Cap. 3 Resumo - Eshelley e Lydia

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RESUMO DO CAP.

3 DA TESE DE MAGADÃ MARINHO ROCHA DE LIRA: A


ARGUMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Eshelley Cardoso

Lydia Sarcinelli Viana

Este resumo se refere ao capítulo de número três (3) da tese de doutorado da professora
Magadã Marinho Rocha de Lira, o título do trabalho dela é “A ARGUMENTAÇÃO EM
AULAS DE CIÊNCIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL: A PERSUASÃO NA
CONSTRUÇÃO DO DISCURSO CIENTÍFICO NA ESCOLA”. O capítulo 3 que fala sobre a
argumentação no ensino de ciências é subdividido em dois, o 3.1 diz sobre a argumentação
em sala de aula de ciências e o 3.2 argumenta sobre a persuasão nas aulas de ciências como
uma condução discursiva.

A princípio nos é mostrado que a argumentação está inerente à prática discursiva e dialógica
dos discursos de Bakhtin, ou seja, não é dito, mas está implícito, a presença dessa prática
exige a argumentação. O autor explicita que nos comunicamos através de enunciados por isso
a importância da argumentação para o aprendizado das crianças, argumentar estrutura a
conversa. Portanto, é uma necessidade social, nos possibilita a ao conversar elaborar acordos
e sermos claros com o interlocutor do nosso discurso, além de nos possibilitar a compreender
e argumentar sobre o que o outro nos fala, possibilitando também a emancipação enquanto
sujeitos políticos.

Magadã fala que independente do que é aprendido, é necessária uma base sobre o assunto
antes de aprendê-lo. Nesse sentido, ela diferencia os atos de convencer e persuadir por meio
da argumentação, sendo que ao convencer os interlocutores de algo, o locutor desconsidera e
isola o raciocínio dos interlocutores, já a persuasão por meio da argumentação é captar o que
os interlocutores sabem e querem saber, e criar a discussão e o aprendizado por meio do
diálogo entre as duas partes. Cabe ressaltar que os dois caminhos são válidos.

A autora traz as três propostas de Leitão (2011) a serem consideradas ao adotarmos a prática
da argumentação nas aulas de ciências: a) o reconhecimento de que o discurso deve respeitar
saber escolar e que os alunos não sabem de todos os temas científicos, por isso não vão
polemizar algum assunto no início; b) a diferença na posição de aluno e professor, e a
necessidade de diminuir essa assimetria ao longo das aulas para que os alunos se apropriem de
forma igual ao professor; c) a predefinição dos resultados esperados da aula. Ainda pensando
na argumentação, Marinho retoma um exemplo de Leitão (2007) que mostra o quanto as
crianças se envolvem com o tema quando a aula é de cunho argumentativo e como é possível,
a partir de um tema trabalhar vários outros com a mesma empolgação e envolvimento dos
alunos. Ao concluir esse subcapítulo, ela fecha afirmando que a aula sendo baseada na
argumentação é preciso ser montada e requer intencionalidade, porque a discussão não pode
surgir sem base.

Em continuidade, o texto destaca a importância do método de argumentação, desenvolvido


por Kuhn, para o ensino de ciências, já que a partir desse método dialógico é possível
ultrapassar as barreiras da informação e fazer com que o estudante entenda como se constitui
a ciência, principalmente pela proximidade com a realidade, como por exemplo, coisas que
acontecem no cotidiano serem usadas para o entendimento da ciência, tornando mais próximo
o cotidiano dos saberes científicos.

Em contraponto o trabalho aborda as questões sociocientíficas , e a maneira que essas


questões se contrapõem ao método de argumentação, já que muitas investigações e pesquisas
sociocientíficas não são feitas obrigatoriamente a partir desse método, e que existem limites
de argumentação na pesquisa sociocientífica.

Dessa maneira, fica evidente ao decorrer do texto a importância de incorporar os


conhecimentos escolares e científicos, nas relações sociais, em relação a isso o capítulo em
questão traz uma questão do ENEM (exame nacional do ensino médio), que aborda questões
cientificas sendo abordadas no cotidiano, como conhecimento sociocientífico, dessa forma é
possível entendermos a relevância de que os conteúdos trabalhados no meio escolar
acompanhem os fenômenos e mudanças cientificas que acontecem na sociedade, já que deve-
se recuperar a aproximação entre: conteúdo cientifico abordado e as vivencias cotidianas, ou
seja, signos que são presentes no contexto de vida dos estudantes.

No entanto o texto evidencia também, que trazer situações ou exemplos cotidianos não é
sinônimo de ausência de conhecimento científico, sendo assim é possível e adequado
basearmos a argumentação em diferentes pontos de vista, e assim ocorrer a prática da
persuasão, para isso é necessário que o professor (a) tenha domínio do assunto científico a ser
trabalhado.
Por fim, o capítulo 3 do texto “A ARGUMENTAÇÃO EM AULAS DE CIÊNCIAS DO
ENSINO FUNDAMENTAL: A PERSUASÃO NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO
CIENTÍFICO NA ESCOLA”, orienta a prática docente no que diz respeito ao ensino de
ciências, nos levando a ter mais atenção no que se refere as práticas de persuasão e de
argumentação, e nos fazendo compreender o quanto essas práticas são legítimas e eficazes no
ensino de ciências do ensino fundamental.

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