Mod 03 P05
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RODRIGUES, Bárbara Andrade Leimig et al. Tipos de Lasers e suas aplicações em odontopediatria.
Research, Society and development, v. 10, n. 5,, 2021.
Os LASERS podem ser definidos como dispositivos que processam a energia luminosa por
meio de uma amplificação óptica de acordo com a emissão estimulada da radiação
eletromagnética. Os lasers apresentam variados comprimentos de onda que determinam
sua classificação e sua aplicação clínica. Tais dispositivos podem ser categorizados em
lasers de alta potência (alta intensidade) e laser de baixa potência (baixa intensidade).
Os lasers de alta potência também podem ser denominados de cirúrgicos pois atuam
removendo tecidos duros e moles, através do aumento da temperatura e, por isso, possuem
efeito antimicrobiano associado à sua ação cirúrgica.
Já os lasers de baixa potência trabalham no espectro entre 600 e 1000 nm, na parte do
comprimento visível (vermelho) e próximo do espectro de luz (infravermelho). A preferência
pelo comprimento de onda depende da escolha terapêutica, pois, os lasers no espectro
entre 600 e 700 nm normalmente são utilizados para penetração de tecidos superficiais, e
quando utilizados entre 780 e 950 nm para tecidos mais profundos. Esse espectro dos
lasers de baixa potência possui benefícios analgésicos, antiinflamatórios,
miorrelaxantes como também auxiliam a regeneração tecidual.
É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases e possibilita uma radiação visível,
com comprimento de onda de 632,8 nm ou 6328, o que dá a ele a cor vermelha. Uma
câmara que contém a mistura gasosa é atravessada por uma corrente elétrica contínua.
Essa corrente elétrica faz com que os elétrons das moléculas do hélio saltem para órbitas
mais distantes do núcleo. Desse modo promovem choques entre átomos de hélio e néon,
transferindo energia para o neon. A partir dessa energia, elétrons dos átomos de neon
saltam para órbitas mais distantes do núcleo. Para que possam retomar a órbita original
necessitam perder a energia recebida, o que se dá pela emissão de fótons. Essa câmara
possui espelhos que refletem os fótons e mantém a estimulação da mescla gasosa. A
esse mecanismo chamamos de "Câmara de Ressonância óptica". Essa Câmara é quem
promove a efetiva ampliação da luz. Um dos espelhos é semitransparente permitindo que
parte dos fótons gerados atravessem o espelho, obtendo-se então o feixe de raio laser, que
podemos observar. A emissão desse tipo de laser se dá de maneira contínua. Apresenta
potencial terapêutico mais destacado em lesões superficiais, como nos casos de lesões
dermatológicas, estéticas ou em processos de cicatrização.
3- Laser Rubi
O laser de rubi consiste em um pequeno bastão de rubi sintético feito de óxido de alumínio.
Um tubo helicoidal de luz de xenônio, enrolado em torno dele, dá um flash intenso de luz
branca, portanto gera pulsos elétricos. As duas pontas do bastão são achatadas e
prateadas, uma ponta sendo totalmente refletora e a outra parcialmente transparente para
que alguma radiação possa ser emitida . Esse pulso de luz (0,5 ms) excita as moléculas
do rubi e eleva muitos elétrons para níveis superiores que eles ocupam por períodos
de tempo bem curtos antes de cair para o estado metaestável, ou seja, são elétrons que
não podem facilmente sair de forma espontânea, mas precisam liberar sua energia na
colisão com outros átomos, no qual permanecem por tempos médios maiores. Portanto,
por certo tempo, há mais elétrons no nível metaestável do que no nível basal, tendo
ocorrido uma inversão populacional. Quando ocorre a transição de um estado
metaestável para basal, é emitido um fóton com comprimento de onda de 694,3 nm.
Esse fóton tem exatamente a energia certa para elevar um elétron no estado basal
para o nível metaestável e ser reabsorvido, mas como há relativamente menos elétrons no
estado basal é muito mais provável que o fóton vá interagir com outros elétrons
metaestáveis, fazendo com que retornem para o estado basal e assim emitem um fóton
idêntico.
O processo rapidamente se acelera à medida que cada vez mais fótons são liberados,
ou seja, ocorre emissão estimulada de radiação. Os fótons, tendo um comprimento de
onda de 694,3 nm, luz vermelha, são refletidos para cima e para baixo no pequeno
bastão de rubi, rapidamente aumentando o efeito. Portanto, toda a energia armazenada
nas moléculas do rubi é liberada em curto intervalo de tempo, como um pulso de luz
vermelha de fótons idênticos e assim de um único comprimento de onda de radiação
coerente: essa luz emerge do bastão na extremidade parcialmente transparente.
MECANISMO DE AÇÃO
Ao incidirmos o raio laser sobre uma área do corpo humano, em cada estrato da pele,
ou seja em cada interface pode apresentar quatro processos físicos conhecidos por
fenômenos ópticos que são:
● Refração: Quando a radiação encontra uma divisão com o meio pelo qual passa
com uma velocidade diferente, sua velocidade é alterada e sofre refração ou é
desviada a menos que a radiação seja perpendicular à interface.
Analisando estes fenômenos podemos concluir que se utilizarmos a radiação laser sempre
numa incidência de 90° (lei do co-seno), e com a parte do corpo a ser tratada livre de
barreiras como, suor, cremes, pêlos em excesso, melhoramos a quantidade de energia que
será transmitida aos tecidos e diminuiremos a quantidade
de energia que será refletida.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
O laser de baixa potência não produz efeito térmico. Este efeito somente existe nos laser
cirúrgicos com potências superiores a 1 W. Divididos em primários, secundários e
terapêuticos.
a) Estímulo à microcirculação:
Este efeito é proporcionado pela ação da radiação sobre os "esfíncteres pré capilares",
válvulas que existem na entrada da rede capilar ao final da rede de arteríolas. Estes
esfíncteres trabalham alternadamente, abrindo ou fechando a passagem para rede capilar
distribuindo o fluxo sanguíneo e consequente alternância das regiões a serem irrigadas.
Provavelmente em decorrência da ação da histamina liberada pela radiação laser ocorre
paralisação deste esfíncter pré-capilar e, como consequência, o fluxo sanguíneo se vê
aumentado. Deve-se ressaltar que o processo apresentado não se refere ao mesmo
proporcionado pela administração de calor. Embora possa ocorrer ligeiro aumento de
temperatura local e até hiperemia restrita, deve-se ter em mente que este fato ocorre
exclusivamente devido ao aumento do metabolismo local.
O laser de baixa potência é um recurso acalórico, não proporcionando, aparentemente,
a dilatação de arteríolas com o aumento da permeabilidade vascular, como ocorre na
administração de calor. Esse fato acaba proporcionando ao laser de baixa potência
condições de atuar em alguns quadros onde a administração de calor superficial ou
profundo é contra-indicada.
3- Efeitos Terapêuticos
1- Anti-inflamatório:
A partir de qualquer lesão tecidual, são liberadas substâncias como a histamina e a
bradicinina, que são potencializadas pelas prostaglandinas, além de outras como a
serotonina e a fosfolipase-A. Estas substâncias, além de outros fenômenos, irão
sensibilizar os receptores dolorosos, aumentar a permeabilidade vascular e provocar
a dilatação de artérias e arteríolas e vênulas. Como consequência da permeabilidade
vascular ocorre extravasamento de plasma, formando-se assim o edema. Aparentemente o
efeito anti-inflamatório da radiação laser de baixa potência justifica-se a partir dos seguintes
pontos:
- Interfere na síntese de prostaglandinas. Como elas desempenham um importante papel
em toda instalação do processo inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução
nas alterações proporcionadas pela inflamação.
- Estimulando a microcirculação que irá garantir um eficiente aporte de elementos
nutricionais e defensivos para a região lesionada, favorecendo a sua resolução.
2- Analgésico:
O efeito analgésico proporcionado pelo laser de baixa potência se explica por vários fatores:
a) Em nível local, reduzindo a inflamação, provocando a reabsorção de exsudatos e
favorecendo a eliminação de substâncias halógenas. O caráter anti inflamatório, por si só, já
proporciona a redução da dor. A eliminação, por exemplo, de substâncias ácidas ou
outras consequentes de fagocitose, que sensibilizam os receptores dolorosos, também
favorecem a analgesia. Devido ao estímulo à microcirculação, a radiação laser de baixa
potência contribui para a eliminação dessas substâncias.
b) Interferindo na mensagem elétrica durante a transmissão do estímulo da dor, mantendo o
gradiente iônico, ou seja, mantendo o potencial de membrana e evitando que a mesma
despolarize. Esta ação, como consequência, proporcionará uma menor sensação dolorosa.
c) Estimulando a liberação de endorfinas, direta ou indiretamente.
d) Evitando a redução do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos. Um dos
efeitos bioquímicos do laser diz respeito à redução na síntese de prostaglandinas. Com
isso, decresce a potencialização da bradicinina e, por consequência, o limiar de
excitabilidade dos receptores dolorosos têm sua manutenção favorecida.
e) Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão.
O laser terapêutico tem o poder de reduzir a dor por meio de dois mecanismos diferentes:
estimulando a produção de betaendorfina, um mediador natural produzido pelo organismo
para reduzir a dor; e inibindo a liberação do ácido araquidônico a partir das células
lesadas, que geraria metabólitos que interagem com os receptores da dor. Enquanto o
ácido araquidônico tem efeito local, a betaendorfina tem efeito analgésico em todo o
organismo. Outra forma de ação do laser nos mecanismos de supressão da dor é a
repressão da condução dos impulsos nervosos nas terminações dos nervos
periféricos, atuando no mecanismo da "bomba de sódio e potássio", de forma a dificultar
a transmissão do impulso doloroso local.
Outros mecanismos de supressão de dor por meio da laserterapia (LT) têm sido relatados
na literatura como consequência do aumento da síntese de endorfinas, ou mesmo a
inibição de prostraglandinas E2 (PGE2) e interleucina 1-β (IL-1β)22, conhecidos
mediadores da dor produzidos durante o processo inflamatório. A diminuição de
transmissores nociceptivos, como a bradicinina e a serotonina, após a irradiação com
laser de baixa intensidade. Os nociceptores são os receptores presentes nas terminações
nervosas livres do axônio do neurônio aferente primário (fibras mielínicas finas A-delta e
amielínicas C), capazes de detectar estímulos dolorosos quando os transmissores
nociceptivos encontram-se presentes.
Foi observado que dosagens baixas (<10 J/cm³) de radiação de lasers de baixa potência
tinham uma ação estimulante nos processos metabólicos e na proliferação celular.
Com alguns estudos com experimentos in vitro com dois lasers na porção vermelha do
espectro visual: o laser de rubi, e o de HeNe, as Culturas de tecidos humanos mostraram
aumento significativo na proliferação fibroblástica após a estimulação com ambos os lasers
testados. Os fibroblastos são as células precursoras das estruturas do tecido conectivo
como colágeno, células epiteliais e condrócitos. Quando a produção de fibroblastos é
estimulada, deve-se esperar aumento na produção de tecido conectivo. Abergel e
colaboradores documentaram que certas doses de laser de HeNe e de GaAs com
comprimento de onda de 904 nm levavam os fibroblastos da pele humana in vitro a
aumentar em três vezes a produção de pró-colágeno."
A estimulação com laser aumenta a síntese de ácidos nucleicos e a divisão celular.
4- Respostas imunológicas
Alguns estudos têm demonstrado que a irradiação com laser aumenta a fagocitose pelos
leucócitos com doses de 0,05 J/cm Isso levou à possibilidade de efeito bactericida, que
posteriormente foi demonstrado com exposição do laser nas culturas de células que tinham
um tipo de bactéria (Escherichia coli) comum no intestino humano. O laser de rubi teve um
efeito aumentado na replicação celular e na destruição de bactérias por meio da
fagocitose leucocitária. Mester também concluiu que havia efeitos imunológicos com os
laser He Ne, ocorreu influência de estimulação direta sobre a atividade dos linfócitos T e B,
um fenômeno específico à potência e o comprimento de onda do laser.
Mas o autor conclui que os lasers de HeNe e argônio mostraram melhores resultados, com
doses que variam de 0,5 a 1 J/cm.
E que o laser não teve efeitos bactericidas isolados, porém, quando utilizado em
conjunto com antibióticos, produziu efeitos bactericidas significativamente maiores, do que
sozinho.
INDICAÇÕES
I - Laser em Traumato-ortopedia
Na área da traumato-ortopedia a laserterapia tem podido colaborar dos pacientes
basicamente em função de seus efeitos antiinflamatórios. Em algumas situações, o efeito
cicatrizante também tem exercido papel importante.
a) Afecções na ATM (Articulação Temporo -Mandibular) Dose:3 a 4 J/cm2
b) Torcicolo (irradiar pontos de inserção do ECOM) Dose: 4-5 J/cm2
c) Tendinite do supraespinhoso (irradiar pontos de inserção muscular e/ou pontos
dolorosos) Dose: 4 - 8 J/cm2
d) Cervicalgia Dose: 3-5 J/cm2
e) Lombalgia Dose: 4 - 6 J/cm2
f) Lombocialtalgia (em nível lombar e ao longo do trajeto nervoso nos pontos
dolorosos)Dose: 4 - 8 J/cm2
- Luxações e subluxações
Combate a dor, edema, inflamação e aderências articulares.
Dor
A utilização de lasers de baixa potência no tratamento de dor aguda e crônica pode ser
implementada de várias maneiras. Após o diagnóstico adequado da etiologia da dor, o
local da patologia pode ser gradeado. O laser deve ser aplicado em toda a área da lesão.
Quando os pontos-gatilho estão sendo tratados, o aplicador deve ser mantido perpendicular
à pele com contato leve. Se uma estrutura específica, como um ligamento, for a tecido
aplicador do laser, deverá ser mantido em contato com a pele e perpendicular àquela
estrutura. Quando se tratar uma articulação, o paciente deve ser posicionado de modo que
a articulação esteja aberta para que ocorra a penetração da energia nas áreas
intra-articulares.
Feridas abertas e úlceras, bem como contusões, abrasões e lacerações podem ser
tratadas com laser para acelerar a cicatrização e diminuir a infecção. A ferida deve ser
limpa adequadamente e todos os detritos e escaras removidos. A parte espessa que cobre
a ferida diminui a penetração do laser, portanto, é recomendada a aplicação do laser ao
redor da periferia da lesão.
As lacerações faciais podem ser tratadas com laser, embora se deva ter cuidado para
não direcionar o feixe para os olhos do paciente.
2 – Laser em reumatologia
a) Bursite (nos pontos dolorosos e zonas fibrosas) Dose: 5 - 7 J/cm2
b) Artrose no ombro (irradiar toda a articulação do ombro, face ant/post/lat) Dose: 4-6
J/cm2 c) Artrose cervical / uncoartrose Does: 2 - 4 J/cm2
CONTRA INDICAÇÕES
Além da contra-indicação da aplicação direta nos olhos (por qualquer razão que seja) a
laserterapia de baixa intensidade é também contraindicada nos seguintes casos:
DOSAGEM
Cada recurso fisioterápico possui uma forma diferente de raciocínio para dosagem. Com
laser de baixa potência, isso não é diferente. Na laserterapia, a densidade energética é
utilizada como forma de dosar a quantidade de radiação que se administrará a um
paciente. Assim, temos que nos preocupar em saber qual é a quantidade de energia que
será aplicada em uma certa área, ou seja, densidade energética, medida em joules/cm2 .
Tempo
O tempo de aplicação para uma certa quantidade de energia numa determinada área é
inversamente proporcional à potência de emissão. Em outras palavras, quanto maior a
potência, menor é o tempo necessário para aplicar uma certa quantidade de energia numa
certa área. Como os emissores operam com potências fixas, quanto maior a área a ser
irradiada, maior será o tempo necessário para aplicar uma certa densidade
energética.
Aparelhos
Parâmetros
O que existe são critérios que, se não totalmente corretos, proporcionam, no mínimo, um
ponto de partida. Os critérios de dose:
- Efeito analgésico 2 a 4 J/ cm2
- Efeito antiinflamatório 1 a 3 J / cm2
- Efeito cicatrizante 3 a 6 J / cm2
- Efeito circulatório 1 a 3 J / cm2
Além do comprimento de onda, que é determinado pelo meio ativo usado no aparelho,
os outros parâmetros de irradiação que parecem ser importantes nos tratamentos com
laser, são os seguintes:
Potência de saída
Energia
Essa é dada em joules (J) e é geralmente especificada por ponto irradiado ou, às vezes,
para o tratamento "total" em que vários pontos são tratados. A energia é calculada
multiplicando-se a potência de saída em watts pelo tempo de irradiação ou aplicação em
segundos. Assim, um aparelho de 30 mW (ou seja, 0,03 W) aplicado por 1 minuto (ou seja,
60 s) emitirá 1,8 J de energia. A dosagem é registrada em joules por ponto, assim como os
joules totais da aplicação.
A radiação gerada pelos aparelhos a laser terapêutico difere daquela produzida por outras
fontes similares (por ex., lâmpadas de infravermelho) nos três aspectos a seguir:
Monocromaticidade
A luz produzida por um laser é de "cor única", sendo a maior parte da radiação emitida
pelo dispositivo de tratamento agrupado em torno de um único comprimento de onda
com uma largura de banda muito estreita. Em contraste, a luz gerada por outras fontes
compreende uma grande variedade de comprimentos de onda, às vezes variando de
ultravioleta até infravermelho, o que resulta na sensação da cor branca quando a luz bate
na retina de um observador humano. O comprimento de onda é um fator crítico na
determinação dos efeitos terapêuticos produzidos por tratamentos por laser, já que esse
parâmetro determina quais biomoléculas específicas serão absorvidas na radiação incidente
e assim qual a interação fotobiológica básica por trás de um determinado efeito de
tratamento.
Colimação
Na luz laser, os raio de luz ou fótons produzidos pelo aparelhos laser são para todos os
propósitos práticos paralelos, quase sem divergência da radiação emitida com a
distância. Essa propriedade mantém a potência óptica do aparelho "agrupada" em uma área
relativamente pequena durante distâncias consideráveis e, em certo grau, mesmo quando
passando através dos tecidos.
Coerência
A luz emitida pelos aparelhos laser também apresenta a mesma fase, de modo que junto
com as duas propriedades únicas já descritas, as depressões e picos das ondas de luz
emitidas se combinam perfeitamente no tempo (coerência temporal) e no espaço
(coerência espacial). A relevância biológica e clínica dessa propriedade é ainda debatida,
em parte devido à disponibilidade dos chamados "diodos super luminosos" que possuem
todas as qualidades de um diodo laser "verdadeiro", menos a coerência, porém são muito
mais baratos. As unidades de tratamento, com cluster de múltiplas fontes de terceira e
quarta geração, incorporando cerca de 30 ou 40 diodos seriam proibitivamente caras para o
uso clínico de rotina se utilizassem apenas diodos laser verdadeiros; assim essas unidades
tipicamente incorporam apenas alguns diodos laser, sendo os diodos restantes super
luminosos.
FORMAS DE APLICAÇÃO
Por ser visível, o laser He-Ne permite um maior número de formas de aplicação quando
comparado ao laser As-Ga. São elas:
Observações:
OBS 1: A caneta deve ficar distante, aproximadamente, cerca de 1 a 2 cm da superfície
de tratamento.
OBS 2: Nos equipamentos geradores de laser He-Ne de emissão direta utiliza-se, para
viabilizar aplicações zonais, a conexão de lentes divergentes na saída da ampola de gás ou
caneta óptica. O uso de lentes divergentes possibilita que, na medida em que se afasta a
caneta óptica da superfície do paciente, o spot formado pela radiação laser He-Ne aumente.
Tal fato viabiliza a aplicação por zona em equipamentos de emissão direta. Ocorrem perdas
de potência que variam entre 5 e 10%, de acordo com a qualidade do material utilizado na
lente.
O fato de não ser visível limita o laser As-Ga no que se refere às formas de aplicação. Não
que aplicações por zona ou mesmo em varredura sejam contra-indicadas, mas como não é
possível ver a dimensão da zona que se está irradiando, nem mesmo ter a idéia da
dispersão que o afastamento da caneta aplicadora apresenta quando de uma
aplicação em varredura, é aconselhável que, com este tipo de laser, se utilize apenas a
aplicação por pontos encostando a caneta aplicadora na pele do paciente.
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
→ Técnica pontual: É usada com o laser infravermelho, onde a área de lesão cutânea é
dividida em centímetros quadrado e cada ponto recebe a intensidade registrada no
aparelho, sem que haja contato da caneta com a ferida. Ao ofertar toda radiação naquele
ponto, a caneta apita sendo necessário mudar de ponto e assim sucessivamente até
percorrer toda a área de lesão.
No caso de lesões musculotendíneas, o local de lesão é dividido em 4 pontos com
distância de 1 a 2 centímetros entre eles. A caneta de aplicação pode ficar sem o
contato com a área ou em contato com a pele e a pressão colocada deve ser o suficiente
para permitir um ótimo acoplamento, portanto não deve ser excessiva e não deve provocar
dor.
Pode-se utilizar filme plástico transparente de PVC para isolar o contato da caneta
laser do paciente. Isso pode ser feito envolvendo a caneta ou a pele com o filme de PVC.
Deve-se atentar para que não fiquem rugosidades no filme, portanto este deve ficar
esticado sobre a superfície isolada.
→ Técnica de Varredura: É feito uma varredura sobre a área de lesão com a caneta
laser a 1,5 cm de distância, sendo usado o laser luz vermelha. Deve padronizar o
movimento e a posição para que todas as áreas do local recebam a mesma quantidade de
radiação. Essa técnica gera polêmica, pois o modo de aplicação pode variar de terapeuta
para terapeuta como, por exemplo, a velocidade da varredura.
Independentemente da técnica escolhida, deve-se realizá-la com maior cuidado,
atentando-se para o posicionamento da caneta, velocidade da varredura, pressão de
aplicação, distância entre pontos e trilhas de varredura.
Após utilizar o recurso, a caneta de aplicação laser dever ser limpa, de forma a
eliminar qualquer resíduo que possa estar depositado no ponto de emissão da
radiação laser. O paciente deve ser orientado a referir toda e qualquer alteração que
perceber, imediatamente e após a aplicação. Essas observações devem ser criteriosamente
estudadas e relacionadas com os possíveis ganhos e alterações paramétricas do
equipamento para melhores efeitos na terapia.