30 - Irish Red Ale - Leonardo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

IRISH RED ALE

Apresentação: Leonardo Pinto Silva


Historiador | Guia de Turismo | Sommelier de Cervejas | Beer Expert

@leopinto74 (27) 99991-5763


@destinocervejante Vitória/ES
HISTÓRIA
Embora a Irlanda tenha uma longa tradição na produção de cervejas, o estilo
moderno Irish Red Ale é uma tentativa de reproduzir as populares English
Bitters, ou English Pale Ales, com menos lúpulo e um pouco de torra para
adicionar cor e sensação seca, embora alguns sugiram que possui ainda mais
história. Sendo redescoberta como um estilo de cerveja artesanal na Irlanda,
hoje é um estilo essencial junto com a Pale Ale e a Stout.

O resultado das primeiras produções foi um líquido de coloração avermelhada,


com uma pegada mais maltada, final seco e amargor mais sutil do que sua
“irmã” inglesa, ou seja, uma bebida mais leve e equilibrada para a época.

O problema é que essas características acabaram não cativando muito o


paladar dos bebedores de cerveja irlandeses, que estavam acostumados com
as tradicionais Porters e Stouts, acabando sempre como uma coadjuvante
dessas outras categorias. Assim, a Irish Red Ale fez mais sucesso em outros
países do que na sua própria terra natal, num primeiro momento.
GEOGRAFIA
- A República da Irlanda está localizada na Ilha
da Irlanda, também conhecida como Ilha
Esmeralda (apelido da Irlanda por suas
exuberantes paisagens) ou Eire (Irlanda em
gaélico).

- Terceira maior ilha da Europa e vigésima do


mundo.

- Faz parte das Ilhas Britânicas mas não faz


parte da Grã-Bretanha e nem do Reino Unido.

- É uma das regiões precursoras da Escola


Inglesa, que também é chamada de Escola
Britânica exatamente por envolver outros
países além da Inglaterra.
CURIOSIDADES
- Muito se especula sobre a real criação da Irish Red Ale, assim como acontece com diversos outros estilos de
cerveja. Apesar de algumas hipóteses circularem no meio cervejeiro, o relato mais aceito é de que ela tenha
surgido em 1710 na cervejaria Smithwicks, localizada na cidade de Kilkenny, na Irlanda, tendo sua receita
reproduzida por diversas outras marcas, colaborando para a disseminação desse tipo de breja mundo afora.

- Contudo, o nome Irish Red Ale não teve uma definição tão “espontânea”. O termo, na verdade, ganhou
notoriedade graças a influência do jornalista, escritor e crítico cervejeiro Michael Jackson quando
desembarcou na Ilha Esmeralda com seu documentário Beer Hunter, veiculado no fim da década de 80, e nas
publicações que realizou em decorrência dele, que acabou adotando o prefixo “irish”, que significa irlandês,
para referenciar as bebidas avermelhadas que encontrou por lá.

- As cervejas tradicionais da Irlanda contidas nesta categoria são cervejas


de cor âmbar a cobre, de alta fermentação, de intensidade moderada a
ligeiramente forte.
MATÉRIAS PRIMAS E PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Geralmente usado um pouco de cevada torrada ou black malt para fornecer cor avermelhada e final torrado e seco. Malte
pale ale de base. Os maltes caramel eram historicamente importados e mais caros, então nem todas as cervejarias usavam.

Quantidade produzida: 20 litros Levedura


Densidade Original: 1.044 – 1.046 1 pacote Fermentis SafAle S-04
Densidade Final: 1.008 – 1.010
Álcool provável: 4,7% vol Brassagem – 60 min.
IBUs: 20 | EBC: 23 11,50 lts de água a 65 ºC durante 60 minutos.
78 ºC durante 10 minutos – Mash Out
Ingredientes: Lavagem do grão: Após Mash Out, iniciar a
lavagem do grão com 15,00 lts de água a 76 ºC
Maltes
2,95 Kg Swaen Pilsner Fervura – 60 min.
0,80 Kg Swaen Melany Dar início ao processo de fervura, assim que se
0,21 Kg GoldSwaen Red obter uma fervura uniforme, adicionar o lúpulo (1),
0,05 Kg BlackSwaen Biscuit e dar início à contagem do tempo de fervura que
0,01 Kg BlackSwaen Black será de 60 minutos.

Lúpulos Fermentação
24,30 gr Northern Brewer – 60 min. (1) 20º C até acabar a fermentação Fonte: Srcervejeiro.pt
PARÂMETROS BJCP E BA
CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS - BJCP
Impressão geral: Uma cerveja fácil de beber, geralmente com sabores sutis. Equilíbrio ligeiramente maltado, às vezes com uma doçura inicial suave
a toffee/caramelo, um paladar levemente a cereal-biscoito e um ligeiro toque seco a torrado no final. Algumas versões podem enfatizar mais o
caramelo e a doçura, enquanto outras favorecem o paladar a cereal e o final seco a torrado.

Aroma: Aroma de malte de baixo a moderado, seja a cereal-neutro ou com um caráter leve a caramelo, tostado ou toffee. Caráter opcional
amanteigado muito leve. Um aroma de lúpulo baixo e de teor terroso ou floral é opcional. Bastante limpo.

Aparência: Cor âmbar médio a cobre avermelhado médio. Limpa. Espuma reduzida, esbranquiçada a bronzeada, de persistência média.

Sabor: Sabor e doçura de caramelo do malte, de moderado a muito pouco, raramente com uma qualidade levemente tostada e amanteigada ou de
qualidade semelhante a toffee. O paladar costuma ser bastante neutro de cereal, ou pode assumir notas levemente tostadas ou a biscoito, à medida
que termina com um leve sabor a cereal torrado, que confere uma secura característica ao final. É opcional um leve sabor a lúpulo terroso ou floral.
Amargor de lúpulo de médio a médio-baixo. Final de meio-seco a seco. Sabor limpo e suave. Baixo nível de ésteres é opcional. O equilíbrio tende a
ser ligeiramente em direção ao malte, embora o leve uso de cereais torrados possa aumentar ligeiramente a percepção de amargor.

Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio, embora os exemplos que contêm baixos níveis de diacetil possam ter uma sensação ligeiramente
escorregadia na boca (não necessário). Carbonatação moderada. Suave.

Comentários: O estilo é bastante amplo para permitir exemplos além dos tradicionais da Irlanda. Os exemplos irlandeses tendem a ser mais baixos
em álcool, mais presença de cereal e mais secos no final, enquanto que as versões não irlandesas geralmente possuem mais álcool, são mais doces,
talvez com mais caramelo e ésteres, e geralmente são ofertas sazonais.
CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS - BA
Cor: Vermelho-cobre a marrom-avermelhado

Clareza: Névoa fria ou névoa de levedura podem estar presentes em níveis baixos

Percepção de Aroma e Sabor de Malte: Doçura de malte de caramelo de baixo a médio deve estar presente no
sabor. Um caráter de malte torrado deve estar presente, e pode haver uma leve presença de cevada torrada ou malte
torrado.

Aroma e Sabor Percebidos de Lúpulo: Não presente a médio

Amargor percebido: Médio

Características da fermentação: Ésteres frutados de baixo teor são aceitáveis. O diacetil geralmente está ausente
nessas cervejas, mas pode estar presente em níveis muito baixos.

Corpo: Médio
REFERÊNCIAS DO ESTILO
Franciscan Well Rebel Red, Kilkenny Irish Beer, Murphy’s Irish Red, O’Hara’s Irish Red Ale, Porterhouse Nitro Red Ale,
Smithwick’s Irish Ale

No Brasil:

Irish Red Ale


A Lenda Tatu Gigante IRA Cervejaria Loveland
Cervejaria Big Jack (SC) Cervejaria Haenschbier (SC) (ES)
HARMONIZAÇÕES
Retomando um pouco o tópico de características sensoriais, podemos resumir a Irish Red Ale como uma cerveja maltada,
baixo teor alcoólico, com notas tostadas e dulçor em evidência (todas com aspectos sutis, sem nenhuma extravagância),
além de amargor em segundo plano. Assim, ela é uma cerveja equilibrada e amena.

Portanto, na hora de pensar numa harmonização pra ela, é importante ter isso em mente e combiná-la com pratos sem
grande intensidade, de sabores moderados, caso contrário o sabor da bebida será “engolido” pelo da comida. Essas
nuances mais tostadas presentes nas Irish Red Ales, por exemplo, caem muito bem com alimentos assados,
principalmente carnes e aves, pois ganham alguns aspectos caramelizados e defumados promovidos pelo calor e o fogo.

O estilo também vai muito bem com sopas. Além disso, a Irish Red Ale, por ter esse dulçor em destaque e corpo médio,
pode combinar com pratos levemente picantes, ajudando a equilibrar a picância da comida.

Algumas sugestões de harmonização:


Espaguete bolonhesa; Pizza marguerita
ou calabresa; Frango grelhado com
barbecue; Ratatouille; Burritos;
Carpaccio; Pimentão recheado com
carne moída; Enchiladas; Sopa de
cogumelos.
Carpaccio Burritos Enchiladas
SERVIÇO
Para aproveitar ao máximo o que a Irish Red Ale tem a oferecer, especialmente se estiver em
temperaturas entre 7 ºC e 10 ºC, você pode usar dois modelos de copos ideais:

English Pint: O tradicional copo dos pubs ingleses e irlandeses surgiu em 1948. Seu formato é
simples, prático, resistente e eficiente, formando uma espécie de cone invertido, com a base mais
estreita que a boca, sendo unidas por laterais retas, facilitando o manuseio do copo e liberação
dos aromas. Ganhou o nome de uma antiga medida inglesa equivalente a 568 ml. Seu formato
valoriza os aromas e facilita uma degustação mais rápida.

Pokal - É uma taça versátil e recebe bem muitos estilos aromáticos. Seu bojo ajuda na dispersão
dos aromas e a boca estreita os concentra. A curva na borda ajuda a espalhar melhor a cerveja
pela língua, tornando a apreciação mais lenta e agradável, e por fim, a curvatura na parte superior
colabora para a estabilidade da espuma.

Além disso, esse estilo também pode ser facilmente encontrado enchendo as Canecas dos
irlandeses, já que é uma cerveja fácil de ser bebida e com teor alcoólico relativamente baixo,
costumeiramente bebida em grandes quantidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Guias:
- Diretrizes de Estilos de Cerveja BJCP 2021 em Português
- Diretrizes de Estilos de Cerveja Brewers Association 2023 em Português

Sites:
- Institutodacerveja.com.br
- Sigaocopo.blogosfera.uol.com.br
- Cervejabox.com.br
- Srcervejeiro.pt
- Clubedocervejeiro.com
- Clubedomalte.com.br

Livros:
- Instituto Science of Beer. Manual do Sommelier de Cervejas do Curso Sommelier de Cervejas. Florianópolis, Brasil.
- OLIVER, Garret. A Mesa do Mestre Cervejeiro. 1ª ed. São Paulo, Brasil: Senac, 2012.
- MORADO, Ronaldo. O Guia Larousse da Cerveja. 1ª ed. São Paulo, Brasil: Larousse, 2009.
- O Guia Oxford da Cerveja. Garret (editor); Iron Mendes (editor da edição brasileira); Waldemar Gastoni Venturini Filho (organizador da
tradução). São Paulo, Brasil: Blucher, 2020.
- AMORIM, Bia (org.). Guia de Sommelieria de Cervejas. 1. ed. Porto Alegre, Brasil: Krater, 2022.

Redes Sociais:
- Instagram das cervejarias citadas
VALEU, PESSOAL!

SLÁINTE!

Você também pode gostar