Contabilidade Social: Juliano Lautert

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CONTABILIDADE

SOCIAL

Juliano Lautert
Políticas macroeconômicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar as políticas macroeconômicas.


„„ Definir a abrangência das políticas macroeconômicas.
„„ Reconhecer os impactos das políticas macroeconômicas.

Introdução
O efeito das políticas macroeconômicas acontece de forma sistêmica, ou
seja, o impacto de uma política interfere na outra, gerando, quando mal
administradas, desequilíbrio na economia de um sistema como um todo.
Dessa forma, as políticas fiscal, cambial, de renda e monetária causam
impactos entre si e devem ser bem administradas.
Neste capítulo, você identificará as políticas macroeconômicas, ava-
liando sua abrangência e impactos no sistema econômico.

O que são políticas macroeconômicas?


Após ter estudado a macroeconomia, com foco no estudo do relacionamento
entre os agentes de determinado sistema econômico pela análise das movi-
mentações dos agentes fornecedores e consumidores em um determinado
cenário, percebeu-se que a estrutura macroeconômica analisa as tendências
econômicas. Essas tendências estão divididas em campos de estudos que tem
como objetivo principal buscar a estabilidade da economia daquele cenário.
Embora as tendências estejam segmentadas em campos da economia, elas
estão divididas basicamente em dois grupos, conjunturais e estruturais (PAS-
SADOR; PASSADOR, 2010):

„„ Conjunturais: tratam de determinadas situações em determinado


momento, ou seja, visam a tratar um problema específico. Podemos
entender que uma política conjuntural age em uma situação de insta-
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bilidade de um cenário econômico, como, por exemplo, um cenário


de alta inflação e baixa produtividade. As tendências conjunturais são
conhecidas pelas características de ações de curto prazo.
„„ Estruturais: partem do princípio de que o sistema econômico é um
conjunto de relações organizadas entre os agentes, fornecedores e
consumidores, e de que essas relações formam uma estrutura organi-
zada. As tendências estruturais são conhecidas pelas características
de longo prazo.

Nessa linha, dentro de cada grupo, existem os instrumentos macroeconô-


micos, na forma de políticas econômicas utilizadas pelos governos para tentar
minimizar ou corrigir distorções no sistema. Essas distorções podem levar ao
desvio no atendimento das principais metas das políticas macroeconômicas,
que são, geralmente, equilíbrio da inflação, equilíbrio na balança comercial,
geração de empregos e crescimento da produção e da renda.
Sendo assim, para cada meta a ser atingida, existirá uma política macroe-
conômica que tentará garantir seu sucesso. Dessa forma, podemos presumir
que a função dos governos é intervir nas variáveis que impactam de forma
negativa cada meta proposta (LOPES; ROSSETI, 1998).

Política fiscal
Política fiscal é o conjunto de medidas aplicadas no controle da arrecadação
das receitas e no controle dos gastos públicos. Essa equação entre a arrecada-
ção e os gastos tem a função de garantir o cumprimento de três objetivos: a
redistribuição da renda, a alocação ajustada dos recursos públicos e, com esses
dois objetivos superados, a estabilização macroeconômica. Considera-se que
a alocação adequada, na forma de serviços públicos de qualidade, é capaz de
dar oportunidades semelhantes às pessoas por meio da distribuição adequada
da renda, o que pode compensar outras falhas estruturais e conjunturais do
sistema econômico (ZINI JÚNIOR, 1996).
Os resultados das políticas fiscais podem ser medidos de formas distintas:

„„ Resultado fiscal primário: é o resultado, positivo ou negativo, entre


as receitas primárias e as despesas primárias.

Resultado fiscal primário = receita primária – despesas primárias


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■■ Receita primária: receitas obtidas sem ampliação do endividamento


ou diminuição dos ativos públicos. Como exemplo, temos a arreca-
dação de impostos.
■■ Despesas primárias: gastos do governo para a realização de serviços
públicos, desconsiderando as despesas financeiras. Como exemplo,
temos os por gastos com saúde pública.
„„ Resultado fiscal nominal: é o resultado, positivo ou negativo, entre as
receitas primárias e as despesas primárias (resultado fiscal primário),
acrescido das receitas financeiras e subtraído das despesas financeiras.

Resultado fiscal nominal = resultado primário – resultado financeiro

Dessa forma, entende-se que, quando a receitas superam os gastos, haverá


superávit, ou seja, “lucro”. Ao contrário, quando os gastos superam as receitas,
haverá déficit, ou seja, “prejuízo”.

Política monetária
A política monetária tem por objetivo controlar a quantidade de dinheiro em
circulação em um sistema econômico. Esse controle tem por fundamento
principal estabilizar a valorização ou desvalorização dos ativos, em função da
oferta e da demanda de dinheiro. Nesse sentido, os órgãos de controle utilizam
ferramentas para aumentar ou diminuir o dinheiro circulando em um sistema
econômico. Essas ferramentas têm em vista a retração ou expansão da oferta
de dinheiro, gerando maior ou menor consumo, o que, por consequência,
aumenta ou diminui a produtividade de um sistema.
Para viabilizar estes movimentos de maior ou menor oferta de dinheiro
no mercado, existem alguns instrumentos, ou operações, que os órgãos de
controle utilizam para realizar as distorções provocadas na oferta de dinheiro,
regulando o mercado como um todo, que são (ZINI JÚNIOR, 1996):

Operações com títulos públicos — Funcionam como um instrumento de


regulação de curto prazo. De forma simples, os governos oferecem títulos
de dívida pública, com certa remuneração, a uma taxa de juros. A atuação
funciona aumentando ou diminuindo a taxa de juros remuneratórios sobre tais
títulos, aumentando ou diminuindo a atratividade pela compra.
Essas operações, no Brasil, são realizadas pelo Banco Central. Imaginando
que a maior ou menor circulação de dinheiro regulam as relações de consumo,
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o Banco Central, detectando a necessidade, recompra esses títulos, colocando


dinheiro em circulação e incentivando o consumo e o desenvolvimento em
algum período. Detectando a necessidade inversa, revende tais títulos, reti-
rando dinheiro do mercado, retraindo o consumo e o desenvolvimento em
algum período.

Depósito compulsório — Trata-se de uma ferramenta de retenção da circu-


lação de dinheiro em uma economia. É uma reserva obrigatória, recolhida
pelos bancos comerciais, frente aos depósitos à vista realizados. Aumentando
a taxa de depósito compulsórios e retirando dinheiro dos bancos, estes terão
menor disponibilidade para liberação de crédito, desestimulando o consumo
e a economia. Por outro lado, diminuindo a taxa de depósito compulsório, os
bancos terão maior disponibilidade para liberação de crédito, estimulando o
consumo e a economia.

Redesconto bancário — São empréstimos realizados pelos bancos centrais


aos bancos comerciais, com vistas a aumentar ou diminuir o dinheiro em
circulação.
Na prática, os bancos centrais aumentam ou diminuem essas taxas de juros
sobre esses empréstimos conforme a necessidade de maior ou menor quan-
tidade de dinheiro ou credito em circulação. Identificando a necessidade de
aumento no crédito ou de dinheiro em circulação, os bancos centrais diminuem
as taxas de juros sobre esses empréstimos, aumentando a oferta de crédito
aos bancos comerciais. Estes, por sua vez, têm maior liquidez para emprestar
esses recursos aos seus clientes. Por outro lado, identificando a necessidade
de redução de dinheiro ou crédito, os bancos centrais aumentam as taxas de
juros sobre esses empréstimos.
Segundo Holland (1998), essas operações visam promover a regulação de
distorções provocadas na oferta de dinheiro. De forma simplista, quanto maior
a oferta de dinheiro, maior será a demanda de bens e serviços, impulsionando o
sistema econômico. Fato é que, dada a intenção da política monetária, expansão
ou retração da economia, existem políticas monetárias distintas:

Política monetária expansionista

Como o próprio nome diz, visa à expansão da economia, incentivando o con-


sumo. Esse procedimento é feito rebaixando as taxas de juros e aumentando
a oferta de dinheiro em circulação, por meio do crédito. Porém, esse aumento
pode causar um aumento da inflação, uma vez que a demanda pode ser maior
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que a produção, gerando falta de produtos e, por consequência, aumento de


preços.

Política monetária contracionista

Ao inverso das medidas de expansão, esse tipo de política monetária visa a


redução da atividade econômica, aumentando as taxas de juros e a redução
do dinheiro em circulação no mercado. Com isso, reduz-se a demanda. Con-
sequentemente, há redução dos preços e da inflação.

Política cambial
Política cambial são as medidas adotadas por um país em razão da valorização
ou desvalorização de sua moeda frente às moedas estrangeiras. Esta valorização
ou desvalorização é a flutuação que chamamos de taxas de câmbio, ou seja, o
valor da moeda nacional, frente as moedas estrangeiras. O principal objetivo
do controle dessa flutuação é manter estáveis ou controladas as entradas e
saídas de recursos estrangeiros em uma economia.

Política cambial flutuante — O preço da moeda estrangeira flutua livremente,


e o preço é ajustado conforme a demanda e oferta desse tipo de moeda. Quando
a oferta é maior que a demanda (existe mais moeda estrangeira que a procura)
existe uma tendência de diminuição do preço desta moeda, e, quando a de-
manda é maior que a oferta (existe mais procura que a quantidade de moeda
estrangeira disponível), existe uma tendência de aumento do preço desta moeda.

Política cambial regime fixo — É estipulado pelo governo um preço fixo


para a taxa de câmbio, ou seja, as variações nas taxas são absorvidas pelas
reservas dos países em moeda estrangeira. Estes atuam no mercado, comprando
e vendendo moeda estrangeira, equilibrando o preço.

Banda cambial ou regime hibrido — Existem limitadores nas taxas de


câmbio, ou seja, as taxas de câmbio flutuam dentro de um limite mínimo e
máximo estipulado pelos governos.

Política de rendas
A política de rendas está relacionada à redistribuição das rendas geradas,
atuando diretamente em itens como salários e buscando manter ou aumentar
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o seu poder aquisitivo. Pode ser entendida sob três dimensões distintas. Na
prática é uma política sobretudo dirigida ao controle da inflação, que estabelece
controles sobre a remuneração dos indivíduos que atuam no sistema econômico,
entendendo que, uma vez controlada a renda através dos salários, depreciações
e lucros, se poderá controlar o consumo. Controlando o consumo, se controlará
também, através da oferta e demanda, os preços praticados.

O artigo A política das políticas macroeconômicas: abordagens sobre a tomada de decisões,


de Guilherme de Queiroz Stein, traz abordagens analíticas que as ciências sociais
podem aplicar ao estudo dos processos de tomada de decisões macroeconômicas.
O autor discute uma aproximação entre as ciências sociais e as ciências econômicas,
propondo uma interlocução entre elas para que se proponham políticas eficazes,
tendo em vista a economia do século XXI.

A abrangência das políticas macroeconômicas


Para desvendar a abrangência das políticas macroeconômicas, devemos lembrar
que o grande objetivo da macroeconomia, como parte da ciência econômica é,
por meio do estudo das movimentações dos agentes em um sistema econômico,
identificar as principais distorções geradas pelo desequilíbrio natural da con-
corrência entre esses atores, buscar seu alinhamento e, com esse alinhamento,
promover entre outros, o crescimento da economia, a geração de empregos e
a estabilidade monetária e da inflação (ABEL; BERNANKE, 2004).
Dessa forma, podemos identificar o campo de atuação das políticas eco-
nômicas, que é o próprio sistema no qual se busca o equilíbrio. Nesse con-
texto, Prado (1996) aborda esse sistema como um conjunto de mecanismos
que interagem entre si, se confundindo com as próprias interações sociais.
E é exatamente nesta interação que podemos compreender a atuação e a
abrangência das políticas macroeconômicas como formas de estratégias de
desenvolvimento, retomando os objetivos da própria macroeconomia: um
conjunto de estratégias que buscam alinhar a competição entre os agentes do
mercado em análise.
Nessa linha, as políticas macroeconômicas vão atuar como instrumentos
de desenvolvimento, buscando o equilíbrio social e o desenvolvimento eco-
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nômico, de forma que os bens produzidos e os serviços prestados retornem


a sociedade ou sistema na forma de distribuição de recursos, de bens e de
serviços consumidos (FOLEY, 1994).

Equilíbrio social — Considera que existe, dentro de um sistema econômico


organizado, um conjunto de relacionamentos que podem, em função das
forças competitivas existentes entre os agentes fornecedores e consumidores,
gerar um grau de vantagem maior a determinada categoria de concorrentes
daquele sistema, dividindo a econômica competitiva e equilibrada em três
pilares distintos, traduzidos em ambientes práticos:

„„ Práticas econômicas (no sentido de geração de riqueza): concentram


a atividade empresarial, lucrativa e realizada de forma habitual, pro-
fissional e organizada. Podemos entender as empresas como a reunião
de pessoas (empresários) que se organizam por um mesmo objetivo, o
lucro (COELHO; LINS, 2010).
„„ Práticas financeiras (no sentido da transferência das riquezas ge-
radas): concentram a produção de riqueza baseada na remuneração,
trazida pelo trabalho na geração de bens ou serviços, ou de lucros,
gerados na comercialização de bens ou serviços, estabelecendo uma
conexão entre o crescimento econômico e o desenvolvimento financeiro
do sistema (MATOS, 2002).
„„ Práticas governamentais (no sentido de criação de políticas públi-
cas): responsável por criar as condições econômicas e financeiras ideais
aos componentes do sistema. Nessa lógica, entram as políticas públicas
de suporte ao desenvolvimento, que visam, em regra, dar continuidade
aquelas atividades econômicas e financeiras. Nesse sentido, entram em
ação as políticas públicas, impondo harmonia ao sistema e justiça social
aos seus participantes (PASSADOR; PASSADOR, 2010).

Desenvolvimento econômico — Considera que o desenvolvimento da econo-


mia deve estar aliado ao crescimento da economia (crescimento econômico),
composto por um conjunto de ações no sentido aumentar da produtividade,
benefícios ao coletivo, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Este
conjunto de medidas, quando tomadas na mesma direção, geram a capacidade
de renovação dos processos de crescimento econômico, ou seja, uma nação
se desenvolve economicamente quando as receitas geradas pelos seus agentes
são bem distribuídas e capazes de melhorar o bem estar e o equilíbrio social.
Portanto, a abrangência das políticas macroeconômicas está exatamente no
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equilíbrio social e no desenvolvimento econômico, por meio de políticas


sociais e objetivos, metas, desafios, riscos e mecanismos de avaliação que
devem compor uma estratégia de desenvolvimento.

No artigo O sistema econômico e os meios de comunicação sistêmicos, Eleutério Prado


discute o sistema econômico sob a perspectiva de um equilíbrio geral baseado nas
relações entre agentes, denominados mercados e organizações, propondo a ideia de
que eles estão ligados por meios de comunicações específicos, o capital e o poder
econômico.

Os impactos das políticas macroeconômicas


Após ter estudado e verificado a abrangência das políticas macroeconômicas,
é preciso estabelecer uma conexão entre estes conceitos, buscando identificar
os impactos destas políticas no sistema econômico em que elas atuam. Ou
seja, partindo do pressuposto de que as políticas macroeconômicas visam,
principalmente, a manter a estabilidade e o crescimento do sistema econômico,
poderemos verificar que elas estarão distribuídas em grupos que atenderão
aos anseios conjunturais e estruturais.
Dessa forma, os instrumentos econômicos definidos pelos governos tem a
função de minimizar os problemas presentes, promover o crescimento e o bem
estar social. Segundo Souza (1993), o crescimento econômico é determinado
pelo aumento da capacidade produtiva dos bens e serviços de uma nação; já
o desenvolvimento, segundo Oliveira (2002), deve resultar do crescimento
econômico acompanhado de melhoria na qualidade de vida.
Dentro deste contexto, relacionamos cada política macroeconômica a um
cenário de crescimento e desenvolvimento, baseados no que podemos chamar
de "campo de atuação" das políticas econômicas.

Política fiscal — Atua no controle das contas públicas, ou seja, garantindo o


equilíbrio das receitas e dos gastos realizados pelos governos. Nessa linha,
podemos imaginar esta política em dois grandes grupos:
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1. Política tributária: observando a definição de tributos, conforme o


CTN (Código Tributário Nacional) em seu art. 5º, como impostos, taxas
e contribuições de melhoria (BRASIL, 1996), podemos então vincular
essa conceituação a atuação das políticas tributárias na vida cotidiana.
Nesse sentido, Gordon e Li (2009) defendem que a carga tributária, sua
estrutura e seus impactos, são recorrentemente associados a impactos
negativos no crescimento econômico, principalmente nos países em
desenvolvimento, imaginando que a carga tributária geralmente vin-
culada aos preços de mercado praticados em determinados sistemas
econômicos. Ou seja, uma política tributária austera tende a aumentar
os preços de mercado e o aumento de preços provoca uma redução da
atividade produtiva.
2. Política de gastos públicos: enquanto a política fiscal é responsável
pelos níveis de arrecadação dos governos, a política de gastos está
relacionada aos níveis e classificações das despesas realizadas pelos
governos. Essas despesas classificam-se em:
■■ Despesas correntes: despesas para manutenção dos gastos normais
de operação, realizados em função da manutenção das atividades
governamentais.
■■ Despesas de investimentos: relacionadas à manutenção do sistema
econômico, ou seja, gastos que visam aumentar a capacidade de
produção de bens ou prestação de serviços.

Dessa forma, fica evidente como as políticas fiscais interferem diretamente


no sistema econômico como um todo. Podem aumentar ou diminuir os preços
praticados no mercado, em função da variação da carga tributária, ou ainda,
quando na gerência dos gastos públicos, podem interferir no crescimento do
próprio sistema, prejudicando ou melhorando a capacidade de produção de
bens ou de prestação de serviços, vinculando esta capacidade a prestação de
serviços públicos.

Política monetária — Tem por objetivo controlar a quantidade de dinheiro


em circulação em um sistema. Segundo Lopes e Rossetti (1998), existe um
“controle da oferta de moeda e das taxas de juros", aumentando ou diminuindo
a oferta de dinheiro em circulação, buscando atender as metas governamentais
para um sistema econômico. Quando as metas são expansionistas, existirá
a redução das taxas de juros e o aumento de crédito disponível, elevando a
produção de bens e a prestação de serviços e levando, por meio do aumento da
oferta, à redução natural dos preços praticados no mercado. Quando as metas
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são contracionistas, existirá a redução da atividade econômica, aumentando


as taxas de juros e a redução do dinheiro em circulação no mercado. Com isso
reduz-se a produção de bens e a prestação de serviços.
Nessa linha, os impactos da política monetária ficam demonstrados na
forma de regulação do valor em circulação na economia, aumentando ou
diminuindo a oferta e a demanda, por meio do aumento ou diminuição da
quantidade de dinheiro em circulação.

Política cambial — Devemos relacionar os impactos das políticas cambiais


em um determinado sistema econômico, considerando que esse tipo de política
econômica tem como principal objetivo a administração das taxas de câmbio e
observado que a taxa de câmbio é adequada para refletir tanto a competitividade
externa ótima e a confiança sobre os fatores macroeconômicos fundamentais
da economia (ZINI JÚNIOR, 1996).
Holland (1998) argumenta que ao adotar determinado regime cambial, o
governo espera que o regime contribua de forma eficaz para a estabilidade
econômica, estimule o comércio internacional, atraia investimentos estran-
geiros e permita certa autonomia nas políticas econômicas domésticas. Essa
lógica competitiva implica na demanda interna oferecida pelos fornecedores,
ou seja, um mercado externo desequilibrado pode demandar um fluxo de
saída de produtos e serviços, comprometendo a capacidade destes fornece-
dores distribuírem produtos no mercado interno, gerando uma deficiência na
distribuição e ocasionando aumento de preços pela falta de oferta.
Por fim, devemos considerar o efeito das políticas macroeconômicas de
forma sistêmica, ou seja, o impacto de uma política interfere na outra, gerando,
quando mal administradas, desequilíbrio na economia de um sistema como
um todo. Dessa forma, as políticas fiscal, cambial e de renda causam impactos
sobre a política monetária (FORTUNA, 1998).

O artigo Desenvolvimento financeiro e crescimento econômico, de Marcelo Ladvocat


e Karine Cristine Ferreira, traz uma revisão bibliográfica de trabalhos envolvendo as
relações entre o desenvolvimento do setor financeiro e o crescimento econômico.
Para compreender um pouco mais acerca do tema, o autor destaca uma seleção das
variáveis utilizadas no desenvolvimento do setor financeiro, sua operacionalização nos
períodos cobertos e a metodologia de agrupamentos de países.
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ABEL, A. B.; BERNANKE, B. S. Macroeconomía. Madrid: Pearson Educación, 2004.


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HOLLAND, M. Taxas de câmbio e regimes cambiais no Brasil. 220 f. Tese (Doutorado
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LOPES, J. C.; ROSSETTI, J. P. Economia monetária. 7. ed. rev., amp. e atual. São Paulo:
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Leituras recomendadas
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suração do esforço produtivo da sociedade. Porto Alegre: Bookman, 2011.
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