares
agrícola e industrial, da propaganda republicana, da ao levante dos maleses, negros islamizados, que se
corrupção política e da deficiente administração do revoltavam desde 1834.
Império. d) a Balaiada, ocorrida no Maranhão e no Piauí, reuniu
setores populares, como camponeses, vaqueiros e
5. (DECEX — 2019) As críticas feitas na Europa pelo pen- escravos, liderados pelo fabricante de cestos Manuel
Francisco e o negro Cosme Bento.
samento ilustrado ao absolutismo assumiram no Bra-
e) a Rebelião Praieira, que eclodiu em Pernambuco entre
sil o sentido de críticas ao sistema colonial. No Brasil,
1848 e 1849, foi um movimento de cunho nitidamente
Ilustração foi, antes de mais nada, anticolonialismo.
social, com forte sentimento antilusitano, tendo sido
assim denominada devido ao fato de a sede do núcleo
(COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos
decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999, p. 26).
revoltoso se situar na rua da Praia.
O texto acima faz alusão aos movimentos anticolo- 7. (DECEX — 2019) Durante a República Velha, o presi-
dente Campos Sales criou as bases para a implan-
niais de fins do século XIX. A respeito do contexto his-
tação de um tipo de política que predominou do seu
tórico daquele período, analise as afirmativas a seguir:
governo à Revolução de 1930: a Política dos Governa-
dores. Tal política consistiu em:
I. Criticar a realeza e o poder absoluto dos reis significa-
va lutar pela emancipação dos laços coloniais. a) uma troca de favores entre os executivos federal e
II. Os estudantes que viajavam para o exterior, comple- estaduais no sentido de garantir a permanência no
tando seus estudos em Portugal ou na França, volta- poder dos mesmos grupos oligárquicos que se apoia-
vam imbuídos das novas ideias e se tornavam seus vam mutuamente.
principais propagandistas. b) uma política de intervenções nos estados que não
III. Nem as prisões, nem os exílios, nem os enforcamen- apoiassem a proposta de governo federal, baseada
tos foram capazes de deter a marcha do processo. na manutenção do poder concentrado nas mãos dos
Em vão a censura intentava impedir a divulgação das militares, no combate à corrupção e na diminuição da
342 ideias nocivas à ordem vigente. desigualdade social.
c) uma alternância das oligarquias paulista e mineira ( ) A produção industrial cresceu fortemente e aprofun-
no poder federal; por isso mesmo, ela também ficou dou o processo de nacionalização das empresas.
conhecida como política do café com leite. ( ) Houve expressivo crescimento da dívida e dependên-
d) um acordo entre as oligarquias cafeeiras e o gover- cia do financiamento externo.
no federal no sentido de se assegurar a intervenção
estatal na cafeicultura brasileira, de modo a promover a) V—V—F
a elevação dos preços do produto e, assim, assegurar b) V—F—V
os lucros dos cafeicultores. c) F—V—V
e) um pacto político feito entre Minas Gerais, Rio Grande d) V—F—V
do Sul e Paraíba, apoiando a candidatura de políticos e) F—F—V
desses estados à presidência da República até as elei-
ções de 1930. 12. (DECEX — 2016) Um programa conjunto dos governos
de 12 países da América do Sul que visa promover a
8. (DECEX — 2019) A eleição presidencial brasileira de integração física entre eles, por meio da modernização
1985 foi a última ocorrida de forma indireta, por meio da infraestrutura de transporte, telecomunicações,
ampliando a área de atuação do Mercosul, é conheci-
de um colégio eleitoral, sob a égide da Constituição de
do pela sigla:
1967. Nesse pleito, a vitória coube à Aliança Democrá-
tica, que, em síntese, foi:
a) IIRSA
b) ALCA
a) um pacto político, firmado por Tancredo Neves e Aure-
c) OTAN
liano Chaves, vice-presidente do país, no sentido de se d) IBGE
garantir, na disputa à presidência, apoio e votos para o e) ALADI
primeiro em troca de participação do segundo no futu-
ro governo. 13. (DECEX — 2019) A respeito da industrialização brasi-
b) um acordo entre os partidos da oposição moderada leira, é correto afirmar que:
para impedir que os partidos da esquerda lançassem
candidatos às eleições. a) a região Nordeste foi beneficiada pelo processo de
c) uma aliança política entre o PDS, partido do governo, e descentralização industrial, originada pelo afrouxa-
os partidos de oposição para assegurar que o regime mento das reinvindicações sindicais nessa região.
militar não fosse alvo de qualquer investigação. b) a concentração industrial na região Centro-Sul do país
d) uma aliança dos partidos de oposição contra o se deu principalmente pela acumulação de capitais
“Acordo de Minas” — pacto político que garantiria a propiciada pela cafeicultura, pela substituição do tra-
supremacia de Minas Gerais no novo cenário que se balho escravo por assalariado e pelo crescimento do
desenhava. mercado consumidor interno.
e) uma aliança feita entre o PMDB, principal partido da c) um fator importante no processo de descentralização
oposição, e a Frente Liberal, grupo formado por dis- industrial no país é a guerra fiscal, que consiste em um
sidentes do partido do governo, o PDS, em torno da certo tipo de competição entre as indústrias para se
candidatura da chapa Tancredo Neves/José Sarney. instalarem em determinada região, visando garantir o
acesso a recursos específicos e à venda para mercados
9. (DECEX — 2016) A Revolta dos Malês foi um movi- consumidores maiores ou com maior poder aquisitivo.
mento de escravos africanos, muitos dos quais eram d) a lavoura cafeeira paulista foi fundamental para a acu-
muçulmanos, ocorrido em 1835 na seguinte província: mulação de capitais do Estado e futuro investimento
industrial, principalmente por não ter empregado tra-
a) Maranhão. balho escravo e, assim, por desenvolver rapidamente
o maior mercado consumidor do país.
b) Grão-Pará.
e) a indústria brasileira teve início com a produção
c) Bahia.
de bens de consumo não duráveis, como automó-
d) Pernambuco.
vel, máquina de lavar roupas, televisão, entre outros
e) Minas Gerais.
equipamentos.
10. (DECEX — 2016) O Primeiro Governo Geral do Brasil foi 14. (DECEX — 2019) Leia a reportagem a seguir: HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
instalado em:
Espera por viagens de trem completa 20 anos com
a) São Luís. linha e estações destruídas
b) Fortaleza.
c) Olinda. [...] A atual administração do Distrito Federal fala na
d) Salvador. retomada do transporte de passageiro sobre trilhos.
e) Rio de Janeiro. A ideia é atender principalmente aos moradores de
cidades vizinhas da capital, ligando a Rodoferroviária
11. (DECEX — 2016) Analise as afirmativas sobre a inser- a Valparaíso (GO), onde sequer há terminal.
ção da economia brasileira no capitalismo mono-
polista dos pós II Guerra Mundial, colocando entre A promessa era colocar o trem para rodar em cará-
parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa ter experimental em março, com apoio financeiro do
verdadeira, e a letra F, quando se tratar de afirmativa governo federal. Mês passado, alegando não ter a
falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a verba da União, o governo do DF mudou a data para
sequência correta. o “começo de 2020”. No entanto, não há locomotiva,
vagão nem prédio para receber passageiros. Tampou-
( ) A dívida externa foi severamente reduzida e a econo- co, funcionários para operar as locomotivas. Os trilhos
mia nacional teve picos de crescimento. precisam ser restaurados. 343
O projeto do governo de Ibaneis Rocha (MDB) é mais 15. (DECEX — 2019) A respeito dos recursos energéticos e
comedido que o apresentado, em junho de 2013, pelo a produção de energia no Brasil, assinale a afirmativa
governo federal e os então governadores do DF, Joaquim correta.
Roriz (MDB), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Eles
anunciaram a retomada do transporte de passageiros a) Sempre a energia hidráulica foi dominante, uma vez
entre Brasília e Luziânia (GO). Colocariam as composi- que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em
ções para rodar sobre o trecho entre as estações Ber- recursos hídricos. Entretanto, cerca de 190.000 MW de
nardo Sayão, no Núcleo Bandeirante, e Jardim Ingá, potência hidráulica ainda não são usadas, principal-
bairro populoso de Luziânia. Tudo ficou em promes- mente na região Centro-Oeste, a qual poderia abaste-
sas, ampliadas por Roriz e Perillo, anos depois, para cer por proximidade os grandes centros consumidores
um trem de alta velocidade entre Brasília e Goiânia. do Sudeste.
b) O emprego da lenha no Brasil tem caído consideravel-
Antes de elaborar o projeto, comitivas de Goiás e do mente, mesmo pela dificuldade do manuseio dessa
GDF visitaram cidades da Itália, França e Alemanha fonte de energia e pela praticidade, redução de custos
para conhecer sistemas ferroviários e negociar com e aumento da distribuição do gás liquefeito de petró-
possíveis fornecedores. Mas o Ministério dos Trans- leo (GLP), vendido em botijões, o qual tem sido o subs-
portes apontou a inviabilidade do plano. [...] tituto direto da lenha nos domicílios brasileiros.
c) A desestatização do setor elétrico foi apenas parcial-
Inaugurada em 1968 para ligar a nova capital a Minas mente realizada: ocorreu em cerca de 70% da capaci-
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a linha férrea que dade de distribuição, mas em apenas 30% da geração.
parte da Rodoferroviária cruza áreas urbanas de gran- Isso levou a um colapso parcial do planejamento e à
de densidade, nas periferias de Valparaíso e Luziânia. crise do “apagão” de 2001, uma vez que os investido-
De lá, segue até Pires do Rio, no centro de Goiás. Mas res privados, preocupados com incertezas regulató-
são os 120 primeiros quilômetros que interessam ao rias, se mantiveram arredios a novos investimentos.
brasiliense e aos moradores das cidades vizinhas. d) A grande maioria das usinas elétricas que empregam
Pelos cálculos de especialistas, cerca de 600 mil pes- biomassa está localizada no estado de Pernambuco
soas poderiam ser beneficiadas pelo transporte de e usa o bagaço de cana, um subproduto da produção
passageiros, interrompido no trecho em 1992, com a de açúcar e álcool. Essa produção é garantida pelas
desativação da linha Bandeirante, que ligava Brasília a infraestruturas históricas que o estado tem no proces-
Campinas (SP). samento da cana, facilitando a produção e diversifi-
cando a economia desse estado.
Com a privatização da Rede Ferroviária Federal (RFF- e) O emprego da biomassa no Brasil é inviável para a
SA), no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), produção de energia devido à falta de disponibilida-
em 1997, a linha brasiliense foi transferida à Ferrovia de de recursos; à rápida industrialização e urbaniza-
Centro-Atlântica (FCA) por 30 anos, prorrogáveis por ção, implicando que a baixa produção não atende à
mais 30. Hoje, o trecho Brasília-Luziânia funciona demanda; e à inexperiência histórica com aplicações
sobre os escombros da linha férrea pontilhada de esta- industriais dessa fonte de energia, aliada à falta de
ções de passageiros. O ponto de partida é um cemité- tecnologia para a transformação da biomassa em
rio de trens. No pátio de manobras da Rodoferroviária, energia eficientemente utilizável.
dezenas de vagões, inclusive os que transportaram os
últimos passageiros, há 27 anos, estão expostos ao 16. (DECEX — 2019) Às vezes, os fenômenos de cresci-
vandalismo, tomados pelo mato. Vez ou outra rece- mento registrados em algumas regiões deprimidas
bem visita de grafiteiros. Do galpão para reparos, só não significam que as disparidades regionais estejam
sobrou o esqueleto. Saquearam todo o alambrado, em vias de diminuição ou de absorção. Se as ativida-
geradores, janelas, portas, pisos, pias. des recentemente instaladas são responsáveis por
relações privilegiadas com outras atividades locais ou
(Correio Brasiliense, 28/7/19, com adaptações). pela utilização de matérias-primas da região, é possí-
vel que os efeitos cumulativos assim provocados con-
Assinale a alternativa que retrate e explique a situação tribuam para reduzir os desníveis. Em caso contrário,
da falta de investimento na malha ferroviária em várias ocorre o crescimento estatístico, dito às vezes econô-
cidades do país. mico, mas não crescimento social ou socioeconômico.
a) A situação apresentada pela reportagem tem como (SANTOS, Milton. O Espaço Dividido: Dois Circuitos da Economia
Urbana dos Países Subdesenvolvidos. São Paulo: Editora
contexto o investimento do país fortemente voltado Universidade de São Paulo, 2008, p. 299 — 300).
para o automobilismo, resultando na precarização de
transporte coletivo pela rede ferroviária.
b) Os primeiros 120 quilômetros da linha férrea que parte De acordo com a citação de Milton Santos acima,
da Rodoferroviária não despertam o interesse econô- assinale a alternativa correta sobre os aspectos polí-
mico para que sejam reativados, motivo pelo qual a ticos, administrativos e socioeconômicos das regiões
linha foi privatizada. brasileiras.
c) A inviabilidade do plano se dá porque a demanda
para a linha Brasília-Luziânia não se compara com a a) A política de desenvolvimento estabelecida pelo
demanda das cidades europeias da Itália, da França e BNDES foi fundamental para o ordenamento territorial
da Alemanha. brasileiro. De 1952 até 2002, os investimentos contri-
d) O trecho da linha férrea entre a Rodoferroviária de Bra- buíram para a diminuição das disparidades espaciais,
sília e a divisa entre as goianas Luziânia e Cristalina estabelecendo uma política igualitária de distribuição
não possui interesse econômico para o devido funcio- dos recursos para o desenvolvimento nacional.
namento, por isso não foi privatizada. b) A política de privatização das estatais marcou o
e) A precarização do transporte ferroviário marca a fal- desenvolvimento econômico brasileiro na década de
ta de integração territorial do país; em compensação, 90. Nessa dinâmica, o BNDES garantiu que os serviços
tem-se investido na rede hidroviária, facilitando a com- privatizados chegariam às diversas regiões do Brasil,
344 pra de barcos pela população ribeirinha. diminuindo as desigualdades regionais.
c) O Estado brasileiro incentivou o desenvolvimento d) A dispersão dos limites metropolitanos, conurbando
regional por uma série de superintendências e da cria- os municípios, é fruto de uma racionalidade orquestra-
ção de polos de desenvolvimento. A especialização da entre o capital financeiro e o Estado, ambos foca-
produtiva do território foi determinada pelo planeja- dos no interesse de ampliar os benefícios dos grandes
mento estatal, obstruindo a influência corporativa das centros urbanos para as áreas periféricas, diminuindo
transnacionais. a desigualdade social e a segregação espacial.
d) A partir da década de 90, o Brasil passou a ser incor- e) A rede de transporte, de comunicação e de produção
porado, cada vez mais, ao sistema produtivo mundial, das grandes aglomerações urbanas traz benefícios
o que fortaleceu a indústria nacional, modernizou o não só para as empresas como também para os tra-
balhadores e moradores, pois concentra o circuito
circuito produtivo e a rede de transporte e consolidou
produtivo em redes aproximadas. Isso facilita a cir-
a integração nacional.
culação do trabalhador e do consumidor e possibilita
e) A política socioeconômica e administrativa brasileira que áreas periféricas da metrópole sejam beneficia-
possui a tradição de pensar o desenvolvimento do das pela centralização dos serviços e infraestruturas
país tendo os grandes projetos nacionais como prio- urbanas.
ridade, o que beneficia, na maioria das vezes, as gran-
des corporações. 20. (DECEX — 2016) Marque a alternativa correta com rela-
ção ao agronegócio e a formação de cidades no Brasil.
17. (DECEX — 2016) A região brasileira que, desde o final
da década de 1960, tornou-se a segunda mais urbana a) A utilização intensiva de máquinas pesadas no pro-
do país é a: cesso produtivo dificulta a formação de cidades.
b) A participação de grande número de trabalhadores
a) Região Sudeste. na produção de soja e milho atrai serviços urbanos e
b) Região Sul. favorecem a formação de cidades.
c) Região Centro-Oeste. c) É possível identificar diversas áreas nas quais a
d) Região Nordeste. urbanização se deve diretamente ao agronegócio
e) Região Norte. globalizado.
d) A instalação de indústrias processadoras contribui
18. (DECEX — 2016) Analise as afirmativas sobre as Metró- para a concentração de serviços e, consequentemen-
poles Brasileiras, colocando entre parênteses a letra te, para a dispersão espacial de vilas urbanas.
V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, e) Os grandes investimentos no agronegócio garantem
quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale pleno desenvolvimento urbano nas áreas de produção.
a alternativa que apresenta a sequência correta.
3 C
a) V—F—V
b) V—V—F 4 A
c) F—V—V
d) V—F—F 5 E
e) F—V—F
6 D
19. (DECEX — 2019) A respeito da metropolização das 7 A
cidades brasileiras, assinale a afirmativa correta.
8 E
a) O processo de metropolização é fenômeno caracte-
rístico de centros urbanos ricos com necessidade de 9 C
expandir ainda mais a riqueza por meio do trabalho no 10 D
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL
circuito produtivo, ampliando o mercado consumidor
e democratizando o uso e a ocupação do território 11 E
urbano.
b) As metrópoles surgem em resposta ao processo de 12 A
globalização, pois as cidades que sediam as princi-
13 B
pais empresas multinacionais acabam por se tornar
centrais de comando e poder e reproduzir o padrão 14 A
e o circuito produtivo dos países desenvolvidos. Isso
transforma as diversas cidades em realidades muito 15 C
homogêneas entre elas, o que resulta na democratiza-
ção do uso e ocupação do espaço, e do consumo e do 16 E
acesso aos bens e serviços de forma mundial. 17 C
c) A metropolização é caracterizada pelo espraiamento
da ocupação do território para além dos limites muni- 18 C
cipais, ao mesmo tempo em que centraliza o capital,
os serviços, o trabalho e as principais infraestruturas 19 C
urbanas; o processo desigual de ocupação e uso do 20 C
território segrega a sociedade e fragmenta o espaço. 345
ANOTAÇÕES
346
O objetivo, ou o propósito, do texto se encontra
em meio à leitura e é possível de se identificar e com-
preender apenas a partir de uma leitura atenta que
vai além do que está escrito. Bem como mencionado
INGLÊS
anteriormente, a identificação de quem é o autor e o
narrador, a quem se destina o texto, o contexto nele
presente, o assunto tratado e a linguagem empregada,
são elementos cruciais para o entendimento do servi-
ço a que se presta o texto.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES O propósito pode ser relatar um fato, contar novi-
dades, listar ou enumerar itens, reportar um crime,
Para realizar uma leitura bem-sucedida em outro expor uma opinião, entre muitas outras possibilida-
idioma, é preciso estar atento a alguns métodos e des que deverão ser observadas no decorrer da lei-
recursos capazes de auxiliar a interpretação textual. tura. Alguns marcadores como nomes, datas, locais,
dados, estatísticas, números em geral, pronomes de
COMPREENSÃO tratamento, podem servir como indicativos do propó-
sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-
Compreender é a capacidade de assimilar, inter- sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
pretar e perceber o significado de algo. Compreender
um idioma significa entender a coerência das infor-
mações de sua comunicação. O objeto da compreensão
da língua inglesa pode estar situado em diferentes for-
mas de comunicação, para cada qual existem manei-
COMPREENDER A UTILIZAÇÃO
ras mais apropriadas e adequadas de identificar o DE MECANISMOS DE COESÃO E
sentido, o propósito, o contexto, o estilo, a técnica e as COERÊNCIA NA PRODUÇÃO ESCRITA
informações presentes na mensagem.
Ao buscar compreender o sentido e o propósito COMPREENSÃO ESCRITA
de um texto na língua inglesa, faz-se necessário iden-
tificar elementos chave capazes de sintetizar infor- Quando se trata de compreender o sentido lexical,
mações, decodificar signos linguísticos, entender a
semântico e gramatical de um texto na língua inglesa,
semântica, ou seja, o sentido do texto, bem como seu
utilizamos recursos que partem de princípios simples:
propósito. Estes elementos podem estar presentes nos
identificação dos principais elementos do idioma,
aspectos gramaticais do texto, um dos tópicos essen-
ainda que partindo de um panorama básico de com-
ciais para o estudo da interpretação textual, mas
podem também ser percebidos no contexto, no recor- preensão e fluência no idioma. São eles:
te, no tipo de linguagem (formal, informal, técnica
etc.), no vocabulário utilizado, entre outros elementos z Gramática básica (tempos verbais, adjetivos, advér-
estratégicos para a interpretação correta do texto. bios e pronomes);
Para que o leitor compreenda o sentido do texto, z Vocabulário básico (substantivos);
antes de qualquer leitura direta, é primordial que se z Expressões idiomáticas (contexto cultural);
faça um processo de escaneamento do texto em bus-
ca de palavras-chave e informações que indiquem a A partir de um breve conhecimentos dos itens
quem o texto se direciona, quem é o autor e seu nar- mencionados, de maneira geral e simplista, é possí-
rador, a qual categoria textual ele pertence (artigo, vel partir para uma leitura geral do que está escrito e
crônica, conto, carta, bilhete etc.) e qual o assunto tra- compreender a mensagem. É, no entanto, importante
tado. A partir desta coleta de informações, é possível ler nas entrelinhas enquanto se decodifica uma men-
iniciar a leitura inicial, que irá buscar identificar o sagem escrita, isso significa ser capaz de identificar o
sentido do texto. O sentido indica o que o interlocutor gênero textual, o tipo do narrador, o objetivo da men-
quer dizer com que propôs escrever. A capacidade de sagem e o contexto em que ela está inserida.
identificar o sentido está intrinsecamente ligada ao
conhecimento e à identificação de:
z Palavras;
z Expressões idiomáticas;
COMPREENDER DE QUE FORMA
z Verbos frasais; DETERMINADA EXPRESSÃO PODE
z Tempos verbais; SER INTERPRETADA EM RAZÃO DE
z Contextos;
z Aspectos culturais e sociais; ASPECTOS SOCIAIS E/OU CULTURAIS
z Adjetivos, advérbios e pronomes;
COMPREENSÃO ORAL
INGLÊS
Quando produzimos oralmente em outro idioma, z “He had a way with kids, he loved baby-sitting” (Ele
é possível que existam empecilhos que barrem a flui- era bom com crianças, ele amava ficar de babá)
dez da comunicação, dependendo da mensagem que
se pretende passar, do nível de conhecimento que se Observe que a palavra way, encaixada em diferen-
possui do assunto, suas palavras e expressões adja- tes contextos, ganhou diferentes significados. No pri-
centes. Para que ela seja realizada de maneira correta meiro trecho sobre culinária, way significa “jeito” ou
é necessário: “maneira”; no segundo sobre direção e trânsito, way 349
adquire o significado de “caminho”; já na terceira ora- temos com nossos amigos, família e pessoas próximas
ção, sobre crianças, a expressão to have a way with é sempre marcada por certo grau de intimidade e é
(something/someone) significa “ser bom em algo”, “ter permeada de simplicidade. Ela pode apresentar:
aptidão pra fazer algo”.
O correto uso vocabular para cada contexto z Gírias e expressões: muitas delas são construções
expressa o conhecimento do autor diante daquilo que do grupo social em que o indivíduo vive e podem
se propõe tratar em seu texto. A interlocução preten- estar muito, moderadamente ou pouco presen-
dida na produção, por sua vez, trata-se da relação tes na forma de comunicar uma mensagem; elas
entre o interlocutor e receptor da mensagem. O públi- surgem da oralidade e fazem parte de conversas
co em questão, ou seja, a quem se destina a mensa- cotidianas; a internet, hoje, também tem um papel
gem, deve ser capaz de entender o assunto recortado importante no surgimento e propagação de novas
pelo autor. De nada adiante ter pleno conhecimento gírias e expressões que são incorporadas no voca-
de um assunto e não saber adaptar o discurso em prol bulário, em especial da juventude.
do público-alvo da mensagem. Ex.: She was all, like, nervous about it so I told her to
Esta prática muito se assemelha ao trabalho dos chill and call me asap (Ela estava toda, tipo assim,
jornalistas que, por vezes, coletam dados completos nervosa sobre isso então eu disse pra ela relaxar e
sobre economia e política e precisam adaptar a comu- me ligar assim que possível)
nicação e a linguagem, modificando ou substituindo
termos difíceis, a fim de transmitir uma notícia para z Apelidos: os apelidos fazem parte da relação entre
uma população leiga no assunto. Este tipo de recur-
as pessoas e podem marcar a forma como um indi-
so, faz com que o autor ou emissor da mensagem seja
víduo se dirige ao outro, indicando o grau de pro-
sensato na escolha de palavras e obtenha sucesso na
ximidade entre eles; muito comum entre amigos e
comunicação da mensagem que pretende passar.
familiares, os apelidos são sempre informais.
Ex.: Sis was telling me all about her trip. (Minha
CONVERSAS FORMAIS E INFORMAIS
irmã estava me contando tudo sobre sua viagem /
Sis – abreviação ou gíria provinda da palavra sister)
Uma das maiores vantagens da comunicação é sua
fluidez, ela se adapta, se transforma e é utilizada de
z Contrações: as contrações de palavras e verbos
diferentes maneiras em cada contexto a qual é inse-
são muito comumente utilizadas e tem até mesmo
rida. Quando em ambientes mais formais, como no
sido incorporadas na linguagem formal, por serem
meio acadêmico, profissional ou literário, a etiqueta
muito recorrentes na comunicação; mas é sugeri-
exige certo grau de formalidade para que a comuni-
do que elas sejam aplicadas apenas em ambientes
cação seja efetiva e as conversas devem seguir um
padrão, o padrão da norma culta da língua. Na língua informais.
inglesa, alguns indicadores expressam formalidade Ex.: They would’ve loved to meet you, I’d bet on it.
com mais clareza ou evitam que a conversa seja carac- (Eles teriam amado te conhecer, eu aposto).
terizada como informal, são eles:
— Wow, I love your new pants! They are beautiful. ENGLISH PORTUGUÊS
Where did you get them? — said the American girl
— Excuse me??? — the English man replied with a Chocolate Chocolate
surprised expression on his face.
— Your new pants... Why? What’s wrong? — She Different Diferente
had her eyes wide open. Constant Constante
— Oh, you mean my trousers? Yeah, they great. I
bought them at the shop downtown. — he finally un- Music Música
derstood what she meant.
— What did you think I was talking about first? — Interesting Interessante
she, on the other hand, was still confused with the who- Present Presente
le conversation.
— Well... My pants, the ones that go under my trou- Important Importante
sers. — he explained
— Oh, you mean, your underwear? Gosh, that’s em- Falsos cognatos
barrasing. — she flushed.
Actual Verdadeiro
— Uau, eu amei suas cuecas novas! Elas são lindas.
Onde você as comprou? — disse a garota americana. Parents Pais
— O quê???? — o homem inglês respondeu com
uma expressão de surpresa em seu rosto. Relatives Parentes
— Suas cuecas... Por quê? O que há de errado? —
Beef Carne bovina
ela estava de olhos arregalados.
— Ah, você quer dizer minhas calças? Sim, elas são Fabric Tecido
ótimas. Eu as comprei na loja no centro da cidade. —
ele finalmente entendeu o que ela quis dizer. Pretend Fingir
— Do que você achou que eu estava falando an-
Order Pedir
tes? — ela, por outro lado, ainda estava confusa com
a conversa toda.
— Bem... minhas cuecas, aquelas que vão por de- Dica
baixo de minhas calças. — ele explicou.
— Ah, você quer dizer sua roupa de baixo? Meu Por via das dúvidas quanto ao uso de uma palavra
Deus, isso é tão constrangedor. — ela corou. e seu significado, alguns renomados dicionários
como o Oxford Dictionary e o Merriam-Webster
No diálogo anterior, há uma clara confusão e difi- Dictionary possuem suas versões online hoje,
culdade de comunicação por causa de sinônimos que o que pode auxiliar o estudante a conferir rapi-
em outros países possuem diferentes significados para damente em seu computador ou celular se uma
a palavra calças. No inglês britânico, calças é trousers palavra é cognata ou não.
e roupa íntima é pants; já no inglês americano calças é
pants, e underwear é roupa íntima. A confusão reside
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
na ideia de que os sinônimos dependem inteiramente
do contexto em que a palavra se encontra, dependen-
Todo idioma possui uma gama de expressões
do da cultura, do país, do contexto social, uma palavra
será mais adequada para aquela situação ou não. idiomáticas oriundas de sua cultura, do folclore, dos
costumes e as interações entre grupos sociais em um
país. As expressões idiomáticas no inglês são frases
INGLÊS
COGNATOS
que não significam exatamente o que se esperaria tra-
Cognatos são palavras que possuem a mesma gra- duzindo-as ao pé da letra. Em alguns casos, as expres-
fia (ou grafia semelhante) e o mesmo significado em sões possuem equivalente na língua portuguesa, em
dois idiomas. Algumas palavras no inglês são exata- outros são tão característicos daquela cultura que
mente iguais no português e possuem o mesmo signi- sequer possuem um equivalente direto e precisam ser
ficado, ainda que a sua pronúncia seja diferente. Estas explicadas com outras palavras. 351
Algumas expressões são utilizadas em conversas ESTRATÉGIAS PARA INTERPRETAR TEXTOS
comuns do cotidiano, cada qual tem sua peculiari-
Na hora de interpretar um texto em inglês, antes
dade, sem regras que padronizem seu uso. Basta um
mesmo de se iniciar a leitura, deve-se responder à
conhecimento mais popular do idioma, através de algumas perguntas que identificam pontos cruciais
músicas, filmes, séries e vídeos, para ser capaz de do texto, capazes de estabelecer critérios úteis para
identificar quando uma expressão não quer dizer o facilitar a interpretação no momento em que a leitura
que ela literalmente significaria ao ser traduzida. Con- será realizada. Confira a seguir:
fira uma lista de expressões idiomáticas comuns na
língua inglesa: z Identificar quem é o autor;
z Identificar quem é o narrador (por vezes é o pró-
prio autor);
To make a long face Fazer cara de desgosto z Identificar a quem o texto se dirige, seu público;
z Identificar o gênero textual em questão;
To make something up Inventar uma história
z That knockout was the highlight of the boxing match (Aquele nocaute foi o ponto alto da luta de boxe).
z Angelina Jolie was a knockout in that beautiful black dress (Angelina Jolie estava um nocaute naquele lindo
vestido preto).
Veja que, na primeira oração, o interlocutor fala de um nocaute com o sentido exato da palavra; já na segunda
oração, a ideia de “nocaute” é conotativa, pois apenas ilustra e transmite as impressões do interlocutor de forma
metafórica devido à aparência da atriz – ou seja, a beleza era tanta que “nocauteou” aqueles que a avistaram em
seu vestido preto.
Algumas expressões idiomáticas são úteis para a construção de orações no sentido conotativo, pois indicam
ideias metafóricas que apenas simbolizam o contexto real. Veja na tabela a seguir alguns exemplos de frases cono-
tativas, com suas traduções literais e também o sentido real.
Os exemplos anteriores podem exemplificar de maneira clara a noção de que nem sempre as orações em
inglês poderão ser traduzidas de modo literal, pois possuem sentidos completamente diferentes da tradução ori-
ginal, afinal, sua intenção é metafórica, figurativa, configurando-se, assim, conotativa.
A simplicidade do sentido denotativo, por outro lado, pode ser observada na sua construção, pois cada pala-
vra expressa o seu próprio sentido semântico, sem que haja qualquer tipo de representação figurativa. Confira a
seguir a tabela a seguir com exemplos de orações denotativas e seus significados.
Quinn said she was not ready to be a mom. Quinn disse que ela não estava preparada para ser mãe.
Would you like a glass of water? Você gostaria de um copo de água?
Could she help me with my homework? Ela poderia me ajudar com a minha lição de casa?
She received a letter from her friend. Ela recebeu uma carta de sua amiga.
Why were they working so late last Friday? Por que eles estavam trabalhando até tão tarde na sexta-feira?
353
Note que, nas orações anteriores, não há jogo de palavras ou expressões incomuns que indiquem algo além do
que as palavras de fato significam, pois a intenção é realmente expressar-se de modo literal, “sem rodeios”, sem
metáforas.
SINONÍMIA E ANTONÍMIA
Sinonímia e antonímia são recursos linguísticos opostos de um idioma na construção vocabular. Os synonyms
(sinônimos) são palavras distintas que possuem o mesmo sentido e significado, no entanto, podem ser mais ou
menos formais dentro do contexto em que são inseridos. Já os antonyms (antônimos) são palavras com sentidos
opostos.
É válido ressaltar que muitas vezes palavras sinônimas, apesar de terem o mesmo sentido, podem ganhar
novos significados na oração em que estão inseridas, pois são usadas de acordo com as necessidades comunica-
tivas do interlocutor, que pode intencionalmente escolher a que mais se adeque às suas preferências e ao modo
que pretende comunicar a mensagem.
Um exemplo disso é a questão da coloquialidade versus a formalidade da comunicação, bem como o uso de
palavras que soem mais enfáticas e preponderantes para efeito de estilo. Confira a seguir tabelas com alguns
sinônimos e seus significados.
SYNONYMS
O conhecimento de palavras antônimas pode auxiliar os estudantes da língua inglesa no aprofundamento dos
estudos vocabulares, facilitando, assim, a compreensão e interpretação de texto. Observe a seguir a tabela com
palavras antônimas e seus significados.
ANTONYMS
Go Ir Come Vir
Há ainda casos de antônimos de palavras que possuem a mesma raiz, mas que são acrescidas de um prefixo
para identificar a ideia de oposição. 355
Estes prefixos podem ser in-, um-, dis-, mis-, im- ou ir-. Veja exemplos na tabela a seguir com os antônimos e
seus significados:
PRONOMES POSSESIVOS
Os pronomes possessivos, também conhecidos como pronomes substantivos expressam pertencimento de algo
a alguém. No caso da língua inglesa, existem dois grupos de possessivos, os possessive adjectives e os possessive
pronouns. Trataremos dos adjetivos possessivos adiante neste material, vejamos, por hora, o caso dos pronomes
possessivos, cuja função é substituir o nome próprio ao final da oração, como objeto da oração, sem qualquer
flexão de número ou grau. Confira:
É comum ao falante de língua portuguesa se confundir e utilizar o pronome possessivo your (seu, sua) para se
referir aos sujeitos da primeira pessoa do singular he, she e it, pois em português é possível a construção de uma
oração como “ela ama seus pais”, considerando que “seus” é pronome possessivo referente ao sujeito ela; estaria
errada, no entanto, a tradução pé da letra “she loves your parents”, pois o pronome possessivo your se refere ao
sujeito You, o correto, então, seria “she loves her parents”
PRONOMES REFLEXIVOS
Estes pronomes são utilizados para concordar com o sujeito inicial da oração, eles sempre aparecem logo após
o verbo. Vale ressaltar que os pronomes reflexivos são usados apenas um grupo específico de verbo na língua
inglesa, propriamente reflexivos. Confira a seguir alguns exemplos.
I check it myself.
MYSELF A mim, a mim mesmo, -me
Eu chequei eu mesmo.
Don’t blame yourself.
YOURSELF A ti, a você mesmo, -te, -se
Não se culpe.
358
He taught himself how to play the guitar.
HIMSELF A si, a si mesmo, -se
Ele ensinou a si mesmo como tocar o violão.
She promised herself she wouldn’t go.
HERSELF A si, a si mesma, -se
Ela prometeu a si mesma que não iria.
The machine did it itself.
ITSELF A si, a si mesmo/a, -se
A máquina o fez por si mesma.
We can start the presentation ourselves.
OURSELVES A nós, a nós mesmos, -nos
Nós podemos começar a apresentação nós mesmos.
You should take care of yourselves.
YOURSELVES A vós, a vocês mesmos, -vos, -se
Vocês devem cuidar de si mesmos.
They can help themselves.
THEMSELVES A si, a eles mesmos, a elas mesmas, - se
Eles mesmos podem se servir.
Além destes pronomes, temos dois tipos especiais de pronomes, os demonstrativos ou relativos e os indefini-
dos. Os pronomes demonstrativos são usados para indicar algo durante a oração, são eles: this (este, esta, isto),
these (estes, estas), that (aquele, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos:
Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração, são eles: that (que), which (o
qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns exemplos:
This is the bus which takes me home (Este é o ônibus que me leva para a casa)
Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?)
He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso)
The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido).
I never knew that sang. (Eu nunca soube que você cantava)
Já os pronomes indefinidos são aqueles que acompanham o substantivo de maneira imprecisa, ou seja, sem de fato
identificar quem ou o que é o pronome através de algumas palavras específicas. Observe a tabela com alguns exemplos:
PRONOMES INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos são elementos linguísticos usados em perguntas para as quais as respostas são um
nome. Observe a seguir a tabela:
No inglês, temos duas classes de artigos: artigo z Usa-se o the para falar de pontos específicos do glo-
definido e indefinido, sendo o artigo definido o the (o, bo terrestre.
a, os, as) e os artigos indefinidos o a, an (um, uma, uns,
umas). Algumas regras devem ser aplicadas para o The Equator is a pointer for countries’ weather (O
uso correto do artigo definido the. Confira: Equador é um indicador para o clima dos países)
They were discussing the Greenwich meridian sca-
z Não se deve usar o artigo the antes de nomes pró- les. (Eles estavam discutindo sobre as escalas do
prios, como Joana, Bianca, Vancouver, São Paulo meridiano de Greenwich)
etc.).
z Usa-se o the antes de nomes de fluviais como rios,
Incorreto: The Bianca is a very nice girl” (A Bian- mares, canais e oceanos.
ca é uma garota muito legal)
Correto: Bianca is a very nice girl (Bianca é uma The Nile is the longest river on Earth. (O Nilo é o
garota muito legal) rio mais longo do mundo)
They sailed through the Pacific Ocean. (Eles veleja-
ram pelo Oceano Pacífico)
Importante!
z Usa-se o the antes de áreas geográficas do plano
Há uma exceção para o caso de nomes próprios,
cartesiano (norte, sul, leste, oeste etc.)
pode-se usar o artigo the quando falamos de
uma família de pessoas usando seu sobrenome,
The northeast of Brazil is a dry place (O nordeste do
Ex.: the Martins (os Martins), the Kennedy (os Brasil é um local árido)
Kennedy), the Willsons (os Willsons), etc. They went to the south. (Eles foram para o sul)
z Não se deve usar o the antes de substantivos que z Usa- se o the antes de adjetivos que tomam forma
expressam ideia de generalização, caso contrá- de substantivos no plural.
rio a ideia expressa passa a ser sobre um grupo
específico. She could smell the flowers from her room. (Ela
podia sentir o cheiro das flores de seu quarto)
Incorreto: The monkeys eat bananas (Os macacos They love driving the race cars. (Eles amam dirigir
comem bananas) os carros de corrida)
Correto: Monkeys eat bananas (Macacos comem
bananas). z Usa-se o the antes de nomes de grupos de ilhas,
cadeias, montanhas e golfos.
z Não se deve usar o the antes de idiomas, como Ger-
man, English, French, Italian etc. They went to the Bahamas. (Eles foram para as
Bahamas)
Incorreto: They study the Portuguese at school. She visited The Maldives on her birthday. (Ela visi-
(Eles estudam o português na escola) tou as Ilhas Maldivas em seu aniversário)
Correto: They study Portuguese at school. (Eles
estudam português na escola) z Usa-se o the antes de países com nomes compostos
ou que expressam plural.
Observe agora os casos em que se deve utilizar o
artigo the: The USA fought against Germany. (Os Estados Uni-
dos lutaram contra a Alemanha)
z Usa-se o the antes de substantivos únicos em sua Have you ever been to The Netherlands? (Você já
espécie ou para referir-se a um único ser de modo esteve nos Países Baixos)
específico:
z Usa-se o the antes de nomes de jornais, bancos e
The ocean is still a mystery. (O oceano ainda é um instituições privadas bem como ONGs e órgãos
mistério) públicos:
The blue macaw is endangered. (A arara-azul está
ameaçada de extinção) The UNO decided to stop violence. (A Organização
360 The cat was missing (O gato estava perdido) das Nações Unidas decidiu parar a violência)
The New Yorker just tweeted about it. (O New Yor-
ker acabou de tuítar sobre isso) SINGULAR E PLURAL
The National Bank was bankrupt. (O Banco Nacio-
nal estava falido) Os substantivos são responsáveis por nomear os
seres, podendo eles serem objetos, pessoas, lugares,
z Usa-se o the antes de nomes de instrumentos musi- emoções, fenômenos da natureza, animais etc.. Den-
cais, ritmos e danças. tre todos os elementos importantes de serem apren-
didos em um outro idioma, os substantivos compõem
She loves to play the piano (Ela ama tocar piano) uma classe de palavras cruciais para a construção
They were playing the tuba. (Eles estavam tocando de um bom aprendizado na língua inglesa, pois é a
tuba) partir deles que se constitui um vasto conhecimento
The tango is an Argentinian dance (O tango é uma de vocabulário. Podemos classificar os substantivos
dança argentina) em dois grupos: proper nouns (substantivos próprios)
z Usa-se o the antes de nomes de construções e obras e common nouns (substantivos comuns).
famosas.
TIPOS DE SUBSTANTIVOS
We just saw the Eiffe Tower (Acabamos de ver a
Torre Eiffel) PROPER NOUNS EXEMPLOS SIGNIFICADO
The Coliseum is outstanding! (O Coliseu é incrível)
We love the Sistine Chapel (Nós amamos a Capela Referem-se ao nome dos
seres de modo específi- Caroline Caroline
Sistina)
co, indicando o nome de Australia Austrália
pessoas, de locais, dos London Londres
z Usa-se o the para nos referirmos ao elemento gra- dias e meses, nomes Architect Arquiteto
matical de gradação comparativa (quanto mais..., próprios de instituições, Friday Sexta-feira
quanto menos...) marcas e organizações, Pepsi Pepsi
de profissões etc..
The less we speak the better. (Quanto menos falar-
mos, melhor)
The more we study the more tired we get. (Quanto COMMON NOUNS
mais estudamos, mais cansadas ficamos)
Referem-se ao nome dos seres de mesma categoria
The cheaper the clothes the worse their quality. ou família, ou seja, o nome das coisas e dos objetos,
(Quanto mais barata a roupa, pior a qualidade) em geral, podendo ser algo físico, subjetivo, abstrato,
contável, incontável, composto ou não. Observe os
z Usa-se o the antes de números ordinais. exemplos em suas diferentes categorias:
She lives on the 1st floor. (Ela mora no 1º andar) Comuns Significado
The party is on the 23rd of June. (A festa é no 23º dia Tree Árvore
de junho) Leaf Folha
Flower Flor
Quanto aos artigos indefinidos a e an, é válido Grass Grama
mencionar a diferença de uso entre ambas as pala- Dirt Terra
vras. Usamos a quando o substantivo em seguida se
Concretos Significado
inicia com uma consoante ou com o som de consoan-
te; já o an, usamos quando a palavra que o sucede se Chair Cadeira
inicia com uma vogal ou com o som de uma vogal. Fantasy Fantasia
Armor Armadura
z She is a teacher. (Ela é uma professora) Bee Abelha
z She is an engineer. (Ela é uma engenheira) Dream Sonho
Coletivos Significado
Algumas palavras específicas da língua inglesa
são grafadas com letras iniciais em consoantes que Kennel Canil
não possuem som ao serem pronunciadas, nestes People Pessoas
casos usamos os artigos na. Ex.: an hour (uma hora); Shoal Cardume
an homage (uma homenagem); an honest man (um Herd Manada
homem honesto. Grove Arvoredo
Abstratos Significado
Hate Ódio
O uso de a e an serve apenas para o singular, Encouragement Encorajamento
quando os substantivos se apresentam no plural, Kindness Bondade
deve-se utilizar elementos quantificadores como Spirit Espírito
many (muitos), much (muito), some (alguns),
any (algum, nenhum), a few (alguns), etc.. 361
O PLURAL DOS SUBSTANTIVOS
COMMON NOUNS
It (ele, ela, neutro) Is (é, está) Usamos os adjetivos comparativos para estabele-
cer comparação entre dois ou mais seres (substanti-
Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, podendo ser vos), podendo esta comparação ser:
apresentado nas suas opções em contração aren’t e isn’t.
De igualdade (tanto... quanto):
She is as intelligent as her sister.
I (eu) Am not (não sou, não estou) (Ela é tão inteligente quanto a irmã dela)
You (tu, você) Are not ou aren’t (não é, não está)
De superioridade (mais que):
Are not ou aren’t (não somos, não They run faster than their cousins.
We (nós) (Eles correm mais rápido que seus primos)
estamos)
Jenna was more competitive than the rest of the
You (vós, vocês) Are not ou aren’t (não são, não estão) group.
They (Eles, elas) Are not ou aren’t (não são, não estão) (Jenna era mais competititva que o resto do gru-
po)
He (ele) Is not ou isn’t (não é, não está)
De inferioridade (menos que):
She (ela) Is not ou isn’t (não é, não está) My brother can read less words than I can.
It (ele, ela, neutro) Is not ou isn’t (não é, não está) (Meu irmão consegue ler menos palavras que eu)
A partir do conhecimento deste tempo verbal, pode- Usamos os adjetivos superlativos para intensificar
mos explorar a estrutura do present continuous. Soma- o grau de superioridade ou inferioridade de um ser
do ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação no (substantivos) em detrimento de outros.
gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo sufixo
-ing, a fim de expressar uma ação contínua. Observe: De inferioridade (o menos, o pior):
He is my least favorite character in the movie.
Lucy is playing with the other kids. (Lucy está brin- (Ele é o meu herói menos favorito do filme)
cando com as outras crianças) Was it the worst party you’ve ever been to?
You aren’t doing your job well. (Você não está (Foi a pior festa a que você já foi?)
fazendo seu trabalho bem)
Are they studying for the test? (Eles estão estudan- De superioridade (o/a mais, o melhor):
do para a prova?) This is the busiest avenue in the city.
(Esta é a avenida mais movimentada da cidade)
They have the most profitable business in Dubai.
(Eles têm o negócio mais rentável de Dubai)
He was the best tennis player in the world.
COMPARATIVO E SUPERLATIVO (Ele é o melhor jogador de tênis do mundo)
Importante!
Um dos erros mais comuns do estudante de língua inglesa é confundir o superlativo com o comparativo. Para
evitar este problema, lembre-se que o comparativo sempre expressa a ideia de adjetivos que comparam dois
ou mais seres. Já o superlativo qualifica superior ou inferior apenas um ser em relação a todos os outros.
Which brownie do you prefer: the small chocolate-chip ones or the big chocolate ones?
(Quais brownies você prefere: os pequenos de pepitas de chocolate ou os grandes de chocolate?)
TIPOS DE ADJETIVOS
Podemos classificar os diferentes tipos de adjetivos em alguns grupos específicos conforme a ideia que expres-
sam em uma oração. Observe a tabela:
TIPOS EXEMPLO
Adjetivos de tamanho big (grande), small (pequeno), huge (enorme), tiny (minúsculo).
Adjetivos de cor green (verde), Orange (laranja), blue (azul), silver (prateado).
Adjetivos de material plastic (plástico), metal (metal), cotton (algodão), wood (madeira).
Adjetivos de opinião beautiful (bonito), weird (estranho), awful (horrível), good (bom).
Adjetivos de religião atheist (ateu), catholic (católico), jewish (judeu), buddist (budista).
Adjetivos de idade old (velho), young (jovem), teenager (adolescente), adult (adulto)
Antes de mais nada, deve-se ter bem claro que a posição e ordem dos adjetivos em inglês funciona de forma
diferente do uso comum em português. Os adjetivos em inglês devem vir antes do substantivo.
Além disso, quando a oração apresenta mais de um adjetivo, é preciso seguir uma ordem específica. Observe
o esquema abaixo e confira alguns exemplos:
Opnião → Tamanho → Idade → Formato → Cor → Origem → Religião → Material → Propósito → Nome
That was a pretty (1) little (2) Baptist (3) church (4). // Aquela era uma igrejinha batista pequena e bela.
Those were some really ugly-looking (1) brown (2) leather (3) horseback-riding (4) pants (5). // Aquelas
calças de couro marrons de cavalgar eram muito feias.
I lost my heart-shaped (1) yellow (2) Indian (3) cotton (4) pillow (5) on our trip to Bali! // Eu perdi minha
almofada amarela de formato de coração de algodão indiano na nossa viagem para Bali!
ADVÉRBIOS
Advérbios são classes de palavras responsáveis por alterar o sentido do verbo. Dependendo do tipo de sentido
que conferem à oração, os advérbios podem ser classificados em advérbios de tempo, modo, lugar, afirmação,
negação, ordem, dúvida, intensidade, frequência e advérbios interrogativos.
Vejamos abaixo a regra básica da posição do advérbio na frase.
Regra Básica: O advérbio não pode estar entre o verbo e seu objeto, então, há duas maneiras básicas de
colocação:
Observemos a seguir a explicação para cada tipo de colocação e preste atenção em sua posição na frase.
Advérbios de tempo
Expressa o tempo em que a ação é realizada.
SOON The doctor will be here soon. O médico estará aqui em breve.
LATELY Why is she so upset lately? Por que ela está tão chateada ultimamente?
GLADLY They gadly received our gift. Eles alegremente receberam nosso presente.
Advérbios de lugar
WHEREVER We can go wherever you want. Nós podemos ir a qualquer lugar que você quiser.
BEHIND The shoes were behind the door. Os sapatos estavam atrás da porta
FURTHER He can’t be further from the truth. Ele não podia estar mais longe da verdade.
NEAR There’s na excelente pizza place near here. Há uma ótima pizzaria perto daqui.
Advérbios de afirmação
SURELY She surely knows how to dance. Ela certamente sabe dançar.
CERTAINLY John certainly didn’t mean no harm. John certamente não quis fazer mal algum.
EVIDENTLY The kids evidently love their parents. As crianças evidentemente amam seus pais.
Advérbios de negação
NOT He is not the guy for you. Ele não é cara para você.
Advérbios de ordem
SECONDLY And, secondly, I’m really bad at making friends. E, em segundo lugar, eu sou ruim em fazer amigos.
Thirdly, they didn’t even understand what I Em terceiro lugar, eles nem mesmo entenderam o que
THIRDLY
said. eu disse.
LASTLY Lastly, they played my favorite song. Por último, eles tocaram minha música favorita.
INGLÊS
367
Advérbios de dúvida
MAYBE Maybe she doesn’t like cats. Talvez ela não goste de gatos.
PROBABLY They probably had too much to drink. Eles provavelmente beberam demais.
Advérbios de intensidade
STRONGLY She strongly agrees with them. Ela concorda veementemente com eles.
EXACTLY He knew exaclty what I wanted. Ele sabia exatamente o que eu queroa.
My parents gave me nearly enough money to Meus pais me deram dinheiro quase o suficiente para
NEARLY
travel. eu viajar.
Advérbios de frequência
NEVER Mom never says how much she cares. Mamãe nunca diz o quanto ela se importa.
OFTEN Ian often visits his grandparents. Ian frequentemente visita seus avós.
Advérbios interrogativos
WHERE Did you she where she went? Você viu onde ela foi?
HOW How much do you feed your dog? Quanto você alimenta o seu cachorro?
WHY Why didn’t they come? Por que eles não vieram?
She has so much coffee every day. (Ela bebe muito café todo dia)
They have much patience with their kids. (Eles têm muita paciência com seus filhos)
368 The plant needs much water. (A planta precisa de muita água)
z Many: muitas, muitos; usado acompanhando subs- We must have a little faith. (Nós devemos ter um
tantivos contáveis numericamente. pouco de fé)
You only liked it a little. (Você gostou apenas um
They have many goals. (Eles têm muitos objetivos) pouco)
She didn’t make many calls today. (Ela não fez mui- We had a little help from our friends. (Nós tivemos
tas ligações hoje) um pouco de ajuda dos nossos amigos)
We have many stories to tell. (Nós temos muitas his-
tórias para contar) z Little: pouco, pouca (menos que a little, ideia nega-
tiva); usado com substantivos incontáveis.
z A lot of: muitos, muitas, muitos, muitas, um monte
They had very little time to talk. (Eles tiveram mui-
de; usado para expressar quantidades grandes ou
to pouco tempo para conversar)
montantes de algo, pode acompanhar substanti-
We had little hope it could happen. (Nós tínhamos
vos contáveis ou incontáveis, sempre de modo não
pouca esperança de que poderia acontecer).
específico.
She had little tolerance to disrespect. (Ela tinha pou-
ca tolerância ao desrespeito)
We have a lot of reports to read. (Nós temos muitos
relatórios para ler)
Dica
They have a lot of faith. (Eles têm muita fé)
He could show you a lot of options. (Ele poderia te Alguns elementos da língua agem como intensi-
mostrar muitas opções) ficadores dos quantificadores, como very (mui-
to, muita), so (tanto, tanta), much (muito, muita)
z Some: alguns, algumas, um pouco de; acompanha — We had so much hope (Nós tínhamos tanta
apenas substantivos contáveis. esperança); They had very little patience with the
kids (Eles tinham muito pouca paciência com as
May I have some water? (Eu posso beber um pouco crianças).
de água?)
We could save some money. (Nós poderíamos eco-
nomizar um pouco de dinheiro)
There are some people outside. (Há algumas pes- HORA DE PRATICAR!
soas lá fora)
1. (DECEX — 2017) This news is about an 84-year-old
z Any: nenhum, nenhuma, algum, alguma, qual- woman from the UK. Her name is Ursula and she left
quer; usado em orações positivas como qualquer, school in 1944 unable to read. She had no time to learn
em orações negativas como nenhum, nenhuma e to read because she had to look after her ill parents.
em orações interrogativas como algum ou alguma.
Ursula felt sad that she could not read the papers or
books like other people. She decided to learn to read
He doesn’t have any friends. (Ele não tem nenhum
now, in her 80s. She hopes that she can inspire other
amigo)
people to read too.
It could be any of the options (Poderia ser qualquer
uma das opções)
What is the main verb tense used in the text? Choose
Is there any other way? (Há algum outro caminho?) the correct verb tense.
recuperaram) articles:
There were few tools to start. (Havia poucas ferra-
When we cross the street we must wait for the green
mentas para começar)
man on _____ crossing sign, but in one Australian city,
he no longer wears trousers._____ city of Melbourne
z A little: um pouco de, algum; usado com substan-
is now in the news because it changed some of the
tivos incontáveis. 369
pedestrian lights from men to women._____member 8. (DECEX — 2016) Chose the correct alternative accor-
of the Melbourne city board thinks that to see only__ ding to the use of modals.
___male figure is not right. She hopes that _____female
figure will make our world equal. ( ) I was so tired last night but I couldn’t sleep.
( ) She not must help you.
a) the - the - a - a - the ( ) I’m not sure. I might not go to the movies.
b) the - the - an - a - a
c) a - a - a - the - the a) V–V–V
d) a - a -the - an - an b) V–F–V
e) a - the - the - a – the c) F–V–V
d) F–F–V
4. (DECEX — 2017) Choose the alternative that correctly e) F–V–F
completes the sentence below.
John wanted_____find a new apartment_______the city 9. (DECEX — 2016) Choose the alternative that correctly
center but they were not____ him. completes the sentences according to the right use of
articles:
a) to - in - in I wrote _______ letter to my friend yesterday. Today I
b) for to - on - into saw______ letter on______dinner table. I forgot to post
c) for -in -onto it.
d) to - in - for
e) to-on-on a) the – the – the
b) the – the – a
5. (DECEX — 2017) Choose the alternative that correctly c) a–a–a
completes the sentence below. d) a – a – the
Which color do you like_________ , yellow or white? e) a – the – the
covered in Britain.
c) Scientists takes digital photographs of the footprints
c) Scientists think that most of the footprints are children’s.
d) There are only three other sets of footprints that are and create a 3D image from them.
older and they are in Africa. d) Scientists tooks digital photographs of the footprints
e) Scientists took digital photographs of the footprints and create a 3D image from them.
and created a 3D image from them. e) Scientists took digital photographs of the footprints
and creates a 3D image from them. 371
18. (DECEX — 2015)
5 A
The oldest human footprints in Europe have been dis- 6 A
covered in Britain. There are only three other sets of
footprints that are older and they are in Africa. 7 E
8 B
Scientists took digital photographs of the footprints
and created a 3D image from them. The images and 9 E
model were unveiled at a news conference at the British
Museum in London. Scientists think that most of the foo- 10 A
tprints are children’s. There was at least one adult, too.
11 C
Discoveries of ancient man’s footprints are extremely 12 E
rare. Scientists say that the discovery will rewrite our
understanding of human occupation of Britain and 13 C
Europe. 14 E
Read the sentences below.
15 B
Scientists took digital photographs of the footprints
and created a 3D image from them. 16 E
a) subject - object.
b) indefinite - demonstrative.
c) object - possessive.
d) possessive - subject. ANOTAÇÕES
e) demonstrative - indefinite.
a) I, II and III.
b) I and III, only.
c) II and III, only.
d) II, only.
e) III, only.
_____ March 25th she will be ____ the plane, She arrives
____7 am. Once____London she wm call us.
a) On - in - on - on.
b) At - in -- at - in.
c) On - on - at - in.
d) Since - on - in - at.
e) From - at - at - in.
9 GABARITO
1 A
2 B
3 A
4 D
372