JP Final Final
JP Final Final
JP Final Final
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CONHECIMENTO (SSE)
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
1 INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
‘Conflito afetivo que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo. Questão não solvida e que
é desejo de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Questão proposta para que se dê a
solução. Proposta duvidosa que pode ter diversas soluções.’ (Dicionário Aurélio, 2022)
A ênfase desta seção não ocorre sobre uma possível solução para um
problema presente no ensino de matemática brasileira, e sim a exposição da
necessidade de uma revisão sobre a sala de aula de matemática. Diversos autores
pontuam sobre dilemas da sala de aula nas últimas três décadas.
D’Ambrósio (1989) explicita em seu artigo os procedimentos comuns a uma
aula de matemática brasileira. São eles a exposição do conteúdo pelo professor em
sua lousa, e o ato passivo dos alunos em copiar em seus cadernos as resoluções. A
presença dos discentes fixada somente ao ato de repetir o que lhe é atribuído pelo
professor, sobre o conteúdo de matemática. Não ocorre um ensino de matemática
presente de uma reflexão crítica sobre os processos e métodos ensinados, gerando
a ideia de uma matemática atemporal, infalível e perfeita. Esse comportamento em
sala de aula também é descrito por Fiorentini (1995) como elementos da tendência
4
[...] o aluno chega à escola, tira das costas a mochila com as coisas que ele
trouxe da rua e a deixa do lado de fora da sala de aula. Lá dentro ele pega a
pastinha onde estão as coisas da Matemática da escola, e durante a aula são
estas as coisas que ele usa e sobre as quais fala. Ao final do dia escolar ele
guarda a pastinha, sai da sala, coloca de volta a mochila da rua, e vai embora
para casa. (LINS, 2004)
Temos então, para uma prática da cidadania adequada e crítica, contra a imposição
de informações ou ideários sobre a população, mesmo quando baseados em
relações matemáticas válidas, a necessidade do letramento estatístico.
3. A ATIVIDADE
A atividade foi desenvolvida para ser aplicada em três turmas do terceiro ano
de ensino médio, com atribuição de um ponto na avaliação geral dos alunos, durante
dois dias, sendo equivalente a duas aulas e a finalização de uma aula, totalizando
100 minutos. Os objetivos gerais da atividade foram:
3.1.1 Dia 1
alimentação, locação, lista de convidados e formandos por turma. Não deve haver
uma exposição pelo docente, somente uma aquisição dos elementos apontados
pelos discentes e intervenção se preciso. Em seguida, os alunos serão dispostos em
quatro grupos de até cinco pessoas e cada grupo será designado como se sucede.
O primeiro grupo, denominado “Chances” tem como objetivo a formulação de
hipóteses para a quantidade de alunos de cada turma que iriam e a quantidade
possível de convidados. Essas informações, em conjunto com o encadeamento das
ideias descritas, deveriam ser dispostas em forma de percentuais e com respeito a
cada turma separadamente. O objetivo, para além de do desenvolvimento das
noções de porcentagem e probabilidade, era ressaltar as características dos alunos
e sua influência sobre as decisões gerais. Como gerar uma decisão democrática
respeitando os diferentes grupos enquanto o percentual de uma turma é o dobro ou
o triplo do que outra? Como gerar uma escolha justa para os alunos formandos
quando a sua maioria é de um certo grupo social, gênero ou localidade? Para além
dos cálculos numéricos, especula-se que o aluno deverá pensar criticamente sobre
seus resultados e como eles afetam a tomada de decisão geral.
O segundo grupo, denominado “Possibilidades” tem como objetivo a pesquisa
sobre local do evento, quantidade de pessoas que seria possível comportar,
necessidade de mesas, cadeiras ou itens afins. Imprescindível a importância da
comunicação desse grupo com o anterior, para que seja construída uma base
gradual de informações. Neste segmento, para além das variáveis quantitativas de
formandos, o enfoque ocorre sobre o local favorável aos discentes, custo de local
com materiais e custo por convidado. A escolha deve partir de valores compatíveis
com os grupos socioeconômicos presentes e com a decisão da maioria dos alunos.
O terceiro grupo, denominado “Escolhas” tem foco na pesquisa sobre
alimentação, refrigeração e afins. Compactua dos conceitos do grupo anterior,
podendo trabalhar em conjunto com pesquisas sobre valores de buffet e locais com
inclusão deste.
O quarto grupo, denominado “Decisão” tem foco na avaliação e correção dos
grupos anteriores. Os alunos serão gerenciadores, visando os cálculos e as lógicas
usadas, apontando correções quando necessário, sem interferir nas decisões
alheias.
13
3.1.2 Dia 2
• Para cada um dos convidados, será oferecido 500 gramas de arros por
convidado, associado a salgadinhos e outros doces.
• Para cada um dos convidados, será oferecido 1.5 litros de refrigerante.
3.3 Resultados.
para tomada de decisão sobre o que optar na alimentação e afins. Salientamos aqui
que este foi o grupo que usou mais recursos estatísticos, todavia foi o que mais se
distanciou da realidade.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CROSSEN, C. O Fundo falso das pesquisas: a ciência das verdades torcidas. Rio de
Janeiro: Revan, 1996.
SKOVSMOSE, Ole. Aporism and critical mathematics education. For the Learning
of Mathematics, v. 20, n. 1, p. 2-8, 2000.