SOPHIA TCC Manutenção Confiabilidade Aplicada Pelotização Minério Sophia
SOPHIA TCC Manutenção Confiabilidade Aplicada Pelotização Minério Sophia
SOPHIA TCC Manutenção Confiabilidade Aplicada Pelotização Minério Sophia
Vitória
2022
SOPHIA GONÇALVES GUEDES
Vitória
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)
Primeiramente aos meus pais, que além de serem meus exemplos de caráter e respon-
sáveis pela cidadã que me tornei, foram patrocinadores da minha formação acadêmica
e me derem condições de ingressar em uma instituição pública de educação. Aos meus
irmãos, por sempre me motivarem a seguir meus sonhos e alçar voos cada vez mais
altos, tanto pessoal quanto profissionalmente.
Aos meus colegas de graduação, por todo o apoio durante noites viradas de estudo,
trabalhos intermináveis e matérias aparentemente impossíveis de serem concluídas.
Entramos na faculdade sozinhos, mas é impossível sair dela da mesma maneira.
Além disso, aos meus grandes amigos acumulados de trajetória de vida, vocês são
responsáveis por pedacinhos de quem eu sou hoje e ajudaram moldar a profissional
que estou me tornando. Obrigada pela compreensão da minha ausência em razão dos
estudos e pelo apoio quando me foi necessário.
À Deus e todas as outras forças maiores que contribuíram para que meus sonhos
estivessem um passo mais perto e me ajudaram a chegar onde estou hoje com saúde
e paz.
E, finalmente, ao meu orientador, sem o qual esse trabalho com certeza não estaria
pronto. Obrigada por aceitar embarcar nesse desafio e por todas as horas desprendidas
em correções, conselhos e advertências. Espero que esse trabalho represente para
você uma conquista tão grande quanto representa para mim.
RESUMO
With the increase in the production of fines in iron ore mines, the agglomeration
industry expanded worldwide, especially pelletizing, and this products production has
accelerated in recent times, mainly in China. Brazil is the second largest producer in
the world and this market has a large share of the national GDP. Linked to making the
aforementioned agglomeration process increasingly advantageous and competitive,
industrial maintenance is a strong ally and has proven to be one of the components
with the greatest impact on business results. The Reliability Centered Maintenance
methodology brings together the economic, environmental and technical pillars in
a single strategy, being used by several companies, not only in the mining sector.
The present work deals with the review of a preventive maintenance plan already
implemented in the pellet production line of a large mining company, more specifically in
the pelletizing plates, with the objective of proposing improvements in the process and
its key performance indicators. For this purpose, analyzes based on failure rates, costs,
maintenance management guidelines and operation of the equipments involved in the
process were carried out. Maintenance indicators were obtained and evaluated from
softwares such as Matlab® and Reliasoft® . From the generated results and proposed
discussions, a new maintenance plan was built, predicting a gain in asset reliability,
projecting an increase in the Physical Availability of the analyzed system, evaluating
the costs involved in preventive and corrective maintenance, suiting of the worker/hour
appropriation flow and anticipating an improvement in the planning and scheduling
routine of activities related to these interventions.
OM Ordem de manutenção
DF Disponibilidade Física
HH Homem-Hora
MTBF Tempo Médio Entre Falhas do inglês Mean time between failure
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2.1 Objetivos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1.1 Plantas estudadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE . . . . . . . . . 26
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE FALHAS E CONFIABILIDADE . . . . . . 33
2.3.1 Testes de aderência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.1.1 Teste de Kolmogorov-Smirnov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.1.2 Teste de Coeficiente de Correlação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.1.3 Teste de Valor de Verossimilhança Logarítmica . . . . . . . . . . . . 37
2.3.1.4 Critérios de informação Bayesiano e de Akaike . . . . . . . . . . . . 38
2.3.2 Distribuições de Probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.1 Distribuição Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.2 Distribuição Normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3.2.3 Distribuição Logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3.2.4 Distribuição Loglogística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3.2.5 Distribuição Lognormal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.3.2.6 Distribuição Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.3.2.7 Distribuição de Weilbull . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3 PROPOSTAS DE ANÁLISE E ETAPAS DE REALIZAÇÃO . . . . . . 48
3.1 DEFINIÇÃO DO SISTEMA E SUBSISTEMAS . . . . . . . . . . . . . 48
3.2 REVISÃO DOS MODOS DE FALHA E SEUS EFEITOS . . . . . . . . 50
3.3 ANÁLISE DO CONJUNTO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.4 MÉTODOS DE ANÁLISE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.4.1 Análise estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.4.1.1 Análise de confiabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.4.1.2 Análise de disponibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.4.2 Análise de custo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.4.3 Análise baseada em manuais e procedimento validados . . . . . 63
3.4.4 Análise baseada em diretrizes gerenciais . . . . . . . . . . . . . . 64
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.1 ESTUDO DE CONFIABILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.1.1 Considerações para análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.1.2 Curvas de confiabilidade e taxas de falha obtidas . . . . . . . . . 66
4.2 ESTUDO DO CUSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.3 ESTUDO DE DISPONIBILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.4 ESTUDO DOS MANUAIS E PROCEDIMENTOS VALIDADOS . . . . 82
4.4.1 Análise complementar à numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.4.2 Análise dos demais itens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.5 CONSTRUÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO . . . . . . . . . . . 85
4.5.1 Avaliação do plano de manutenção anterior . . . . . . . . . . . . . 86
4.5.2 Proposta de plano de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
APÊNDICE A – REVISÃO DE FMEA . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
No entanto, para que isso aconteça de forma eficiente, o procedimento deve ser acom-
panhado de perto e revisado a medida que novas demandas de manutenção são
geradas. Com o passar do tempo e da utilização da planta, o time de engenharia de
campo e de execução de manutenção entenderam que algumas mudanças deveriam
ser feitas para refletir a realidade das intervenções realizadas atualmente. Os princi-
pais problemas relatados foram a criação de demandas condicionais para tarefas já
intituladas preventivas, a necessidade de inclusão de manutenções não listadas no
15
1.2 OBJETIVOS
O capítulo três descreve a metodologia usada para cada uma das etapas realizadas
durante a execução do trabalho, sendo essas as análises numéricas e discussões
teóricas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A fronteira entre o ferro e o aço foi definida na Revolução Industrial, com a invenção
de fornos que permitiam não só corrigir as impurezas do ferro, como adicionar-lhes
propriedades como resistência ao desgaste, ao impacto, à corrosão, etc. Por causa
dessas propriedades e do seu baixo custo o aço passou a representar cerca de 90%
de todos os metais consumidos pela civilização industrial (IABR, 2016).
O Brasil tem sido destaque no cenário global de Mineração. Este potencial vem
da diversidade geológica e dos investimentos incansáveis em infraestrutura, talento
e tecnologia. Exemplo disso é a representatividade de 16,8% do PIB Industrial da
produção mineral brasileira (IBRAM, 2021).
Além disso, é na pelotização que se agrega maior valor ao minério de ferro, possibili-
tando mais empregos e outros ganhos à indústria nacional. Com o inicio da escassez
de minério bruto das minas de ferro, gerando mais finos e demandando mais processos
de aglomeração, a pelotização estará se evidenciando como a tecnologia adequada
para tratar o pellet feed, em pelotas, possibilitando o seu aproveitamento como carga
18
O primeiro estágio é a preparação das matérias primas. É a fase responsável por ade-
quar as características do minério de ferro para produção da pelota crua. Compreende
as etapas de Alimentação, Moagem, Espessamento, Homogenização, Prensagem,
Filtragem e Mistura (DIPE, 2012).
Os procedimentos e objetivos de cada uma dessas etapas podem ser descritos como
(DIPE, 2012):
• Prensa de Rolos: processo pelo qual o minério sofre um esmagamento dos grãos
com o objetivo de atingir a superfície específica ideal para o processo subsequente.
O valor de superfície específica ideal para o pelotamento é especificado conforme
o PTP.
As características da matéria prima tem influência direta e são parâmetros críticos para
a produção da pelota. No entanto, o pelotamento depende mais de propriedades físicas
da polpa, como distribuição de tamanho, superfície específica, formado das partículas,
porosidade, rugosidade e umidade. Por isso as etapas anteriores aos discos tem tanta
23
influência no processo realizado por eles, bem como no desgaste gerado (ZHU et al.,
2021).
Cada disco é alimentado por um silo a partir do chute de alimentação, que é revestido
com placas de polietileno, para proteger a chapas metálicas do desgaste gerados
pela passagem de material e conta com um desagregador de material no fim. O
desagregador é composto por hélices giratórias responsáveis por desacumular o
minério úmido, facilitando a formação das pelotas (MEYER, 2000).
24
A polpa passa pelo processo de formação de pelotas no disco, composto pela tela de
fundo, representada na Figura 5, responsável pela fixação da camada de fundo do
disco, tendo esta a função de proteger o fundo do disco contra desgastes por atrito e
auxiliar na formação das pelotas cruas (DIPE, 2012).
Os discos também contam com quatro raspadores de fundo, cuja função básica é
manter a camada na altura desejada, constante e uniforme. Um raspador lateral, que
proporciona a manutenção da espessura da camada lateral. Dois raspadores auxiliares
de grande importância na formação das pelotas, pois através da ação destes, as pelotas
já formadas não voltam a circular na região de formação. E um raspador de borda, que
mantém limpa a borda do disco (placa de polietileno), por intermédio de sua placa de
Vulcolan (MEYER, 2000). Alguns deles podem ser vistos na Figura 6.
Os discos contam também com extratores de rainha, que são pelotas de grande
diâmetro, mostrados na Figura 8, que são barras de metal posicionadas para conter a
passagem de material acumulado em excesso para a linha de produção (DIPE, 2012).
25
Com a pelota formada, a produção deixa o disco pela rampa de descarga, formada por
placas de polietileno que direcionam o fluxo para a correia que alimentará as peneiras
de rolos e, posteriormente, o forno (MEYER, 2000).
Já a manutenção preventiva pode ser vista como uma intervenção técnica no equipa-
mento, com um escopo de ações com sistemática e periodicidade estabelecidos, antes
do mesmo apresentar falhas operacionais ou avarias (MONCHY, 1989). Esse escopo
de manutenções envolve inspeções, reformas ou troca de peças. Além disso, quando
escolhida como estratégia de manutenção, deve ser seguida com caráter obrigatório e
nos casos onde há riscos à segurança e/ou o meio ambiente envolvidos é imperativa.
Do ponto de vista de custos de manutenção, tende a ser mais cara. No entanto, as
ocorrências de falha diminuem, a confiabilidade dos equipamentos aumenta e menos
interrupções de produção acontecem, fazendo com que a longo prazo, a manutenção
preventiva seja, em muitos casos, mais vantajosa (XENOS, 1998).
A manutenção preditiva, a mais nova delas, otimiza o tempo de vida dos componentes
com o uso de tecnologias avançadas, que reconhecem comportamentos de falha e as
prediz. Esse tipo de manutenção é reconhecida por alguns como um tipo de inspeção
e uma parte importante da manutenção preventiva (XENOS, 1998) sendo um programa
acionado por condições, evitando a super manutenção (ALMEIDA, 2000).
Ao longo dos anos a manutenção passou por diversas fases, principalmente devido ao
aumento do número e dos tipos de ativos físicos envolvidos em processos que devem
ser manutenidos, desenvolvendo as estratégias de manutenção citadas anteriormente
(MOUBRAY, 2000).
MT BF
A= (2.1)
(MT BF + MT T R)
Onde a sigla MTBF vem do inglês Mean time between failure e significa Tempo
médio entre falhas e MTTR, de Mean time to repair, significa tempo médio para o
reparo, e serão detalhados adiante.
• Por tempo até falha de uma unidade entende-se o tempo transcorrido desde o
momento em que a unidade é colocada em operação até a sua primeira falha.
Convenciona-se t = 0 como início da operação do sistema. Por estar sujeito a
variações aleatórias, o tempo até falha é definido como uma variável aleatória,
29
Z t
F(t) = P(T ≤ t) = f (u)du (2.2)
0
ns (t) ns (t)
R(t) = = (2.4)
ns (t) + n f (t) n0
Onde ns é o número de unidades que não falharam, n f é o número correspondente
às que falharam e n0 o total de unidades submetidas a teste. A função de
distribuição de T , F(t), é o complemento de R(t), ou seja:
Z t Z +∞
R(t) = 1 − F(T ) = 1 − f (u)du = f (u)du (2.5)
0 t
• MTBF é o tempo médio entre falhas, do inglês Mean Time Between Failure,
e consiste da divisão das horas disponíveis do equipamento para operação,
31
Tf
MT BF = (2.7)
Nc
• O tempo médio até falha de uma unidade, designado por MTTF, do inglês mean
time to failure, pode ser definido pela Equação 2.8. É o equivalente ao MTBF para
unidades não reparáveis.
Z +∞
MT T F = E(T ) = t f (t)dt (2.8)
0
• Do inglês Mean time to repair, o MTTR que é traduzido como tempo médio para
reparo avalia o andamento da manutenção, ou seja, quanto menor o MTTR no
passar do tempo melhor o desempenho da manutenção, pois os reparos corretivos
demonstram ser cada vez menos impactantes na produção. É a divisão entre a
soma das horas de indisponibilidade para a operação devido à manutenção (HIM )
pelo número de intervenções corretivas no período (Nc ), como apresentado na
Equação 2.9. (LEWIS et al., 1994)
HIM
MT T R = (2.9)
Nc
O banco de dados pode ser composto de dados completos (Falhas ocorridas dentro do
tempo de observação) ou censurados. Censura é o nome atribuído a registros de falha
incompletos, seja pelo fim prematuro do teste ou por remoção da unidades de estudo.
Pode ser unicamente censurada, quando a interrupção acontece uma única vez ou
censurada múltiplas vezes, quando mais de interrupção é feita durante o teste. Essas
interrupções, normalmente são referentes a falhas de mecanismos que não fazem parte
do objeto de estudo mas influenciam o sistema estudado ou pela indisponibilidade do
componente analisado (LEWIS et al., 1994).
As distribuições escolhidas podem ser modeladas por até três parâmetros. O primeiro,
de localização, é usado para deslocar a distribuição de probabilidade ao longo do eixo
do tempo. O segundo, de escala, feito para expandir ou contrair o eixo do tempo. E,
finalmente, o parâmetro de forma, assim designados por afetarem a forma da função
de densidade (FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009).
Todos esses parâmetros são estimados por Métodos de Análise. O termo estimativa de
parâmetro refere-se ao processo de usar dados de amostra (em engenharia de confiabi-
lidade, geralmente dados de tempo até a falha ou sucesso) para estimar os parâmetros
da distribuição selecionada. Os principais métodos de estimativa são o de Plotagem
34
Sabendo disso, considerando x é uma variável aleatória contínua com pdf, como
demonstrado por f (x; θ1 , θ2 , ..., θk ).
Onde θ1 , θ2 , ..., θk são parâmetros desconhecidos que precisam ser estimados, com
R observações independentes x1 , x2 , ..., xR , que correspondem no caso da análise de
dados de vida aos tempos de falha (RELIASOFT, 2015). A função de verossimilhança
é apresentada na Equação 2.10:
R
L(θ1 , θ2 , ..., θk |x1 , x2 , ..., xR ) = L = ∏ f (xi ; θ1 , θ2 , ..., θk )i = 1, 2, ..., R (2.10)
i=1
R
Λ = ln L = ∑ ln f (xi ; θ1 , θ2 , ..., θk ) (2.11)
i=1
Onde θ1 , θ2 , ..., θk são os parâmetros desconhecidos que precisam ser estimados a partir
de R falhas observadas em T1 , T2 , ..., TR , e M suspensões observadas em S1 , S2 , ..., SM
então a função de verossimilhança é formulada em 2.14 (RELIASOFT, 2015).
R M
L(θ1 , θ2 , ..., θk |T1 , ..., TR , S1 , ..., SM ) = L = ∏ f (Ti ; θ1 , θ2 , ..., θk ) · ∏[1 − F(Si ; θ1 , θ2 , ..., θk )]
i=1 i=1
(2.14)
0, para x < y1
S(x) = k , para yk ≤ x < yk+1 , k = 1, 2, ..., n − 1 (2.15)
n
1, para x ≥ yn
Para os casos nos quais existem observações iguais, ou seja, nk observações para
xk , a função de distribuição empírica é uma step que salta ( nk
n ) na altura de cada
observação. Em qualquer caso, a função de distribuição empírica S(x) é a fração dos
valores amostrais que são menores ou iguais a x (UEL, 2015).
σxy
ρ= (2.17)
σx σy
A outra estimativa, denominada estimativa restrita e denotada por θ̂nR é obtida a partir
da solução do problema de máxima verossimilhança restrita apresentada na Equação
2.19 (TABOGA, 2021).
ℓ k · ln n
BIC = −2 · + (2.21)
n n
n 1 n
ℓ = − · (1 + ln(2 · π) + ln( · ∑ (yi − ŷi )2 )) (2.22)
2 n i=1
O AIC fornece uma estimativa das informações perdidas quando um modelo específico
é usado para representar o processo que gerou os dados (PROFILLIDIS; BOTZORIS,
2019). O AIC é calculado pela Equação 2.23
ℓ k
AIC = −2 · + 2 · (2.23)
n n
1 1 t−µ 2
f (t) = √ e− 2 ( σ ) (2.25)
σ 2π
Onde µ é a média dos tempos normais até a falha e θ é o desvio padrão dos tempos
até a falha (RELIASOFT, 2015).
1
Z ∞ Z ∞
1 x−µ 2
R(t) = f (x)dx = √ e− 2 ( σ ) dx (2.26)
t t σ 2π
Além disso, a taxa de falha é descrita pela razão entre a Equação 2.25 e a 2.26.
42
Importante pontuar que a pdf normal não tem parâmetro de forma. Isso significa que o
pdf normal tem apenas uma forma, a forma de sino, e essa forma não muda. Além disso
uma das desvantagens de usar a distribuição normal para cálculos de confiabilidade é
o fato de que a distribuição normal começa no infinito negativo. Isso pode resultar em
valores negativos para alguns dos resultados (RELIASOFT, 2015).
A pdf logística é dada por 2.27 e pode ser observada na Figura 12:
ez
f (t) = 2 (2.27)
σ (1 + ez )
Onde z = t−µ
σ , µ é o parâmetro de localização e σ é o parâmetro de escala (RELIASOFT,
2015).
1
R(t) = (2.28)
1 + ez
A principal diferença entre a distribuição normal e a distribuição logística está nas cau-
das e no comportamento da função taxa de falhas. A distribuição logística tem caudas
ligeiramente mais longas em comparação com a distribuição normal (RELIASOFT,
2015).
logaritmo da variável aleatória for logisticamente distribuído. Por causa disso, existem
muitas semelhanças matemáticas entre as duas distribuições (RELIASOFT, 2015).
ez
f (t) = 2 (2.29)
σt((1 + ez ))
lnt−µ
Onde z = σ , µ é parâmetro de escala e σ de forma (RELIASOFT, 2015).
1
R(t) = (2.30)
1 + ez
′
1 1 ln(t)−µ 2
f (t) = √ e− 2 ( σ ′ ) (2.31)
t · σ ′ 2π
45
Onde µ ′ é a média dos logaritmos naturais dos tempos até a falha e σ ′ é o desvio
padrão dos logaritmos naturais dos tempos até a falha (RELIASOFT, 2015).
′
1
Z ∞
1 ln(x)−µ 2
R(t) = √ e− 2 ( σ ′ ) dx (2.32)
t x · σ ′ 2π
Assim como na distribuição normal, não há solução de forma fechada para a função de
confiabilidade lognormal. As soluções podem ser obtidas através do uso de tabelas
normais padrão (RELIASOFT, 2015) .
A distribuição Gama é flexível e pode oferecer um bom ajuste para alguns conjuntos de
dados de falha. No entanto, não é muito utilizada como um modelo de vida para meca-
nismos de falha comuns. Essa distribuição normalmente surge como a distribuição do
tempo até a falha de para sistemas com backups em espera distribuídos exponencial-
mente e também é um bom ajuste para soma de variáveis aleatórias independentes
(RELIASOFT, 2015).
z
ekz−e
f (t) = (2.33)
tΓ(k)
R = 1 − ΓI (k; ez ) (2.34)
A curva pdf é descrita pela Equação 2.35 e pode ser observada na Figura 14. Para
algumas distribuições o parâmetro de localização pode ser considerado 0 e o de
forma uma constante qualquer, possibilitando que conjuntos de dados com poucas ou
nenhuma falha podem ser analisados (RELIASOFT, 2015).
β t − γ β −1 −( t−γ β
f (t) = ( ) e η ) (2.35)
η η
t−γ β
R(t) = e−( η ) (2.36)
As etapas três, quatro e cinco do MCC serão condensadas em uma única, baseada na
análise de dados dos históricos de manutenção e paradas do equipamento, a partir
das quais será possível identificar funções significantes, atividades de manutenção
aplicáveis e qual a possível efetividade destas.
Por fim, os dois subsistemas de lubrificação fechados são responsáveis por garantir o
bom funcionamento do redutor e do rolamento central. É importante destacar que o
fluido de trabalho do sistema de lubrificação do redutor é óleo ISO 220 ou 460 enquanto
o do rolamento é a graxa Ipiflex Li Molly 2, a base de sabão de lítio.
50
Com isso, é válido pontuar que o FMEA atual dos discos de pelotamento define os
subsistemas como cada linha de produção composta por sete discos distribuídos de A
a G, e não faz mais nenhuma divisão entre os componentes. Como o presente trabalho
se baseia na divisão dos seis subsistemas apresentados na Seção 3.1, os modos de
falha e seus efeitos devem ser analisados levando isso e consideração.
A seguinte etapa realizada foi o levantamento do plano de manutenção atual bem como
o histórico de intervenções feitas nos últimos anos.
É importante pontuar que os tipos de ordem identificados foram usados para entender
o que desencadeou a intervenção mecânica e como ela foi tratada, mas não foi objeto
de estratificação nos estudos de confiabilidade e disponibilidade. O resultado da
identificação das ordens pode ser observado na Tabela 1.
Com todas as ordens identificadas, elas foram divididas mais uma vez, por circuitos
de diferentes discos, para que a avaliação do ciclo de vida de cada componente fosse
viável e retratasse a realidade.
Usina 6 Usina 7
Alimentação 66 50
Acionamento 313 310
Produção 772 952
Estrutura 18 54
Lubrificação Rolamento 38 122
Lubrificação Redutor 66 265
Total 1273 1753
integrantes dos subsistemas. Além disso, cruzando informações de cada uma das
plataformas fornecedoras de dados pode-se afirmar o tempo de intervenção de cada
uma das manutenções realizadas.
É importante ressaltar que a análise numérica baseada em histórico conta com uma
banco de dados iniciando em 2014 até 2022, e para alguns componentes poucos
registros foram feitos durante essa janela. Ainda sim, a consideração da possibilidade
de análise estatística foi feita para aqueles com dados suficientes para moldar uma
curva próxima da realidade quando comparada a resultados crus e que não fosse levar
a uma conclusão errônea. Finalmente, vale pontuar que essa análise é apenas uma
componente de construção do novo plano e sera avaliada em conjunto com outras
fontes.
No que diz respeito a inserção dos dados no sistema, é importante pontuar a adição
de um intervalo caracterizado como censurado à direita, o qual o sistema denomina
"suspensão". Esse elemento diz respeito ao tempo observado entre a última falha
registrada e o fim da coleta de dados, logo, deve ser sinalizado como censurado para
que o sistema entenda que não representa uma falha, mas sim um suspensão da
medição.
54
O método de análise padrão para todos os cálculos realizados foi o de Máxima Verossi-
milhança, responsável por estimar os parâmetros utilizados na distribuição escolhida.
É importante ressaltar que esse método foi estabelecido por adequar melhor dados
com suspensões adicionadas, já que ele não leva em conta apenas ranqueamentos
ou posições gráficas, mas sim cada tempo para falha ou suspensão. (O’CONNOR;
KLEYNER, 2012)
Já para o método de ranqueamento, que calcula a incerteza dos tempos até a falha, foi
definida a utilização de ranques médios (Mean Rank ), já que é o mais comumente utili-
zado em cálculos semelhantes ao atual. Além disso, o sistema oferece uma ferramenta
de ranquamento mais precisa na incerteza dos tempos, chamada RRM (Relia Ranking
Method), que computa iterativamente os tempos de falha e ranqueamentos até que os
valores de parâmetros convirjam.
Por fim, para o método dos limites de confiança, a Razão de Verossimilhança foi
a escolhida para todas as simulações. Já que, dentre as opções do sistema, para
conjuntos com espaço amostral grande, o método escolhido não tem grande impacto
de diferença nos resultados, no entanto, para pequenas amostras, como é o caso da
maior parte dos componentes estudados no presente trabalho, o método escolhido se
adapta melhor. A interface do programa, apresentada na Figura 17, solicita a entrada
das configurações de análise no menu à direita da tela e dos dados de vida na tabela
ao lado.
Outro dado de extrema relevância para as análises seguintes é a taxa de falha, bastante
útil na análise do risco a que uma unidade está exposta ao longo do tempo, como é
possível observar na Figura 19.
Os gráficos gerados pelo ReliaSoft® foram base para a discussão de tempos e ações
de manutenção preventiva de cada componente e, posteriormente, do sistema.
57
A Ferramenta BlockSim® do ReliaSoft® foi utilizada para análise conjunta dos compo-
nentes. Ela permite posicionar os componentes do sistema em forma de diagrama
conforme Figura 20, levando em conta se eles funcionam em série ou em paralelo e, a
partir disso, fornecem a confiabilidade resultante.
Como explicitado na Seção 3.1, todos os componentes estudados devem estar em plena
condição de funcionamento, sem os quais o sistema para de funcionar por completo.
Portanto, todos os equipamentos serão representados no BlockSim® com configuração
em série e a confiabilidade resultante será dada pelo produto das confiabilidades
componentes do sistema.
MT BF
A= (3.1)
(MT BF + MT T R)
Tendo em vista que o banco de dados tem início na primeira falha e fim na data
de coleta do histórico do sistema, os vetores de tempo analisados tem dimensão
variável para cada componente. Na análise individual de cada um deles, isso não tem
consequências, no entanto, para análise do sistema como um todo, eles devem ser
sincronizados a partir da primeira data de análise para todos os itens que compõem o
subsistema/sistema avaliado.
Como não é válido supor dados anteriores ao primeiro registro, toma-se como data de
59
na análise dos sistema combinado, não pode ser observada no estudo separado
dos componentes. Isso acontece porque na análise combinada, foi definida uma
data de início de observação, a partir da qual o comportamento do equipamento era
completamente conhecido. Na análise dos componentes essa situação não se repete,
já que o instante t=0 tomado como início da análise é a partir da retomada de operação
do componente após a falha. Tendo em vista que a suposição de dados em um período
anterior ao início do banco de dados não era uma possibilidade, a disponibilidade dos
componentes individuais já começa abaixo do valor ideal.
Além dos impactos apresentados no FMEA e da influência das falhas nos indicadores
discutidos na seção anterior, a maioria dos elementos está sujeito a impactos econô-
micos, já que para afetar os lucros de uma empresa, a falha deve possuir uma das
seguintes características (SIQUEIRA, 2014):
• Alterar a produção;
Para avaliar o valor final desprendido para cada tipo de manutenção as Equações 3.2 e
3.3 foram definidas (CRASTO, 2019).
61
Importante pontuar que não existiu diferenciação de valor pago em material, já que
independente da demanda, o material tem o mesmo valor unitário (a diferença de
entrega emergencial foi considerada no custo de transporte). Além disso, não foi
considerada uma tarifa multiplicadora do valor final de custo referente à mão de obra,
já que as atividades de manutenção do circuito dos discos de pelotamento podem ser
realizadas pela equipe do turno, disponível 24h.
Ademais, o último termo adicional do custo corretivo equivale ao impacto gerado pela
detecção imediata da falha ou não. Caso seja um item com lógica de comando direto
de parada de equipamento em caso de falha, a variável D assume o valor zero, já que
não causa estresse adicional ao sistema. Caso não seja, D = 1 e o fator de impacto
( fi ) assume o valor de relevância daquele componente para o sistema, com valor
multiplicador máximo de 0,5. Os valores do fator de impacto podem ser consultados na
Tabela 3, e foram estabelecido a partir de experiência prática do time de manutenção, e
tomam valores maiores a medida que impactam mais o meio ambiente e ou a segurança
62
de pessoas. Tem valor máximo de 50% pois aproxima-se mais do excedente gerado
por histórico.
É importante frisar que para qualquer componente considerado neste trabalho, uma
análise de documentos e procedimentos fez parte da decisão final de estratégia de
manutenção. No entanto, o foco desta seção é tratar daqueles que devem ter ações
inteiramente baseadas nessa discussão.
Para a realização das devidas discussões foram utilizados manuais dos equipamen-
tos em questão, conhecimento prático da equipe de manutenção e procedimentos
64
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A medida que os resultados foram gerados pelo ReliaSoft® , foi necessário esclarecer o
que realmente fez parte da construção do plano de manutenção e o que foi descartado
por não representar o verdadeiro comportamento do equipamento. Com base no que
será discutido na Subseção 4.1.2, eventos que foram oriundos de erro de manufatura
ou retrabalho, eventos de falha específicos ou não recorrentes que afetaram a taxa de
falha pelo tamanho reduzido da amostra, foram avaliados com mais critério antes de
serem utilizados para definir tarefas no plano de manutenção.
As considerações feitas para o início das análises foram decisivas para os resultados
obtidos pelas distribuições de probabilidade. Dentre as decisões mais relevantes, está a
consideração de que todas as paradas de equipamento, sejam elas para realização de
ajuste de alguma peça ou para troca do equipamento completo, seriam consideradas
como evento de falha e, portanto, afetariam sua confiabilidade.
Para o redutor, o comportamento das curvas é semelhante as do motor, como pode ser
observado na Figura 26, com decaimento lento da confiabilidade.
Existem pontos de atenção nas confiabilidades atribuídas às linhas 6A, 6F, 7A e 7G,
nas quais decréscimo da curva é mais acentuado, como mostrado na Figura 27. No
entanto, para esse equipamento, as falhas não são advindas de eventos agrupados, e
sim diversas ocorrências de um mesmo problema, vazamento de óleo pelo redutor.
As taxas de falha refletem esse cenário uma vez que tem valores de estabilização
maiores para as linhas citadas. Nas linhas 7B, 7C, 7D, 7E e 7G, a taxa de falha
é crescente apesar de tenderem para uma clara estabilização, conforme Figura 28.
Novamente, isso indica mudança no padrão de falhas, de falhas características de
68
tendência de estabilização, na terceira, a média de valor das taxas de falha que estabi-
lizaram em porcentagem e por fim a média de tempo em que confiabilidade já havia
decaído 20%.
A análise de raspadores deve ser individual para cada um dos cinco constituintes do
sistema. Os gráficos de confiabilidade do primeiro raspador central seguem um padrão
de decaimento muito bem estabelecidos, ilustrados na Figura 30a, com exceção das
linhas 7D e 7G. Nesses dois últimos casos, a curva decai muito mais rápido, como
evidenciado na Figura 30b, refletindo dois eventos de quebra do raspador em datas
muito próximas no fim de 2020. Na discussão das taxas de falha, apesar da maior
parte das distribuições apontar para funções de risco decrescentes, as linhas 7D e
7G, com confiabilidades discrepantes do padrão, geraram taxas de falha crescentes,
apesar da estabilização em valores próximos das taxas decrescentes.
Nos segundos raspadores, a análise das curvas de confiabilidade são muito parecidas
com as do primeiro raspador, tanto em forma, quanto em valores absolutos. No
entanto, aqui a exceção está apenas na linha 7D, fazendo referência ao mesmo evento
emergencial do primeiro. Já as curvas de taxa de falha, novamente, em sua maioria
71
são funções de risco decrescentes, com exceção de dois casos crescentes com
estabilização em valores próximos das taxas decrescentes, linhas 6G e 7E, conforme
Figura 31.
Nas taxas de falha, uma exigência maior do equipamento também implica em mais cur-
vas crescentes quando comparadas aos dois primeiros raspadores centrais (O’CONNOR;
KLEYNER, 2012), como mostrado na Figura 33.
O quarto raspador central e o lateral são os dois raspadores sujeitos a maior carga de
material, portanto, condições de operação mais severas. Logo, os valores de confia-
bilidade deles tendem a decair mais drasticamente. No geral, esse comportamento
pode ser observado, como apontado na Tabela 5. Essa queda na confiabilidade é mais
expressiva nos raspadores laterais, enquanto o aumento nas taxas de falha são mais
perceptíveis nos quartos raspadores centrais.
As análises de cofiabilidade das linhas no geral apontou para curvas com decaimento
muito rápido, com perda de 20% de confiabilidade em uma janela de tempo de poucas
75
semanas.
O levantamento do tempo ótimo de manutenção foi realizado para todos os itens que
apresentaram comportamento crescente de taxa de falha. Isso acontece pois, com
funções de risco constantes ou decrescentes, os custos da manutenção preventiva
superam os gastos de uma possível manutenção corretiva, que tem cada vez menos
77
No subsistema de Acionamento, essa análise só foi possível em dois casos. Uma para
o acoplamento da linha 7C e outra para o redutor da linha 7B. É válido pontuar que
as curvas da função de risco não tinham comportamento semelhante, uma vez que
no acoplamento a taxa é continuamente crescente, enquanto no redutor há uma clara
estabilização da curva após algum tempo de operação. Apesar disso, em ambos os
casos, para o tempo apontado como ótimo, a confiabilidade já estaria abaixo de 20%.
É importante pontuar que para ambos os equipamentos, grande parte das intervenções
78
registradas no banco de dados não foi de troca do equipamento completo, mas sim da
substituição de peças específicas, no caso do redutor, o retentor e no acoplamento, os
elementos elásticos.
Já no segundo raspador, a análise correu para as linhas 6G, 7A e 7E. No geral, apontou
para tempos ótimos maiores que o primeiro raspador, conforme Figura 39. No entanto,
os valores de confiabilidade associados a esses tempos de vida, caíram para próximos
de 65%. Enquanto isso, novamente, o ponto ótimo de substituição fica em um ponto de
inflexão das curvas de taxa de falha, exceto pela curva da linha 7A, que é crescente
durante todo o período avaliado.
79
Por exemplo, a Figura 40 mostra uma disponibilidade muito alta do primeiro raspador
da linha 6G. Isso, novamente, é justificado por tempos de manutenção curtos quando
comparados ao tempo total observado, e segue um padrão parecido em todos os
componentes, com valores ligeiramente menores em itens com manutenções mais
demoradas, como as rampas de descarga.
Além disso, foi preciso atentar-se para os componentes que ainda não haviam sido
analisados numericamente. Esses dados basearam as ações de manutenção para
esses componentes.
• Motor: Alinhamentos;
Como é possível constatar na Figura 42, os raspadores Quarto central e o Lateral são
responsáveis por redirecionar maior quantidade de material ainda não aglomerado.
Isso pode explicar o comportamento descendente mais acentuado na confiabilidade
desses dois componentes em relação aos outros raspadores centrais.
No que diz respeitos aos Bicos Spray, o principal modo de falha registrado foi a
84
As rampas tem regime de operação muito próximo dos raspadores, já que suportam a
passagem constante das pelotas cruas já formadas. Curiosamente, o comportamento
das taxas de falha de todas as linhas é decrescente, o que pode indicar que com o
passar do tempo de observação, o material tem sido trocado em intervalos maiores.
Para discutir os componentes sem registros de falha ou com poucos dados para
sustentar uma análise por distribuição de probabilidade foi necessário avaliar se isso
se deve a uma alta disponibilidade do item e realmente não houve falhas ou se a
manutenção desse item foi absorvida por outro indicador nos históricos de manutenção.
Além disso, a conservação do bom estado das bordas do disco é necessária, já que com
a borda suja, o volume interno útil do disco irá aumentar, tendo como consequência
o aumento do tempo de retenção, acarretando o crescimento das pelotas. Como
este aumento na altura da borda não é uniforme, acaba provocando uma variação
granulométrica, já que a descarga das pelotas se fará de forma intermitente (golfadas).
Para que isso não aconteça, os polietilenos de borda não devem apresentar desgaste
excessivo, preservando a camada e integridade das bordas metálicas.
A primeira delas é uma parada para inspeção, realizada antes da manutenção principal,
e é responsável por levantar as demandas condicionais para a parada posterior. As
ações componentes desse plano estão dispostas na Tabela 7, e mostram diretrizes
muito amplas que nem sempre podem ser executadas.
Na prática, a realização dessa lista de tarefas nem sempre é viável, já que para algumas
das inspeções se faz necessário montagem de andaime e providenciamento de outros
recursos, e esses nem sempre estão disponíveis, o que não deveria acontecer.
os componentes.
Além disso, o plano atual estipula a troca de todos os raspadores dos discos, o que,
por motivos de custo, não acontece na prática. As decisão de troca de raspadores é
originada na inspeção pré-preventiva. Novamente, há apropriação de mão de obra em
tarefas condicionais para um item cuja estratégia é preventiva.
88
O novo plano de manutenção levará em conta os fatos expostos pelas análises estatísti-
cas de confiabilidade e custo, bem como as discussões acerca de aspectos construtivos
e de operação.
Assim, o plano anterior pode ser visto por completo na Tabela 10.
É válido pontuar que as análises de custo dos componentes que fazem parte do novo
plano de manutenção apontam para intervalos em torno de 250 dias, valor esse próximo
de uma confiabilidade restante de 80% para grande parte dos itens.
92
Com isso, a disponibilidade tende à melhorar, com uma previsão de 0,05% de ganho
na disponibilidade, acompanhada da confiabilidade dos ativos antes não atendidos
pelo plano. Essa estimativa foi realizada considerando um período de 45 meses, no
qual 5 ciclos de manutenção preventiva seriam realizados, e foram desconsideradas
as influências de possíveis intervenções corretivas nos dois cenários (plano atual e o
proposto).É importante pontuar que as disponibilidades das linhas estudadas são altas,
por isso aumentá-las, sem comprometer a confiabilidade, não é uma tarefa fácil.
apropriações das OM´s, seja padronizado, contendo ações realizadas, desvios e custo
associado. Essa ação facilitaria estudos estatísticos futuros que podem melhorar ainda
mais o processo de manutenção.
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Periodicidade Ação -
Lista de tarefas
Anterior Plano anterior
INSPECIONAR ACOPLAMENTO
E CONFERIR GAP
INSPEÇÃO INSPECIONAR ACOPLAMENTO
36 SEMANAS
PRÉ PREVENTIVA DE ENTRADA DE FORÇA
INSPECIONAR DESGASTE DE
DEFLETOR DE DESCARGA-RAMPA
INSPECIONAR QUANTO A DESGASTE
E FIXAÇÃO
INSPECIONAR ROTOR QUANTO A
DESGASTE
TROCAR RASPADORES
CENTRAL E LATERAL
MANUTENÇÃO INSPECIONAR(VISUAL) DESGASTE
36 SEMANAS
MECÂNICA DOS DENTES
CONFERIR APERTO DOS PARAFUSOS
DE FIXACAO
CONFERIR APERTO DOS PARAFUSOS
DE FIXACAO
VERIFICAR APERTO DOS PARAFUSOS
FIXACAO
TESTAR BOMBA E VERIFICAR
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
TESTAR O SISTEMA E INSPECIONAR
LUBRIFICAÇÃO 36 SEMANAS
BICOS SPRAY DE GRAXA
TESTAR E AJUSTAR VÁLVULA DE
ALÍVIO
TESTAR E AJUSTAR PRESSÃO DA
VÁLVULA DE ALÍVIO
RETIRAR GRAXA CONTAMINADA DO
INTERIOR DO RESERVATÓRIO
Periodicidade Ação -
Lista de tarefas
Atualizada Plano Proposto
INSPEÇÃO
N/A N/A
PRÉ PREVENTIVA
TROCAR QUARTO RASPADOR
E LATERAL
AJUSTAR PRIMEIRO, SEGUNDO
E TERCEIRO RASPADORES
36 SEMANAS
CONFERIR APERTO DOS PARAFUSOS
MANUTENÇÃO
DE FIXACAO DO TORPEDO,
MECÂNICA
ROLAMENTO E PRATO
INSPECIONAR ACOPLAMENTOS DE
ENTRADA E SAÍDA
INSPECIONAR POLIETILENOS DO
CHUTE E DA RAMPA
DESOBSTRUIR BICOS SPRAY
CHECAR FIXAÇÃO, DESGASTE E EMPENO
DAS ALETAS DO DESAGREGADOR
SUBSTITUIR BICOS SPRAY
72 SEMANAS TROCAR TODOS OS RASPADORES
TROCAR ELEMENTOS ELÁSTICOS DO
ACOPLAMENTO DE ENTRADA
TESTAR BOMBA E VERIFICAR
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
TESTAR O SISTEMA E INSPECIONAR
LUBRIFICAÇÃO 36 SEMANAS
BICOS SPRAY DE GRAXA
TESTAR E AJUSTAR VÁLVULA DE
ALÍVIO
TESTAR E AJUSTAR PRESSÃO DA
VÁLVULA DE ALÍVIO
RETIRAR GRAXA CONTAMINADA DO
INTERIOR DO RESERVATÓRIO
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MOURãO, J. M. MinÉrio de ferro para a indÚstria brasileira de gusa. In: . [s.n.], 2009.
Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/341386775>.
PéRèS, F.; NOYES, D. Evaluation of a maintenance strategy by the analysis of the rate
of repair open archive toulouse archive ouverte (oatao) evaluation of a maintenance
strategy by the analysis of the rate of repair. Quality and Reliability Engineering
International, Wiley, v. 19, p. 129–148, 2003.
Os modos de falha bem como seus efeitos foram divididos nos subsistemas definidos e
discutidos para identificar possíveis inclusões e/ou retiradas.