A Influência Da Vegetação No Clima Urbano
A Influência Da Vegetação No Clima Urbano
A Influência Da Vegetação No Clima Urbano
LUCIANA LEAL
CURITIBA
2012
LUCIANA LEAL
CURITIBA
2012
Ficha catalográfica elaborada por Denis Uezu – CRB 1720/PR
Leal, Luciana
A influência da vegetação no clima urbano da cidade de Curitiba – PR / Luciana
Leal. – 2012
172 f. il.
The city of Curitiba presents interesting aspects and defined characteristic for the
study of urban climate due to the different land uses and occupation determined by
the zoning regulations and the presence of different types of urban forests with
irregular distribution in the intra-urban area. This research aimed to evaluate the
influence of vegetation on the local climate of the city of Curitiba. Temporal and
spatial variation of the meteorological variables temperature and relative air humidity
were analyzed. A total of 44 monitoring points with mini-shields with Hobo® loggers
were set up in four transects in the urban mesh. The loggers were installed on sign
and traffic light posts. Meteorological monitoring was conducted for 22 days in each
of the four seasons with continuous data recording with 15-min intervals, totaling
2112 readings of each variable per period, in order to include representative climatic
episodes for analysis. Based on the average, maximum and minimum results
obtained for the whole study period, parts of the day and the day time of data
collection, the thermal and hygrometric differences between monitoring points of
each transect and the intra-urban area were calculated. Thermal differences above
1°C were observed in all periods. The differences between the daily average
temperatures of the monitoring points varied from 1 to 3°C and the maximum
absolute temperature, from 1.2 to 10.1 C. The analysis of the longitudinal profile of
temperature revealed a curve similar to the classic profile of urban heat islands
described in the literature, with the highest temperatures in more densely occupied
areas and human activities, such as the city center and the south-center area, in
addition to the districts of Tarumã, Cidade Industrial de Curitiba and Sítio Cercado.
The lowest temperatures were found in residential districts and the suburbs, such as
in the north and northwest areas of the city and the southern city border. Evidence of
the cooling effect of urban forests in the intra-urban area was found in areas such as
the Barigui and São Lourenço Parks. The regions with the largest permeable areas,
concentration of forest remnants and public green areas had the lowest temperatures
and greater relative air humidity; these areas acted as "urban cool islands". Data
cluster analysis of the average temperature during dawn resulted in the clustering of
the 44 monitoring points in five microclimate units were related to the building density
established by the land use zoning regulations and the existence of urban forests.
These results may serve as a reference in the management and implantation of
urban forests in Curitiba.
Key-words: Urban forestry. Urban trees. Urban microclimate. Thermal Field. Air
temperature.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 18
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 18
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 19
2.1 O CLIMA URBANO .............................................................................................. 19
2.1.1 Características do clima urbano ....................................................................... 19
2.1.2 Fatores relacionados ao clima urbano.............................................................. 22
2.1.3 Intensidade das variações termo-higrométricas ............................................... 26
2.2 A VEGETAÇÃO URBANA E O CLIMA LOCAL..................................................... 31
2.2.1 Aspectos da vegetação urbana e terminologia aplicada .................................. 31
2.2.2 Efeitos da vegetação no clima urbano.............................................................. 32
2.3 O CLIMA URBANO DA CIDADE DE CURITIBA ................................................... 36
3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 40
3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 40
3.1.1 Localização Geográfica .................................................................................... 40
3.1.2 Características Físicas ..................................................................................... 42
3.1.3 Características do Clima .................................................................................. 43
3.1.4 Características do Uso do Solo ........................................................................ 44
3.1.5 Características das Florestas Urbanas............................................................. 47
3.2 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS .............................................................. 51
3.2.1 Especificação e Escolha dos Equipamentos Meteorológicos Utilizados .......... 52
3.2.2 Validação dos Mini-abrigos Meteorológicos Utilizados ..................................... 53
3.2.3 Definição dos Pontos de Monitoramento das Variáveis Meteorológicas .......... 55
3.2.4 Procedimentos para a Coleta dos Dados Meteorológicos ................................ 59
3.2.5 Caracterização dos Pontos de Monitoramento ................................................. 63
3.2.6 Análise e Interpretação dos Dados Meteorológicos Coletados ........................ 63
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 66
4.1 ANÁLISE RITMICA DOS PERÍODOS DE MONITORAMENTO DOS DADOS
METEOROLÓGICOS ................................................................................................ 66
4.2 ANÁLISE DA VARIAÇÃO TERMO-HIGROMÉTRICA NA ÁREA INTRAURBANA
DA CIDADE DE CURITIBA ........................................................................................ 71
4.2.1 Variação Termo-higrométrica no Transecto Norte-Sul ..................................... 71
4.2.2 Variação Termo-higrométrica no Transecto Leste-Oeste ................................. 87
4.2.3 Variação Termo-higrométrica no Transecto Noroeste-Sudeste ....................... 99
4.2.4 Variação Termo-higrométrica no Transecto Sudoeste-Nordeste.................... 111
4.2.5 Variação Termo-higrométrica na Área Intraurbana de Curitiba ...................... 123
4.3 CLASSIFICAÇÃO DE UNIDADES MICROCLIMÁTICAS NA ÁREA
INTRAURBANA DE CURITIBA ............................................................................... 134
4.4 SUBSÍDIOS PARA A GESTÃO DAS FLORESTAS URBANAS NA CIDADE DE
CURITIBA................................................................................................................ 140
5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 146
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 148
APÊNDICES ........................................................................................................... 163
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2 REVISÃO DE LITERATURA
1
EMMANUEL, M. R. An Urban Approach to Climate-Sensitive Design: Strategies for the tropics.
New York: Spon Press, 2005.
21
Oke (1974) traçou o perfil das ilhas de calor dos grandes centros urbanos,
descrevendo que o local da cidade com maior atividade antrópica, normalmente o
centro, se caracteriza por ser mais quente que os bairros residenciais e periféricos.
Esse perfil foi chamado de “perfil clássico das ilhas de calor” (FIGURA 2). Destaca-
se o centro da cidade como o “pico” (peak) da ilha de calor. A temperatura vai
diminuindo gradativamente conforme aumenta a distância do centro chegando ao
que o autor caracteriza como “plateau”. O limite entre a área urbana e a área rural é
representada pela queda brusca de temperatura, que o autor conceitua como
“penhasco” (cliff), como mostrado na FIGURA 3.
apenas ao sítio onde se encontra inserida, mas contribui também para estabilizar o
microclima dos arredores imediatos (SUCOMINE et al., 2009).
Jauregui (1990/1991) em pesquisa no Parque Chapultepec, área verde
extensa localizada na Cidade do México, encontrou temperatura 2 a 3°C menor do
que os arredores construídos e sua área de influência alcançou a distância de 2 km,
aproximadamente o mesmo que a extensão de sua largura.
Pesquisas mostram que os parques urbanos vegetados são mais frios que
os seus arredores. A intensidade do efeito de resfriamento de um parque difere entre
parques e esta diferença está relacionada às suas características, extensão e a
localização dos remanescentes florestais próximos (ELIASSON, 1996, SPROKEN-
SMITH; OKE, 1999, CHANG; LI; CHANG, 2007).
Chang, Li e Chang (2007), analisando medidas de temperatura do ar em 61
parques da cidade de Taipei - Taiwan, mostraram que os parques urbanos foram
mais frios que os seus arredores, porém, os parques com 50% de cobertura
pavimentada e poucas árvores ou cobertura arbustiva foram mais quentes. Os
parques maiores foram mais frios que os parques menores, mas esta relação não foi
linear.
Conforme Bowler et al. (2010), diversos estudos tem investigado o efeito dos
espaços verdes nas temperaturas e estes estudos mostram evidências que áreas
com vegetação podem atuar no resfriamento de ambientes. Dados de diferentes
estudos sugerem que, na média, os parques urbanos deveriam ser 1°C mais frios
que locais sem vegetação.
Honjo e Takakura (1990/1991) citam que o efeito de resfriamento de uma
área verde varia de acordo com o seu tamanho e a proximidade com outras áreas
verdes. Em pesquisa realizada por estes autores, a área de influência de uma área
verde foi de aproximadamente 300 m quando sua extensão era de 100 m; porém, a
influência não foi de mais de 400 m quando a área verde era superior a este
tamanho.
Saito (1990), em investigação dos efeitos termais das áreas verdes na
cidade de Kumamoto - Japão, constatou que até mesmo pequenas áreas verdes (60
x 40 m) mostram um efeito de resfriamento considerável. A máxima diferença dentro
e fora de pequenas áreas verdes foi de 3°C, fato que indica que estas áreas
poderiam efetivamente melhorar as condições termais das cidades.
Shashua-Bar e Hoffmann (2000) constataram que em pequenas áreas
35
2
GIANNA, S. Bioclimatic principals of town-planning design in environmental design of towns
and open space. Patra: Hellenic Open University, 2001. p. 177–207.
36
3 MATERIAL E MÉTODOS
das trocas meridionais dos fluxos de ar que se individualizam nos centros de ação
presentes na América do Sul. Curitiba é palco da atuação preferencial, ao longo do
ano, das massas de ar Tropical Atlântica e Polar Atlântica e suas frentes. A autora
descreve algumas características do clima de Curitiba, sendo estas:
a) os verões podem ser qualificados de relativamente quentes por obra da
disponibilidade de energia dessa fase, bem como de atuação das massas
Tropical Atlântica, Equatorial Continental e Tropical Continental, que
alternando-se com a então enfraquecida Polar Atlântica, podem fazer as
temperaturas chegarem a mais de 36ºC, sendo fevereiro o mês mais
quente;
b) no período hibernal, quando a quantidade de energia disponível é menor,
e por ação e vigor da massa Polar Atlântica, as temperaturas podem
alcançar até -5°C, o que lhe empresta o caráter de invernos brandos, nos
termos de classificação climática. Porém, no que se refere aos tipos
climáticos brasileiros, a cidade apresenta inverno rigoroso, sendo junho
comumente o mês mais frio;
c) a cidade não apresenta um período propriamente seco, mas chuvas bem
distribuídas ao longo do ano, embora com uma maior concentração no
verão; nos meses de janeiro e fevereiro há mais chuva, porém em
dezembro chove por mais tempo. Respondem pelas chuvas de verão a
instabilidade adquirida da massa Tropical Atlântica e seus confrontos com a
Polar Atlântica, bem como a atuação da Equatorial Continental. Com uma
maior estabilidade do ar, dada principalmente pela participação da massa
de ar, Polar Atlântica, o inverno é relativamente menos chuvoso, sendo
agosto o mês mais seco, embora em julho ocorram menos dias de chuva.
3
De acordo com o Decreto Municipal nº 427/1983 que define critérios para denominação de áreas
públicas ajardinadas, tem-se os seguintes conceitos (LIZ, 2012):
a) Largos - Áreas remanescentes de loteamentos ou arruamentos e lindeiras a um cruzamento de
várias ruas, formando um conjunto de vários jardins frente a uma área central formada pelo
cruzamento;
b) Eixos de animação - Áreas remanescentes ao longo de uma rua, fundo de vale ou refúgios centrais
com grandes larguras, que permitam a implantação de áreas de lazer, paisagismo ou esporte, que
abranjam mais de uma quadra;
c) Praças - Áreas com mais de 2.500 m², admitida aproximação de 10%;
d) Jardinetes - Áreas com até 2.500 m².
49
4
Adquiridos pelo projeto “Caracterização do microclima de florestas urbanas da cidade de Curitiba /
PR”, financiado pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do
Paraná (Chamada de Projetos nº 14/2008).
53
5
Para DATUM SAD 69 Fuso 22S.
58
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
(A) (B)
FIGURA 22 - PERFIL LONGITUDINAL DA TEMPERATURA MÉDIA (A) E UMIDADE
RELATIVA DO AR MÉDIA (B) NO TRANSECTO NORTE-SUL NA
ÁREA INTRAURBANA DE CURITIBA NO ANO DE 2011
FONTE: A autora (2012)
Outro aspecto que pode ter influenciado para a diminuição das temperaturas
e o aumento da umidade relativa do ar no ponto P22 e também no ponto P23 é a
mudança de densidade de construção nestes locais em comparação com os outros
pontos próximos (APÊNDICE 2), o que também está relacionado à maior quantidade
de áreas permeáveis e a possibilidade de presença de vegetação nos quintais das
residências. Amorim (2005) verificou em estudo na cidade de Presidente Prudente -
SP que a diminuição na densidade de construção produz um efeito pronunciado no
que se refere à quebra de continuidade da distribuição das temperaturas mais
elevadas.
Na região sul de Curitiba os pontos P24 (Rua Francisco Derosso com Rua
Coronel Luiz José dos Santos – Xaxim), P25 (Rua Odemir Silveira com Rua Omar
Raymundo Piecheth - Xaxim) e P26 (Rua Isaac Ferreira da Cruz com Rua Levy
Buqueira – Sítio Cercado) apresentaram temperaturas semelhantes à região central.
O ponto P26 está localizado no Setor Especial Linhão do Emprego - SE-LE,
que inclui áreas de ocupação mista, situadas ao longo do eixo viário de mesmo
nome, o qual foi criado para gerar renda ao sul da cidade e onde predominam
atividades de comércio, prestação de serviços e pequenas indústrias (APÊNDICE 2).
O bairro Sítio Cercado teve grande crescimento populacional nos últimos anos e
está entre os bairros mais populosos de Curitiba (IPPUC, 2012c), além de
apresentar pouca arborização.
Pelas médias diárias de temperatura, em números absolutos, além dos
pontos P20 e P1, destacou-se o ponto P18 (Rua Mateus Leme – São Lourenço) por
77
(A) (B)
FIGURA 25 - PERFIL LONGITUDINAL DA TEMPERATURA MÉDIA (A) E UMIDADE
RELATIVA DO AR MÉDIA (B) NO TRANSECTO LESTE-OESTE NA
ÁREA INTRAURBANA DE CURITIBA NO ANO DE 2011
FONTE: A autora (2012)
locais próximos, como nos pontos P12 e P13, ressaltam o efeito positivo das
florestas urbanas.
As maiores temperaturas mínimas absolutas foram registradas
principalmente nos pontos P1 e P9, já caracterizados como altamente
impermeabilizados (TABELA 10).
Para a umidade relativa do ar média diária o ponto P10 (Rua Fernando
Moreira com Rua Desembargador Motta – Mercês) destacou-se pelos menores
valores (TABELA 11). Embora este ponto esteja localizado na Rua Fernando
Moreira, que ladeia um canal arborizado (Córrego do Bigorrilho) e está ao lado da
Praça 29 de Março e vários jardinetes, a alta impermeabilização da região, inclusive
nestas áreas verdes, a densidade de construções (Zona Residencial de Média-alta
Densidade - ZR-4) e o grande fluxo de veículos na região devem ser fatores que
contribuem para a menor umidade relativa do ar.
Na estratificação dos dados pelas partes do dia (TABELA 12 e FIGURA 26),
observa-se durante a madrugada temperaturas médias e máximas mais elevadas na
área central do que no ponto P13. Isto reforça que as altas temperaturas
encontradas no bairro Tarumã são resultado da circulação de veículos.
Para a temperatura máxima absoluta do ar, nos períodos correspondentes
ao verão e à primavera, durante a tarde foram encontradas diferenças térmicas de
5°C entre os pontos de monitoramento, estações do ano em que ocorreram as
maiores temperaturas (TABELA 12). Além do ponto P13, destacou-se por maiores
temperaturas o ponto P7 (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza com Rua Rosa
Kaint Nadolny – Santo Inácio), local também com alta circulação de veículos.
Para a temperatura mínima absoluta do ar, as maiores diferenças foram
observadas na madrugada dos períodos correspondentes no outono e inverno,
respectivamente de 3,3 e 3,5°C, e no período noturno do inverno, de 3,3°C (TABELA
12), nas partes do dia consideradas as ideais para discriminar as ilhas de calor, com
os maiores valores no ponto P1.
TABELA 8 - TEMPERATURA MÉDIA DO AR E DIFERENÇAS TÉRMICAS DIÁRIAS OBSERVADAS NO TRANSECTO LESTE-
OESTE NOS PERÍODOS CORRESPONDENTES AS ESTAÇÕES DO ANO EM 2011
continua
TABELA 12 - TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR OBSERVADAS NO TRANSECTO LESTE-OESTE NA ÁREA
INTRAURBANA DE CURITIBA NO ANO DE 2011 ESTRATIFICADAS PARA AS PARTES DO DIA
conclusão
FONTE: A autora (2012)
98
(A) (B)
FIGURA 27 - PERFIL LONGITUDINAL DA TEMPERATURA MÉDIA (A) E DA
UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA (B) NO TRANSECTO
NOROESTE-SUDESTE NA ÁREA INTRAURBANA DE CURITIBA
NO ANO DE 2011
FONTE: A autora (2012)
TABELA 14 - TEMPERATURA MÉDIA DO AR E DIFERENÇAS TÉRMICAS DIÁRIAS OBSERVADAS NO TRANSECTO
NOROESTE-SUDESTE NOS PERÍODOS CORRESPONDENTES AS ESTAÇÕES DO ANO EM 2011
continua
TABELA 18 - TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR OBSERVADAS NO TRANSECTO NOROESTE-SUDESTE NA
ÁREA INTRAURBANA DE CURITIBA NO ANO DE 2011 ESTRATIFICADAS PARA AS PARTES DO DIA
conclusão
FONTE: A autora (2012)
110
(A) (B)
FIGURA 29 - PERFIL LONGITUDINAL DA TEMPERATURA MÉDIA (A) E DA
UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA (B) NO TRANSECTO
SUDOESTE-NORDESTE NA ÁREA INTRAURBANA DE CURITIBA
NO ANO DE 2011
FONTE: A autora (2012)
Como observado nas TABELAS 20 a 23, pela análise dos dados diários, nos
períodos correspondentes ao outono e inverno, o ponto P44 (Rua Estrada das
Olarias com Rua Arnaldo W. Gaensli – Santa Cândida), localizado em área limítrofe,
destacou-se como de menor temperatura (média e mínima absoluta) e de maior
umidade relativa do ar média.
TABELA 20 - TEMPERATURA MÉDIA DO AR E DIFERENÇAS TÉRMICAS DIÁRIAS OBSERVADAS NO TRANSECTO
SUDOESTE-NORDESTE NOS PERÍODOS CORRESPONDENTES AS ESTAÇÕES DO ANO EM 2011
(A)
(B)
FIGURA 31 - VISTA GERAL DOS PONTOS P3 (A) E P15 (B)
FONTE: A autora (2012)
TABELA 25 - DIFERENÇAS TERMO-HIGROMÉTRICAS EXTREMAS ENTRE OS PONTOS DE MONITORAMENTO NA ÁREA
INTRAURBANA DE CURITIBA NOS PERÍODOS CORRESPONDENTES AS ESTAÇÕES DO ANO EM 2011
10° 26,4 28,7 (P41) 23,2 (P27) 5,5 19,7 24,8 (P42) 17,1 (P30) 7,7 30,3 31,9 (P43) 28,7 (P29) 3,2 19,6 21,0 (P37) 18,3 (P8, P22, P23)
11° 27,0 30,3 (P6) 23,2 (P27) 7,1 19,2 22,1 (P35) 17,1 (P30, P12) 5,0 19,6 21,0 (P18, P35) 18,3 (P16) 2,7 17,1 18,7 (P18) 16,0 (P30, P31)
12° 29,9 32,8 (P15) 26,0 (P27) 6,8 20,5 23,6 (P40) 18,3 (P8) 5,4 26,6 29,9 (P13) 23,6 (P17, P29) 6,3 16,6 17,5 (P3) 15,6 (P15)
13° 30,1 32,8 (P13) 26,3 (P27) 6,4 22,4 26,3 (P40) 20,6 (P30) 5,8 27,0 28,7 (P34) 25,6 (P28) 3,1 17,0 17,9 (P38) 16,0 (P30)
14° 31,2 34,9 (P36) 27,1 (P27) 7,7 24,2 26,7 (P13) 22,5 (P30) 4,3 29,2 30,7 (P11) 27,1 (P23) 3,6 17,0 18,7 (P13) 14,9 (P15, P30, P31)
15° 33,4 35,3 (P13) 30,3 (P2) 5,0 25,3 27,9 (P11) 23,2 (P2) 4,7 15,8 16,8 (P34) 15,2 (P9) 1,5 24,5 27,5 (P13) 21,7 (P8)
16° 31,1 32,8 (P4) 29,5 (P29) 3,3 21,1 23,6 (P13) 19,4 (P17) 4,2 15,4 16,0 (P14) 14,9 (P15) 1,2 22,8 26,0 (P13) 21,0 (P8, P30)
14,9 (P15, P28,
17° 30,0 31,9 (P5) 26,7 (P27) 5,2 24,4 26,7 (P13) 22,9 (P23) 3,9 15,5 16,0 (P14) 1,2 23,1 26,7 (P13) 21,0 (P8)
P29, P30, P31)
10,2 (P29, P30,
18° 28,9 30,7 (P6) 27,1 (P27) 3,6 25,2 27,9 (P21) 23,2 (P8, P29) 4,7 12,5 14,1 (P3, P18) 3,9 23,2 25,6 (P24) 21,3 (P22)
P31)
19° 30,5 32,8 (P31) 27,1 (P27) 5,6 15,5 17,1 (P13) 14,5 (P28) 2,7 7,7 8,2 (P1, P3) 6,6 (P29, P30) 1,6 26,7 28,7 (13P) 25,2 (P8, P29, P30)
20° 28,7 31,5 (P41) 25,2 (P27) 6,4 7,7 9,8 (P5) 5,8 (P16) 4,0 13,7 15,2 (P35) 12,9 (P28) 2,3 26,8 28,7 (P24) 24,8 (P8)
21° 27,5 30,3 (P4) 24,4 (P28) 5,9 12,8 19,4 (P5) 11,6 (P16) 7,8 17,4 19,4 (P35) 16,0 (P15) 3,4 28,0 31,1 (P24) 24,8 (P8)
22° 18,0 22,1 (P1) 16,5 (P29) 5,5 10,7 19,0 (P2) 9,0 (P31) 10,1 25,5 27,9 (P32) 23,6 (P31) 4,3 30,5 32,8 (P44) 26,7 (P8)
continua
TABELA 30 - DIFERENÇAS TERMO-HIGROMÉTRICAS EXTREMAS ENTRE OS PONTOS DE MONITORAMENTO NA ÁREA
INTRAURBANA DE CURITIBA ESTRATIFICADAS PARA AS PARTES DO DIA NOS PERÍODOS
CORRESPONDENTES AS ESTAÇÕES DO ANO EM 2011
Período de
Temperatura do ar (°C) Umidade relativa do ar (%)
monitoramento
Variável
Estação do Partes do Diferença Diferença
Média Maior valor Menor valor Média Maior valor Menor valor
ano dia térmica higrométrica
Madrugada 18,5 20,2 (P15) 15,6 (P18) 4,6 100 100 99 1
Manhã 28,4 31,1 (P43) 26,0 (P15, P31) 5,2 100 100 99 1
Inverno
Tarde 30,5 31,9 (P11) 29,5 (P27, P28, P29, P30, 2,4 100 100 99 1
Máxima Noite 25,3 26,3 (P32) 23,6P31)
(P17) 2,7 100 100 99 1
absoluta Madrugada 18,9 20,2 (P9) 17,9 (P41, P42) 2,3 100 100 98 2
Manhã 29,8 31,9 (P38) 27,1 (P15) 4,8 100 100 98 2
Primavera
Tarde 32,8 35,7 (P38) 29,9 (P2, P8) 5,8 98 100 92 8
Noite 27,5 32,8 (P37) 24,8 (P43) 8,0 99 100 95 5
Madrugada 15,8 16,4 (P4) 15,2 (P7, P15, P17, P23) 1,2 42 51 (P43) 24 (P22) 27
Manhã 16,2 17,1 (P2, P3) 15,2 (P15, P17) 1,9 46 56 (P29) 37 (P3) 20
Verão
Tarde 17,5 18,3 (P37) 16,0 (P28, P29) 2,3 29 51 (P29) 25 (P3) 26
Noite 15,8 16,4 (P4) 14,9 (P28, P29) 1,5 53 58 (P17) 42 (P3) 17
Madrugada 4,8 7,0 (P2) 2,5 (P31) 4,6 42 55 (P28) 24 (P31) 32
Manhã 5,5 7,0 (P2, P3) 2,5 (P16) 4,6 42 53 (P8) 35 (P3) 19
Outono 12,2 (P2, P3, P5,
Tarde 11,6 10,6 (P2, P3, P5) 1,6 30 35 (P37) 24 (P40) 11
P9, P10)
Noite 7,2 9,0 (P2, P3) 5,4 (P17) 3,6 53 65 (P17) 46 (P46) 18
Madrugada 1,6 3,7 (P2) (-)0,2 (P35, P36) 3,9 40 46 (P8, P26, P32, P33) 35 (P2, P3) 12
Mínima
Manhã 1,6 3,3 (P2, P3) (-)0,6 (P35) 3,9 24 27 (P28) 23 (P1, P5) 3
absoluta Inverno
Tarde 6,5 7,0 (P3, P13, P18) 5,8 (P15, P28) 1,2 25 27 (P6) 24 (P5) 4
Noite 4,5 6,6 (P3) 2,5 (P17, P30, P36) 4,2 38 43 (P2, P31) 34 (P3, P44) 9
Madrugada 8,9 10,2 (P2) 7,4 (P44) 2,8 42 55 (P28) 24 (P31) 32
25 (P3, P13, P14,
Manhã 9,6 10,6 (P2) 7,8 (P15) 2,8 28 33 (P29) 9
P31, P37)
Primavera 14,1 (P2, P3, P5,
Tarde 13,8 P6, P20, P25, P36, 12,9 (P15) 1,2 24 25 24 1
P37, P38, P44)
11,0 (P2, P3, P9,
Noite 10,5 9,4 (P15) 1,6 32 41 (P43) 24 (P31, P36, P37) 17
P19, P26, P36, P37)
(A)
(B)
Ferreira do Amaral com Rua Brasílio de Lara – Capão da Imbuia), situado próximo a
divisa com o município de Pinhais, e no ponto P35 (Rua Velci Bolívar Grando com
Rua Amauri Mauad Gueiros – Uberaba), ao município de São José dos Pinhais.
A influência direta das florestas urbanas também foi constatada na
classificação das unidades microclimáticas. Verifica-se que os pontos P18 (Rua
Mateus Leme – São Lourenço) e P19 (Rua Deputado Mário de Barros com Raul
Viana – Centro Cívico), classificados como Unidade Climática IV, estão próximos,
respectivamente da Praça Manoel Scliar e do Bosque João Paulo II (Bosque do
Papa), enquanto os pontos P8 (Rua Cândido Hartmann com Padre Ladislau Kula –
Santo Inácio), P17 (Rua João Gava com Rua Antonio Krainiski - Abranches) e P30
(Rua José Valle – São João), que estão próximos, respectivamente, dos Parques
Barigui, São Lourenço e Tingui (Apêndice 2), foram classificados como Unidade
Climática V. Uma diferenciação entre os pontos é que, além da maior extensão dos
últimos parques citados, a cobertura vegetal próxima aos pontos P18 e P19 está
limitada às florestas urbanas públicas citadas, enquanto que para os pontos P8, P17
e P30, há presença de outros remanescentes florestais próximos, permitidos pelo
zoneamento do uso do solo nestas regiões, o que deve ter contribuído para as
menores temperaturas.
árvores nas vias públicas, bem como a manutenção de enriquecimento das florestas
urbanas existentes. No entanto, tanto a criação das áreas verdes públicas de
Curitiba, como a direção da urbanização, não foram planejadas fundamentadas em
aspectos climáticos.
De acordo com Vieira (2006), os programas de áreas verdes em Curitiba não
privilegiaram todas as porções e todos os recursos disponíveis da cidade. Isso
aconteceu devido ao fato de que sua criação obedeceu a uma série de critérios que
vão além da sua distribuição homogênea e das necessidades de cada parte da
cidade. A princípio, as áreas verdes foram criadas mediante uso de fundos de vale,
com objetivos de controlar enchentes, sanear e recuperar áreas, controlar
ocupações indevidas, criar fonte de abastecimento de água para a zona industrial e
preservar áreas de poluição. Também houve influência da disponibilidade de
remanescentes florestais nativos, criando a situação atual em que a maioria dos
parques se encontra em fundos de vale. Em complemento, Geissler (2004) aborda a
questão fundiária, pois todas as áreas vegetadas e florestas em Curitiba pertenciam
ao domínio privado; assim a aquisição dessas áreas pelo poder público, a fim de se
implantarem parques e bosques, esteve sujeita a uma série de condições fiscais e
interesses diversos.
Oliveira (1996) aborda que enquanto os parques foram implantados como
solução para problemas de saneamento urbano e de drenagem de áreas inundáveis,
os bosques se originaram a partir de preocupações ambientais (preservação de
nascentes e florestas nativas), políticas (homenagens a homens públicos) e sócio-
culturais (homenagens às diversas colônias de imigrantes).
Segundo Bucheri Filho (2010), o modelo utilizado para o planejamento e a
criação dos espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação foi o
“modelo oportunista”, o qual utiliza o aproveitamento de situações facilitadoras e já
encontradas em determinada localidade, tais como uma doação de terreno e/ou
problema específico na área que poderia ser amenizado com este tipo de espaço,
ao invés de um processo de planejamento sistemático.
A cobertura vegetal em áreas residenciais é fortemente dependente de
fatores socioeconômicos, com áreas mais ricas com maior quantidade de cobertura
vegetal do que áreas mais pobres (HALL; HANDLEY; ENNOS, 2012). Mendonça
(2002) aborda que a distribuição das áreas verdes na cidade de Curitiba, sobretudo
142
parque faz pouca diferença nas condições climáticas além de seus limites. Porém, a
divisão da área verde em um maior número de pequenos parques, espalhados por
toda a cidade, estende seus benefícios a uma área e número de pessoas maior.
Cada bairro deve ter uma parcela de área verde e superfícies d’água para criar
condições de conforto termo-higrométrico e de qualidade do ar mais adequados no
entorno. Os parques urbanos também podem atuar como elementos de ligação entre
bairros, compartilhando equipamentos e serviços.
Honjo e Takakura (1990/1991), por simulações numéricas, recomendam a
utilização de menores áreas verdes espaçadas para se obter um resfriamento das
áreas do entorno. Também Hamada e Ohta (2010) sugerem que é desejável ter
áreas verdes espalhadas no ambiente urbano ao invés de concentradas em uma
mancha, porque a taxa de resfriamento destas áreas é limitada a poucas centenas
de metros.
De acordo com Barbosa e Barbirato (2003), o conhecimento de parâmetros
que qualifiquem e quantifiquem os benefícios trazidos pela vegetação na
amenização do comportamento climático nos recintos urbanos é de grande
importância para profissionais que atuem no planejamento urbano. Evidencia-se a
necessidade premente de se estabelecer políticas públicas em relação ao uso da
vegetação para melhorar a qualidade de vida. É necessário que o planejamento da
cidade não ignore os aspectos climáticos e que sejam traduzidos em critérios de
planejamento, evidenciando a relevância dos espaços verdes na obtenção de
melhores condições térmicas, favoráveis ao bem-estar de seus habitantes.
Duarte (2000) cita que ao aumentar a densidade habitacional, pretendida por
muitos planos diretores nas cidades brasileiras para reduzir os custos de infra-
estrutura e serviços (aumentar a taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento),
dever-se-ia também aumentar a proporção de corpos d’água e vegetação, de modo
a equilibrar a maior densidade construída com os elementos naturais.
Na porção noroeste do município de Curitiba, com a maior quantidade de
vegetação, segundo Vieira (2006), e que nesta pesquisa apresentou as menores
temperaturas, é preciso dispor de ações para conservação das florestas urbanas. No
entanto, conforme IPPUC (2012c), os dez bairros que mais cresceram na última
década – entre 2000 e 2010 – são também os com maior metragem de área verde
por habitante. Isto poderá trazer implicações futuras no clima local.
144
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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163
APÊNDICES
P1 P2 P3 P4
P5 P6 P7 P8
Florestas
Altitude
Pontos Classes de zoneamento (uso do solo) Urbanas
(m)
(Raio 500 m)
Praças
Tiradentes,
SH - Setor Especial Histórico: compreende a parte mais Generoso
antiga do centro tradicional, com grande número de Marques, José
P1 914
edificações originárias do processo de ocupação da cidade ao B. de Macedo,
fim do século XIX e início do XX. Zacarias,
Santos Dumont
e Garibaldi
ZC - Zona Central: Compreende o centro tradicional,
caracterizado por grande concentração de atividades e
funções urbanas de caráter setorial. Permitem-se usos de
habitação, comércio e prestação de serviços. O coeficiente de
construção é igual a 5, com 100% de ocupação no térreo e no Praças Rui
P2 911 1º pavimento, assim como 66% nos demais. Para se Barbosa, Osório
estimular o uso residencial, ampliar espaços de passeio para e Oswaldo Cruz
pedestres e considerando pouca oferta de vagas em
estacionamento nos seus entornos, foram instituídos
incentivos para galerias comerciais, edifícios de habitação
coletiva e para estacionamentos privativos ou coletivos.
Praças Carlos
P3 900 ZC - Idem descrição P2. Gomes e E.
Correia
ZR-4 - Zonas Residenciais média-alta densidade, onde se
permitem habitações coletivas, habitação transitória ou Passeio Público,
habitação institucional até 6 pavimentos, além de comércio e Círculo Militar,
P4 902
serviço vicinal ou de bairro com porte até 200 m². O Praça Santos
coeficiente é até 2 e a ocupação 50%. Andrade
ZC - Idem descrição P2.
ZR4 - Idem descrição P4.
ZR-3 - Zonas Residenciais de média densidade: permitem
Praças de Souto
habitações unifamiliares isoladas ou em série, atendida a
P5 918 Maior e Odilon
densidade de 80 habitações/ha, e também habitação coletiva
Mader
ou habitação institucional com até três pavimentos. Nos lotes
o coeficiente é até 1, com taxa de ocupação 50%.
ZR-PC - Zonas Residenciais com baixa densidade: em áreas
destinadas a habitações unifamiliares isoladas ou em série
até 2 pavimentos. O limite é de três moradias em cada lote,
cujo padrão é 360 m² ou mais. Para lotes maiores se admite a
densidade até 80 habitações/ha. Também se permitem
habitações institucionais e o comércio ou serviço vicinal com
porte até 100 m². Nos lotes o coeficiente é até 1, com taxa de Jardinetes
ocupação 50%. Ksenia
P6 972
ZR-2 - Zonas Residenciais com baixa densidade: em áreas Twerdochlib e
destinadas a habitações unifamiliares isoladas ou em série Zezé Ribas
até 2 pavimentos. O limite é de três moradias em cada lote,
cujo padrão é 360 m² ou mais. Para lotes maiores se admite a
densidade até 80 habitações/ha. Também se permitem
habitações institucionais e o comércio ou serviço vicinal com
porte até 100 m². Nos lotes o coeficiente é até 1, com taxa de
ocupação 50%.
continua
167
Florestas
Altitude
Pontos Classes de zoneamento (uso do solo) Urbanas
(m)
(Raio 500 m)
SE-NC - Setor Especial da Nova Curitiba: constitui-se de
áreas num quinto eixo conector urbano de ocupação mista, o
qual por se localizar no prolongamento para oeste do Setor
Estrutural e por ser dotado de vias em sistema trinário evoluiu
para funções e usos similares aos demais eixos expressos de
transporte. A altura é livre e o coeficiente é até 2, tendo
ocupação de 60% no subsolo e até 50% nos demais
pavimentos. Em pólos de integração ao longo do eixo exige-
se faixa contínua de comércio e serviços.
P7 953
ZT-NC - Zona de Transição do Setor Especial Nova Curitiba:
para com os zoneamentos confrontantes. São permitidas a
habitação coletiva e habitação institucional até 6 pavimentos
nos lotes com testada para as vias externas do eixo Nova
Curitiba até a profundidade de 100 m em relação às vias,
além de comércio e serviço vicinal e uso comunitário com até
2 pisos e porte de 100 m². Nos demais lotes, para usos
habitacionais a altura máxima permitida é 4 pavimentos. O
coeficiente de aproveitamento é 1 e a taxa de ocupação 50%.
ZR-1 - Zonas Residenciais com baixíssima densidade: em
áreas para habitações unifamiliares isoladas ou em série, em
2 pavimentos e frações de terreno de 600 m² no mínimo.
P8 961 Admite comércio e serviço vicinal para edificações já Parque Barigui
existentes com até 100 m². O coeficiente de aproveitamento é
até 1 e a taxa de ocupação 50%.
ZR-2 - Idem P6.
ZR-3 - Idem descrição P5.
SE - Setor Especial Estrutural: engloba áreas ao longo dos
eixos lineares urbanos. Visando prolongar e expandir o
centropioneiro, busca melhor acesso da população ao
comércio, aos serviços e aos empregos urbanos, uma vez
que se estende em várias direções até bairros distantes. O
coeficiente é 4, com incentivos para torres de comércio e
Parque Barigui,
serviços. Espelha os usos da Zona Central e limita-se no
Largo Pedro
sistema trinário linear, composto por uma via central e duas
P9 921 Deconto, Praça
externas. A via central contém a canaleta do transporte de
Professor
massa e duas pistas lentas para atender atividades de
Hyperides Zanello
animação no eixo, enquanto as vias externas são ruas
paralelas ao eixo, com sentido único de tráfego e destinadas
a maior fluidez de veículos. Nos terrenos com frente para a
via central é obrigatória a testada contínua comercial definida
no Plano Massa, o qual exige uma base na edificação
contendo térreo e sobreloja, com galeria externa na área do
recuo, bem como usos comerciais ou prestação de serviços.
continuação
168
Praça 29 de Março,
Jardinetes Isabel
Lopes Santos, Nelson
B. Ribas, James P.
Macedo, Olga de
P10 915 ZR-4 - Idem P4.
Menezes, Henrique
Oliva, Ramires
Trevisan, Pedro
Henrique Andrade
Santos
Praças Tenente E.
Vidal, Ildefonso do
Cerro Azul e do
Expedicionário,
Jardinetes Natálio
ZR-4 - Idem P4.
P11 911 Santos, Terezinha
SE – Idem P9.
Schlivinski e
Desembargador
Zeferino Krukoski,
Jardim Ambiental Sete
de Setembro
Praças das Nações,
Carlos Filizola e Ercilio
ZR-3 - Idem descrição P5.
P12 932 Slavieiro, Jardinetes
ZR-1 - Idem descrição P8.
Hipólito Dopieralski e
Henrique Knopfholz
SE-BR116 - Setor Especial da BR-116: áreas ao longo
dessa rodovia intraurbana, no trecho desde o trevo Atuba
até a Av. Winston Churchill. Permite atividades Praças Tomaz Coelho,
comerciais e de prestação de serviços, além de Cova da Iria e
habitação coletiva, institucional e transitória. O Juventina Abib,
P13 913
coeficiente é 1 e pode chegar a 2 em lotes onde se Jardinete Elias Celso
reciclem usos que hoje geram impactos e tráfego Lisboa de Miranda
pesado. A altura é até 6 pavimentos e livre nos pólos, Filho
com ocupação de 50%.
ZR-3: Idem descrição P5.
SEHIS - Setor Especial de Habitação de Interesse
Social: compreende todas as áreas de interesse público
para se ordenar a ocupação via urbanização e
regularização fundiária, implantando ou complementando
programas habitacionais de interesse social, os quais se
sujeitem a critérios especiais de parcelamento, uso e
P14 882 ocupação do solo, tais como tamanho de lote reduzido Praça Bernardo Hostin
ou recuo de 3 m. Permitem-se habitações unifamiliares
até 2 pisos, ocupação de 50% e coeficiente até 1, além
de usos em comércio ou serviço - vicinal, de bairro e
setorial, desde que com porte até 100 m². Permite-se
também a habitação institucional e os usos comunitários,
desde que com coeficiente até 0,6 e ocupação até 30%.
continuação
169
Florestas
Altitude
Pontos Classes de zoneamento (uso do solo) Urbanas
(m)
(Raio 500 m)
ZR-2 - Idem descrição P6.
ZR-OC - Zonas Residenciais de Ocupação Controlada: em
áreas situadas nos limites norte e sul da cidade e onde existe
grande concentração de áreas verdes. O lote mínimo para
novos parcelamentos é 2.000 m², permitindo habitações Parque
P15 1009 unifamiliares, isoladas ou em série, desde que se limitem a 5 Nascentes do
moradias/ha. Permite-se ainda habitação institucional e Belém
transitória, bem como os usos comunitários e o comércio ou
serviço vicinal com porte até 100 m². O limite construtivo é
coeficiente 0,4. O de altura é 2 pavimentos e de ocupação
30%.
Praça Eleutério
S. Prestes,
P16 965 ZR-2 - Idem descrição P6. Jardinete
Estanislau
Kucek
Parque São
Lourenço,
Parque da
Pedreira, Praça
P17 944 ZR-2 - Idem descrição P6. Irmã Tereza,
Jardinete Dr.
Luiz Gonzaga da
Mota Ribeiro
Filho
Praças Manoel
Scliar, Erailto
Thiele e Paulo
Senti, Jardinetes
P18 906 ZR-2 - Idem descrição P6.
Wilson N. J. S.
Santos Filho,
Ervin Ofner e
Siegfried Rigler
Bosque João
Paulo II (Bosque
SE-CC - Setor Especial Centro Cívico: compreende áreas
do Papa),
onde se concentram atividades institucionais do Serviço
Praças Rio
Público Estadual e Municipal, bem como administrativas e de
Iguaçu e Nossa
apoio a essas funções. Permitem-se usos habitacionais e de
P19 908 Senhora de
comércio ou serviços. Nos terrenos com testada para a Av.
Salete,
Cândido de Abreu a altura é livre e o coeficiente até 5 com
Jardinetes João
ocupação até 50%. Nos demais lotes a altura é 6 pavimentos e
R. Teixeira
o coeficiente até 2.
Junior e Dr. João
Lima Cordeiro
Praça Afonso
ZR-4 - Idem descrição P4. Botelho, Praça
P20 905
ZR-3 - Idem descrição P5. Ouvidor
Pardinho
continuação
170
Florestas
Altitude
Pontos Classes de zoneamento (uso do solo) Urbanas
(m)
(Raio 500 m)
Praça Elias A.
Bittar e Bento M.
Rocha Neto,
P21 900 ZR-3 - Idem descrição P9. Jardinete Sérgio
Fraga e Largo
Jornalista Carlos
Coelho
Florestas
Altitude
Pontos Classes de zoneamento (uso do solo) Urbanas
(m)
(Raio 500 m)
P28 922 ZR-OC - Idem descrição P15.
Praça Renato
P35 878 SEHIS - Idem descrição P27.
Russo
Parque Caiuá,
Praças Maria A.
P36 895 SEHIS - Idem descrição P27.
Martins e Nelson
Luiz Júnior
ZUM - Zonas de Uso Misto: áreas de ocupação mista, com
média densidade habitacional, de apoio residencial às
zonas industriais e de serviços, localizadas na Cidade
Industrial de Curitiba, nas quais se permite habitação
P37 929 coletiva, transitória e institucional, bem como comércio ou Parque Cambui
serviço - vicinal, de bairro, setorial e específico, além de
usos comunitários, com até 4 pavimentos, coeficiente até 1
e ocupação 50%.
ZR-2 - Idem descrição P6.
CONEC - Setor Especial Conectoras: áreas situadas ao
longo de quatro eixos conectores que ligam o trecho sul do
Setor Estrutural à Cidade Industrial de Curitiba.
Bosque da
P38 915 Caracterizam-se por uma ocupação mista, de média
Fazendinha
densidade habitacional, em que se permitem os mesmos
usos e parâmetros do SE-MF.
ZR-2 - Idem descrição P6.
continuação
172
conclusão
FONTE: adaptado de IPPUC (2012a) e PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA (2012)