Gestão de Projetos - As Adversidades No Processo de Personalizaão de Unidades Habitacionais Multifamiliares
Gestão de Projetos - As Adversidades No Processo de Personalizaão de Unidades Habitacionais Multifamiliares
Gestão de Projetos - As Adversidades No Processo de Personalizaão de Unidades Habitacionais Multifamiliares
Goiânia, GO
2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS
Goiânia, 03/07/2019.
___________________________________________________________
Assinatura do Autor e/ou Detentor dos Direitos Autorais
1
Goiânia, GO
2019
P359g Peixoto, Gabriela Teodoro Tragueta Venâncio.
Gestão de projetos as adversidades no processo de personalização de unidades habitacionais
multifamiliares / Gabriela Teodoro Tragueta Venâncio Peixoto. – Goiânia: Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia, 2019.
78 f. : il.
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Karol Almeida da Silva Abreu CRB1/ 2.740
Biblioteca Professor Jorge Félix de Souza,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia.
3
Aprovado em 19/06/2019
Goiânia, GO
2019
4
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FLUXOGRAMA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1. Problema ...................................................................................................... 14
1.2. Objetivos....................................................................................................... 16
1.2.1. Objetivo geral ........................................................................................... 16
1.2.2. Objetivos específicos................................................................................ 16
1.3. Justificativa ................................................................................................... 16
2. REVISANDO CONHECIMENTOS ...................................................................... 18
2.1. Flexibilidade de Plantas ................................................................................ 18
2.2. Personalização ............................................................................................. 24
2.3. Gestão do Projeto ......................................................................................... 27
3. PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS ...................................................................... 35
3.1. Estratégia de Pesquisa ................................................................................. 35
3.2. Adaptação do Questionário .......................................................................... 36
3.3. Delimitações ................................................................................................. 37
3.4. Delineamento da Pesquisa ........................................................................... 38
4. ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 40
4.1. Empresa A – Obra 1 ..................................................................................... 40
4.2. Empresa A – Obra 2 ..................................................................................... 48
4.3. Empresa B – Obra 3 ..................................................................................... 52
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 64
5.1. Análise dos Resultados ................................................................................ 64
5.1.1. Obra 1 x Obra 2 ............................................................................................ 66
5.1.2. Obra 1 x Obra 3 ............................................................................................ 67
5.2. Principais Adversidades ............................................................................... 68
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 71
APÊNDICE A – Questionário .................................................................................... 73
ANEXO A – Cronograma de Personalização - Obra 1 .............................................. 74
ANEXO B – Orçamento de Personalização – Obra 1 ............................................... 75
ANEXO C – Cronograma de Entrega de Materiais de Cliente – Obra 1 ................... 76
ANEXO D – Quadro de Personalização – Obra 2 ..................................................... 77
ANEXO E – Orçamento de Personalização - Obra 3 ................................................ 78
12
1. INTRODUÇÃO
população, caracterizada, nos dias atuais, por uma maior participação da mulher na
sociedade e; o aumento do nível educacional e do poder aquisitivo.
mais de uma opção ao cliente, seja de layouts ou de acabamentos, constituindo-se em uma atividade
pró-ativa da empresa (Brandão, 2002).
4 Flexibilidade permitida é quando apenas uma opção é oferecida ao cliente ou, ainda, quando
o cliente define um arranjo físico, acabamento ou instalação fora das opções oferecidas. A flexibilidade
permitida também pode ser entendida como sendo a possibilidade de personalização da unidade
residencial sem muitas restrições.
14
1.1. Problema
Segundo Andery (2000), para o êxito desse processo são necessárias uma
clara comunicação e a troca de informações entre os agentes envolvidos, o que ainda
é uma falha muito comum na realidade das construtoras e incorporadoras. Além disso,
para a gestão eficiente devem-se levar em consideração os prazos, custos e
planejamento da obra.
5 A postura da empresa pode ser reativa quando se procuram atender os anseios do cliente de
qualquer maneira com descontrole no canteiro, geração de retrabalhos, atrasos no cronograma,
dificuldades de controle e elevação de custos indiretos (Brandão, 1997).
6 A postura da empresa é proativa quando a empresa se prepara para o diálogo com o cliente,
criando regras para o atendimento personalizado na forma de guias ou manuais, além de pessoal
destinado a ouvir e orientar o cliente, auxiliar tecnicamente na escolha de materiais, orçar modificações
e ordenar visitas no canteiro. Em princípio, trata-se de uma estratégia para apartamentos com melhor
padrão de acabamento, de modo geral nos segmentos de renda mais elevada (Brandão, 1997).
16
1.2. Objetivos
1.3. Justificativa
2. REVISANDO CONHECIMENTOS
7 Segundo depoimento de Souza (2018), que participou dos referidos projetos de alteração
personalizada de interiores dessas obras, quando ainda trabalhava no escritório de arquitetura Hugo
Hamilton & Tadeu Baptista, com a introdução desses conceitos, o cliente passou a ter uma
possibilidade de personalizar o projeto original, seja o projeto de arquitetura, com alterações de
alvenaria que não implicassem em descaracterização estrutural e de fachada, sejam nas
especificações de acabamento e até mesmo nas instalações complementares da unidade habitacional
(elétrica e hidro sanitária).
19
Além disso, nesse mesmo artigo foi exposto como as empresas brasileiras do
setor têm proporcionado a personalização aos clientes. Atualmente existem três
formas utilizadas:
plantas abertas, ou laje livre, modo no qual são sugeridos alguns projetos, mas
o cliente pode elaborar o seu com outra distribuição e outros acabamentos
diferentes dos padronizados;
alternativas de plantas, estratégia utilizada por empresas que não são tão
flexíveis; num mesmo edifício existem apartamentos do mesmo tamanho, mas
com um, dois ou três quartos; e,
negociação de pequenas alterações, para o caso das empresas que não
oferecem as alternativas anteriores.
Pagliaroni (2013) comprovou que quanto maior a área das unidades e maior o
padrão de acabamento dos empreendimentos, maior é a liberdade para a realização
das personalizações por parte da empresa.
Moschen (2003) ainda completa que: “O arquiteto que irá projetar a edificação
deve aliar sua capacidade criativa à capacidade técnica, prevendo espaços flexíveis
que sejam passíveis de alterações, seja na fase de construção ou posteriormente
durante sua ocupação”.
8
No que consistem as novas configurações familiares? Casais de homossexuais de ambos os
sexos, com filhos de casamentos heterossexuais anteriores, querendo ou não adotar e/ou ter seus
filhos biológicos com ou sem auxílio de inseminação artificial; casais heterossexuais recasados, com
filhos de outros casamentos e do atual; casais heterossexuais que têm filhos por inseminação artificial;
“barrigas de aluguel”, grávidas pela inseminação artificial ou pela, digamos, maneira “tradicional”;
casais que não querem filhos; celibatários, homo e heterossexuais, que querem ser pais ou mães, com
ou sem o discurso de “produção independente”, produção com ou sem o auxílio de bancos de esperma,
etc. (SPELLER; ADENA, 2001).
24
2.2. Personalização
Ainda para Brandão (2002), a flexibilidade é usada pelas empresas como mais
um item de estratégia de marketing, como um elemento de diferenciação de produto,
sendo um elemento considerável para a decisão de compra do produto. Além disso,
Pagliaroni (2013) apresenta a personalização como uma ferramenta de aumento do
valor dos produtos oferecidos e um fator predominante na concorrência do mercado
da construção civil.
Reis, apud Brandão (2002) relaciona as razões pelas quais o usuário deseja
promover alterações em sua unidade habitacional, sendo forte a ligação com fatores
simbólicos e estéticos e podem ser assim arregimentadas:
Diante desse cenário, Brandão (2002) apresenta duas posições distintas que a
empresa pode adotar em relação à personalização: reativa ou proativa. Pode ser
reativa quando se procura atender as necessidades do cliente a qualquer custo, ou
seja, não há uma gestão do processo como um todo, gerando atrasos no cronograma
da obra, retrabalhos, dificuldades de controle e elevação dos custos indiretos. Ou,
pode ser proativa, quando a empresa se prepara para o diálogo com o cliente,
estabelecendo regras de atendimento e designando pessoal a orientar o cliente e gerir
o processo.
Cruz (1997) explica que a reengenharia estratégica é um método que deve ser
conduzido pela direção recriando a forma de ser da empresa, seus processos e
informações, se possível repensando grupos de atividades isoladamente objetivando
melhorias extremamente significativas. Todos os setores devem ser avaliados,
revistos e integrados entre si de forma a absorver a nova metodologia proposta e
aplicá-la com eficiência.
Novaes (2001) expõe dois conceitos distintos para projeto, um com caráter
tecnológico e outro gerencial. O primeiro conceito é o estático, refere-se a projeto
como produto, constituído por elementos gráficos e descritivos, destinado a atender
às necessidades da etapa de produção. E o outro é o dinâmico, que confere ao projeto
o sentido de processo, através do qual as soluções são elaboradas e precisam ser
compatibilizadas.
9 Silva (1998) caracteriza a produção arquitetônica em quatro modelos culturais básicos, que
Já Pagliaroni (2013) elenca alguns itens que a empresa pode implementar para
diminuir as adversidades advindas do processo de personalização. Sendo eles:
3. PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS
3.3. Delimitações
4. ESTUDO DE CASO
Este estudo de caso foi realizado em uma obra de alto padrão da empresa de
médio porte no setor da construção civil da cidade de Goiânia, denominada de Obra
1 da Empresa A cuja perspectiva está apresentada na Figura 7.
Fonte: Empresa A
Fonte: Empresa A
Essa posição da empresa foi o item que mais gerou dificuldades para a Obra 1
conseguir gerir o diferencial do serviço de personalização dentro do processo
produtivo da construção civil. As unidades personalizadas fora do prazo determinado
do Cronograma de Personalização, geraram diversos retrabalhos, atraso na entrega
da unidade, existindo casos de apartamentos, como pode ser visto na Figura 10, que
estavam prontos para serem entregues e tiveram que sofrer modificações devido às
solicitações dos usuários.
46
Outro principal fator relatado pela Engenheira da Obra que gerou dificuldades
para a obra gerir o processo, foram os benefícios dados aos clientes de
personalização, por parte da diretoria da empresa. Como exemplo, citou dois casos:
o primeiro foi de uma cliente que solicitou que a obra recebesse materiais, ver Figura
11, que seriam instalados apenas depois da entrega das chaves, e o segundo caso,
foi de permitir que o comprador entrasse com uma empresa contratada por ele para
realizar serviços durante a execução da obra, o que foi registado na Figura 12.
47
Figura 11 – Recebimento pela obra de materiais que serão instalados pelo cliente
após a entrega da unidade
Este estudo de caso foi realizado em uma obra de médio padrão em empresa
de grande porte no setor da construção civil da cidade de Goiânia, denominada de
Obra 2 da Empresa A.
49
Fonte: Empresa A
Fonte: Empresa A
Fonte: Empresa A
51
Das 177 unidades, 109 foram escolhidas como Planta Tipo, ou seja, 62% das
unidades foram assinadas como unidade padrão. Esse índice indica a assertividade
da construtora na definição da Planta Tipo e a tendência dos clientes desse padrão
econômico em não personalizar suas unidades. No Gráfico 2 estão demonstrados
estes índices.
Tendo em vista que 34% das unidades ainda não foram vendidas, a previsão é
que a porcentagem de personalização diminua consideravelmente. Ou seja, levando
em consideração a tendência dos clientes em optar pela Planta Tipo, temos um índice
de menos de 10% de unidades personalizadas.
52
Nesta obra não será designada uma pessoa responsável apenas por essas
alterações de plantas. A Auxiliar de Engenharia, responsável pela fiscalização dos
serviços é também incumbida de garantir a correta execução das plantas escolhidas
pelos clientes.
Em função da obra não estar na fase de execução dos pavimentos tipo durante
a realização da pesquisa, não foi a análise das principais dificuldades do processo de
personalização. O estudo de caso da Obra 2 se restringiu à comparação dos
processos de personalização ofertados pela Empresa A para diferentes padrões
econômicos.
Este estudo de caso foi realizado em uma obra de alto padrão em outra
empresa de grande porte no setor da construção civil da cidade de Goiânia,
denominada de Obra 3 da Empresa B.
53
Fonte: Empresa B
Fonte: Empresa B
12Ralo sekapiso: é um ralo longo em alumínio (canaleta e grelha), utilizado para captação de
água em vários locais, terraços, sacadas, box para banheiros, etc. Sua principal característica é a
queda interna, que faz com que a água corra para o ralo (dreno), não ficando parada dentro da canaleta.
61
Fonte: Empresa B
64
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Além disso, nota-se que a Empresa A possui uma postura mais flexível
mediante as solicitações dos clientes da Obra 1, não permitindo as mesmas exceções
para os clientes da Obra 2. Isso é justificado pelo fato que as obras de médio padrão
possuem mais apartamentos, e consequentemente, mais clientes, ou seja, maior
dificuldade para manter a ordem dentro da obra, uma vez que, quanto mais exceções
abertas, mais difícil se torna a gestão dentro do canteiro de obras.
6. CONCLUSÃO
Diante de tudo que foi exposto, pode-se considerar como as principais vantagens
desse processo para as empresas: facilitação das vendas, fidelidade e aumento da
satisfação dos clientes. Como principais adversidades foram elencadas: retrabalho,
atraso na entrega de unidades e a dificuldade na verificação de serviços.
De acordo com o que foi observado, as adversidades não podem ser eliminadas,
apenas minimizadas tendo um gerenciamento mais de perto da obra. Porém, as
empresas não reconhecem com essas adversidades para a organização com um
todo, tendo em vista que suas vantagens sobrepõem as dificuldades, destacando-se
o aspecto facilitador de venda.
Em face da abrangência deste assunto, ainda existe muito a ser estudado sobre
esse tema. Dessa forma, sugerem-se os seguintes tópicos para trabalhos futuros:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICE A – Questionário
REVISÃO
ORÇAMENTO PERSONALIZAÇÃO DE CLIENTE 02
CLIENTE: EMPREENDIMENTO:
UNIDADE: DATA DO ORÇAMENTO: 06-abr-18
4 INSTALAÇÕES DE GÁS - Relocação de 1 pontos, acréscimo de 0 pontos e exclusão de 1 pontos 150,00 150,00
Observações:
CRÉDITOS
* O CLIENTE SOLICITOU O ACRÉSCIMO DE PERSIANA COM MOTOR/CONTROLE NOS AMBIENTES: SUÍTE MASTER, SUÍTE 02 E SUÍTE 03.
SUBTOTAL R$ 63.405,87
IMPOSTOS R$ 0,00
______________________________
______________________________ Da ta: ______/______/______
Data : ______/______/______
30º Pavimento 3201 PLANTA TIPO 3202 PLANTA TIPO 3203 3204 3205 PLANTA TIPO 3206
30º Pavimento 3301 PLANTA TIPO 3302 PLANTA TIPO 3303 3304 PLANTA TIPO 3305 PLANTA TIPO 3306 PLANTA TIPO
77
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IDENTIFICAÇÃO VERSÃO
CLIENT E: EMPREENDIMENTO:
MATERIAIS A SEREM
ITEM SOLICITAÇÃO VIABILIDADE CRÉDITO DÉBITO
FORNECIDOS PELO
1 ALVENARIA - Adequação de paredes em tijolo cerâmico 3.798,47 2.741,92
INSTALAÇÕES ELÉT RICAS / TELEFÔNICAS - Relocação de 55 pontos e
2 - 11.447,75
acréscimo de 45 pontos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS - Relocação de 17 pontos e acréscimo de 5
3 - 5.100,04
pontos
4 INSTALAÇÕES DE GÁS - Relocação de 0 pontos e acréscimo de 0 pontos - -
INSTALAÇÕES DE AR CONDICIONADO - Relocação de 6 pontos e acréscimo de
5 - 5.119,12
2 pontos
INSTALAÇÕES DE ASPIRAÇÃO / EXAUSTÃO - Relocação de 3 pontos e
6 - 900,00
acréscimo de 0 pontos
7 REVEST. PAREDES - Adequação revestimento 4.118,96 8.628,93
20 ACESSÓRIOS DIVERSOS - -
Observações:
SUBTOTAL R$ 13.070,67
IMPOSTOS R$ 2.663,86
TOTAL R$ 15.734,53
MATERIAIS A SEREM
ITEM SOLICITAÇÃO VIABILIDADE FORNECIDOS PELO VALOR
CLIENTE
KITS
1
2
3
9
TOTAL KITS