Aula 11 - Queimaduras

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

QUEIMADURAS

Profª Leticia Pedroso


Anatomia da pele
• A pele reveste e protege todo o corpo,
corresponde15 – 16% do nosso peso (10 – 11 kg
para uma pessoa de 70 kg).
• Responsáveis pela boa adaptação do organismo no
ambiente.
• Capacidade de regeneração, cicatrizando com
facilidade e prestando-se muito bem à realização
de transplantes, especialmente em casos de
queimaduras graves.
• Proteção contra o meio externo
• Regulação de líquidos
• Termorregulação
• Adaptação metabólica.
Camadas da pele:
• Epiderme: mais superficial e fina.
• Derme: camada íntima muito
ligada à epiderme composta por
tecido conjuntivo onde se
encontram várias estruturas.
• Camada subcutânea a musculatura
associada.
• Algumas camadas contêm
estruturas como glândulas sebácea,
sudoríparas, vãos sanguíneos,
folículos piloros e nervos.
Epidemiologia
• 4ª causa de morte por trauma.
• 20% de todas as vítimas de
queimaduras são crianças,
• Vitimas de lesão intencional ou
abuso infantil. É comum também
ver mulheres queimadas em casos
de violência doméstica, bem como
pessoas idosas, em casos de abuso
de idosos.
• Mesmo quando não levam a óbito,
as queimaduras severas produzem
grande sofrimento físico e
requerem tratamentos que duram
meses ou anos. Sequelas físicas e
psicológicas são comuns.
Queimaduras
• São lesões causados por
calor, substâncias químicas
ou radiações sobre o
revestimento do corpo,
podendo destruir desde a
pele até os tecidos mais
profundos, como ossos e
órgãos.
• Todo queimado deve ser
tratado como uma vitima de
trauma.
Paciente
queimado
• Provocar queimadura é
semelhante a fritar um ovo.
• Temperatura elevada ou
congelante, a radiação ou o
agente químico fazem com
que as proteínas da pele
sejam gravemente lesadas,
ocorrendo a desnaturação.
Características da
queimadura
• Queimaduras Térmicas
• Água fervendo.
• Congelamento.
• Fogo.
Queimaduras por
Radiação

• Solar.

• Microondas.
Queimaduras Elétricas
• Alta voltage: causa extensa destruição
muscular, isso resulta em liberação de
potássio e mioglobina.
• Potássio elevado pode causas arritmias
cardíacas. Mioglobina é toxica para rins –leva
IRA – mioglobinúria.
• Lesões associadas, como rompimento de
membranas timpânicas, dificultando a
audição, contração muscular intensa e
continua (tetania) – resultar em fraturas.
• Devem ser imobilizados coluna vertebral.
• Importante: antes de aproximar-se na vitima
ter certeza de que o doente não está mais em
contato com a fonte de eletricidade.
Queimadura elétricas
• Raio- matam 50 a 300
pessoa/ano.
• As principais ameaças são as
lesões neurológicas e
cardiopulmonares.
Queimaduras por
Substâncias
Químicas

• Ácidos.
• Álcalis.
• Derivados de
petróleo.
• Álcool.
• Fumaça- há três
elementos: lesão
térmica, asfixia e
lesão pulmonar
tardia produzida
por toxina.
Asfixiantes
• Dois produtos gasosos que são
classificados como asfixiantes, ou
seja, causa morte celular,
impedindo as células de receber ou
utilizar O2: monóxido de carbono e
o gás cianeto.
• Sinais e sintomas: cefaleia,
tontura, rebaixamento do nível de
consciência, coma ou morte.
Profundidade da
queimadura

• 1º grau: envolvem
somente a epiderme e
caracterizam-se por
serem avermelhadas e
dolorosas.
• Queimaduras solares
extensas – suscetível
à desidratação.
• Doente não apresenta
cicatrizes e dissipam
cerca de uma semana.
Profundidade
da queimadura
• 2º grau: envolvem a epiderme e
porções variadas da derme
subjacente.
• Podem ser superficiais ou
profundas.
• Formam bolhas, com aparência
brilhante ou base úmida,
porque a epiderme descolou.
• Causam dor.
• Cicatrização de duas ou três
semanas.
• Ex. água fervendo.
Profundidade
da queimadura
• 3º grau: dano completo de
toda derme e epiderme.
• Lesões são espessas, secas,
esbranquiçadas, aparência
de couro.
• Em casos graves a pele
aparece chamuscada.
• Sentem dor, pois a
espessura pode ser parcial e
superficial.
Profundidade da
queimadura
• 4º grau:
acometem não
sometem todas as
camadas da pele,
mas também o
tecido subjacente,
os músculos, os
ossos, órgãos
internos.
Extensão
• Necessária determinar a
gravidade da lesão, o melhor
local para tratamento do doente
e para repor fluidos, de
maneira apropriada e evitar
complicações associadas ao
choque hipovolêmico decorrente
da queimadura.
• O método mais amplamente
usado é a “regra dos nove”
para saber a porcentagem de
área queimada.
• Aplica principio de que as
principais regiões do corpo, em
adultos, representam 9% da
área corporal superficial total.

Classificação do
paciente queimado
• Pequeno queimado:
tratamento ambulatorial,
sem indicação de
internação: < 10%
• Médio queimado: internação
em enfermarias: entre 10 a
25% queimaduras de 2º
grau e 10% de 3º grau.
• Grande queimado: maior
que 30% e crianças maior
que 20%
Regra
dos
nove
Avaliação do doente
queimado

• Profundidade e extensão (pela


regra dos nove).
• Envolvimento de áreas críticas
(mãos, pés, face e genitália).
• Idade da vítima (crianças e
idosos possuem maior risco).
• Presença de lesão pulmonar por
inalação.
• Presença de lesões associadas
(outros traumatismos).
• Doenças preexistentes (diabetes
melito, insuficiência renal etc.).
Atendimento ao paciente
queimado
• Segue praticamente a mesma sequência do
atendimento de uma vítima com outras formas de
trauma.
• Não se torne também uma vítima.
• Considerar o grande queimado como
politraumatizado, porque frequentemente há
lesões associadas.
• Quando o doente é admitido no hospital após
sofrer uma queimadura, temos que ficar atentos
para a possibilidade de envolvimento da via aérea
(inalação de fumaça).
• A inalação de fumaça produz uma queimadura
química nos pulmões.
Atendimento ao
paciente queimado
• Dar banho no paciente se possível.
• Administrar analgésicos e sedativos – morfina –
somente EV.
• Obrigatório sondagem vesical e nasogástrica.
• Infundir volume de solução cristalóide (Ringer
Lactato) atingindo débito urinário:
• Bebê: 2ml/kg/h
• Criança – 1ml/kg/h
• Adulto – 30 a 50 ml/h.
• Em queimaduras elétricas aumentar a oferta de
líquidos para garantir diurese no adulto de 100ml/h.
Indicadores de lesão
pulmonar por
inalação de fumaça
• História indicando que
a queimadura ocorreu
em área restrita;
• Queimadura de face e
pescoço;
• Pêlos nasais
chamuscados;
• Rouquidão, alteração na
voz, tosse seca, estridor,
escarro com fuligem,
escarro saguinolento;
• Respiração difícil ou
taquipnéia.
A - Vias aéreas – intubar precocemente – calor de um incêndio pode causar
edema de glote.

B - Respiração Ventilação mecânica – as queimaduras contraem a parede


do tórax.

Sala de C- Puncionar 2 acessos venosos c/ abocath calibroso, coleta de exames e

emergência reposiçãi volêmica agressiva

D - Avaliar efeito de toxinas inaladas, como monóxido de carbono e o cianeto


de hidrogênio.

X- Expor a vitima investigando cada centímetro da pessoa. Atenção para


exposição da hipotermia. Retirar apenas as vestes solta e adereços.
Reposição de
volume – fórmula
de Parkland
• Fórmula de reposição de
volume nas 1ªs 24h (4ml Ringer
Lac. x Kg x % queimada).
• ½ do volume total:
administrado nas primeiras 8h
• ½ restante: administrado nas
16h seguintes
• Monitorizar pulso no membro
queimado.
• Controle de SSVV,
monitoramento cardíaco e
instalação de PVC.
Cuidados com queimado
• Usar agentes antibacterianos tópicos para reduzir a população bacteriana –
Sulfadiazina de prata (Silvadene), Nitrato de Prata e Acetato de Mafenide
(Sulfamylon) e Acticoat (curativo pronto)
• Curativo oclusivo – função diminuir a dor, diminuir a contaminação e evitar a perda
de calor.
• Lavar com água e SF, enfaixar em “escama de peixe” com morim ou raion embebido
com vaselina líquida estéril, enfaixar com gaze de rolo (se possível estéril), algodão
ortopédico e atadura crepe.
• Nunca usar xylocaína gel, furacin, butazin. (não enfaixar girando, e sim como escama,
indo e voltando, “sem dar voltas”).
• Mão – lesões nas mãos, colocar morim dedo à dedo, as gazes entre os dedos, e enfaixar
inteiro tampando sempre as extremidades, tanto nas mãos, quanto nos pés, mesmo se
os dedos não estejam lesados, e sempre enfaixar com os dedos totalmente esticados.
• Face - lavar orelha, boca, fazer tricotomia do crânio, colocar gazes com SF nos olhos.
Observar o paciente em relação à respiração.
Observações

• Há casos onde é
preciso enxertos,
tirando pele de
uma área sadia e
recobrindo a lesão,
há casos que
precisam de
reconstituição
plástica, e há
lesões de
extremidades onde
há necrose levando
a amputar.
Perguntas??

Você também pode gostar