Bullying Nâo Isso Magoa
Bullying Nâo Isso Magoa
Bullying Nâo Isso Magoa
Carminda Piqueira
ALMADA, 2018
BULLYING – Não… isso magoa!
CARMINDA PIQUEIRA
Almada, 2018
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BULLYING – Não… isso magoa!
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BULLYING – Não… isso magoa!
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BULLYING – Não… isso magoa!
Agradecimentos
Aos meus filhos pela paciência e pelas longas horas que se viram privados da
minha atenção.
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BULLYING – Não… isso magoa!
DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE
O presente trabalho foi realizado por Carminda Rita Daupiás Madruga Piqueira do
Ciclo de Estudos de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e
Secundário, no ano letivo de 2016/2017.
(i) Todo o conteúdo das páginas que se seguem é de autoria própria, decorrendo
do estudo, investigação e trabalho dos seus autores.
(ii) Este trabalho, as partes dele, não foi previamente submetido como elemento
de avaliação nesta ou em outra instituição de ensino/formação.
(iii) Foi tomado conhecimento das definições relativas ao regime de avaliação sob
o qual este trabalho será avaliado, pelo que se atesta que o mesmo cumpre as
orientações que lhe foram impostas.
(iv) Foi tomado conhecimento de que a versão digital este trabalho poderá ser
utilizada em atividades de deteção eletrónica de plágio, por processos de análise
comparativa com outros trabalhos, no presente e/ou no futuro.
31 de Outubro de 2018
Assinatura
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BULLYING – Não… isso magoa!
Resumo
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BULLYING – Não… isso magoa!
Abstract
The word bullying basically defines acts of violence, physical or psychological, between
children /adolescents, pupils and /or groups of pupils, usually in schools or their
proximity, with or without apparent reason, and with intentional and persistent form.
The violence / bullying, can provoke disturbances such as anxiety, problems sleeping,
eating (leading to obesity or weight loss), depression and risky sexual behavior, and, in
extreme cases, suicide. The objective of this work is to identify and characterize
victimization and aggression as a result of bullying in the 2nd and 3rd grades of an
elementary school at great Lisbon, with pupils of the 3rd grade. The sample was
composed of 74 pupils (53 girls and 21 boys) with ages between 12 and 17 years,
where the average age was 14 years old.The tool used for was an original
questionnaire of anonymous character by Olweus (1989), adapted to Portuguese and
validated for the school population by Pereira and Tomás (1994 cited in Pereira, 2008),
and revised by Melim (2011). When the data from the questionnaire was analyzed, we
verified practices of aggression which denounced the occurrence of bullying in a
percentage of 17.6% of victimization (victims); 6.6% affirmed as aggressors; and 4% as
the so called ´victim´ aggressors. 82.4% were identified as not involved. The places
where most incidents occur were the playground followed by the classroom.
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BULLYING – Não… isso magoa!
ÍNDICE GERAL
Índice de gráficos……………………………………………………………12
Índice de tabelas…………………………………………………………….13
Introdução…………………………………………………………………..15
PARTE I
Enquadramento teórico
Definição/conceituação de Bullying…………………………………………..…19
Tipos de Bullying…………………………………………………………………..21
Cyberbullying……………………………………………………………………....22
Os intervenientes do Bullying…………………………………………………….23
Causas do Bullying………………………………………………………….…….24
Vitimas na escola…………………………………………………26
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BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE II
Metodologia
Objetivo……………………………………………………………………………..32
Metodologia ………………………………………………………………………..32
Amostra……………………………………………………………………………..32
Instrumento………………………………………………………………………...33
Descrição do inquérito…………………………………………………………….33
PARTE III
Resultados
A frequência do Bullying…………………………………………………………..39
Locais de agressão………………………………………………………………..42
10
BULLYING – Não… isso magoa!
Agressão e género………………………………………………………………...47
Agressão e idade…………………………………………………………………..47
PARTE IV
Sugestões e limitações………………………………………………………..56
PARTE V
Plano de intervenção……………………………………………………….....58
Anexos …………………………………………………………………………68
Questionário ……………………………………………………………………69
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BULLYING – Não… isso magoa!
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1
Gráfico 2
Gráfico 3
12
BULLYING – Não… isso magoa!
Índice de tabelas
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BULLYING – Não… isso magoa!
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BULLYING – Não… isso magoa!
INTRODUÇÃO
O bullying é um tema abundantemente discutido nos dias de hoje, mas não será
demais reflectir sobre um assunto tão interessante quanto importante e que pode afectar
quem nos está mais próximo.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Por fim uma quinta parte, que é composta por um projecto de intervenção e
prevenção que inicialmente tinha como intenção ser aplicado, no entanto, não foi
possivel. Este projeto de intervenção tinha como objetivo a prevenção e redução das
práticas agressivas entre alunos da escola.
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BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE I
Enquadramento teórico
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BULLYING – Não… isso magoa!
A violência, nos últimos tempos, é um facto que preocupa cada vez mais a
humanidade de forma geral, tornando-se assim um problema crónico onde os mais
diversos tipos de crimes são cada vez mais comuns. Situações que pela sua
persistência e pelos níveis de violência física, constituem fatores de risco
comprometendo em grande escala o desenvolvimento psicológico e social das nossas
crianças e jovens (Pereira, 2002).
Um dos locais mais afetados por este fenómeno é a escola que apresenta
graves níveis de indisciplina. “A escola vive atualmente alguns problemas entre os
quais a violência” (Pereira, 2001, p.18).
Assim, “a violência é um mal a ser entendido sob uma ótica multifatorial e deve
ser analisada por diferentes profissionais como professores, psicólogos e outros
agentes educativos e técnicos de saúde”, comenta (Botelho & Souza, 2007, p.59).
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BULLYING – Não… isso magoa!
Definição/conceituação de BULLYING
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BULLYING – Não… isso magoa!
Saraiva & Pereira (2014, pag.65) salientam que um “incidente competitivo entre
crianças que envolva agressividade física, como uma brincadeira para medir forças,
criar hierarquia ou definir liderança de grupo, são formas de agressividade não
consideradas no conceito de bullying”.Torna-se então evidente a diferença entre
agressividade e bullying, sendo que neste comportamento existe a intencionalidade de
fazer mal, dado a sua persistência e métodos violentos a que a vítima é sujeita,
enquanto que os comportamentos agressivos são atos isolados e ocasionais.
Reforçando esta ideia Sampaio (2009) surge com estas afirmações: “Confunde-
se bullying com as brincadeiras e pequenos gozos que são característicos da
interacção de grupos humanos, particularmente na adolescência (…) Estas
“brincadeiras” são diferentes do bullying: não pretendem humilhar os colegas, nem
ofender a sua dignidade; são feitas para que todos se riam, o autor e o receptor da
piada; fazem parte de muitas situações em que todos interagem, não são o centro da
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BULLYING – Não… isso magoa!
preocupação dos protagonistas; o piadético é hoje o “rei”, amanhã pode ser o “bobo”,
e esta frequente troca de papéis faz baixar depressa alguma ansiedade que o gozo
poderá ter provocado. O bullying é diferente: o agressor tem mais poder, porque é
mais velho, mais forte, de uma classe social diferente ou de outra etnia.”
Tipos de Bullying
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BULLYING – Não… isso magoa!
Cyberbullying
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BULLYING – Não… isso magoa!
Os intervenientes do Bullying
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BULLYING – Não… isso magoa!
Causas do bullying
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BULLYING – Não… isso magoa!
Porquê agredir?
Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si
mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas
humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua
raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de
agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou
antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima, conclusões
retiradas segundo Olweus Bullying Prevention Program( OBPP).
A difícil e árdua tarefa de educar pressupõe que haja uma efetiva interação de
todos os elementos da comunidade educativa. (Beane, 2008) Segundo este autor, tem
de haver “um esforço sistemático em cada escola. É imperativo que haja um empenho
global ao nível de todo o sistema, para que seja possível prevenir e acabar com o
bullying”.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Para que uma criança ou adolescente seja identificado como vítima ou agressor,
pais e professores precisam ter atenção se o mesmo apresenta alguns dos
comportamentos abaixo citados, Bullying, (18 de Maio 2011):
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BULLYING – Não… isso magoa!
Consequências na vitima
Vários estudos indicam que crianças que sofreram de Bullying são mais
propensas a casos de depressão e de baixa auto-estima, quando adultos. Poderão
demonstrar comportamentos antisociais que poderá causar instabilidade no trabalho e
até mesmo na vida social. Em casos extremos, resultado direto da vitimação, poderão
cometer suicídio.
Vidas destruidas;
Crença na força para a solução dos seus problemas;
Dificuldade em respeitar a lei e os problemas que dai advem,
compreendendo as dificuldades na insercão social;
Problemas de relacionamento afetivo e social;
Incapacidade ou dificuldade de autocontrolo e comportamentos anti-sociais.
Como se pode verificar, tanto para as vítimas como para os agressores, existem
consequências graves imediatas e a longo prazo. Outros estudos falam-nos de
consequências para os observadores passivos, aqueles que presenciam mas que
27
BULLYING – Não… isso magoa!
Prevenção
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BULLYING – Não… isso magoa!
Segundo esta Lei, e salientando os aspectos que se pensa ser mais importantes
neste contexto, transcreve-se o artigo 2º, que nos diz: “ o Estatuto prossegue os
princípios gerais e organizativos do sistema educativo português (…) promovendo, em
especial, o mérito, a assiduidade, a responsabilidade, a disciplina, a integração dos
alunos na comunidade educativa e na escola (…)”, etc. Também prevê que os alunos
tenham uma cultura de cidadania (artigo 6ª) e contempla que não podem ser
descriminados por razão nenhuma e têm o direito de “ver salvaguardada a sua
segurança na escola e respeitada a sua integridade física e moral (…) nos termos da
lei e do respetivo regulamento interno” (artigo 7º). Este estatuto dá especial relevo ao
bom clima da escola de forma a evitar conflitos. No artigo 10º salienta a importância da
“harmonia da convivência escolar” respeitando a “integridade física e psicológica de
todos os membros da comunidade educativa, não praticando quaisquer atos,
designadamente violentos, independentemente do local ou meios utilizados (…)”.
Outro aspeto a salientar nesta Lei prende-se com o facto de prever a criação de
equipas multidisciplinares “destinadas a acompanhar em permanência os alunos,
designadamente aqueles que revelem maiores dificuldades de aprendizagem, risco de
abandono escolar, comportamentos de risco ou gravemente violadores dos deveres
dos alunos” (artigo 35º). Estas equipas têm uma constituição diversificada; são
compostas por professores, técnicos especializados, psicólogos, diretores de turma,
serviços de ação social, gabinetes escolares, entre outras, tendo como principais
objetivos inventariar as situações problemáticas; promover medidas de integração e
inclusão do aluno; atuar preventivamente; supervisionar a aplicação das medidas
corretivas; aconselhar e propor percursos alternativos; propor parcerias; estabelecer
ligação com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco; promover
sessões de capacitação parental, etc. (artigo 35º).
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BULLYING – Não… isso magoa!
Contudo, não será esta legislação que irá impedir episódios de violência nas
escolas mas as medidas que preconiza são uma base útil para conceber e
implementar projetos antibullying nas escolas, quer a nível de intervenção quer como
medida prevenção.
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BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE II
Metodologia
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BULLYING – Não… isso magoa!
Objetivo
Metodologia
Amostra
Este estudo foi aplicado a alunos dos 3 níveis a que se refere o 3º ciclo do
ensino básico. Da amostra pretendida resultaram74 questionários previamente
autorizados pelos encarregados de educação e posteriormente respondidospelos
alunos, destes 28,4% (n= 21) são do sexo masculino e 71,6% (n= 53) do sexo
feminino. O intervalo de idades nos jovens situa-se entre os 12 e os 17 anos e a idade,
sendo que a média é de 14 anos.
Foram selecionadas duas turmas por ano, sendo que quatro delas eram as
turmas que eu acompanhei no decorrer do meu estágio, mais precisamente duas
turmas de 7º e duas do 9º ano. Nestas turmas o questionário foi respondido na minha
presença e do professor cooperante. Nas restantes duas turmas do 8º ano, foram os
próprios professores titulares da turma a aplicá-los.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Instrumento
Descrição do questionário
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BULLYING – Não… isso magoa!
Começamos assim por fazer uma análise descritiva dos resultados obtidos
através indicadores como frequências e percentagens. A estatística descritiva permite-
nos organizar, resumir, tabelar e descrever o conjunto dos dados que serão
apresentados quer de forma gráfica, quer de forma tabular.
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BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE III
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BULLYING – Não… isso magoa!
Após uma primeira análise realizada aos dados e de acordo com a frequência
dos comportamentos constatados, quer de vitimização quer de agressão, pudemos
constatar que alguns alunos que declararam terem sido vítimas também assumiram
agredir os colegas noutras ocasiões e vice-versa. Existindo também o caso de serem
somente vítimas ou assumirem-se só agressores.
Posto isto e tal como aconteceu noutros estudos (Melim, 2011; Costa & Pereira,
2010) também nós sentimos a necessidade de definir quatro grupos, conforme a
prevalência dos comportamentos registados são eles: os não envolvidos; as vítimas;
os agressores e as vítimas agressoras.
Amostra
N %
Não envolvidos 61 82,4%
Tipos de envolvimento Vitimas 13 17,6%
Agressores 5 6,8%
Vítimas agressoras 3 4,0%
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BULLYING – Não… isso magoa!
Importa ainda salientar que os resultados desta análise foram realizados com
base na pergunta “desde que este período começou quantas vezes te fizeram mal?”,
no entanto, chegando à sétima pergunta “quantas vezes te fizeram mal no caminho da
escola este período” deparámo-nos com mais dois casos de violência que serão
considerados nas análises seguintes.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Gráfico 1
Género
31%
Rapazes
69%
Raparigas
Desde que este período começou quantas vezes te fizeram mal (escola / a caminho)
Idade
Total
12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00
Nenhuma
Total 12 12 25 11 1 61
Algumas
vezes Total 3 2 4 3 1 13
Total 15 14 29 14 1 1 74
38
BULLYING – Não… isso magoa!
Nenhuma 3 5 8 1 0 0 17
Rapaz
Algumas vezes 1 1 1 1 0 0 4
Nenhuma 9 7 17 10 0 1 44
Rapariga
Algumas vezes 2 1 3 2 1 0 9
Total 16 14 29 15 1 1 74
A frequência do bullying
Nenhuma 61 82,4
Frequência de 1 ou 2 vezes 7 9,5
agressões 3, 4 ou + vezes 6 8,1
Total 74 100,0
39
BULLYING – Não… isso magoa!
Gráfico 2
Frequência de agressões
Nenhuma 1 ou 2 vezes 3 , 4 ou + vezes Total
Rapaz 17 2 2 21
Género
Rapariga 44 5 4 53
Total 61 7 6 74
40
BULLYING – Não… isso magoa!
Importa realçar ainda a frequência das formas de vitimização que, como pudemos
verificar analisando as duas tabelas VII e VIII, situa-se nas duas formas de vitimização
numa frequência de 1 ou 2 vezes no período estudado.
De acordo com os resultados algumas das formas de agressão mais usuais não
são sofridas pelos dois géneros na mesma proporção. Os rapazes queixam-se mais
frequentemente da agressão direta e física, tais como, “bater, dar murros e pontapés”
(rapazes 8,7%%; n=2) enquanto nenhuma das raparigas reporta ter sido agredida
desta forma. Já na agressão indireta e relacional, tais como, “falar de mim, contar
segredos” são as raparigas que mais se queixam (raparigas 13,6%; n=8) enquanto
nos rapazes só um reclama esta forma de agressão (4,3%; n=1). Da análise às
diferentes formas de agressão percebemos que a prevalência da vitimização se situa
nas duas formas diferentes de agressão (n=14; 16,8%).
Nota: nesta questão os alunos podiam assinalar mais que uma resposta.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Responses
Percen tof Cases
RAPAZ N Percent
Responses
Percent of Cases
RAPARIGA N Percent
Forma Andaram a falar de mim, dizem segredos sobre mim 8 13.6% 15.4%
Nos dois géneros o “chamar nomes feios” é o tipo de agressão mais frequente,
embora seja significativamente mais utilizado pelas raparigas. Enquanto nos rapazes
2/3 das vítimas (13,0%; n=3) se queixaram desta forma de bullying, nas raparigas este
tipo de agressão sobe para atingir (10,2; n=6) das vítimas deste género. Importa aqui
destacar a forma de agressão mais utilizada pelo género feminino “andar a falar de
mim, dizer segredos” (13,6%; n=8) que atinge quase a totalidade dos relatos.
Locais de agressão
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BULLYING – Não… isso magoa!
por (7,7%; n=6) dos alunos. “Noutro sítio” é somente referido por (n=2; 2,6%) e por fim
as restantes opções são referidas igualmente com a frequência de um aluno (1,3%).
Nota: nesta questão os alunos podiam assinalar mais que uma resposta.
Respostas
% de casos
N %
Em lado nenhum 56 71.8% 80.0%
Nos corredores e nas escadas 1 1.3% 1.4%
No recreio 10 12.8% 14.3%
Locais onde
Na sala 6 7.7% 8.6%
ocorre o
Na cantina 1 1.3% 1.4%
bullying
Nas casas de banho 1 1.3% 1.4%
Nos balneários 1 1.3% 1.4%
Noutro sítio 2 2.6% 2.9%
Total 78 100.0% 111.4%
No que diz respeito à idade, a maioria dos alunos refere que os seus agressores
são da mesma idade (16,0%; n=12) enquanto que 2,7% (n=2) afirmam serem mais
velhos e um aluno só refere que são mais novos.
Nota: nestas questões os alunos podiam assinalar mais que uma resposta.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Respostas
% Casos
N %
Da minha turma 11 14,7% 15,0%
Segundo os alunos da escola, quase ¾ não tinham opinião sobre a atitude dos
professores e funcionários (70%; n=49) (64,3; n=45) respetivamente. Quanto aos que
tinham opinião, a percentagem dos alunos que afirmou que os professores ou
funcionários intervinham “quase nunca” ou “às vezes” é muito idêntica, como podemos
verificar na tabela abaixo. Por fim existe uma diferença nas respostas quando
respondem que professores e funcionários intervêm com muita frequência
(professores 1,4%; n=1; funcionários 8,6%; n=6). O facto de os funcionários serem por
vezes mais chagados aos alunos e de vigiarem os recreios, pode ter contribuído para
estes valores.
44
BULLYING – Não… isso magoa!
Nota: nesta questão os alunos podiam assinalar mais que uma resposta.
Responses
Dizer a alguém Percent of Cases
N Percent
45
BULLYING – Não… isso magoa!
atitude de medo perante o que viram. Na restante amostra (n=5; 4,5%) dos alunos
afirma que ajuda só se for amigo (a), e por fim só um aluno disse que não ajuda
porque depois podiam vingar-se dele.
Responses
O que faz quando vê Percentof Cases
N Percent
Nota: nesta questão os alunos podiam assinalar mais que uma resposta.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Agressão e género
Agressão e idade
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BULLYING – Não… isso magoa!
Nenhuma 12 10 27 14 1 1 65
1 ou 2 vezes 3 1 1 0 0 0 5
Total 15 11 28 14 1 1 70
Quanto aos motivos que os alunos tinham para agredir verificarmos que a
grande maioria respondeu que não agrediu ninguém, o que não está em conformidade
com as respostas dadas anteriormente, porque os alunos contradizem-se nas suas
respostas o que faz com que os resultados sejam inconclusivos.
Gráfico 3
3% 4% 1%
92%
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BULLYING – Não… isso magoa!
49
BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE IV
Conclusão
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BULLYING – Não… isso magoa!
Tal como referido anteriormente, os dados deste estudo apontam que 17,6% dos
alunos inquiridos já foram vítimas de alguma forma de agressão, no período estudado;
6,8% afirmam já terem agredido outros, enquanto que 82,4% referem nunca terem
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BULLYING – Não… isso magoa!
A sala de aula é o local que obteve a segunda maior percentagem com 8,6%
das respostas, o que reflete alguma instabilidade dentro das turmas que constituem a
nossa amostra. Em consonância com estes valores está a idade dos agressores pois
consequentemente se é na sala de aula que acontece uma grande parte destes atos
também consequentemente a idade dos agressores será a mesma, aparecendo com
16% das respostas. Estes valores corroboram os resultados do estudo de Pereira
(2002).
No que respeita às formas de bullying mais usuais, o nosso estudo indica que
não são sofridas pelos dois géneros na mesma proporção. Os rapazes queixam-se
mais frequentemente da agressão direta e física, tais como, “bater, dar murros e
pontapés” (rapazes 8,7%%; n=2) enquanto nenhuma das raparigas reporta ter sido
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BULLYING – Não… isso magoa!
agredida desta forma. Já na agressão indireta e relacional, tais como, “falar de mim,
contar segredos” são as raparigas que mais se queixam (raparigas 13,6%; n=8)
enquanto nos rapazes só um reclama esta forma de agressão (4,3%; n=1). Vários
estudos como os de Melim (2011), Pereira (2002), apontam para a forma direta “bater,
murros e pontapés” como sendo a mais utilizada pelos rapazes, o nosso estudo
corrobora essa realidade, já as raparigas utilizam mais o “falar de mim, dizer segredos”
chamado também de bullying social ou indireto, resultados esses encontrados também
no nosso estudo.
No que refere aos alunos que afirmaram já ter agredido outros pelo menos 1 ou
2 vezes nesse período, os que incluímos na categoria dos agressores, atinge uma
percentagem de 7,1%, valores estes que estão muito abaixo daqueles encontrados
noutros estudos, como exemplo Melim (2011) que apresenta valores de 29,1% de
agressores na sua amostra, refutando assim esta conclusão.
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BULLYING – Não… isso magoa!
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BULLYING – Não… isso magoa!
Conclusões
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BULLYING – Não… isso magoa!
Sugestões e limitações
A nossa maior limitação foi o facto de os alunos não terem sido claros e
verdadeiros nas respostas ao questionário, o que dificultou a análise estatística.
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BULLYING – Não… isso magoa!
PARTE V
Plano de intervenção
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BULLYING – Não… isso magoa!
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BULLYING – Não… isso magoa!
Plano de intervenção/prevenção
Numa tentativa de tornar mais fácil a sua leitura e compreensão, optamos pela
elaboração do plano de intervenção/prevenção da seguinte forma:
-Pessoal discente;
-Identificar, através de -Realizar reuniões de
questionários aplicados aos professores e de pais e
alunos, os vários tipos de funcionários; -Todos os intervenientes
bullying e os seus da comunidade educativa;
intervenientes; -Ações de sensibilização e
formação sobre o tema;
-Criar um gabinete e uma
equipa antibullying -Equipa antibullying.
- Alunos e professores
(constituída por técnicos da (com conhecimento dos
escola, alunos e pais) -Criar uma caixa de correio
para que as “vitimas” pais).
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BULLYING – Não… isso magoa!
-Introduzir regras de
convivência entre os alunos;
-Utilização das estruturas
-Melhorar a supervisão de apoio existentes na
durante os recreios. escola (gabinete de apoio
ao aluno; associação de
pais; psicólogo);
- Novo gabinete
antibullying;
-Recreios, corredores e
escadas;
- Espaço escolar;
- Salas de aula
Assim, para que este plano possa ser exequível há que proceder a uma
avaliação contínua e formativa. Nesta primeira fase salienta-se a importância das
reuniões agendadas, para desta forma sensibilizar-se professores e restante
comunidade educativa para a eventual existência deste fenómeno na escola. É
igualmente importante presença dos encarregados de educação nessas reuniões para
que estes estejam sensibilizados para a necessidade de um ambiente escolar seguro,
calmo e propício ao sucesso educativo dos seus educandos.
A aplicação do questionário deverá ser feita nesta fase, para os dados serem
analisados, e consoante os resultados elaborar (ou não) mais regras de convivência e
de disciplina e para planear as primeiras ações de formação e sensibilização a realizar
sobre o tema.
60
BULLYING – Não… isso magoa!
Na segunda fase
escuteiros, junta de
freguesia, escola segura). -Espaços exteriores da
escola;
-Anfiteatros.
Nesta segunda fase seria estabelecido o mês do antibullying, onde teriam lugar
as palestras e workshops, eventuais espetáculos de dança e teatro sobre o tema.
Tentar-se-iam agilizar os protocolos com as estruturas locais no sentido de poderem
ajudar na promoção e divulgação do projeto, e fornecerem algum apoio e formação à
equipa antibullying, tal como às associações de estudantes e de encarregados de
educação.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Na última fase
-processo disciplinar;
- suspensão;
-transferência de escola;
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BULLYING – Não… isso magoa!
Nesta fase seria repassado novo questionário aos alunos, e após reavaliação
realizada aos dados, verificar se persistem casos bullying na escola, se existiam
alunos agressores que persistiam nesses atos, procedendo-se então ao seu
encaminhamento para as respetivas equipas técnicas, no sentido de serem aplicadas
algumas medidas sancionatórias. Medidas estas previamente elaboradas e
contempladas no Regulamento Interno e Disciplinar em conformidade com o Projeto
Educativo do Agrupamento.
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BULLYING – Não… isso magoa!
Referências bibliográficas
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64
BULLYING – Não… isso magoa!
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Consulta electrónica
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http://dx.doi.org/10.18764/2178-2229.v23n2p16-30
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BULLYING – Não… isso magoa!
Legislação consultada
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BULLYING – Não… isso magoa!
Anexos
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BULLYING – Não… isso magoa!
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