Revista Mecatronica Atual - Edicao 002
Revista Mecatronica Atual - Edicao 002
Revista Mecatronica Atual - Edicao 002
Eletropneumática
A força e a velocidade do ar
controlados pela Eletrônica
Conheça a
estrutl!]n-~dos
Robôs
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Freqüência
Saiba como funcionam e
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ISSN 16760972
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N° 2 - FEVEREIRO/2002
Efeito Hall
A Ciência do Retrofitting
I Seção do Leitor Conceitos básicos
Conheça as definições de reforma, atua-
lização, restauração e retrofitting e veja
como estes conceitos se relacionam no con-
Inversores de Freqüência texto industrial.
Descubra a importância do inversor de
freqüência na Indústria e, conseqüentemen-
te, a necessidade do profissional conhecer I Eletropneumática
o seu funcionamento e a sua instalação. Conheça este segmento da Automação
Industrial, que vem crescendo muito atra-
vés de conceitos de elaboração de circui-
o avanço da pneumática tos eletropneumáticos.
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SEÇÃO DO LEITOR
LEITOR
Assinatura
É excelente a revista Mecatrônica Atual, gostaria de saber como fazer Gostaria de obter informações de
para assinar a revista, e se o suplemento Mecatrônica Fácil vai acompa- quando a revista Mecatrônica Atual
nhar a revista todos os meses ou terá que ser adquirido em separado. Agra- será lançada em todo território
deço. nacional. Eu moro em Petrolina - PE,
Antônio Carlos Gonçalves Vieira localizada no vale do São Francisco.
Em nossa região está havendo um
grande progresso em se tratando de
Caro Antônio, automação de projetos de irrigação,
Quando a “Mecatrônica Fácil” foi concebida, a idéia era que fosse um mas os profissionais que saem das
suplemento da revista “Mecatrônica Atual”. Porém, esta mostrou-se logo CEFET´s não conhecem CLPs, inver-
ser muito mais do que um suplemento, passando a ser uma revista. A dife- sores, ou seja, instrumentação em
rença essencial entre as duas revistas é que a Mecatrônica Fácil destina- geral. Vejo que a Editora Saber está
se àqueles que desejam adquirir os seus primeiros conhecimentos de nos beneficiando com boas informa-
Mecatrônica através de matérias de abordagem básica e projetos práticos. ções na revista Saber Eletrônica, fi-
Entretanto, essas matérias servem também para aqueles que desejam re- caria melhor ainda se a revista
ver alguns conceitos básicos que, por algum motivo, não tenham ficado Mecatrônica Atual aparecesse por
devidamente sedimentados. O mesmo se aplica aos projetos práticos. Mui- aqui. Atenciosamente,
tos leitores, que já trabalham com a Mecatrônica, estão explorando o cará- Gilson Alencar Costa
ter “lúdico” da matéria através da realização dos projetos práticos publica-
dos, sejam construídos por ele mesmo, ou por seu filhos ou alunos. Prezado Gilson,
Por outro lado, a revista “Mecatrônica Atual” destina-se àqueles que já As revistas Mecatrônica Atual e
trabalham com a Mecatrônica. A partir desta edição passaremos a trazer Mecatrônica Fácil são distribuídas em
mais artigos pertinentes ao contexto industrial, que é onde a Mecatrônica todo o Brasil. Caso você não as en-
se faz mais presente, procurando apresentar dicas e soluções para aque- contre, pedimos que entre em conta-
les que estão, direta ou indiretamente envolvidos com a Automação Indus- to conosco através do e-mail: a.leitor.
trial. Assim como a outra revista, isso não significa que aqueles que estão [email protected]
começando, não devam aproveitar esta oportunidade de ver aplicações prá- informando os endereços das bancas
ticas da Mecatrônica no dia-a-dia da Indústria. Portanto, as duas revistas que você não encontrou para que pos-
têm condições de contribuir para todos os interessados, uma vez que o samos verificar juntamente com a Dis-
objetivo das duas é trazer informações sob abordagens diferentes. tribuidora o que ocorreu.
Erramos
Agradecemos a todos os leitores que nos cha-
maram a atenção para alguns erros cometidos na
edição anterior. Pedimos aos leitores que anotem as
correções.
1. Caixas de redução
página 16 – Onde se lê: “... conduzem os transis-
tores Q1 e Q3...” na verdade é: “... conduzem os tran-
sistores Q1 e Q4...” e onde se lê: “... conduzem os
transistores Q2 e Q4...” na verdade é: “... conduzem
os transistores Q2 e Q3...”.
Esclarecimentos
Números Atrasados
Os segredos da porta
paralela Olá, meu nome é Henrique do Amaral Marti, sou Técnico em Eletrônica e traba-
lho em uma empresa de telefonia. Comprei a primeira edição da revista
1. O uso de resistores MECATRÔNICA ATUAL e gostei muito, principalmente das reportagens sobre a porta
pequenos aumenta a ca- paralela e a programação usando PASCAL, foi de muito proveito para mim, até já
pacidade de corrente, mas montei um projeto usando os conhecimentos que adquiri com a revista. Fiquei espe-
a tensão sobre ele é me- rando a segunda edição para que pudesse conhecer mais coisas a respeito da
nor. Se bem que esta solu- mecatrônica e do uso de computadores para o controle de placas eletrônicas de-
ção seja adotada na exci- senvolvidas por mim, mas acontece que na cidade em que moro (São Roque, a 50
tação de LEDs e acopla- km da Grande São Paulo) as pessoas não são muito interessadas em publicações
dores, não podemos dizer técnicas, principalmente das áreas de Eletrônica e Mecatrônica e até agora o jorna-
que é a melhor. leiro não comprou a segunda edição. Eu já conversei com ele, mas ele não pareceu
muito interessado em resolver o meu problema.
2. Os CIs 74LS540 e Será que não haveria uma forma para que eu pudesse comprar as revistas
74LS541 são ambos diretamente de vocês? Se houver, por favor me informem. Obrigado.
buffers. A diferença é que Henrique do Amaral Marti
o LS540 é inversor e o
LS541 não inversor. O uso Caro Henrique,
é o mesmo.
Estamos muito contentes por receber um retorno tão positivo por parte de vocês,
leitores. Agradecemos muito pelo incentivo e continuaremos nos empenhando em
produzir materiais interessantes e, acima de tudo, úteis.
Como ainda não estamos disponibilizando a assinatura da revista, a única forma
delas serem adquiridas na Editora é depois que elas são recolhidas das bancas.
È possível adquirir os números atrasados através do site: http://
www.mecatronicaatual.com.br ou pelo telefone: 11 69124700.
Alexandre Capelli
ACIONAMENTO DE
Há dois anos, aproximadamente, publicamos na
MOTORES ELÉTRICOS
Revista Saber Eletrônica uma série (composta por três
artigos) sobre inversores de freqüência. Um dos equipamentos mais clás-
N a é p o c a , a s R ev i s t a s M e c a t r ô n i c a F á c i l e sicos da Eletrônica Industrial é o
“acionamento”. Imaginem uma fábri-
Mecatrônica Atual estavam em uma fase “embrioná- ca de papel, por exemplo.
ria”, fazendo com que todos os artigos de robótica e O produto deve ser “bobinado” pe-
automação caminhassem para uma única obra, isto las várias etapas do seu processo fa-
bril e, para isso, as bobinas devem
é, a própria “Saber”. manter o papel esticado. Notem pela
Como agora temos não apenas uma, mas sim duas figura 1, que a rotação e o sincronis-
revistas de mecatrônica, decidimos rever os artigos mo entre os dois motores elétricos
devem ser extremamente precisos,
voltados a essas áreas, e que fizeram sucesso devi-
pois caso um motor A “gire” mais rá-
do ao seu alto nível técnico e aplicação em campo. A pido que um B, o papel ficará com fol-
idéia é publicá-los novamente, visto que agora já te- ga (criando uma ‘barriga’). Por outro
lado, se o motor B tender a “girar” mais
mos um público “alvo” bem definido para mecatrônica.
rápido que o A, o papel poderá se es-
Seriamos injustos, entretanto, se não fizessemos um ticar a ponto de quebrar.
“up-grade” desses artigos, acrescentando as últimas O acionamento, nesse caso, é uti-
tendências de mercado. Sem dúvida, dessa forma, os lizado para controlar a velocidade de
rotação e torque do motor, de modo a
artigos agregarão valor ao nosso antigo e fiel leitor manter a correta tensão mecânica do
que, por ventura, já tenha lido a primeira versão. papel. Normalmente, utiliza-se um
acionamento para cada motor.
Assim como vimos o exemplo em
uma “máquina de fazer papel”, os
ELETRÔNICA
2º bloco – IHM
O 2º bloco é o IHM (Interface Homem
Máquina).
É através desse dispositivo que po-
demos visualizar o que está ocorrendo
no inversor (display), e parametrizá-lo de
acordo com a aplicação (teclas).
A figura 12 mostra um IHM típico,
com suas respectivas funções. Esse
módulo também pode ser remoto.
3º bloco – Interfaces
A maioria dos inversores pode ser
comandada através de dois tipos de
sinais: analógicos ou digitais. Normal-
mente, quando queremos controlar a
velocidade de rotação de um motor
AC no inversor, utilizamos uma ten-
são analógica de comando. Essa ten-
são se situa entre 0 a 10 Vcc. A velo-
Figura 10 - Inversor de freqüência em um centro de usinagem.
cidade de rotação (rpm) será propor-
cional ao seu valor, por exemplo :
1º bloco – CPU visto que também uma memória está 1 Vcc = 1000 rpm, 2 Vcc = 2000 rpm, etc...
A CPU (Unidade Central de integrada a esse conjunto. A CPU Para inverter o sentido de rotação, basta
Processamento) de um inversor não apenas armazena os dados e inverter a polaridade do sinal analógico (ex:
de freqüência pode ser forma- parâmetros relativos ao equipamen- 0 a 10 Vcc sentido horário , e – 10V a 0 anti
da por um microprocessador ou to, como também executa a função - horário). Esse é o sistema mais utilizado
por um microcontrolador (como mais vital para o funcionamento do em máquinas – ferramenta automáticas,
o PLC). Isso depende apenas do inversor: geração dos pulsos de dis- sendo que a tensão analógica de controle
fabricante. De qualquer forma, é paro, através de uma lógica de con- é proveniente do controle numérico
nesse bloco que todas as infor- trole coerente, para os IGBT’s. O fun- computadorizado (CNC).
mações (parâmetros e dados do cionamento dessa lógica está descri- Além da interface analógica, o in-
sistema ) estão armazenadas, to no artigo passado. versor possui entradas digitais. Atra-
vés de um parâmetro de programa-
ção, podemos selecionar qual entra-
da é válida (analógica ou digital).
INSTALAÇÃO DO INVERSOR
larmos de acordo com as orienta- 1º passo de tornos com peças grandes, guindas-
ções acima, poderemos prejudicar Acionamos a tecla P e as setas tes, etc...), uma partida muito rápida po-
toda a máquina ( ou sistema ) ao para acharmos o parâmetro. Ex: derá “desarmar” disjuntores de proteção
seu redor. Basta dizer que, para P,e até achar o parâmetro res- do sistema. Isso ocorre, pois o pico de
um equipamento atender o merca- pectivo. No nosso caso, é logo o 1º corrente, necessário para vencer a inér-
do europeu, a certificação CE (Co- OOO1 cia do motor, será muito alto. Portanto,
munidade Européia) exige que a esse parâmetro deve respeitar a massa
emissão eletromagnética chegue 2º passo da carga, e o limite de corrente do inver-
a níveis baixíssimos (norma IEC Agora aciona-se P novamente, e o va- sor (fig 14).
22G – WG4 (CV) 21). lor mostrado no display será o valor do
parâmetro, e não mais a ordem em que Parâmetro 006:
PARAMETRIZAÇÃO ele está. Tempo de parada (rampa de descida).
Ex: O 2 2 O O inversor pode produzir uma pa-
Para que o inversor funcione a con- rada gradativa do motor. Essa facili-
tento, não basta instalá-lo corretamente. 3º passo dade pode ser parametrizada e,
É preciso “informar” a ele em que condi- Como no exemplo a tensão desse como a anterior, deve levar em con-
ções de trabalho irá operar. Essa tarefa é parâmetro está em 220 VCA, e nosso sideração a massa (inércia) da car-
justamente a parametrização do inver- motor funciona com 380 VCA, acionamos ga acoplada (fig 15).
sor. Quanto maior o número de recursos P ,e até chegar nos 380.
que o inversor oferece, tanto maior será O38O Parâmetro 007 – Tipo de frenagem
o número de parâmetros disponíveis. Parâmetro = 1 Parada por rampa
Existem inversores com tal nível de sofis- 4º passo Parâmetro = 0 Parada por CC
ticação, que o número de parâmetros ul- Basta acionar P novamente, e o novo
trapassa a marca dos 900! parâmetro estará programado. No inversor “Saber”, o parâmetro 007
Obviamente, neste artigo, veremos Cerca de 90% dos inversores comer- pode assumir dois estados: “1” ou “0”.
apenas os principais e não utilizare- ciais funcionam com essa lógica! Todos Caso esteja em 1, a parada do motor
mos particularidades de nenhum fa- os demais parâmetros são programados obedecerá a rampa programada no P
bricante, pois um mesmo parâmetro, de forma análoga. 006. Caso esteja em 0, o motor terá sua
com certeza, muda de endereço de parada através da “injeção” de corrente
fabricante para fabricante. Parâmetro 002: contínua em seus enrolamentos.
A partir de agora, portanto, nosso in- Freqüência máxima de saída . Em um motor AC, quando submete-
versor imaginário será da marca “Saber”. Esse parâmetro determina a velo- mos seus enrolamentos a uma tensão
O inversor de freqüência Saber tem as cidade máxima do motor. CC, o rotor pára imediatamente (“estan-
mesmas funções dos demais fabricantes ca”), como se uma trava mecânica
( Siemens, Yaskawa, ABB, etc... ), porém, Parâmetro 003: atuásse em seu eixo.
temos a liberdade de nomearmos segun- Freqüência mínima de saída. Portanto, o projetista de máquinas
do a nossa conveniência, a ordem dos Esse parâmetro determina a velo- deve pensar muito bem se é assim
parâmetros. Isso não deverá dificultar o cidade mínima do motor. mesmo que ele deseja que a parada
trabalho com inversores reais, pois basta ocorra. Normalmente esse recurso é
associarmos com os indicados pelo ma- Parâmetro 004: utilizado para cargas mecânicas pe-
nual do fabricante específico. Freqüência de JOG. quenas (leves), e que necessitam de
A tecla JOG é um recurso que faz o resposta rápida (Ex: eixos das máqui-
Parâmetro 001: motor girar com velocidade bem baixa. nas - ferramenta).
Tensão nominal do motor. Isso facilita o posicionamento de pe-
Esse parâmetro existe na maioria ças antes da máquina funcionar em seu Parâmetro 008: Liberação de altera-
dos inversores comerciais, lembran- regime normal. Por exemplo : encaixar ção de parâmetros:
do que não necessariamente como o papel em uma bobinadeira, antes do Parâmetro = 1 os parâmetros
P 001, e serve para informarmos ao papel ser bobinado efetivamente. podem ser lidos e
inversor qual é a tensão nominal em alterados.
que o motor irá operar. Suponha que Parâmetro 005: Parâmetro = 0 os parâmetros
o motor tenha tensão nominal 380 Tempo de partida (“rampa de subida”). podem ser apenas
VCA. Como vamos introduzir essa in- Esse parâmetro indica em quanto lidos.
formação (parâmetro) no inversor? tempo deseja-se que o motor chegue
Tomando como base a figura 12 à velocidade programada, estando ele Esse parâmetro é uma proteção
(IHM) vamos observar a seqüência de parado. O leitor pode pensar : contra “curiosos”. Para impedir que al-
“teclas”. O display deverá estar 0.0 “Quanto mais rápido melhor”. Mas, guém, inadvertidamente, altere algum
(pois só podemos parametrizar o in- caso o motor esteja conectado mecani- parâmetro da máquina, utiliza-se um
versor com o motor parado). camente a cargas pesadas ( Ex: placas parâmetro específico como proteção.
O AVANÇO DA PNEUMÁTICA A
AV TRA
ATRAVÉS DA
TRAVÉS
“DUPLA PRESSÃO”
José Carlos Amadeo
Centro Universitário Salesiano de São Paulo
O presente artigo tem como objetivo levar os projetistas de equipamentos pneumáticos a terem um
raciocínio diferente, no que diz respeito à elaboração de sistemas e/ou equipamentos para Automação,
que utilizem o ar comprimido como fonte principal de energia.
O interesse deste tema está diretamente relacionado à ção da “Dupla Pressão”, porque irá proporcionar, nos
redução do consumo de energia elétrica e, conseqüente- circuitos pneumáticos, pressões diferenciadas , na qual
mente, redução dos custos, ao aumento da produtividade os compressores não precisam “trabalhar” mais para
e ao aumento da vida útil dos equipamentos pneumáticos. suprir uma pressão maior, permanecendo , conforme o
consumo dos equipamentos pneumáticos instalados, um
Redução dos custos operacionais: A redução de bom tempo desligado, ou mesmo operando em “vazio” ,
energia elétrica, esta diretamente relacionada na utiliza- consumindo menos energia.
16
16 MECATRÔNICA ATUAL Nº 2 - FEVEREIRO/2002
PNEUMÁTICA
Aumento da produtividade: A produção será aumen- (82,3 psig), mantida constante, reduziremos em 20 % a
tada porque os equipamentos pneumáticos serão capa- pressão utilizando a válvula redutora de pressão.
zes de produzir mais peças/produtos em tempos meno- Se reduzirmos a pressão em aplicações que não exi-
res, devido ao aumento da velocidade (no avanço) dos gem forças de operação, teremos como resultado uma
cilindros pneumáticos. economia razoável, como veremos mais adiante. Cada
Aumento da vida útil dos equipamentos pneumá- vez que “exigimos” do compressor pressões maiores do
ticos: Está diretamente relacionado à baixa pressão, que o necessário, teremos como resultado um gasto maior
utilizada nos equipamentos pneumáticos , diminuindo de energia elétrica, obrigando o compressor a operar em
os atritos internos e consequentemente os desgastes regime continuamente ligado, mantendo aquela pressão
de seus componentes . superdimensionada e desnecessária, em regime de ope-
ração constante.
Sistema
operacional
PARA CONVERTER POLEGADAS CÚBICAS
EM PÉS CÚBICOS 7 (horas/dia) X 6 (dias/semana) X 50 ( semanas/ano)
X 60 (minutos) = 126.000 minutos/ano.
Multiplicar pelo fator 0,0005787 ou dividir pelo
fator 1.728 Cálculo do volume de ar comprimido consumido
Exemplo: 353,43 polegadas cúbicas x pelo atuador pneumático durante o avanço
0,0005787 = 0,204 pés cúbicos
ou Fórmula = (π x (D2/4)) x S (curso)
353,43 pol3 / 1.728 = 0,204 pés cúbicos.
Volume (consumo de ar no avanço) = (π x (52/4)) x 18
= 353,43 pol3/min ou 0,204 pés cúbicos por minuto.
Fernando A. Pazos
1ª Parte
Coordenador do Laboratório de Robótica
Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro
se de revolução, seja qual for a orientação deste ân- movimento relativo de um elo com respeito ao anteri-
gulo. O movimento também pode ser de deslocamen- or. No caso das juntas de revolução, serão os ângu-
to linear, onde um elo se afasta ou aproxima do ante- los de rotação entre um elo e o anterior; no caso das
rior uma determinada distância, caso em que a junta juntas prismáticas, a distância entre um elo (ou um
é chamada de prismática, seja qual for também a di- ponto determinado dele) e a junta que o une com o
reção deste movimento linear relativo. Um mesmo elo anterior.
manipulador não precisa ter todas as juntas do mes- Observe-se que o estado dessas variáveis é sufi-
mo tipo, podendo ser algumas de revolução e outras ciente para determinar a posição do efetuador, pois,
prismáticas, segundo a conveniência da configuração se for conhecida a posição de cada uma das juntas a
projetada. Nos braços mecânicos as juntas costumam partir da primeira (a que une a base com o primeiro
ser de revolução, justamente por visarem uma proxi- elo) e os comprimentos dos elos, é possível conhe-
midade com o braço humano. cer a posição do efetuador. Essas variáveis são co-
Na figura 3 são mostrados vários tipos de juntas. nhecidas pelo nome de coordenadas generalizadas. Em
As juntas, então, determinam os movimentos pos- geral elas são representadas por meio de um vetor de
síveis do manipulador, e juntamente com as caracte- tantas componentes quantas juntas tem o manipulador,
rísticas físicas dos elos como suas formas e tama- independentemente de que algumas dessas compo-
nhos, determinam a anatomia do manipulador. A ana- nentes representem ângulos, e outras distâncias.
tomia do robô deve considerar suas aplicações espe- Na figura 4 é mostrado um robô manipulador de
cíficas. Por exemplo, um manipulador destinado a co- duas juntas de revolução. As coordenadas generali-
locar componentes eletrônicos numa placa de circui- zadas serão dadas pelo vetor [q1 q2], cujas compo-
to impresso deve ser substancialmente diferente de nentes representam os ângulos dessas juntas. Co-
um outro destinado a deslocar carros de um ponto da nhecendo o valor desse vetor, bem como os compri-
linha de produção a outro. mentos dos elos, os quais foram denominados no
desenho como L1 e L2, é possível determinar a posi-
COORDENADAS GENERALIZADAS ção do efetuador (ou, mais precisamente, do extremo
do último elo), expressa em função de um par de ei-
As variáveis características das juntas são aque- xos cartesianos ortogonais (x;y) com a origem soli-
las grandezas físicas que permitem representar este dária com a primeira junta.
total conformado pelo percurso do extremo do último ção, por exemplo, existirá um ângulo máximo de giro,
elo (o punho), quando o manipulador efetua todas as determinado por limites mecânicos).
trajetórias possíveis. A posição do punho do manipulador pode ser re-
Em geral, não é considerada a presença do presentada no espaço de trabalho ou no espaço das
efetuador para definir este volume de trabalho, pois juntas. A “posição no espaço de trabalho” é determi-
se fosse assim este volume ficaria determinado pelo nada pela posição do punho segundo um sistema de
seu tamanho, o qual depende do dispositivo terminal três eixos cartesianos ortogonais, cuja origem em
utilizado. Por exemplo, este volume variaria dependendo geral é solidária com a base do robô. Portanto, a posi-
do efetuador ser uma garra ou uma ponta de solda ção do punho é representada no espaço de trabalho
comprida. como um vetor de três componentes [x y z]. A “posi-
Note-se que este volume dependerá da anatomia ção no espaço das juntas” é representada pelo vetor
do robô, do tamanho dos elos, assim como dos limi- de coordenadas generalizadas, ou vetor cujas com-
tes dos movimentos das juntas (nas juntas de revolu- ponentes significam a posição de cada junta (ângulo,
Figura 8 - Manipuladores de configurações cartesianas (a), cilíndrica (b), esférica (c) e de revolução (d).
se for de revolução ou distância, se for prismática), ção, ou uma combinação de ambas. Para cada com-
relativas a uma posição inicial arbitrária. Como foi es- binação possível haverá uma configuração física ou
pecificado anteriormente, o conhecimento dos valo- anatomia, diferente. Observe-se que a configuração
res das coordenadas generalizadas é suficiente para física independe do tamanho dos elos, pois eles de-
determinar a posição do punho dentro do espaço de terminarão em todo caso o tamanho do espaço de
trabalho. trabalho, mas não sua forma.
A influência da configuração física sobre o vo- As configurações físicas, então, estão caracteri-
lume de trabalho é ilustrada na figura 7. Observe- zadas pelas coordenadas de movimento das três pri-
se que, dependendo da configuração, este volume meiras juntas, ou pelas três primeiras coordenadas
pode ser um semi-esfera parcial, um cilindro, ou generalizadas, que são as variáveis que represen-
um prisma. tam o movimento delas.
Nos robôs reais, os limites mecânicos no movi- Na maioria dos robôs manipuladores industriais,
mento das juntas produzem um espaço de trabalho independentemente do tamanho e formas dos seus
com contornos complexos, como é ilustrado na figura elos, dispõe-se de quatro configurações básicas:
8, acima.
Coordenadas cartesianas;
ANATOMIA DOS MANIPULADORES Coordenadas cilíndricas;
Coordenadas esféricas ou polares; e
Existem diferentes configurações físicas ou dife- Coordenadas de revolução.
rentes anatomias, nos robôs manipuladores. Cada
uma delas encontrará utilidade em alguma aplicação ACIONAMENTO DO MANIPULADOR
específica. Essas configurações estão determinadas
pelos movimentos relativos das três primeiras juntas, O movimento em cada junta é realizado por
aquelas destinadas ao posicionamento do efetuador. atuadores. Os principais utilizados são motores elé-
Efetivamente, elas podem ser prismáticas, de revolu- tricos, pistões hidráulicos e pistões pneumáticos, os
quais podem dar às juntas um movimento linear ou de para conhecer a posição da junta. Às vezes são em-
rotação. Os atuadores são conectados mecanicamente pregados potenciômetros rotativos também, onde o
às juntas por meio de diferentes mecanismos de trans- sinal analógico entregue é proporcional ao ângulo de
missão de potência mecânica, tais como engrenagens, rotação da junta. Na hipótese da junta ser prismática,
polias, correntes e parafusos de acionamento desti- uma engrenagem pode converter o movimento linear
nados a dar ao movimento a desejada direção, força e para uma rotação e assim entregar a informação para
velocidade. um encoder. Também podem ser usados sistemas de
No caso dos braços mecânicos, o mais comum é visão digitais, pois analisando a imagem fornecida, o
empregar motores elétricos, que podem ser de cor- controlador pode conhecer a posição de todas as jun-
rente contínua, com ímã permanente ou de passo. Na tas do braço.
hipótese de alguma das juntas ser prismática, em geral Dependendo da tarefa, o efetuador é capaz de exer-
o movimento linear é conseguido através de um para- cer uma determinada força sobre uma superfície so-
fuso de acionamento, que transforma o movimento de bre a qual desliza, por exemplo para efetuar uma sol-
rotação do motor num deslocamento linear. O da, ou um corte, entre outras aplicações possíveis.
acionamento elétrico propicia ao robô uma maior pre- Nesse caso, o controlador não mais controlará ape-
cisão, além de requerer espaços reduzidos para sua nas a trajetória do efetuador, mas também a força
montagem, podendo se colocar os atuadores na pró- que este exerce sobre a superfície, a fim de não
pria estrutura física do manipulador. quebrá-la ou não deteriorar a ferramenta utilizada. Para
O acionamento hidráulico é geralmente associado isso é necessária a utilização de sensores de força
a manipuladores de maior porte, pois eles propiciam no punho do manipulador, e em geral são usados strain
ao robô maior velocidade e força. Em contrapartida, gauges.
ele se soma ao espaço útil requerido pelo robô, o Em alguns casos os programas de controle preci-
que o aumenta consideravelmente, além de sofrer sam conhecer as velocidades das juntas também,
de outros inconvenientes tal como a possibilidade não apenas as posições, e isto depende da lei de
de vazar óleo. Os robôs com acionamento hidráuli- controle a ser implementada. Porém, não é comum
co podem ter juntas prismáticas, movimentadas utilizar tacômetros nos manipuladores por causa do
por meio de pistões, ou de revolução, através de alto nível de ruído desses dispositivos. Em geral, o
motores hidráulicos. controlador deriva a posição com respeito ao tempo
O acionamento pneumático é empregado em ro- para estimar a velocidade.
bôs manipuladores de pequeno porte e com poucos O manipulador deve ser controlado por algum tipo
graus de liberdade, geralmente não mais de dois. Por de controlador programável. No caso dos braços me-
não terem os pistões pneumáticos uma grande preci- cânicos, o mais comum é trabalhar com computado-
são, devido à compressibilidade do ar, esses robôs res digitais. O programa de controle é responsável
assim acionados são utilizados em operações de “pega por conseguir que a operação feita pelo manipulador
e põe” (conhecidos como pick & place), onde os elos acompanhe, da maneira mais fiel possível, a posição
se deslocam bruscamente entre dois extremos pos- de referência. Esta posição pode ser inserida exter-
síveis, dados pelos limites mecânicos dos pistões no namente através de um mouse, um joystick, ou pelo
modo de bang-bang, sem possibilidade de controle teclado, ou pode estar já programada dentro do
sobre a trajetória intermédia do efetuador. software de controle.
Como já foi visto anteriormente, o controlador cui- Interfaces, placas de potência e conversores A/
da, através do programa de controle, para que o D e D/A completam a estrutura do sistema de con-
manipulador realize a tarefa programada com a maior trole e da planta apropriada para um funcionamen-
precisão possível dentro das especificações técnicas. to adequado. l
Em caso do robô ser movimentado por motores de
passo, ele pode ser controlado em malha aberta, por
possuirem esses dispositivos precisão na rotação. Mas
NO PRÓXIMO NÚMERO:
se for acionado por motores de corrente contínua, é
necessário fechar a malha através de sensores, por-
que o controlador precisa conhecer a resposta do - Controle de manipuladores
manipulador a fim de imprimir nos motores os sinais - Precisão e repetitibilidade
de excitação necessários para executar a trajetória
com precisão. Os sensores utilizados são sensores - Efetuadores
de posição, um para cada junta. Os mais comuns são - O robô manipulador Armdroid
os encoders óticos incrementais, onde o controlador
vai contando os pulsos entregues pelo sensor ótico
CONTROLE DE MESA XY
utilizando motor de passo
Sebastião G. dos Santos Filho
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP
Figura 1 – Representação de motor de passo com duas fases e dois estatores: (A) Vista tridimensional interna; (B) Vista na forma de leiaute
plano para uma dada polaridade do estator e posição do rotor.
Figura 2 – Representação de um motor de passo bipolar com duas fases e dois estatores,
sendo chaveado entre +V e –V.
Tabela 1 – Seqüencia de chaveamento das
bobinas L1 e L2 da figura 2 em quatro
etapas utilizando polarizações +V e –V.
tem e, portanto, trata-se se uma seqüên- tos eletrônicos de chaveamento. De
cia de chaveamento em quatro eta- forma geral, podemos dizer que os
pas. Esta seqüência de chaveamen- motores de passo utilizados em con- 18º que, por sua vez, correspondem
to pode ser implementada de maneira junto com circuitos digitais, a 48, 24 e 20 passos por revolução
fácil, aplicando-se diretamente nas microcontroladores e transistores completa, respectivamente.
bobinas duas ondas quadradas apresentam controle preciso e Por outro lado, também é possí-
deslocadas entre si de um quarto de ci- repetitivo de posição e velocidade ao vel controlar o motor numa seqüên-
clo, conforme é mostrado na figura 3. longo de sua vida útil. Os passos cia de 8 etapas a partir de metades
As formas de onda mostradas na angulares possíveis dependem da de passo, isto é, tomando um motor
figura 3 são pulsos de controle que construção física de cada motor, com passo angular de 7,5º pode-se
podem ser obtidos a partir de circui- sendo comuns valores de 7,5º; 15º e obter-se 3,75º. Para tanto, além de
MICROMECÂNICA
DA MESA XY
trole do motor de passo do circuito podem vir, por exemplo, da saída E3 para cada motor de passo. Não
de interface via PC. Os sinais de co- paralela de um microcomputador PC. detalhamos aqui como se faz o pro-
mando para o circuito da figura 12 Através do emprego de linguagens grama (software) de controle da saí-
de programação do tipo QBASIC, da paralela do microcomputador PC.
C++, DELPHI, etc., é possível ajus- O leitor interessado pode, por exem-
AGRADECIMENTOS tar os sinais da saída paralela de for- plo, consultar a revista "Mecatrônica
ma a controlar as entradas E1, E2 e Atual" número 1.
À FAPESP por ter financi-
ado o projeto e construção da
mesa XY com passo micro- REFERÊNCIAS
métrico apresentada neste ar-
tigo. Ao técnico Fábio G. Araes 1. PHILIPS DATA BOOK – STEPPER MOTOR.
pela construção dos circuitos 2. OPTRON Micromecânica Óptica LTDA – Av. Santa Izabel, 685 –
eletrônicos de controle e Barão Geraldo – Campinas, SP.
interface. À OPTRON Micro- 3. Motor de passo: www.minebea-ele.com
mecânica Óptica Ltda. pela 4. Motor de passo: www.astrosyn.com
usinagem e construção mecâ- 5. Sedra, A.S. and Smith, K.C. Microeletrônica. Makron Books, 2000,
nica da mesa XY. ISBN 85-346-1044-4 (tradução da 4a. edição em inglês).
A Ciência do
Retrofitting
Conceitos Básicos
Paulo Eduardo Pansiera
Siemens
Tenho visto uma série de anúncios e revistas especializadas onde se oferecem serviços de
Reforma, Retrofitting, Atualização e Restauração, algumas vezes combinados, outras mistu-
rando conceitos. Em suma, procurando a definição desses conceitos em diferentes fontes,
certamente haverá cruzamento e superposição de informações.
Como tema aqui, seguem definições para esses quatro conceitos e uma esquematização de
como todos se relacionam.
desgaste simultâneo, porém proporcional à sua dure- Veja o caso de uma família pequena, de apenas
za para cada parte, reproduzindo um efeito ampliado um filho, onde um carro pequeno é suficiente para o
semelhante ao de uma lixa d’água sobre madeira. transporte diário. Quando a família cresce, aquele carro
Conforme já mencionado, devido ao baixo coefici- pequeno já não é mais adequado e o primeiro pensa-
ente de atrito neste caso e à dureza elevada dos ma- mento é a troca do bem.
teriais, o desgaste combinado acumulado em anos Dependendo do porte e valor da máquina, o mes-
fica na casa do milímetro, o que é muito para este tipo mo raciocínio pode ser aplicado aqui. Uma situação
de equipamento de precisão. Infelizmente, mesmo clássica é a da necessidade do aumento de produ-
com uma manutenção rigorosa em termos de limpeza ção com o mesmo equipamento. Uma máquina de
de guias e sua lubrificação, é impossível evitar o des- operação manual, como o próprio nome induz, pro-
gaste por atrito, o que compromete a performance da duz literalmente no ritmo de seu operador.
máquina. Nessa situação, nada melhor do que parar ime- Se o operador é habilidoso então, seguramente, o
diatamente a máquina para uma desmontagem e refor- volume produzido será maior no mesmo intervalo de
ma com correção da geometria e remoção de folgas. tempo. Na otimização, o que se tem é uma máquina
Veja que quando se pára a máquina para uma re- automática e dedicada à aplicação.
forma, deve-se então aproveitar o tempo parado para Neste ponto surge uma pergunta imediata: Partin-
também executar toda a restauração. O custo e tem- do de uma máquina cuja performance não atende a
po total para uma reforma é superior ao consumido demanda necessária, qual atitude tomar ?
para uma restauração. De pronto, a idéia de aquisição de um novo equi-
Para uma definição mais direta, o conceito refor- pamento, mais adequado, parece a mais certa. Entre-
ma deve ser aplicado sempre que se apresentarem tanto, pelo investimento que essa compra represen-
problemas de desgaste de partes por atrito, causadas ta, uma alternativa é agregar recursos a essa máqui-
pelo uso prolongado do equipamento. na de forma a capacitá-la para atender a demanda.
Em linhas gerais, Reforma é um conjunto de ativi- Este é o conceito da Atualização: agregar recursos a
dades que contém todos os elementos praticados na um equipamento de forma que ele se adeqüe à nova
Restauração, adicionados a atividades de recupera- demanda. A figura 1 representa os conceitos aborda-
ção geométrica. dos de forma bem direta.
Atualização Retrofitting
Considere que o seu equipamento acabou de pas-
A indústria automobilística norte-americana, for-
sar por uma reforma completa. Assim, a capacidade
necedores e sub-fornecedores de autopeças, formam
produtiva original da máquina foi recuperada, no en-
um grupo extremamente conservador na seleção de
tanto, pense também que ao final da reforma, a de-
equipamentos para suas linhas.
manda da planta está para um tipo de aplicação que a
Marcas de sucesso, tradicionais nas plantas, são
máquina mesmo reformada, não pode atender.
o melhor cartão de visita e argumento de seleção de
compra de um novo equipamento. É necessário um
grande esforço de publicidade para convencer o com-
prador a substituir aquela “conhecida” marca de equi-
pamento por um novo produto. Sem dúvida, uma das
características mais fortes do consumidor norte-
americano é sua aderência a essas marcas.
Por outro lado, algumas fábricas de máquinas de
sucesso nas plantas norte-americanas já não estão
mais em atividade, e isso fez surgir um segmento de
prestação de serviços de recuperação e adequação
de “velhas” máquinas à nova realidade da indústria.
Como resultado da prestação desse serviço, co-
meçaram a aparecer máquinas modernizadas, que
possuem marcas de companhias que estão fora do
mercado há anos.
Como extensão, realmente, não houve uma preo-
cupação com o funcionamento ou não dessas com-
Figura 1 – Conceitos.
panhias para a execução dos serviços de recupera-
ção e adequação.
Sem citar fabricantes, há um exemplo conhecido Em alguns anos de prática, formulei um conceito
e até publicado pela AMT, sobre um torno vertical, pessoal, adequado à realidade de ofer ta de
cujo trabalho executado por uma empresa local de prestadores de serviço nacionais, para elaborar pro-
engenharia gerou um produto final de performance postas e auxiliar na administração de projetos, do
muito superior a qualquer modelo de linha. desenho, passando pela construção, chegando à apro-
Daí, em parceria com o fabricante, a empresa de vação do equipamento.
engenharia foi contratada para administrar e partici- O conceito é suportado pelo trinômio: Qualidade
par do lançamento e estratégia de manutenção desse – Prazo – Custo.
novo equipamento.
Na prática, este trabalho sempre consiste de uma Elaboração de uma Proposta de
combinação de reforma com atualização, e foi batiza-
do no mercado americano como “Retrofitting” – que Retrofitting
literalmente significa – “readequar”.
Por se tratarem de equipamentos de uso freqüen- Sábio é o ditado popular que diz que o “negócio é
te, normalmente é de se esperar que além da atuali- bom quando é bom para os dois lados”.
zação, que é o propósito principal, seja necessário Ao final do Retrofitting, ambas, empresa usuária
também executar uma reforma. da máquina e prestadora contratada devem estar sa-
Na década de 80 este conceito, com todas as suas tisfeitas com o negócio acordado.
justificativas para investimento, foi importado dos Es- Como a emissão da proposta de serviço é de res-
tados Unidos, inicialmente aplicado dentro das plan- ponsabilidade da prestadora, é extremamente reco-
tas automobilísticas e posteriormente nos seus for- mendado que se observe que é impossível nesse
necedores locais de partes. ramo se obter um resultado final que contemple: bai-
Essa foi também a época da disseminação da po- xo custo, prazo curto e boa qualidade.
lítica de terceirização. Como já foi mencionado: Qualidade, Custo e Pra-
A terceirização trouxe mercado para o Retrofitting, zo são as bases deste serviço e, infelizmente, sem-
não enxergando limites na dimensão da planta do pre teremos que sacrificar uma base para o êxito das
usuário e nem a idade ou modelo/marca do equipamento. demais.
Em linhas gerais e como definição, Retrofitting é Todo cliente gostaria de receber um orçamento com
uma atividade combinada de atualização com refor- uma promessa de ótima qualidade final do produto, exe-
ma, esquematizada conforme ilustra a figura 2. cutado em um prazo recorde e a um custo baixíssimo.
Por ser uma prática e não uma ciência, o Retrofitting Esqueça, isso é UTOPIA !
não possui postulados e normas. O que se tem até Como orientação: comprometa-se com a QUALI-
hoje são, no máximo, observações extraídas do cam- DADE e PRAZO DE ENTREGA, emitindo uma pro-
po e estudos de casos para comprovar a viabilidade posta onde essas duas bases estejam garantidas.
da decisão ou não pela execução da atividade. Caso contrário, fatalmente este será seu último
serviço nesse cliente. Seria
melhor não fazê-lo a sujeitar-
se ao descrédito.
Bons profissionais, equi-
pamentos de usinagem e
acessórios no Brasil real-
mente são escassos e por
isso tornam-se caros.
Não existe um Retro-
fitting melhor que o outro. O
bom é aquele que cumpre a
proposta inicial.
Em próximas edições
desta Revista, estaremos in-
troduzindo um serviço com-
pleto, da proposta à entrega
técnica do equipamento,
em formato passo-a-passo,
para um melhor entendi-
Figura 2 – Retrofitting.
mento do leitor.l
ELETROPNEUMÁTICA
Juliano Matias
Phoenix Contact
Na área de Automação Industrial, um dos segmentos mais utilizados até hoje é sem dúvida o da
Pneumática, pois esta possui características de velocidade e força para a realização de tarefas utili-
zando o ar comprimido como fonte de energia. Mas, como se diz que força não é nada sem controle,
abordaremos neste artigo conceitos de elaboração de circuitos eletropneumáticos para controle de
elementos pneumáticos como pistões, válvulas e motores, com o uso de elementos de comutações
elétricas.
Boa leitura!
COMPONENTES MAIS USADOS só será liberado quando for novamen- Em um circuito elétrico um con-
EM UMA AUTOMAÇÃO te pressionado. tato NA é um contato que permite a
ELETROPNEUMÁTICA Botão tipo Cogumelo – ao passagem de corrente elétrica quan-
pressioná-lo, ele é travado permane- do o botão é acionado. Um contato
Botoeiras cendo acionado até quando o des- NF é o contrário, isto é, quando o
travarmos girando o botão no sen- botão não está acionado ele já está
Esses elementos são destina- tido horário. Este tipo de botão é permitindo a passagem da corrente
dos a comutação de sinais elétri- comum nas chamadas chaves de elétrica e, ao acioná-lo, a passagem
cos, isto é, permitem ou não a pas- emergência. de corrente é interrompida (figura 2).
sagem de uma corrente elétrica, Nesse ponto, vale a pena abordar- Muito cuidado, pois esses conceitos
fazendo com isso a energização ou mos os conceitos NA (normalmente valem somente para circuitos elétri-
desener-gização de pontos de um aberto) e NF (normalmente fechado). cos, para circuitos pneumáticos eles
circuito (figura 1). Os tipos mais
comuns são:
Push-Button – este permanece
acionado quando pressionado e aber-
to quando liberado.
Botão de Retenção – ao
pressioná-lo, ele é acionado, porém
Figura 5 - Diagrama em blocos de um sensor indutivo. Figura 7 - Vários tipos de sensores indutivos.
- “E”;
- “OU”;
- “NÃO”
Função “E”
Função “OU”
Função “NÃO”
Figura 12 - Lógica "OU". Tabela verdade (a), símbolo eletrônico de uma Lógica "OU" de 4 Função também conhecida como
entradas (b), circuito pneumático equivalente (c) e circuito elétrico equivalente (d).
inversora, isto é, o sinal de saída é o
sinal de entrada invertido, como po-
vula maior, com isso quem aciona a eletroeletrônica não abordaremos os demos ver na sua tabela verdade da
válvula principal é o ar que provém seus conceitos neste artigo. figura 13-a.
da válvula piloto (figura 10). Simbologia (figura 13-b).
Existem outros equipamentos COMANDOS PNEUMÁTICOS E Circuito Pneumático Equivalente
básicos para utilização em ELETROPNEUMÁTICOS (figura 13-c)
eletropneumática, tais como relés Circuito Elétrico Equivalente (figu-
auxiliares, relés temporizadores, en- Existem várias formas e caminhos ra 13-d).
tre alguns, porém sendo eles de co- para se projetar um circuito eletro- Bem, como dissemos anterior-
nhecimento geral na área de pneumático. Sendo circuitos lógicos e mente, podemos fazer qualquer cir-
EXEMPLOS DE CIRCUITOS
ELETROPNEUMÁTICOS
EXEMPLO 1: Acionamento de um
cilindro de simples ação.
EXEMPLO 2: Acionamento de um
cilindro de dupla ação.
A c i o n a n d o - s e o b o t ã o b 1,
energiza-se s 1 que pilota a válvu-
Figura 13 - Lógica "NÃO". Tabela verdade (a), símbolo eletrônico (b), circuito pneumático la fazendo com que o pistão
equivalente (c) e circuito elétrico equivalente (d).
avance, permanecendo assim
mesmo que o botão b 1 não esteja
cuito que envolva uma lógica Temos nas figuras 14 e 15 a re- mais sendo acionado (pois o re-
combinacional com as lógicas “E”, presentação do circuito em blocos ló- torno da válvula não é a mola).
“OU” e “NÃO”, tomemos o exemplo: gicos e em representação elétrica. Ao acionar o botão b 2 a válvula
S= ((E1 AND E2) OU NOT(E3))
AND E4
Essa equação também é conhe-
cida no seguinte formato:
= +
Figura 17- Exemplo 2 - acionamento de um cilindro com uma válvula de 2 posições eletro-
Figura 15 - Diagrama de contatos elétricos. pilotadas.
FESTO
www.festo.com.br
PARKER AUTOMATION
www.parker.com\automation
PHOENIX CONTACT
www.phoenixcontact.com
METALTEX
www.metaltex.com.br
CONCLUSÃO
ETHERNET ATINGE O
AUGE AOS 30 ANOS
Bruno Tassinari
Gestor de Produtos da Festo Automação Ltda.
EM CASA
no ar, veículos aéreos em lugar de automóveis e ôni- da, principalmente, para sistemas de backbone que
bus, robôs domésticos, etc. suportam estações de trabalho com acessos à rede
Embora seja uma tecnologia com quase três dé- de 10Mbps.
cadas de existência, como já dissemos no início des- Como a 10Base-T, a Ethernet rápida utiliza tam-
te artigo, a Ethernet ainda contempla uma visão do bém o protocolo CSMA/CD para acesso ao meio. O
futuro. A diferença para a ficção científica é que, hoje, protocolo CSMA/CD permite que se aumente ou di-
já existe todo o conhecimento necessário para que minua o tamanho da rede, sem que a performance e
uma rede Ethernet distribua, em casa, os comandos confiabilidade dela se degradem, simplificando sua
que acionarão dos mais prosaicos eletrodomésticos gestão. Está especificada na norma IEEE 802.4u.
ao portão da garagem. Atualmente, desenvolvem-se novas normas den-
O que falta, mas está em desenvolvimento, são tro desta tecnologia. A primeira é a Gigabit Ethernet
as conexões aos ditos aparelhos, a fim de que se (1000Base-T ou 802.3z), que permitirá aumentar a
possa conectar o cabo azul da Ethernet. A infra-estru- velocidade de transmissão para 1000 Mbps. Foi de-
tura necessária não tem nada de futurista: um compu- senvolvida para funcionar com os mesmos cabos que
tador (presente em parcela significativa das residên- a 100Base-T, a fim de que qualquer upgrade seja ba-
cias de classe média) e uma placa Ethernet (não con- rato e fácil de se realizar. Até agora, a rede de 1000
fundir com aquela que comanda o acesso à Internet Mbps é utilizada como backbone das redes de 100
e ao fax). Essa placa pode ser adquirida por uns Mbps, mas, à medida em que a tecnologia evolua, as
R$ 40,00. redes de 1000 Mbps serão mais comuns.
Outro desenvolvimento é da norma 10 Gigabit
NA FÁBRICA, DE NOVO Ethernet, que será baseada nas normas Ethernet pre-
cedentes. Serão necessários cabos de maior capaci-
De volta ao ambiente de trabalho, com a chegada dade (fibra óptica e cabos coaxiais de elevada capa-
da Ethernet ao chão de fábrica, uma só rede controla- cidade), o que irá permitir velocidades de 10000 Mbps.
rá todo o processo produtivo, da idéia ao produto, do
pedido à entrega, abrindo possibilidades infinitas de NA WEB
gestão da empresa. Considere-se aí um programa de
CRM (Customer Relationship Management), e tere- A Internet tem atuado como propagadora das vanta-
mos um grau ainda maior de interatividade cliente- gens da rede Ethernet/TCP/IP. Também é um meio
produto. amigável para o prédio ou casa inteligente. Antes da
Afinal, se todos os processos estiverem integra- popularização da Internet, todas as atividades de uma
dos em uma só rede, reduziremos aquela distância casa, para serem geridas, necessitavam de uma rede
(hoje já bem menor) que separa o planejamento e ven- local, em campo.
das da produção. E todos esses, do cliente, do merca- Agora é possível ligar ou desligar a luz, acionar a
do. Sabendo o que o cliente pensa do produto, o quanto cafeteira, o forno de microondas ou outros eletrodo-
ele satisfaz suas necessidades, algo já comum atual- mésticos pela Web. De qualquer lugar, sem burocra-
mente, e estreitando os laços entre as áreas adminis- cia. É esse horizonte que aumenta o otimismo em
trativa e industrial, essa interação se fortalecerá. relação ao uso da Ethernet também no lar. É óbvio
que isso demandará softwares aplicativos, mais avan-
COMO FUNCIONA çados do que os existentes, para aumentar a funcio-
nalidade e segurança desses processos.
A Ethernet é a tecnologia mais utilizada nas redes Eles estão em desenvolvimento porém, e, com o cres-
locais, tendo sido especificada pela norma IEEE 802.3, cimento do mercado, se multiplicarão. Além disso, há
sendo desenvolvida inicialmente pela Xerox e, poste- outro ambiente próprio para comandar tudo isso: o
riormente, pela Xerox, DEC e Intel. telefone celular.
Uma rede Ethernet usa normalmente cabo coaxial Esse mesmo telefone que “encolhe” de tamanho e
ou par trançado, permitindo velocidades até 10Mbps “aumenta” em funções, por intermédio da tecnologia
(10Base-T). Os diversos dispositivos que estão liga- WAP (Wireless Application Protocol - protocolo de
dos à rede competem pelo acesso a ela por meio do aplicações sem fio), poderá ser o meio para acionar
protocolo CSMA/CD (“Carrier Sense Multiple Access os equipamentos conectados via Ethernet.
with Collision Detection”). Os dispositivos Ethernet têm Com isso, esquecer uma janela aberta, o forno
um endereço de 6 bytes (48 bits), que é atribuído por ligado, a luz acesa (grave delito em tempos de racio-
uma entidade central de forma a não haver endereços namento!) serão erros facilmente detectados e solu-
repetidos. Há a Ethernet rápida, a 100BASE-T, com cionados. E, entre uma ligação e outra, o que será
transmissão em velocidades de até 100Mbps. É usa- ainda mais agradável.
AUTOCAD APLICADO À
MECATRÔNICA
2a Par te
Sérgio Eduardo Macedo Rezende
Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos
Escola Politécnica da USP
57
MECATRÔNICA ATUAL Nº 2 - FEVEREIRO/2002 57
MECATRÔNICA ATUAL Nº 2 - FEVEREIRO/2002
SOFTWARE
Command: l
LINE Specify first point: mid
of
(Repita o processo para os outros
3 pontos)
Command: circle
Specify center point for circle or
[3P/2P/Ttr (tan tan radius)]: (Clique
em um ponto da tela)
Specify radius of circle or
[Diameter] <10.0000>: 10
Command: cp
COPY
Select objects: (Selecione a cir-
Figura 11 – Exemplo de copy. Figura 13 – Modelo Inicial.
cunferência) 1 found
Array
Command: array
Select objects: (Selecione o re-
tângulo e dê Enter)
Enter the type of array
[Rectangular/Polar] <R>: r
Enter the number of rows (—) <1>:
2 (Duas linhas)
Enter the number of columns (|||)
<1> 3 (Três colunas)
Enter the distance between rows
or specify unit cell (—): 15 (Distân-
cia entre as linhas)
Specify the distance between
columns (|||): 25 (Distância entre as
colunas)
Command: array
Select objects: (Selecione o re-
tângulo)
Select objects: (Dê enter)
Enter the type of array
[Rectangular/Polar] <R>: p
Specify center point of array: (Clique
em um ponto abaixo do retângulo)
Enter the number of items in the
array: 4
Specify the angle to fill (+=ccw, -
=cw) <360>:
Rotate arrayed objects? [Yes/No]
<Y>: y
EXERCÍCIOS