2015.2 - TCC Douglas Da Silva - Analise de Aproveitamento Do Calor Exaurido Pelo Tubo de Escapamento de Um Motor de Ciclo Otto
2015.2 - TCC Douglas Da Silva - Analise de Aproveitamento Do Calor Exaurido Pelo Tubo de Escapamento de Um Motor de Ciclo Otto
2015.2 - TCC Douglas Da Silva - Analise de Aproveitamento Do Calor Exaurido Pelo Tubo de Escapamento de Um Motor de Ciclo Otto
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO APRESENTADO Á
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RECÔNCAVO DA BAHIA PARA
OBTENÇÃO DO GRAU DE
BACHAREL EM CIÊNCIAS
EXATAS E TECNOLÓGICAS.
Orientador: Prof. Msc. Adelson
Ribeiro de Almeida Júnior
EXAMINADORES:
____________________________________________________________________
Orientador: Prof. Msc. Adelson Ribeiro de Almeida Júnior
_____________________________________________________________
Examinador 1: Prof. Dr. Jacson Machado Nunes
_____________________________________________________________
Examinador 2: Profa. Dra. Jania Betania Alves da Silva
RESUMO
In a society where the fossil reserves for fuels are getting closer and closer
to the end, the search for maximum efficiency everywhere possible must be
fomented. As 32% of the calorific energy of the fossil fuel is wasted through the
exhaust pipe, it’s necessary to use this energy to generate fuel economy. Turn
this thermal energy into electric energy using thermoelectric devices welded to
the pipe is a way out. This electrical energy is used to break the water molecule
in a hydrogen cell. This cell injects Oxygen and Hydrogen into the air-fuel mix,
intending to low the fuel concentration in this mix, so this burn will release fewer
pollutant gases to the atmosphere and also save fuel. It’s expected in the end of
this work to show a satisfactory usage of this energy once fully wasted.
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................i
LISTA DE TABELAS............................................................................................ii
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1.OBJETIVO..................................................................................................... 12
3.MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 30
4. RESULTADOS ............................................................................................. 36
5.CONCLUSÃO................................................................................................ 42
ANEXO I.............................................................................................................46
i
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 9 – Área ocupada por cada termopar soldado, conforme bitola do fio............38
Tabela 12 – Potência gerada por termopares soldados ao tubo, de acordo com sua
bitola...........................................................................................................................40
11
1.OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo verificar se, com o calor que é desperdiçado
pelo tubo de escape de um motor monocilíndrico de baixa cilindrada, é possível obter
por meio de dispositivos termoelétricos energia elétrica suficiente para gerar uma
quantidade de hidrogênio que consiga suprir a demanda necessária para
funcionamento pleno deste motor com a mistura hidrogênio/gasolina.
12
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – TERMOELETRICIDADE
A termoeletricidade é, segundo Piedade (1997), um conjunto de fenômenos
físicos que relacionam a temperatura com as propriedades elétricas dos materiais.
Esta relação permite, através de uma diferença de temperatura, gerar energia elétrica.
A relação inversa também é válida.
Dentre os vários fenômenos termoelétricos, faz-se necessário o destaque dos
principais efeitos que carregam os nomes de seus inventores: o Efeito Peltier e o Efeito
Seebeck.
13
Segundo Fernandes(2012) a passagem de corrente elétrica por um condutor
sempre é acompanhada por uma liberação de calor por efeito Joule, se torna difícil
explicar o efeito de Peltier, porém se faz necessário focar na teoria eletrônica, onde
os elétrons fluem através da junção entre os dois materiais, e apenas os elétrons de
maior energia conseguem passar pela junção, devido à absorção de energia e
consequentemente criando na mesma uma temperatura inferior e assim criando a
diferença de temperatura entre os dois lados.
Onde:
𝑇𝑜= Temperatura inicial(°C)
Δ𝑇= Variação de temperatura(°C)
𝑑. 𝑑. 𝑝.= Diferença de potencial elétrico(V)
15
2.1.3 – Termopares
É dito por Kuphaldt(2006) que quando dois metais diferentes são unidos com o
fim de medição de temperatura, este dispositivo é chamado termopar. Termopares
são constituídos de metais de alta pureza para uma medição precisa da relação
temperatura/voltagem.
Fernandes(2012) diz que os termopares são dispositivos termoelétricos cujo
funcionamento tem como base o efeito Seebeck. Caso sejam soldados dois metais
diferentes e um dos lados for aquecido, a diferença de temperatura irá gerar uma
tensão que será proporcional a esta diferença de temperatura.
Os termopares são divididos em diferentes tipos, de acordo com os materiais
que são compostos, como pode ser visualizado na tabela 1:
18
Figura 5: Construção da placa de Peltier. Fonte: Oliveira, Leismann(2007)
19
2.1.5 – Figura de Mérito
Fernandes(2012) diz que a figura de mérito é uma medida da capacidade dos
materiais termoelétricos de transformar energia térmica em energia elétrica para
determinada temperatura. Seu equacionamento é dado por:
𝛼2
𝑍=
𝜌. 𝜅
Onde:
𝑍= Figura de mérito(1/K)
𝛼= Coeficiente de Seebeck(V/K)
𝜌= Resistividade elétrica(Ω)
𝜅= Condutividade térmica(W/m.K)
𝛼2
𝑍𝑇 = 𝑇
𝜌. 𝜅
Onde:
𝑍= Figura de mérito(1/K)
𝛼= Coeficiente de Seebeck(V/K)
𝜌= Resistividade elétrica(Ω)
𝜅= Condutividade térmica(W/m.K)
𝑇= Temperatura(K)
20
2.2 – ELETRÓLISE
21
Tomando o 𝐾𝑂𝐻 como composto iônico, Sardella(1999) exemplifica a reação
de eletrólise da água e hidróxido de potássio:
Na solução, temos:
+ −
𝐾𝑂𝐻 = 𝐾(𝑎𝑞) + 𝑂𝐻(𝑎𝑞)
+ −
𝐻2 𝑂 = 𝐻(𝑎𝑞) + 𝑂𝐻(𝑎𝑞)
Tabela 2: Reações do hidrogênio.
Fonte: Sardella(1999)
Sardella(1999) diz que nesta reação pode ser visto ao redor dos eletrodos o
gás hidrogênio(𝐻2 ) e oxigênio(𝑂2), enquanto os elementos restantes 𝐾 + e 𝑂𝐻 − se
unirão formando moléculas de hidróxido de potássio.
2.2.1 – Eletrólitos
22
2.3 – HIDROGÊNIO
23
E na tabela 4 são mostradas algumas características do hidrogênio:
24
dos combustíveis fósseis só tem prejudicado nossa atmosfera e consequentemente o
ar que respiramos.
Nesse cenário, o hidrogênio surge como uma excelente opção, vista sua
abundância, rendimento e facilidade de produção através da quebra da molécula de
água, sendo uma fonte de energia limpa, renovável e economicamente viável.(Senra
et al, 2014)
25
completamente queimado e essa mistura será chamada de mistura rica. Caso o
inverso ocorra, existirá uma diminuição no desempenho do motor e maior liberação
de óxidos de nitrogênio, sendo assim chamada de mistura pobre. A utilização do motor
com mistura pobre é pior, pois pode danificá-lo.(Nascimento, 2008)
Nascimento(2008) diz que a qualidade da mistura ar-combustível está ligada
intimamente ao fator lambda. Fator esse que determina se a mistura utilizada é rica,
pobre ou ideal, através do quociente entre a mistura real e a mistura ideal, ou seja:
𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜆=
𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙
Logo, percebe-se que o ideal é que o fator lambda seja igual a 1. Caso seja
menor que 1, a mistura é considerada rica. Caso seja maior, é considerada pobre.
1° tempo: Admissão
Nesta etapa a válvula de admissão se abre, sugando a mistura ar-combustível
para dentro da câmara de combustão a uma pressão constante, logo este é um
processo isobárico.(Nascimento, 2008)
26
Figura 8: Admissão da mistura, 1° tempo. – Fonte: Wollmann(2013)
2° tempo: Compressão
Nesta etapa ambas as válvulas são fechadas e o pistão sobe, pressionando
toda a mistura. O processo é adiabático, pois acontece muito rápido e não há troca de
calor.(Nascimento, 2008)
3° tempo: Explosão
Nesta etapa ocorre a explosão da mistura, causada pela centelha da vela de
ignição. No momento da explosão não há alteração de volume. Após o aumento da
temperatura e pressão, o pistão é empurrado para baixo com velocidade suficiente
para que seja uma expansão adiabática, sem troca de calor.(Nascimento, 2008)
27
Figura 10: Explosão da mistura, 3° tempo. – Fonte: Wollmann(2013)
4° tempo: Exaustão
Nesta etapa ocorre a abertura da válvula de exaustão, por onde o gás resultante
da expansão da queima será exaurido pelo ambiente. Não há variação no volume,
logo esta descompressão é considerada isométrica.(Nascimento, 2008)
28
2.9 – RENDIMENTO DE UM MOTOR
Segundo Nascimento (2008), o rendimento real de um motor de ciclo Otto gira
em torno dos 21 a 25%. A energia restante é perdida de forma mecânica (cerca de
8% por meio do atrito de superfícies metálicas do veículo, da inércia do pistão e em
energia sonora) e térmica (cerca de 32% em troca de calor do motor para o ambiente
por meio de sistema de refrigeração e 35% em energia interna dos gases provindos
da combustão e exauridos pelo tubo de escape). Portanto, a perda gira em torno de
75 a 80%.
Pode-se determinar o rendimento de uma máquina como sendo o quociente
entre o trabalho que é gerado e o calor que é fornecido:
𝑊
𝜂=
𝑄
Onde:
𝜂= Rendimento da máquina térmica
𝑊= Trabalho produzido pela máquina térmica(J)
𝑄= Calor fornecido à máquina térmica pela fonte quente(J)
29
3.MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - MATERIAL:
Para realização deste experimento pode-se utilizar qualquer motor de ciclo
Otto, seja ele carburado ou com injeção eletrônica, placas de Peltier e termopares do
tipo J soldados ao tubo de escapamento.
30
3.2 – MÉTODO:
31
Figura 12: Posicionamento dos termopares no tubo de escapamento. Fonte: Autor
32
Utilizando os dados de comprimento e diâmetro do tubo de escape, foi possível
calcular a área de sua superfície através da seguinte fórmula:
𝐴𝑡𝑢𝑏𝑜 = 2𝜋. 𝑅. 𝐿
Onde:
𝐴𝑡𝑢𝑏𝑜 : Área superficial do tubo de escapamento(m²)
𝑅 : Raio da seção do tubo(m)
𝐿: Comprimento da seção do tubo(m)
Como não é esperado que todos os termopares sejam soldados lado a lado
sem espaçamento, é necessário o espaçamento de pelo menos o espaço de
soldagem de um termopar livre entre dois termopares soldados para uma melhor
distribuição dos mesmos na superfície do tubo de escape, logo a área de superfície
utilizada para a soldagem dos termopares será metade da área superficial do tubo.
Sendo conservador e visando uma otimização da vida útil da placa de Peltier,
assume-se que o ∆𝑇 entre as placas será de 25°C, valor bastante distante da
diferença máxima de temperatura possível entre as duas placas, que é de 70ºC. Para
o módulo selecionado (TEC1-12706, cap. 3), com esta diferença de temperatura a
placa gerará 7 Volts de tensão e 3 Ampére de corrente.
O mesmo acontece com a área destinada à colagem das Placas de Peltier,
visto que é necessário um afastamento entre uma placa e outra para um melhor
desempenho das placas, visto que o contato de um módulo com o outro lateralmente
33
pode diminuir sua eficiência de troca. Porém, a placa de Peltier é colada ao tubo de
escape através de pasta térmica, não necessitando exceder sua área. Logo:
𝐴𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 = (𝑙)2
Onde:
𝐴𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 : Área ocupada pela placa de Peltier(m²)
𝑙 : Comprimento da aresta da placa de Peltier(m)
34
Onde:
𝑆𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑝𝑎𝑟 : Área superficial do termopar a ser fixado no tubo(m²)
𝑟 : Raio do fio do termopar a ser fixado no tubo(m)
𝐿 : Comprimento do fio do termopar a ser fixado no tubo(m)
35
4. RESULTADOS
350
305 305 310 310 310 310
300 275
242
250
Temperatura (°C)
200
140 142 145 145 145
150 132
110
100 74
43
35
50 33 30 27 27 27 27 27 28 28
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Tempo (min)
36
Tabela 5: Medidas do tubo de escape Honda NXR Bros.
Medidas Tubo de escape Silencioso
Comprimento(m): 0,500 0,370
Diâmetro(m): 0,025 0,100
Fonte: Autor
37
É possível calcular a corrente gerada pelo termopar utilizando o valor da
resistência equivalente do ferro puro comercial e do constantan ligados em série. Os
valores da corrente que passa no termopar de tipo J em cada temperatura estão
listados na tabela 8:
Com os valores do raio do fio de cada termopar, já acrescido dos 20% da solda,
é possível estimar a área ocupada por cada termopar na superfície do tubo de escape.
O valor da área do fio já soldado, conforme sua bitola, se encontra na tabela 9:
Tabela 9: Área ocupada por cada termopar soldado, conforme bitola do fio.
Raio do fio(m) Raio com 20% Área do fio já Bitola do fio (AWG)
de soldado(m²)
acréscimo(m)
3,26E-03 3,91E-03 4,8E-05 8 AWG
1,62E-03 1,94E-03 1,2E-05 14 AWG
8,10E-04 9,72E-04 3,0E-06 20 AWG
5,10E-04 6,12E-04 1,2E-06 24 AWG
3,30E-04 3,96E-04 5,0E-07 28 AWG
2,50E-04 3,00E-04 2,8E-07 30 AWG
Fonte: Autor
38
Possuindo os valores da área que cada termopar ocupa conforme sua bitola, e
também o valor da área da superfície do tubo onde serão fixados os termopares, é
possível calcular o número de termopares a serem soldados ao tubo. Esses números
estão mostrados na tabela 10:
Tabela 10: Quantidade de termopares a ser soldada no tubo, conforme bitola do fio.
Cálculo de quantos Termopares seriam soldados ao tubo (unidades):
8 AWG 415
14 AWG 1.680
20 AWG 6.721
24 AWG 16.954
28 AWG 40.493
30 AWG 70.556
Fonte: Autor
39
Tabela 12: Potência gerada por termopares soldados ao tubo, de acordo com sua
bitola.
Potência(W) gerada por Termopar conforme bitola do fio:
8 AWG 0,18
14 AWG 0,7
20 AWG 2,9
24 AWG 7,3
28 AWG 17,4
30 AWG 30,3
Fonte: Autor
40
Assim, fica notado que o termopar cuja bitola de fio é 30AWG é o mais
vantajoso, pois sua soldagem no tubo resultará num aumento de mais de 6 metros
quadrados em área para troca de temperatura, e consequentemente resfriando o tubo
de uma forma mais eficiente.
Além do incremento na área de troca do tubo devido à maior quantidade, o
termopar de 30AWG de bitola possui também a maior geração de potência para
aquela temperatura, que é de aproximadamente 30,2W.
Segundo Senra et al. (2014), é necessária uma corrente de 25A e uma tensão
de 12V – portanto 300W - sendo aplicados à célula de eletrolise de hidrogênio para
consumo junta a gasolina num motor de 89cm³, para que este funcione com um melhor
rendimento, gerando uma economia de 18% de gasolina. Com os termopares e
módulos escolhidos, a potência gerada somada é de aproximadamente 786W, o que
é mais que suficiente para alimentação da célula para utilização do hidrogênio em um
motor de cilindrada maior, no qual será necessária uma maior quantidade de
hidrogênio.
41
5.CONCLUSÃO
42
6.PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS
43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NETO, E.H.G. Hidrogênio Evoluir Sem Poluir. 1ª. ed. Curitiba: Brasil H2 Fuel Cell
Energy, 2005. 240 p.
PANDEY, P.C. and SHAN, H.S. Modern Machining Processes. Tata, McGraw-Hill,
1985.
44
OLIVEIRA, A.R.P., LEISMANN I.A. COOLER PELTIER MICROCONTROLADO.
2007. Disponível em http://www.ppgia.pucpr.br/~santin/ee/2007/1s/3/ Acesso em 8
jun. 2016.
SOUZA, D.H.C. Otimização do uso de refrigeradores termoelétricos em
processos de refrigeração. Universidade de Brasília, 2007.
USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química Geral. 12ª.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
45
ANEXO I
46