TCC Luiz Augusto Frazatto Fernandes Assinado
TCC Luiz Augusto Frazatto Fernandes Assinado
TCC Luiz Augusto Frazatto Fernandes Assinado
CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELETRÔNICA
Florianópolis
2022
Luiz Augusto Frazatto Fernandes
Florianópolis
2022
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
“Bacharel em Engenharia Eletrônica” e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Graduação em Engenharia Eletrônica.
Banca Examinadora:
Agradeço a meus pais, Miria Reschette Frazatto Fernandes e Luiz Antonio Fernan-
des, e ao meu irmão, Luiz Antonio Frazatto Fernandes, pelo suporte incondicional e apoio
durante a jornada.
Ao meu orientador, Jader Alves de Lima Filho, pelas discussões, incentivos e
ensinamentos fornecidos durante todo o período em que trabalhamos juntos.
Aos professores Marcio Schneider e Cesar Rodrigues por sanarem eventuais dúvidas
e fazer sugestões quanto a este trabalho.
Ao professor Fabian Riaño pelo suporte técnico e ajuda na utilização das ferramen-
tas de desenvolvimento do projeto.
Ao meu amigo Tiago Angioletti, pela ajuda com a revisão deste documento e
apresentação.
Aos meus amigos Gustavo Fukushima, Vitor Osni e Rodrigo Martinez pelo auxílio
gramatical e revisão deste documento.
E aos meus demais colegas de laboratório e de curso, por darem ouvidos às minhas
explicações eventuais na tentativa de compreender eletrônica analógica.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/ESTADO DA ARTE . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 METODOLOGIA E MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.1 Da escolha da tecnologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 DA DETERMINAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS . . . . . . . 20
2 FUNDAMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1 ESTRUTURA BÁSICA DE UM AMPOP . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 SEGUNDO ESTÁGIO - AMPLIFICADOR CLASSE AB . . . . . . . . . . 23
2.3 MODIFICAÇÕES PARA OPERAÇÃO EM TENSÕES DE ALIMENTAÇÃO 24
2.3.1 Da maximização da excursão à entrada . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.2 Da maximização de excursão à saída . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 TOPOLOGIA COMPLETA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.5 COMPENSAÇÃO EM FREQUÊNCIA E TÉCNICA DE POLE SPLITTING 28
2.5.1 Cancelamento Ativo de Zero de Miller . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3 DO PROJETO DO AMPOP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1 ESPECIFICAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 DO PRIMEIRO ESTÁGIO – DOUBLE-FOLDED CASCODE . . . . . . . 35
3.2.1 Projeto do par diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2.1.1 Polarização do par diferencial por corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2.2 Projeto de espelho de corrente cascode . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3 PROJETO DO ESTÁGIO DE SAÍDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.3.1 Diminuição da corrente de polarização do estágio cascode . . . . . 41
3.4 COMPENSAÇÃO EM FREQUÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4 RESULTADOS OBTIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 SIMULAÇÕES DC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1.1 Ponto quiescente do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1.2 Consumo de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.1.3 Função de transferência DC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.2 SIMULAÇÕES AC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.1 Corner Cases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.2 CMRR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2.3 PSRR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.3 SIMULAÇÕES TRANSIENTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.3.1 Resposta ao degrau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.3.2 Medição do slew-rate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.3.3 Seguidor de tensão e ondas senoidais . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3.4 Distorção harmônica do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.4 DISCUSSÃO SOBRE OS RESULTADOS E MELHORIAS . . . . . . . . . 62
4.4.1 Comparação dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.4.2 Melhorias e correções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
APÊNDICE A – ERROS DE ESPELHAMENTO DE CORRENTE 72
A.1 METODOLOGIA DE COMPARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A.2 ERROS POR ESPELHAMENTO SIMPLES . . . . . . . . . . . . . . . . 73
A.3 ERROS POR ESPELHAMENTO CASCODE . . . . . . . . . . . . . . . 74
APÊNDICE B – ESPELHO DE CORRENTE CASCODE DE
ALTA EXCURSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.1 PROJETO E DIMENSIONAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.2 AJUSTE NO TRANSISTOR AUXILIAR DE POLARIZAÇÃO . . . . . . . 78
APÊNDICE C – COMPENSAÇÃO ATIVA DE MILLER . . . . . 80
APÊNDICE D – PONTOS DE OPERAÇÃO EM FUNÇÃO DO
MODO COMUM . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
16
1 INTRODUÇÃO
VDD
+
V+
VO
−
V−
VSS
V+ : Entrada não-inversora
V− : Entrada inversora
VO : Saída em tensão
VO = Ad (V+ − V− ) (1)
ADC
Ad (s) = (2)
1 + ωsc
ADC
Ad (jω) = (3)
1 + jω
ωc
100
80
Magnitude (dB)
60
40
20
0
-20
10 -1 10 0 10 1 10 2 10 3 10 4 10 5
Frequency (Hz)
0
-30
Phase ( ° )
-60
-90
-120
10 -1 10 0 10 1 10 2 10 3 10 4 10 5
Frequency (Hz)
Figura 2 – Função de transferência do ganho de um amplificador operacional.
O circuito, depois, será avaliado por meio de simulações realizadas por meio do
ambiente da Cadence Design Systems, a fim de se validar o funcionamento adequado do
amplificador.
As topologias que serão estudadas e tidas como base neste trabalho são relativa-
mente clássicas, mas voltadas a aplicações cujas tensões de alimentações são baixas. Para
isso, é necessário que essas sejam alteradas, sendo possível executar tais circuitos com
apenas dois estágios e de maneira mais compacta (LANGEN; HUIJSING, 1998).
No caso de uma topologia de amplificador operacional de dois estágios, uma das
mais comuns utilizada no primeiro é a Folded Cascode (FC), cuja alta impedância de
saída gera um ganho de tensão significativo ao sinal. Ademais, a escolha da configuração
Rail-to-Rail (RTR) In/Out permite que o modo comum do circuito seja utilizado em todo
o alcance das fontes de alimentação, tornando o circuito funcional como um seguidor de
tensão (ESCALERO, 2018), como requerido pela aplicação em vídeo.
Já o segundo estágio, que também terá capacidade de oferecer saída em tensão
próxima dos trilhos de alimentação do circuito, será baseada em um amplificador de saída
classe AB. A polarização desse, no entanto, deve ser ajustada para se lidar com as baixas
tensões de alimentação permitidas pela tecnologia de 65 nm escolhida.
Apesar de a topologia escolhida ser extremamente comum, as metodologias de
se projetar um circuito desse tipo são variáveis, bem como pequenas alterações em sua
configuração, a fim de se obter diferentes resultados. Um exemplo de tal flexilidade é vista
em Wang et al. (2019), que projetam um amplificador tendo como base o ruído requerido
à entrada. A metodologia de projeto, em geral, é governada justamente pela aplicação do
circuito.
Já Assaad e Silva-Martinez (2009) propõem um primeiro estágio, denominado
recycling folded-cascode, cuja ênfase é na eficiência do circuito. Essa configuração faz com
que, sob as mesmas especificações de área ocupada e potência dissipada, parâmetros como
slew-rate e banda passante sejam, praticamente, dobrados, enquanto incrementa o ganho
do amplificador em 6 dB.
Por sua vez, outro parâmetro que deve ser considerado no projeto do amplificador é
a linearidade obtida. Uma vez que se lida com uma entrada Rail-to-Rail (RTR), utilizam-se
dois pares de transistores em configuração diferencial: um PMOS e outro NMOS. Portanto,
para que se possa evitar que ambos os transistores conduzam simultaneamente para um
dado valor de modo comum, tornando a transcondutância, e, consequentemente, o ganho
do circuito variável, há de se criar circuitos auxiliares para se fazer o controle desse ganho
(MALDOVAN; LI, 1997; REDMAN-WHITE, 1997; CARRILLO et al., 2004).
Existem topologias mais avançadas e que podem obter um desempenho superior
em algumas aplicações, como os mostrados em (UHRMANN et al., 2009; LI et al., 2019),
Capítulo 1. Introdução 19
mas esses apresentam, de maneira geral, um projeto muito mais complexo e avançado,
frequentemente possuindo mais de dois estágios.
1.2 OBJETIVOS
Os transistores serão do tipo IO, com óxido de porta mais espesso. Novamente,
além desse apresentar uma maior tensão máxima de operação, de 2.5 V, em comparação
com os transistores padrões da tecnologia, de 1.2 V, a facilidade de projeto foi considerada.
Há, no entanto, a necessidade de se enfatizar que, para o caso de se utilizar os transistores
de 1.2 V, o uso de uma topologia RTR é ainda mais importante, haja vista que quaisquer
perdas de excursão são muito mais significativas.
2 FUNDAMENTAÇÃO
VDD
M10 M11
vs
2
vs
g vs
g − v2s vs
g
2 m,10,11
vs
g
2 m,10,11 vout
2 m,10,11 2 m,10,11
VB3 vs
g
2 m,10,11
M24 M25
+ VI,CM vs vs
− g
2 m,10,11
g
2 m,10,11
M26 M27
VSS
A entrada diferencial, composta pelo par M10,11 , faz com que a diferença de tensão
vs aplicada em suas portas sejam convertidas em correntes. Essas correntes são alimentadas
aos terminais de fonte de M24,25 em contra-fase, e por sua vez, o espelho em M26,27 garante
a soma de correntes, tornando a saída unilateral, dada por vout .
As estruturas folded cascode (FC) garantem uma impedância de saída alta ao
estágio, e, portanto, fazem com que o ganho desse estágio seja o principal no circuito:
Capítulo 2. Fundamentação 23
VDD
IB,OU T
vout vout,2
GM
M32
VSS
Quanto à impedância de saída desse, ela é dada pela resistência vista entre o dreno
e a fonte do transistor, considerando polarização por fonte ideal de corrente. Portanto,
ROU T,2 = rds,32 .
Apesar dessa resistência de saída não ser necessariamente baixa quando comparada
a uma carga de, por exemplo, 150 Ω, ela já é muito mais desejável a um sistema cuja saída
é dada em tensão. Sendo assim, é evidente que o desempenho do circuito melhorou quanto
à transferência de tensão da entrada para a saída com uma simples associação. Além disso,
o transistor utilizado possui uma configuração de fonte-comum (common-source, CS), que
garante ainda um ganho ao sinal.
Uma vez que a estrutura geral do amplificador quanto aos estágios de ganho e
operação fora determinada, parte-se para ajustes da topologia em função da aplicação
desejada.
Dado que o amplificador operará sob baixas tensões, sendo VDD − VSS = 2.5 V, é
fundamental que ele tenha uma grande capacidade de excursão do sinal à entrada e à saída,
para que toda a banda possível seja aproveitada. As subseções a seguir tratam de descrever
as modificações que foram aplicadas ao circuito para transformá-lo num rail-to-rail, ou
seja, com entrada e saída sendo excursionáveis entre as tensões de alimentação.
Capítulo 2. Fundamentação 25
Figura 5 – Faixa de operação da tensão de modo comum à entrada dos pares diferenciais
NMOS, PMOS e a combinação resultante de ambos.
Capítulo 2. Fundamentação 26
VDD
M20 M21
VB1
VB2
M10 M11
vout
vs
2
− v2s VB3
VI,CM VI,CM M24 M25
IB,IN
M26 M27
VSS
Figura 6 – Estrutura de uma amplificador double folded cascode, com maior capacidade
de excursão de tensão à entrada. A fonte de tensão VI,CM foi omitida por uma
questão de simplicidade.
do ganho, vez que não se quer operar tendendo à saturação do sinal à saída.
VDD
M30
vout vout,2
GM
M31
VSS
Para que tal efeito seja alcançado de fato, evitando a operação do segundo estágio
como um literal inversor, há a necessidade de se polarizar os transistores M30 e M31
previamente. O padrão para se solucionar esse problema, então, está na utilização de um
“multiplicador de VBE ”, ou numa fonte de tensão flutuante (LANGEN; HUIJSING, 1998),
sendo essas estruturas responsáveis pela determinação do ponto quiescente do circuito.
Como no circuito da Figura 7 o sinal é responsável por polarizar os transistores do
estágio de saída, haverá uma região “morta” na função de transferência dessa configuração,
como na Figura 8. Para eliminá-la, utiliza-se a solução supradescrita, com uma fonte de
tensão que polariza M30 e M31 , conforme Figura 9.
Dessa forma, o circuito possui uma maior linearidade, às custas do aumento do
consumo de potência, já que uma corrente DC fluirá pelo amplificador à saída.
A partir do que fora descrito até aqui, então, chega-se, por fim, à topologia do am-
plificador que será enfatizada no projeto. Tal configuração foi apresentada em (LANGEN;
HUIJSING, 1998), e também em (HUIJSING, 2016).
As fontes de tensão flutuantes são implementadas pelos transistores M40−43 , e o
objetivo dos transistores M44−47 e das correntes IBN e IBP é justamente polarizá-los para
operar em saturação. Para que tal rede seja independente de variações à entrada (HUIJ-
SING, 2016), pode-se utilizar a malha translinear composta por: M20,40,44,45 e M26,41,46,47 .
Capítulo 2. Fundamentação 28
Figura 8 – Zona morta (dead zone) de um amplificador auto-polarizado com ganho uniário
na região ativa.
Com essa malha devidamente polarizada, a corrente que polariza o estágio de saída
deve ser obtida por meio do equacionamento e do dimensionamento desses transistores.
Para que se poupe energia, no entanto, é razoável diminuir essas correntes.
VDD
M30
IOU T
VAB
+
−
vs /2
vout vout,2
−vs /2 GM
M31
VSS
VB2
IB,IN
M30
IB,IN
VB3
M24 M25 M46
IB,P
VSS
vout,1
vout,2
gm,1 −gm,2
complexo esquerdo. Ainda nessa figura, após a técnica de pole-splitting ser aplicada, é
perceptível um aumento da margem de fase de aproximadamente 8.2◦ para 65◦ , sob o
custo da diminuição da banda.
Dessa forma, garante-se que a margem de fase seja o suficiente para não haver
inversão do sinal, havendo, de fato, realimentação negativa quando essa for necessária. De
acordo com o Teorema de Miller, então, pode-se calcular o impacto da capacitância CM
tanto no primeiro quanto no segundo polo de acordo com as relações:
Capítulo 2. Fundamentação 31
CM
vout,1
vout,2
gm,1 −gm,2
ZM ZM
ZM,out,1 = = ∴ (12)
1 − (KV ) 1 + gm,2 rout,2
CM,out,1 = CM (1 + gm,out,2 rout,2 ) = CM (1 + |KV |) (13)
KV gm,2 rout,2
ZM,out,2 = ZM = ZM ∴ (14)
KV − 1 1 + gm,2 rout,2
(1 + gm,out,2 rout,2 ) (1 + |KV |)
CM,out,1 = CM = CM (15)
gm,out,2 rout,2 |KV |
60
Magnitude (dB)
40
20
0
Uncompensated
-20 Compensated
-40
10 -1 10 0 10 1 10 2 10 3 10 4
Frequency (Hz)
0
-30
-60
Phase ( ° )
-90 Uncompensated
-120 Compensated
gm,2
fz′ = (16)
2πCM
gm,2
f2′ = (17)
2πCL
Assim, é fundamental que se garanta que esse efeito não interfira na margem de
fase do circuito todo. A primeira maneira de se fazer isso seria por meio de um resistor
em série com o capacitor de Miller. O papel desse resistor seria, mesmo em frequências
nas quais o feedforward desviaria o sinal diretamente para a saída do segundo estágio,
limitar esse efeito do zero fornecendo uma impedância constante em função da frequência.
Há, no entanto, como realizar essa mesma compensação de maneira ativa por meio de um
transistor cascode no loop de Miller, como visto na Figura 14.
A função desse transistor é aumentar o ganho no loop de Miller, fazendo com
que a realimentação do sinal à entrada do segundo estágio seja maior. Antes, o fator de
realimentação βF B = vf b /vout,2 era dado em função do divisor capacitivo formado por CM
e C1 , sendo βF B = CM /(C1 + CM ); agora, há de se considerar o ganho do novo transistor
Capítulo 2. Fundamentação 33
Figura 14 – Circuito equivalente com compensação ativa de Miller realizada pelo transistor
MC .
CM
vout,1 vf b
MC vout,2
−gm,2
vbias
cout,1
VB2
IB,IN
M30
CM,P
M12 M10 M11 M13 M40 M42
VAB vout,2
+
− CM,N
vs
− v2s M41 M43
2
M31
VI,CM VI,CM
IB,IN
VB3
M24 M25 M46
IB,P
VSS
3 DO PROJETO DO AMPOP
3.1 ESPECIFICAÇÕES
Para que se pudesse realizar o projeto do primeiro estágio, utilizou-se como base o
que fora apresentado em (CARUSONE; JONES; MARTIN, 2011), para o projeto de um
amplificador folded cascode. Determinou-se que a corrente necessária no amplificador não
deva ser maior do que 400 µA, já que serão utilizados transistores IO, cujo VDD −VSS = 2.5
V. Assim, para que não se consumisse potência desnecessariamente no circuito, fez-se essa
limitação. Além disso, a corrente do primeiro estágio possui uma relação direta com o
Slew-Rate (SR) do amplificador.
Para a determinação das dimensões dos transistores de entrada, M10 a M13 , con-
forme a Figura 16, utilizam-se as relações abaixo:
′
µCox W
ID,SAT = VOV 2
(18)
2 L
VOV = |VGS | − |VT H | (19)
em inversão fraca, obtendo assim a melhor relação entre transcondutância por corrente,
gm /ID , de acordo com Schneider e Galup-Montoro (2010).
Outra vantagem da utilização de transistores de entrada em inversão fraca está na
possibilidade de se compensar mais linearmente a sobreposição dos gm dos transistores de
entrada, conforme Huijsing (2016).
A desvantagem de se utilizar um nível de inversão baixo, no entanto, está no
elevado consumo de área dos transistores. Além disso, há a necessidade de se utilizar
outras equações para a modelagem o comportamento dos dispositivos, já que a relação de
corrente com a tensão não é mais quadrática, mas sim exponencial.
Por uma questão de simplicidade e para se evitar o grande consumo de área,
utilizar-se-ão apenas transistores em inversão forte neste trabalho.
Por fim, para polarização do par diferencial, dois espelhos de corrente serão utili-
zadas, um que implementa uma current sink, que polariza o par tipo N, e uma do tipo
current source, para polarização do par de tipo P, como visto na Figura 18.
Para implementação com tensão de operação reduzida, optou-se por utilizar um
espelhamento simples para ambos os casos. Em compensação, como no espelho simples a
impedância de saída do espelho é menor, há a necessidade de se utilizar transistores com
comprimento de canal maior para atingir uma precisão suficiente no espelhamento.
Conforme pode ser visto no Apêndice A, o erro proporcional de espelhamento
tende a diminuir com o aumento do comprimento de canal para uma tensão efetiva
fixa. Portanto, opta-se por fazer LB,IN,SIN K = LB,IN,SOU RCE = 1.12 µm. Assim, o erro
Capítulo 3. Do projeto do AmpOp 37
Considerando-se que uma corrente de 100 µA flui por M22−25 , pode-se dimensionar:
W22,23 = 3 × W24,25 = 3×. Uma tensão de overdrive, ou tensão efetiva, de 150 mV foi
Capítulo 3. Do projeto do AmpOp 38
VDD
ISIN K,REF
IB,IN
IB,IN
VSS
considerada.
Ainda no primeiro estágio do amplificador mostrado na Figura 10, dimensionam-se
os transistores M20−23 e M24−27 , que configuram espelhos de corrente cascode wide-swing.
A ideia de tal espelho é aumentar a excursão do sinal de tensão à saída do primeiro
estágio, polarizando os transistores M20,21 e M26,27 na iminência da saturação. Isso é feito
por meio de duas fontes de tensão, VB2 e VB3 , geradas a partir de transistores e fontes de
corrente auxiliares, conforme fora desenvolvido no Apêndice B.
Além disso, há outro aspecto de funcionamento do circuito a ser considerado: a
conexão da porta de M20 no dreno de M22 garante que essa estrutura funcione como
um espelho de corrente. Dessa forma, com a fonte de corrente flutuante representada
por M40,41 , a corrente que flui por M22,23 se mantém constante, mesmo quando o par
diferencial M12,13 está desativado. Pode-se, então, garantir que a polarização do estágio de
saída não varia com o modo comum do amplificador operacional de maneira significativa,
formando efetivamente uma malha de transcondutância para o controle, conforme visto
em (HUIJSING, 2016).
Considerando-se, ainda, que os transistores M20,21,26,27 estão somando, a priori, as
correntes dos estágios diferenciais e das estruturas cascode, vide Figura 19, elas terão o
dobro de largura, para poder manter a tensão efetiva condizente com o planejado acima
para os demais transistores.
Para a determinação do comprimento de canal utilizado nesses componentes, refere-
se ao Apêndice A, para que se possa perceber qual o erro aceitável no espelhamento das
Capítulo 3. Do projeto do AmpOp 39
100 µA 100 µA
100 µA
VSS
correntes.
Como dito no capítulo anterior, as fontes de tensão flutuantes, que são representadas
pelos transistores M40−43 podem ser elaboradas por meio das malhas translineares que
equacionam os transistores envolvidos, como enfatizado na Figura 20. Para tal, faz-se o
seguinte equacionamento:
As tensões efetivas de M46,47 podem ser feitas iguais para facilitar o projeto. Dessa
forma, polarizam-se esses dois transistores com uma fonte de corrente IB,N menor que as
correntes que fluem pelo amplificador, para que o circuito seja mais efetivo energeticamente.
Capítulo 3. Do projeto do AmpOp 40
VDD
IB,N
M40 M42
M41 M43
VB3
M24 M25 M46
VSS
Figura 20 – Malha translinear utilizada para polarização das fontes flutuantes e do estágio
de saída.
máximo de 2 mA para todo o circuito, mas levando em consideração que o modo comum
fosse tal que ambos os estágios diferenciais estivessem ativos, ou seja, no máximo consumo
de corrente do circuito.
VDD
M30
1 mA
1 mA
M31
VSS
pode-se diminuir a razão de aspecto desses transistores em 5 vezes também, sem maiores
prejuízos no circuito.
Portanto, as dimensões utilizadas são dadas por:
4 RESULTADOS OBTIDOS
Neste capítulo, tratam-se dos resultados obtidos com o circuito projetado, simula-
ções diversas e comentários finais sobre o circuito.
Para todas as simulações, considera-se que a temperatura de operação do circuito
é de 27 ◦ C, exceto quando especificada outra.
4.1 SIMULAÇÕES DC
−
V+ CL RL
Laux
Caux
VCM
é representado por VOV neste trabalho. Há uma discrepância pequena entre os valores
desse e os valores projetados de 150 mV em função da influência da polarização do circuito
dentro da própria tensão de limiar e mobilidade.
Para o caso do ponto de operação DC para tensões de modo comum de -1 V e 1 V,
refere-se ao Apêndice D.
Uma vez que esse circuito foi devidamente configurado, com cargas e com o circuito
auxiliar, verifica-se o consumo de potência do AmpOp. Na Figura 23 é possível confirmar
que o consumo está dentro do parâmetro de 2 mA. A corrente consumida é maior na faixa
central, já que os dois pares diferenciais estão ativos. Além disso, nota-se que o circuito
opera próximo das tensões de alimentação.
o sinal de entrada mesmo quando ele atinge as tensões máximas suportadas, de ±1.25 V.
4.2 SIMULAÇÕES AC
120
VICM = -1 V
Magnitude (dB)
100
80 VICM = 0 V
60 VICM = 1 V
40
20
0
-20
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
0
-20
-40 VICM = -1 V
-60 VICM = 0 V
Phase ( ° )
-80 VICM = 1 V
-100
-120
-140
-160
-180
-200
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
100
80
Magnitude (dB)
60
40
20 Temp = -20 ° C
0 Temp = 125 ° C
-20
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
0
-50
Phase ( ° )
-100
Temp = -20 ° C
-150
Temp = 125 ° C
-200
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
é estável, tendo uma margem de fase sempre superior a 45◦ para as condições estudadas.
Na Tabela 7, estão dispostos as margens de fase obtidas nas simulações, bem como
os ganhos de tensão DC, ADC , e frequência de ganho unitário, fu para os casos mais
extremos de variação do processo e em função do modo comum. É verificado, então, que
o circuito não possui grandes variações com relação ao caso típico (TT), mesmo nas
variações mais extremas, como FF (Fast-Fast) ou SS (Slow-Slow), verificando-se, assim,
que o circuito é relativamente robusto.
A Figura 30 mostra as curvas obtidas em cada caso para uma tensão de modo
comum de 0 V, na temperatura de 27 ◦ C, para os corners disponíveis.
Capítulo 4. Resultados obtidos 50
120
100 TT
Magnitude (dB)
80 FF
60 SS
FS
40
SF
20
0
-20
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
0
-20
-40
-60
Phase ( ° )
TT
-80
-100 FF
-120 SS
-140 FS
-160 SF
-180
-200
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
4.2.2 CMRR
ADIF F
CMRR = (26)
ACM
ADIF F
CMRRdB = 20 log10 (27)
ACM
Sendo ADIF F o ganho do AmpOp com relação à entrada diferencial, e ACM , com
relação ao modo comum.
A simulação, então, que caracteriza tal parâmetro foi configurada da seguinte forma:
• Duas diferentes medidas foram tiradas: uma em função do modo comum DC para a
frequência de 100 Hz, e outra em função da frequência para modos comuns DC de
-1 V, 0 V e 1 V.
Na Figura 31, fica evidente que a |CMRR| possui um valor razoavelmente alto,
exceto nas proximidades das tensões de operação do circuito (±1.25 V).
180
160
|CMRR| (dB) @ f = 100 Hz
140
120
100
80
60
-1.25 -1 -0.75 -0.5 -0.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
VICM
4.2.3 PSRR
140
120
100
|CMRR| (dB)
80
60
40
VICM = -1 V
20 VICM = 0 V
VICM = 1 V
0
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
ADIF F
PSRR = (28)
AP S
ADIF F
PSRRdB = 20 log10 (29)
AP S
Idealmente, assim como a CMRR, a rejeição de sinais AC da fonte deveriam
ser totais. O estágio diferencial à entrada previne que essa seja elevada, uma vez que,
pela simetria do circuito e pela extração do sinal via diferença de tensões, quaisquer
amplificações tendem a se cancelar. No entanto, o descasamento de dispositivos no estágio
diferencial pode deixar influenciar muito nessa medida, atenuando a PSRR.
Além disso, é visível que, no estágio de saída, o amplificador classe AB atua como
um amplificador também para sinais AC nas fontes de alimentação, já que M30,31 estão
em configuração de fonte comum.
Além disso, serão tratadas duas PSRR: uma associada à fonte de tensão negativa,
VSS , chamada PSRR−, e uma à positiva, VDD , chamada PSRR+.
As simulações, então, foram configuradas da seguinte forma:
• Duas diferentes medidas foram tiradas: uma em função do modo comum DC para a
frequência de 100 Hz, e outra em função da frequência para os modos comuns de -1
V, 0 V e 1 V.
• Duas fontes foram consideradas como tendo uma componente AC, mas uma por vez:
VDD + vdd,AC , para a caracterização da PSRR+ e VSS + vss,AC , para a caracterização
da PSRR−.
-40
-60
-80
-100
-120
-140
-1.25 -1 -0.75 -0.5 -0.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
VICM
20
VICM = -1 V
VICM = 0 V
0
VICM = 1 V
-20
PSRR+ (dB)
-40
-60
-80
-100
-120
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
20
VICM = -1 V
VICM = 0 V
0
VICM = 1 V
-20
PSRR- (dB)
-40
-60
-80
-100
-120
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Frequency (Hz)
O circuito LC auxiliar não foi necessário, haja vista que, com a realimentação
unitária do seguidor de tensão, o simulador conseguia determinar o ponto quiescente de
operação do AmpOp.
A partir do resultado obtido, que pode ser visto na Figura 36, é perceptível que o
sinal à saída do AmpOp não é idêntica ao sinal da entrada com relação ao tempo. Isso
acontece em função de uma limitação natural existente em amplificadores operacionais
conhecida como slew-rate (SR), ou a taxa máxima de variação do sinal de tensão à saída do
circuito. Essa limitação existe em função da corrente máxima que o amplificador consegue
fornecer, bem como a capacitância de carga vista por esse amplificador.
Figura 36 – Simulação transiente com entrada de trem de pulsos variando entre as tensões
de alimentação.
Uma vez que, no resultado visto na Figura 36, há uma limitação de SR no circuito,
não é possível verificar o efeito da margem de fase na resposta. São feitas, então, duas
Capítulo 4. Resultados obtidos 56
simulações com entradas de menor amplitude para que possa verificar tal efeito. Na
Figura 37 vê-se que há uma oscilação na resposta do circuito. Isso se deve justamente em
função da margem de fase, que não é elevada, e portanto o sistema tem comportamento
subamortecido.
Já na Figura 38, ainda é possível verificar o comportamento sub-amortecido da
margem de fase, mas esse já não é tão acentuado em função da maior amplitude do sinal
e interferência do slew-rate.
10
7.5
2.5
Voltage (mV)
-2.5
-5
-7.5 Output
Input
-10
75 85 95 105 115 125 135 145 155 165 175
Time (ns)
Figura 37 – Simulação transiente para seguidor de tensão com pulso de baixa amplitude
à entrada.
300
250
200
150
100
Voltage (mV)
50
-50
-100
-150
-200
Output
-250 Input
-300
75 85 95 105 115 125 135 145 155 165 175
Time (ns)
Figura 38 – Simulação transiente para seguidor de tensão com pulso de média amplitude
à entrada.
tempo necessário para o sinal à saída do buffer variar de 10% a 90% da amplitude total
do sinal, ou seja, de -1 V a 1 V, aproximadamente – ou de 90% a 10% no caso do SR− .
Os resultados obtidos para SR+ e SR− são vistos em (30) e (31), respectivamente.
que à saída o sinal sequer é simétrico em torno de 1 V. Dessa forma, o THD (distorção
harmônica total, em inglês Total Harmonic Distortion) já é consideravelmente maior.
A seguir, portanto, serão feitas análises do circuito tendo como base o THD, para
que se possa, então, verificar como o amplificador opera em função de diferentes amplitudes
Capítulo 4. Resultados obtidos 59
à entrada.
1.25
0.75
0.5
Output Voltage (V)
0.25
-0.25
-0.5
-0.75
-1
-1.25
-1.5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Time (ms)
Figura 46 – Forma de onda à saída do amplificador como seguidor de tensão para entrada
senoidal de frequência 1 kHz e amplitude de 1.25 V.
20
-20
Frequency power (dB)
-40
-60
-80
-100
-120
0 8 16 24 32 40 48 56 64
Frequency (kHz)
1.5
1.25
0.75
0.5
Output Voltage (V)
0.25
-0.25
-0.5
-0.75
-1
-1.25
-1.5
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Time (ns)
Figura 48 – Forma de onda à saída do amplificador como seguidor de tensão para entrada
senoidal de frequência 40 MHz e amplitude de 1.25 V.
Capítulo 4. Resultados obtidos 64
20
0
Frequency power (dB)
-20
-40
-60
-80
-100
0 320 640 960 1280 1600 1920 2240 2560
Frequency (MHz)
Este
27 1 633 1.912 17.2 2.5 330/455 100 105/113
trabalho *
66
Capítulo 4. Resultados obtidos 67
5 CONCLUSÃO
Outro erro que foi cometido durante o projeto, principalmente por falta de atenção,
foi a não implementação dos capacitores de compensação em frequência na tecnologia
integrada. Pelo fato das capacitâncias associadas a esses dispositivos serem relativamente
baixas, é possível que, numa análise estatística, os resultados seriam mais afetados.
Por fim, uma vez que o principal motivo de se ter escolhido transistores de 2.5
V para o projeto foi em função da facilidade de aprendizagem, é possível implementar
o mesmo circuito na tecnologia de 1.2 V. Uma vez que essa apresenta um comprimento
mínimo de canal de 60 nm, ao invés de 280 nm (como a de 2.5 V), há a possibilidade de
se utilizar muito menos área para o novo circuito, além de uma velocidade mais elevada.
70
REFERÊNCIAS
√
ANALOG DEVICES. AD4807: 3.1 nV/ Hz, 1 mA, 180 MHz, Rail-to-Rail
Input/Output Amplifier. [S.l.], abr. 2015. Rev. B.
. AD8038: Low Power, 350 MHz Voltage Feedback Amplifiers. [S.l.], ago. 2009.
Rev. G.
. AD8072/3: Low Cost, Dual/Triple Video Amplifiers. [S.l.], mar. 2002. Rev.
D.
ASSAAD, Rida S.; SILVA-MARTINEZ, Jose. The Recycling Folded Cascode: A General
Enhancement of the Folded Cascode Amplifier. IEEE Journal of Solid-State
Circuits, v. 44, n. 9, p. 2535–2542, 2009.
CARTER, Bruce. Video Designs Using High-Speed Amplifiers. [S.l.], nov. 2000.
LI, Zhe et al. A High Gain, 808MHz GBW Four-Stage OTA in 65nm CMOS. Journal of
Circuits, Systems and Computers, v. 28, n. 11, p. 1950192, 2019. DOI:
10.1142/S0218126619501925.
REFERÊNCIAS 71
MALDOVAN, Laszlo; LI, Hua Harry. A Rail-to-Rail, Constant Gain, Buffered Op-Amp
for Real Time Video Applications. IEEE Journal of Solid-State Circuits, v. 32, n. 2,
p. 169–176, 1997.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microelectronic Circuits. Fourth. [S.l.]: Oxford
University Press, 1998.
WANG, Hongyi et al. Design Procedure for a Folded-Cascode and Class AB Two-Stage
CMOS Operational Amplifier. 2019 IEEE International Conference of Intelligent
Applied Systems on Engineering, p. 40–43, 2019.
72
Para que se pudesse utilizar uma comparação justa, as tensões efetivas, VOV = 150
mV, e larguras de canal, W = 2 µm, foram consideradas constantes e iguais para todos
os dispositivos. A corrente de referência, no entanto, foi alterada em função da largura
de canal, em cada caso, a fim de se manter o mesmo nível de inversão nos dispositivos
saturados. Portanto, os seguintes ensaios foram realizados:
′
µN Cox W
IREF (L) = 2
VOV (32)
2 L
Pode-se, ainda, fazer o cálculo de W (L), considerando-se IREF constante. Para esse
exemplo em específico, no entanto, os valores não diferiram muito entre essas duas
diferentes simulações.
IOU T − IREF
E% = × 100% (33)
IREF
A seguir estão dispostos os resultados encontrados para cada configuração de
espelhamento.
APÊNDICE A. Erros de espelhamento de corrente 73
VDD
IREF
IOU T
M0 M1 VOU T
+
−
VSS
esperado na teoria.
VDD
IREF
IOU T
M0 M1
M2 M3 VOU T
+
−
VSS
Na Figura 53, é visível que a configuração self-cascode é muito mais vantajosa frente
ao espelhamento simples, no quesito de atenuação do erro à saída e de dimensionamento
dos transistores. Isso, no entanto, deve ser pago em excursão do nível de sinal, haja vista
que, com o empilhamento de dois componentes, a tensão necessária para posicioná-los na
região de saturação é maior.
Para esta configuração, então, pode-se utilizar sem maiores preocupações um com-
primento de canal de L = 560 nm, já que esse garante um erro proporcional extremamente
baixo, e ainda ocupa pouco espaço, relativamente ao espelhamento simples.
Se o objetivo, ainda, for otimizar a excursão à saída, fazendo com que VOU T mínimo
necessário para saturar os dois componentes seja de aproximadamente 2VOV , pode-se
utilizar a configuração wide-swing cascode, que se aproveita de uma malha de polarização
auxiliar para garantir tal excursão, conforme pode ser visto em Apêndice B.
APÊNDICE A. Erros de espelhamento de corrente 75
Este apêndice trata do Wide-Swing Cascode Current Mirror (SOOCH, 1985; BA-
BANEZHAD; GREGORIAN, 1987), visto na Figura 54, um espelho de corrente baseado
no cascode autopolarizado, da Figura 52. A vantagem do primeiro com relação ao segundo,
conforme o nome sugere, está no aumento da excursão de tensão à saída.
VDD
IBIAS IREF
IOU T
MW S,BIAS M0,W S M1,W S
VSS
2ID,2,W S
s
VOV,2,W S = VOV,3,W S = VOV,W S = (34)
′
µN COX (WW S /LW S )
APÊNDICE B. Espelho de corrente cascode de alta excursão 77
S2,3,W S
S0,1,W S = (35)
n2
S2,3,W S
SW S,BIAS = (36)
(n + 1)2
Nesta seção será descrita uma alteração feita no dimensionamento dos transistores
para garantir melhor operação.
Em primeiro momento, o efeito de corpo dos transistores M0,1,W S não fora con-
siderado. Tal efeito se baseia na desigualdade entre as tensões de fonte e corpo de um
transistor, que faz com que a junção PN formada por esses terminais esteja reversamente
polarizada. Na prática, isso pode ser modelado como um aumento na tensão de limiar dos
dispositivos empilhados, conforme (43) (SCHNEIDER; GALUP-MONTORO, 2010).
q q
VT = VT 0 + γ 2ϕF + VSB − 2ϕF (43)
s
ID,AU X,B3
VOV,AU X,B3 = ′
(44)
µCOX SAU X,B3
SAU X,B3 < SAU X,B3,IDEAL ∴ (45)
∴ VOV,AU X,B3 > VOV,AU X,B3,IDEAL (46)
Ou seja, a tensão gerada na porta do transistor MAU X,B3 é maior do que seria
caso um dimensionamento ideal, desconsiderando o efeito de corpo, fosse realizado. Dessa
forma, o efeito do aumento da tensão de limiar dos transistores do espelho é compensada
pelo dimensionamento do transistor de polarização dessa linha.
APÊNDICE B. Espelho de corrente cascode de alta excursão 79
1
vf b = sC1
(47)
1
sC1
+ sC1M
CM
vf b = (48)
C1 + CM
Já na compensação ativa, com o transistor cascode aumentando o ganho da malha
de Miller, o circuito equivalente pode ser visto na Figura 56. A partir desse equivalente
de pequenos sinais, podem-se obter as seguintes relações:
G D vf b
vout,2
1
rds
+ 1
z1
1 1
vout,2 vf b
vf b gm + + = + (51)
gm + 1
rds
rds zM zM rds
1
1 1 vout,2
vf b 1+ rds − = (52)
rds gm + rds
1
rds zM
1 1
1 vout,2
vf b + zM
+ zM z1 1 = (53)
z1 gm rds + 1 gm + rds zM
1
" #
zM rds
vf b + + = vout,2 (54)
z1 gm rds + 1 z1 (1 + gm rds )
z1
vf b = vout,2 (55)
zM
1
z1,2 = (56)
sC1,M
vf b CM
= (57)
vout,2 C1
Além disso, uma vez que os transistores M26,27 não possuem uma tensão VDS >
VDS,SAT , eles estão operando mais próximos de triodo, não estando em saturação. Isso
acontece em função do par diferencial não excursionar corrente suficiente para esse estágio
nesse modo comum. Uma alternativa seria diminuir a razão de aspecto desses transistores,
a fim de se diminuir também a quantidade de corrente suficiente para que ele opere em
saturação, já que o ganho do amplificador pode ser prejudicado em função disso.
Já na Tabela 11, o amplificador foi submetido a uma tensão de modo comum de 1
V. De maneira análoga ao caso anterior, o par diferencial M10,11 opera em sub-threshold,
uma vez que a tensão de modo comum mais alta desativa o par PMOS ao invés do NMOS.
Há, no entanto, uma diferença interessante: os transistores M20,21 ainda assim possuem
|VDS | > |VDS,SAT |, e portanto operam em saturação. Possivelmente, em função de uma
sub-compensação da mobilidade de lacunas dos transistores do tipo P, esses transistores
são pequenos o suficiente para, com a quantidade de corrente drenada deles, estarem
saturados.
APÊNDICE D. Pontos de operação em função do modo comum 83