FILOSOFIA 11 EM ACTUALIZAÇÃO (Salvo Automaticamente)
FILOSOFIA 11 EM ACTUALIZAÇÃO (Salvo Automaticamente)
FILOSOFIA 11 EM ACTUALIZAÇÃO (Salvo Automaticamente)
INTRODUÇÃO
Introduzir os jovens estudantes à filosofia não é nada do que os fazer entrar numa
«aldeia filosófica», onde certas ruas são traçadas, certos bairros são constituídos, e
onde a linguagem já é produzida. Os Tales de Mileto, Os Sócrates e Platão, Os
Descartes, Os Kant, Os Marx etc., já estão lá.
Em outros termos, a filosofia no seu todo, é como um livro em que algumas páginas
são escritas e outras são ainda virgens. Os estudantes, lendo e relendo as páginas
escritas, tomarão conhecimento de problemas e de tipos de soluções propostas a
esses problemas nos quais não faltarão de dizer uma palavra.
Portanto, tu és sempre filho do teu tempo, evites a não ser prisioneiro da tua natureza
e do teu tempo. O ideal é de ser também pai do teu tempo tentando de fazer melhor
que teus precedentes e deixando, positivamente, teu nome. Eis a força do homem
despertado, porque a vida é um despertador.
2
Iº TRIMESTRE.
TEMA I. : EMERGÊNCIA DA FILOSOFIA
Pela mudança dos tempos, e tendo em conta a lei da evolução à qual está sujeito o
homem, aconteceu no século VI. a. C. que este descobriu existir dentro de si mesmo
uma forma de pensamento conhecida por pensamento racional e é fundamentada na
razão ( era moderna, actual ). Esta nova maneira de pensar obriga o homem a que as
suas respostas sejam rigorosas, coerentes, válidas e bem argumentadas afim de
procurar as últimas causas das coisas, começa a vigorar na Grécia antiga, que gera a
filosofia, por intermédio do seu primeiro filósofo, marcado pela história do
pensamento, Tales de Mileto.
A tradição grega considera que Tales (século VI a. C.), da colónia grega de Mileto, na
Ásia Menor , foi o primeiro filosofo da história. Juntamente com Anaximandro e
Anaxímenes, representam a escola de Mileto, conhecida pela sua vontade de
descobrir os princípios da natureza.
surgisse alguma verdade de que todos pudessem desfrutar, sem que houvesse
vencedor ou vencido. O importante era que todos participassem no diálogo com uma
Em cada diálogo, mostrava que a única coisa com que nos devemos impor é com a
procura da verdade. E isso será possível se reconhecemos a nossa ignorância e se
estivermos dispostos a aprender com os outros. Por essa razão costumava repetir uma
ideia fundamental: « Só sei que nada sei».
A formação da palavra filosofia resulta de uma discussão livre entre dois gregos, se
quis que Pitágoras, reconhecido como sábio, resolvesse a sua contenda.
Humildemente, Pitágoras disse que não era sábio, porque sábio seria aquele que já
tudo sabe, e que entre os homens nenhum sabe tudo, se fosse sábio não teria motivos
para se ocupar da investigação. Por isso Pitágoras preferiu que o chamassem « amigo
da sabedoria ».
Hoje, definir filosofia tornou-se um grande problema filosófico, pois que as frequentes
perguntas sobre ela geram novas respostas, julgadas por muitos, insuficientes para
corresponder àquilo que dizem ser , estas respostas voltam a suscitar novas
perguntas.
1º A filosofia como disciplina científica, ensina o bem pensar (por que a lógica carrega-
se desta tarefa);
5º Ela tem também uma função terapêutica; em filosofia uma questão se trata como
um paciente (doente). De facto a filosofia deve tomar a sério suas questões, por que
todo conceito ou palavra é um explosivo ou veneno que deve-se saber manejar.
O que é o mundo?
Quem o criou?
Como o criou?
Mas de tantas questões, a que é mais preocupante para os gregos foi : « Qual é o
princípio do mundo »? Neste período naturalista, a filosofia estudava com cautela a
origem de todas as coisas do universo : a terra, a água , o ar , Etc., vão predominar nas
suas explicações.
Neste período o homem é entendido como uma realidade portadora de uma ordem
natural e uma ordem social, por isso deve ser estudado a parte, para ser
compreendido nas suas perfeições naturais e sociais.
É um ser que nasce e obedece, como os outros seres, as leis naturais (ordem natural )
e cuja realização e perfeição se mede no grupo e nas suas imperfeições naturais ou
sociais (ordem social, moral ).
O homem, já que tem dupla caracterização, embora que lhe acrescente uma terceira
(na idade média) a sua espiritualidade que o torna « a imagem e semelhança de Deus».
6
O fervore o impacto da filosofia grega não tarda em Roma: servem-se da filosofia para
fundamentar e explicar vários problemas dominantes, mais tarde, a própria patrística
apropria-se da filosofia, com vista fundamentar muitos dos seus problemas. Por tal, a
filosofia desempenhou no mundo o papel de «serva da teologia», pois que
adoptaram-se os modelos de filosofia platónica e aristotélica para se justificarem
inúmeros problemas teológico.
Não conhecemos bem as teorias dos filósofos pré-socráticos porque apenas se dispõe
de alguns fragmentos citados por escritores posteriores. O que sabemos, realmente, é
que os Gregos tinham melhorado a técnica da escrita ao introduzir vogais no
abecedário a partir do século VIII a. C. E que isso lhe permitiu utilizar a técnica da
escrita para escrever sobre todos os temas possíveis, como por exemplo dar a
conhecer as opiniões dos primeiros filósofos.
4.a. Tales de Mileto (624-546 a. C ): Para este primeiro filósofo grego, qual seria o «
arché ou a origem de physis : mundo »? Depois da sua observação sobre a natureza e
de várias coisas a sua volta, concluiu que a água é o princípio do mundo e dos seus
seres. Por que ela abunda em tudo ( a água gera a vida das plantas, a terra flutua sobre
a água, o próprio embrião humano só desenvolve em condições húmidas, etc).
Dai, logicamente, saíram certas ciências como a química e tantas outras hidrologias
para um conhecimento aprofundado sobre a matéria.
4.b. Anaximandro de Mileto (610-547 a. C.): Este filósofo, pelo rigor racional da sua
filosofia não entende que o criador ou o princípio que dá origem as coisas se
mantivesse dentro da cria e que fosse, uma causa identificável num dos elementos do
nosso universo. Pois sendo criador, superior a qualquer outro ser, se as crias são
concretas, ele já não pode ser concreto, por que estaria a igualar-se e sujeitar-se as
mesmas condições das suas crias.
Para ele, o criador de tudo deve ser um « indeterminado » algo que não pode se
definir, ver e compreender em razão do seu próprio poder, e grau de superioridade em
relação às crias e está fora da natureza.
4.c. Anaxímenes de Mileto (546-528 a. C.): Com este filósofo, as filosofias da natureza
voltam a comandar a pesquisa com vista a encontrar a origem das coisas.
Com propósito pré-citado, Anaxímenes diz que o princípio primordial é o ar. Pois que o
ar origina e faz desaparecer as criaturas através de dois processos opostos:
Tornando o ar raro, as zonas ficam muito quentes, gera o fogo que consume tudo, pois
havendo muito ar, fica denso, do qual surgem nuvens, estas as chuvas e a água
consequentemente.
Em contrapartida, Heraclito (530-470), que tinha nascido em Éfeso, perto de, insistia
no movimento, nas mudanças que observava no mundo sensível, o que o levava a
pensar que «tudo flui ».
8
5.b.Filosofia patrística ( do séc. I ao séc. VII d. C.): inicia-se com epístolas de São Paulo
e o evangelho de São João e termina no séc. VIII quando teve início a filosofia
medieval.
A patrística resultou do esforço feito pelos dois apóstolo intelectuais (Paulo e João) e
pelos primeiros padres da Igreja para conciliar a nova religião- o cristianismo com o
pensamento dos gregos e romanos.
5.c. Filosofia medieval ( do séc. VIII ao séc. XIV): abrange pensadores europeus,
árabes e judeus. È o período em que a igreja romana dominava a europa, ungia e
coroava Reis, organizava cruzadas à terra santa e criava, a volta das catedrais, as
primeiras universidades ou escolas. A filosofia medieva é considerada também ou
conhecida com o nome de Escolástica. Ela (filosofia medieval) teve influências
principais de Platão e Aristóteles.
5.d. Filosofia da Renascença (do séc. XIV ao séc. XVI): é marcada pela descoberta de
obras de Platão desconhecida na Idade Média, de novas obras de Aristóteles, bem
como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos.
São importantes três grandes linhas de pensamento:
b) Aquela originária dos pensadores florentinos, que valoriza a vida activa ( política,
defendia as ideias republicanas das cidades italianas contra o Império-romano
Germânico (poder dos Papas e dos imperadores).
b) Aquela que propunha o ideal do homem como artífice de seu próprio destino. A
fervescência cultural e político levou a igreja Romana, às críticas culminando na
reforma protestante, baseada na ideia de liberdade de crença e de pensamento.
Os nomes dos principais filósofos que influenciaram este período são: Dante, Marcílio
Ficino, Giordano Bruno, Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Jean Bodin, Kepler, Nicolau
de Cusa, etc.
5.e. Filosofia moderna (do séc. XVII. a meados do séc. XVIII): este período conhecido
como grande Racionalismo clássico, marcado por três grandes mudanças:
9
No entanto, não é fácil caracterizar a atitude filosófica na sua íntegra, dada a enorme
diversidade de aspectos que pode assumir.
6.b. Espanto: Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto, na
estranheza e perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e
da vida. É o espanto que os leva a formularem perguntas e os conduz à procura das
respectivas respostas.
6.c. A dúvida: Ao filósofo exige-se que duvide de tudo aquilo é assumido como uma
verdade adquirida. Ao duvidar, este, distancia-se das coisas, quebrando desta forma a
sua relação de familiaridade com as coisas. A reflexão começa exactamente a partir
do exame daquilo que se pensa ser verdade.
6.d. O rigor : O questionamento radical que anima o verdadeiro filósofo, não é mais do
que um acto preparatório para fundar (fundamentar) um novo saber sobre bases mais
sólidas. A crítica filosófica é por isso radical, não admite compromissos com as
ambiguidades, as ideias contraditórias, os termos imprecisos.
6.e. A insatisfação: A filosofia revela-se uma desilusão para quem quiser encontrar
nela respostas para as suas inquietações. A Única receita que os filósofos lhe dão é
que faça da procura do saber um modo de vida. Não se satisfaça com nenhuma
conclusão, queira saber sempre mais e mais.
11
Devemos, portanto, manter sempre uma atitude crítica por mais adultos que sejamos ,
devemos questionar e fundamentar os nossos pontos de vistas sem receios de errar.
Guimarães Rosa certa vez definiu como « aquele que se encontra num quarto
escuro, à procura de um gato preto que não está lá. E não o encontra...». Fernando
pessoa, em seu famoso poema Tabacaria, escrever que « a metafísica ...é uma
consequência de se estar mal disposto... ».Mas será que é assim mesmo, quer dizer,
será que é tão simples descartar a filosofia como uma actividade intelectual inútil ?
Para obtermos uma resposta satisfatória, é necessário especifiquemos o ofício do
filósofo. Qual é a Natureza do trabalho filosófico ?
Ela, em conclusão, não é naturalmente uma ciência, é uma reflexão crítica sobre os
procedimentos e conceitos científicos. Não é uma religião, é uma reflexão crítica sobre
as origens e formas das crenças religiosas. Não é arte, é uma interpretação crítica dos
conteúdos, das formas, das significações das obras de arte. Não é política, mas uma
interpretação, compreensão e reflexão sobre origem, a natureza e formas do poder,
Etc.
Portanto, o filósofo não é nem sábio nem o ignorante , é na verdade, aquele que
busca a sabedoria , ou que procura ser amigo da sabedoria. Ele não é também o
homem das respostas, mas das perguntas.
8.a. METAFÍSICA :
Essa disciplina é conhecida como estudo da realidade em seus aspectos mais gerais.
Ela lida com questões do seguinte tipo:
Deus existe?
Esta , lida com os valores e a problemática do dever. Ela formula questões como:
O que é o belo?
Nesse ambiente de relação, a filosofia distingue-se das outras ciências por um tipo de
conhecimento geral, racional, crítico, diferentes do conhecimento empírico, que vem
da experiência dos casos. A filosofia estuda as últimas causas ou os princípios
primeiros de todas as coisas, enquanto as ciências autónomas estudam as regras dos
fenómenos concretos; tendência positivista de Augusto Comte (francês), quer dizer
que tudo quanto não fosse verificável, não podia constituir ciência.
Com isso, levanta-se uma questão: as ideias existem ou não? Se existem, elas podem
aparecer nas máquinas? Então quem estudará o não verificável ? Os princípios (regras)
que orientam as coisas existem ou não? São concretos ou não concretos?
Será que se o homem não tivesse ideias seria compreendido? Será que os irracionais
entendem que existem princípios que ordenam o universo? Logo, a experiencia só é
possível com ajuda da razão (imaterial).
Para Aristóteles, o mito é, no mesmo momento, uma fábula, um conto de mais velhos
ou uma imaginação.
Para alguns filósofos africanos como Marcel, Mayele, etc; fazem a distinção entre a
palavra mito «muthos» e mitologia que são ambas de origem grega, mas designam ou
expressam as realidades universais. A mitologia é definida sob forma de narração oral
ou literária e o mito como um pensamento, vivido, experiência.
10.b. Razão:
Para os gregos, esta, é própria do homem, que o distingue dos animais. No entanto,
não é assim tão claro que as outas criaturas não pensem.
A razão também se pode entender como a capacidade que o homem tem de encadear,
de forma teoricamente correcta, ideias abstractas ou seja de forma lógica. A
inteligência é a capacidade racional aplicada à procura de soluções para os problemas
reais que encontram na nossa existência.
De facto, ela é utilizada pela filosofia como instrumento de estudo dos fenómenos do
mundo. E tem ainda a função de coordenar o pensamento para conhecimento das
coisas.
Exercícios de aplicação:
1) Caracteriza, filosoficamente, as duas eras ( era primitiva e era moderna) que
marcam a origem histórica da filosofia.
2) Segundo a tradição grega, quem foi reconhecido como primeiro filósofo grego ?
3) Por que é que Sócrates foi considerado pelos gregos como o verdadeiro
fundador da filosofia grega? E o que entende por seu dizer: « Só sei que nada
sei»?
4) Qual foi o contributo de Pitágoras na origem etimológica da filosofia?
5) Que definição pode atribuir a filosofia, segundo o seu ponto de vista?
6) Qual é o objecto de estudo da filosofia? E diz, o que significa « totalidade das
coisas do universo»?
7) Dá um exemplo a cada tipo de procedimento do método racionativo.
8) Caracteriza cada período da evolução da filosofia grega.
9) Justifica a razão pela qual a filosofia é considerada como «mãe de todas as
ciência »?
10) De que aspectos foram caracterizados os primeiros filósofos gregos?
11) A filosofia em si cumpriu com os principais períodos da sua história, quais são?
E diz as ideias predominantes de cada um deles.
12) Que diferença existente entre atitude filosófica e atitude comum?
13) Caracteriza a natureza das questões filosóficas, com base no conhecimento do
estudo feito sobre a matéria.
14) Cita as diversas ciências auxiliares à filosofia.
16
IIº TRIMESTRE
TEMA II :DIMENSÕES ANTROPOLÓGICA , CULTURAL E ÉTICA DO HOMEM.
Quem primeiro se inclinou estudar o homem foi Sócrates, dizia que “conhece-te a ti
mesmo”. Para Sócrates o homem era alguém que podia responder com racionalidade
a uma indagação ( investigação, pretensão de descobrir) racional. Já para seu seguidor
e aluno, Platão, o homem é alma e que, com isso, ele é imortal. Para Aristóteles,
discípulo de Platão, o homem é o animal político.
O homem, diz Scheler, possui espírito, pode amar, admirar, contemplar, enquanto que
os outros animais não despõem de nada disso. Pois estes contam com o instinto e
aquele com a razão; a esta diferença atribui-se a limitação dos outros animais.
17
3.a. valores:
Desde 1975 que Angola se defronta com difíceis problemas relacionados com valores
morais e éticos, que se repercutiram até hoje. Nesta perspectiva, a sociedade
angolana, como outras, apresentam um estado de crise de valores. Toda esta
atmosfera que rodeia a crise provocou consequências no tecido social ( incluindo os
jovens). Nestas circunstâncias , um país perde aptidões para assegurar e proteger as
suas instituições sociais, a luz de um trabalho reflexivo.
De um ponto de vista moderno admite-se que o campo dos valores morais ou éticos
era muito mais actuante no passado do que no presente. A consequência desta
dinâmica, da multiplicação dos valores negativos,
A tecnologia evolui de tal modo que algumas pessoas aproveitam o seu relativo
poderio e o carácter desarmado da moral para destruir o mundo. Por isso, vai sendo
comum em todo mundo, à luz da própria globalização, a criação de várias instituições
para controlarem tais situações, pois estando a moral desarmada no seio do povo, a
acção do direito deve medir todos os comportamentos.
Admite-se muitos valores e bons costumes se encontram deteriorados nos nossos dias.
Quais são as causas? Que moral terá um cidadão diariamente com fome? Que moral
terá um cidadão sem emprego, sem um salário compatível às exigências do mercado?
Que consciência terá o cidadão comum da protecção e preservação do bem comum
quando sabe que os seus dirigentes são os primeiros a devastarem o bem comum?
a) A Consciência moral.
2º Raciocínios de um povo;
b) A moral familiar.
19
Quando é que a família está em paz ? Quando é que ela age e actua com moral ? O
que permite a felicidade familiar? Estas perguntas merecem respostas resultantes da
própria experiência social:
Uma família de moral sã, moral regrada, porquanto temem sua posse a
satisfação das necessidades básicas do ser humano ;
Uma família com a moral não sã, desregrada, por causa das lesões a que está
sujeita, na qual os princípios fundamentais da moral, em razões das insatisfações
sociais, estão distorcidos.
Portanto, uma família deve ter o desejo de produzir seu excedente (um pouco mais do
que o previsto) , que gera o bem-estar , a satisfação das necessidades. Se acontecer o
contrário, a família fica toda frustrada. Uma família de consciência psicológica doentia
é, consequentemente , uma família de consciência moral desregrada.
Em filosofia, a ética tem o papel de, através do estudo que propõe, ajudar as pessoas
a melhorar saberem conviver entre si, a procurar , no fundo , do bem para as pessoas
e para a sociedade. O bem da pessoa como da sociedade não é absoluto, porém deve-
se tentar encontrar um equilíbrio em que o bem da pessoa e da sociedade não sejam
sacrificados, mas coabitem.
20
1) A Ética:
A palavra « ética » foi introduzida nas ciências a partir dos estudos filosófico-científicos
de Aristóteles, nos seus três tratados morais do corpus aristotélico. Desde logo, a
palavra tem uma origem grega, e trata de hábitos ou costumes. Enquanto ciência,
estuda os hábitos, costumes, comportamentos, etc. Afim de estabelecer leis ou
normas que regulam actos dentro de uma sociedade humana.
O termo é moderno e tem como autor, Maquiavel, e a sua definição varia de autor
para outro. Todavia, pode-se definir, de uma maneira geral, como conjunto de pessoas
que formam um povo fixado num território, capaz de instituir a sua autoridade própria
para prosseguir interesses do colectivo. Logo, o Estado somos todos nós, que em
conjunto formamos um poder forte e invencível. Nesta definição do Estado, observam-
se três elementos indispensáveis : povo, território e poder próprio.
Podem ser os modos como o Estado organiza o poder. Genericamente tem-se seguido
a classificação de sistemas políticos por Aristóteles :
Ex. Luís XIV, um monarca francês que considerava que ser rei não era sorte de
qualquer , antes era uma vontade de Deus . Sendo assim , um rei é um Deus da Terra,
seu representante diante do povo, daí a ideia de poder divino dos reis.
3º.Democracia: do grego, demo quer dizer povo e cracia significa poder, é de facto
sistema político cujo poder é uma soberania do povo. Vem do povo que livremente
pode escolher os seus representantes através dos princípios da liberdade, da razão e
da vontade.
Formas de Estado:
Existem até agora duas formas de Estado:
1º. O Estado unitário: que é aquele que se encontra unido por uma única constituição,
cujo poder está centralizado na cidade-estado ou na capital, que toma as decisões
chaves da política nacional.
Tipos de Governos:
O mundo moderno faz o seu exercício político sobre três tipos de governos, que
utilizam no seu interior certos sistemas políticos, como é o caso da democracia:
3) Direito: Nos nossos dias, a dignidade da pessoa humana exige dos teóricos e dos
políticos uma grande ponderação que culmina ,no fundo, na ideia da preservação
perpetuação do género humano. No passado, o Homem se enfrentava com as
ditaduras políticas, o tráfico de escravos, a exploração dos salariados, o desprezo da
mão-de-obra humana em prol da revolução industrial, etc.
Hoje, vai tendo cada vez mais aderência a ideia da dignidade da pessoa humana. Para
melhor entendermos o que significa Direito e depois ,direitos humanos.
As consequências das várias ideias por estes movimentos provocaram, de entre vários
efeitos sociais, culturais, científicos e político-jurídicos, a libertação e independência
dos Estados Unidos da América, que declara pela primeira vez na sua constituição a
subordinação da nação americana aos princípios universais, em 1776. Seguiu-se a
23
Exercícios de aplicação:
1) O que entende por antropologia?
2) Quem é o homem?
3) Classifica os valores e dá um exemplo a cada um deles.
4) Quais as causas devastadoras dos valores éticos e morais em Angola?
5) O que é necessário para o resgate dos valores éticos e morais no nosso país?
6) O que significa consciência moral?
7) Em que sentido a filosofia intervém na consciencialização dos cidadãos, quanto
à dimensão ético-política dos valores?
8) O que é , e quem é o Estado?
9) Segundo Aristóteles, quantos tipos de sistema político existem?
10) Quais são as formas de Estados que existem, e caracteriza-os.
11) Existe quantos tipos de governos e quais suas ideias fundamentais?
12) O que é um direito e como definir direitos humanos?
IIIº TRIMESTRE
TEMA III : TEORIA DO CONHECIMENTO.
Até agora, nos questionamos acerca das matérias que são objecto do nosso
conhecimento. Agora, a questão é o próprio conhecimento em si mesmo.
Estas são algumas das questões que vamos responder ao longo desta unidade.
« cognoscere », que significa captação conjunta, isto é uma reunião de dados numa
representação ou uma compreensão desses dados.
De acordo com este sentido etimológico, conhecer significa representar, isto é ter
presente na mente um certo objecto de pensamento. A nossa mente funcionaria de
um modo análogo a um espelho, na qual a realidade aparece sob forma de uma
imagem mental que representa ou está ali em vez ou em nome do objecto. O
conhecimento seria, portanto, uma organização dos dados ou informações que os
nossos sentidos apreendem do mundo exterior ou interior.
a) Sensação: conhecer exige uma fonte de dados. Qual é esta fonte? São os
sentidos ou a sensação.
25
b) Percepção :
A sensação nos transmite dados isolados das características dos objectos. Por
exemplo, quando olhamos uma laranja, a nossa mente reconhece o objecto
como sendo redondo, doce, rugoso, etc. Todas essas características que
surgem na nossa mente não são apenas informações fornecidas pelos
estímulos visuais . Mas quando a vemos reunimos uma série de dados. Esta
reunião e interpretação dos dados ou informações sensoriais é aquilo a que
chamamos Percepção.
Concluímos que a percepção depende dos estímulos que activam os nossos órgãos dos
sentidos.
1.c. O racionalismo:
Esta corrente é de ordem epistemológica e afirma a predominação da razão
humana. Segundo René Descartes (filósofo francês, pai do racionalismo), a razão é
capaz de conhecer e de estabelecer a verdade.
1.d. O empirismo:
26
Exercícios de aplicação:
1) O que pode-se entender por conhecer?
2) Quais são os elementos constituintes do acto de conhecimento?
3) Traça as etapas necessárias do conhecimentos.
4) Dá alguns exemplos dos filósofos racionalistas que conhece, e qual é a ideia
básica do racionalismo?
5) Que diferença pode notar entre o racionalismo e o empirismo.
BIBLIOGRAFIA
1) Rafael Lando Lau: O ROSTO DA FILOSOFIA, Lda 2008.
2) Fátima Alves, José Arêdes, José Carvalho :705 AZUL. Filosofia 11º
ano, LISBOA 2006. 1ª edição.
3) Fátima Alves, José Arêdes, José Carvalho: Mini-Dicionário de Filosofia
11ºano.
4) Marilena Chavi: Filosofia, Série Novo ensino médio, volume único,
São Paulo 2001
5) Louis MPALA MBABULA, FILOSOPHIE POUR TOUS( Filosofia para
todos), Departamento de filosofia, Universidade de Lubumbashi,
2003.
6) K. POPPER, Em Busca & um Mundo melhor, trad. Port.,Lisboa, Ed.
Fragmentos, 1989.
ÍNDICE
Introdução........................................................................................................................1
Iº TRIMESTRE:
27
5.b. Anaximandro.........................................................................................8
5.c. Anaxímenes..............................................................................................8
5.d. Paraménides.............................................................................................9
28
5.e. Heraclito.....................................................................................................9
6.a. O
espanto...............................................................................................10
6.b. A dúvida.................................................................................................11
6.c. O rigor....................................................................................................11
6.d. A insatisfação.........................................................................................11
8.a. Metafísica..............................................................................................13
8.b. Epistemlogia...........................................................................................13
8.c. Lógica......................................................................................................13
8.f. Estética......................................................................................................14
10.b. A Razão...............................................................................................15
IIº TRIMESTRE:
1º. Ética.....................................................................................................21
Sistemas políticos.........................................................................22
Formas de Estado.......................................................................24
Tipos de governo.........................................................................24
IIIº TRIMESTRE:
1.c. O raciocínio........................................................................................28
1.d. O empirismo........................................................................................28
BIBLIOGRAFIA:..............................................................................................
Liceu nº 192.