Neuro - Equilíbrio e Marcha
Neuro - Equilíbrio e Marcha
Neuro - Equilíbrio e Marcha
EQUILÍBRIO E MARCHA
Equilíbrio é a capacidade de se manter de pé. Existem duas modalidades de equilíbrio: estático (postura: capacidade
ou maneira do paciente ficar em pé) e dinâmico (marcha: maneira pela qual o paciente caminha). O equilíbrio
estático e dinâmico precisam de uma integração das vias neuronais. Para que o paciente consiga caminhar muita
coisa tem que estar íntegra.
Caso o paciente tenha lesão cerebelar (cerebelo é responsável pela coordenação) e lesão visual há prejuízo do
equilíbrio. A via vestíbulo-coclear (responsável pela noção de posição da cabeça em relação ao corpo) precisa
mandar a informação correta para o sistema nervoso central para que se consiga deambular ou ficar de pé,
superando as posições maleáveis da cabeça. Outra coisa que precisa estar íntegro é a propriocepção consciente ou
a noção de posição segmentar, a posição que chega ao sistema nervoso central informando qual posição estão os
membros. Para eu caminhar, eu preciso saber que meu pé está na posição plana. Para essa informação chegar ao
sistema nervoso
central existem terminações nervosas especializadas (receptores nas articulações) que levam artrestesia, que sobe
pela coluna posterior no fascículo grácil e cuneiforme, vai pelo lemnisco até o tálamo e vai para a área sensitiva
primária. Tudo isso tem que estar íntegro. Além disso, alguns pacientes com lesão frontal tem alguma disfunção no
equilíbrio. Para o paciente conseguir manter a postura e a marcha várias coisas devem estar íntegro.
OBS.:
1. Todo sinal semiológico, quando você não espera estar presente chama-se de "presente" ou "ausente". Caso você
espera estar presente, chama-se "positivo" ou "negativo".
2. Especificidade: é a chance do teste dar negativo quando a doença está ausente.
B. Marcha em Tesoura: acontece na síndrome piramidal bilateral. Acontece na criança que, ao nascer, teve uma
anóxia, uma encefalopatia hipóxica isquêmica perinatal. Ocorre falta de gás oxigênio, fazendo uma lesão bilateral.
Paciente vai apresentar espasticidade dos dois lados, por que a via
cruza, andando como no movimento de uma tesoura (membros inferiores em extensão forçada).
C. Marcha Escarvante: ocorre por lesão no nervo fibular. É a marcha em que o paciente que teve hanseníase e
lesionou o nervo fibular, caminhando com o pé caído. Isso gera uma marcha como se ele estivesse escavando o chão.
2. Marchas Atáxicas (marcha por desequilíbrio):
A. Marcha Ebriosa (mais importante): ocorre quando se tem uma lesão cerebelar axial (lesão cerebelar global de áxis
e apêndices), acompanhada de outros sinais como fala escondida (fala de bêbado). É a marcha de bêbado.
nervosos, que vai para área primária cortical avisando para o sistema nervoso
central (para o córtex) a posição que a cabeça está. Quando existe um desbalanço vestibular, o paciente tem a
síndrome vestibular, em que esse desbalanço independe um pouco da lesão. No desbalanço, um lado
manda mais impulso que outro. O normal é que a quantidade de impulso ou a frequência que chegue dos dois lados
seja igual, mas ás vezes existe um desbalanço. Nem sempre o lado que acontece o desbalanço é o lado que tem a
lesão. Por exemplo, uma criança com otite média à esquerda (lado
irritativo: esquerda), em que há mais estímulo neuronal à esquerda e menos estímulo neuronal do outro lado, então
existe um desbalanço. Nesse caso, a mesma área irritativo é a área da lesão. Já no exemplo do motoqueiro que cai
e bate a cabeça, perdendo a audição, lesionou toda a mastóide, a cóclea e canais semicirculares à esquerda, estando
o lado direito íntegro e continua irritando. Então, o lado irritado é contralateral à lesão. Nessa marcha, você desvia
para o outro lado que não está sendo
irritativo. Nessa marcha, você da o comando para o paciente dar quatro a cinco passos para frente e para trás. Caso
esse paciente tenha um desbalanço vestibular, quando ele fecha os olhos (tira a aferência visual), a via vestibular
fica mais exuberante. Esse paciente apresenta um lado que está mais irritado que o outro. O paciente marcha para
o lado que tem menos estímulos (lado menos irritativo).
C. Marcha Talonante: é a marcha que acontece em casos de lesão da coluna posterior (recebe informação de posição
do corpo), o paciente apresenta alterações nos receptores das articulações ou nas vias que vai pelo grácil e
cuneiforme até os núcleos grácil e cuneiforme do bulbo. Tem problema em três modalidade: sensibilidade vibratória,
tato epicrítico e propriocepção consciente. Como ele não tem aquela aferência, a informação de qual é a posição do
segmento, quando ele vai deambular, ele faz maior pressão no chão para que as informações subam para outra via
(receptores de pressão), pois os de posição estão lesadas, então isso gera uma marcha específica que é a marcha
talonante.
3. Outras Marchas:
A. Marcha Parkinsoniana: marcha do paciente que tem síndrome Parkinsoniana, com redução do balanço passivo
dos braços, aumento da cifose cervical, freesing (congelar) e festinação. B. Marcha de Pequenos Passos: é
inespecifica, cuidadosa. Por exemplo, a pessoa com o olho fechado vai ter uma marcha cuidadosa. Ter essa marcha
não pode garantir que ele tenha uma doença (baixa sensibilidade e especifidade).
C. Marcha Apráxica: apraxia é a perda da capacidade ou perda de habilidade. Nesse caso, a pessoa perde a
capacidade ou habilidade de marchar. Isso acontece em lesões frontais e o paciente vai apresentar dificuldade para
iniciar a marcha. EX.: Síndrome de Hack-Adams: paciente tem hidrocefalia
(excesso de líquido que transuda para região frontal ocorrendo a lesão), desenvolvendo alteração do equilíbrio com
marcha apráxica, perda de urina e demência (demência reversível).
2. VÍDEOS
Comentários:
A. Paciente com marcha parética à direita, então tem uma lesão piramidal à esquerda (contralateral à lesão). B.
Marcha Escarvante: lesão no nervo fibular direito, com pé direito c aído (mesmo lado da lesão).
C. Marcha Ebriosa: ataxia cerebelar (é a marcha mais desequilibrada: necessita de apoio bilateral quando em
ortostase e falta de coordenação).
D. Marcha Anserina: marcha com miopatia, por exemplo na lesão muscular genética das distrofias em crianças. A
musculatura do quadril não sustenta o eixo (bascula o quadril). Ocorre, por exemplo, na distrofia muscular de Becker,
com diminuição da força muscular dos músculos pélvicos e das coxas (distrofia cintura-quadril).
TERESINA - PI