Reclamacao Trabalhista Sonia Gomes Santos

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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE -

MG

SONIA GOMES DOS SANTOS, brasileira, desempregada, inscrito no


CPF sob nº 086.386.652-52, com e-mail eletrônico..., CTPS 82000 - 00055-BA ,
PIS nº 12716035131 , residente e domiciliado na rua Jardim Atlântico , 18 , Bairro
Castanheiras , na Cidade de Belo Horizonte , Minas Gerais , 30295-385 , vem à
presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar
RECLAMAÇÃO,TRABALHISTA C/C PEDIDO LIMINAR em face de
RESTAURANGTE E LANCHONETE OSIRES E OLIVEIRA LTDA , pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.493.926/0001-66 , com
endereço eletrônico... , com sede em Rua Domingos Vieira , 319, LOJA 02 , Bairro
Santa Efigênia , Belo Horizonte, Minas Gerais , 30150-240 ,pelos motivos e fatos
que passa a expor.

I DOS FATOS

Trata-se de contrato formal de trabalho o qual fora firmado entre as


partes no dia 01/09/2011, a qual incumbiu-se a Autora no cargo de auxiliar com
função nos serviços de alimentação.

Além disso, a jornada de trabalho era de 9 (nove) horas diárias, com


45 (quarenta e cinco) horas semanais, com início das 07 (sete) horas às 16
(dezesseis) horas com 20 (vinte minutos) de intervalo, sendo remunerada em R$
1.212,00 (hum mil e duzentos e doze reais).

Cumpre esclarecer que o restaurante em que fora contratada, fora


vendido, permanecendo o mesmo CNPJ, nome fantasia, permanecendo
trabalhando no mesmo local. Ocorre que a Autora trabalhava mais tempo do que

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aquele previsto em lei sem receber horas extras, bem como tinha seu intervalo
intrajornada menor do que o previsto legal, como também o Aviso Prévio fora
assinado, com data retroativa, ou seja, embora o Termo de Rescisão Contratual
do Trabalho - TRCT - informa que a data do início do Aviso Prévio se deu em
12/02/2022, entretanto a Autora assinou no dia 14/04/2022.

Desta forma, como o Aviso Prévio integra o contrato de trabalho, a


verdadeira data de baixa que deveria contar na CTPS é dia 13/06/22 e nao
13/04/2022.

Não só isso, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional


pela presente Reclamação Trabalhista, pelas fundamentações que passa a ser
expostas a seguir.

II DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe


expressamente o cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

Art. 790 (...) § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte


que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando que a renda do Reclamante gira em torno de


R$ 1.212,00 (hum mil e duzentos reais), salário-mínimo este, tem-se por
insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a subsistência
de sua família.

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais


indisponíveis preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo
qual assegura a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito
ao benefício.

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Trata-se de conduta perfeitamente tipificada pelo Código de
Processo Civil de 2015, que previu expressamente:

Art. 99. [...]

§ 2º - O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que


possui presunção de veracidade, conforme expressa redação da súmula 463 do
TST:

Súmula nº 463 do TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO - Res.


219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT
divulgado em 12, 13 e 14.07.2017

I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária


gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência
econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido
de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC
de 2015);

Assim, tal declaração só pode ser desconsiderada em face de


elementos comprobatórios suficientes em contrário, conforme lecionam grandes
doutrinadores sobre o tema:

"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte


seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas,
as despesas e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha
patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com
essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo
Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema:

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JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a ação ajuizada
após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15 (Novo CPC), nos termos da
Lei nº. 1.060/50, a simples declaração lavrada pelo reclamante gera a
presunção de que é pobre na forma da lei, apenas podendo ser elidida
por prova em contrário. Apresentando o autor declaração de pobreza
autônoma, sem qualquer impugnação quanto à sua forma ou conteúdo,
resta mantida a concessão do benefício da justiça gratuita. Recurso a que
se nega provimento. (Processo: RO - 0001367-63.2016.5.06.0145,
Redator: Paulo Alcantara, Data de julgamento: 21/01/2019,Segunda
Turma, Data da assinatura: 22/01/2019, #95902811) #5902811

EMENTA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE


VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. É
presumivelmente verdadeira a declaração de insuficiência econômica
formulada pelo trabalhador, sendo devida a concessão do benefício da
gratuidade de justiça, salvo na hipótese em que demonstrada a falsidade
do seu teor. Aplicação do art. 99, § 3º, do CPC/2015. (TRT4, RO
0020099-75.2016.5.04.0201, Relator(a): Tânia Regina Silva Reckziegel,
2ª Turma, Publicado em: 16/03/2018, #35902811)

AGRAVO INSTRUMENTO. RECURSO ORDINÁRIO. GRATUIDADE


JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. MERA DECLARAÇÃO.
Para o deferimento do benefício da justiça gratuita exige-se tão somente
a declaração da parte quanto à sua hipossuficiência. Agravo Instrumento
interposto pela reclamante conhecido e provido. (TRT-1,
00000082120175010521, Relator Desembargador/Juiz do Trabalho:
Marcia Leite Nery, Quinta Turma, Publicação: DOERJ 19-04-2018,
#45902811)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXV da Constituição


Federal, pelo artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao
requerente.

Por fim, no caso de qualquer improcedência aos pedidos aqui


pleiteados, requer seja considerada a ADI 5766, na qual o STF declara
inconstitucionais as previsões dos Arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

II.I da sucessão empresarial

A sucessão empresarial, nos termos da redação da CLT, é motivo


suficiente para responsabilizar a empresa sucessora pelos encargos trabalhistas
gerados pela empresa sucedida:

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Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará
os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

A Reforma Trabalhista tratou de explicitar esta responsabilidade de


forma inequívoca ao introduzir à CLT a redação do Art. 448-A:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores


prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações
trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados
trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a


sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

A característica dos contratos de trabalho recaem intuitu personae,


ou seja, exclusivamente sobre o empregado, já em relação ao empregador o
contrato de trabalho vincula com o empreendimento empresarial
independentemente do seu titular.

Com isso, prevalece o princípio da despersonalização do


empregador, preservando a intangibilidade dos contratos de trabalho em face de
alterações na estrutura jurídica das empresas, para preservar os direitos
adquiridos por seus empregados.

A sucessão empresarial das Reclamadas fica caracterizada pelos


seguintes elementos:

a) transferência de unidade empresarial econômica de produção (Material e


operacional), e;

b) continuidade da atividade econômica pela sucessora.

A doutrina ao disciplinar sobre o tema, destaca:

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"A sucessão não exige prova formal, pode ser demonstrada por indícios e
presunções, tais como: a transferência do fundo de comércio,
transferência do principal bem imaterial da atividade, dentre outros
elementos. (...). Eventual cláusula no contrato de sucessão de
irresponsabilidade da empresa sucessora pelos débitos trabalhistas da
empresa sucedida não tem validade perante a legislação trabalhista, pois
as normas dos arts. 10 e 448, da CLT são de ordem pública." (SCHIAVI,
Mauro. A Reforma Trabalhista e o Processo do Trabalho: aspectos
processuais da Lei n. 13.467/17. LTr Editora, 2017. pg. 137,138)

Diante destes elementos, caracterizada a sucessão empresarial,


tem-se por inequívoco que a empresa sucessora deve responde integralmente
pelos débitos da sucedida, devendo compor o polo passivo, conforme precedentes
sobre o tema:

AGRAVO DE PETIÇÃO - SUCESSÃO EMPRESARIAL. A caracterização


da sucessão empresarial, no Direito do Trabalho tem tipificação
específica, em face do princípio protetor do empregado, não seguindo,
assim, os rigores normativos do Direito Civil ou do Direito Comercial. Para
a sua configuração basta tão somente a presença de fortes indícios
fáticos a autorizar a conclusão pela sucessão. (TRT da 3.ª Região;
Processo: 0000297-55.2015.5.03.0007 AP; Data de Publicação:
06/03/2018; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Convocado Antonio
Neves de Freitas; Revisor: Paulo Mauricio R. Pires)

SUCESSÃO TRABALHISTA. REQUISITOS. CONFIGURAÇÃO. Na


sistemática trabalhista, a sucessão patronal decorre da alteração na
estrutura jurídica ou na propriedade de uma empresa, resultando na
transmissão de direitos e na assunção de débitos decorrentes da relação
de emprego, nos termos dos artigos 10 e 448, ambos da CLT. Para tanto,
revelam-se como requisitos para caracterização da sucessão a
transferência de uma unidade econômica, ou de parte dela, de um titular
para outro ou a alteração na estrutura jurídica da unidade antes
constituída e a continuidade do empreendimento econômico. Com efeito,
não é preciso que haja a transferência de todo o patrimônio da empresa,
bastando, para tanto, que a nova empresa sucessora abarque parte do
patrimônio, tendo a mesma atividade econômica desenvolvida pela
sucedida. Daí, obrigações e direitos empregatícios se transferem, por
imperativo legal, em face da sucessão ocorrida. Verificando-se a
presença de tais requisitos, o reconhecimento da sucessão empresarial
e, por reflexo, a responsabilidade da Agravante, é medida que se impõe.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011122-02.2016.5.03.0079 (AP);
Disponibilização: 09/03/2018; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator:
Marcio Ribeiro do Valle)

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL - Inclusão de pessoa


jurídica no polo passivo - Fortes indícios de fraude entre empresas -
Caracterização de sucessão empresarial - Situação de fraude
caracterizada - Decisão mantida - Recurso não provido. (TJ-SP
21642355720178260000 SP 2164235-57.2017.8.26.0000, Relator: Maia
da Rocha, Data de Julgamento: 01/11/2017, 21ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 01/11/2017, #95902811)

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Assim, tem-se por consubstanciada a caracterização da sucessão
empresarial, devendo ambas as empresas compor o polo passivo da presente
demanda.

II.II da retificação e baixa da ctps

Embora contratado para laborar até dia 13/06/2022, de acordo com o


fim do cumprimento devido do Aviso Prévio, o Reclamante teve sua CTPS baixada
no dia 13/04/2022 deixando de contabilizar dois meses de contrato.

Conforme o TRCT anexo, o efetivo pagamento das supostas verbas


rescisórias foram feitos na data 18/04/2022, entretanto ele não deveria ser
acertado nessa data uma vez que o fim do contrato só se acaba com o fim do
cumprimento do Aviso Prévio, que fora dia 13/06/2022 , prova que passará a
constituir, a efetiva rescisão da Reclamante ocorreu em 13/06/2022 , sem
qualquer registro, requer seja o Reclamado condenado a retificar a CTPS com
data de dispensa em 13/06/2022 na função de Auxiliar.

Trata-se de dever do Reclamado que deve ser cumprido:

REINTEGRAÇÃO. CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO NA EXECUÇÃO.


RETIFICAÇÃO DA BAIXA NA CTPS. Se a sentença de mérito, bem como
do acórdão, transitado em julgado, ficaram assentados no sentido de
condenar a reclamada na obrigação de reintegrar o obreiro nos seus
quadros, declarando a nulidade da dispensa, anula também, por via de
consequência a respectiva a baixa na CTPS. Diante desse quadro impõe-
se a reforma da decisão recorrida, para o fim de seja procedida a
retificação da data de baixa na CTPS do reclamante tendo como base o
período estabilitário reconhecido na sentença de mérito. Recurso
conhecido e provido. (TRT-11 02300820040011100, Relator: Ormy da
Conceição Dias Bentes)

Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como
término do pacto laboral.

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II.III das horas extras

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como


acordado, era obrigado a prolongar sua jornada em até 1h/dia depois do seu
horário, para realizar os seus serviços, conforme provas que junta em anexo.

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais de 1h/dia além


do horário contratual, tempo que deve ser computado como hora extra e repercutir
em todos os seus reflexos.

Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o período


extraordinário laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, com
os adicionais devidos de 50% devendo usar como base de cálculo as parcelas de
natureza salarial e acrescido dos adicionais (OJ 97 e Súmula 132 do TST).

Por habituais, requer ainda a condenação do Reclamado ao


pagamento dos seguintes reflexos:

c) Férias (Art. 142, §5º da CLT);


e) Aviso prévio (Art. 487 da CLT, §5º);
f) FGTS sobre verbas rescisórias (Súmula 63 do TST);
g) Multa de 40% do FGTS (Súmula 63 do TST);
h) 13º (Súmula 45 do TST);

II.IV da habitualidade das horas extras

No presente caso, por tratarem-se de horas extras habituais,


configuraram legítima expectativa do trabalhador, caracterizando o conceito de
habitualidade, conforme descreve doutrina especializada sobre o tema:

"Por essas razões, não se mede a habitualidade pela frequência do


pagamento ou pelo número de meses em que houve a repetição do
evento, algo que significa apenas um indício e não um elemento seguro.
Mede-se a habitualidade, sim, pela expectativa da repetição do evento,

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por aquilo que seja razoavelmente esperado por ambas as partes -
esperado que se receba e esperado que se tenha aquele desembolso."
(SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho
Aplicado. Vol 2. Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 20)

E no presente caso, pela continuidade por mais de indicar meses


exercendo a mesma quantidade de horas extras, tem-se pela manifesta
habitualidade configurada.

Portanto, devem ser incorporadas ao salário, uma vez que não se


pode reduzir abruptamente os rendimentos do trabalhador, conforme precedentes
sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. BANCO DE


HORAS CUMULADO COM ACORDO DE COMPENSAÇÃO SEMANAL -
PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. O TRT verificou a
concomitância dos regimes de banco de horas e de compensação
semanal, bem como a prestação habitual de horas extras. A
jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a adoção
concomitante do regime de compensação semanal e banco de horas, por
meio de norma coletiva, não é incompatível ou gera, por si só, a
invalidade dos regimes, mas desde que não constatada nenhuma
irregularidade em nenhum dos regimes, como a prestação habitual de
horas extras. Todavia, no caso, é incontroversa a existência de horas
extras prestadas de forma habitual, ultrapassando o limite de dez horas
diárias. Incidência do óbice da Súmula nº 126/TST, no particular. Agravo
de instrumento conhecido e desprovido. (TST, AIRR - 791-
85.2015.5.09.0965, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte,
Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
07/01/2019)

REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS. Mantida a condenação ao


pagamento de horas extras no período de 01.03.2012 a 20.01.2016, são
devidos os reflexos em DSRs, férias+1/3, 13º salário, FGTS+40%.
Prosseguindo, o simples argumento de que o Reclamante era mensalista,
em hipótese alguma, elide a incidência das horas extras nos descansos.
As horas extras habituais integram o salário por previsão legal (artigo 7º,
Lei 605/49). Nesta integração, como a jornada suplementar é habitual, o
descanso pela hora extra também é uma parcela salarial habitual. A
Súmula 172 do TST e a nova redação dada à alínea "a" da Lei 605/49,
pela Lei 7.415/85 determinam que as horas extras habitualmente
prestadas devem integrar o DSR, mesmo que o trabalhador preste
serviços por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. Rejeito. (TRT-
2, 1000920-45.2017.5.02.0271, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 22/08/2018)

01. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE FRIO. A exposição ao


agente frio ocorria de forma habitual durante toda a jornada. Ressalte-se
que o Anexo 9, da NR nº 15, da Portaria 3.214/78 do Ministério do

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Trabalho nada dispõe quanto ao tempo de exposição ao agente
insalubre, estabelecendo somente que "as atividades ou operações
executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio,
sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho". Nesse
sentido, é o entendimento pacificado na Súmula nº 47 do TST. 02.
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS EM DSRS. As horas extras habituais
integram o salário por previsão legal (artigo 7º, Lei 605/49). Nesta
integração, como a jornada suplementar é habitual, o descanso pela hora
extra também é uma parcela salarial habitual. A Súmula 172 do TST e a
nova redação dada à alínea "a" da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85
determinam que as horas extras habitualmente prestadas devem integrar
o DSR, bem como em demais verbas, pois verificada a habitualidade,
produzindo todos os efeitos legais, mesmo que o trabalhador preste
serviços por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. (TRT-2,
1000317-82.2016.5.02.0472, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 04/06/2018)

Portanto, configurada a habitualidade das horas extras, a sua


incorporação é medida que se impõe.

II. V da não concessão de intervalo intrajornada

Nos termos do Art. 71 da CLT, todo e qualquer trabalho contínuo, o


qual sua duração exceda a seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação.

A Reclamante foi contratada para laborar no horário de 7 horas às 16


horas, de segunda.

Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem qualquer


motivação ou acordo prévio, a Reclamante se viu obrigada a mudar seu horário
para 7 horas às 16 horas de segunda à sexta feira, sem poder usufruir, portanto,
do intervalo intrajornada para descanso e refeição de pelo menos 1 (uma) hora e
não 20 minutos.

Dessa forma, não concedido intervalo intrajornada diante de


habituais prorrogações do horário de trabalho, é devida a indenização prevista no
Art. 71, §4º da CLT. nesse sentido:

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AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI
13.467/2017. INTERVALO INTRAJORNADA. "REUNIÕES
RELÂMPAGO". HORAS EXTRAS. SÚMULAS 366, 437 E 449/TST. Nos
termos do item IV da Súmula 437/TST , "Ultrapassada habitualmente a
jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo
intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o
período para descanso e alimentação não usufruído como extra,
acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e §
4º da CLT". O padrão de concessão do intervalo intrajornada diz respeito
à jornada efetivamente trabalhada, e não à jornada contratada, de modo
que, ainda que a jornada contratada seja de seis horas, se o empregado
laborar mais do que o acordado, automaticamente deverá ser concedido
o intervalo para descanso nas proporções previstas no art. 71 da CLT.
Assim sendo, a decisão agravada foi proferida em estrita observância às
normas processuais (art. 557, caput, do CPC/1973; arts. 14 e 932, IV, a,
do CPC/2015), razão pela qual é insuscetível de reforma ou
reconsideração . Agravo desprovido. (TST - Ag-AIRR:
116484420155010342, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de
Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
07/01/2019, #95902811)

Assim sendo, a indenização das horas deve ser em sua integralidade


com adicional de no mínimo 50%.

Assim, o Reclamante faz jus ao pagamento de 2.600 horas,


devidamente acrescidas em 50% (cinquenta por cento) da hora normal, em razão
da não concessão do intervalo para refeição e descanso, nos termos do § 4º do
art. 71 da CLT.

II.VI do direito à férias

O direito às férias é consagrado pela Constituição Federal (art. 7.º,


XVII da CF/1988) ao proteger corretamente o direito ao descanso, sem prejuízo da
remuneração acrescidos de 1/3. Este direito vem perfeitamente tipificado na CLT
em seu Art. 129 e ss.

A doutrina ao disciplinar sobre o tema, destaca a sua importância na


preservação da higidez física e mental do trabalhador:

"Os descansos estipulados pelo legislador para um contrato de trabalho


são múltiplos e de diversas naturezas, mas todos têm o ponto em comum
de atender às necessidades de higidez física e mental do trabalhador,

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motivos pelos quais dificilmente se poderá admitir alguma hipótese de
negociação individual ou coletiva sobre o tema das pausas." (SILVA,
Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho Aplicado. Vol 2.
Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 24 - Férias)

Portanto, não observar este direito ultrapassa a esfera pecuniária


para atingir a dignidade do ser humano, devendo ser coibido pelo judiciário.

II.VII férias proporcionais

Conforme expressa redação do Art. 147 da CLT, mesmo que


incompleto o período de 12 meses, cabe ao empregador o pagamento
proporcional das férias.

Nesse sentido:

FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO


(republicada em razão de erro material no registro da referência
legislativa), DJ 05.05.2004 Salvo na hipótese de dispensa do empregado
por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador
ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que
incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT) (ex-
Prejulgado nº 51). (TST, Súmula nº 171, #05902811)

Portanto, devido o pagamento das férias proporcionais ao período.

II. VIII do atraso no pagamento das férias

Nos termos do Art. 145 da CLT, o pagamento referente às férias


deve ser efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. A
intensão da lei é permitir que o trabalhador possa não apenas ter o seu merecido
descanso, como usufruir com adequado lazer.

Assim, considerando o não pagamento no prazo legal, devido o seu


pagamento em dobro, conforme sumulado pelo TST:

Súmula nº 450 do TST: FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA.


PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145

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DA CLT. - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o


terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

Portanto, considerando o descumprimento do prazo previsto no Art.


145 da CLT, devido o pagamento em dobro, conforme precedentes sobre o tema:

FÉRIAS. ATRASO NO PAGAMENTO. QUITAÇÃO EM DOBRO. A


obrigação do empregador de conceder ao empregado férias não se
considera cumprida apenas com o descanso pelo trabalhador, sendo
também necessária o pagamento no prazo legal, ou seja, dois antes do
início da fruição das férias (art. 145 da CLT), sob pena de obstar o objeto
do instituto. O pagamento das férias, antes da sua concessão, objetiva
propiciar ao empregado condições financeiras necessárias para que
possa gozar adequadamente do período de repouso. (TRT da 3.ª Região;
PJe: 0011164-30.2019.5.03.0052 (RO); DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página
1056; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Maristela Iris
S.Malheiros. Disponibilização: 06/02/2020, #15902811)

FÉRIAS PAGAS COM ATRASO. PAGAMENTO EM DOBRO DEVIDO.


Se o pagamento das férias não observou o prazo legal, disposto no art.
145 da CLT, é devido o pagamento da dobra de sua remuneração.
Inteligência da Súmula 450, do C. TST. (TRT-1, 0100646-
24.2019.5.01.0511 - DEJT 2020-02-05, Rel. MARIA HELENA MOTTA,
julgado em 28/01/2020, #35902811)

FÉRIAS. PAGAMENTO EM ATRASO. DOBRA DEVIDA. A prova


documental produzida evidencia que o reclamado concedeu as férias ao
reclamante dentro do período concessivo correspondente, porém, efetuou
o respectivo pagamento em atraso. Ressalte-se, por oportuno, que a lei
estabelece prazo para pagamento das férias (art.137, da CLT) aplicável
na ausência do descanso, ou do pagamento. Razão pela qual mantenho
a decisão recorrida, no tópico. Recurso desprovido. (TRT-2, 1000079-
29.2019.5.02.0320, Rel. PAULO EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA - 3ª
Turma - DOE 29/01/2020)

Razões pelas quais requer o provimento da presente ação para


determinar o pagamento em dobro dos valores correspondentes à férias pagos
intempestivamente.

II.IX do não recolhimento do fgts

Conforme extrato que colaciona em anexo, a Reclamada deixou de

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


realizar o devido recolhimento do FGTS em manifesta contrariedade à Lei nº
8.036/90.

Cabe, portanto, ao Reclamado a comprovação do devido pagamento,


conforme clara redação da Súmula 461 do TST:

Súmula nº 461 do TST


FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA
É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos
depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor
(art. 373, II, do CPC de 2015).

Devido, portanto, o recolhimento das diferenças não pagas do FGTS,


cumulado com multa de 40%:

DIFERENÇAS DE FGTS E MULTA DE 40%. Constatada irregularidade


nos depósitos do FGTS, conforme extrato da conta vinculada, e ocorrida
a despedida imotivada da autora, devidas as diferenças de FGTS do
contrato com acréscimo de 40%. (TRT-4 - RO: 00212977820155040009,
Data de Julgamento: 03/10/2017, 8ª Turma, #15902811)

Devido ainda, o pagamento do FGTS sobre as verbas pleiteadas na


presente ação:

FGTS SOBRE A VERBA DEFERIDA. Tendo sido deferida verba de


natureza salarial, sobre esta incide o FGTS, por ser verba consectária.
(TRT-4 - RO: 00210640220165040024, Data de Julgamento: 15/03/2018,
5ª Turma)

Assim, requer o devido recolhimento do FGTS no período de 3


meses, devidamente atualizado.

II. X da multa do art. 467 da clt

Tratando-se de verbas incontroversas, tem-se pelo devido


pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, que assim dispõe:

Art. 467.Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo


controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é
obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
acrescidas de cinqüenta por cento".

Portanto, considerando que as verbas referentes as Férias, Aviso


prévio, FGTS sobre verbas rescisórias, Multa de 40% do FGTS, e 13º, não foram
pagas ao final do contrato, devido o pagamento da multa de 50%, conforme
precedentes sobre o tema:

MULTA DO ART.467 DA CLT. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO.


Sendo infundada a controvérsia e não tendo sido efetuado pagamento
em audiência, cabe a incidência da multa do art.467 da CLT. Não há
equívoco ao incluir salários vencidos, aviso prévio e indenização
compensatória na base de cálculo dessa multa, porquanto se considera
verba rescisória toda parcela devida ao trabalhador no momento da
rescisão. (TRT-1, 0100453-54.2018.5.01.0281 - DEJT 2019-08-01, Rel.
MARIA HELENA MOTTA, julgado em 09/07/2019, #05902811)

MULTA DO ART.467 DA CLT. BASE DE CÁLCULO. INDENIZAÇÃO


COMPENSATÓRIA. A indenização de 40% sobre o saldo do FGTS deve
ser incluída na base de cálculo da multa do art.467 da CLT, porquanto se
considera verba rescisória toda parcela devida ao trabalhador no
momento da rescisão. (TRT-1, 0100440-36.2018.5.01.0061 - DEJT 2019-
10-09, Rel. MARIA HELENA MOTTA, julgado em 02/10/2019)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias


não foram pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.

II. XI da inversão do ônus da prova

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao


reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas


necessárias, tem-se a necessária inversão do ônus da prova.

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade
de obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo
princípio da distribuição dinâmica do Ônus da prova implementada pelo Novo
Código de Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela Justiça do


Trabalho, conforme clara redação da IN 39/2016 do C. TST:

Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em


face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo
Civil que regulam os seguintes temas:
(...)
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da prova);

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do ônus da prova,


sob pena de inviabilizar o acesso à justiça:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Ao


analisar Recurso Extraordinário interposto pela União (RE) 760.931, com
repercussão geral reconhecida, o Plenário do STF, por maioria de votos,
fixou a tese a ser aplicada quanto à responsabilidade subsidiária da
administração pública por encargos trabalhistas gerados pelo
inadimplemento de empresa terceirizada: "O inadimplemento dos
encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere
automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo
seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do
art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93" (STF - Tribunal Pleno - RE 760.931 -
Relª Minª Rosa Weber - Relator p/ acórdão - Min. Luiz Fux - DJe
12/9/2017). (...). Portanto, é possível que a Administração Pública
responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa contratada e
que não foram pagas, desde que o ex-empregado Reclamante comprove,
com elementos concretos de prova, que houve falha concreta do Poder
Público na fiscalização do contrato. No tocante à aferição da culpa, a
princípio, o ônus probatório incumbe à parte a quem aproveita, isto é, o
Reclamante teria o encargo de demonstrar em juízo que a Administração
foi omissa no seu dever de fiscalizar a contratada. Ocorre, porém, que
essa prova é de difícil, senão impossível, elaboração. Desse modo, é de

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


se aplicar o princípio da aptidão para a prova, uma vez que a
Administração tem o dever de exigir a apresentação de documentos que
comprovem a regularidade, pela contratada, das obrigações trabalhistas
e sociais e, por corolário, tem a posse desses documentos. (TRT-2,
1000334-12.2019.5.02.0441, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 09/03/2020)

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI
Nº 13.015/2014. HORAS EXTRAS. DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO
ÔNUS DA PROVA. ARTIGOS 818 DA CLT E 373, I, DO CPC.
VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA. A agravante não logra afastar a
fundamentação da decisão agravada. Ao Processo Trabalhista aplica-se
a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova, incumbindo-o à
parte que melhor tem condições de produzir a prova. Os artigos 818 da
CLT e 373, I, do CPC - único viés recursal válido do apelo denegado -
disciplinam a distribuição do encargo probatório entre as partes, razão
pela qual eventual violação desses preceitos somente ocorre na hipótese
em que o magistrado decide mediante atribuição equivocada do onus
probandi, o que não se verifica no caso concreto, ante o princípio da
aptidão para a prova. Assim, mantém-se a condenação em horas extras,
calcada na regular valoração do conjunto probatório. Agravo conhecido e
não provido. (TST, Ag-AIRR - 10740-84.2015.5.01.0051, Relator Ministro:
Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 22/05/2019, 7ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 31/05/2019)

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. É


inequivocamente desproporcional impor aos empregados terceirizados o
dever probatório quanto ao descumprimento da fiscalização por parte da
Administração Pública. A técnica processual da distribuição dinâmica do
ônus da prova, fundamentada nos princípios da igualdade, aptidão para a
prova e cooperação, surge em contraposição ao ônus estático da prova e
tem por diretriz a efetiva capacidade probatória de cada parte. O CPC de
2015 aplica a teoria dinâmica do ônus da prova: no art. 7º, como faceta
do devido processo substancial e no § 1º do art. 373, como flexibilização
da regra rígida de distribuição do encargo probatório insculpida nos seus
incisos I e II. Oportuno mencionar que a CLT, no art. 818, com as
alterações introduzidas pela Lei 13.467/17 também passou a aplicar a
distribuição dinâmica do ônus da prova. De outro lado, também à luz dos
princípios constitucionais que orientam o Direito Administrativo, sobretudo
os da legalidade e da moralidade, é do ente público o ônus de provar o
cumprimento do poder-dever fiscalizatório do contrato de prestação de
serviços, mormente no que se refere à observância das regras e direitos
trabalhistas. A segunda Reclamada alega ausência de culpa, não
podendo ser responsabilizada objetivamente pela terceirização, pelo
simples inadimplemento da primeira Reclamada. Todavia, a Recorrente
sequer juntou aos autos o contrato entabulado entre as Reclamadas,
onde constariam os deveres de cada uma. Ademais, não há nos autos
qualquer prova, ou mesmo indício, de que houve fiscalização, aplicação
de sanção, multas, penalidades, apuração de irregularidades, etc. Vale
dizer: a Recorrente jamais efetuou qualquer controle sobre as atividades
da primeira Reclamada. Se o fez, nada provou, pois não apresentou
nenhum documento comprovando a fiscalização do contrato existente
entre as Reclamadas. Portanto, não houve, como lhe competia, a
observância efetiva e profícua na fiscalização do contrato, sendo
necessário ao Reclamante que viesse ao Poder Judiciário procurar a

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


satisfação dos seus direitos. (TRT-2, 1001386-29.2017.5.02.0048, Rel.
FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma - DOE 06/05/2019,
#85902811)

DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA E TEORIA DA CARGA


DINÂMICA. Em matéria envolvendo diferenças de comissionamento,
embora o ônus de provar a pertinência do pedido recaia, em princípio,
sobre o autor da demanda judicial, à empresa acionada incumbe aportar
às suas alegações defensivas os demais fatos e provas, a fim de
subsidiar o juízo com os elementos de convencimento necessários ao
deslinde da controvérsia com pacificação social. A postura ativa da
empresa no esclarecimento dos fatos impõe-se, ainda, como decorrência
da aplicação à seara juslaboral da teoria da carga dinâmica da prova,
porque o empregador é a parte que detém mais aptidão para produzir a
prova dos mecanismos de cálculo, base, percentuais, formas de
pagamento e todos os demais aspectos contábeis relacionados às
comissões pagas aos seus empregados. (TRT-1,
01019678820175010471, Relator Desembargador/Juiz do Trabalho:
GUSTAVO TADEU ALKMIM, Gabinete do Desembargador Gustavo
Tadeu Alkmim, Publicação: 04/04/2019)

Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como a


situação hipossuficiente do trabalhador, requer a inversão do ônus da prova, com
base no Art. 818, §1º da CLT e Art. 373, §1º do CPC/15.

III DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

A Instrução Normativa nº 39 do TST, que dispõe sobre a aplicação


das normas do Código de Processo Civil de 2015 ao Processo do Trabalho,
dispõe em seu Art.3º:

Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de


omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que
regulam os seguintes temas: VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória)

A doutrina ao disciplinar sobre a matéria, reforça o entendimento de


que: "A tutela de antecedência, prevista no CPC, é compatível com o
Processo do Trabalho por força da aplicação do art. 769 da CLT." (SCHIAVI,

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p.
1.438)

Desta forma, diante da aplicabilidade do Art. 300 do CP/15, passa a


demonstrar o cumprimento aos requisitos do referido dispositivo legal:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca dos fatos narrados. Assim, conforme destaca a doutrina,
não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de
direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o


autor a esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos,
cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz
Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017.
p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela perda do direito,


ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse
demonstrado pela parte", em razão do "periculum in mora", risco esse
que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado por quem
pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso de Direito
Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Como ficou perfeitamente demonstrado, o direto do reclamante fica


caracterizado pelo descumprimento notório à clara disposição legal da efetiva
anotação na CTPS do trabalhador.

Esta conduta é indispensável para viabilizar as demais anotações de


vínculos posteriores e permitir o acesso a benefícios sociais dali proveninentes,
caracterizando igualmente O RISCO DA DEMORA.

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, o empregador tem
a responsabilidade de realizar as anotações e disponibilizar a CTPS ao
empregado imediatamente após o término do vínculo empregatício, in verbis:

Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na
CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a
remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de
sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem
expedidas pelo Ministério da Economia.
(...)

§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo


acarretará a lavratura do auto de infração pelo Auditor Fiscal do Trabalho,
que deverá, de ofício, lançar as anotações no sistema eletrônico
competente, na forma a ser regulamentada pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
(...)

§ 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no


prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a partir de sua anotação.

Assim, devida anotação imediata da CTPS, conforme precedente do


TST:

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI 13.015/2014.


RECURSO DE REVISTA. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANOTAÇÃO DA CTPS. De acordo com
entendimento adotado no âmbito desta Subseção Especializada, não há
óbice à aplicação da multa diária prevista no art. 461 do CPC de 1973,
com o objetivo de compelir o empregador a anotar a CTPS do
trabalhador, ainda que o art. 39, § 1º, da CLT estabeleça que, na
eventual recusa, tal procedimento possa ser realizado pela Secretaria da
Vara do Trabalho. É evidente que a posterior anotação da CTPS pela
secretaria do juízo causará embaraços ao trabalhador, dificultando seu
futuro acesso ao mercado de trabalho, circunstância que torna
inadmissível a recusa do empregador em cumprir a determinação judicial.
A imposição de multa diária em face da recusa do empregador de cumprir
sua obrigação de anotar a CTPS, no prazo fixado pela sentença, tem
fundamento no princípio da proteção ao hipossuficiente e no direito
constitucional ao trabalho, o qual reclama máxima efetividade. Nesse
contexto, conclui-se constituir a anotação da CTPS pela Secretaria da
Vara circunstância excepcional, não podendo ser interpretada como regra
de substituição da obrigação de fazer imposta ao empregador pela
própria CLT em seu art. 29. Recurso de revista não conhecido. MULTA
POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. NULIDADE
POR DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO CONFIGURADA. A multa diária
por descumprimento da obrigação de fazer encontrava-se respaldada no
art. 461 e parágrafos do Código de Processo Civil de 1973, ao tempo em
que fixada. A aplicação da "multa astreintes" em face de obrigação de
fazer, qual seja, anotação da CTPS, não importa violação do art. 39, § 1º,

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


da CLT, na medida em que se trata de multa prevista na legislação
processual. As astreintes são meio de coerção ou técnica de tutela
coercitiva, exercendo pressão psicológica no obrigado, cujo objetivo é o
cumprimento de determinada decisão judicial mediante ameaça ao
patrimônio do devedor. (...). (TST - RR: 6541320135030037, Relator:
Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 21/08/2019, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 23/08/2019, #45902811)

Da mesma forma deve ser o procedimento para imediata liberação


da CTPS, uma vez que trata-se de documento pessoal e de propriedade do
reclamante , não podendo ser utilizada como moeda de troca pela empresa para
qualquer fim.

Ademais, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao Reclamado, sendo devida
a concessão da tutela de urgência aqui pleiteada.

IV DA INDICAÇÃO DE VALOR CERTO E DETERMINADO

Inicialmente declara que indica aproximadamente os valores


pleiteados ao final de cada pedido, com base na documentação e informações
disponíveis ao trabalhador.

Em relação aos valores abaixo, indica apenas valores genéricos, nos


termos do Art. 324, §1º, III do CPC/15, pela impossibilidade de mensuração por
inacessibilidade da documentação necessária aos cálculos, que estão de posse
do Reclamado.

Horas extras: R$ 13.000,00 reais

Saldo Salário: R$525, 00 reais

Férias: R$ 1.737, 00 reais

Aviso Prévio: R$ 525,20 reais

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


13º Proporcional: R$ 505,00 reais

Indenização de 40% do FGTS: R$ 4.874,72

Recolhimento de 8% do FGTS: R$ 290,88

Deixa de liquidar os valores pleiteados, pois a redação introduzida


pela Reforma Trabalhista exige apenas a indicação de valor certo e determinado,
não exigindo em momento algum a sua liquidação, vejamos:

Art. 840 - § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação


do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que
resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.

Afinal, tal compreensão poderia ferir frontalmente princípios basilares


da Justiça do Trabalho, tais como o da SIMPLICIDADE, INFORMALIDADE,
CELERIDADE e do AMPLO ACESSO À JUSTIÇA.

Renomada doutrina, ao analisar a matéria, destaca:

"A lei não exige que o pedido esteja devidamente liquidado, com
apresentação de cálculos detalhados, mas que indique o valor. De nossa
parte, não há necessidade de apresentação de cálculos detalhados, mas
que o valor seja justificado, ainda que por estimativa. Isso se justifica,
pois o reclamante, dificilmente, tem documentos para o cálculo de horas
extras, diferenças salariais, etc. Além disso, muitos cálculos demandam
análise de documentação a ser apresentada pela própria reclamada."
(SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed.
LTR, 2018. p. 570)

Aceitar interpretação extensiva à norma seria criar obstáculo


inexistente em manifesto cerceamento ao direito constitucional de acesso à
justiça.

Este entendimento já vem norteando alguns posicionamentos nos


Tribunais:

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


MANDADO DE SEGURANÇA. EMENDA À PETIÇÃO INICIAL. LEI
13.467. PEDIDO LÍQUIDO. IMPOSIÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DA INICIAL
DA AÇÃO TRABALHISTA ILEGAL E OBSTACULIZADORA DO DIREITO
FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA. SEGURANÇA CONCEDIDA
PARA CASSAR A EXIGÊNCIA.Tradicionalmente o art. 840 da CLT exige,
da inicial da ação trabalhista, uma breve narrativa dos fatos, o pedido, o
valor da causa, data e assinatura. A nova redação da lei 13467/17,
denominada "reforma trabalhista" em nada altera a situação,
considerando repetir o que está exposto no art. 291 do CPC quanto à
necessidade de se atribuir valor à causa e não liquidar o pedido. A
imposição de exigência de liquidação do pedido, no ajuizamento, quando
o advogado e a parte não tem a dimensão concreta da violação do
direito, apenas em tese, extrapola o razoável, causando embaraços
indevidos ao exercício do direito humano de acesso à Justiça e exigindo
do trabalhador, no processo especializado para tutela de seus direitos,
mais formalidades do que as existentes no processo comum. No
ajuizamento da inicial foram cumpridos todos os requisitos previstos na lei
processual vigente, não podendo ser aplicados outros, por interpretação,
de forma retroativa. Não cabe invocar a reforma trabalhista para acrescer
novo requisito a ato jurídico processual perfeito. Inteligência do art. 14 do
CPC. Segurança concedida. (TRT4 Processo 0022366-
07.2017.5.04.0000(MS) Redator: Marcelo Jose Ferlin D'ambroso Órgão
julgador: 1ª Seção de Dissídios Individuais 28/02/2018, #35902811)

Nesse mesmo sentido, em outro julgado podemos destacar:

"O ato processual em questão diz respeito ao atendimento dos requisitos


legais previstos para a petição inicial, que deveriam ser aqueles previstos
na legislação vigente, é dizer, a CLT já com as alterações feitas pela
reforma, apenas determina sejam apontados os valores na peça
inaugural, não exigindo sua liquidação neste ponto. 10) Nessa medida, a
ordem judicial que determina a aplicação dos requisitos trazidos pela Lei
nº 13.467/2017, exigindo mais do que o dispositivo legal o faz, revela-se
teratológica, mostrando-se cabível a impugnação por meio do remédio
constitucional." (TRT15 Processo Nº 0005412-40.2018.5.15.0000 (MS)
Juiz Relator: CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DIAS. Data: 05/03/2018,
#85902811)

Motivos pelos quais requer o recebimento de simples indicação dos


valores de cada pedido, nos termos do Ar. 840, §1º e 324, §1º, III do CPC/15.

V DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto requer a total procedência da presente Reclamatória, para


que o:

1. O deferimento do pedido liminar para que seja determinado ao


Reclamado a exibição de documentos registro de ponto à composição

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


das provas necessárias a esta demanda, para fins de que seja
mensurado os valores devidos;

2. A citação do Réu para responder a presente ação, querendo;

3. Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do


previsto no artigo 334 do NCPC;

4. A concessão dos benefícios da Gratuidade Judiciária, por tratar-se o


Reclamante de pessoa pobre nos termos da lei, não possuindo
condições financeiras de arcar com os custos da presente ação sem
prejuízo de sua subsistência e de sua família;

5. O reconhecimento da configuração da sucessão empresarial e


consequente responsabilização solidária das empresas Reclamadas;

6. A inversão do ônus da prova, determinando à reclamada que


disponibilize registro de ponto;

7. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


documental, testemunhal, com a inversão do ônus da prova nos termos
do Art. 818, §1º da CLT;

8. Seja condenada a reclamada ao pagamento de aviso prévio no valor de


R$ 2.424,00;

9. Sejam realizadas as devidas retificações e baixa da CTPS;

10. Sejam realizadas as devidas anotações na CTPS;

11. Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo, pela


habitualidade, nas férias, na gratificação natalina, nos repousos
semanais remunerados, FGTS e multa de 40%, valor de horas extras

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


devido R$ 13.000,00 reais;

12. Sejam pagas as horas de intervalo intrajornada não gozadas com


acréscimo de 50%, valor devido R$ 10.000,00 reais;

13. Seja o reclamado condenado ao pagamento de férias e 13º


proporcional ao período trabalhado, devidamente atualizado, valor
devido R$ 2.242,00 reais;

14. Seja o reclamado condenado ao depósito do FGTS, devidamente


atualizado, cumulado com as multas previstas nos Arts. 22 da Lei
8.036/90 e 467 da CLT, valor devido R$ 5.100,00 reais;

15. .Seja a reclamada condenada ao pagamento dos reflexos do presente


pedido nas verbas trabalhistas do seguinte período 01/09/2011 até
13/06/2022;

16. Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do


Reclamante na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos
termos do Art. 791-A, valor devido R$ 10.000,00;

17. Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária de toda


a contratualidade, valor devido R$ 96,96 reais;

18. Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas,


sob pena de aplicação da multa do artigo 467 da CLT, multa, se devida
R$ 20,000,00 reais;

19. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo


pagamento das verbas requeridas;

20. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ... , OAB ... .

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023


Por fim, manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do
Art. 319, inc. VII do CPC.

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos


termos do Art. 840, §1º da CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ 30.000,00

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte, data ...

Advogado/OAB: ...

#5902811 Sun Apr 23 14:21:02 2023

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