Apostila de Gerenciamento de Residuos Solidos

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Treinamento de

Boas Práticas de
Gerenciamento de
Resíduos Sólidos

Agosto de 2021 1
ÍNDICE
01 RESÍDUOS SÓLIDOS 04
02 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS 07
SÓLIDOS
03 RESPONSABILIDADES 34
E TAREFAS

04 CONTROLE DE INFECÇÃO E 38
CONTAMINAÇÃO QUÍMICA
05 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 40
INDIVIDUAL E COLETIVA
06 REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL, 42
LIMPEZA PÚBLICA E VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, RELATIVAS AOS RS
07 VISÃO BÁSICA DE 44
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO
08 CICLO DE VIDA DOS MATERIAIS 47
09 ORIENTAÇÃO DE HIGIENE 50
PESSOAL E AMBIENTES
10 PROVIDÊNCIAS A SEREM 52
TOMADAS EM CASO DE ACIDENTES
E SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
11 REFERÊNCIAS 56

2 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Agosto de 2021 3
01
RESÍDUOS SÓLIDOS

Definição de Resíduos comercial, agrícola, de Classificação dos


Sólidos serviços, de varrição e que, Resíduos Sólidos
em determinado estágio
Segundo a Política ou processo, não possui Os resíduos sólidos são
Nacional de Resíduos mais utilização viável. classificados de diversas
Sólidos – PNRS (Lei formas, as quais se
nº 12.305/2010) – são De acordo com a RDC baseiam em determinadas
considerados resíduos Nº 56, de 6 de agosto de características
sólidos os materiais, 2008 da ANVISA, incluem- ou propriedades.
substâncias, objetos se nessa definição os A classificação é
ou bens descartados lodos provenientes de importante, pois auxilia na
nos estados sólido, sistemas de tratamento comunicação, viabilizando
semissólido ou líquido, de água, aqueles gerados o gerenciamento dos
cujas particularidades em equipamentos e resíduos e facilitando os
tornem inviável o seu instalações de controle de trabalhos de segregação e
lançamento na rede poluição e determinados disposição adequada.
pública de esgotos ou em líquidos cujas É importante destacar
corpos da água. particularidades tornem que há alguns tipos de
inviável seu lançamento na classificações de resíduos
Esses resíduos se rede pública de esgotos ou sólidos conhecidas
encontram nos estados corpos d’água. Excluem- no Brasil e, duas das
sólido e semissólido e se dessa definição os classificações mais
resultam de atividades excrementos humanos. utilizadas atualmente
de origem industrial, seguem as normas NBR
doméstica, hospitalar, 10004/04 da ABNT

4 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


e RDC Nº 56, de 6 de odor, entre outros. Após A norma NBR 10004/04 da
agosto de 2008 da ANVISA. caracterização, é realizada ABNT classifica os resíduos
De acordo com a norma a classificação dos nos seguintes grupos:
NBR 10004/04 da resíduos, que envolve a
ABNT, os resíduos são identificação da atividade
caracterizados a partir que gerou determinado
de diversos aspectos, resíduo, além dos seus
como estado físico, cor, constituintes.

Resíduos Classe I – Perigosos


Os resíduos considerados perigosos são aqueles que
têm características que podem colocar em risco à
saúde pública (pessoas que manipulam ou que tem
algum outro tipo de contato com o material) e ao meio
ambiente se não tratado adequadamente.
Para um resíduo ser considerado perigoso, ele deve
apresentar pelo menos uma das características
seguintes: inflamabilidade, corrosividade, toxicidade,
reatividade e/ou patogenicidade.

Resíduos Classe II A – Não Perigosos Não Inertes


São resíduos que não são considerados críticos, mas
quando decomposto por micro-organismos ou sob a
ação de água (solubilidade), podem liberar poluentes
para o meio ambiente e afetar a potabilidade dos
corpos d’água.

Resíduos Classe II B – Não Perigosos Inertes


Resíduos que não liberam poluentes quando
decomposto por micro-organismos ou sob a ação
de água (solubilidade) e, com isso, não afeta os
parâmetros de potabilidade dos corpos d’água.

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Enquanto a RDC Nº 56, de 6 de agosto de 2008 da ANVISA classifica os resíduos nos
seguintes grupos:

Grupo A: Grupo C: Grupo D:

Resíduos que apresentem Enquadram-se neste grupo Resíduos que não


risco potencial ou efetivo os rejeitos radioativos. apresentem risco
à saúde pública e ao biológico, químico ou
meio ambiente devido radiativo à saúde ou ao
à presença de agentes meio ambiente, podendo
biológicos consideradas ser equiparados aos
suas características de resíduos domiciliares.
virulência, patogenicidade
ou concentração.

Grupo B: Grupo E:

Resíduos contendo Materiais perfurocortantes


substâncias químicas que ou escarificantes.
podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio
ambiente.

6 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


02
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS

O gerenciamento de O controle da gestão gerenciamento de resíduos


resíduos sólidos é parte de resíduos é realizado consiste no planejamento
integrante do processo no âmbito da Nota e organização de
de licenciamento Técnica CGMAC/DILIC/ procedimentos para que
ambiental das atividades IBAMA n° 01/2011. Assim, ações exercidas, direta ou
desempenhadas pela o gerenciamento de indiretamente, nas etapas
OceanPact Serviços resíduos atuará em de coleta, armazenamento,
Marítimos S.A e, de acordo consonância com as descarte, transporte,
com a Política Nacional de premissas e diretrizes tratamento e destinação
Resíduos Sólidos (PNRS desta nota técnica e como final ambientalmente
Lei 12.305/2010), é previsto um instrumento para adequada dos resíduos e
para empreendimentos mitigação dos impactos rejeitos, ocorram de forma
da atividade de E&P de ambientais relacionados coordenada e passível de
petróleo e gás natural, à geração, descarte no monitoramento.
uma vez que são gerados mar e disposição final
resíduos em mais de em terra dos resíduos
uma classe, conforme associados às atividades
definidos no Art. 13 da lei dos empreendimentos.
supracitada. Nesse contexto, o

Resíduos: Rejeitos:
podem ser reutilizados, não possuem potencial
reaproveitados ou para recuperação
reciclados

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CADEIA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

A cadeia de gerenciamento de resíduos contempla todas as etapas decorridas desde


a sua geração até a adequada destinação final em terra, conforme imagem ilustrativa
abaixo:

MMR

2.1
1. Gerador
No mar
(Barcaça)
3. Unidade de
Armazenamento
2. Transportador 1º MTR 1º RR Temporário
2.2
Em terra
(veículo)
2º MTR

3.1 Transporte
em terra

2º RR

4. Destinador final

CDF

Todas essas etapas deverão gerar registros que garantam a rastreabilidade dos resídu-
os ao longo da cadeia.

8 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


RASTREABILIDADE Ticket de pesagem: ticket
emitido pela balança da Nota: Para os casos de
Os registros visam empresa gerenciadora no resíduos armazenados
garantir a rastreabilidade, momento da pesagem dos temporariamente serão
emitidos 2 MTRs com os
transparência e acesso às resíduos, informando o
respectivos RRs para compor
informações associadas peso real destes. sua rastreabilidade. O 1º MTR
ao monitoramento de evidenciará o transporte do
toda a cadeia dos resíduos Manifesto de Transporte resíduo da embarcação até a
originados na atividade. de Resíduos (MTR): empresa de armazenamento,
Com isso, são garantidas documento que descreve já o 2º MTR evidenciará o
práticas que permitem as informações sobre os transporte do resíduo da
antever eventuais resíduos que estão sendo empresa de armazenamento
desvios e, desta maneira, transportados por via até o destinador final.
estabelecer ações terrestre para a unidade
preventivas ou corretivas de armazenamento IDENTIFICAÇÃO,
ao longo das diversas temporário e/ou SEGREGAÇÃO,
etapas do gerenciamento destinação final. No ACONDICIONAMENTO
de resíduos. Para isso, são MTR são incluídos E ARMAZENAMENTO
utilizados documentos o tipo de resíduo, OFFSHORE
tanto de transporte quantidade, classe,
quanto de destinação que forma de tratamento, A segregação e o
comprovam o tratamento informações sobre o acondicionamento dos
ou destino adequado pelas gerador, transportador e resíduos a bordo das
empresas receptoras de receptor final e a data do embarcações devem ser
resíduos. transporte. conduzidos de forma
adequada, permitindo
Manifesto Marítimo Relatório de Recebimento o controle dos riscos ao
de Resíduos (MMR): (RR): documento que meio ambiente e à saúde e
documento de comprova a recepção dos segurança do trabalhador,
rastreabilidade que resíduos pelo receptor bem como para evitar a
descreve todos os resíduos final. contaminação cruzada
e respectivos volumes entre os diferentes
aproximados que estão Certificado de Destinação tipos de resíduos. A
sendo desembarcados. Final (CDF): documento contaminação cruzada
que informa a disposição pode inviabilizar
final e/ou tratamento destinações finais
aplicado aos resíduos pelo prioritárias e aumentar a
receptor final, de acordo quantidade de resíduos
com a legislação ambiental encaminhados para
brasileira. destinações com maior
impacto ambiental.

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Os diferentes tipos de resíduos devem ser segregados na geração e, para aumentar
a eficiência na segregação, os coletores devem estar posicionados em locais de
fácil acesso, distribuídos pela instalação em número e tamanho compatíveis com a
geração prevista. A Resolução CONAMA nº 275/2001 estabelece o padrão de cores para
coletores, visando à segregação dos resíduos.

Azul: Papel/papelão não Amarelo: Metal não


contaminados contaminado

Branco: Resíduos de
Vermelho: Plástico não
serviços de saúde
contaminado

Marron: Resíduos orgânicos Cinza: Resíduos não


(alimentares) passíveis de reciclagem

Verde: Vidro não Preto: Madeira não


contaminado contaminada

Laranja: Resíduos perigosos: Pilhas, cartuchos de impressão, itens


contaminados por óleo, baterias, sucata eletrônica, aerossol

10 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Além de obedecer Big bags em uso deverão A quantidade e tipos
ao padrão de cores estar armazenados em de resíduos gerados
estabelecido pela coletores secundários, deverão ser informados
Resolução CONAMA nº garantindo a não pelo comandante para
275/2001, os coletores exposição ao tempo até o o supervisor e área de
primários devem ser dia da coleta dos resíduos. meio ambiente através
identificados com o tipo de Os principais coletores do Manifesto Marítimo de
resíduo a que se destinam, secundários utilizados são: Resíduos com ao menos
nos idiomas português e contentores, contêineres, 48h de antecedência,
inglês (caso haja tripulante tambores ou bombonas. para que seja acionada a
a bordo que não entenda empresa gerenciadora e
português). Caso a embarcação possua elaborados os Manifestos
área de armazenamento Terrestres de Resíduos.
Os coletores primários dos resíduos a bordo
devem ser revestidos deve ser feito em local Ao manusear o resíduo
com sacos plásticos sinalizado, de fácil acesso o colaborador deverá
transparentes, e protegido contra as estar sempre com
impermeáveis e resistentes intempéries. Os resíduos os equipamentos de
à ruptura e vazamento. As devem ser acondicionados proteções individuais
exceções são os resíduos em equipamentos de completos, a fim de
dos serviços de saúde armazenamento adequado garantir a sua segurança.
(infectocontagiosos), que (caçambas, caixas
devem ser acondicionados metálicas, contêineres,
em sacos plásticos de cor entre outros), separados
branca leitosa, conforme em resíduos recicláveis,
estabelecido pela RDC não recicláveis e
nº56/2008 da Anvisa. perigosos para seu futuro
desembarque.
Quando a capacidade do
coletor primário atingir No momento da
2/3 da capacidade, os retirada de resíduo das
resíduos devem ser embarcações, todos os
transferidos para um resíduos deverão estar
coletor secundário na dispostos no convés,
área de armazenamento devidamente agrupados e
temporário da unidade corretamente identificados
marítima/embarcação. com a cor correspondente,
como por exemplo, big
bag de resíduo perigoso
– spray laranja e o nome
da embarcação geradora.

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RESÍDUOS RECICLÁVEIS produtos. A reutilização, exploração de recursos
segundo a PNRS, por naturais, reduzir os
O processo de reciclagem, sua vez, consiste no impactos negativos da
segundo a RDC nº56/2008, aproveitamento dos geração de resíduos e
consiste em um conjunto resíduos sem alteração consequente poluição
de técnicas pelas quais de suas características ambiental de solos,
os resíduos sólidos são biológicas, físicas e físico- recursos hídricos e
coletados e processados químicas. Deste modo, atmosfera.
para serem usados técnicas de reciclagem
como matéria-prima na e o reaproveitamento Os resíduos podem ser:
manufatura de novos permitem minimizar a

PAPEL/PAPELÃO

Passíveis de reciclagem Papelão, papel branco (de


escritório) mesmo usado, jornal, revista, folha de
caderno, embalagens tipo “tetra pak”, aparas de papel e
envelopes.
Não passíveis de reciclagem
Papel carbono, papel de fax, etiqueta adesiva, fita crepe,
guardanapo sujo de alimento, papel fotográfico, guimbas
de cigarro, papel sanitário, papel toalha contaminado,
papel metalizado ou plastificado.

12 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


PLÁSTICO

Passíveis de reciclagem Copos plásticos descartáveis,


garrafas pet, embalagens de produtos de limpeza
domésticos não perigosos, filme plástico, embalagens
plásticas de alimento limpas.
Não passíveis de reciclagem
Embalagens de produtos químicos perigosos, plásticos
contaminados com óleo / graxa / tinta / solventes,
plásticos com excesso de alimento.

VIDRO

O vidro deve ser acondicionado em bombonas plásticas


devidamente fechadas e identificadas pelo tipo de
resíduo. Em caso de não ter bombona disponível, deve-
se acondicionar os resíduos de vidro em embalagens
fechadas, como caixas de papelão, por exemplo,
devidamente identificadas com o tipo de resíduo,
evitando que o material fique diretamente em contato
com sacolas plásticas na hora do descarte.

Passíveis de reciclagem Garrafas de sucos, refrigerantes,


cervejas e outros tipos de bebidas, potes de alimentos
limpos, cacos de vidros, frascos de perfumes, vidros
planos e lisos, vidros de janelas, pratos, tigelas e copos.
Não passíveis de reciclagem
Cerâmicas, porcelanas e louças, acrílicos,
Boxes temperados, lentes de óculos, frascos de
medicamentos, tubos de TV, frascos com excesso de
alimento.

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METAL

Materiais de metal não contaminado por produtos


químicos ou resíduos orgânicos, são passíveis de
reciclagem.

Passíveis de reciclagem Latas de refrigerantes, cervejas


e outros tipos de bebidas, panelas, papel laminado
limpo, marmitas de alumínio limpas, arames, pregos.
Não passíveis de reciclagem
Clipes, grampos, esponjas de aço, latas de tinta
contaminadas, embalagens metálicas sujas de alimento.

RESÍDUO SÓLIDO COMUM NÃO PERIGOSO E NÃO


RECICLÁVEL

Resíduos sólidos comuns não perigosos e não recicláveis,


são aqueles não perigosos cuja reciclagem torna-se in-
viável devido a sua composição ou por serem feitos com
dois ou mais materiais diferentes. Estes resíduos são
gerados nos mais diversos locais. São acondicionados
em coletores primários e posteriormente acondicionados
nos coletores secundários até que sejam descartados em
aterros sanitários.

Papel carbono, papel de fax, etiqueta adesiva,


fita crepe, guardanapo sujo de alimento, papel
fotográfico, guimbas de cigarro, cinzas de cigar-
ro, filtro de café, papel toalha, papel metalizado
ou plastificado (sem o símbolo de reciclagem
na embalagem), isopor, embalagens de comida
sujas (ex.: plástico de carnes, embalagens sujas
de iogurte, geleia), clipes, grampos, esponjas,
cerâmicas, porcelanas.

14 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


RESÍDUOS DE MÍDIA (CD) armazenada dentro do os resíduos orgânicos
paiol de resíduo ou em gerados em terra pelas
CDs devem ser local seguro na cozinha. bases e escritório
destruídos (cortados) podem ser destinados a
e posteriormente compostagem ou a aterros
RESÍDUOS ORGÂNICOS
descartados no coletor de sanitários.
resíduo sólido comum não Os resíduos orgânicos
perigoso (cor cinza). são restos de comida,
borra de café, ossos,
ÓLEO DE COZINHA USADO cascas de frutas. Eles são
gerados basicamente na
O óleo de cozinha usado cozinha e refeitório das
(óleo vegetal) deve ser embarcações, bases e
separado e acondicionado escritório e devem ser
em bombonas de plástico dispostos nos coletores
devidamente identificadas específicos de cor marrom.
para posterior envio a
reciclagem. Este tipo de Todo e qualquer resíduo
resíduo não deve ser orgânico gerado nas
misturado com resíduos embarcações, deve
oleosos de origem mineral, seguir as orientações de
visto que o óleo vegetal descarte no mar. Enquanto
é de classificação IIB –
resíduo não perigoso.
Tal bombona deve ser

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RESÍDUOS PERIGOSOS Todos os resíduos É proibida a reutilização de
perigosos gerados sacos plásticos e big bags
Além das diretrizes a bordo devem ser que tenham sido utilizadas
descritas nesta sessão devidamente segregados para acondicionar resíduos
para a adequada e acondicionados em perigosos. Todo material
identificação, segregação, coletores específicos, em contato com os
acondicionamento e identificados com a resíduos perigosos deve
armazenamento de coloração laranja (resíduos ser coletado e classificado
resíduos recicláveis perigosos) e branca como resíduo perigoso.
gerados nas atividades (resíduos de saúde), Os resíduos perigosos
offshore, a OceanPact conforme padrão de coletados não devem
estabelece procedimentos cores estabelecido pela ser misturados, pois há
específicos que devem ser Resolução CONAMA nº sempre a possibilidade de
adotados para a gestão de 275/2001, e com a devida reações químicas.
resíduos perigosos. Assim, rotulagem nos idiomas
assegura-se a integridade português e inglês
dos trabalhadores que (caso haja tripulante a
irão manusear os resíduos bordo que não entenda
perigosos até a destinação português).
final e evita-se a
contaminação cruzada de
resíduos não perigosos.

16 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


LÂMPADAS FLUORESCENTES

As lâmpadas fluorescentes inservíveis apresentam


em sua composição resíduos perigosos e devem ser
separadas dos outros tipos de vidro. Após o uso, devem
ser acondicionadas, em coletor específico composto por
material resistente (de madeira ou fibra de coco) até o
momento do desembarque, onde deverão ser dispostas
em caixas de papelão do tipo colmeia de forma a
garantir a sua integridade ao longo do processo de
transporte para unidade de armazenamento temporário
ou destinador final.

PILHAS E BATERIAS / CARTUCHOS E TONNERS

Pilhas, baterias, cartuchos e tonners devem ser


acondicionadas em coletores primários de cor
laranja, específicos para estes tipos de resíduos e,
posteriormente, em bombonas plásticas ou caixas
seladas (coletores secundários), a fim de evitar possíveis
interações entre os constituintes do resíduo e seu
recipiente ou vazamentos, em caso de deterioração dos
resíduos.

RESÍDUOS óleo ou produto químico”. Químicos (FISPQ) do


CONTAMINADOS COM A manipulação, o produto químico que
ÓLEOS E QUÍMICOS acondicionamento e originou o resíduo.
o armazenamento de
Os resíduos sólidos resíduos químicos (ou
contaminados com óleo, resíduos contaminados Nota: é proibido a
reutilização de embalagens
tinta, solventes e outros por eles) devem ser feitos
contaminadas com óleo/
produtos químicos, bem de acordo com a Ficha
químico.
como suas embalagens com Dados de Segurança
vazias devem ser de Resíduos Químicos
tratados como resíduo (FDSR), elaborada a partir
perigoso, utilizando o de informações obtidas
coletor identificado como na Ficha de Informação de
“Resíduo contaminado com Segurança para Produtos

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A FDSR e a FISPQ são (incluindo informações possibilitando que sejam
documentos que fornecem sobre o transporte, tomadas as medidas
informações essenciais manuseio, armazenagem necessárias relativas à
sobre os perigos de e recomendações sobre segurança, saúde e meio
um resíduo e produto medidas de proteção ambiente.
químico, respectivamente, e ações em situação
aos envolvidos no de emergência),
manuseio deste

RESÍDUOS SUCATA ELETRÔNICA

Estes resíduos são provenientes de equipamentos


eletroeletrônicos obsoletos ou avariados.
Devem ser dispostos em coletor próprio (laranja) até o
momento do desembarque, onde passam para sacos
plásticos dentro de Bags. Caso o eletroeletrônico seja
passível de reparo os setores de TI ou Manutenção
devem ser acionados para avaliação de modo a priorizar
a reutilização sempre que possível. Neste caso, o
desembarque do produto deve ser autorizado para a
base de apoio junto ao Almoxarifado.

RESÍDUOS EXPLOSIVOS / (pólvora) em seu interior identificados como


PIROTÉCNICOS e deve ser descartado “Resíduos Pirotécnicos”. O
apropriadamente como armazenamento deve ser
Estes resíduos são resíduo perigoso. feito em local sinalizado,
provenientes de de fácil acesso, ventilado e
sinalizadores pirotécnicos Este resíduo deve protegido do calor, faíscas,
que contém em seu ser acondicionado chamas, superfícies
interior misturas ou preferencialmente na quentes ou qualquer outro
combinações que servem própria embalagem elemento que possa vir a
para produzir fogos do produto, em caixas propagar um acionamento
de artifício. Quando de papelão lacradas do sinalizador.
vencidos, ainda contém ou em bombonas/
material explosivo tambores devidamente

18 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


RESÍDUOS OLEOSOS vale ressaltar que estes ou bombonas devidamente
(ÓLEO LUBRIFICANTE, devem ser dispostos identificados e seguindo
ÁGUA OLEOSA OU BORRA em piso contido e os mesmos cuidados dos
OLEOSA) impermeável para impedir resíduos de óleo usado,
possíveis vazamentos para sendo estes encaminhados
Os resíduos de óleo o solo ou para o convés. para o destino adequado
lubrificante usado e Na ausência de área em terra (tratamento de
óleo sujo provenientes que cumpra com estes efluentes oleosos).
de equipamentos são requisitos, coloque-os
considerados perigosos e sobre bacias de contenção O resíduo de água
devem ser acondicionados vedadas. oleosa, quando gerado
em bombonas, tambores, exclusivamente a bordo
tanques móveis ou em Outro tipo de resíduo das embarcações, poderá
tanque específico da oleoso, também seguir outra destinação,
própria embarcação. Os considerado perigoso, através do Separador de
recipientes utilizados gerado nas atividades é a Água e Óleo e posterior
no acondicionamento água oleosa, proveniente descarte no mar
devem estar devidamente da lavagem e limpeza atendendo ao limite de
lacrados e identificados de equipamentos, 15 ppm de Teor de Óleos
com a tipologia do resíduo, principalmente nas praças e Graxas (TOG), neste
a serem coletados por de máquinas dos navios. caso deve-se seguir as
empresa gerenciadora Estes resíduos também orientações de descarte
que realizará o destino devem ser acondicionados no mar.
adequado (rerrefino em tanque da embarcação,
para óleo lubrificante tanque móvel, tambores
e blendagem para
coprocessamento para
borra oleosa).

Para os casos de uso de


bombonas e tambores
como acondicionamento,

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RESÍDUOS AEROSSOL (LATAS DE SPRAY)

Os resíduos de embalagens aerossóis são considerados


resíduos perigosos, devido ao seu potencial inflamável.
Tais resíduos devem ser segregados em coletor
específico de cor laranja devidamente identificado.
O armazenamento deve ser feito em local sinalizado,
de fácil acesso, ventilado, seco e protegido do calor,
faíscas, chamas, superfícies quentes ou qualquer outro
elemento.

REJEITOS RADIOATIVOS • Não misturar rejeito Os rejeitos que estiverem


orgânico com inorgânico; abaixo do limite de
Os resíduos pertencentes e isenção devem ter o
ao Grupo C (radioativos) • Não misturar rejeito mesmo destino que os
não são aplicáveis às biológico com não resíduos comuns da
atividades da OceanPact. biológico. instalação.
Apesar disso, é importante
termos orientações Os rejeitos devem ser Para a coleta e
especiais caso tenhamos devidamente identificados acondicionamento de
contato próximo com por meio de etiqueta rejeitos radioativos
esses rejeitos em contendo o símbolo sólidos, são utilizados
atividades futuras. internacional de radiação normalmente recipientes
e outras informações metálicos, com pedal,
A etapa de segregação relevantes. forrados internamente com
compreende a separação saco plástico reforçado,
de rejeitos de acordo preferencialmente em
com suas características cor viva, com o símbolo
físicas, químicas, de radiação e, ainda, a
biológicas e radiológicas, indicação da categoria
devendo ser realizada de rejeitos para a qual
durante a coleta. foi destinado. Esses
recipientes devem ser
Algumas regras gerais colocados nos laboratórios
devem ser seguidas, a e empregados apenas para
saber: rejeitos radioativos (CNEN,
2006).
• Não misturar rejeito
sólido com rejeito líquido;

20 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Os rejeitos líquidos especialmente no caso de inquebrável, com
devem ser coletados e líquidos orgânicos. profundidade suficiente
acondicionados em frascos para conter, com a devida
pequenos, normalmente Sempre que possível, margem de segurança, o
de até dois litros, com deve ser utilizado material volume total do rejeito,
tampa rosqueada vedante. plástico. No local de em caso de derramamento
O material do recipiente armazenamento, os (CNEN, 2006).
deve ser escolhido de recipientes devem ser
modo a não interagir com colocados sobre uma
o líquido armazenado, bandeja de material

RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSS)

De acordo com a RDC ANVISA no nº 222/18 e a Resolução


CONAMA no 358/2005, são definidos como geradores de
RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à
saúde humana ou animal.

Os RSS são classificados em função de suas


características e consequentes riscos que podem
acarretar ao meio ambiente e à saúde. De acordo com a
Resolução CONAMA nº 358/05 e com a RDC ANVISA
nº 222/18, os RSS são classificados em cinco grupos:
A, B, C, D e E.

Grupo A:

engloba os componentes contaminadas com sangue,


com possível presença de dentre outras.
agentes biológicos que,
por suas características Nota: Em casos de pessoas
de maior virulência ou com suspeita de COVID-19
concentração, podem a bordo, todos os resíduos
apresentar risco de pessoais gerados em seu
infecção. Exemplos: isolamento (camarote),
placas e lâminas de bem como suas máscaras
laboratório, carcaças, de proteção usadas
peças anatômicas deverão ser consideradas
(membros), tecidos, resíduo infectante –
bolsas transfusionais Grupo A.
contendo sangue, ataduras

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Grupo B: Grupo D: Os resíduos
infectocontagiosos (Grupo
contém substâncias não apresentam risco A) e medicamentos
químicas que podem biológico, químico ou vencidos (Grupo B) devem
apresentar risco à saúde radiológico à saúde ou ao ser descartados em
pública ou ao meio meio ambiente, podendo coletores primários de
ambiente, dependendo ser equiparados aos cor branca, com pedal,
de suas características resíduos domiciliares. Ex: devidamente identificados
de inflamabilidade, gesso, luvas e gazes não e revestidos com saco
corrosividade, contaminados, sobras de plástico de cor branca
reatividade e toxicidade. alimentos, resíduos das leitosa. Posteriormente,
Ex: medicamentos áreas administrativas etc. estes resíduos serão
vencidos, contaminados, Os resíduos do Grupo D acondicionados em
parcialmente utilizados, (sem riscos à saúde), por bombonas brancas
frascos vazios que tiveram sua vez, são classificados (coletores secundários),
contato direto com o como recicláveis ou não identificadas da mesma
medicamento e demais recicláveis (Classe II). forma que os coletores
medicamentos impróprios primários, passíveis
para consumo, dentre de serem lacradas. As
outros. Grupo E: bombonas utilizadas
não deverão ser
materiais perfurocortantes reaproveitadas.
Grupo C: ou escarificantes, tais
como lâminas de barbear, Tanto os resíduos
quaisquer materiais agulhas, ampolas de vidro, infectocontagiosos do
resultantes de atividades pontas diamantadas, Grupo A, como os resíduos
humanas que contenham lâminas de bisturi, de “medicamentos
radionuclídeos em lancetas, espátulas e vencidos” do Grupo B
quantidades superiores outros similares. devem ser acondicionados
aos limites de eliminação dentro de bombonas,
especificados nas normas resistentes a ruptura e
da Comissão Nacional de vazamentos, forradas
Energia Nuclear - CNEN, com sacos leitosos,
como, por exemplo, apresentando de forma
serviços de medicina visível a simbologia
nuclear e radioterapia etc. específica e o grau de
Os resíduos pertencentes risco. Vale ressaltar que
ao Grupo C (radioativos) não deve haver mistura
não são aplicáveis às
atividades da empresa.

22 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


dos resíduos de Grupo autoclave que posterior-
A e B, faz-se necessário mente são encaminhados
utilizar bombonas a aterros sanitários, não
diferentes para cada tipo. sendo admitido qualquer
Os resíduos perfurocor- outro tipo de disposição
tantes (Grupo E) devem ser final.
armazenados em caixa de ciadora. Tal prática evita Nas embarcações os cole-
papelão apropriada (tipo que a caixa de papelão tores de resíduos de servi-
“descarpack”) e posterior- “descarpack” fique úmida ço de saúde dos grupos A
mente acondicionados em com risco de rompimento. e B devem estar dispostos
bombonas ou sacos plás- Todos os resíduos de em locais de acesso
ticos leitosos devidamente serviço de saúde devem restrito, como exemplo:
lacrados identificados no ser encaminhados para enfermarias, passadiço,
momento de desembarque incineração, aterros indus- camarote do comandante
dos resíduos pela geren- triais classe I ou sistema ou imediato.

BIOSSEGURANÇA E RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSS)

A biossegurança à segurança e à saúde


compreende um conjunto dos trabalhadores que
de ações destinadas a exercem atividades de
prevenir, controlar ou promoção e assistência à
eliminar riscos inerentes saúde em geral.
às atividades que possam
interferir ou comprometer A Norma define alguns
a qualidade de vida, a conceitos básicos apresen-
saúde humana e o meio tados a seguir.
ambiente (SPERANSA,
2010). ALIMENTOS, BEBIDAS E
OUTROS
A Norma Regulamentadora
(NR) nº32 de Segurança Não é permitida a ingestão
e Saúde no Trabalho de qualquer substância
em Serviços de nos postos de trabalho,
Saúde estabelece as entendido como posto de
diretrizes básicas para trabalho o local onde o
a implementação de trabalhador efetivamente
medidas de proteção realiza suas atividades.

Agosto de 2021 23
COSMÉTICOS, CABELOS, EPI E EPC MATERIAL
BARBAS E JOIAS PERFUROCORTANTE
Óculos, luvas de proteção,
A proibição do uso de aventais sempre fechados Os trabalhadores que
adornos deve ser observa- e cobrir gravatas, lenços, utilizarem objetos per-
da para todo trabalhador echarpes. Sapatos fecha- furocortantes devem ser
do serviço de saúde (brin- dos cobrindo o dorso do os responsáveis pelo seu
cos, anéis, unhas, cílios pé. descarte.
postiços); cabelos longos
deverão ser presos na
altura das costas.

ACIDENTE DE TRABALHO

LAVAGEM DAS MÃOS Comunicar imediatamente RISCO QUÍMICO


todo acidente ou inciden-
Os funcionários da enfer- te, com possível exposição Todo recipiente contendo
maria deverão lavar as a agentes biológicos, ao produto químico manipu-
mãos imediatamente após responsável pelo local de lado ou fracionado deve
o contato com sangue, trabalho e, quando houver, ser identificado, de forma
fluidos corporais ou outros ao serviço de segurança legível, por etiqueta com
materiais contaminantes. e saúde do trabalho e à o nome do produto, com-
O uso de luvas não substi- CIPA. posição química, sua con-
tui o processo de lavagem centração, data de envase
das mãos. A higienização e de validade, e nome do
das mãos deve seguir as responsável pela manipu-
orientações da instituição. lação ou fracionamento.

24 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


PROCESSO DE empresa gerenciadora de te marítimo (no fundeio)
GERENCIAMENTO DE resíduo 2 (duas) cópias ou diretamente por trans-
RESÍDUO do MMR, uma via ficará porte terrestre (no porto),
com a embarcação e a deverá seguir os seguintes
TRANSPORTE MARÍTIMO outra deverá seguir com a procedimentos:
empresa contratada para o • A segunda cópia do MMR
Os resíduos são trans- recolhimento dos resíduos. deverá ser entregue ao
portados pela própria O imediato ou alguém di- responsável pela coleta,
embarcação até a base de retamente designado pelo seja ele uma barcaça ou
apoio (porto) ou retirados comandante deve conferir um caminhão. A embarca-
por embarcação de apoio o montante de resíduo ção geradora e a embarca-
(barcaça) até o local de Ar- desembarcado com o ção de apoio deverão ter
mazenamento Temporário. que de fato encontra-se uma cópia do MMR cada;
no MMR, garantindo que • Caso ocorra a neces-
O comandante da embar- todos os resíduos listados sidade de desembarcar
cação é responsável por no documento tenham de resíduos perigosos venci-
delegar o responsável por fato desembarcado. dos ou restos de produtos
preencher o Manifesto químicos líquidos, deverá
Marítimo de Resíduos, com Após realizada a retirada ser anexado ao Manifesto
os dados referentes ao de resíduos, o comandante Marítimo de Resíduos uma
resíduo que será transpor- deverá encaminhar por cópia da FISPQ.
tado e transferido para a e-mail ao setor de Qua- • Os procedimentos de
base de apoio ou porto. lidade, Segurança, Meio segurança para movimen-
Ambiente e Saúde (QSMS) tação de cargas deverão
O manifesto digital deve uma cópia do MMR assina- ser observados e, quando
ser encaminhado ao setor do e carimbado em todos necessário, realizados
de Meio Ambiente para re- os campos. registros fotográficos
tirada de resíduos. Devem durante a operação de
ser impressas e assinadas A coleta de resíduos, seja transferência dos resíduos.
pelo Comandante e pela ela realizada por transpor-

Agosto de 2021 25
ARMAZENAMENTO dias após a coleta. Os resí- rário de resíduos deverá
TEMPORÁRIO EM TERRA duos orgânicos e pirotécni- avaliar cada tipo de resíduo
cos são os únicos que não conforme a classificação
Os resíduos poderão ser devem ficar armazenados segundo a ABNT NBR
armazenados, após o temporariamente, devendo 10.004/2004 e/ou a FDSR
desembarque, na área de ser encaminhados para dos produtos químicos, de
armazenamento temporá- disposição final o mais modo a evitar contamina-
rio em terra da gerencia- breve possível. ção cruzada.
dora de resíduo ou porto
devidamente licenciado A pesagem dos resíduos A área de armazenamento
até que os procedimentos deve ser realizada em temporário dos resíduos
relacionados a destinação balança certificada com deve ser dotada de iden-
final sejam providenciados. emissão automática do tificação e sinalização,
Por vezes, a própria em- registro de peso (ticket restringindo o acesso de
presa gerenciadora realiza de pesagem), para maior pessoas não autorizadas.
também a destinação final confiabilidade da infor- O piso deve ser pavimen-
de parte dos resíduos. mação gerada. O ticket de tado, com sistema de
pesagem deverá ser salvo contenções, de forma a
Vale ressaltar que os resí- em PDF e arquivado digital- facilitar a identificação e
duos podem se encontrar mente junto com o MTR. interrupção de vazamen-
em armazenamento tem- O armazenamento tempo- tos, caso ocorram.
porário na gerenciadora
por tempo máximo de 120

26 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


TRANSPORTE TERRESTRE estimadas e informadas RJ o sistema é online, e a
pela unidade geradora. O assinatura do campo “des-
O transporte dos resíduos responsável pela unidade tinador final” retorna em
dos locais geradores aos deverá conferir e assinar formato digital, através do
locais de armazenamento no campo “gerador” de documento complementar
temporário e/ou destino todos os MTR, bem como ao MTR chamado de Rela-
final, são realizados por a empresa gerenciadora tório de Recebimento (RR).
meio de empresas devida- deverá assinar no campo Em locais onde não haja
mente licenciadas e deve “transportador”. Uma via plataforma digital própria
manter a segregação reali- dos documentos deve para emissão de Manifesto
zada na fonte por tipos de ficar na unidade geradora e gerenciamento da docu-
resíduo. e outra via seguirá com o mentação, será utilizado o
transportador. SINIR, cuja abrangência é
O Manifesto de Transporte de âmbito nacional.
Terrestre de Resíduos Deve-se utilizar o modelo
(MTR) poderão ser emi- da Agência Reguladora
tidos pela área de meio Estadual pertinente para
ambiente ou pela própria a emissão dos manifestos
empresa gerenciadora de de resíduos. No estado do
resíduo, em acordo com
os tipos e quantidades

Agosto de 2021 27
DESTINAÇÃO FINAL

A Lei Federal N° 12.305/10, que institui a Política Nacional


de Resíduos Sólidos (PNRS) aponta uma ordem de
prioridades para a gestão de resíduos sólidos, conforme
a hierarquia abaixo:

i. A não geração iv. A reciclagem


Está relacionada ao apri- Aproveitamento dos resíduos
moramento dos processos como matéria-prima para no-
produtivos e à reorientação vos produtos, através da sua
dos padrões de consumo. A transformação física, química
Educação Ambiental é uma ou biológica.
importante aliada nessa
prioridade. v. O tratamento dos
resíduos sólidos
ii. A redução Consiste em mitigar os
Esgotadas as possibilidades impactos negativos dos re-
de não geração, diz respeito à síduos sobre a qualidade do
diminuição da quantidade de ambiente e a saúde humana.
resíduos gerados em determi-
nado processo ou atividade. vi. A disposição final
ambientalmente
iii. A reutilização adequada dos rejeitos
Aproveitamento dos resíduos Esgotadas as possibilidades
sem sua transformação, anteriores, os rejeitos devem
aumentando o tempo de du- ser dispostos de forma orde-
ração de seu ciclo de vida. nada em aterros sanitários. Fonte: Estre, 2021.

28 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Como se pode intuir, riscos ambientais envol-
os conceitos de “não vidos, além de reduzir os
geração” e de “redução” custos com o controle e o i. Devolução ao fabri-
estão diretamente ligados tratamento dos resíduos. cante; reuso; recicla-
à prevenção na geração Assim, será dada ênfase gem; recondicionamen-
dos resíduos. Segundo à redução de volume, to; e o rerrefino.
as orientações da PNRS, reutilização e reciclagem
é preferível eliminar o de materiais, sempre que ii. Outras formas
problema na fonte a uti- possível. de disposição final
lizar tecnologias mais com- (coprocessamento,
plexas e onerosas para Neste mesmo contexto, a descontaminação ou
o seu tratamento. Essa Nota Técnica CGPEG/DILIC/ atividades similares,
abordagem envolve tanto IBAMA N° 01/2011 também aterro sanitário, aterro
a redução do volume de estabelece uma escala de industrial, incineração
resíduos gerados, quanto à prioridades para a desti- em terra).
redução da sua toxicidade. nação final:
A intenção é reduzir os

Buscando entender melhor cada tipo de destinação final e as condições que precisam
ser atendidas para que um dado resíduo possa ser encaminhado para um tipo de desti-
nação específica, é apresentada uma breve descrição sobre os métodos mais utilizados
no gerenciamento dos resíduos, em ordem de prioridades para destinação final, ou
seja, da destinação mais nobre para a menos nobre.

Agosto de 2021 29
Tipo de
Descrição Tipos de Resíduos
Destinação Final
Processo de combustão supersônica
em que a energia liberada na zona
Detonação inicial de reação propaga-se através Pirotécnicos
do material na forma de uma onda de
choque
Tratamento dos resíduos oleosos para
remover todos os contaminantes
incorporados ao óleo básico. Processo Óleos lubrificante e hidráulico
Rerrefino
mais indicado para o tratamento e usados
reaproveitamento dos resíduos
oleosos
Processo de transformação de resídu-
os em matérias-primas para novos Madeira, vidro, plástico, papel,
produtos. A reciclagem preserva recur- tetrapak, sucata ferrosa e não
sos naturais e energéticos e permite ferrosa não contaminados por
o aumento da vida útil dos aterros óleo, latas de refrigerante, tam-
Reciclagem
sanitários. No entanto, apenas resídu- bores metálicos vazios que não
os classificados como não-perigosos e tenham tido contato direto com
livres de restos orgânicos podem ser óleo ou ou­tros produtos e óleo
reciclados de cozinha usado

Tratamento que remove os agentes


contaminantes presentes nos
Estação de efluentes sanitários gerados durante
Efluente sanitário oriundo das
Tratamento de o processo, para que sejam enca-
pias, mictórios e chuveiros
Efluentes minhados ao corpo d’água receptor
atendendo aos padrões de lançamen-
to previstos na legislação ambiental
Tratamento que remove os agentes
contaminantes presentes nos
efluentes gerados pela indústria,
Estação de
visando fazer com que a água possa
Tratamento de
ser reutilizada, depois de tratada Água Oleosa
Efluentes
ou encaminhada ao corpo d’água
Industriais
receptor atendendo aos padrões de
lançamento previstos na legislação
ambiental

Consiste na descaracterização de um Tambores e embalagens metá-


resíduo perigoso de modo a permitir licas ou plásticas contaminadas
Descontaminação
sua reciclagem ou outra forma de com óleo e/ou produtos quími-
tratamento cos e lâmpadas fluorescentes

30 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Tipo de
Descrição Tipos de Resíduos
Destinação Final
Consiste em manter o material conta-
minado a uma temperatura elevada,
por meio do contato com vapor de
Autoclave Resíduos hospitalares biológicos
água sob pressão, durante um perío-
do suficiente para destruir todos os
agentes patogênico
Nesse processo, os resíduos são mis-
turados e homogeneizados, de forma Resíduos a serem destinados ao
que o blend resultante apresente coprocessamento. Trata-se de um
Blendagem
características físico-químicas tratamento prévio ao coproces-
constantes, independente dos resídu- samento
os que o compõem
Resíduos perigosos, como latas
de tintas e solventes, material
Aproveitamento do resíduo como absorvente com óleos, EPIs con-
Coprocessamento insumo energético para a indústria taminados com óleo e/ou produ-
cimenteira tos, produtos químicos vencidos
ou em não conformidade, borra
oleosa do separador
Obra de engenharia projetada para
reduzir os danos que os rejeitos Resíduo alimentar, embalagens
causam à natureza, evitando conta- não recicláveis de alimentos,
minação do solo, da água e do ar. É o guardanapos, embalagens
Aterro Sanitário
local de destino dos resíduos urbanos plásticas e vidro sujas e borra-
provenientes da coleta de lixo e de -cha velha que não possa ser
alguns resíduos industriais não peri- reutilizada
gosos (Classe II)
Produtos químicos vencidos ou
Utilizado para a disposição final de
em não conformidade.
resíduos sólidos industriais. Pode ser
Só devem ser enviados para
classificado em função do tipo de re-
Aterro Industrial aterros industriais os resíduos
síduo que recebe como Aterro Classe I
industriais que não possuam
(resíduos perigosos) ou Aterro Classe
outra opção de destinação am-
II (resíduos não perigosos)
bientalmente mais adequada

Destruição térmica por oxidação, Resíduo hospitalar infectante,


Incineração em temperaturas que vão de 900° a medicamentos vencidos e perfu-
1250°C rocortantes

Agosto de 2021 31
DESCARTE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS E EFLUENTES NO MAR

O descarte de resíduos orgânicos e efluentes no mar deve atender às diretrizes esta-


belecidas pela NT nº 01/11 do IBAMA e Resolução CONAMA Nº430/2011. A tabela abaixo
mostra as condições para descarte dos resíduos orgânicos e efluentes no mar e suas
respectivas formas de monitoramento.

Tipo Descrição Condição Monitoramento

Lançamento no mar A cada descarte,


desde que sejam deve ser feita a me-
triturados com tamanho dição e o registro do
Alimentação dos traba-
Resíduo orgânico menor ou igual a 25 peso desses resíduos
lhadores
mm e a partir de uma na Ficha de Controle
distância de 3 milhas de Descarte no Mar e
náuticas da costa no Garbage Book

A cada descarte,
Pode ser descartado no deve ser feita a
Efluente contaminado
mar desde que apresen- medição e o registro
com óleo. Água de
te TOG¹ igual ou inferior do volume desses
Efluente oleoso convés e de áreas
a 15 ppm e esteja com efluentes na Ficha de
sujas, como da casa de
a embarcação em movi- Controle de Descar-
máquinas.
mento te no Mar e no Oil
Record Book

• Medição e registro
Podem ser descartados
do volume a cada
no mar desde que:
descarte na Ficha de
• Os efluentes tenham
Controle de Descarte
sido submetidos a
no Mar;
tratamento prévio e o
• Amostragem peri-
Águas negras descarte seja
ódica para análises
(de vasos sanitários realizado a partir de 3
laboratoriais:
Efluente e de mictórios) e milhas náuticas da cos-
- Na entrada e na
sanitário águas cinzas (de pias, ta, para as embarcações
saída do
chuveiros e lavagem de de apoio; ou
sistema de tratamen-
roupa) • Em caso de ausência
to: DQO² e DBO³
ou ocorrência de trata-
- Na saída do siste-
mento prévio o descarte
ma de tratamento:
seja realizado acima de
TOG, coliformes
12 milhas náuticas da
totais, pH, cloro livre,
costa, para as embarca-
compostos organo-
ções de apoio.
clorados

¹TOG – Total de óleos e graxas / ² DQO – Demanda química de oxigênio / ³ DBO – Demanda bioquímica de oxigênio

32 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


CONHECIMENTO DOS Indicadores ambientais é considerado um ins-
INSTRUMENTOS DE trumento de avaliação
AVALIAÇÃO E CONTROLE Os indicadores ambientais e controle do Programa
DO GERENCIAMENTO DE são instrumentos de de Gerenciamento de
RESÍDUOS avaliação e controle resíduos (PGRS), já que é
do Programa de responsável por registrar
Controle dos Registros Gerenciamento de e informar qualquer não
de Descarte no Mar Resíduos Sólidos (PGRS). conformidade identificada
No PGRS da Oceanpact, os durante a verificação dos
Para descarte no mar, indicadores definidos pela resíduos recebidos.
os efluentes e resíduos empresa, são: Além disso, ele também
devem ser monitorados é utilizado para nortear
diariamente. Quando Quantitativos absolutos: a performance de toda a
houver a necessidade, os cadeia de gerenciamento
responsáveis devem in- • Total de cada tipo de de resíduos. Sendo sua di-
formar imediatamente ao resíduo gerado na embar- vulgação e implementação
Comandante que verifica cação e desembarcado; de ações corretivas etapas
a adequação às condi- • Total de resíduos gerados essenciais para a melhoria
cionantes de descarte e por mês. contínua do processo de
aprova ou não a operação. gerenciamento de resídu-
Quantitativos relativos: os.
Todo descarte no mar deve
ser comunicado e regis- • Indicador de percentual De maneira geral, as prin-
trado no Ficha de Controle de reciclagem dos resíduos cipais não conformidades
de Descarte no Mar, no (resíduos reciclados e identificadas são classifi-
Garbage Book (resíduos reaproveitados / total cadas como:
orgânicos) e no Oil Record de resíduos classe I e II
Book (efluentes oleosos). gerados) • Resíduo manifestado,
mas não desembarcado;
Sempre que a embarcação Os resultados dos indi- • Resíduo desembarcado,
estiver atracada ou funde- cadores relativos podem mas não manifestado;
ada o triturador de alimen- ser acompanhados no • Resíduo manifestado
tos deve ficar desativado atendimento aos Objetivos incorretamente;
e as válvulas de despejo e Metas de cada empresa. • Tipos de resíduos mistu-
de efluentes sanitários e rados; e
água oleosa devem estar Registro de Não • Acondicionamento incor-
lacradas e com respectivo conformidade reto do resíduo.
número dos lacres lança-
dos no diário de máquinas. O registro de não con-
formidade (RNC) também

Agosto de 2021 33
03
RESPONSABILIDADES
E TAREFAS

Este item apresenta as responsabilidades de cada agente envolvido na cadeia de


gerenciamento de resíduos.

A Alta Direção é responsável por:


• Prover os recursos humanos e financeiros necessários para o cumprimento
de tarefas.

As Lideranças (Gerentes e Coordenadores) são responsáveis por:


• Avaliar sistematicamente as instalações e os processos, buscando sua
otimização para a redução da geração de resíduos, incluindo a substituição
de insumos para a minimização da periculosidade e volume;
• Promover a conscientização da força de trabalho, quanto a segregação
correta dos resíduos;
• Fazer cumprir todas as normas e legislação vigentes descritas no PGRS; e
• Prover ao departamento de QSMS e Compras a melhor logística para
atendimento das operações e auditorias.

34 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


O setor de Meio Ambiente é responsável por:
• Executar e/ou fazer cumprir as normas e legislações vigentes;
• Realizar e controlar todos os documentos relativos ao gerenciamento
de resíduos (MMR, ticket de pesagem, MTR, RR e CDF) e preenchimento do
Relatório de Acompanhamento de Resíduo (RAR);
• Garantir o controle de entrega dos resíduos ao seu destino, bem como
orientar sobre as condições de armazenamento interno e externo;
• Requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizados a
apresentação de licença ambiental para o transporte, tratamento ou
disposição final dos resíduos, quando aplicável;
• Fiscalizar o cumprimento das diretrizes de gerenciamento da segregação,
coleta, manuseio, transporte, armazenamento temporário, tratamento
e disposição final dos resíduos perigosos e não perigosos gerados nas
atividades das bases, escritório e embarcações;
• Gerar os indicadores aplicáveis e disponibilizá-los para conhecimento de
todos;
• Prestar assessoria e orientações as demais gerências e funcionários para
o cumprimento do PGRS; e
• Orientar a força de trabalho quanto ao descarte, manuseio e
acondicionamento dos resíduos gerados para minimização dos impactos e
eventuais riscos.

Agosto de 2021 35
Comandante / Supervisor é responsável por:
• Monitorar e garantir o cumprimento deste procedimento por toda a força
de trabalho da embarcação ou base;
• Informar na passagem de troca de turma todos os resíduos que serão
desembarcados, se aplicável;
• Acompanhar a retirada de resíduo e realizar anotações dos horários no
livro de bordo, se aplicável;
• Garantir que o resíduo somente será desembarcado pela empresa
aprovada pelo QSMS;
• O Supervisor deverá informar a data, local e o horário que ocorrerá a
retirada do resíduo, para o departamento de QSMS e Compras;
• Delegar o responsável para dispor os resíduos nos coletores primários e
secundários, higienizar e organizar à medida em que houver necessidade;
• Solicitar via pedido de materiais ambientais para atendimento as
auditorias e normativas;
• Autorizar as operações de retirada, conforme este procedimento;
• Preencher e assinar os documentos ambientais, referentes a retirada de
resíduo da embarcação (manifesto marítimo de resíduo, ordem de serviço,
manifestos terrestres de resíduo); e
• Manter a documentação gerada organizada e enviá-las mensalmente ao
escritório da OceanPact para o setor de Meio Ambiente.

Colaboradores dos departamentos de TI e Manutenção


• Recolher equipamentos eletrônicos avariados de embarcações, sede e
bases;
• Avaliar a possibilidade de reparo destes equipamentos para que possam
ser reutilizados; e
• Informar o QSMS quando houver necessidade de destinar adequadamente
resíduos eletroeletrônicos.

36 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Colaboradores e terceiros envolvidos são responsáveis por:
• Cumprir o que determina este procedimento e comunicar ao QSMS (via
e-mail, telefone ou cartão de desvio) sobre qualquer anormalidade que
esteja em desacordo com as diretrizes estabelecidas neste procedimento; e
• Cumprir o que determina os procedimentos de segurança do trabalho e
anexo de SMS.

Contatos
OceanPact - [email protected]
OceanPact Geociências - [email protected]

Agosto de 2021 37
04
CONTROLE DE INFECÇÃO
E CONTAMINAÇÃO
QUÍMICA

Segundo a RDC nº 56/2008, podem ser causados por O risco químico está asso-
contaminação pode ser exposições de curta e/ou ciado a diversos resíduos,
definida como a presença de longa duração, associa- dentre quais pode-se des-
de substâncias ou agentes, do ao contato de produtos tacar alguns resíduos onde
de origem biológica, quími- químicos com a pele, olhos se pode encontrar agentes
ca ou física, que sejam e/ou sistema respiratório. químicos: baterias e pilhas;
considerados nocivos à Os principais efeitos da óleos e graxas; solventes;
saúde. No caso da expo- exposição humana a tintas; produtos de lim-
sição dos trabalhadores produtos químicos são peza; remédios; aerossóis
aos resíduos, os principais irritação na pele e olhos, (FONSECA et al., 2013).
agentes causadores de queimaduras, além disso,
doenças são agentes físi- em caso de inalação dos
cos, químicos e biológicos vapores desses produtos,
(FONSECA et al., 2013). Nes- é possível relacionar a
sa sessão, iremos discutir exposição a produtos
sobre os riscos químicos e químicos com doenças
os biológicos. respiratórias crônicas, do-
enças do sistema nervoso,
RISCO QUÍMICO doenças nos rins e fígado,
e até mesmo alguns tipos
O risco químico está de câncer (DIAS et al, 2015).
associado à exposição do
trabalhador ao manipular
qualquer tipo de produto
químico, que cause danos
à saúde. Os danos à saúde

38 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


RISCO BIOLÓGICO biológicos, presentes entre outros. Os microrga-
nos resíduos sólidos, são nismos patogênicos estão
O risco biológico está responsáveis pela trans- presentes principalmente
associado à exposição de missão direta e indireta em resíduos de serviços de
pessoas a microrganismos de doenças infectoconta- saúde (Grupo A) (DIAS et
que podem provocar giosas como leptospirose, al, 2015).
inúmeras doenças. São difteria, tifo (febre murina),
considerados como agen-
tes biológicos: os vírus, as
bactérias, os protozoários
e os fungos. Esses agentes

Agosto de 2021 39
05
EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
E COLETIVA

Implementar medidas de Equipamentos de O equipamento deve ser


segurança é fundamental Proteção Coletiva (EPC) adequado para o tipo
para controlar os riscos de risco existentes com
químicos e biológicos, Os EPCs são equipamentos um ótimo estado de
além de promover a saúde que corroboram com pro- conservação e desem-
e segurança do trabalho. teção dos colaboradores e penho para não expor o
Dentre essas medidas, são muito eficientes para colaborador aos perigos
estão presentes os Equi- eliminar os riscos antes do ambiente por uma falha
pamentos de Proteção mesmo de estabelecer o do equipamento. Por isso,
Individual e Coletiva, uso dos Equipamentos de é fundamental a análise do
responsáveis por garantir Proteção Individual. funcionamento do EPI para
a proteção dos trabalha- reduzir os acidentes de
dores. Equipamentos de trabalho.
Proteção Individual (EPI)
Os acidentes de trabalho
no Brasil preocupam cada O Equipamento de Prote-
dia mais os profissionais ção Individual (EPI) protege
da área. Em 2018, foram a integridade física do
aproximadamente 577 trabalhador e minimiza
mil acidentes registrados danos à saúde. Como o
(GOV, 2018). Para diminuir próprio nome já diz, é uma
esse número, existem proteção individual para
diversas ferramentas para cada colaborador.
prevenir os acidentes de
trabalho e evitar as doen-
ças ocupacionais.

40 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Os EPCs podem ser:
• Placas de sinalização;
• Sensores de presença;
• Cavaletes;
• Fita de sinalização;
• Chuveiro lava-olhos;
• Sistema de ventilação e exaustão;
• Proteção contra ruídos e vibrações; e
• Sistema de iluminação de emergência.

Os EPIs podem ser:


• Proteção da cabeça: capacete de segurança;
• Proteção dos olhos e face: óculos de prote-
ção, máscaras;
• Proteção auditiva: protetor auricular, abafa-
dores de ruídos;
• Proteção do tronco: coletes;
• Proteção dos membros superiores: luvas de
segurança; e
• Proteção dos membros inferiores: calçados
de segurança, macacões.

Os trabalhadores que Após o uso dos EPI estes dos a realizar a limpeza e
tenham atuação em qual- deverão ser limpos, desin- desinfecção dos uniformes
quer etapa do gerencia- fetados ou descartados. As e EPI, sendo proibida a
mento de resíduos, assim empresas devem destinar realização desta atividade
como os responsáveis um local apropriado, den- por parte dos trabalhado-
pelos procedimentos de tro de suas instalações, res em domicílio próprio.
limpeza e desinfecção ou contratar serviços
devem utilizar os EPIs especializados, autoriza-
adequados.

Agosto de 2021 41
06
REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL,
LIMPEZA PÚBLICA E
VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
RELATIVAS AOS RS

No Brasil, em 2010 foi do ciclo de vida do pro- COMLURB e SECONSERVA, o


instituída a Política Nacio- duto. Isso quer dizer que qual dispõe sobre metas e
nal de Resíduos Sólidos desde a elaboração até o instrumentos da gestão de
(PNRS), responsável pela consumo de um produto, resíduos na cidade do Rio
implementação de progra- todos os participantes de Janeiro.
mas e mecanismos para desse ciclo (fabricantes,
promover a boa gestão, o importadores, distribui- Neste documento fica
tratamento e descarte de dores e comerciantes e os como responsabilidade do
resíduos no país. A PNRS consumidores), possuem munícipio a Limpeza Públi-
foi um marco no setor por responsabilidade sobre os ca, incluindo o conjunto de
tratar de todos os resíduos resíduos gerados. Nesse ações:
sólidos (materiais que po- sentido, a PNRS define
dem ser reciclados ou re- essa responsabilidade • Coleta, transbordo e
aproveitados), sejam eles como responsabilidade transporte dos resíduos;
domésticos, industriais, compartilhada pelo ciclo • Triagem para fins de
eletroeletrônicos, entre de vida do produto. reuso ou reciclagem, de
outros; e também por tra- tratamento, inclusive por
tar a respeito de rejeitos Nesse contexto, o Decreto compostagem, e de dispo-
(itens que não podem ser Municipal nº 42.605 de sição final dos resíduos; e
reaproveitados), incenti- 25 de novembro de 2016 • Varrição, capina e poda
vando o descarte correto instituiu o Plano Municipal de árvores em vias e
de forma compartilhada. de Gestão Integrada de logradouros públicos e
Resíduos Sólidos (PMGIRS) outros eventuais serviços
A lei prevê que os res- da Cidade do Rio de pertinentes à limpeza
ponsáveis são todos os Janeiro, elaborado pela pública urbana.
atores que fazem parte SMAC em parceria com a

42 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


As atividades de vigilância I - o controle de bens de Dentro do SNVS, a Agência
sanitária são competência consumo que, direta ou Nacional de Vigilância
do Sistema Nacional de Vi- indiretamente, se relacio- Sanitária (Anvisa) é a
gilância Sanitária do Brasil nem com a saúde, compre- responsável pela coorde-
(SNVS), que se encontra endidas todas as etapas e nação do sistema e atua
vinculado ao Sistema processos, da produção ao em questões de âmbito
Único de Saúde (SUS) e consumo; e federal, acompanhando e
atua de maneira integrada II - o controle da prestação coordenando a execução
e descentralizada em todo de serviços que se rela- de ações sanitárias em
o Brasil. As responsabili- cionam direta ou indireta- todo o país.
dades são compartilhadas mente com a saúde.
entre as três esferas de A Anvisa também é
governo: União, estados e A vigilância sanitária e responsável pelo con-
municípios. seus agentes públicos trole sanitário de portos,
atuam com a finalidade aeroportos, fronteiras e
De acordo com a Lei Fede- de impedir que a saúde recintos alfandegados, de
ral nº 8.080/90, a vigilância humana seja exposta a ris- serviços de saúde e de
sanitária trata-se de um cos e possui permissão de produtos através da RDC
conjunto de ações capaz fiscalizar, atuar, e interditar nº 56, de 06 de agosto de
de eliminar, diminuir ou estabelecimentos irregu- 2008.
prevenir riscos à saúde e lares, de modo a garantir a
de intervir nos problemas segurança adequada para
sanitários decorrentes do a população.
meio ambiente, da produ-
ção e circulação de bens e
da prestação de serviços
de interesse da saúde,
abrangendo:

Agosto de 2021 43
07
VISÃO BÁSICA DE
GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS NO
MUNICÍPIO DO
RIO DE JANEIRO

No município do Rio de Criada em 2009, a CRS Destaca-se a parceria


Janeiro, a Secretaria Mu- planeja, coordena e exe- com a Companhia Muni-
nicipal de Meio Ambiente cuta ações para a gestão cipal de Limpeza Urbana
(SMAC) tem como um dos adequada dos resíduos (COMLURB), órgão munici-
seus objetivos específicos sólidos, em parceria, quan- pal competente pela Lim-
promover a gestão inte- do cabível, com outros peza Urbana do município
grada de resíduos sólidos órgãos governamentais e do Rio de Janeiro.
no Município e, para isso, entidades externas.
dispõe da Coordenadoria
de Resíduos Sólidos
(SMAC/ CRS). O Centro de Tratamento de Resíduos CTR-Rio,
em Seropédica, inaugurado em 20 de abril de
2011 com uma área de 220 hectares, recebe
todos os resíduos gerados (que não foram
destinados a reciclagem) na cidade do Rio de
Janeiro. O CTR-Rio reúne tecnologia de ponta
para garantir o destino adequado dos resíduos,
sem riscos para o meio ambiente.

44 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


As Estações de Transfe- em operação: Caju, Jacare- seguir, 93,2 % do fluxo de
rência de Resíduos – ETRs paguá, Marechal Hermes, resíduos sólidos gerados
são responsáveis pelo Santa Cruz e Bangu. na Cidade é destinado ao
recebimento dos resíduos Para a adequada desti- CTR-Rio, após passar pelas
da coleta domiciliar e nação final dos resíduos Estações de Transferência
limpeza urbana e pela sua sólidos do Rio de Janeiro, de Resíduos - ETRs. Para o
transferência para veículos a COMLURB junto a em- CTR-Gericinó, seguem 6,3%
com maior capacidade presa CICLUS coordenam de Resíduos da Construção
de transporte. De forma a implantação, operação e Civil e o restante, 0,5%
a otimizar o sistema de manutenção de transbor- compreende o fluxo da
logística para a CTR-Rio, dos das ETRs e do CTR-Rio, Coleta Seletiva (PMGIRS,
em Seropédica, o Rio de em Seropédica. 2016).
Janeiro conta com 5 ETRs Conforme ilustrado a

FLUXO DE DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

SISTEMA COMLURB

Município de Rio de Janeiro Destinação Final

93,2% CTR-RIO
COMLURB 90%
0,5% SELETIVA
PARTICULARIDADES 10%
6,3% GERICINÓ

A coleta seletiva é o re- e de manejo de resíduos Atualmente a coleta seleti-


colhimento dos materiais sólidos urbanos. A Central va municipal porta a porta
potencialmente recicláveis de Triagem (CT) de Irajá e atende às principais ruas
- papel, plástico, vidro de Bangu são operadas de 113 bairros, do total de
e metal, previamente por cooperativas de cata- 160 do município do Rio
separados nas residências dores e recebem os reci- de Janeiro (Rio de Janeiro,
ou fontes geradoras e cláveis da coleta seletiva 2021).
se enquadra como uma domiciliar realizada pela
das atividades do serviço COMLURB (Rio de Janeiro,
público de limpeza urbana 2021).

Agosto de 2021 45
COMO PARTICIPAR?

• O material deve ser embalado em plástico transparente ou translúcido (azul


e verde) para que o gari possa visualizar o conteúdo e detectar a possível
presença de materiais orgânicos, contundentes e perfurantes no seu interior.
• Não é permitido o uso de sacos pretos.
• Realizar uma rápida lavagem dos materiais. Assim, você pode garantir que o
reciclável esteja limpo e aumente a produção das atividades dos catadores.
• Todos os tipos de materiais recicláveis podem ser depositados em um mes-
mo saco.

O QUE SEPARAR?

• Materiais recicláveis: garrafas e materiais de plástico (PET, PEAD, PP e PVC),


garrafas, potes e materiais de vidro, jornais e papéis, latinhas e embalagens
em geral.
• Todas as embalagens que um dia possuíram em seu interior algum alimento,
bebida, produto de higiene e limpeza.
• Todas as embalagens feitas de papel/ papelão, metal, plástico ou vidro.
• Se não é embalagem, mas é feito de um desses materiais que podem ser
recicláveis, também deve ser separado. Só é preciso prestar atenção se estão
contaminados pela matéria orgânica do lixo comum.

ONDE DESCARTAR?

• O recolhimento é feito porta a porta durante uma vez na semana, em dias


alternados ao da coleta domiciliar.

Observação: Consulte o site http://www.rio.rj.gov.br/web/comlurb/coletaseletiva para


saber se seu bairro é atendido e em quais dias.

46 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


08
CICLO DE VIDA
DOS MATERIAIS

Todas as etapas no ciclo descartados: desde a se em resíduos e não


de vida dos materiais extração, em todas as retorna à origem do ciclo
envolvem recursos da etapas, há produção de em tempo hábil para se
natureza, sendo alguns resíduos. tornar matéria-prima para
deles não renováveis. novos produtos, o que
Temos utilizado esses Assim, da extração ao pode causar exaustão de
recursos seguidamente, descarte, forma-se um recursos. Ou seja, usamos
cada vez mais, criando fluxo de materiais e os recursos naturais
um fluxo que os leva recursos numa única em uma velocidade
em direção ao descarte direção, com geração de muito maior do que a
como resíduos. Mas não resíduos em todas as capacidade da natureza
é somente na etapa final etapas. A maior parte dos de transformá-los em
que esses resíduos são materiais transforma- recursos novamente.

Resíduos

Extração/
Produção Distribuição Consumidor Destinação
Materia
Final
Prima

Reciclagem Manufatura Reuso


Reaproveitamento

Agosto de 2021 47
Ao longo do seu ciclo transformação de um resíduos envolvidos, desde
de vida, uma simples tecido de algodão pode sua origem e além do seu
camiseta pode representar demorar muito tempo, consumo.
uma enorme quantidade bem mais do que o
de recursos naturais tempo de vida da própria Considerar o ciclo de vida
utilizados, enquanto camiseta. dos produtos nos permite
muitos resíduos líquidos, vislumbrar a existência
gasosos e sólidos são Do mesmo modo que de impactos de ordem
gerados e dispensados na analisamos o ciclo ambiental e social que
natureza. de vida de um objeto extrapolam o objeto que
simples que todos nós consumimos. Por isso, se
Sabemos que, após possuímos – a camiseta queremos viver e educar
o descarte, alguns – podemos pensar nos para uma vida sustentável,
materiais podem se recursos mobilizados em é preciso discutir o
decompor rapidamente, várias atividades, bens e consumo de forma crítica e
transformando-se e serviços que consumimos. abrangente, considerando
integrando-se novamente Alimentos, atividades de todas as dimensões, que
ao ambiente natural. lazer, hábitos podem ser perpassam esse tema.
Outros demoram dezenas repensados pela ótica
ou centenas de anos para do fluxo de materiais e
serem decompostos. A

A QUESTÃO DO PLÁSTICO
O uso e o descarte de materiais plásticos tornaram-se um desafio de dimen-
sões globais. Estima-se que aproximadamente metade de todos os produtos
plásticos que poluem o mundo hoje foram criados após 2000. Este problema
tem apenas algumas décadas e, ainda assim, 75% de todo o plástico já produzi-
do já foi descartado. Devido à má gestão dos resíduos, sobretudo nas cidades,
estima-se que um terço de todo o plástico descartado termine despejado na
natureza, tendo como consequência a poluição ambiental. O Brasil, segundo
dados do Banco Mundial, é o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com
11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e
Índia. Desse total, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%),
mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) foram efetivamente recicladas. Para
além do desafio de aumentar o índice de recuperação desses materiais na
reciclagem, é igualmente importante buscarmos alternativas ao seu ciclo de
vida de forma sistemática, desde sua produção, passando pelo consumo e, por
fim, pela gestão dos resíduos gerados. Fonte: WWF, 2019

48 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


COMO PODEMOS REDUZIR A GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO NOSSO COTIDIANO?

Algumas práticas que podemos mudar no nosso dia a dia podem nos ajudar a diminuir
a geração de resíduos sólidos no nosso cotidiano, ajudando a diminuir os impactos que
causamos ao meio ambiente. Uma delas é a técnica dos 5Rs, apresentada a seguir.

Recicle
Repense
Dê preferência à compra de
produtos reciclados; Organize-se Realmente precisamos de
em seu trabalho/escola/bairro/ determinados produtos que
rua/comunidade/igreja/casa um compramos ou ganhamos?
projeto de separação de materiais Compramos produtos duráveis/
para coleta seletiva. resistentes evitando comprar
produtos descartáveis?

Reduza

Compre produtos que


5R’s tenham refil; adote um
consumo mais racional.
Recuse

Recuse produtos que


prejudiquem a sua saúde
e o meio ambiente. Prefira Reutilize
produtos de empresas que
tenham compromisso com o Doe produtos que possam servir
meio ambiente. às outras pessoas; use o verso da
folha de papel para escrever.

Agosto de 2021 49
09
ORIENTAÇÃO DE HIGIENE
PESSOAL E AMBIENTES

A higiene pessoal e dos Práticas de higiene pesso- Se um lenço não estiver


ambientes de trabalho é al e de ambientes: disponível o cotovelo do-
de fundamental impor- brado pode ser usado para
tância para prevenir a • Lavar as mãos com cobrir o nariz e boca;
proliferação de doenças. frequência utilizando água • Não tossir ou espirrar
Considerando a pandemia e sabão ou higienizá-las perto de alimentos;
da COVID-19, mais do que com álcool 70% por 20 • Manter a higiene bucal,
nunca, precisamos estar segundos; escovando os dentes regu-
atentos aos temas preven- • Evitar tocar no rosto, in- larmente;
ção e higiene. É preciso se cluindo boca, nariz e olhos. • Manter as unhas limpas
preocupar com a própria Se necessário, higienizar e bem aparadas - Esse
saúde e das pessoas que as mãos antes e após; cuidado evita o acúmulo
convivemos, ter bons hábi- • Cobrir o nariz e a boca de sujeira bem como de
tos de higiene e entender com um lenço descartável germes embaixo delas;
que a limpeza dos am- quando estiver espirrando, • Manter o seu local de
bientes é a extensão dos tossindo, limpando e asso- trabalho sempre limpo e
nossos hábitos de higiene ando o nariz. O lenço deve higienizado; e
pessoal. ser descartado imediata- • Higienizar as ferramentas
mente em uma lixeira sem antes e após a sua utili-
toque com tampa. zação.

50 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Quando devo lavar as mãos?
• No início do trabalho
• Ao passar de uma operação para outra
• Após a limpeza da área de trabalho e equipamentos
• Antes e depois de utilizar os sanitários
• Antes e após as refeições
• Antes e após fumar

Segundo a RDC nº56/2008 da ANVISA, o método de limpeza dos recipientes de


acondicionamento e das áreas de armazenamento de resíduos deve ser realiza-
do da seguinte forma:

• Coletar e acondicionar os resíduos sólidos conforme legislações pertinentes;


• Friccionar pano ou escova embebida com água e produtos detergentes, sabão
ou limpadores de uso geral nas superfícies, retirando os resíduos deixados
após operação;
• Enxaguar com água limpa e/ou passar pano úmido, até que todos os resíduos
sejam retirados;
• Secar com pano limpo; e
• Promover o descarte dos panos utilizados na operação ou, quando reaprovei-
táveis, acondicioná-los em recipientes ou sacos acondicionadores, para poste-
rior limpeza e desinfecção.

Agosto de 2021 51
10
PROVIDÊNCIAS A SEREM
TOMADAS EM CASO DE
ACIDENTES E SITUAÇÕES
EMERGENCIAIS

As emergências a bordo das embarcações da OceanPact são classificadas em três áre-


as distintas e com dois níveis de severidade conforme indicado abaixo.

Severidade /
Baixa Alta
Emergência
Toda emergência que comprome-
Toda emergência que não compro-
ta a estabilidade e/ou segurança
meta a estabilidade e/ou segurança
da embarcação, seus tripulantes,
da embarcação, seus tripulantes,
Emergências passageiros e que o Comandante
passageiros e que o Comandante e
de Navegação e sua tripulação não possuam
sua tripulação possuam recursos para
recursos para controlá-la e/ou
controlá-la e trazer a embarcação com
trazer a embarcação com segu-
segurança ao porto.
rança ao porto.
Toda emergência ambiental em
Toda emergência ambiental em que
que Comandante e sua tripula-
Emergências Comandante e sua tripulação possu-
ção não possuam recursos e/ou
Ambientais am recursos e consigam controlá-la
consigam controlá-la nos limites
nos limites da embarcação
da embarcação.
Toda emergência de Saúde e
Toda emergência de Saúde e Seguran-
Segurança com um tripulante ou
ça com um tripulante ou passageiro
passageiro que se caracterize ris-
que não se caracterize risco de morte
co de morte e/ou o Comandante
Emergências de e que Comandante e sua tripulação
e sua tripulação não possuam
Saúde e Segurança possuam recursos, habilitações,
recursos ou habilitações e não
consigam controlá-la a bordo, sem a
consigam controlá-la a bordo, ou
necessidade de desembarcar o tripu-
haja a necessidade de desembar-
lante ou passageiro.
car o tripulante ou passageiro.

52 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


O fluxo de comunicação a ser seguido em casos de emergência se encontra no
fluxograma abaixo.

EMBARCAÇÃO
Emergências Navegação
Emergências Ambientais
Emergências de Saúde e Segurança

Lista de Contato de
Orgãos Externos Cliente
Emergência

Estrutura
Organizacional Call Center - MAS
de Resposta

No caso da ocorrência de operações, detalhando Em caso de emergência


de qualquer incidente, todo o evento, caso não ambiental, as Autoridades
o observador deverá obtenha êxito no contato Ambientais, Autoridades
notificar o Comandante da passará o assunto para Marítimas, P&I e Sociedade
embarcação e o mesmo a Pessoa Designada e/ Classificadora serão
dará início às devidas ou, Gerente/Diretor de informadas pelo Gerente
ações. Operação/QSMS. de Operações.
Em caso de emergência
O Comandante comunica com pessoas, a MAS
por telefone o tipo de (Medical Acess System)
emergência (ambiental, deve ser contactada o
de navegação e de saúde mais breve possível.
e segurança) para a mesa

Agosto de 2021 53
A Pessoa Designada e/ A OceanPact levantou
ou Gerente de Operação hipóteses acidentais Considerando a necessi-
coletam as informações relacionadas aos riscos de dade de rápidas ações de
relacionadas à emergência suas atividades, e assim resposta no caso de um
e avisam a equipe de definiu as situações abaixo incidente, o Procedimento
emergência - EOR (Estru- como emergência: de Emergência a bordo da
tura Organizacional de Oceanpact antecipa quais
Resposta) da OceanPact a) Incêndio e Explosão os papéis e responsabi-
através de telefone. Em se- (b) Abandono lidades de cada pessoa
guida, a embarcação envia (c) Homem ao Mar ou instituição envolvida,
o registro de Comunicação (d) Colisão e Abalroamen- meios pré-definidos de co-
de Incidentes a EOR para to municação, assim como as
que a equipe, em conjunto (e) Encalhe tarefas, técnicas e equipa-
com o comandante, classi- (f) Governo de Emergência mentos a serem utilizados
fique o incidente e inicie a (g) Perda de Propulsão pelas diferentes equipes,
sua investigação. (h) Perda de energia tanto no local do incidente
(i) Água Aberta quanto na base de apoio e
(j) Presença de H2S no escritório da empresa.
Nota: As informações (k) Acidentes com Pessoas
apresentadas acima (l) Acidentes ou Desloca- Com os procedimentos
devem ser consultadas mento da Carga pré-estabelecidos, as
no OCP-PRO-0028 (m) Poluição por óleo embarcações da Ocean-
disponível no Sistema (SOPEP) Pact estarão aptas para
Informatizado do SGI (n) Resgate de acidentado responder a emergências
sempre que necessário, em espaço confinado no mar, se preparando
pois revisões são feitas (o) Navegação em águas para executar suas ações
periodicamente. restritas e condições a partir de treinamentos e
adversas simulados de emergência,
tornando-se mais capacita-
As instruções detalhadas Todas essas situações já dos ao pronto atendimento
para o desenvolvimento possuem formulários a de uma resposta a um
de atividades em uma serem preenchidos em eventual incidente.
emergência devem estar caso de treinamentos e
descritas na tabela mestra simulados ou emergência
de cada embarcação. real.

54 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Lembre-se!
Sua participação nos simulados de emergência é muito importante!

KIT SOPEP Serragem fina;


Manta absorvente;
Importante!
Com relação às emergên- Areia;
cias com derramamento Rodos; • O kit SOPEP deve
de óleo dentro da em- Pás de material; ser utilizado so-
barcação, como parte do Botas de borracha de cano mente em caso de
Plano de Emergência de longo; emergências;
Navios para Poluição por Luvas de borracha • Mantenha-os
Óleo (SOPEP – Shipboard impermeáveis; próximos às áreas
Oil Pollution Emergency Baldes plásticos; de abastecimento e
Plan), as embarcações Vassouras; demais locais onde
deverão estar equipadas Trapo; haja risco de vaza-
com os kits de resposta a Estopa; mento;
emergência devidamente Saco plástico reforçado; • Sempre mantenha
dimensionados, também Tambores de 200 l para o kit completo e com
chamados de kits SOPEP. guarda de material e para lista de materiais e
Esses kits são utilizados recolhimento dos resíduos quantidades fixada
como um mecanismo de oriundos da faina de internamente a fim
resposta imediata aos limpeza; e de evitar que algum
vazamentos de óleo e/ou Produto neutro para material esteja
produtos químicos a bordo limpeza de convés oleoso faltando na próxima
das embarcações a fim (20 l). vez que ele for utili-
de evitar prejuízos para zado; e
a saúde e segurança das • Use sempre o EPI.
pessoas presentes no local
e ao meio ambiente. Os
kits SOPEP são localizados
em pontos estratégicos
onde há maior probabili-
dade de ocorrência desses
vazamentos.

Agosto de 2021 55
11
REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de
Saúde, 2006. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_geren-
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2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de
saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 2005.
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duos Sólidos nas áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe
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cias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005.
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Agosto de 2021 57
58 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Agosto de 2021 59
60 Treinamento de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

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