Epilepsia
Epilepsia
Epilepsia
PROBLEMA 4
SÍNCOPE
Ocorrem geralmente quando a pessoa está de pé ou sentada; eles podem ser abortados se ela
se deitar ou abaixar a cabeça além do nível do coração. Se o ataque prosseguir, o paciente
perde tônus muscular e cai ao perder a consciência. Período de inconsciência breve,
durando apenas alguns segundos. Posturas tônicas breves são vistas frequentemente por
alguns segundos, ocasionalmente até por 10 a 20 segundos, e podem se assemelhar a posturas
descerebradas ou em opistótono.
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EPILEPSIA
Há muitos tipos diferentes de crises, cada um dos quais com alterações de comportamento
características e distúrbios eletrofisiológicos típicos, que podem geralmente ser detectados em
registros EEG do couro cabeludo.
Dependem de vários fatores: se de início há uma grande ou pequena parte do córtex
cerebral envolvida, as funções das áreas corticais em que se origina a crise, os padrões
subsequentes de disseminação da descarga elétrica crítica no cérebro e o grau em que
estruturas subcorticais e do tronco encefálico são afetadas.
O paciente pode apresentar amnésia depois da crise, sem nenhuma recordação dos
eventos iniciais. A consciência pode se alterar tão rapidamente ou a crise se tornar
generalizada tão rapidamente que as características distintivas iniciais são obscurecidas ou
perdidas. A crise pode se originar de uma região cerebral que não se associa a uma função
comportamental óbvia. Portanto, a crise se torna clinicamente evidente apenas quando a
descarga se dissemina além da zona de início do evento crítico ou se torna generalizada.
Crise aguda sintomática (ou crise provocada). Crise epiléptica decorrente de uma
causa imediata identificada, como distúrbio metabólico, intoxicação exógena, absti-
nência de drogas sedativas ou insulto neurológico agudo.
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Convulsão é um evento epiléptico transitório, um sintoma de alteração da função
cerebral. Embora as convulsões sejam as manifestações principais da epilepsia, nem todas as
convulsões significam epilepsia. Por exemplo, as convulsões podem ser autolimitadas na
medida em que ocorrem unicamente durante a evolução de uma doença médica ou neurológica
aguda, como hiponatremia, intoxicação por drogas ou encefalite; elas não persistem depois da
resolução do transtorno subjacente. Algumas pessoas apresentam somente uma convulsão
não provocada, sem que se possa descobrir a razão. Esses tipos de crises não constituem
epilepsia. Crise única (ou isolada) refere-se a crise epiléptica única não provocada (ou
crises que ocorram num intervalo inferior a 24 horas).
Classificação Internacional das Crises Epilépticas de 1981 considera três tipos de crises:
● CRISES EPILÉPTICAS FOCAIS são aquelas que se originam em redes neuronais
limitadas a um hemisfério cerebral, as quais podem ser restritas ou distribuídas de
forma mais ampla. Podem-se originar em estruturas subcorticais. Para cada tipo de crise,
o início crítico é consistente de uma crise para outra com padrões de propagação
preferenciais, e o ritmo ictal pode envolver o hemisfério contralateral. Em alguns
casos, contudo, há mais do que uma rede neuronal epileptogênica e mais do que um
tipo de crise epiléptica, mas cada tipo de crise individual tem um local de início
consistente.
As crises parciais simples ocorrem quando a descarga crítica ocorre em uma área
limitada e frequentemente circunscrita do córtex, o foco epileptogênico. Quase todos os
sintomas ou fenômenos podem ser manifestações subjetivas (aura) ou observáveis,
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variando de um distúrbio motor elementar (crises jacksonianas, crises adversivas) e um
distúrbio sensorial unilateral a complexos fenômenos emocionais, psicoilusórios,
alucinatórios ou dismnésicos.
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● CRISES EPILÉPTICAS GENERALIZADAS são aquelas que se originam em algum ponto
de uma rede neuronal e rapidamente envolvem e se distribuem em redes neuronais
bilaterais. Estas redes bilaterais podem incluir estruturas corticais e subcorticais, mas
não necessariamente incluem todo o córtex. Embora algumas crises possam parecer
localizadas quando analisadas individualmente, a lateralização não é consistente de uma
crise para outra. Crises generalizadas podem ser assimétricas.
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não impede a descrição das crises focais de acordo com estas e outras características.
As crises epilépticas que não puderem ser diagnosticadas em uma das características devem
ser consideradas não classificadas até que informações ulteriores permitam que as mesmas
sejam diagnosticadas acuradamente. No entanto, esta não é considerada uma categoria
separada na classificação.
Crises parciais simples devem ser denominadas agora, crises focais sem perda da
consciência ou alerta.
Crises focais devem ser subdivididas em apenas dois grupos: o das crises com sinais motores
ou autonômicos observáveis e o das crises com fenômenos sensitivossensoriais ou psíquicos
subjetivos.
Crises parciais complexas devem ser denominadas crises com perda da consciência ou
alerta ou discognitivas.
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As crises tônico-clônicas generalizadas (grande mal) caracterizam-se por perda
abrupta da consciência, com extensão tônica bilateral do tronco e dos membros,
supraversão ocular (fase tônica - média 30 segundos), frequentemente acompanhada de
uma vocalização alta ao ser o ar expelido vigorosamente através de cordas vocais
contraídas (grito epiléptico), seguida de abalos musculares sincrônicos (fase clônica -
média 90 segundos). Em alguns pacientes, uns poucos abalos clônicos precedem a
sequência tônico-clônica; em outros se evidencia apenas uma fase tônica ou clônica.
Associadamente ocorrem apneia, sialorreia e pode ocorrer liberação esfincteriana e
mordedura de língua.
Após a crise, os pacientes não podem ser ativados por um breve período e em seguida
se mostram letárgicos e confusos, muitas vezes preferindo dormir. Ocorre relaxamento
muscular e respiração ruidosa, recuperação gradual da consciência, associada à intensa
agitação em alguns casos. Pode durar vários minutos. (PERÍODO PÓS ICTAL)
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Muitos pacientes relatam sintomas premonitórios inespecíficos inconsistentes
(pródromos epilépticos) por alguns minutos a horas antes de uma crise tônico-clônica
generalizada. Os sintomas comuns incluem uma ansiedade maldefinida, irritabilidade,
diminuição da concentração e cefaleia ou outras sensações desconfortáveis; isso não
constitui uma aura.
Quando o início e o fim da crise não são muito nítidos, ou quando a crise inclui
componentes tônicos e autônomos, usa-se o termo crise de ausência atípica. Têm início e fim
menos abruptos e maior duração. Pode ocorrer confusão pós-ictal. As ausências atípicas são
vistas mais comumente em crianças com epilepsia que apresentam atrasos no
desenvolvimento ou em encefalopatias epilépticas, como a síndrome de
Lennox-Gastau.
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musculatura do pescoço e supraversão ocular. A duração média das crises é de cerca de
20 segundos. Crises tônicas tendem a ocorrer durante o sono, quando também podem
manifestar-se de modo sutil, com abertura das pálpebras e supraversão ocular. Quando
ocorrem em vigília, podem levar a queda abrupta e ferimentos. Essas crises ocorrem de
modo praticamente exclusivo em pacientes com comprometimento neurológico e em
síndromes epilépticas graves. As crises tônicas devem ser diferenciadas das crises
tônico-posturais (ou crises posturais).
Crises Focais:
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crises indica envolvimento da área motora primária, no giro pré-central.
Crises motoras negativas (ou mioclonias negativas) – caracterizam-se pela perda abrupta e
transitória do tônus muscular, nos grupos musculares de face, braços, mãos e pernas, sendo
consideradas o fenômeno “negativo” das crises motoras simples. São de ocorrência mais rara
que crises motoras simples e, como estas, também decorrem do acometimento da área motora
primária, no giro pré-central ou em áreas frontais.
Crises versivas caracterizam-se por versão forçada da cabeça e dos olhos para um dos lados.
Este tipo de crise pode ocorrer com a consciência preservada ou comprometida. Embora este
tipo de crise decorra mais frequentemente de acometimento da região frontal imediatamente
anterior ao giro central (área 8 de Brodmann) contralateral à versão (crise contraversiva). Pode
haver perda da consciência ou não.
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Crises somatossensitivas - sintomas somestésicos em face, mão braço ou perna, pode
apresentar também fenômeno de marcha. Sugere acometimento do giro pós-central.
Crises visuais - alucinações visuais, elementares (córtex visual primário no lobo occipital), ou
complexas (córtex de associação occipitotemporal).
Espasmos epilépticos - inicia habitualmente dos 3 aos 12 meses de vida, pode evoluir para
outro tipo de crise. Abalos musculares abruptos, contração por alguns segundos da musculatura
flexora ou extensora, duração maior que uma mioclonia e menor que uma crise tônica. Pode
ocorrer sozinho ou em salvos de intensidade crescente por em média cinco minutos até
cessarem. Pode haver queda abrupta da cabeça.
ETIOLOGIA
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A epileptogênese deve-se a um desequilíbrio entre os mecanismos de inibição e de excitação
sináptica que atuam em uma população neuronal suscetível, levando a um estado de
hiperexcitabilidade e hipersincronia. Estas alterações podem ser devido à predisposição
genética ou alterações estruturais dos circuitos neuronais, sendo mediadas por
neurotransmissores e canais iônicos. Uma das hipóteses é que as crises são causadas por um
aumento na ativação da via que utiliza o glutamato como neurotransmissor excitatório e/ou
uma diminuição na via que utiliza o GABA como neurotransmissor inibitório.
A epilepsia do lobo temporal (ELT) está entre os tipos de epilepsia a mais comum, sendo
responsável por aproximadamente 40% a 70% das epilepsias nos adultos. O padrão histológico
encontrado é a esclerose hipocampal ou esclerose mesial temporal. Esta é caracterizada por
acentuada perda de neurônios piramidais, gliose reacional e brotamento axonal que promove
circuitos aberrantes. A perda neuronal referida ocorre com uma intensidade gradualmente
menor nos seguintes subcampos da formação hipocampal,
SÍNDROMES EPILÉPTICAS
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Doença versus síndrome: Embora existam razões para que sejam distinguidos os conceitos
de doença e de síndrome, estes termos não são utilizados de forma consistente em Medicina.
Por esta razão foi decidido pela Comissão não insistir da distinção entre doença e síndrome em
epilepsia no presente momento, embora cada um destes termos ou mesmo os dois têm sido e
continuarão a ser utilizados dependendo do contexto e do hábito.
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suas consequências, os exames motor e sensorial, as características eletrográficas, os fatores
precipitantes ou desencadeadores, os padrões da ocorrência de crises com relação ao sono.
Evolução natural do distúrbio: Entre as várias dimensões que podem ser usadas para
organizar formas de epilepsia, a evolução “natural” é enfatizada aqui pela sua considerável
importância em refletir nossa compreensão crescente da natureza integral das epilepsias.
Encefalopatia epiléptica: O conceito de encefalopatia epiléptica tem sido cada vez mais
aceito e usado e compreende a noção de que a atividade epileptiforme por si pode contribuir
para o comprometimento cognitivo e comportamental grave, além do esperado pela patologia
subjacente (como as malformações do desenvolvimento cortical) e que estas podem piorar com
o tempo. Este comprometimento podem ser global ou mais seletivo e pode ocorrer sob a forma
de um espectro de gravidade. Os efeitos encefalopáticos das crises epilépticas e das epilepsias
podem ser associados a qualquer forma de epilepsia. As encefalopatias epilépticas mais
conhecidas e mais comuns são as síndromes de West e de Lennox-Gastaut, de Dravet, de
Landau-Kleffner, de Doose e do padrão de ponta-onda contínua durante o sono lento.
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INVESTIGAÇÃO
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