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31
Orientadora
Claudia Lavina Martins, Msc.
FLORIANÓPOLIS, (SC)
NOVEMBRO/2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
BANCA EXAMINADORA:
FLORIANÓPOLIS, (SC)
NOVEMBRO/2009
Aos meus pais, Vera e Alcindo, pela
compreensão, carinho e amor
dedicados durante todos esses anos. À
minha irmã, Vanessa, muito obrigado
pelo incentivo e amizade.
AGRADECIMENTOS
À Ciça pelo apoio nas análises laboratoriais, sempre pronta para ajudar e
a ensinar.
I
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
II
N-NH4 – Íon Amônio ou Nitrogênio Amoniacal expresso como nitrogê-
nio
NH3 – Amônia na forma livre
NTK - Nitrogênio Total Kjeldhal
OD - Oxigênio Dissolvido
pH - Potencial Hidrogeniônico
PVC – policloreto de vinila
T (ºC) – Temperatura em graus Celsius
TRH - Tempo de Retenção Hidráulico
RSU- Resíduos Sólidos Urbanos
SF – Sólidos Fixos
SS - Sólidos Suspensos
ST – Sólidos Totais
SV – Sólidos Voláteis
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
USEPA – United State Environmental Protection Agency
ºC - Graus Celsius
% - Porcentagem
III
LISTA DE FIGURAS
IV
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3
técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnolo-
gia disponível.”
4
Não degradáveis: entram os vidros, metais, plásticos, pe-
dras, terra, entre outros.
3.4. Lixiviado
6
3.4.2. Características e classificação do lixiviado
7
Macrocomponentes inorgânicos Ca++, Mg++, K+, NH4+, Fe++, Mn++,
CL-, SO4-, HCO3;
Elementos traço: Cd, Cr, Cu, Pb, Ni, Zn;
Compostos orgânicos xenobióticos (COXs) presentes em baixas
concentrações, incluindo hidrocarbonetos aromáticos, fenóis, e
compostos alifáticos clorados, e;
Outros componentes como boro, arsênio, bário, selênio, mercúrio e
cobalto, que são encontrados em baixíssimas concentrações.
Gerba (1991) citado por Silva (2005) inclui ainda os microrga-
nismos, tais como bactérias, fungos, protozoários, helmintos, e vírus,
entre outros. Entretanto, segundo Qasim e Chiang (1994), existe uma
significante desativação nas populações de vírus e bactérias com a idade
do resíduo sólido. Isto é atribuído as condições ambientais adversas
como a elevação inicial da temperatura, persistente pH baixo, e a pre-
sença de compostos químicos que estão geralmente associados com os
processos de decomposição dos resíduos.
Quanto à DBO5, o lixiviado, normalmente apresenta valores na
ordem de 3.000 a 19.000 mg/L (SA; KIRCHNER; LOCH, 1993 apud
Fernandes, 2009). Essa ampla faixa de valores ocorre uma vez que, no
processo de degradação do lixo até a sua inertização, várias etapas estão
concorrentes, ou seja, o lixo depositado anteriormente estará em fase de
degradação mais adiantada do que o lixo depositado recentemente. Esse
valor também é função da composição do resíduo, variando de acordo
com sua heterogeneidade (Fernandes, 2009).
O nitrogênio é considerado como um poluente importante do li-
xiviado, principalmente em função dos diferentes estados de oxidação
que pode assumir, da toxicidade da amônia e do favorecimento do pro-
cesso de eutrofização, o qual provoca queda do teor de oxigênio dissol-
vido na água (SILVA, 2002 apud Da Silva, 2009).
Geralmente a idade do aterro é critério de classificação do lixivi-
ado e a razão DBO/DQO (razão de biodegradabilidade), diminui com os
anos, ou seja, quando o aterro se torna mais velho. Quanto menor o
valor da relação, mas difícil se torna a biodegradação do lixiviado, pois
se têm que a maior parte dos compostos biodegradáveis já foi digerida
pelos microrganismos, sendo esses os principais agentes na degradação
e reciclagem de nutrientes. A baixa biodegradabilidade do lixiviado de
aterros antigos também é denominada recalcitrância.
De acordo com Tchobanoglous (1997) apud Cunha (2003), se a
amostragem for realizada durante a fase acidogênica de degradação do
8
lixo (fase que pode durar anos) os valores de pH serão muito baixos e os
valores de DBO, DQO, carbono total, sólidos suspensos totais, íons
nutrientes e íons metálicos diversos, incluindo metais pesados, serão
correspondentemente altos nos líquidos percolados.
Por sua vez, concluem os autores, se a amostragem for realizada
durante a fase metanogênica, típica de aterros maduros, que foram fe-
chados há muito tempo, os valores do pH serão muito próximos da neu-
tralidade (entre 6,5 e 7,5) e os valores de DBO, DQO, carbono total,
sólidos suspensos totais, íons nutrientes e íons metálicos podem ser
bastante baixos, entretanto nesta fase os valores de nitrogênio amoniacal
são cada vez mais altos nos líquidos percolados e são característicos de
aterros de lixo maduros, onde predomina a fase metanogênica.
A tabelas 1 e 2 mostram as variações das concentrações de lixivi-
ado com a idade do aterro e a composição do lixiviado de aterros sanitá-
rios brasileiros para diferentes localidades, respectivamente:
9
Tabela 2. Composição do lixiviado de aterros sanitários de diferentes localida-
des brasileiras. Fonte: Castilhos Jr. et. al (2006) adaptado de Mozer (2003).
Parâmetro Santo André Itapecerica São Giáco- Londrina
(mg/L), (SP) da Serra mo (SP) 2005
exceto pH (SP) (PR)
mín máx mín máx mín máx ---
pH 6,90 8,65 7,05 7,14 5,71 8,40 8,30
DQO 2600 8050 2560 3700 558 49680 4500
DBO 1720 5790 2520 2720 99 26799 330
NTOTAL 600 4950 160 160 144 1494 1300
NAMONIACAl 25 1000 * * 0,6 1258 1100
Nitrito 0,005 0,10 --- 0,015 * * *
Nitrato <0,20 0,60 0,06 0,08 * * *
SST 1230 3350 1320 2760 * * 82
10
Anaeróbias
Facultativas;
Aeradas;
De maturação;
De polimento
Estritamente aeróbias;
Com macrófitas.
11
terior de tratamento baseado em processos biológicos aeróbios (MON-
TEGGIA E SOBRINHO, 1999)
14
Há três tipos comuns de sistemas de recirculação em lagoas: sé-
rie, paralela e paralela-série (Figura 1).
15
ticas. A recirculação do efluente de uma lagoa facultativa secundária
para uma facultativa primária permite suprimir odores decorrentes de
sobrecargas temporárias na primeira célula. Outro fator importante é a
possibilidade de projetar a célula primária para receber cargas orgânicas
mais elevadas e assegurar a mistura do conteúdo líquido das lagoas
(VON SPERLING, 1996 apud TRUPPEL, 2002).
4. MATERIAIS E MÉTODOS
17
Os gases gerados são coletados por um sistema de drenagem e
posteriormente queimados em dois queimadores através de queima con-
trolada.Segundo dados da empresa, as cargas de DBO5 são zeradas ao
final do processo e a concentração da amônia (NH3) abaixo de 20 mg/L.
Na Tabela 3 são mostradas as principais características do lixiviado
analisado.
20
nectados a um compressor de ar (Figura 5) por meio de uma canalização
de PVC.
Figura 5. Compressor de ar
21
4.2.3. Recirculação do Lixiviado
22
Figura 7. Sonda multiparâmetros YSI 6600 V2.
23
Tabela 6. Análises e métodos
ANÁLISES MÉTODO
o
OD (mg/L); T ( C); pH Sonda multiparâmetros (YSI)
24
A Carga Orgânica Volumétrica (COV) aplicada às lagoas L1, L2
e L3, será dada em g.DQO/m3.dia ou g.DBO/m3.dia ou g.N-NH4/m3.dia,
calculada como mostra a equação 1:
(CxQ )
COV (Equação 1)
V
Onde:
C = concentração afluente de DQO, DBO ou N-NH4(g/m3)
Q = vazão de entrada (m3/dia)
V = volume da lagoa (m3)
(CxQ )
COS (Equação 2)
A
Onde:
C = concentração afluente de DQO, DBO ou N-NH4 (g/m3)
Q = vazão de entrada (m3/dia)
A = Área da lagoa (ha)
A variação das cargas de dá exclusivamente devido à alteração da
concentração do próprio lixiviado, já que a vazão e o tempo de retenção
hidráulica foram mantidos constantes durante o experimento.
( Af Ef )
E x100 (Equação 3)
Af
Onde:
25
E = Eficiência de Remoção (%)
Af = Concentração do Afluente (mg/L)
Ef = Concentração do Efluente (mg/L)
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
26
Tabela 7. Principais características físico-químicas apresentadas pelo lixiviado durando o período de monitoramento
Amônia (mg/L) NTK (mg/L) DQOt (mg/L) DQOf (mg/L) DBO5f (mg/L) COT (mg/L)
Desvio Desvio Desvio Desvio Desvio Desvio
Ponto Média Média Média Média Média Média
Padrão Padrão Padrão Padrão Padrão Padrão
EB 1544 235 1643 201 2456 585 1938 460 1237 1189 549 111
SL1 870 323 870 282 1631 499 1307 476 311 186 377 103
SL2 336 124 311 92 1067 335 861 272 358 256 307 246
SL3 176 108 139 69 968 274 803 316 217 207 249 128
FP 14 7 18 6 504 164 366 143 50 31 100 28
27
Sólidos Totais Sólidos Fixos Sólidos Voláteis
SS (mg/L) T (°C)
(mg/L) (mg/L) (mg/L)
Desvio Desvio Desvio Desvio Desvio
Ponto Média Média Média Média Média
Padrão Padrão Padrão Padrão Padrão
EB 469 192 20,3 3,1 8202 101 7416 1796 2000 1139
SL1 258 95 21,3 3,4 - - - - - -
SL2 159 112 20,9 3,4 - - - - - -
SL3 246 104 19,7 2,7 4820 979 3939 1293 714 184
FP 227 204 23,4 2,8 2509 707 2041 552 468 192
nd = não detectado
28
5.2. Cargas Orgânicas Aplicadas
L1 124 197 99
L2 42 78 15
L3 22 68 23
5.3. Parâmetros
29
O oxigênio dissolvido é um parâmetro de qualidade ambiental es-
sencial para a atividade bacteriana aeróbia.
Dados da tabela 7 indicam uma concentração média de OD de
2,18mg/L, 2,46mg/L e 3,83mg/L, para SL2, SL3 e FP, respectivamente.
Os resultados obtidos para o oxigênio dissolvido (OD) durante as
semanas de monitoramento (n=16) são apresentados na Figura 8 em
diagramas de caixa ("Box-plot").
OD (mg/L)
8
Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers
7
0
SL2 SL3 FP
Figura 8. Tratamento Estatístico - OD (mg/L)
30
Silva (2007), estudando o mesmo lixiviado, obteve na lagoa fa-
cultativa (sem aeração) concentração média de 3,8 mg/L e na lagoa de
maturação valor médio de 4,6 mg/L.
5.3.2. Temperatura
31
Temperatura (°C)
28
26
24
22
20
18
16
14
EB L1 SL2 SL3 FP
5.3.3. pH
5.3.4. Amônia
33
Figura 11. Comportamento da Amônia ao longo do tempo.
34
5.3.5. Nitrogênio Total Kjeldahl – NTK
35
5.3.6. Demanda Química de Oxigênio - DQO
36
Figura 14. Comportamento da DQOf ao longo do tempo.
37
Figura 15. Valores de COT (mg/L) ao longo do tempo.
38
Figura 16. Comportamento dos ST (mg/L) ao longo do tempo.
39
Figura 17. Eficiência de remoção de sólidos (SS, ST, SF e SV) com e sem filtro
de pedras.
5.4. Clorofila a
40
Tais valores demonstram que o filtro de pedras está cumprindo
sua principal função que é auxiliar na remoção das algas presentes no
efluente tratado, evitando-se desta forma, a eutrofização do meio recep-
tor.
41
Figura 19. Chlamydomonas sp. (100x)
SL2 3,86
SL3 14,86
SFP 35,00
42
6. CONCLUSÃO
7. RECOMENDAÇÕES
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44
BERTHET, B. Facteurs influent sur l’oxygénation de basins de la-
gunage de stations d’épuration. Avantages et inconvenient
d’aérateurs. T.2 S. M. L’Eau, v. 8-9, p. 463- 470.1979.
46
HADDAD, H. S. Avaliação da qualidade do efluente resultante da
evaporação/destilação do lixiviado do Aterro Sanitário Canhandu-
ba, Itajaí/SC. 2009. 66 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Sanitária e Ambiental) - Universidade Federal de Santa Catarina, Flori-
anópolis, 2009.
47
MIDDLEBROOKS, E. J.; REED, S. C.; CRITES, R. W. Natural
Wastewater Treatment Systems. CRC Press, 2005, 576p.
49
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009. 371 p. Tese (Dou-
torado)
50
nos. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. Tese
(Doutorado em Engenharia de Produção)
51