Aula 4 - Historia Da Igreja I
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O LIVRO DE ATOS
DOS APÓSTOLOS
JESUS E O SURGIMENTO DA IGREJA
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básica, sistema doutrinário bem definido ou livros sagrados. Ele apenas reuniu em
torno de si um grupo de seguidores, especialmente doze homens aos quais treinou
e enviou a pregar, designando-os como continuadores da sua missão (Jo 20.21).
De acordo com Efésios 3.1-13 a igreja que antes fora um "Mistério oculto em Deus”,
agora revelado em Cristo, fez com que o “segredo de Deus” se tornasse conhecido
pelos homens. A expressão “oculta em Deus” indica que a Igreja esteve sempre
presente nos desígnios de Deus, porém, vindo a ser conhecida somente depois do
ministério terreno do seu Filho. Jesus é mais o fundamento do que o fundador da
igreja. Isso fica evidente pelo uso do termo futuro que está mencionado em Mateus
16.18: “Sobre esta pedra edificarei minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”, referindo-se à declaração de Pedro que dizia: “Tu és o Cristo, o filho do Deus
vivo”. Jesus é o fundamento sobre o qual a sua igreja está sendo edificada, isso im-
plica em uma atuação contínua de Cristo na igreja, a qual ele realiza através do seu
Espírito. Essa edificação da igreja através do Espírito Santo é, sem dúvida, o maior
enfoque do livro de Atos.
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Propósitos do Livro
Propósito informativo: Lucas queria informar a Teófilo como o evangelho se pro-
pagou desde Jerusalém até Roma. Seu objetivo foi fornecer uma explicação mais
precisa da história inicial do cristianismo, começando desde o nascimento de João
Batista (início do Evangelho de Lucas) até o fim dos dois anos de prisão de Paulo
em Roma (fim de Atos).
Propósito apologético: O livro mostra como o evangelho se estendeu aos gentios.
O Antigo Testamento é a história da relação de Deus com o seu povo, a nação de
Israel, que desde o começo tinha a função de abençoar as outras n
ações. É no livro de Atos que o povo de Deus deixa de ser apenas uma questão na-
cional e passa a ter um sentido universal. Fica evidente no livro que o cristianismo,
apesar de ter raízes profundas no judaísmo, não é um ramo herético deste.
Propósito político: Lucas procurou mostrar às autoridades que o cristianismo não
deveria ser temido e perseguido como uma ameaça ao Estado Romano. Provavel-
mente Teófilo era um cidadão romano que exercia cargo administrativo, como su-
gere o título "excelentíssimo" (At 1.3). No livro, Lucas sempre apresenta os oficiais
romanos como ordinariamente favoráveis aos cristãos.
Propósito jurídico: Alguns estudiosos supõem que o objetivo de Lucas seria o de
usar o relato de Atos para ser lido como sumário de argumento para defesa no jul-
gamento do seu amigo, apóstolo Paulo.
Propósito pastoral: A igreja estava passando por vários conflitos tanto com os ju-
deus quanto com os romanos, cuja expressão extrema levaria à perseguição. Havia
também conflitos de cultura e de valores. O estilo de vida que os cristãos propu-
nham e seguiam não era o da sociedade como um todo. Por causa de tudo isso os
cristãos, que iniciaram sua missão cheios de ousadia, corriam agora o risco de se
sentirem extremamente desencorajados. Nessa situação, era necessário um guia
para orientá-los em seu comportamento e fé durante esses tempos difíceis. Em
meio ao conflito com Roma, com o judaísmo e com a própria civilização, o que de-
vemos fazer? Qual tem de ser nossa atitude? Por que ter coragem? Lucas responde
a essas perguntas mostrando que desde o princípio a igreja sofreu oposição. É por
isso que Lucas dedica tempo nos contando sobre os confrontos entre os primei-
ros discípulos e o Sinédrio, o martírio de Estêvão, as repetidas aparições de Paulo
diante das autoridades judaicas e romanas, o episódio no Areópago, em Atenas, e
a maneira como as pessoas cultas de sua época zombavam de Paulo, apesar de sua
erudição. Os cristãos da época de Lucas tinham experiências similares, e o livro de
Atos tem o propósito de fortalecê-los e guiá-los nesses conflitos.
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1. Estabelecimento da igreja | At 1 e 2
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A cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo pro-
vocou a prisão de Pedro e João que foram levados perante o Sinédrio. Repreendi-
dos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os
dois apóstolos responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos
homens. Novas prisões dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimen-
to da igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus. Porém, com o
parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolveu libertar Pedro e os demais,
depois de castigá-los com açoites. Com o crescimento do número de discípulos,
é instituído o cargo de diácono para ajudar nas atividades da igreja, entre os quais
estavam Estêvão e Filipe, que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Es-
tevão é preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte por pregar a respeito de
Cristo. Após o apedrejamento de Estêvão, Saulo de Tarso empreendeu uma grande
perseguição à igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões
da Judéia e Samaria, chegando também o evangelho à Fenícia, Chipre e Antio-
quia. Algumas obras de Filipe, o evangelista, são narradas em Atos, entre as quais
a sua passagem por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial
de Gaza. Saulo de Tarso, ao tentar empreender novas perseguições, converte-se
quando viajava para Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias,
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até ser curado quando se encontra com Ananias. Depois destes acontecimentos,
a igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque narrados nesse
momento são a cura do paralítico Enéias, em Lida, e a ressurreição de Dorcas, na
cidade de Jope.
Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena ali-
mentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo,
conforme a lei mosaica. Pedro entende, então, o seu real significado. A visão não
estava mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus
estava orientando-o a não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser prega-
do a todos independente da origem, judeus ou gentios. Entendendo isso, Pedro
aceitou o convite e pregou o evangelho na casa de um centurião romano de Cesa-
réia chamado Cornélio, o qual se converteu juntamente com todos os que ouviram
o discurso do apóstolo, sendo batizados no Espírito Santo. O relato da conversão
de Cornélio mostra como era forte a resistência dos judeus à recepção de gentios
na igreja (Atos 10). Esse problema foi tratado e resolvido satisfatoriamente no assim
chamado Concílio de Jerusalém, descrito em Atos 15. Bastava aos gentios crerem
no Senhor Jesus e ao mesmo tempo deviam evitar certas práticas com o objetivo
de terem comunhão com os seus irmãos judeus, que tinham escrúpulos quanto a
questões alimentares e outras. Essa decisão abriu as portas para que o cristianismo
deixasse de ser uma simples seita judaica e se tornasse um movimento mais abran-
gente, aberto a pessoas de todas as raças e culturas.
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• 3ª Viagem: Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a re-
gião da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar aos fiéis, além de repreender
os que estavam em erro. Permaneceu cerca de 2 anos em Éfeso onde pregou nos
principais centros romanos da Ásia Menor, ajudado pelos seus discípulos. Paulo
teve de abandonar a sinagoga, já que os Judeus não deixaram de o perseguir, uma
vez que os seus milagres se multiplicavam. Depois de provocar um tumulto na
cidade por causa da fé cristã, o apóstolo seguiu para a Macedônia, passando nova-
mente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Porém, como os judeus não
paravam de persegui-lo, Paulo teve de voltar à Macedónia e dali seguiu para a Trôa-
de, onde ressuscitou o jovem Êutico. De lá iniciou a viagem de regresso, por mar,
fazendo escala em diversos portos, como Mileto, Pátara e Tiro, até chegar a Ptole-
maida, de onde partiu por terra para Cesaréia, onde visitaram Filipe, o evangelista.
Dali chegou a Jerusalém, onde se encontrou com Tiago em sua casa, tendo sido
aconselhado a fazer uma cerimônia de purificação no Templo para calar aqueles que
o acusavam de ser um temível adversário da Lei Mosaica.
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• 4ª Viagem: A quarta viagem (58-63) não pode ser considerada como mais uma
viagem missionária, mas sim a viagem que Paulo realizou a Roma como prisioneiro.
Em Jerusalém, depois da amotinação no Templo contra Paulo, os romanos tiveram
de o prender, evitando deste modo que fosse linchado pela multidão, apresentan-
do-se, mais tarde, ao Sinédrio. Nessa mesma noite, Jesus apareceu-lhe e anunciou-
-lhe a ida a Roma, onde testificou a respeito de Cristo. Os romanos enviaram-no
para Cesaréia, onde se apresentou ao governador Félix. Após a defesa brilhante de
Paulo, o governador não o condenou, embora fosse mantido preso. Depois de dois
anos o governador foi substituído por Festo e o caso de Paulo foi reaberto. Ele foi
transferido para Roma após apelar a César, um direito que tinha por ser cidadão ro-
mano, ao perceber que não receberia julgamento justo de seu povo. Antes de partir
com Lucas e Aristarco falou com o neto de Herodes, Agripa II. Em virtude de uma
tempestade tiveram de desembarcar em Malta, onde permaneceram algum tempo.
De Malta partiram para Siracusa e região, chegando finalmente a Roma, onde Paulo
permaneceu dois anos e falou aos judeus. Foi nesta altura que escreveu as cartas aos
colossenses, aos efésios, a Filémon e aos filipenses. Após terminada esta missão,
Paulo foi julgado e libertado, sendo pouco depois martirizado.
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At 4.25 - “que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi...”.
At 4.31 - “...todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam...”.
At 5.3 - “encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo...”.
At 5.32 - “o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem”.
At 6.3 - “homens cheios do Espírito, aos quais encarregaremos deste serviço”.
At 6.5 - “elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo...”.
At 7.51 - “vós sempre resistis ao Espírito Santo...”.
At 7.55 - “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu...”.
At 8.15 - “oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo”.
At 8.17 - “Então, lhes impunham as mãos, e recebiam o Espírito Santo”.
At 8.29 - “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro...”.
At 8.39 - “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe...”.
At 9.17 - “para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.
At 9.31 - “A igreja, no conforto do Espírito Santo, crescia em número”.
At 10.19 - “Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito...”.
At 10.38 - “como Deus ungiu a Jesus com o Espírito Santo e com poder...”.
At 10.44 - “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra...”.
At 10.45 - “sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo”.
At 11.16 - “vós sereis batizados com o Espírito Santo”.
At 11.24 - “Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé…”.
At 11.28 - “dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome...”.
At 13.2 - “...disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra ...”.
At 13.4 - “Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia...”.
At 13.9 - “Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse...”.
At 13.52 - “Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo”.
At 15.8 - “lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles...”.
At 15.28 - “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo...”.
At 16.6 - “tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia...”.
At 19.2 - “Recebestes o Espírito Santo quando crestes?...”.
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At 19.6 - “veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetiza-
vam”.
At 20.23 - “o Espírito Santo me assegura que me esperam cadeias e tribulações”.
At 20.28 - “o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos...”.
At 21.4 - “eles, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusa-
lém”.
At 21.11 - “Isto diz o Espírito Santo...”.
At 28.25 - “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías...”.
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