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dos 4 a 5 anos, estão no início da moldagem da sua autoestima. Uma vez que a
autoestima dessa criança é contingente ao sucesso, ela pode passar a ver o fracasso
ou a crítica como um indicador direto do seu valor, fazendo com que ela apresente
características de um padrão “incapaz”, apresentada por vezes pelos autores como
uma “incapacidade aprendida”.
Outro aspecto a se considerar é a compreensão emocional que a criança possui de
acordo com a idade. Apresentado por Harter (1996) as crianças de 4 a 5 anos, não
possuem a sofisticação cognitiva para reconhecer as emoções e o que as causam.
Representando muitas vezes suas emoções por expressões e gestos.
Wallon postula o desenvolvimento infantil pautado numa educação integral que soma
afetividade, psicomotricidade e cognição, sendo essas três interdependentes. Assim,
a criança, desenvolvendo afeto e afinidade por uma determinada atividade, passa a
realiza-la com mais vontade, influenciando diretamente no desenvolvimento de sua
psicomotricidade e, consequentemente, na cognição. Seguindo isso, no dia 13 de
outubro foi feita uma festa a fantasia na escola, onde foram desenvolvidas diversas
atividades lúdicas que focavam, principalmente, no desenvolvimento psicomotor.
O aluno Rhuan, durante uma atividade de acertar arcos em um cone, que trabalha o
conceito de noção espacial, mostrou-se bastante empolgado com a atividade. A cada
acerto obtido, o garoto se afastava mais da linha limite determinada pela
professora, se desafiando e arriscando novos limites. Observa-se, então, que ao
estar em contato com uma atividade que lhe traz afetividade, o aluno trabalhou
também a própria psicomotricidade (nas tentativas de acertar o arco no cone), fator
indispensável para o desenvolvimento da cognição. Ele realizou por volta de 5
tentativas e depois foi praticar outra atividade com os colegas.
No dia 13 de outubro, foi possível perceber como se dá essa percepção para além do
convívio com outros alunos, mas também com objetos auxiliares, por exemplo, um
espelho. A aluna Kessia sentou de costas para um espelho da sala, entretanto, em
nenhum momento virou completamente sua atenção para a professora, visto que
aparentava mais interessada em olhar-se no espelho enquanto fazia “caretas”. Quando
a professora saia de sala ou virava sua atenção para outro aluno, a aluna subia na
cadeira e começava a fazer “caretas” e a remexer todo o seu corpo, mantendo o olhar
fixo nos próprios movimentos. Fez isso por volta de umas 3 vezes até a professora
notar e chamar sua atenção.
Martin GM. Obesity in question: understandings of body shape, self and normalcy
among children in Malta. Sociol Health Illn. 2015;37:212‐26.