O Tríplice Triângulo Equilátero Inscrito No Círculo
O Tríplice Triângulo Equilátero Inscrito No Círculo
O Tríplice Triângulo Equilátero Inscrito No Círculo
José Castellani (CASTELLANI, 2002, p. 106) nos esclarece que “[...] Os Símbolos
Maçônicos representam a maneira velada através da qual a instituição maçônica, dá aos
seus Iniciados, as lições de moral e ética, que fazem parte da sua doutrina”.
Jules Boucher (BOUCHER, 1979, p. 11) destaca que um símbolo tem um significado
mais amplo, mais extenso, e sua “compreensão relaciona-se intimamente com os
conhecimentos já adquiridos por quem o estuda”.
Nicola Aslan (ASLAN, 2015, p. 29), ao abordar sobre simbolismo e Maçonaria “[...]
um Símbolo admitindo apenas uma única interpretação não será um verdadeiro
Símbolo”, pois para o autor o Simbolismo é a interpretação intuitiva dos Símbolos.
O triângulo equilátero, representado pelos seus três lados iguais simboliza a perfeição e
sobrepostos concentricamente, equidistantes nos ângulos de 0º, 40º e 320º, geram um
“equilíbrio” na imagem formada. O Círculo na Maçonaria representa o cosmo, a
totalidade, o infinito.
Por outro lado, este símbolo, em consequência do equilíbrio manifesto pelos triângulos
equiláteros dispostos concentricamente inscritos no círculo, com seus vértices
equidistantes, também representa o antagonismo da natureza (os triângulos equiláteros
com os vértices a 40º e 320º), mas que contraditoriamente gera o equilíbrio (triângulo
equilátero com o vértice a 0º) pela conciliação dos opostos, que está também manifesta
na alegoria do Sol e da Lua, presente no retábulo da Loja Simbólica, na alegoria das
Esferas Celeste e Terrestre, e ainda no Pavimento Mosaico, elementos simbólicos
presentes no Painel do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Brasileiro. A conciliação dos
opostos também está caracterizada na Doutrina do Rito Brasileiro, nos seus três pilares
basilares: A Tríplice Conciliação: a Razão com a Fé, a Evolução com a Tradição e o
Nacional com o Universal, muito bem abordada no Livro de autoria do Irmão Fernando
de Faria.
Para o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), este antagonismo não constitui a existência
de duas forças que se anulam, isto é, não existe uma contradição paralisadora, ao
contrário, essas forças adversas geram um antagonismo criador, que produz algo
essencialmente novo. Esse conflito é condição necessária à renovação de processos
criativos da natureza. Assim, o conceito de antagonismo não fica restrito ao simples
Este simbolismo ainda tem uma correlação Aristotélica, quando o Estagirita afirma que
a virtude se encontra no meio, enquanto os extremos são os vícios, a famosa Mediana
Aristotélica, isto é, Aristóteles considera que os impulsos humanos podem levar os
indivíduos a extremos em termos de comportamento, e esses extremos expressam o
vício (representado pelos triângulos equiláteros com seus vértices dispostos a 40º e
320º). Por outro lado, a virtude estaria no equilíbrio, no controle sobre esses impulsos
na busca pelo ideal de equilíbrio.
Mais uma vez, o Ir∴ William Eustáquio da Silva contribui com este autor, ao citar
PLATÃO, e a sua tripartição da Alma, presente no seu Livro, A REPÚBLICA:
Também tange a Platão em sua concepção de tripartição da alma, a qual estaria dividida
em três partes: a concupiscente, situada no baixo ventre e ligada aos prazeres sensuais,
preocupada com a conservação do corpo e a reprodução da espécie (comida, bebida,
sexo etc.); a colérica ou irascível, localizada no peito, com a função de defender o corpo
contra ameaças a sua própria segurança; e a racional, encontrada na cabeça, responsável
pelo conhecimento. Em suma, cabe ao homem dominar seus apetites, de forma a
alcançar a Temperança (dosando a região concupiscente), a Coragem (controlando sua
cólera) e a Prudência (quanto à racional), cujo equilíbrio levará à Justiça, que são as
denominadas virtudes cardeais. (Ritual de Aprendiz-Maçom do Rito Brasileiro).