Manual2 Moderacao 2010

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MANUAL

PARA O MÓDULO DE MODERAÇÃO

Mestrado em Sociologia Rural e Gestão de Desenvolvimento


Curso 2010

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
Maputo

Manual elaborado por:


Ana Moreno, Michael Hagedorn
Índice

Pág.
I. Introdução 3

O que é moderar 3
Papel do/a moderador/a 3
Tarefas do/a moderador/a 4
Competências do/a moderador/a 4

II. Preparação da moderação 5

Contrato 5
Dramaturgia de um encontro moderado 7
Organização da sala 8

III. Técnicas de moderação 9

Na fase inicial 9
Visualização 12
Apresentação pessoal 15
Formular perguntas 16
Chuva de ideias 17
A pergunta aberta 19
A pergunta de um ponto 20
Priorização: Armazém de problemas 21
Parafrasear 22
Trabalho em grupo 22
Plano de trabalho 24

IV. Fase final da moderação 25

Avaliação 25

2
I. Introdução

Uma boa moderação não depende apenas da aptidão pessoal – é possível


aprender e treinar para se ser um/a bom/boa moderador/a. Este manual
visa disponibilizar os conhecimentos essenciais para a moderação eficiente e
interessante.

O que é Moderar1
Função de apoiar um grupo a tratar um tema de forma orientada e eficiente
para alcançar, em conjunto, determinados resultados pretendidos.

Os quatro mandamentos da Moderação


1. Primeiro clarificar o resultado esperado e só depois escolher o método
adequado
2. Fazer um acordo com os participantes para cada dia, cada sequência,
cada passo
3. O sucesso da moderação começa com a preparação! (clarificação do
contrato, convite, programa, ordem de lugares na sala, material)
4. Ser realista, limitar-se ao possível!

Porquê Moderação?
A boa moderação:

 Melhora a eficácia e eficiência de encontros (através da discussão


orientada e visualização)
 É compensadora para os participantes (permite-lhes participar e
atingir objectivos de forma orientada).
Clarificar o seu papel
perante os
participantes:
especialista do
caminho!
Papel do/a moderador/a

O papel do/a moderador/a é criar ou propiciar as condições que tornem


possível a integração e participação do grupo durante o encontro, de modo a
alcançar os objectivos e resultados estabelecidos dentro do tempo
disponível. O/a moderador/a é o líder metodológico, ou seja, tem
responsabilidade pelo processo, o grupo pelo conteúdo. Juntos são
responsáveis por alcançar o objectivo definido.

1
Moderar: Fazer diminuir ou diminuir a quantidade ou a intensidade de algo que é excessivo =
abrandar; Dirigir ou orientar um debate, uma discussão (Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo, 2001)

3
Tarefas do/a moderador/a
Concepção, preparação, orientação, avaliação do encontro e garantir o
registo dos resultados; para isso, o/a moderador/a:

 Acorda objectivos e orienta o grupo para os atingir


 Propõe o programa e escolhe o método
 Orienta as discussões de modo a manter o fio condutor e a coerência
entre os diversos passos
 Sintetiza as intervenções
 Centra o grupo na sua tarefa
 Motiva os participantes para participarem nas discussões e processos
 Assegura o registo dos resultados
 Propicia um ambiente agradável e dinâmico
 Não toma decisões nem assume responsabilidade quanto ao conteúdo

Assumir todas estas tarefas implica ter diversas competências a nível


técnico, operacional e humano.

Competências do/a moderador/a

Saber Saber ser Saber fazer


 Ter conhecimento  Falar claramente  Atitude democrática
sobre a área  Saber escutar, e participativa
temática do encontro perceber e  Respeito pela
 Ter conhecimentos parafrasear opinião dos outros,
sobre dinâmica de rapidamente o não impor a suas
grupos importante próprias ideias
 Conhecer os  Saber estruturar,  Seguir uma linha
métodos e técnicas resumir e sintetizar clara mas ser flexível
de moderação  Saber apresentar  Ter sentido de
novos conteúdos humor
 Saber motivar,  Ser criativo e
reagir à dinâmica do inovador
grupo  Ser tolerante às
 Saber criar uma críticas e ter
atmosfera de capacidade de auto-
confiança entre os avaliação
participantes
 Saber utilizar as
técnicas e métodos
 Saber gerir o tempo

O maior desafio para o/a moderador/a é conseguir o equilíbrio entre a


planificação que realizou (para atingir os objectivos) e responder com
flexibilidade ao processo.

4
Se possível, a facilitação deve ser realizada por duas pessoas - isso
enriquece a planificação e dinamiza a execução, permitindo dividir as tarefas
e os papeis durante o processo.

5
II. Preparação da moderação A moderação
começa com a
preparação!

A preparação inclui:
1. o contrato entre o contratante e o/a moderador/a
2. a “dramaturgia” do encontro, resumida num roteiro
3. a organização da sala.

Contrato
Para uma boa preparação é necessário obter as seguintes informações:

Informação sobre as pessoas envolvidas

Responsável pelo encontro (de quem é a ideia de realizar o encontro?


Participantes (número, grau, estatuto, observadores, convidados)
Papeis (responsável, presidente, moderador/a, co-moderador/a,
secretário, etc.)

Informação sobre o encontro

Tipo de encontro (workshop, reunião, etc.)


Data, duração, local, língua
Objectivo, resultado concreto esperado
Agenda, pontos-chave
Sala, tamanho, organização da sala
Logística: media ( Flip-Chart, Papel gigante, Beamer), bebidas, lanches
Acta, documentação (processo/resultados), relatório, feed-back
Orçamento: Aluguer, moderador/a, material, bebidas, lanches,
transporte, per diems, dormidas
Informação sobre a instituição
Nome e morada
Pessoa de contacto para o encontro, Director/a
Perfil da Instituição (visão, objectivos, organigrama, produtos)
Contexto (parceiros, clientes, financiadores)

Contrato (escrito)

Termos de referência
Contribuições de cada parte (preparação, material, inputs)
Honorários para a moderação e material que o/a moderador/a traz

6
Decisão sim ou não (analisar estes pontos antes de assinar o
contrato)

Os resultados esperados são realistas?


Sinto-me capaz de realizar esta tarefa?
Os aspectos éticos são aceitáveis?
Os ToR são claros?

Resumo dos aspectos a considerar para a preparação:

7
Dramaturgia de um encontro moderado

Um/a bom/boa moderador/a consegue alcançar os resultados planeados


mantendo os participantes motivados e intervenientes. Para isso segue uma
sequência de passos que é sempre mais ou menos a mesma, mas que se
pode detalhar mais ou menos. A forma mais sucinta resume-se a 3 passos:

 Fase Introdutória
 Tratamento do tema
 Fase final

Uma forma já bastante detalhada seria por exemplo com 7 Passos:

Passo 1:
Preparação Passo 2:
Introdução

Passo 7:
Passo 3:
Conclusão
Recolha de
e avaliação
temas/ ideias

Passo 6:
Passo 4:
Decisões sobre
Passo 5: Priorização
acções
Discussão do
tema

Para planificar metodologicamente a sequência dos passos do encontro, o/a


moderador/a elabora um roteiro (idêntico ao guião para um filme), que pode
por exemplo ter a seguinte forma:

Hora Duração Tema Método Material Quem? Com Observações


quem?

8
Exemplo de Roteiro para o tema SIDA

Organização da sala

A forma como as cadeiras e mesas estão dispostas na sala transmite uma


mensagem implícita sobre o tipo de relacionamento/comportamento entre as
pessoas presentes. Por isso é importante na preparação escolher a forma
mais adequada. Eis alguns exemplos:

Disposição na sala

À volta da mesa Meio-círculo Em círculo

Como sala de aula Em ferradura Em espinha

9
Para um encontro moderado as disposições mais apropriadas são o meio-
círculo e em espinha. Para maior formalidade utiliza-se também à volta da
mesa e a ferradura.

III) Técnicas de Moderação

Na fase inicial
Um acordo claro – no início do encontro assim como para cada sequencia e
passos - é o factor de sucesso número um da moderação (a poção mágica!).
O acordo inicial é mais geral e formal, enquanto nas várias fases se trata
apenas de informar e introduzir os assuntos.
O acordo inicial refere-se, geralmente, ao seguinte:

 Objectivo do encontro
 Conteúdo e programa
 Intervenientes e papeis
 Procedimento (método, meios)
 Tempo, duração, local

Exemplo de programa

A fase inicial tem normalmente os seguintes elementos:


 Introdução: objectivos do seminário, programa e questões
organizacionais (início das sessões, intervalos, término dos trabalhos,
refeições, etc).
 Apresentação dos participantes
 Levantamento das expectativas e receios
10
 Estabelecer regras de convivência (o que devemos fazer, o que
devemos evitar)
 Formação de grupos: de monitoria (ou pilotagem), de apoio geral e
grupo de síntese

A formação de grupos que assumem algumas tarefas da moderação é muito


útil porque por um lado dão uma ajuda ao/a moderador/a e por outro lado
comprometem os participantes no sentido de se alcançar os resultados em
conjunto. Cada grupo pode ter cerca de 3 elementos e os membros variam
em cada dia, sendo a participação normalmente voluntária.

Usualmente formam-se:

 grupo de monitoria ou pilotagem


 grupo de apoio e
 grupo de síntese.

Exemplo de tarefas do grupo de pilotagem

Zur Anzeige wird der QuickTime™


Dekompressor „TIFF (LZW)“
benötigt.

11
Exemplo de tarefas para o grupo de apoio

Zur Anzeige wird der QuickTime™


Dekompressor „TIFF (LZW)“
benötigt.

Exemplo de tarefas para o grupo de síntese

Zur Anzeige wird der QuickTime™


Dekompressor „TIFF (LZW)“
benötigt.

12
Visualização

Visualizar significa apresentar conteúdos de forma visível para todos os


participantes.

Vantagens da visualização

 Cria um centro de atenção comum


 Facilita o entendimento e a interpretação comum de todo o grupo
 Permite discutir mais concretamente e com menos repetições
 Permite estruturar melhor as ideias
 Facilita a memorização
 Facilita o resumo das informações
 Permite que se chegue a conclusões mais objectivas e com maior
consenso
 Torna as discussões e as tomadas de decisão mais transparentes e
objectivas
 Facilita a documentação do processo e dos resultados

Meios de visualização

Para a visualização utilizam-se em especial: Painéis, bloco gigante,


retroprojector e beamer.

Os painéis são o meio mais utilizado na visualização. Sobre eles são fixadas
folhas de papel caqui e as informações são escritas em cartões, o que
permite “rearranjá-los” no decorrer de uma discussão. No final os cartões
são colados na folha e retirados do painel, havendo assim espaço para uma
nova visualização. O material necessário para trabalhar com os painéis é,
por exemplo:

 4 painéis para moderação


 15 folhas de papel caqui
 1 Flipchart com bloco
 Mala de moderação com todo o material, nomeadamente:
 20 Canetas de feltro pretas grossas (por exemplo Edding)
 Grande quantidade de cartões de cartolina rectangulares de várias cores,
algumas cartões ovais de várias cores e outras redondas
 Pontos auto-colantes
 5 Tubos de cola branca
 1 Tesoura
 Alfinetes e almofada para alfinetes

13
O bloco gigante (flipchart) é utilizado especialmente para a visualização da
apresentação pessoal, as tarefas dos grupos de trabalho e recolha de
argumentos. Neles se escreve directamente, podendo depois ser colados
com fita-cola numa parede ou num painel.

Os retroprojectores com transparências podem ser úteis para inputs e


para apresentação dos resultados de trabalhos em grupo.

O computador com beamer é muito utilizado para inputs. Pode também


usar-se para o registo de resultados de discussões, desde que isso seja feito
por um/a co-moderador/a, enquanto o/a outro/a continua a moderar.

Regras da visualização

Como escrever
Para escrever os cartões há a ter em consideração o aspecto da forma e do
conteúdo.

Quanto à forma, deve-se:

 Escrever com letra grande e legível


 Apenas três linhas em cada cartão
 Utilizar letras maiúsculas e minúsculas
 Utilizar logicamente as cores e formatos dos cartões: a mesma cor
para o mesmo conteúdo

Os cartões rectangulares permitem uma apresentação mais ordenada e são


as mais utilizadas; os cartões ovais usam-se para salientar ou associar
ideias.

Quanto ao conteúdo:

 Escrever só uma ideia por cartão


 Cada cartão deve ser compreensível por si só
 Usar uma linguagem clara e concisa
 Evitar termos genéricos

14
Resumo das regras de visualização:

Como apresentar os cartões?

Há também regras para a apresentação das ideias registadas nos cartões:

 O tempo de apresentação não deve ultrapassar 10 minutos


 Ler sem interpretações
 No fim da apresentação perguntar sempre se há dúvidas quanto ao
conteúdo
 Estimular os participantes a contribuírem exprimindo a sua opinião
 Não impor
 Anotar as propostas, ideias e críticas

Por fim pode-se escolher entre várias formas de afixação dos cartões:

 Ler os cartões um a um e ir afixando no painel, lendo-os em voz alta


 Afixar os cartões previamente no painel tapados com outros cartões e
ir destapando-os enquanto se lê em voz alta
 Afixar os cartões com a parte escrita voltada para o painel e ir virando
enquanto se lê em voz alta
 Afixar todos os cartões de forma visível desde o início e ler cada um
deles em voz alta

15
A apresentação pessoal

A apresentação realiza-se no início de cada encontro. A sua forma e duração


depende do tipo e duração do encontro e, obviamente, de os participantes já
se conhecerem ou não. Quanto mais tempo durar o encontro mais tempo se
deve reservar para a apresentação.
Existem muitas técnicas para a apresentação, algumas delas estão
resumidas na tabela seguinte:

Apresentação pessoal ao grupo

Tipo Forma Descrição Tempo/ Vantagens/des-


part. vantagens/notas
Nome Atirar a Formar um círculo, 30 seg. Repetir até que
bola atirar a bola e dizer o –1 todos conheçam
seu nome min. os nomes de
todos

Apresen- Cartões Preparar cartões e 10 – 30 Moderador/a tem


tação sobre a pedir aos seg. mais controle do
oral mesa participantes para tempo
escreverem o nome;
pedir para cada um
dizer o nome e
nomear a sua
organização e outras
informações

Livre Deixar cada 30 seg. Pode demorar


participante –5 muito tempo!
apresentar-se min.
livremente

Interro- Com Os participantes 2 min. Participantes têm


gação cartões escrevem nos cartões que saber
estrutura as respostas e escrever de forma
da colocam-nos no legível
painel

Tabela Ao entrarem na sala 1–2 Participantes têm


os participantes seg. que saber
escrevem as escrever de forma
informações numa legível
tabela

Apresen- Fazer um Fazer um placard 2–5


tação desenho sobre um min.
livre determinado tema

Procurar Os participantes 2–5


um procuram um objecto min.
objecto que diga algo sobre

16
eles próprios; cada
um apresenta a sua
ideia sobre as
características do
objecto

Entrevis- Auto- Os participantes 2–5 Conhecer uma


ta apresen- entrevistam-se entre min. pessoa dá
tação si e escrevem num segurança aos
cartão a resposta; participantes
cada um apresenta-se
a si próprio

Apresen- O mesmo que em 2–5


tação cima mas cada um min.
pelo/a apresenta o/a
parceiro/a parceiro/a

Formular perguntas

As perguntas são um óptimo instrumento para o/a moderador/a já que


permitem focalizar o pensamento dos participantes num determinado
assunto. No entanto, devem ser formuladas de forma o mais aberta
possível, para não influenciar num determinado sentido.

Os participantes só estarão motivados para responder a perguntas em que


estejam interessados. Portanto, as perguntas devem orientar-se para o
tema e as necessidades dos participantes.

Perguntas adequadas: Perguntas não adequadas:


Perguntas abertas Perguntas fechadas

Têm que ser respondidas com uma Respondem-se com sim ou não
frase completa Dividem o grupo em dois campos
Permitem que haja respostas variadas opostos
Estimulam o pensamento e o Têm um efeito de finalização
desenvolvimento do assunto

Exemplos:
Qual a sua opinião sobre o grau de Está satisfeito/a com o grau de eficácia
eficácia do encontro? do encontro?
Qual é o papel do/a moderador/a? Não acha que o/a moderador/a
também é responsável pelo conteúdo?

17
Chuva de ideias

A chuva de ideias é a técnica mais utilizada nos encontros moderados, na


medida em que incentiva a livre associação de ideias, opiniões e sugestões
estimulando a criatividade.
É uma técnica adequada para:
 Recolher temas
 Clarificar conceitos
 Fazer o levantamento de diferentes experiências
 Recolher ideias criativas
 Organizar as ideias
 Identificar hipóteses

Como orientação para o/a moderador/a é bom saber que 20 a 30 cartões


enchem um painel.

Como se faz?

Os 5 passos de uma chuva de ideias:

Fase 1: Selecção do tema


O tema/pergunta é apresentado/a pelo/a moderador/a de forma clara e
visualizada, ou então é escolhido pelo grupo por consenso.

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O/A moderador/a deve verificar se o tema foi compreendido por todos.

Fase 2: Pensar e escrever


O/A moderador/a pede aos participantes que registem individualmente nos
cartões distribuídos as suas ideias sobre o tema, seguindo as regras da
visualização (uma ideia por cartão!).

Nesta fase, tem que se observar as seguintes regras:

 a reflexão e o registo nos cartões faz-se em silêncio, é proibido falar.


 a crítica e a auto-crítica são proibidas.
 o número de cartões pode ser limitado ou livre.

Fase 3: Apresentação dos cartões

Dependendo da situação e do objectivo, é possível utilizar uma das três


variantes:

Anónimo
O/a moderador/a recolhe todas as cartas e baralha-as. Depois afixa os
cartões no painel e lê-as em voz alta.

Orientado para os participantes


Cada participante lê os seus cartões em voz alta e afixa-as. Esta variante
permite que cada participante torne a sua opinião pública, mas tem a
desvantagem de poder demorar muito tempo.

Orientado para os temas


O/A moderador/a recolhe os cartões, lê-os em voz alta e afixa-os. Os
participantes verificam se há cartões com o mesmo conteúdo e o/a
moderador/a afixa as repetidas à primeira. Quando todos os cartões de um
tema estão reunidos, inicia-se uma segunda ronda com os cartões que se
referem a um outro assunto.
Seja qual for a variante escolhida, nenhum cartão deve ser retirado.

Fase 4: Estruturação dos cartões

Os cartões são organizados em grupos (clusters) segundo o seu conteúdo.


Na última variante da fase anterior isso já foi feito.
O/a moderador ordena os cartões, com o apoio dos participantes,
procedendo do seguinte modo:

Agrupar cartões idênticos


Procurar um conceito que abarque cada cluster e afixá-lo de forma
opticamente identificável
Verificar os restantes cartões: Podem ser colocados nos clusters já
existentes? É possível criar novos clusters, “Sobram” cartões?
Perguntar: falta alguma coisa?
Delimitar cada cluster com “nuvens”

19
Fase 5: Definir o procedimento seguinte

Os participantes devem ter a possibilidade de discutir os resultados para


definir o procedimento seguinte. Podem-se colocar questões como:
 Qual o significado destes resultados para os objectivos do nosso
encontro?
 O que aprendemos com estes resultados?
 O que queremos aprofundar? Qual é o passo seguinte?

Tarefas do/a moderador/a na chuva de ideias

A Pergunta aberta

A técnica da pergunta aberta é parecida com a chuva de ideias, sendo a


diferença que a pergunta é dirigida à plenária e a interacção começa
imediatamente.

É uma técnica adequada para:


 incentivar a troca de ideias por associação, estimulando a criatividade
do grupo
 recolher ideias, opiniões, sugestões sobre um tema proposto.

20
Como se faz?

O/A moderador/a coloca uma questão à plenária, pede aos participantes que
vão dizendo as suas ideias sobre o assunto em voz alta e vai escrevendo nos
cartões todas as ideias que são formuladas. O/A moderador/a não deve
fazer qualquer comentário sobre as respostas, apenas registá-las.

É importante que a pergunta colocada seja realmente aberta, ou seja, que


não se pode responder através de “sim ou não”. Uma pergunta aberta
normalmente começa por “Como, Quem, O quê, Quando, Porquê, Onde ou
Qual”, por exemplo: “Qual a causa do problema que temos na nossa
escola?”
Os passos seguintes são idênticos aos da chuva de ideias.

A Pergunta de um ponto

É uma técnica adequada para:


Fazer o levantamento das opiniões, expectativas, ou atitudes do grupo.
Visualizar a posição do grupo em relação a um determinado tema. Por isso é
muitas vezes utilizadas no início ou no final dos encontros (por exemplo na
avaliação).

Como se faz?

O/A moderador/a coloca uma pergunta visualizada e elabora uma escala


simples ou um gráfico de possíveis respostas. Solicita então aos
participantes que exprimam a sua opinião espontaneamente, colando apenas
um ponto na escala de possíveis respostas. Também é possível apresentar
duas perguntas combinadas num gráfico.
Cada participante do grupo dá individualmente a sua pontuação, de
preferência com o painel virado para a parede.
No final, vira-se o painel e apresenta-se o resultado, pedindo aos
participantes para comentar, perguntando por exemplo o que ele significa, e
se já o esperavam, se há homogeneidade, etc.
Pode ser interessante no fim do seminário apresentar o mesmo quadro e
pedir novamente aos participantes que pontuem (com outra côr) para
comparar se houve uma mudança de opinião.
A pergunta de um ponto pode ser apresentada de várias maneiras, por
exemplo:

O tema do seminário interessa-me...

++ + 0 - --

21
Outro exemplo seria:
O tema do seminário interessa-o? Acha que vai poder aplicar os
conhecimentos adquiridos neste seminário no seu trabalho normal?

Priorização: Armazém de problemas

Depois de se recolher as ideias dos participantes sobre um assunto, elas têm


que ser reduzidas a um número que permita ao grupo trabalhar nelas. Para
isso utiliza-se, com frequência, a priorização. Existem várias técnicas para
priorizar, sendo uma delas o armazém de problemas.

Esta técnica é adequada para:


tornar clara a ordem de importância dos vários temas para os participantes,
formando assim uma lista de prioridades que pode constituir uma agenda
para a reunião. Por isso o resultado deve ser cuidadosamente guardado.

Todos os temas que foram recolhidos através da chuva de ideias ou da


pergunta aberta devem ser registados na primeira coluna do “armazém de
problemas”. O/A moderador/a distribui os pontos aos participantes. Os
pontos devem ser metade do total de temas registados. Seguidamente, cada
participante cola os vários pontos nas colunas seguintes, podendo colar
vários no mesmo tema ou distribui-los por vários temas.
Exemplo de uma questão colocada pelo/a moderador/a: Qual é o problema
que devemos tratar em primeiro lugar?

Armazém de problemas

Problema Pontuação Ordem


1. wwwww °°°° 2.
2. wwwww °°°°°°° 1.
3. wwwww ° 4.
4.wwwww °°° 3.

22
Obtém-se assim uma listagem com a prioridade dos problemas e passa-se
depois a trabalhar cada um deles, utilizando uma das técnicas já descritas
em cima.

Parafrasear

O parafrasear responde à necessidade das pessoas de serem entendidas,


mais do que de terem razão.
Parafrasear é a arte de transformar a intervenção de um participante (que
pode ser longa, emocional ou/e de difícil compreensão) em afirmações
correctas, claras e sucintas, que sejam consideradas por esse participante
como correctas.
Ao parafrasear o/a moderador/a não faz nenhum juízo de valor nem crítica.

É uma técnica adequada para:


 dar aos participantes a certeza de que foram entendidos
 resumir e estruturar
 acalmar situações tensas
 interromper os “fala barato”

Para parafrasear pode-se começar com:


 Se eu o entendi bem...
 Permita-me resumir o que entendi...
 Portanto segundo a tua experiência...

Durante uma discussão só se deve utilizar esta técnica pontualmente para


não interromper o fluxo da discussão. Outra possibilidade é o/a moderador/a
ir escrevendo o mais importante em cartões e após algum tempo lê-los e
perguntar se os participantes concordam.

Trabalho em grupo
Devido às suas vantagens o trabalho em grupo é um elemento muito
utilizado. Nesta fase os participantes assumem um papel mais activo e
identificam-se com um resultado, o que aumenta a sua motivação para
alcançar um bom resultado.

O trabalho em grupo permite que:

 Os participantes tratem um assunto com profundidade


 Todos possam intervir
 Vários aspectos sejam trabalhados simultaneamente, o que permite
poupar tempo

O tamanho dos grupos é variável, tendo a pratica demonstrado que grupos


de 5 ou 6 pessoas trabalha de forma mais eficaz quando uma delas assume
a moderação.

23
Passos para o trabalho de grupo:

1. Apresentar a tarefa ao grupo


2. Formar os grupos
3. Realizar o trabalho/ acompanhar
4. Apresentar os resultados e inseri-los no processo geral
5. Definir os passos seguintes

1. Apresentar a tarefa ao grupo


A tarefa tem sempre que ser apresentada por escrito e visualizada. Se os
grupos trabalharem em diferentes locais a tarefa terá que estar disponível
em cada local.
Uma descrição da tarefa com todas as informações inclui o seguinte:

Exemplo de tarefa

Avaliação dos meios de visualização


Objectivo Poder comparar quatro meios de visualização quanto à sua
eficácia para ministrar aulas
Tarefa Fazer uma lista com as vantagens e desvantagens de uma
dos quatro meios seguintes: 1) PC com Beamer, 2) painel, 3)
bloco gigante, transparências
Procedimento Esclarecer a tarefa em conjunto
Troca de ideias sobre a experiência que têm com o meio que
discutem
Referir as vantagens e desvantagens
Ter em conta aspectos como: disponibilidade,
manuseamento, registo de resultados, custos
Grupo 4 grupos com 5 pessoas cada
Local Cada grupo trabalha num dos cantos da sala
Tempo 30 min.
Material Está no local de trabalho
Resultado Uma lista de vantagens e desvantagens visualizada
esperado
Apresentação Utilizar o meio de visualização que o grupo discutiu e
apresentar o resultado dentro de 3 minutos.

Para tarefas simples é suficiente nomear a tarefa, o grupo, o tempo


disponível para o trabalho e o resultado esperado.

2. Formar grupos
No início do encontro é aconselhável que seja o/a moderador/a a indicar
critérios claros para a formação dos grupos (por exemplo o acaso ou
critérios relativos ao tema). Numa fase posterior poder-se-á deixar que
sejam os participantes a escolher os grupos, segundo os seus interesses
temáticos ou simpatias.
Existem muitas possibilidades de formar grupos ao acaso, a mais conhecida
é atribuir números de 1 a x aos participantes e aqueles que têm o mesmo

24
número ficam no mesmo grupo. Nota: o x é o número de grupos que se
pretende formar.
Outra possibilidades seria formar grupos de acordo com critérios sociais
como função, idade, etc.

3. Realizar o trabalho/ acompanhar


Durante o trabalho em grupo a moderação é delegada para cada grupo.
Uma das pessoas assume a moderação e as outras os outros papeis (registo
dos resultados, controle do tempo, apresentação).

Passos do trabalho em grupo


Preparação Tempo
1. Instalação no local de trabalho 1/4
2. Divisão das tarefas
3. Clarificar a tarefa e se necessário reformular o título
4. Planear o tempo para cada passo
Trabalho 2/4
5. discutir o tema
6. registar as conclusões
Fase final 1/4
7. Verificar “o que falta”
8. Organizar a apresentação

4. Apresentação dos resultados e informações


Também para a apresentação existem muitas variantes. A mais conhecida é
a apresentação sucessiva ao plenário dos resultados visualizados de cada
grupo por um ou dois membros do grupo.
Uma outra opção é a feira de informação: Cada grupo visualiza os
resultados num painel e escolhe um membro do grupo para ser “o/a
vendedor/a” dos resultados. O/a vendedor/a permanece junto do seu
produto e explica aos “compradores” (membros dos outros grupos) os
resultados do seu grupo. Entretanto os outros participantes vão visitando os
vários “stands” de “venda” para receber a informação de cada um.

5. Definir os passos seguintes


No final o/a moderador/a esclarece como e quando os resultados serão
utilizados e documentados.

Plano de trabalho

No final de uma reunião ou seminário, como resultado das discussões e das


decisões tomadas, é fundamental elaborar um plano de trabalho em forma
de tabela que define:

 as tarefas ou actividades a realizar (o que tem que se fazer?)


 os responsáveis (quem vai executar?)
 os colaboradores (quem vai ajudar na execução?)
 os prazos (Quando devem estar prontas?)

25
O quê Quem? Com quem? Até quando?
Elaborar o relatório João Daniel 08.10.2000
Distribuir o relatório Manuela -- 15.10.2000
... ... ... ...

De preferência deve-se pedir a alguém do grupo que fique responsável por


verificar se as tarefas foram realizadas dentro dos prazos acordados.

IV. Fase final da moderação

Avaliação

A avaliação permite-nos saber se conseguimos alcançar aquilo que


pretendíamos e tirar lições para futuras moderações.
Durante e no fim de um encontro podem-se avaliar os seguintes aspectos:

Input – documentação, palestras, experiência dos participantes


Processo - Programa, fases do trabalho, método, interacção entre os
participantes
Output- Resultados, novas ideias, relatório, publicação

A avaliação intercalar permite orientar o Programa durante o encontro.


Existem várias possibilidades de realizar a avaliação, por exemplo:

Flash
Para o flash são necessários 3 passos:
 apresentar as regras do flash
 colocar uma questão simples
 respostas curtas dos participantes.

O flash serve para conhecer rapidamente a opinião ou a forma como se


sentem os participantes. O/a moderador/a coloca uma pergunta, por
exemplo: Como se sente no fim deste dia? Que tema te interessa mais?
Qual foi para ti o resultado deste dia?
Cada participante responde sucintamente à pergunta ) nunca mais de meio
minuto. Não se faz qualquer comentário. Caso alguém o faça o/a
moderadora deve interromper imediatamente. O/A moderador/a também
deve responder à pergunta.

Painel de Feedback
O painel de feedback fica disponível durante todo o encontro. Os
participantes podem exprimir a sua opinião, sugestões, etc. O painel pode
ser livre ou estruturado. O painel estruturado pode conter temas como:
conteúdo, resultados, logística, ambiente etc.
Ao longo do encontro o/a moderador/a tem que relembrar aos participantes
a utilização do painel.

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Grupo síntese
Em encontros que duram vários dias pode-se formar todos os dias um grupo
constituído pelo/a moderador/a e alguns participantes (rotativo) para, no fim
do dia, analisar os pontos fortes e os pontos fracos do dia. Isso dá ao/à
moderador/a a possibilidade de fazer adaptações ao programa.

Avaliação final
No final do encontro é útil verificar os resultados, reflectir sobre as
experiencias e vivencias.
Isso pode ser feito de várias formas. Uma forma simples é pedir aos
participantes que escrevam dois ou três cartões, respondendo à pergunta:
“O que foi bom?” e outros o mesmo número de cartões de outra côr, em
resposta á pergunta “o que poderia ter sido melhor?”. É importante que as
respostas sejam anónimas e portanto recolhidas e misturadas pelo/a
moderador/a. No fim, elas são colocadas no painel e lidas em voz alta pelo/a
moderador/a.

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Dekompressor „TIFF (LZW)“ Dekompressor „TIFF (LZW)“
benötigt. benötigt.

BOAS MODERAÇÕES!

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