Arabe Benjamim Projecto
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Arabe Benjamim Projecto
Universidade Rovuma
Extensao de Cabo Delgado
2023
Árabe Benjamim
Supervisor:
Universidade Rovuma
Extensao de Cabo Delgado
2023
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...................................................................................................................4
Contextualização..........................................................................................................................................4
Problema de pesquisa...................................................................................................................................5
Objectivos....................................................................................................................................................7
Objectivo Geral............................................................................................................................................7
Objectivos Específicos.................................................................................................................................7
Perguntas de pesquisa..................................................................................................................................7
Justificativa..................................................................................................................................................7
Definição de conceitos-chave......................................................................................................................9
Escola...........................................................................................................................................................9
Assédio........................................................................................................................................................9
Descrição da Escola...................................................................................................................................18
Tipo de estudo............................................................................................................................................18
Abordagem metodológica..........................................................................................................................18
Entrevista estruturada.................................................................................................................................21
Conclusão..................................................................................................................................................22
Recomendações.........................................................................................................................................23
Referências bibliográficas..........................................................................................................................24
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.Contextualização
Pela natureza silenciosa, o assédio sexual da mulher é conhecido por todos e ao mesmo
tempo por ninguém. Este fenómeno tem aumentado de forma significativa no mundo,
sendo um fenómeno que decorre em todo e qualquer ambiente, daí que se criou em
1979 a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as formas de
discriminação contra as mulheres, visando a protecção das mulheres a nível de trabalho,
saúde, direitos civis e políticos, estereótipos sexuais, prostituição e família e educação
(Barsted Leila, s/d).
A questão do assédio sexual no ambiente escolar, segundo Osório (2007), ela ocorre
entre os alunos, professores e gestores que molestam as raparigas para fins sexuais.
Contudo, o cenário mais preocupante para esta autora, é a atitude dos professores, eles
chantageiam as alunas ameaçando dar notas baixas nos testes e nos exames, esta é a
táctica mais usada pelos professores que querem praticar sexo com suas alunas.
No que diz respeito ao contexto educativo moçambicano, o assédio sexual nas escolas
constitui um dos dramas sociais que afecta a sociedade, porque nele reside uma das
principais causas do aumento dos índices de contaminação pelo HIV/SIDA (Santos,
2011).
Problema de pesquisa
Face ao cenário acima descrito e como forma de minimizar os casos de assédio sexual
nas escolas, Vieira (2006) afirma que a escola deve assegurar que os alunos sejam
informados sobre os seus direitos, incentivando os jovens a falar sobre o abuso sexual
na escola. O autor salienta que os pais e/ou encarregado de educação, professores e toda
estrutura pedagógica deve estar ciente de que os alunos merecem um ambiente de
aprendizagem em que o abuso sexual seja punível e não como algo com o qual eles
devam lidar com naturalidade.
Por sua vez, Silva (2007), refere que o educador deve procurar ser participativo,
coordenando às acções desenvolvidas na escola, procurando provocar o debate e a
crítica nos estudantes, durante as actividades realizadas na sala de aula. Ainda sobre o
assunto, Figueira (2009) aponta que a protecção de todas violações da criança e
adolescente (meninos e meninas) na sociedade é tarefa de todos. Seja na família, meio
social ou escola.
professores, alunos e pessoas de conduta duvidosa, sendo que todos são apontados
como os potenciais protagonistas de abuso sexual.
Objectivos
Objectivo Geral
Compreender o papel da Escola Primária de Ocua no combate ao assédio sexual
da aluna.
Objectivos Específicos
Perguntas de pesquisa
Quais são as formas de assédio sexual que ocorrem na Escola Primária de
Ocua?
Que acções são levadas a cabo pela Escola Primária de Ocua no combate ao
assédio sexual da aluna?
Justificativa
O interesse em abordar sobre a temática do assédio sexual da aluna no meio escolar
prende-se ao facto de no nível Primario , concretamente na 7ª Classe, vezes sem conta,
ter vivenciado os casos relativos ao assédio sexual da rapariga, tais como: simulações de
contacto físico; agressão verbal e aliciamento, cujo protagonista era o professor.
Naquele período, era comum nos espaços comuns da escola ouvir-se os professores a
dizerem: “quero a sua amiga”, ou “aquela sua colega será minha”, “aquela colega eu
vou lhe comer”. Do simples discurso, as vezes se transformava em realidade. Como
efeito, as raparigas frequentavam a escola com o sentimento de medo dos professores
dada a pressão, ameaça e intimidações que sofriam embora fosse de forma indirecta ou
mesmo camuflada.
Portanto, espera-se que os resultados desse estudo sirvam de fontes para os futuros
pesquisadores que queiram aprofundar a questão do assédio escolar no meio escolar.
Definição de conceitos-chave
Escola
Para Silva (1993), escola é uma instituição onde se realiza o direito à educação, que se
exprime pela garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o
desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização de uma
determinada sociedade.
Por seu turno, Basílio (2014) concebe a escola como um estabelecimento onde se dá
qualquer género de instrução de que o Homem precisa para o seu enquadramento na
vida em sociedade. Ainda na reflexão deste autor a escola é “um instrumento de
transmissão de valores básicos de suporte de uma sociedade a nível da estandardização
de comportamento, bem como ao nível de diversificação. Por isso a escola deixou de ser
apenas aquele espaço físico, mas todo o ambiente que liga aos pais até a escola.
Conforme refere Silva (1993) a escola deve contribuir no desenvolvimento da
personalidade, na formação de carácter e de cidadania do educando, deve assegurar a
sua formação cívica e moral, assegurar o direito à diferença, desenvolver a capacidade
para o trabalho e proporcionar uma sólida formação geral e uma formação específica
para a ocupação de um justo lugar na vida activa, que permita ao aluno ter uma
participação activa no progresso da sociedade de acordo com os seus interesses.
Assédio
De acordo com Hirigoyen (2010), a expressão assédio, corresponde ao termo inglês
"sexual harassment", que traz, em si, a ideia de insistência, reiteração nas propostas,
convites para a prática de acto com conotação sexual, sendo então, toda e qualquer
conduta abusiva manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, actos,
gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade
física ou psíquica de uma pessoa.
Cunha (2017) conceitua o assédio como sendo um fenómeno polémico, incómodo,
constrangedor, hostil e humilhante, em ofensa manifesta a valores essencialmente
privados e íntimos, ferindo o mais ético concernente a dignidade da pessoa humana, a
integridade física e moral, ao desenvolvimento da personalidade, a reserva da
intimidade da vida privada e familiar, a liberdade e autodeterminação sexual, a
igualdade e a não descriminação.
Por seu turno, Garrido (2002) citado por Hirigoyen (2010), afirma que o assédio
compreende diferentes comportamentos de perseguição ao longo do tempo; esta
perseguição é vivida pela vítima como uma ameaça, e é potencialmente perigosa, que
varia desde a um telefonema a marcar encontros ou o simples facto de amedrontar a
mulher com palavras ou actos mais invulgares.
Sobre a manifestação do assédio sexual, Cunha (2017) advoga é em duas categorias
comportamentais: assédio moral e assédio sexual. Na mesma linha de pensamento,
Koubi (2006) refere que a palavra assédio ganha sentido apenas quando acompanhada
de um adjectivo, que determina os comportamentos que apontam quaisquer desvios nas
relações interpessoais, sejam eles de teor sexual, moral, entre outros.
Diante das diferentes perspectivas apresentadas, o presente trabalho se guia pela
perspectiva de Cunha (2017) e Koubi (2006) por apontarem que o assédio sempre está
atrelado a componente moral ou sexual das vítimas. Nesta ordem de ideias, elegeu-se o
assédio na perspectiva sexual.
acrescenta ainda que, por se constituir em uma violação do princípio de livre disposição
do próprio corpo, estaconduta estabelece uma situação de profundo constrangimento
(Lippmann, 2004).
Queiroz (2001) define assédio sexual como uma situação em que um indivíduo é
submetido por um outro de modo a obter gratificação sexual. Envolve o emprego,
persuasão, indução, coerção ou qualquer experiência sexual que interfira na saúde do
indivíduo incluindo componentes físicos, verbais e emocionais.
De acordo com Cunha (2017) o assédio sexual é todo comportamento indesejado ou não
recíproco de carácter sexual sob forma verbal, não-verbal ou física, com o objectivo ou
efeito de ofender, perturbar ou constranger a pessoa, afectar a sua dignidade, liberdade e
autodeterminação sexual, integridade física e moral ou de lhe criar um ambiente
vergonhoso, intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.
O autor sustenta ainda que nesta espécie o assediador pretende que a vítima pratique
determinado acto de natureza sexual, não com a ameaça, mas sim com a promessa de
ganho de algum benefício, cuja concessão dependa da anuência ou recomendação do
agente, é justamente em função desta "barganha" de natureza sexual, é que esta forma
de instigação é conhecida como assédio sexual quid pro quo, que quer dizer,
literalmente, "isto por aquilo".
O assédio sexual quid pro quo é, portanto, uma consequência directa de um abuso de
uma posição de poder, de que o agente é detentor. Por isto mesmo, a sua verificação se
dá, potencialmente, em todas as formas de relações sociais em que há uma discrepância
de poder, como, por exemplo, o campo educacional- professores X discípulos; desporto,
dirigentes de clubes-treinadores X atletas; hospitalar- médicos e auxiliares X pacientes;
e religioso- sacerdotes X fiéis (Rodolfo, 2002).
as mulheres de saia os recolham, insinuações de como vestir para destacar os seios e/ou
pernas.
Nesta espécie, o elemento poder é irrelevante, sendo o caso típico de assédio sexual
praticado por companheiro de trabalho da vítima, ambos na mesma posição hierárquica
na empresa. O aspecto fundamental, portanto, não é a existência de ameaças, mas sim a
violação ao seu "direito de dizer não", através da submissão – notadamente de mulheres
- a avanços repetidos, gestos sexistas (mesmo que sua recusa não seja seguida de
represálias).
Por seu turno, um estudo realizado por Matavele (2005), mostra que as formas físicas de
abuso envolvendo força são mais reconhecidas que as formas verbais na percepção das
alunas, por exemplo “as carícias sem consenso e as insinuações indecentes são as
manifestações de abuso menos reconhecidas tanto pelos rapazes como pelas raparigas”.
Esta situação em que o assédio verbal e ou psicológico é menos reconhecido do que
uma manifestação física de assédio, embora seja igualmente danoso à saúde das
crianças com efeitos de longo prazo, se pode dar pelo facto das normas sociais e
culturais predominantes entenderem violência e agressão com evidências físicas,
enquanto as outras formais são menos repudiadas e mais passíveis de serem toleradas
pela sociedade. Assim, faz-se relevante dar a conhecer as diferentes formas de assédio
sexual que não envolvem força física.
Nesta mesma senda dos riscos que caracterizam as vítimas a (OMS) Organização
Mundial da Saúde, (2011) diz que as vítimas de violência apresentam ainda
tendencialmente comportamentos de risco que por sua vez as colocam em situações de
maior vulnerabilidade. Nisto, o abuso sexual em criança está associado a maiores níveis
de comportamentos de risco sexual como sejam a iniciação sexual precoce, múltiplos
parceiros, e sexo desprotegido. É frequente o recurso ao abuso de substâncias e
vulnerabilidade a novas situações de vitimização. Cada um destes comportamentos está
associado, portanto a outros riscos para a saúde.
Para Save The Children (2003) nestes casos da violência dentro das famílias, as pessoas
não precisam sair de casa, pois “elas presenciam diariamente, no ambiente familiar, os
actos violentos e hostis que, certamente, agem contra a sua natureza e têm influência
destruidora em seu desenvolvimento.
Vicente (2012) afirma que quando se fala em violência e abuso sexual das raparigas
moçambicanas não se pode ignorar o contexto social, económico e político onde estas
temáticas estão inseridas. No contexto sociocultural, sustenta ele que, existem crenças
culturais e práticas comunitárias (informais) inconsistentes com as legislações oficiais
que comprometem os direitos humanos em geral e os direitos das mulheres e crianças
em particular.
Explica ainda que, entre as crenças culturais estão a discriminação e o estigma social
face às vítimas de violência e abuso sexual; papéis sociais rígidos desiguais entre
homens sobre mulheres, e entre adultos sobre crianças; responsabilização da criança em
prol do adulto; diferentes concepções do que é “consentimento” e o que é abuso sexual
e violência.
De acordo com Save The Children (2005) há nomeadamente formas de abuso, atitudes e
percepções. Os resultados do estudo mostram uma diferencia entre as zonas
rurais/urbanas que pode ser explicada pelo facto de as pessoas nas zonas rurais terem
normalmente níveis de educação mais baixos, estarem mais isoladas que leva a falta de
informação e pobreza. Acrescentando estão os costumes tradicionais locais. Salientaram
como factores que levam a um ambiente abusivo as normas sociais e costumes
tradicionais que se sobrepõem ao sistema judicial existente em Moçambique.
Para Osório (2007) o assédio sexual é objecto de rumores pelos alunos, é reconhecido
como um acto visando estabelecer favores sexuais em troca do aproveitamento escolar
das alunas. O autor identifica três posições relativamente ao perfil das raparigas no
contexto de assédio sexual: as que são assediadas e se conformam (70%), as que
assediam (10%) e as que resistem ao assédio (20%).
Por outro lado, Maffei da Silva (1995). A acusação e a responsabilização das meninas
pelo assédio de que são vítimas, mostram bem como, na incorporação do modelo
cultural na construção do feminismo, as mulheres são cúmplices e agentes da sua
submissão: a noção de decência relativamente ao vestuário é uma forma de
dominação, isto é, as
raparigas “descontroladas” que usam saias curtas expõem-se a uma violência que é
social e culturalmente legítima. Significa que o “descontrolo feminino” justifica e
despenaliza o assédio, fazendo da vítima agente do seu próprio sofrimento.
Segundo Mosse e Cortez (2006), uma das grandes formas de extorsão no sector da
educação em Moçambique se dá por via do sexo, os professores usam a intimidação e a
ameaça para fazer com que as alunas lhes prestem favores sexuais em troca de uma
passagem de classe. Noutros casos, a cobrança de sexo acontece quando determinada
aluna não tem dinheiro para pagar o professor; caso a aluna se recuse chumba de classe,
o que faz com que esta opte por mudar de escola.
A Action Aid (2008) refere que o abuso/assédio sexual na educação consiste em:
Molestar ou atacar sexualmente uma rapariga ou permitir que este acto ocorra na
escola ou fora dela, protagonizado por professores seus ou outros funcionários da
escola, em troca de benefícios materiais, nota para passar, matrícula, entre outros.
Encorajar ou forçar uma rapariga a ser usada para a satisfação sexual de
professores, funcionários da escola, ou mesmo elementos da comunidade numa
situação de desigualdade e coerção;
Envolvimento de uma rapariga em qualquer acto ou actividade sexual com um
adulto ou outra pessoa mais velha, ligados ao estabelecimento de ensino que
frequenta, antes da idade ou de consentimento reconhecido legalmente.
O assédio sexual e a violência sexual começam a surgir como barreiras para o acesso e a
permanência da rapariga na escola, conclui ainda que, o baixo índice da rapariga na
escola resulta do facto de a escola não fornecer segurança para a progressão da rapariga
(Bagnol, 1997).
Importa à escola, ter um olhar perceptivo voltado para toda e qualquer situação de
violência sexual, desigualdades, discriminação, entre outras, dentro e fora da sala de
aula, pois a mesma é um espaço mediador do desenvolvimento do ser humano não só
para o campo educacional, mas também para o campo ético, político, social e das
relações humanas.
A necessidade de mudança do quadro de assédio sexual e de outras violências contra a
mulher, é gritante, precisa-se urgentemente de providências para que as mulheres sejam
respeitadas. Para tanto, é muito importante que a escola enquanto espaço privilegiado de
formação do ser humano, intervenha, que adopte uma política igualitária e que o
educador procure compreender o universo paralelo dos alunos, como pensam e agem
dentro e fora do âmbito escolar.
Apple e Beane (2000) sugerem que deve-se criar estruturas e processos democráticos
que orientem a vida escolar bem como a construção de um currículo que faculte
experiências democráticas aos jovens. Nesta perspectiva, uma escola democrática é
aquela que indispensavelmente se pauta por uma participação ampla de todos os seus
intervenientes desde docentes e não docentes, alunos, pais e outros membros da
comunidade educativa ainda que para tal surjam conflitos e controvérsias.
CAPÍTULO: III METODOLOGIA
O presente capítulo apresenta os aspectos metodológicos que guiaram a pesquisa
descrevendo a escola, o tipo de estudo; abordagem metodológica; população e amostra;
instrumentos de recolha de dados; técnicas de análise de fados e Questões éticas.
Descrição da Escola
A Escola se localiza no bairro de Namige, Posto Administrativo de Ocua. Ela funciona
desde 1986 com apenas 8 salas. Começou com a 1ª Classe e gradualmente foi
introduzindo as classes subsequentes. A escola possui 3 Blocos, 18 salas operacionais e
4 ainda em construção. A mesma tem 1 gabinete do director, 1 gabinete do pedagógico
e 2 compartimentos que funcionam como secretaria, 1 sala dos professores, 2 casas de
banho, sendo uma para sexo masculino e outro feminino.
Quanto aos recursos humanos, a escola tem 17 Professores, 2 pessoal técnico-administrativo; 1 guardas.
Tipo de estudo
Para a elaboração do trabalho, o método de pesquisa adoptado foi o estudo de caso. De
acordo com Gil (1999) este é um estudo empírico que investiga um fenómeno actual
dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenómeno e o contexto
não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência. Ainda
para Costa e Costa (2013), o estudo de caso é uma pesquisa limitada a uma ou poucas
unidades, sendo esta uma pesquisa detalhada e profunda.
Neste contexto, o estudo de caso permitiu que se recolhesse dados sobre as formas,
causas e acções realizadas com vista ao combate do assédio sexual de aluna na Escola
Primaria de Ocua
Abordagem metodológica
Para a realização do presente trabalho, pautou-se pela combinação da abordagem
quantitativa e qualitativa. De acordo com Gerhart e Silveira (2009), a abordagem
quantitativa é toda aquela em que se foca em aspectos mensuráveis da experiência
humana, permitindo deste modo com que sejam quantificados, enquanto a qualitativa
oferece-nos mais mecanismos para captar aspectos não mensuráveis ou quantificáveis
(em oposição ao quantitativo).
Pesquisa Básica: gera conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais, (Kauark, et al
2010).
Pesquisa Aplicada: gera conhecimentos para aplicação prática, dirigida à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais, (Kauark, et al 2010).
3.5. Quanto aos objectivos
Segundo Gil (2010) do ponto de vista de seus objectivos esta pesquisa assume-se como Pesquisa
Exploratória por proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torná-lo explícito
ou construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas que tiveram experiência com o problema pesquisado. Assume,
em geral, as formas de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
Análise documental
De acordo com Gil (1999), análise documental consiste na consulta de material já
existente, podendo ser em forma de livros, artigos científicos e outro tipo de material
que possibilitam a recolha da informação sobre um determinado assunto. Para este
estudo, recorreu-se, igualmente, aos instrumentos legais que abordam sobre a violência
e assédio sexual, tais como: Plano Nacional de Acção para a Prevenção e Combate à
Violência Contra a Mulher (2008-2012); Regulamento de combate à corrupção e
assédio sexual (2019) e Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência baseada
nogénero (2018- 2021).
Segundo Giddens (2000) citado por Escarameia (2008), o inquérito por questionários
permite a recolha eficaz de informações relativas a um elevado número de pessoas e
possibilita uma comparação precisa entre as respostas dos inquiridos, sendo estas
quantificadas e analisadas mais facilmente que na maioria de outros métodos e
investigação.
Entrevista estruturada
Na óptica de Gerhard e Silveira (2009), a entrevista estruturada “segue um roteiro
previamente estabelecido, onde as perguntas são predeterminadas e não abre espaço
para outras questões que podem vir a surgir durante a entrevista”. Numa outra
abordagem, o mesmo autor refere que esta é “uma técnica de interacção social, uma
forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca obter dados, e a outra se
apresenta como fonte de informação”. Pode ter carácter exploratório quando
relativamente estruturada ou de colecta de informações, quando é altamente estruturada
(p.72).
A entrevista estruturada foi empregue aos gestores com vista a identificar-se as formas,
causas e acções levadas a cabo pela Escola Secundária de Matlhemele no combate ao
assédio sexual da aluna.
Conclusão
Este trabalho se propôs a compreender o papel da Escola Primaria de Ocua no combate
ao assédio sexual da aluna. Para o efeito, realizou-se a pesquisa bibliográfica e do
campo envolvendo alunas, professores e gestores escolares.
Do estudo realizado, conclui-se que na Escola Primaria de Ocua existe sim o assédio
sexual de alunas. Este fenómeno é sobejamente conhecido pela comunidade educativa
escolar, mas dada a sua delicadeza é pouco discutido.
Quanto às formas que os professores recorrem para a prática do assédio sexual são
destacados os comentários eróticos e toques nas partes íntimas das alunas. E
obviamente, isso leva à prática do acto sexual em caso de aluna ceder em benefício a
certos favores.
Os gestores escolares têm procurado realizar acções com vista a mitigação deste
fenómeno que traz consequências graves na vida de alunas assim como na imagem
institucional, tais acções consistem nas palestras e sensibilização aos professores e
alunas a não se envolverem em actos desta natureza.
Realização de teatros
Referências bibliográficas
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no processo educativo escolar dos seus filhos. Lisboa: Livros Horizonte.