WG2 - Ipcc Cmip6
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RESUMO
CONHEÇA ALGUMAS DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO SUMÁRIO
EXECUTIVO DO 2° VOLUME DO SEXTO RELATÓRIO DO IPCC
GRUPO DE TRABALHO 2 – IMPACTOS, ADAPTAÇÃO E VULNERABILIDADE
• A mudança climática induzida pelos seres humanos já causou amplos impactos adversos e
perdas e danos à natureza e às pessoas, além da variabilidade natural do clima. O aumento
nos eventos extremos já levou a impactos irreversíveis, à medida que sistemas naturais e
humanos são empurrados além de sua capacidade de se adaptar.
• A mudança do clima já levou a perdas e danos irreversíveis nos ecossistemas. Metade das
espécies estudadas já migrou na direção dos polos ou para altitudes mais elevadas para
escapar do calor. Centenas de perdas locais de espécies foram causadas pelos aumentos na
magnitude dos extremos de calor, e as primeiras extinções de espécies causadas pela crise
do clima já foram documentadas.
• Os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes expuseram milhões de pessoas à
insegurança alimentar e hídrica, com os maiores impactos observados na África, na
América Latina, na Ásia, nos pequenos países insulares e no Ártico. A mudança do clima
retardou os ganhos de produtividade da agricultura mundial nos últimos 50 anos. A
desnutrição aumentou, afetando principalmente idosos, crianças, mulheres grávidas e
indígenas.
• Mudança climática faz mal à saúde, física e mental: no mundo todo, a mortalidade e a
morbidade por extremos de calor aumentaram, bem como a ocorrência de doenças
causadas por alimentação e água relacionadas à crise do clima, como cólera e proliferação
de cianobactérias. A incidência de doenças transmitidas por insetos, como a dengue,
aumentou devido à expansão dos habitats e maior velocidade de reprodução dos
transmissores, como o Aedes aegypti. Doenças respiratórias em alguns lugares também
cresceram com o aumento dos incêndios florestais.
• Extremos climáticos estão levando cada vez mais pessoas a migrar, com pequenas nações
insulares sendo afetadas de forma desproporcional.
• De 2010 a 2020, a mortalidade causada por enchentes, secas e tempestades foi 15 vezes
maior nas regiões mais vulneráveis do que nas menos vulneráveis.
• O IPCC identificou ao longo dos anos, em seus relatórios, cinco “motivos para
preocupação” (ou RFC, na sigla em inglês) com a mudança do clima: risco a sistemas únicos
(como recifes de coral e povos indígenas), aumento da frequência e severidade de eventos
climáticos extremos, desigualdade nos impactos, custo dos impactos e o risco de transições
abruptas (como a savanização da Amazônia e o derretimento do gelo do oeste antártico,
que elevaria os mares em cinco metros). No AR6, o painel concluiu que os níveis de risco
para todos os RFC ficam altos ou muito altos com patamares de aquecimento menores do
que se estimou em 2013/2014, no AR5. Riscos muito altos emergem em todos os RFC no
AR6 (comparado com apenas dois no AR5) e estão associados com aquecimento no curto
prazo.
• Com 2oC, a água de degelo para irrigação em bacias alimentadas por neve sazonal deve
diminuir 20%, e a massa global de geleiras de montanha deve cair em cerca de 18%,
reduzindo a quantidade de água disponível para agricultura, geração de energia e
abastecimento humano. Nas nações insulares, os aquíferos estão ameaçados de
salinização por intrusão marinha.
• O aumento projetado nos danos diretos causados por enchentes é de 1,4 vez a 2 vezes
maior a 2oC, e 3,9 vezes maior a 3oC, em comparação com 1,5oC, num cenário sem medidas
de adaptação.
• O risco de dengue aumentará, com períodos de transmissão mais longos no ano e maior
disseminação do mosquito, deixando bilhões de pessoas expostas na Ásia, Europa, América
Latina e África ao sul do Saara. Transtornos mentais como ansiedade e estresse também
devem aumentar em todas as regiões, em especial entre crianças, adolescentes e idosos.
• Os impactos da mudança climática estão ficando cada vez mais complexos e difíceis de
administrar, e múltiplos fatores climáticos interagem entre si e com fatores não-climáticos,
criando situações de efeito-cascata. Um caso destacado pelo IPCC é o da Amazônia, onde a
mudança do clima se soma ao desmatamento e às queimadas para produzir perdas severas
e irreversíveis de serviços ecossistêmicos e biodiversidade com 2oC de aquecimento.
• Em cenários nos quais a temperatura global excede 1,5oC (o que deve ocorrer em todos os
cenários até 2040) temporariamente e depois volta ao patamar exigido no Acordo de Paris
– o chamado overshoot –, o aquecimento adicional levará a impactos irreversíveis em
alguns ecossistemas de resiliência baixa, como os polos, as montanhas e ecossistemas
costeiros impactados por degelo ou por aumento do nível do mar.
5 ADAPTAÇÃO E MALADAPTAÇÃO
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que é o IPCC?
Sim e não. A linguagem dos SPM é negociada nas assembleias do IPCC, das quais
participam representantes de governos do mundo inteiro. Por isso os sumários tendem a
ser conservadores, porque é preciso ajustar a escrita aos caprichos da diplomacia e às
suscetibilidades de cada governo. No entanto, os sumários técnicos e os relatórios não
são submetidos aos governos. E, o mais importante, os governos não mudam os dados
nem as conclusões do painel – quem dá as cartas é a ciência.
O IPCC é alarmista?
O número varia a cada ciclo de avaliação. O AR6 teve 801 autores e revisores, sendo 21
brasileiros.
Como trata de ciência e de cenários para o futuro, o IPCC não pode fazer previsões.
Pode, no máximo, dizer qual é a probabilidade de um determinado fato, observação ou
fenômeno. Em outras palavras, o painel precisa comunicar as incertezas inerentes a
qualquer ciência. Para isso, lança mão de uma classificação estatística onde:
Este documento é uma compilação adaptada de alguns dos principais resultados do SPM
(Sumário para Tomadores de Decisão) do Grupo de Trabalho 2 do IPCC em seu Sexto
Relatório de Avaliação. Ele tem o objetivo de facilitar o acesso em português aos
principais destaques do SPM. Este resumo não é feito pelo IPCC, nem representa de
forma alguma o painel.