Reforma
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Reforma
Como
está escrito:
O justo viverá pela fé” Rm. 1:17
Int.: Amanhã é um dia muito importante para nós que somos protestantes. No dia 31/10/1517 (505 anos
atrás), Martinho Lutero pregou um documento nas portas da igreja de Vitenberg, na Alemanha, com 95
pontos ou teses, contra a prática das indulgências que era feita pela igreja católica. Embora este não tenha
sido nem o primeiro nem o único evento, esta data ficou marcada como o início da reforma.
Não temos tempo aqui para aprofundar na história, talvez façamos isto num outro momento na EBD, mas
vou destacar alguns pontos importantes para ajudar nosso entendimento.
1. A igreja que começou em Atos viveu por quase uns 300 anos pura. Com muita frequência ela enfrentou
perseguições por parte do império romano, que ajudava a ter quase só pessoas de fato convertida em seu
meio. Ainda assim teve que lutar contra heresias que iam surgindo.
2. No ano 313 o imperador Constantino decretou a liberdade e fim da perseguição a igreja. E com o apoio
do império e sem o fogo da perseguição, muitas pessoas entraram para a igreja, não por causa de Jesus,
mas por causa do império e isto começou a desgraçar a igreja.
3. A igreja começou a experimentar uma grande transformação tanto na sua estrutura como na sua
doutrina.
A construção de templos, uso de roupas especiais para os sacerdotes, uso de imagens, uso do latim, título
de Papa, veneração de santos e exaltação de Maria, uso de relíquias sagradas, as cruzadas (guerra santa),
inquisição, venda de indulgências, proibição da Bíblia para os leigos...
Junto com toda esta mudança na igreja, o cenário da Europa antes da reforma estava trazendo mais
complicações:
4. Crise de morticínio:
A peste negra matou muitas pessoas na Europa e Ásia. 1/3 da Europa morreu em meados de 1300.
Além disso, vários países estavam em guerra civil.
A igreja não tinha uma resposta e nem dava segurança as pessoas que estavam, frente a morte.
6. Crise de autoridade:
A igreja estava atravessando um momento complicado, com divisões. Teve dois papas e chegou a ter três.
Pré-reformadores começaram a questionar a autoridade dos padres, papas e concílios, trazendo a Bíblia
como autoridade maior - Jerônimo de Praga, John Huss (ambos queimados), John Wycliffe (Morreu por
doença, mas anos depois foi condenado e queimaram os ossos).
Junto com tudo isto, a Europa estava passando uma mudança por causa do Renascimento. Também tem a
invenção da imprensa, com a primeira Bíblia em Latim sendo concluída em 1455 (Gutemberg).
Então havia uma grande expectativa por uma reforma moral e doutrinal na igreja.
Neste cenário aparece Martinho Lutero. Andando sozinho, cai uma tempestade com muitos raios que o
deixa aterrorizado e ele clama a uma santa que o salvasse. Depois disso, ele que era um estudante de
direito, abandona e vai para um mosteiro estudar teologia. Se torna padre em 1507 e doutor em teologia
1512.
Lutero tinha uma visão de que Deus era somente um Deus irado e que Jesus era um duro juiz.
Isto jogava sobre ele um terror terrível e ele tentava aliviar isto com muita confissão, sacrifícios, missas,
jejuns, boas obras, mas por mais que fizesse, o medo da justiça de Deus só crescia. A mensagem da igreja
não dava segurança, a ideia de salvação era meritocrática.
Foi enviado a Roma onde pagou para ver relíquias, subiu escadas de joelhos rezando em cada degrau, mas
nada daquilo tinha sentido, nem trouxe paz. Acabou pior ao ver toda a corrupção, riqueza e mundanismo
que havia ali.
E como este padre angustiado causou a revolução que foi a reforma? Estudando a Bíblia.
Ele começa a estudar Salmos, Romanos, Gálatas e Hebreus e ensinar na Universidade em Vitemberg.
Este estudo sistemático foi abrindo os olhos de Lutero para ver o quanto as práticas da igreja estavam
longe da Bíblia, transformando sua mente e seria pouco tempo depois o estopim da reforma.
Um pouco antes do início da Reforma, chegou na Alemanha um homem chamado Johann Tetzel,
vendendo indulgências para a construção da catedral de São Pedro em Roma.
A indulgência era a venda de salvação. Um pedaço de papel autorizado pelo Papa que garantia o perdão
de pecados de vivos e até de mortos. Pessoas que estavam no purgatória iriam diretamente para o céu.
“Na hora que uma moeda no cofre cai uma alma do purgatório sai”
Junto com isso, no dia 01/11, dia de todos os santos, era exibida e venerada relíquias sagradas. Tinham
mais de 17000 só em Vitemberg.
Por isso, um dia antes, Lutero escreve em latim 95 teses questionando a prática das indulgências para
debate.
Não dá tempo de falar delas, nem detalhar o que aconteceu depois. Mas em resumo, aquilo cresceu, até
mesmo pela ajuda da impressão e foi se espalhando pela Alemanha e outros países, até chegar em Roma.
A ideia básica da reforma é que a igreja seja guiada pela Palavra e não pelas tradições. E a palavra irá
trazer Cristo ao centro da igreja.
Depois desta aula de história, por que este texto que lemos foi tão importante para Lutero e continua
sendo para nós?
Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé. Como está escrito:
O justo viverá pela fé.
01. A visão de Lutero de um Deus Santo, Justo e Inalcançável pelo esforço humano era correta.
Acabamos de estudar o Pentateuco no Instituto e uma coisa que vemos com muita clareza é que Deus
é Santo, mas o homem não.
Deus deu várias leis para o homem se policiar e viver num alto padrão. E Paulo vai dizer em Rm. 3,
que é pela lei que vem o pleno conhecimento do pecado, porque a lei mostra que todos são culpados
diante de Deus.
Mt. 5:48 – “Sede perfeitos...” – o padrão é muito alto.
Sinal da cruz (300) Oração pelos mortos (300) Uso de velas (320)
Veneração de santos e anjos (375) Uso de imagens (375) Exaltação de Maria (431)
Vestes para os sacerdotes (500) Purgatório (593) Uso do latim (600)
Oração a Maria e santos (600) Título de Papa (607) Beijo ao pé do Papa (709)
Culto a cruz, imagens e relíquias (786) Água benta (850) Celibato do sacerdote (1079)
O rosário (1090) Inquisição (1184) Indulgências (1190)
Transubstanciação (1215) Confissão de pecados (1215) Proibição da Bíblia aos leigos (1229)
Escapulário (1251) Proibição do cálice na ceia (1414) Ave-Maria (1508)
Tradição = Bíblia (1545) Livros apócrifos (1546) Imaculada conceição de Maria (1854)
Infalibilidade papal (1870) Assunção de Maria (1950) Maria – mãe da igreja (1965)