MARIAANDREIAINKELMANN
MARIAANDREIAINKELMANN
MARIAANDREIAINKELMANN
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
por
CDU: 619:636.7
elaborada por
Maria Andréia Inkelmann
COMISSÃO EXAMINADORA
Obrigado ao meu Deus por ter me encaminhado para um futuro de sucesso e por sempre
guiar meus caminhos.
Obrigado aos meus familiares pela força diária e o amor, e ao meu esposo Alcindo pelo
companheirismo, imenso amor e admiração.
Agradeço imensamente aos professores Dominguita, Luis Francisco e Claudio, por
todos os ensinamentos e amizade.
Muitas vezes obrigada à professora Glaucia que além de um exemplo para mim, é
também como irmã.
Agradeço aos colegas e amigos, Tessie, Marciane, Deise, Aline, Juliana, Eduardo,
Adriano, Bruno, Fabiano, Felipe, Daniel e Márcia, pela amizade sincera.
Em especial eu agradeço com muito carinho às amigas, colegas, irmãs, Elisa e Drica,
por estar sempre me dando força e incentivo todos os dias.
Um agradecimento também especial à Tati e o Fighera, por estarem sempre disponíveis
e me ajudarem desde a minha entrada no laboratório.
Agradeço também à CAPES pela concessão da bolsa.
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
Palavras chave: doenças do fígado, doenças virais, doenças infecciosas, patologia, doenças
de cães, hepatite infecciosa canina, imunoistoquímica.
ABSTRACT
MS Dissertation
Graduate Program in Veterinary Medicine
Universidade Federal de Santa Maria
Key-words: Liver diseases, viral diseases, infectious diseases, pathology, diseases of dogs,
infectious canine hepatitis, immunohistochemistry
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS..............................................................................................................4
RESUMO...................................................................................................................................5
ABSTRACT...............................................................................................................................6
SUMÁRIO.................................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................8
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................9
3. TRABALHO 1.....................................................................................................................16
4. TRABALHO 2.....................................................................................................................25
5. DISCUSSÃO........................................................................................................................35
6. CONCLUSÕES...................................................................................................................36
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................37
1. INTRODUÇÃO
A doença pode ser subclínica em animais com boa imunidade (isso significa ter
um título de anticorpos neutralizantes igual ou maior que 1/500). Cães que demonstram
um título parcial de anticorpos (>1/16 e <1/500) nos dias 4-5 pós-infecção (PI),
desenvolvem hepatite crônica e fibrose hepática. Necrose hepática centrolobular ou
panlobular disseminada é freqüentemente fatal em cães infectados que tenham títulos
persistentemente baixos (menor que 1/4) (GOCKE et al., 1967; GREENE, 2006).
Em alguns casos, vasos do encéfalo são afetados e os animais têm hemorragia e
necrose vascular que pode culminar em morte precedida por sinais nervosos. Os relatos
de encefalite por CAV-1 são geralmente em filhotes com poucas semanas a poucos
meses de vida (CAUDELL et al., 2005; DECARO et al., 2006).
O dano endotelial induzido pelo vírus pode levar à coagulação intravascular
disseminada (CID) e a diátese hemorrágica manifesta-se por petéquias e equimoses
11
2007).
Observações em surtos de infecção por CAV-1 concomitante com outros agentes
também demonstram que a vacinação correta e o cuidado com a desinfecção e higiene,
são fatores determinantes na ocorrência dessa doença. Um grave surto ocorreu em um
canil que abrigava duzentos cães adultos e trinta filhotes com menos de quatro meses de
idade. Havia problemas de higiene e desinfecção, superlotação e um programa de
vacinação não estava implantado. Vinte desses filhotes morreram uma semana após o
início dos sinais clínicos. Neste caso foram isolados CAV-1 e coronavírus canino
(CCV). Muitos cães desse canil foram testados por sorologia pareada e apresentavam
aumento nos níveis de anticorpos para CAV-1 (PRATELLI et al., 2001). Outros vírus já
foram descritos em infecções concomitantes com CAV-1, como por exemplo, o vírus da
cinomose (KOBSYASHI & ITAKURA, 1993)
Quando a doença clínica fica evidenciada, seu curso é bastante variável, mas
freqüentemente é hiperagudo, e os primeiros sinais se manifestam apenas algumas horas
antes da morte do aninal (JONES et al., 2000). Os sinais clínicos dos cães que
sobrevivem ao período virêmico agudo incluem principalmente apatia, anorexia, vômito
e diarréia com ou sem evidência de sangue. Avermelhamento e aumento de volume das
tonsilas, associado com faringite e laringite, é comum. Dor abdominal e hepatomegalia
são freqüentemente aparentes na doença aguda (GREENE, 2006; JONES et al., 2000).
Inicialmente a temperatura está elevada, mas pode cair rapidamente até níveis
subnormais (JONES et al., 2000). A icterícia é incomum na HIC aguda (PARRY, 1950;
HODGMAN & LARIN, 1953; SWANGO, 1997), mas é encontrada em alguns cães que
sobrevivem a fase fulminante da doença (JONES et al., 2000; GREENE, 2006). Icterícia
leve foi observada 96 horas pós-inoculação (PI) em filhotes infectados
experimentalmente com CAV-1 (WIGTON et al., 1976). Edema subcutâneo grave da
cabeça, pescoço e aspectos ventrais do tronco é um sinal que pode ocorrer, mas é
considerado raro (WIGTON et al., 1976; JONES et al., 2000). Muitas vezes os cães não
apresentam sinais clínicos e morrem subitamente, o que faz com que os proprietários
confundam a doença com intoxicação (SMITH, 1951; SWANGO, 1997; QUINN et al.,
2005; GREENE, 2006).
Sinais clínicos de doença aguda do sistema nervoso central podem ser observados
em filhotes e incluem ataxia, letargia, vocalização, pressão da cabeça, andar em círculos
e cegueira (CAUDELL et al., 2005). Hemorragias multifocais na pele e membranas
mucosas, e sangramento constante em locais de punção venosa, são sinais observados
13
ABSTRACT
ABSTRACT.. - Inkelmann M.A., Rozza D.B., Fighera R.A., Kommers G.D., Graça D.L., Irigoyen L.F.
Infectious canine hepatitis: 62 cases.
& Barros C.S.L. 2007. [Infectious cases.] Hepatite infecciosa canina: 62
casos. Pesquisa Veterinária Brasileira 27(8):325-332. Departamento de Patologia, Universidade
Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria, RS, Brazil. E-mail: [email protected]
Necropsy reports from 5,361 dogs necropsied over a 43-year period (1964-2006) were
reviewed in search for cases of infectious canine hepatitis (ICH). Sixty two (1.2%) cases of the
disease were found. Most of the 62 affected dogs (91.9%,) were 2-year-old or less. Clinical signs
were recorded in the necropsy files of 45 ICH affected dogs and included anorexia (55.6%),
apathy (35.6%), diarrhea (35.6%) (often with blood [43,8%]), neurological signs (33.3%), vomiting
(26.7%), petechiae and echymosis in the mucous membranes and/or skin (24.4%), hypothermia
(20.0%), abdominal pain (15.6%), icterus (13.3%), enlargement and congestion of the tonsils
(11.1%), fever (11.1%) and ascites (6.7%). The clinical courses lasted from few hours to 15 days.
The most frequent necropsy findings included hepatic changes (87.1%), edematous, congested
and hemorrhagic lymph nodes (51.6%), bloodstained fluid, clear fluid or whole blood in the
abdominal cavity (35.5%), and petechial or paint-brush hemorrhages over the pleural (27.4%)
and gastrointestinal (24.2%) serosal surfaces. In 12.9% of the cases there was a granularity to
the intestinal serosa. Hemorrhages in the leptomeninges and in the substance of the brain
were observed in 9.7% of the cases. Hepatic gross changes included moderately enlarged and
more friable livers with marked lobular pattern, congestion and multifocal pale or hemorrhagic
foci of necrosis. Films and strands of fibrin covered the hepatic surface in 20.4% of the cases
and in 27.8% of the cases the gall bladder was thickened by edema. Zonal or randomly distributed
multifocal hepatic necrosis (93.5%) associated with intranuclear inclusion bodies were the
most consistent microscopic findings. Intranuclear inclusion bodies were found in the liver in
every case and their detection was the criterium for confirmation of the diagnosis. The most
significant microscopic extra-hepatic lesions included hemorrhages and intranuclear inclusion
bodies in endothelial and reticuloendothelial cells of the renal glomeruli (50.0%) lymph nodes
(47.8%), brain (27.8%), tonsils (25.0%) and spleen (10.0%).
INDEX TERMS: Liver diseases, viral diseases, infectious diseases, pathology, diseases of dogs, infectious
canine hepatitis.
RESUMO
RESUMO.- .- Os protocolos de necropsias realizadas em 5.361 62 cães afetados tinha dois anos de idade ou menos (91,9%).
cães durante um período de 43 anos (1964-2006) foram revi- Os sinais clínicos foram anotados nos protocolos de necropsia
sados em busca de casos de hepatite infecciosa canina (HIC) e de 45 cães afetados por HIC e incluíam anorexia (55,6%), apa-
sessenta e dois (1,2%) casos foram encontrados. A maioria dos tia (35,6%), diarréia (35,6%), freqüentemente com sangue (43,8%
dos casos de diarréia), distúrbios neurológicos (33,3%), vômi-
to (26,7%), petéquias e equimoses nas membranas mucosas e/
1 Recebido em 8 de junho de 2007. ou pele (24,4%), hipotermia (20,0%), dor abdominal (15,6%),
Aceito para publicação em 25 de junho de 2007. icterícia (13,3%), aumento de volume e congestão das tonsilas
Parte da tese de Mestrado do primeiro autor.
2 Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV), área de
(11,1%), febre (11,1%) e ascite (6,7%). A duração do curso clíni-
Concentração em Patologia Veterinária, Centro de Ciências Rurais, Universi-
co variou de poucas horas a 15 dias. Os principais achados de
dade Federal de Santa Maria (UFSM), 97105-900 Santa Maria, RS, Brasil. necropsia incluíram alterações hepáticas (87,1%), linfonodos
3 Depto Patologia, UFSM, 97105-900 Santa Maria, RS, Brasil. *Autor para edematosos, congestos e hemorrágicos (51,6%), líquido san-
correspondência: [email protected] guinolento, líquido claro ou sangue na cavidade abdominal
325
326 Maria A. Inkelmann et al.
(35,5%), víbices, sufusões e petéquias sobre a pleura visceral Hoskins 1999): filhotes (até 1 ano de idade), adultos (de um a nove
(27,4%) e superfície serosa das vísceras gastrintestinais (24,2%). anos de idade) e idosos (dez anos de idade ou mais). Foram
Em 12,9% dos casos a serosa do intestino tinha aspecto gra- selecionados os protocolos de necropsia de todos os casos com o
nular. Hemorragias cerebrais nas leptomeninges e na subs- diagnóstico de hepatite infecciosa canina (HIC). Desses protocolos
anotaram-se os seguintes dados: idade, sexo, evolução clínica, sinais
tância do encéfalo foram observadas em 9,7% dos casos. As
clínicos, achados de necropsia e histopatologia. As preparações
alterações hepáticas macroscópicas incluíam fígados mode- histológicas de fígado dos casos de HIC foram revisadas para
radamente aumentados de volume, mais friáveis, com acen- confirmação do diagnóstico. O método definitivo para a inclusão de
tuação do padrão lobular, congestos e com múltiplos focos um caso como HIC foi a presença das inclusões intranucleares
de necrose pálidos ou hemorrágicos. Películas e filamentos características em hepatócitos.
de fibrina cobriam a superfície hepática em 20,4% dos casos e
em 27,8% dos casos a parede da vesícula biliar estava espessa- RESULTADOS
RESULT
da por edema. Necrose hepática zonal ou aleatória (93,5% dos Epidemiologia
casos) associada a corpúsculos de inclusão intranucleares foi Nos arquivos do Laboratório de Patologia Veterinária (LPV)
a lesão histológica mais regularmente encontrada. Os corpús- da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), correspon-
culos de inclusão intranucleares ocorreram no fígado em to- dentes ao período entre janeiro de 1964 e dezembro de 2006
dos os casos e esse foi o critério para confirmação do diag- (43 anos), foram encontrados 5.361 protocolos de necropsia
nóstico. As lesões histológicas extra-hepáticas mais impor- de cães. Desses, em 177 (3,3%) o sexo não foi informado. Dos
tantes incluíram hemorragias e corpúsculos de inclusão em 5.184 cães com sexo especificado nos protocolos, 2.928 (56,5%)
células endoteliais do tufo glomerular renal (50,0%) dos eram machos e 2.256 (43,5%) eram fêmeas. Do total de 5.361
linfonodos (47,8%) , do encéfalo (27,8%), das tonsilas (25,0%) e cães, 354 (6,6%) não tiveram suas idades anotadas nos proto-
do baço (10,0%). colos. Dos 5.007 cães em que a idade foi informada, 1.893
TERMOS DE INDEXAÇÃO: Doenças do fígado, doenças virais, doen- (37,8%) foram incluídos como filhotes, 2.163 (43,2%) como
ças infecciosas, patologia, doenças de cães, hepatite infecciosa cani- adultos e 951 (19,0%) como idosos.
na. Dos 5.361 protocolos de necropsia de cães encontrados
nesse período, 62 (1,2%) tinham o diagnóstico de hepatite in-
INTRODUÇÃO fecciosa canina. Desses 62 cães, 38 (61,3%) eram machos e 24
A hepatite infecciosa canina (HIC) é uma doença viral de cães (38,7%) eram fêmeas. Quarenta e cinco (72,6%) cães foram in-
e de outras espécies das famílias Canidae e Ursidae (Innes & cluídos como filhotes e 17 (27,4%) como adultos. Dos 45 cães
com HIC classificados como filhotes, 43 tinham idades que
Saunders 1962) causada por adenovírus canino 1 (CAV-l). Cães
variavam entre um mês e um ano e dois tinham menos de um
afetados apresentam febre (39,4-41,1°C), anorexia, latidos fre-
mês (ambos com nove dias de idade). Dos 17 cães incluídos
qüentes, dor abdominal, tonsilite, membranas mucosas páli-
como adultos, 12 tinham 1 ou 2 anos de idade; isso significa
das e sinais clínicos de distúrbios neurológicos (Swango 1997,
que 57 dos 62 (91,9%) cães que morreram em conseqüência
Kelly 1993, Greene 2006). A morte pode ocorrer de forma
de HIC tinham dois anos de idade ou menos. Dos cinco cães
superaguda ou aguda (Pay 1950, Parry & Larin 1951, Larin
com mais de dois anos de idade, dois tinham quatro anos e
1958). Na forma aguda a evolução pode ser de apenas algu-
outros três tinham seis, sete e oito anos de idade.
mas horas e os sinais clínicos podem não ser percebidos. For-
mas subagudas, leves e inaparentes são também descritas Sinais clínicos
(Parry & Larin 1951, Hodgman & Larin 1953). A taxa de letali- Os sinais clínicos não constavam dos protocolos de
dade varia entre 12% (Parry 1950) e 25% (Kelly 1993). necropsia de 17 dos 62 cães com HIC. Os sinais clínicos des-
O diagnóstico clínico de HIC é difícil devido ao curso critos nos restantes 45 cães com HIC incluíam, em ordem de-
superagudo ou agudo da enfermidade e à pouca especificidade crescente de freqüência (Fig.1), anorexia (25/45 [55,6%]), apa-
dos sinais clínicos. O objetivo deste trabalho é relatar a tia (16/45 [35,6]), diarréia (16/45 [35,6%]) (Fig.2), freqüentemente
epidemiologia, os sinais clínicos, as lesões de necropsia e a com sangue (43,8% dos casos de diarréia), sinais neurológicos
histopatologia de 62 casos de HIC com a finalidade de orien- (15/45 [33,3%]), vômito (12/45 [26,7%]), petéquias e equimoses
tar clínicos e patologistas no diagnóstico dessa doença. Este nas membranas mucosas e/ou pele (11/45 [24,4%]), hipotermia
estudo faz parte de uma série que vem sendo desenvolvida (9/45 [20,0%]), dor abdominal (7/45 [15,6%]), icterícia (6/45
em nosso laboratório com a finalidade de documentar as prin- [13,3%), aumento de volume e congestão das tonsilas (5/45
cipais doenças que causam morte em cães. [11,1%]), febre (5/45 [11,1%]) e ascite (3/45 [6,7%]). Em apenas
um caso havia dados do painel bioquímico no protocolo de
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL necropsia, indicando uma elevação na atividade sérica de
Os protocolos de necropsia realizadas em cães de janeiro de 1964 a
alanina aminotransferase. Os sinais neurológicos que afeta-
dezembro de 2006, no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da vam 15 dos 45 cães foram anotados e estão especificados no
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), foram revisados e dados Quadro 1.
referentes à idade e sexo foram anotados. Os cães foram distribuídos O curso clínico da doença variou de algumas horas a 15
em três faixas etárias de acordo com esquemas de classificação de dias, nos 45 casos em que essa informação estava disponível
idade de cães publicados anteriormente (Hoskins 1993, Goldston & (Fig.3). Dos 13 cães com evolução clínica menor que um dia
Achados de necropsia
Dos 62 protocolos de necropsia de cães com HIC, em oito
casos (12,9%) não havia descrição do aspecto macroscópico do
fígado. Em 39 dos 54 (72,2%) casos em que havia descrição de
lesões hepáticas, o fígado foi descrito com o escuro, modera-
damente aumentado de volume com áreas irregulares de he-
morragia e pontilhado claro vistos na superfície natural e de
corte (Fig.4). Em 13 desses 39 (33,3%) casos era mencionada
acentuação do padrão lobular. Em 15 dos 54 casos (27,8%) ca-
sos o fígado foi descrito como mais claro, mais pálido ou ama-
relado e com pontilhado hemorrágico distribuído aleatoriamen-
te pelo parênquima. Em cinco desses 15 (33,3%) casos havia
infestação concomitante por Ancylostoma caninum e em seis
(40,0%) havia icterícia. Na necropsia de 11 dos 54 (20,4%) cães
havia uma película de fibrina depositada sobre a cápsula hepá-
tica, principalmente entre os lobos, causando aderências
interlobares, mas também sobre a serosa de outras vísceras.
Havia edema da parede da vesícula biliar (Fig.5) em 15 dos 54
(27,8%) casos em que foram descritas lesões hepáticas.
As lesões extra-hepáticas encontradas na necropsia dos 62
cães com HIC estão relacionadas no Quadro 2. Em 22 dos 62
(35,5%) casos, quantidades variáveis de líquido (10-700ml) fo-
ram observadas na cavidade abdominal. Em 10 desses casos o
líquido era serossangüinolento e em 8 foi descrito como inco-
Fig.4. Aspecto macroscópico do fígado de cão afetado por hepatite
lor ou amarelo-citrino. Esses 18 casos foram considerados como
infecciosa canina. A . O órgão está aumentado de volume e apre- ascite. Em quatro casos, o líquido consistia de sangue total
senta hemorragias irregulares na superfície capsular. B . Ponti- (hemoperitônio). Numa grande proporção dos casos (32/62 ou
lhado claro na superfície de corte. 51,6%) os linfonodos eram descritos como aumentados de vo-
Achados histopatológicos
O número de órgãos avaliados histologicamente em cada
caso variou consideravelmente, mas incluía o fígado em todos
os casos (Quadro 3). A interpretação dos achados histo-patoló-
Fig.6. Extensas áreas de hemorragia na pleura visceral de um cão gicos deve levar em conta a freqüência com que determinado
afetado por hepatite infecciosa canina. órgão foi avaliado. As principais alterações histológicas locali-
8 9
Fig.8. Corte transversal, rostral ao quiasma óptico, no encéfalo de Fig.9. Aspecto histológico do fígado de cão com hepatite infecciosa
cão com hepatite infecciosa canina. Os núcleos caudato, septal, canina mostrando hepatócitos com inclusões intranucleares
putame, globo pálido e a cápsula interna mostram hemorragias anfofílicas sólidas cercadas por halo claro e com marginação da
multifocais. cromatina nuclear contra a carioteca. As inclusões são cercadas
por hepatócitos necróticos. HE, obj.40.
estudo que utilizou 817 amostras de soro de cães não-vacina- O critério de diagnóstico para HIC neste estudo foi a pre-
dos de Santa Maria, RS, 43% foram positivas para adenovírus sença de inclusões intranucleares (INs) nos hepatócitos. A
canino (CAV) (Dezengrini et al. 2007). Embora o estudo não conclusão de que esse deve ser o critério definitivo para diag-
diferencie claramente entre as infecções por CAV-1 (Hepatite nóstico de HIC é reforçada pelo fato de que em um estudo
infecciosa canina) e CAV-2 (doença respiratória), é provável retrospectivo com marcação imunoistoquímica no fígado de
que a infecção por CAV-1, em nosso meio, seja muito mais cães com diagnóstico de HIC, o único caso negativo foi o que
freqüente que a doença clínica. Em geral, estima-se que ape- havia sido diagnosticado na hematoxilina e eosina pela “pre-
nas entre 12% (Parry 1950) e 25% (Kelly 1993) dos cães afeta- sença de lesões típicas de HIC”, mas, sem as INs característi-
dos morram, e que os restantes desenvolvam doença subclí- cas (Rakich et al. 1986). Essas inclusões têm sido descritas em
nica ou leve e se recuperem, mantendo níveis séricos de anti- um grande número de células além de hepatócitos e o tipo
corpos. de célula que desenvolve a inclusão parece estar relacionado
A HIC demonstrou ser uma doença principalmente de ani- à via de inoculação (Kelly 1993). Elas ocorrem em células
mais jovens (até 2 anos) - o que é, em geral, reconhecido pela endoteliais e reticuloendoteliais (Kelly 1993, Cullen 2007).
maioria dos autores (Larin 1953, Hodgman & Larin 1953, Neste estudo, os órgãos que apresentaram INs características
Swango 1997, Kelly 1993, Greene 2006) - embora em 5 dos 62 da infecção por CAV-1 foram, em ordem decrescente de fre-
casos deste estudo, as idades fossem 3-8 anos. A doença tem qüência, fígado, rim, encéfalo, tonsilas, linfonodos e baço. É
um curso clínico em geral agudo ou superagudo e, menos interessante lembrar que nos hepatócitos de cães ocorrem
freqüentemente, subagudo (até 15 dias), mas não foram ob- INs inespecíficas (Innes 1949) que têm sido confundidas com
servadas diferenças histológicas no fígado de cães que su- as inclusões de HIC (Smith 1951). As INs inespecíficas são for-
cumbiram à HIC com evolução clínica superaguda, aguda ou temente acidofílicas, poliédricas e ocorrem em cães de meia-
subaguda. Na fase superaguda, alguns animais foram descri- idade ou idosos e sem as outras alterações associadas à HIC
tos como tendo “morte súbita”, o que torna impossível a in- (Innes 1949, Kelly 1993, Cullen 2007).
tervenção terapêutica e difícil o diagnóstico clínico nesses A ocorrência das hemorragias, inclusive no encéfalo, que
casos. Embora os sinais clínicos de HIC sejam pouco específi- é uma característica da doença, deve-se provavelmente a mais
cos e muitas vezes difíceis de serem observados devido ao de um fator, mas tem como base patogenética o tropismo do
curso superagudo, os achados de necropsia são suficiente- vírus pelos endotélios, parênquima hepático (hepatócitos) e
mente específicos para permitir um diagnóstico presuntivo mesotélios (Kelly 1993, Greene 2006). Originalmente era acei-
razoavelmente acurado, quando associados à epidemiologia to que a tendência disseminada à hemorragia devia-se à le-
e aos sinais clínicos (Smith 1951, Swango 1997). O clínico deve são direta ao endotélio (Kelly 1993) associada à incapacidade
suspeitar de HIC quando um cão com dois anos ou menos do fígado (lesão hepatocelular) em sintetizar os fatores da
apresentar morte superaguda ou aguda (curso clínico com coagulação. Embora provavelmente isso tenha alguma parti-
duração de algumas horas a sete dias) com sinais como dor cipação, acredita-se que a coagulação intravascular dissemi-
abdominal, distúrbios neurológicos e hemorragias na pele e nada (CID) seja o evento central na patogênese das lesões
mucosas. Achados de necropsia como líquido sanguinolento hemorrágicas (Cheville 2006). A maioria dos casos de CID nas
com fibrina e coágulos de sangue na cavidade abdominal; doenças virais resulta da liberação de fatores procoagulantes
linfonodos aumentados de volume, edematosos e hemor- do tecido necrótico. A perda do endotélio induzida pelo ví-
rágicos; edema da vesícula biliar e hemorragias disseminadas rus expõe a matriz subendotelial ao ataque das plaquetas e
são evidências adicionais para o fortalecimento de um diag- as células endoteliais degeneradas são fonte de tromboplas-
nóstico presuntivo. tina tecidual e de outros fatores procoagulantes. Defeitos da
Icterícia não é um achado freqüente na HIC (ocorreu em hemostasia que ocorrem na hepatite infecciosa canina inclu-
apenas 6 [13,3%] dos cães com HIC neste estudo) e era de in- em trombocitopenia, trombocitopatia, tempo de protrombina
tensidade leve. Achados semelhantes têm sido descritos (Parry prolongado, atividade diminuída do fator VIII e aumento dos
1950, Parry & Larin 1951, Hodgman & Larin 1953, Swango produtos de degradação de fibrina. O número reduzido de
1997, Kelly 1993). Assim, HIC não deve ser considerada como plaquetas reflete tanto o aumento no consumo (para reparar
um diagnóstico provável em um cão com icterícia acentuada. a lesão endotelial induzida pelo vírus) quanto dano direto
A correlação errônea entre icterícia e hepatite infecciosa ca- causado pelo vírus nas plaquetas. Em conseqüência da lesão
nina originou-se, provavelmente, do fato desse sinal clínico endotelial disseminada produzida pelo vírus, ocorre consu-
ser freqüente na hepatite infecciosa de pessoas, uma doença mo excessivo de fatores da coagulação, o que favorece as
não relacionada à HIC. hemorragias (Kelly 1993, Cheville 2006).
O aspecto granular da serosa como o descrito em três cães Embora seja geralmente aceito que os casos não-fatais de
com HIC neste estudo é geralmente interpretado como acha- HIC apresentem recuperação total, estudos experimentais
do de necropsia característico de parvovirose. No entanto, (Gocke et al. 1967, 1970) sugerem que cães recuperados po-
essa alteração tem sido muitas vezes descrita associada à HIC dem apresentar lesão crônica de HIC. Em alguns estudos de
por outros autores (Kelly 1993) e não deve ser interpretada lesões crônicas (fibrose hepática) espontâneas do fígado em
como lesão exclusiva de parvovirose. Essa lesão tem sido cães, observou-se, por imunoistoquímica, a presença de
explicada como resultante de reação de linfáticos superfici- antígenos de CAV-1 (Rakich et al. 1986). Alguns autores (Gocke
ais da serosa (King & Lee 1983). et al. 1970, Rakich et al. 1986) sugerem, em razão disso, uma
participação do CAV-1 na gênese de lesões hepáticas crônicas mental viral hepatitis in the dog. Production of persistent disease in
em cães, como fibrose hepática e hepatite crônico-ativa, mas partially immune animals. J. Clin. Invest. 46:1506-1517.
isso, em geral, não é aceito pela maioria dos pesquisadores. Goldston R.T. & Hoskins J.D. 1999. Geriatria e Gerontologia em Cães e Gatos.
Roca, São Paulo. 551p.
O edema da córnea tem desenvolvimento tardio em casos
Greene C.E. 2006. Infectious canine hepatitis and canine acidophil cell
de cães afetados por HIC e ocorre em animais convalescen- hepatitis, p.41-47. In: Idem (ed.), Infectious Disease of the Dog and Cat.
tes, usualmente entre 14-21 dias após a infecção. Resulta de 3rd ed. Saunders Elsevier, Philadelphia. 1387p.
edema inflamatório na íris, no aparelho ciliar, na própria da Hodgman S.F.J. & Larin N.M. 1953. Diagnosis of canine virus hepatitis
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filtração (Carmichael 1964, 1965). Há evidências que a lesão Hoskins J.D. 1993. Pediatria Veterinária. Manole, São Paulo. 605p.
ocular seja uma reação de hipersensibilidade tipo III (Kelly Innes J.R.M. & Saunders L.Z. 1962. Comparative Neuropathology. Academic
1993). Em nenhum dos 42 cães com HIC deste estudo obser- Press, New York. 839p.
vou-se essa lesão, talvez pela evolução superaguda ou aguda Innes J.R.M. 1949. Inclusions and crytaline bodies. Brit. Vet. J. 105:99-107.
da maioria dos casos. Kelly W.R. 1993. The liver and biliary system, p.319-406. In: Jubb K.F.V.,
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Gocke D.J., Preisig R., Morris T.Q., McKay D.G. & Bradley S.E. 1967. Experi- Paulo. 3020p.
Maria Andréia Inkelmann 1 Bruno Leite dos Anjos1 Glaucia Denise Kommers2
- NOTA -
RESUMO
fígado, rim, baço, linfonodos, tonsilas, pulmão, intestino delgado, encéfalo e medula óssea.
Para cada órgão foram atribuídos graus crescentes (de leve a acentuada) de intensidade
A IHQ demonstrou ser um teste adequado para a detecção do antígeno de CAV-1 e pode
doenças de cães.
ABSTRACT
Tissues from 27 dogs dead from infectious canine hepatitis (ICH) were evaluated by
using a monoclonal antibody. Evaluated tissues included liver, kidney, spleen, lymph
nodes, tonsils, lungs, small intestine, brain, and spinal cord. For each organ increasing
degrees (from mild to marked) of intensity of immune staining were ascribed. CAV-1 was
detected in most of evaluated organ, mainly in endothelial cells. Considering the clinical
course of ICH and the intensity of IHC staining, cases with acute and hyperacute courses
had more marked staining. IHC proved to be a reliable test for CAV-1 antigen detection
diseases of dogs.
A hepatite infecciosa canina (HIC) é uma doença viral de cães e de outras espécies
das famílias Canidae e Ursidae, causada por adenovírus canino 1 (CAV-l) pertencente à
família Adenoviridae (GREENE, 2006). CAV-1 tem afinidade por células endoteliais e
células hepáticas, está presente em tecidos e em fluídos corporais e é excretado pela urina
(HODGMAN & LARIN, 1953). A HIC freqüentemente tem curso clínico superagudo ou
agudo e afeta principalmente cães jovens não-vacinados. Após localização oronasal, CAV-
1 replica inicialmente nas tonsilas, passa aos linfonodos regionais e atinge o sangue pelo
ducto torácico. A viremia dura 4-8 dias, mas o vírus é liberado na urina por períodos mais
3
longos. Os sinais clínicos incluem anorexia, apatia, vômito, dor abdominal, diarréia com ou
incomum ou rara na HIC aguda (INKELMANN et al., 2007), mas pode ser encontrada em
alguns cães que sobrevivem a fase fulminante da doença (GREENE, 2006). As lesões
cavidade abdominal com fibrina, fígado aumentado, com aspecto moteado e recoberto por
lesões macro e microscópicas, porém outros métodos são utilizados para confirmar a
presença do CAV-1 nos tecidos, como por exemplo, a imunoistoquímica (IHQ), a técnica
S3020)a por cinco minutos. O anticorpo monoclonal para CAV-1 (VRMD, cód. 2E10-H2)b
a uma diluição de 1:100 foi incubado por uma hora, a 37°C em câmara úmida. O anticorpo
Tetracloreto de 3-3' diaminobenzidina (DAB, Sigma, cód. D-5637)c foi usado como
entre lâmina e lamínula, com meio sintético. Quanto à intensidade, a imunomarcação, nos
órgãos examinados foi classificada como leve, quando algumas poucas células foram
marcadas; como moderada, quando uma quantidade média (entre 30 e 60%) das células foi
marcada e acentuada, quando grande quantidade de células foi marcada (Tabela 1). A
foram marcadas. Algo semelhante foi observado no fígado de cães com HIC em outros
explicado pela inclusão ser formada por partículas virais, mas também por proteínas que
vírus (GIVAN & JÉZÉQUEL, 1969; RAKICH et al., 1986). Nos casos com necrose
também nas áreas de necrose (Figura 1C). No rim (Figura 1D) e linfonodos, baço e medula
viral. Baço (Figura 1E) e medula óssea apresentaram imunomarcação acentuada em alguns
estudo, os casos com curso clínico superagudo ou agudo apresentaram maior intensidade de
casos estudados que apresentaram imunomarcação leve tiveram curso clínico mais longo.
tecidos de cães com HIC. A imunomarcação do CAV-1 nos diversos tecidos demonstra a
FONTES DE AQUISIÇÃO
a
DakoCytomation, Carpinteria, Califórnia, Estados Unidos.
b
VRMD, Inc., Pullman, Estados Unidos.
c
Sigma, Saint Louis, Missouri, Estados Unidos.
6
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Brasileira, v.27, n.8, p. 325-332, 2007.
Fígado. Marcação antigênica preenchendo todo o núcleo de hepatócitos. Obj. 40. B. Fígado.
A marcação antigênica aparece ao redor de inclusões com centros não marcados. Obj. 40.
hepatócitos (parte superior direita da foto) e de forma difusa em células de Kupffer. Obj.
40. D. Marcação imunoistoquímica nas células endoteliais dos tufos glomerulares. Obj. 40.
encéfalo mostrando marcação antigênica exclusivamente nas células endoteliais. Obj. 20.
5. DISCUSSÃO
A forma fatal da hepatite infecciosa canina (HIC) é uma condição pouco comum,
pois ocorreu em apenas 1,2% dos 5.361 cães necropsiados num período de 43 anos
(1964-2006). A HIC demonstrou ser uma doença principalmente de animais jovens (até
dois anos), o que é, em geral, reconhecido pela maioria dos autores (LARIN, 1953;
HODGMAN & LARIN, 1953; SWANGO 1997; GREENE 2006), embora em cinco dos
62 casos deste estudo, as idades fossem 3-8 anos.
Os sinais de HIC incluíram anorexia, apatia, diarréia, freqüentemente com sangue,
sinais neurológicos, vômito, petéquias e equimoses nas membranas mucosas e/ou pele,
hipotermia, dor abdominal, icterícia, aumento de volume e congestão das tonsilas, febre
e ascite. Apesar de inespecíficos, quando considerados junto com epidemiologia e as
lesões de necropsia, os sinais são bastante sugestivos de HIC.
A doença tem um curso clínico em geral agudo ou superagudo e, menos
freqüentemente, subagudo (até 15 dias), mas não foram observadas diferenças
morfológicas no fígado de cães que sucumbiram à HIC com evolução clínica
superaguda, aguda ou subaguda. Em relação aos aspectos imunoistoquímicos (IHQ), no
entanto, observou-se diferença na intensidade da imunomarcação, pois cães que
sucumbiram à doença com a evolução clínica superaguda e aguda apresentaram graus
moderado e acentuado de marcação antigênica e aqueles que tiveram curso clínico
subagudo apresentaram grau leve ou moderado. Achados semelhantes foram observados
em outro estudo de IHQ no encéfalo de filhotes com HIC (CAUDELL et al 2005).
A imunomarcação do antígeno viral observada nos diversos tecidos demonstra a
disseminação do vírus pelo organismo, principalmente afetando às células endoteliais, o
que se correlaciona com a lesão vascular causada pelo vírus e as conseqüentes
hemorragias observadas clinicamente ou na histopatologia. Cães que morreram de HIC
com sinais clínicos neurológicos e apresentaram lesões hemorrágicas no encéfalo
demonstraram acentuada marcação do antígeno de CAV-1 nos vasos do sistema nervoso
central, neste e em outros estudos que usaram IHQ (CAUDELL et al 2005).
6. CONCLUSÕES
• A hepatite infecciosa canina (HIC) tem baixa prevalência e afeta principalmente cães
jovens de até dois anos de idade.
• A HIC tem curso clínico freqüentemente agudo ou superagudo.
• Necrose hepatocelular aleatória ou centrolobular e hemorragias associadas às lesões
endoteliais são os principais achados anatomopatológicos.
• Adenovírus canino tipo-1 tem tropismo por hepatócitos, células endoteliais e reticulo
endoteliais.
• A distribuição do antígeno viral na HIC é principalmente no núcleo e citoplasma de
células endoteliais, hepatócitos e células de Kupffer.
• A concentração antigênica na HIC é mais acentuada nos casos com curso clínico
superagudo e agudo.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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