Modelagem Molecular Aplicada A Vulcaniza2

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Márcio Bacci da Silva

Éder Silva Costa


DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000324

CAPÍTULO 13 ......................................................................................................... 222


MINER OF MINDS – CHATBOT INTELIGENTE PARA ANÁLISE E DIAGNÓSTICO
DE TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
Lucas Jesus de Moura
Magali Andreia Rossi
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000325

CAPÍTULO 14 ......................................................................................................... 236


DETECÇÃO DE ÁREA NAVEGÁVEL EM AMBIENTES AGRÍCOLAS USANDO
VISÃO COMPUTACIONAL E PMC PARA IMPLEMENTAÇÃO EM ARQUITETURA
PIPELINE
Alexandre Padilha Senni
Ingrid Lorena Argote Pedraza
Leonardo Bonacini
Mário Luiz Tronco
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000326

CAPÍTULO 15 ......................................................................................................... 247


SOBRE O FECHO INJETIVO DE R-MÓDULOS
Adina Veronica Remor
Robson Willians Vinciguerra
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000327

CAPÍTULO 16 ......................................................................................................... 265


OBMEP E A DINÂMICA EM RESOLVER PROBLEMAS
Ariston Rodrigo Silva Lima
Jaqueline Carvalho Machado
Vinícius Vieira da Silva Dutra
Geovana Magalhães de Melo
Ricardo Gomes Assunção
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000328

CAPÍTULO 17 ......................................................................................................... 273


LINKED PARKING: FACILITANDO O ACESSO A VAGAS
Maria Aline Lemos Silva Thobias
Bruno Britto Nunes
Bruno Willian Cardoso
Leonardo Mateus de Carvalho Marques
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000329

CAPÍTULO 18 ......................................................................................................... 293


ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA: APLICAÇÃO DA ENGENHARIA
ELÉTRICA NAS NEUROCIÊNCIAS
Alice Teixeira Pedrosa
Guilherme Gomes Chagas
Lucas Gabriel Alvarenga Costa
Ricardo Luiz Perez Teixeira
Priscilla Chantal Duarte Silva
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000330

CAPÍTULO 19 ......................................................................................................... 311


VIDEOANÁLISE: ESTUDO DA ENERGIA MECÂNICA DE UM SISTEMA
DISSIPATIVO ATRAVÉS DO SOFTWARE TRACKER
Giovani Luz Andrade
Jorge Anderson Paiva Ramos
Luizdarcy de Matos Castro
DOI: doi.org/10.51497/reflex.0000331
CAPÍTULO 01

METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE CORTE


TOTAL EM PROCESSOS DE DESBASTE DE PEÇAS CILÍNDRICAS

Adalto de Farias
Centro Universitário da FEI – Centro Universitário do Instituto Maua de Tecnologia.
E-mail: [email protected]

Resumo: Este artigo apresenta uma metodologia analítica para determinação do


tempo de corte total em processos de desbaste de peças cilíndricas com geometrias
variadas. Utilizando conceitos do cálculo integral analítico, um conjunto de equações
que auxiliam na determinação do tempo de corte para o desbaste em torneamento é
apresentado. O método proposto leva em conta o emprego de uma rotação constante
para determinação do tempo de corte total. A fim de se atestar o método proposto,
foram empregadas validações utilizando simulações com softwares de manufatura e
ensaios práticos em um torno CNC. A inspiração para o desenvolvimento de tal
método alternativo baseou-se em recentes publicações, que afirmam a carência em
nossa literatura técnica do ramo de manufatura. A realização de estimativas para o
processo de usinagem é uma etapa muito importante, muitas vezes complexa devido
a diversidade de parâmetros envolvidos, mas imprescindível para a correta escolha e
otimização da etapa de produção. Uma vez colocado em produção, um planejamento
bem ou mal executado refletirá seu resultado ao término da produção, onde os
apontamentos reais serão confrontados com as estimativas iniciais. De fato, dada a
carência de literatura de métodos para tais estimativas analíticas, invariavelmente
durante um planejamento manual de processos de fabricação, utilizam-se hipóteses
simplificadoras que geralmente inferem erros consideráveis nas estimativas finais. O
método proposto também pode ser empregado nos cursos de graduação em
engenharia mecânica e afins, especificamente como demonstração da aplicabilidade
de ferramentas básicas da disciplina de cálculo, normalmente apresentadas ao
estudante nas fases iniciais de curso. A metodologia analítica apresentada neste
trabalho para o cálculo do comprimento total de corte no desbaste e tempo de corte
total no desbaste, se mostrou consistente e passível de ser empregada como
alternativa para geração de estimativas de tempos de produção.

Palavras-chave: Tempo de usinagem, planejamento do processo, simulação CAM,


torneamento

1
1. INTRODUÇÃO

O método aqui apresentado é uma metodologia analítica para determinação de


uma estimativa do tempo de corte total em processos de desbaste de peças cilíndricas
com geometrias variadas. Segundo Coppini et al. (2015) é escassa a literatura
versando sobre metodologias que tratam da determinação do tempo de corte em
usinagem. Em geral os artigos publicados sobre cálculo do tempo de corte, referem-
se ao tempo de produção. Ou seja, são artigos que estão preocupados com o ciclo de
produção por peças ou por lotes de peças.
Em recente publicação, Coppini (2015) apresenta de forma didática como a
indústria aborda os conceitos de planejamento de produção. Em seu trabalho aponta
sugestões de como tornar a sua produtividade mais enxuta e competitiva, face aos
novos desafios globais.
Diante deste quadro instigante, foi proposta uma metodologia que pode servir
de complemento para auxílio na estimativa dos tempos de corte quando em processos
de desbaste no torneamento. Para uma dada geometria (Figura 1) de peça constituída
de formas variadas, calcular o tempo de corte no processo de desbaste partindo de
uma barra cilíndrica bruta, sem o auxílio de um software de CAD ou de CAM é uma
tarefa bem complicada.

Figura 1: Geometria para estudo de estimativa de tempo de corte

Fonte: Os autores

A figura 2 apresenta uma condição de simulação para estimativa dos


movimentos da ferramenta em uma condição de desbaste. Para um valor de
profundidade de corte ap qualquer teremos a divisão de n passadas da ferramenta em
diâmetros progressivamente menores e distintos da peça. No caso da Figura 2 o
2
resultado serão n movimentos da ferramenta em comprimentos de corte lc, distintos,
dado o fato do desenho da peça ser constituído de figuras geométricas diversas
cilíndricas e não cilíndricas. As linhas contínuas verdes representam o movimento da
ferramenta em velocidade de corte e as linhas tracejadas em vermelho representam
o movimento de retorno da ferramenta na velocidade de avanço do eixo máxima
disponível para a máquina.

Figura 2: Simulação dos movimentos da ferramenta de corte no desbaste


lc1 ap
lc2 Movimento da ferramenta:
lc3
lc.. em desbaste
lc... em “vazio”

lcn
Ø Bruto

Fonte: Os autores

A realização de estimativas para o processo de usinagem é uma etapa


importante e muitas vezes complexa devido à diversidade de parâmetros envolvidos.
No entanto é uma tarefa imprescindível para a escolha e otimização das etapas
envolvidas no processo de produção, como exemplo podemos citar a geração dos
orçamentos para os setores de venda, tempos de fabricação para os setores de
planejamento e controle da produção e previsão de consumo de ferramentas para o
lote. Uma vez colocado em produção, um planejamento bem elaborado ou mal
elaborado refletirá seu resultado somente após o término da produção, onde os
resultados apontados serão confrontados com as estimativas iniciais.
Dada a carência de literatura apontada por Coppini et al. (2015) de métodos
para estimativas analíticas, invariavelmente durante um planejamento de processos
de fabricação, utilizamos hipóteses simplificadoras que geralmente inferem erros
consideráveis nas estimativas finais. Quando disponíveis na empresa, recorremos à
softwares ou planilhas eletrônicas que nem sempre levam em conta todas as variáveis
do processo ou geometrias da peça.

3
Tomando como base o trabalho apresentado por Gonçalves (2014), onde ele
apresenta seu conceito do “Teorema usando a área do cavaco removido”, este se
mostra muito prático e funcional para geometrias cilíndricas, porém esbarra em um
problema: quando a figura geométrica que entra na composição do desenho da peça
não é um cilindro, ele começará a perder precisão em função dos arredondamentos
impostos pelas hipóteses de simplificação.
Expandido o conceito para uma forma geral, obtivemos as equações para o
cálculo do tempo de corte para qualquer figura geométrica regular que entre no
desenho da peça. Utilizados os conceitos do cálculo integral analítico, um conjunto de
equações que auxiliam na determinação do tempo de corte para o desbaste em
torneamento foi apresentado. O método proposto leva em conta o emprego de rotação
constante para determinação do tempo de corte total.

2. METODOLOGIA ANALÍTICA

A peça da figura 2 foi constituída pela composição de três geometrias distintas:


uma semiesfera na ponta, um cone na região central e um curto trecho cilíndrico. Foi
desconsiderada a região do diâmetro bruto, trecho cilíndrico final, pois esta parte foi
usada como região para fixação da peça na placa do torno. Observa-se pela figura
que os comprimentos de corte lc não são iguais. Com exceção do trecho cilíndrico,
onde os comprimentos de corte em função das passada no diâmetro são idênticos, no
cone e semiesfera existe uma redução gradativa nos comprimentos de corte,
consequentemente no movimento da ferramenta. A redução dos comprimentos de
corte no cone acontece de forma linear e neste caso seria possível até a criação de
alguma relação linear específica, ou coeficiente que levasse em conta sua geometria.
O caso crítico é a semiesfera, pois a redução no comprimento de corte se dá de
maneira não linear, o que torna seu equacionamento ou a criação de alguma relação
específica um pouco mais complexa.
A fim de evitar tais procedimentos específicos e não generalistas, este trabalho
apresentou uma metodologia analítica para determinação do tempo de corte total em
processos de desbaste de peças cilíndrica com geometrias variadas, utilizando
conceitos do cálculo integral analítico.

4
2.1 Área equivalente de corte

A figura 3 (a), apresenta o gráfico de uma função f(x) qualquer no espaço de tal
forma que, sua revolução em torno do eixo x pode gerar um sólido de revolução com
a geometria específica dada por esta função. No caso deste trabalho, este sólido de
revolução representa a peça final a ser torneada. Na figura 3 (a) também é possível
verificar a representação de um retângulo contido abaixo da curva de altura f(x) e de
largura infinitesimal dx. A área deste retângulo é dada pela Eq. (1).

𝑎 = 𝑓(𝑥) ∙ 𝑑𝑥 (1)

A soma de todos os retângulos infinitesimais contidos abaixo da função f(x) irá


resultar na área A abaixo da curva, apresentada na figura 3 (b). A equação que
representa esta soma é a integral de f(x) definida entre os limites la e lb apresentados
na figura 3 (b). A Eq. (2) apresenta o cálculo para a área abaixo da curva f(x).

𝑙
𝐴 = ∫𝑙 𝑏 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 (2)
𝑎

Figura 3: (a) Trecho infinitesimal de uma função f(x) qualquer e (b) área A abaixo da função f(x)

Fonte: Os autores

A área representada na figura 3 (b) correspondente à região interna da figura,


para o caso de uma peça real seria o equivalente à seção longitudinal desta peça,
onde a região hachurada representa o núcleo da peça.

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Agora sejam duas funções, f(x) e g(x), representadas no espaço como
apresentado na figura 4 (a), ambas limitadas pelos extremos la e lb. A diferença entre
as áreas destas funções calculadas representa a região Aec na figura 4 (b) e pode ser
representada pela Eq. (3).

𝑙 𝑙
𝐴𝑒𝑐 = ∫𝑙 𝑏 𝑔(𝑥)𝑑𝑥 − ∫𝑙 𝑏 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 (3)
𝑎 𝑎

Figura 4: Representação das funções f(x) e g(x) no espaço

Fonte: Os autores

A região Aec na figura 4 (b) representa neste trabalho a Área Equivalente de


Corte, ou seja, a região de material da peça que será removida durante o torneamento
de desbaste. A função g(x) representa o material em bruto e f(x) a geometria da peça.
Como exemplo de aplicação do método proposto, para a figura 2 foi calculada a Aec
do trecho central da peça composto por uma geometria cônica. A Eq. (4) e Eq. (5)
representam as funções envolvidas no cálculo da Aec do trecho da peça, suas
variáveis estão referenciadas na figura 5.

(𝑟𝑏 −𝑟𝑎 )
𝑓(𝑥) = 𝑟𝑎 + 𝐿
∙𝑥 (4)

𝑔(𝑥) = 𝑟0 (5)

A Equação (4) representa a reta inclinada, convenientemente adaptada para o


trecho do desenho. Os valores de ra e rb representam respectivamente o menor raio e
o maior raio do cone na peça, L representa o comprimento deste trecho na geometria
no desenho. A Equação (5) representa uma linha reta horizontal, onde r0 é o raio bruto

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da peça a ser usinada. Analisando o desenho da peça, o resultado do método deve
levar à uma equação que indique a subtração da área de um retângulo por um trapézio
conforme figura 5.

Figura 5: Representação do trecho cônico da peça para cálculo da Aec

r0
Ø

rb
2

ra
x
0 L

Fonte: Os autores

Substituindo (4) e (5) em (3) temos:

𝐿 𝐿 (𝑟𝑏 −𝑟𝑎 )
𝐴𝑒𝑐 = ∫0 𝑟0 𝑑𝑥 − ∫0 [𝑟𝑎 + 𝐿
∙ 𝑥] 𝑑𝑥 (6)

A Equação (6) representa a diferença da área de um retângulo de altura r0 e


largura L pela área de um trapézio de base L e alturas ra e rb. Resolvendo as integrais
e aplicando os limites temos:

(𝑟𝑏 +𝑟𝑎 )
𝐴𝑒𝑐 = 𝑟0 ∙ 𝐿 − 2
∙𝐿 (7)

Como era esperado, a Eq (7) calcula a Aec executando a subtração entre a área
de um retângulo e a área de um trapézio, indicando que o método proposto resulta
em uma equação analítica equivalente ao raciocínio aplicado no desenho.

2.2 Comprimento equivalente de corte

Aplicando à Eq. (7) o teorema proposto por Gonçalves (2014), deve-se


estabelecer uma igualdade de áreas para encontrar o que será chamado neste
trabalho de Comprimento Equivalente de Corte lcec. Segundo Gonçalves (2014) existe
um comprimento de corte lc que multiplicado por uma profundidade de corte ap resulta
em uma área idêntica à Aec encontrada na Eq. (7):

7
𝐴𝑒𝑐 = 𝑎𝑝 ∙ 𝑙𝑐 (8)

Aplicando-se a igualdade entre a Eq. (7) e Eq. (8) e reorganizando seus


coeficientes, surge a relação que indica o valor do lce para o trecho cônico da peça
em estudo:

(𝑟𝑏 + 𝑟𝑎 )
𝑟0 ∙ 𝐿 − ∙ 𝐿 = 𝑎𝑝 ∙ 𝑙𝑐
2

(9)
𝑟𝑎 + 𝑟𝑏 𝐿
𝑙𝑐𝑒 = [𝑟0− ( )] .
2 𝑎𝑝

Na Equação (9), ao parâmetro do comprimento de corte foi acrescentado o


índice e para diferenciação em função de seu conceito de equivalência.
O comprimento de corte lce representa um único passe da ferramenta na
profundidade de corte ap, equivalente à soma de todos os passes que esta mesma
ferramenta executaria no trecho cônico da peça. A mesma metodologia e o mesmo
raciocínio podem ser aplicados para as outras regiões da peça da figura 2sendo elas
a ponta semiesférica e o trecho cilíndrico posterior ao cone. Por questões de limite
para o tamanho do artigo, as deduções destes trechos da figura e outras possíveis
geometrias não são apresentadas, mas a tabela 1 apresenta o lce, já resolvido para
as geometrias mais comuns. A dedução para trechos esféricos é bastante extensa,
inclusive o próprio resultado da equação é relativamente grande. Para as geometrias
esféricas côncava e convexa preferiu-se manter o formato intermediário de
substituição, pois este formato é conveniente e facilmente aplicado em planilhas
eletrônicas de cálculo.

8
Tabela 1: Tabela para cálculo de comprimento de corte equivalente no torneamento de desbaste

Fonte: Os autores

Uma vez conhecido o comprimento total de corte para a geometria especificada


do desenho, o cálculo de tempo de corte tc é obtido efetuando-se a divisão pela
velocidade de avanço (vf), produto da rotação n pelo avanço por rotação fn.

𝑙𝑐𝑒 𝑙𝑐
𝑡𝑐 = 𝑣𝑓
= 𝑛∙𝑓𝑒 (10)
𝑛

3. SIMULAÇÃO E VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL

Para verificação da validade das equações foram executadas simulações em


um software de CAD-CAM e a usinagem das peças em um torno CNC. O desenho da
peça com as dimensões a serem usinadas é apresentado na figura 6 o material para
fabricação desta peça foi um tarugo cilíndrico em aço ABNT 1045 com diâmetro bruto
de 63.5mm e comprimento de 100mm.

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