Pucrs - Ebook Habitos Aprendizagem

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 27

CONSTRUINDO

HÁBITOS E
PREPARANDO-SE
PARA APRENDER
Professora Dra. Valéria Thiers

1
Apresentação do autor

PROFESSORA DRA.
VALÉRIA THIERS

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1993),


mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de
São Paulo (1995) e doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela
Universidade de São Paulo (2000). É professora da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul em cursos de graduação e pós-graduação,
com 28 anos de experiência em psicologia clínica e destacada atuação na
Psicologia Cognitiva, em temas como avaliação neuropsicológica, sistemas
de comunicação alternativa, necessidades educativas especiais.
ÍNDICE

INTRODUÇÃO 05

HÁBITOS E CONCEITOS 10

APLICAÇÃO PRÁTICA 14

4 HÁBITOS DE ESTUDO
RELACIONADOS À MOTIVAÇÃO 16

6 HÁBITOS DE ESTUDO
RELACIONADOS À OPORTUNIDADE 17

10 HÁBITOS DE ESTUDO RELACIONADOS


AOS MÉTODOS UTILIZADOS 19

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 21

REFERÊNCIAS 24
Introdução

Introdução

O
relatório global sobre aprendizagem e educação de adultos
(UNESCO, 2010) assinala que no contexto de globalização do
século XXI, a rapidez e a complexidade das mudanças econômicas,
Hábitos e
conceitos tecnológicas e culturais exigem que homens e mulheres se adaptem
e readaptem ao longo de suas vidas. Ainda, reitera que o crescimento
da renda - pessoal, nacional e regional, - é cada vez mais definido
pela capacidade de criar, gerenciar, disseminar e inovar na produção
Aplicação do conhecimento.
prática
O valor da aprendizagem ao longo da vida, aliados aos
argumentos da sociedade do conhecimento, enquanto protagonismo
pessoal e social, incentiva as pessoas a se preparem para agir, refletir
4 hábitos
de estudo
e responder aos desafios sociais, políticos, econômicos, culturais
relacionados à e tecnológico com os quais se deparam ao longo de suas vidas
motivação
(MEDELAÑONUEVO et al., 2001).

Educação e aprendizagem ao longo da vida, apesar da

6 hábitos atualidade e pertinência do tema ao momento que vivemos, é um


de estudo conceito com o qual se opera desde a década de 70, e foi definido
relacionados à
oportunidade pela UNESCO (1976, p.2) como:

uma proposta geral destinada a reestruturar o sistema


10 hábitos
de educação já existente e desenvolver todo o potencial
de estudo
relacionados educacional fora do sistema educacional. Nessa proposta,
aos métodos
homens e mulheres são os agentes de sua própria educação,
utilizados
por meio da interação contínua entre seus pensamentos e
ações; ensino e aprendizagem, longe de serem limitados a
Objetivos de um período de presença na escola, devem se estender ao
aprendizagem
longo da vida, incluindo todas as competências e ramos do
conhecimento, utilizando todos os meios possíveis, e dando
a todas as pessoas oportunidade de pleno desenvolvimento
da personalidade.
Referências

Seja no contexto da aprendizagem ao longo da vida, de


educação continuada, ou de educação permanente, uma das
principais variáveis a serem consideradas diz respeito aos nossos
hábitos de estudos. O aluno que sabe estudar acaba se tornando o
professor de si mesmo e pode aprender, potencialmente, qualquer
conteúdo (VELASCO, 2016).

4
Introdução

Hábitos e
conceitos

Aplicação
prática
“ O aluno que sabe estudar acaba se tornando o
professor de si mesmo...”, (VELASCO, 2016).

4 hábitos Todavia, como o aluno aprende a estudar? O estudar não é


de estudo
relacionados à alvo do ensino formal, embora seja uma habilidade que se aprenda
motivação e que auxilia na vida acadêmica dos indivíduos (COLOMBINI;
MOROZ, 2022; LUCENA; ANDRADE-BOCCATO; TULESKI, 2018;
SUEHIRO; BORUCHOVITCH, 2016). Para Colombini e Moroz (2022),
6 hábitos alguns alunos podem ter aprendido a estudar a partir do processo
de estudo
relacionados à escolar (com maior ênfase nos anos iniciais do ensino fundamental)
oportunidade ou sozinhos ou por outros meios; mas, uma parte considerável
não aprendeu a estudar, o que aumenta a probabilidade de serem

10 hábitos
excluídos ou alijados no percurso acadêmico.
de estudo
Logo, se não foram ensinados a estudar, devem desenvolver
relacionados
aos métodos estratégias ou recursos para aprender a aprender. Dentre as estratégias
utilizados
para se tornar um aprendiz autônomo, têm-se destacado o papel da
autorregulação como uma habilidade a ser desenvolvida. Ganda e

Objetivos de
Boruchovitch (2018) definem autorregulação como o processo no
aprendizagem qual o aluno estrutura, monitora e avalia o seu próprio aprendizado.
Nessa função estão envolvidos fatores de autoconhecimento,
autorreflexão, controle de pensamentos e domínio emocional, e
mudanças comportamentais por parte do estudante.
E-book em
Áudio Para Rosário e colaboradores (2014), a autorregulação pode
ser definida como um processo ativo no qual os sujeitos estabelecem
os objetivos que guiam sua aprendizagem, monitorando, regulando
e controlando suas cognições, motivações e comportamento na
Referências intenção de alcançá-los. Portanto, o conjunto dos comportamentos,
crenças pessoais, emoções, orientação motivacional favorecem
um aprendizado melhor, com maior domínio de conteúdo e de
rendimento acadêmico (GANDA; BORUCHOVITCH, 2018; SUEHIRO;
BORUCHOVITCH, 2016).
5
Nesse sentido, então, a autorregulação da aprendizagem, ou o
Introdução
domínio sobre esse processo, contempla uma relação entre quatro
dimensões, sabidamente: a cognitiva/metacognitiva, a motivacional,
a emocional/afetiva e a social. As dimensões cognitiva/metacognitiva
referem-se às estratégias de aprendizagem, e contemplam os
Hábitos e
procedimentos usados pelo aluno para captar um conteúdo e realizar
conceitos
uma atividade.

Estratégias cognitivas de aprendizagem são aquelas que


facilitam o armazenamento de informação, do tipo: sublinhar,
Aplicação resumir, elaborar mapas conceituais, fazer perguntas/respostas
prática
sobre o material estudado. Estratégias metacognitivas são aquelas
que contemplam as fases de planejamento, monitoramento e
regulação/avaliação do aprendizado, e envolvem ações tais como
4 hábitos organizar o espaço de estudo, reservar tempo para a tarefa, montar
de estudo
relacionados à um organograma, verificar a compreensão durante a leitura.
motivação
A motivação se refere aquilo que move o indivíduo à ação.
De modo geral, ela pode ter uma orientação intrínseca, onde há
um prazer associado ao assunto ou à atividade realizada; ou ser
6 hábitos
de estudo orientada extrinsecamente, na qual o valor da tarefa realizada está
relacionados à associado a uma recompensa secundária, como o reconhecimento
oportunidade
social, uma promoção ou uma boa avaliação. Ganda e Boruchovitch
(2018) destacam que entre um extremo e outro do continuum
10 hábitos motivacional, há diferentes níveis de envolvimento, e que a motivação
de estudo
relacionados
do indivíduo na realização de uma atividade de aprendizagem pode
aos métodos variar conforme seus interesses, objetivos, circunstâncias e pessoas
utilizados
envolvidas no processo.

O aspecto emocional/afetivo na autorregulação se refere a


Objetivos de um processo dinâmico ligado a esforços conscientes no controle
aprendizagem
dos impulsos, dos sentimentos e das emoções para alcançar um
objetivo. O controle das próprias emoções é um aspecto protetivo
para as pessoas, posto que auxilia no controle da impulsividade. A
relação entre a impulsividade e o controle emocional é inversa, ou
Referências
seja, quanto maior o controle emocional, menor a impulsividade
(BATISTA; NORONHA, 2018). Estratégias de regulação emocional
contemplam a reavaliação cognitiva das atividades desempenhadas,
o monitoramento da emoção presente, as atividades de distração, a
busca de ajuda, entre outras (GANDA; BORUCHOVITCH, 2018)

6
Sobre o autoconhecimento, as crenças pessoais do estudante
Introdução
sobre autoeficácia, atribuição de desempenho e teorias implícitas de
inteligência, afetam o seu grau de motivação e de envolvimento com
a tarefa de estudar. Autoeficácia se refere a percepção de uma pessoa
sobre sua capacidade de organizar e executar determinado curso de
Hábitos e
ação para alcançar um resultado (BANDURA, 1977), é considerada o
conceitos
elemento central na fundação da motivação e da realização e podem
afetar a maneira como o indivíduo resiste às pressões do ambiente
(resiliência), sem entrar em disfuncionalidade (FONTES; AZZI, 2012).
Aplicação
prática

4 hábitos
de estudo
relacionados à
motivação

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade “Autoeficácia se refere a percepção de uma
pessoa sobre sua capacidade de organizar
10 hábitos e executar determinado curso de ação para
alcançar um resultado.” (BANDURA, 1977).
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados
A atribuição de causalidade diz respeito a como o sujeito
interpreta as situações de conquistas ou falhas; e as teorias implícitas

Objetivos de
de inteligência estão relacionadas às crenças do indivíduo sobre a
aprendizagem origem da capacidade intelectual: inata (herdada e imutável) ou de
desenvolvimento (modificável ao longo da vida).

De acordo com Wolters (2011, apud GANDA; BORUCHOVITCH,


2018) alunos que demonstram maiores níveis de autoeficácia,
Referências
atribuições causais de caráter interno e controlável e crenças em
uma inteligência desenvolvimental, tendem a ser mais motivados
academicamente, pois entendem que são capazes de aprender e de
se tornar mais inteligentes a partir do seu esforço, assim como se
veem como os principais responsáveis por seu próprio aprendizado.

7
Introdução
Contribuem para o desenvolvimento do senso de autoeficácia
quatro mecanismos: (i) modelação social: a observação de outros
atuando como modelos bem-sucedidos permite que o indivíduo
identifique conhecimentos e habilidades para lidar com as exigências
do meio; ii) persuasão social: quando as pessoas são persuadidas
Hábitos e
conceitos a atuar de forma a obter sucesso, elas confiam mais em sua
capacidade e afastam-se de situações nas quais podem falhar;
iii) estados emocionais: as pessoas julgam suas capacidades em
função de seus estados emocionais, fazendo leituras de sua tensão,
Aplicação ansiedade e depressão como indicadores de sua deficiência pessoal;
prática e iv) experiência pessoal (maestria), ou seja, as experiências de
domínio em relação ao exercício de alguma atividade ou habilidade
como o recurso mais efetivo para fortalecer crenças de autoeficácia
4 hábitos (FONTES; AZZI, 2012 e NUNES, 2008).
de estudo
relacionados à Uma maneira eficiente de desenvolver maestria e autoeficácia
motivação na nossa aprendizagem é por meio do fortalecimento de hábitos de
estudo. Afinal, estudar também se aprende e como orienta Aristóteles
“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência então
6 hábitos
de estudo
não é um modo de agir, mas um hábito”.
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados

Objetivos de
aprendizagem

Referências

8
Hábitos e conceitos sobre a
sua formação
Introdução

D
e forma geral, nos referimos aos hábitos como comportamentos
que são emitidos com frequência ou de maneira persistente
e automática. Definições formais, por outro lado, contemplam
Hábitos e
elementos explanatórios. Algumas dessas definições também se
conceitos
referem a hábitos como comportamentos (frequentes, persistentes
ou automáticos) e buscam identificar suas causas: quer referindo-se
a eventos passados, como na ideia de que hábitos são o resultado

Aplicação de um comportamento repetido e/ou de processos mentais


prática subjacentes; ou como na ideia de que hábitos resultam da ativação
de associações S-R (uma reação deflagrada por um gatilho) sem que
metas e objetivos estejam envolvidos (DE HOUWER, 2019).
4 hábitos
de estudo
relacionados à
motivação

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados

“Hábito é um comportamento aprendido que,


Objetivos de após ser repetido várias vezes, tornou-se
aprendizagem
automático...” (CRISTO; GÜNTHER, 2015).

Embora metas e objetivos sejam fatores motivacionais


importantes no processo da aprendizagem, uma vez que definem e
Referências
regulam a intensidade o esforço vinculado à atividade de estudo, e
que interferem na tomada de decisão sobre o que estudar e quando
fazê-lo; a constância e o comprometimento com a atividade de
estudo são mantidos pelo hábito. De HOWER (2019) enfatiza que
é necessário um contexto ativador, ou sinalizador (S) para que o
comportamento habitual seja executado. Para algumas pessoas, esse
evento ativador pode ser o tênis ao lado da porta, para fazer a sua
caminhada ou sua corrida; para outros, o evento ativador pode ser o
despertador tocando ao lado da cama, para que se levante.
9
Para o estudante, seria importa marcar, identificar ou sinalizar quais
as deixas para que o comportamento de estudar ocorresse (um local
quieto, bem iluminado e arejado e/ou um horário adequado etc.).
Introdução Hábito é um comportamento aprendido que, após ser
repetido várias vezes, tornou-se automático, isto é, com pouca ou
nenhuma deliberação consciente do indivíduo. A importância deste
automatismo é a sua utilidade para obtermos algum resultado ou
Hábitos e objetivo sem tomarmos novas decisões o tempo todo, e por aliviar o
conceitos
esforço cognitivo do indivíduo de ponderar sempre os prós e contras
das mais diversas situações (CRISTO; GÜNTHER, 2015).

Enquanto comportamentos automatizados, os hábitos têm


como vantagens a rapidez e a precisão em sua execução, sendo
Aplicação
prática eficientes inclusive em situações de realização de tarefas múltiplas;
por outro lado, essa definição, aporta alguns inconvenientes
entre eles a limitação de uma aprendizagem reprodutiva sem a

4 hábitos
complementaridade de uma aprendizagem construtiva/reflexiva, e
de estudo a utilidade relativa de pacotes fechados de informação para futuras
relacionados à
motivação
aprendizagens (POZO, 2002).

Outro alerta com relação à utilidade limitada da automatização


diz respeito ao fato de que a informação aprendida de forma decorada,
6 hábitos por repetição, é dependente de pistas ambientais para ser ativada.
de estudo
relacionados à Em especial, na presença de dicas de contexto semelhantes ao da
oportunidade aprendizagem original, ela é recuperada facilmente (i.e., de forma
rápida e precisa); na ausência das dicas, ela quase não é ativada.
Assim, por exemplo, para lembrar um trecho de uma música, muitas
10 hábitos
de estudo vezes precisamos relembrá-la desde o início.
relacionados
aos métodos A Enciclopédia Britânica traz uma definição mais ampla sobre
utilizados o conceito de hábito, como:

...qualquer comportamento repetido regularmente que


Objetivos de demanda pouco ou nenhum pensamento, e que é aprendido
aprendizagem
(em oposição a um comportamento inato). O hábito – varia
desde comer e dormir a pensar e reagir – é desenvolvido a
partir de reforço e repetição. O reforço encoraja a repetição
do comportamento, ou resposta, sempre que o estímulo que
Referências
provocou o comportamento se repete. O comportamento
se torna mais automático a cada repetição. Alguns hábitos,
todavia, podem se formar a partir de uma única experiência,
particularmente se envolverem emoções. Hábitos, como
proposto por William James nos Princípios de Psicologia,
são meios úteis de preservação dos processos mentais
superiores para tarefas mais complexas, mas promovem
inflexibilidade comportamental. (BRITTANICA, 2021)

10
Não há respostas conclusivas sobre o tempo que se leva
Introdução
para formar um hábito. Alguns autores sugerem entre 18 e 254 dias
de repetição, dependendo da complexidade do comportamento,
entre eles fazer uma alimentação saudável e realizar atividade física
(LALLY e cols., 2010). Tampouco é fácil identificar critérios objetivos
Hábitos e
conceitos que indiquem a presença de um hábito, o que dificulta estimar com
fidedignidade o tempo para a sua aquisição.

Sabe-se que para a formação de novos hábitos os


comportamentos devem-se tornar frequentes, estáveis ao longo do
Aplicação tempo e resistentes a outras influências. Para mudar os indivíduos
prática
precisam se sentir motivados para mudar ou adotar novas rotinas. E
embora necessária, a motivação sozinha pode ser insuficiente. Pois o
sujeito pode não saber como agir, ficar indeciso quanto ao início da
4 hábitos ação, ou esquecer de fazer (CRISTO; GÜNTHER, 2015).
de estudo
relacionados à Alternativamente, pode-se implementar um plano para
motivação
transformar suas metas/objetivos em uma ação concreta. O
planejamento deveria conter, de forma clara: quando, onde e como
atingir a sua intenção – através da seleção do momento adequado
6 hábitos
de estudo e dos comportamentos mais efetivos. Por exemplo: definindo o
relacionados à
resultado desejado (metas realistas), especificando um prazo para
oportunidade
essa conquista, reforçando as ações e apresentando dicas/pistas
para que o comportamento ocorra, entre outros.
10 hábitos
de estudo Com relação à minimização de hábitos já estabelecidos, cinco
relacionados métodos são sugeridos usualmente: substituir um comportamento
aos métodos
utilizados por outro (por exemplo, comer uma fruta no lugar de um doce,
quando vem o desejo por um doce); repetir um comportamento até
a exaustão ou até que uma resposta desagradável emerja; mudar
Objetivos de o ambiente para distanciar o indivíduo do estímulo que dispara a
aprendizagem
resposta (por exemplo, ir estudar em um cômodo da casa e não levar
o celular); introdução lenta e gradativa de um estímulo que esteja
provocando o comportamento (por exemplo, começar o treino
de leitura por textos menores); e punição, que é provavelmente o
Referências
método menos efetivo.

11
O hábito em si não é bom ou mal, ele é um comportamento
Introdução
derivado de uma situação de aprendizagem por repetição, que
atende a uma função para o indivíduo. Como deriva de eventos
que foram reproduzidos em diversas ocasiões, tendem a tornar-se
automáticos, rápidos, precisos, distantes do controle consciente.
Hábitos e
conceitos E são precisamente essas mesmas características e diferentes
contextos em que ocorrem que determinam se o hábito é saudável
ou deletério para o indivíduo, fazendo oportuno entender como são
adquiridos, como podem ser substituídos, e como eliminar alguns
Aplicação dos mesmos.
prática

Vigie seus pensamentos, eles tornam-se palavras.


4 hábitos Vigie suas palavras, elas tornam-se ações.
de estudo Vigie suas ações, elas tornam-se hábitos.
relacionados à
motivação Vigie seus hábitos, eles formam seu caráter.
Vigie seu caráter, ele se torna seu destino.
Frank Outlaw. Farmer´s Digest, v.42, p.20, 1978.
6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados

Objetivos de
aprendizagem

Referências

12
Aplicação prática de hábitos de estudos

Introdução

Hábitos e
conceitos

Aplicação
prática

4 hábitos
de estudo “O sucesso acadêmico depende do motivo, da
relacionados à
motivação
oportunidade e dos meios.” ( MAYER, 2018).

6 hábitos
Meios, motivos e oportunidades:
de estudo
Se você é fã de seriados do tipo Law & Order, ou de filmes com
relacionados à
oportunidade temas de mistério e investigação, provavelmente já deve ter ouvido
que para que uma ação criminal ocorra é importante determinar os
meios, motivos e oportunidades de ação do indivíduo. Esse modelo
10 hábitos
de estudo explicativo foi nomeado Teoria do triângulo do crime e deriva do
relacionados estudo clássico de Cohen e Felson (1979), sobre a abordagem de
aos métodos
utilizados atividades rotineiras.

No artigo original os autores apresentam uma abordagem


do estudo das rotinas (hábitos) para analisar a tendência e o ciclo
Objetivos de
aprendizagem das taxas criminais. No lugar de enfatizarem as características dos
ofensores, Cohen e Felson (1979) analisaram as circunstâncias em
que os atos ocorreram. E identificaram que para a ocorrência dos
crimes era necessário a convergência no tempo e no espaço do
Referências provável criminoso, da vítima (alvo) e ausência de proteção. Para
eles, a ausência de qualquer um desses elementos seria suficiente
para prevenir um crime. Em complemento, na análise proposta seria
importante considerar o domínio das técnicas (meios e recursos),
motivos (propósitos, objetivos e metas) e oportunidades (chances,
possibilidades e perspectivas) para que os crimes ocorressem.

13
A Teoria do triângulo do crime é um modelo que vem sendo
Introdução
aplicado em diferentes áreas e contextos, tão díspares quanto análise
criminal, empreendedorismo e aprendizagem (SILVA; MARINHO, 2018;
MAYER, 2019; VALE; CORREA; REIS, 2014). Considere a analogia: a
intenção de cometer um crime, não conta como ato criminal, porque,
Hábitos e
conceitos como vimos, para que ele ocorra são necessários meios, motivos e
oportunidades. Da mesma forma, na aprendizagem, a intenção de
estudar, não conta como estudo – a menos que consideremos a
triangulação envolvida.
Aplicação Em especial, sobre os hábitos de estudo, Mayer (2018) defende
prática
que o sucesso acadêmico depende do motivo, da oportunidade e dos
meios. No seu livro sobre “Como ser um estudante de sucesso: 20
hábitos de estudo baseados na Ciência da Aprendizagem” (tradução
4 hábitos livre), o autor destaca estratégias que favorecem o processo de
de estudo
relacionados à aprender, considerando as motivações, as ocasiões (oportunidades)
motivação e os recursos disponíveis (técnicas).

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados

Objetivos de
aprendizagem

Referências

14
4 hábitos de estudo relacionados
à motivação
Introdução

Implementando os hábitos de estudo, de forma a otimizar a


aprendizagem.
Hábitos e
conceitos Considerando a motivação, destacam-se quatro hábitos de estudo:

I. Encontrar um valor pessoal para aquilo que esteja


aprendendo: buscar o porquê e o para quê daquilo com o qual
estamos envolvidos, aumenta o engajamento com a tarefa – ainda
Aplicação
prática que não a dominemos ou, a princípio, não apreciemos. Se eu não me
importo o suficiente com aquilo que eu escolhi aprender, as chances
de não concluir o curso, aumentam.

4 hábitos II. estabelecer uma meta para o domínio do material: metas


de estudo são quantificações específicas de algo que queremos alcançar. No
relacionados
à motivação geral, elas fazem parte de um objetivo, mas são mais precisas, devem
ser bem definidas e realistas. Por exemplo, posso me comprometer
a ler 15 páginas por dia. Dica: ao estipular uma meta, lembre-se do
6 hábitos acrônimo SMART – a meta deve ser específica (substitua ideias
de estudo
vagas e abstratas por foco), Mensurável (como medir o progresso?),
relacionados à
oportunidade Alcançável (realista e em condições de ser atingida), Relevante
(como ela influencia a sua vida e a de outros?) e Temporal (qual o
prazo?).
10 hábitos
de estudo III. acreditar que você consegue aprender, ao se dedicar:
relacionados
aos métodos a frase atribuída a Thomas Edison que diz “genialidade é 1% de
utilizados inspiração e 99% de transpiração” tem se aplicado a diversas áreas,
desde a criatividade à inovação, passando pelo empreendedorismo,
pesquisas e obras artísticas. E não é diferente com o aprendizado.
Objetivos de
aprendizagem Estudar é processo, lento, constante e cumulativo.

IV. sentir-se desafiado, no lugar de ameaçado: o medo ativa


nossas reações primitivas de defesa (luta, fuga ou congelamento),
nos paralisa, o desafio, por sua vez, nos incita a ultrapassar limites. Em
Referências ambas as situações, somos convocados a trabalhar a autorregulação
emocional e o controle dos impulsos, em prol de alcançar um objetivo.
Uma forma interessante de lidar com as emoções, é conseguir nomear
os sentimentos enquanto ocorrem, observá-los, identificar se estão
a favor da conquista dos meus objetivos, se estão prejudicando o
alcance das minhas metas, ou o que eu poderia fazer para modificar
o ambiente onde essas emoções são percebidas.

15
6 hábitos de estudo relacionados
à oportunidade
Introdução

Atrelados à oportunidade, Mayer (2018) identifica seis hábitos:

Hábitos e I. se dê tempo para aprender: enquanto assiste a


conceitos
uma palestra o que você faz? Produz anotações? Grifa o material
disponibilizado? Aprenda a se dar um tempo, tempo para domínio
das habilidades necessárias, para aprender a ser paciente, tempo para
começar, tempo para ver os resultados. É fácil pensar demais. Sente-
Aplicação
prática se, observa e tente se lembrar quanto tempo demorou para você
tirar a carteira de motorista, quanto tempo levou para ser aprovado
na prova de direção. Quanto tempo levou para aprender a tocar uma
música no seu instrumento? Tudo é tempo.
4 hábitos
de estudo II. distribua o seu tempo de estudo ao longo de vários
relacionados à
motivação períodos: há melhores chances de fixação de conteúdo quando ele é
tratado em blocos que alternam estudo e repouso, ao longo dos dias,
em oposição a um trabalho de estudo concentrado em longas horas.
6 hábitos Por exemplo, dado uma prova que esteja agendada para dois meses
de estudo
à frente, como eu programo meu tempo de estudo para ela? Deixo
relacionados à
oportunidade para estudar todo o material na véspera ou programo uma rotina
com tempo de estudo planejado, um pouco a cada dia? Tenho uma
notícia, a segunda estratégia funciona melhor. As pausas mantêm
10 hábitos
de estudo você focado e podem melhorar drasticamente a capacidade de se
relacionados concentrar em uma tarefa por períodos prolongados.
aos métodos
utilizados III. alterne entre diferentes tópicos durante a sessão de
estudo: A cada momento de sessão focada de estudo, introduza
pequenos intervalos controlados, e com temas diferentes. Por
Objetivos de
aprendizagem exemplo, alie os diferentes tópicos ao Método Pomodoro. Nele, o
gerenciamento de tempo é baseado em períodos de 25 minutos de
estudo ou trabalho focado, interrompidos por intervalos de 5 minutos.
Após quatro intervalos de estudo consecutivos, são geralmente feitos
Referências intervalos mais longos, que podem variar de 15 a 30 minutos. A técnica
foi criada no fim dos anos 1980 por Francesco Cirillo, desenvolvedor
e empresário italiano. À época era estudante universitário, e não
conseguia se concentrar nos estudos e terminar suas tarefas. Então,
ele passou a usar um timer de cozinha com formato de tomate para
gerenciar seu tempo, deriva dessa experiência o nome do Método.

16
IV. estude em um espaço livre de distrações: escolha um
Introdução
espaço arejado, com iluminação adequada, com mesa e cadeira
confortáveis. Estudar na cama ou no sofá, não é uma boa escolha.
Desligue ou guarde, fora dos olhos, os aparelhos elétricos e
eletrônicos que não fizerem parte do material para estudo. Prepare
Hábitos e
conceitos os materiais necessários para estudo, como cadernos, bloquinhos de
notas, canetas, lápis e borracha.

V. limpe a sua mente de preocupações: considere a


Aplicação
prática metáfora da gaveta organizada e da gaveta bagunçada. Imagine
que a sua mente é uma gaveta: quando os objetos dentro dela estão
organizados, fica fácil encontrar o que você precisa. Quando ela está
bagunçada, pode se tornar motivo de confusão. Assim como com
4 hábitos
de estudo uma gaveta, é possível limpar a mente com a incorporação de hábitos
relacionados à saudáveis no dia a dia. Entre eles, um sono regulado e de qualidade,
motivação
a prática regular de exercícios, hidratar-se com água, práticas de
atenção plena e de respiração.

6 hábitos
de estudo
relacionados à VI. mantenha a sua mente focada: considere a máxima
oportunidade “uma atividade de cada vez”. Em momentos de leitura, o foco é o
texto e o assunto estudado; em momentos de exercícios, o foco é a

10 hábitos
resolução da tarefa proposta; no momento de descanso, repouse e
de estudo volte revigorado, na sequência.
relacionados
aos métodos
utilizados

Objetivos de
aprendizagem

Referências

“As pausas mantêm você focado e podem melhorar


drasticamente a capacidade de se concentrar em uma
tarefa por períodos prolongados.” (MAYER,2018).

17
10 hábitos de estudo relacionados aos
métodos utilizados
Introdução

Veja abaixo 10 métodos que podem potencializar seus estudos.


Lembre-se que eles podem ser aplicados de uma forma mais
tradicional, com papel e caneta, ou de maneira digital, utilizando
Hábitos e
conceitos recursos que permitem realizar o mesmo método diretamente no
computador.

I. releia os materiais que precisam de esclarecimento:


por vezes a primeira leitura pode deixar dúvidas com relação ao
Aplicação vocabulário (verifique no dicionário), ou ao conteúdo (revise, solicite
prática
ajuda à sua rede – professor e/ou colegas). Após consulta aos apoios,
revisite o texto.

II. destaque as ideias principais com um marcador: os


4 hábitos
de estudo iluminadores, canetinhas ou lápis são recursos muito utilizados. O
relacionados à objetivo do marca-texto é enfatizar os pontos-chave da matéria, para
motivação
que você foque neles quando estiver fazendo a revisão e consiga
se lembrar do que havia estudado. Evite sublinhar algo que você já
destacou anteriormente. No caso de usar diferentes cores para o
6 hábitos
de estudo destaque, organize critérios ou legendas. Por exemplo: amarelo para
relacionados à
as partes importantes; vermelho nas partes que ficou em dúvida e
oportunidade
precisa pesquisar; azul nas palavras-chave da matéria ou informações
que precisam ser decoradas e por aí vai.
10 hábitos
de estudo III. use cartões para situações específicas (tipo post-
relacionados it com notas): os cartões ou flashcards são pequenos cartões que
aos métodos
utilizados servem para testar a memória. De um lado, eles têm perguntas, e do
outro, as respostas. Variações possíveis são tópicos (de um lado) e
palavras-chave (do outro lado); ou termos (de um lado) e definições
Objetivos de (do outro). Dentre as vantagens, ele serve para qualquer tipo de
aprendizagem
matéria que você precise estudar; e é prático. Pode ser feito em casa
(aqui, você já exercita leitura e escrita do tema) ou você pode utilizar
aplicativos que trazem alguns prontos. Para utilizá-lo, quando estiver
com os cartões prontos, deixe as perguntas para cima e as respostas
Referências
para baixo. Leia a pergunta, responda (por escrito, ou em voz alta,
ou mentalmente), confira a resposta, se acertou coloque o cartão na
pilha de acertos (ou inaugure uma fila de erros).

IV. sumarize com suas próprias palavras: o resumo é a


agrupamento de informações mais relevantes de um texto e não sua
cópia. Nele se aponta as ideias principais de um texto, é gerado um
novo texto de maneira abreviada ou sintetizada.

18
Na produção de um resumo, leia o texto original, destaque as
principais ideias por parágrafo/capítulo, grife as palavras-chave,
Introdução sumarize, releia o texto produzido, cite a fonte consultada.

V. crie mapas conceituais: o mapa mental é uma técnica


de organização e memorização de pensamentos e ideias, que utiliza
papel e lápis (ou aplicativos). A técnica consiste em expandir palavras-
Hábitos e chave relacionadas ao tema do centro para as laterais da página. Para
conceitos
construí-lo, defina o tema central (escreva em letras grandes no meio
da folha), elenque os subtópicos. Escreva cada subtópico nas laterais
do papel com uma cor diferente e puxe uma seta do título apontando
para eles. As cores auxiliam a reter os grupos de informações que
Aplicação
prática estão relacionadas através das mesmas cores. Escreva os tópicos
relacionados a cada subtópico. A forma de organização, palavras e
desenhos devem fazer sentido para você.

4 hábitos VI. faça desenhos: se o seu estilo de aprendizagem é visual,


de estudo
reforce essa sua característica. Desenhe os conceitos que esteja
relacionados à
motivação estudando. Os desenhos não precisam ser uma obra prima, eles
devem sumarizar a ideia com a qual você veio trabalhando e servir de
apoio para a memória dos elementos que foram estudados (desligue
6 hábitos ou desapegue-se da autocrítica exagerada sobre a produção).
de estudo
relacionados à VII. aplique exames, testes em si mesmo: Você está lidando
oportunidade
com um tema novo, caiu de paraquedas no livro ou na videoaula,
que você vai estudar. Comece fazendo perguntas. Por exemplo, dado
10 hábitos um assunto x, questione “O que é isso?”, Qual o objetivo? Busque
de estudo propósito (“Para que ele existe?”, “Nossa, para que criaram esse
relacionados
aos métodos negócio?”, “Para que serve isso, onde aplica?”).
utilizados
VIII. explique o material para si (autoexplicação): Imagine
que você é o professor e tente dar uma aula para si. Ao falar em voz
Objetivos de alta, você reconhece o raciocínio que foi criado. É uma boa técnica
aprendizagem de memorização.

IX. explique o material/conteúdo para outra pessoa: mesma


técnica descrita anteriormente, mas desta feita, para um colega.

Referências X. exercite o que aprendeu, aplique o seu conhecimento:


pratique usando provas antigas, faça exercícios sobre o tema, monte
caça-palavras. Se você está se preparando para um concurso ou
algum outro tipo de prova, então faça simulados. Por isso, busque
por provas antigas ou questões formuladas com base no exame que
você irá realizar. Treine como se estivesse no dia da aplicação da
prova, com tempo e sem distrações.

19
Objetivos de aprendizagem e
técnicas de estudo
Introdução

Decidir e definir os objetivos de aprendizagem implica em


estruturar o processo de aprendizagem de modo a oportunizar

Hábitos e mudanças de pensamentos, ações e condutas. A estruturação é


conceitos consciente, deliberada e resulta de um planejamento que contempla
escolhas: do conteúdo, de procedimentos, de atividades, de recursos
disponíveis, de estratégias, de instrumentos de avaliação e da
metodologia a ser adotada por um determinado período (FERRAZ;
Aplicação BELHOT, 2010).
prática
Na década de 50, a partir da solicitação da Academia
Americana de Psicologia (APA), Bloom e colaboradores (1956)
assumiram a liderança de um projeto para discutir, definir e criar uma
4 hábitos
de estudo taxonomia dos objetivos educacionais, contemplando os domínios
relacionados à específicos de desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor (embora
motivação
o domínio cognitivo seja o mais conhecido e utilizado).

Ferraz e Belhot (2010), relatam que ao desenvolver suas


6 hábitos pesquisas, Bloom e sua equipe identificaram que nas mesmas
de estudo condições de ensino (excluindo as variáveis externas ao ambiente
relacionados à
oportunidade educacional) todos os alunos aprendiam, mas se diferenciavam em
relação ao nível de profundidade e abstração do conhecimento
adquirido. Essa diferença poderia ser caracterizada pelas estratégias
10 hábitos
de estudo utilizadas e pela organização dos processos de aprendizagem para
relacionados estimular o desenvolvimento cognitivo.
aos métodos
utilizados Bloom e colaboradores propôs, por fim, em sua Taxonomia
de Objetivos Cognitivos uma classificação estruturada em níveis de
complexidade crescente, do mais simples ao mais complexo, segundo
Objetivos de
aprendizagem o qual, para chegar ao nível seguinte, o aluno deve ter dominado e
adquirido a habilidade do nível anterior. De forma que para se aplicar
uma determinada técnica, o indivíduo deveria previamente conhecer
e compreender ao que ela se refere.
Referências Essa taxonomia foi revisada e atualizada por Anderson e
colaboradores (2001), e passou a contemplar em sua estrutura seis
categorias de objetivos de aprendizagem: lembrar, entender, aplicar,
analisar, sintetizar e criar (Figura 1). Lembrar é o objetivo que se
relaciona a atividade de reconhecer e reproduzir ideias e conteúdo.
Reconhecer implica distinguir e selecionar uma determinada
informação e reproduzir ou recordar se refere à busca por uma
informação memorizada.

20
Entender refere-se à habilidade de estabelecer uma conexão
entre o novo e o conhecimento previamente adquirido. Ocorre quando
o aprendiz consegue reproduzir a informação com suas “próprias
Introdução palavras”. Aplicar implica em executar ou usar um procedimento
numa situação específica, pode igualmente se referir à aplicação de
um conhecimento numa situação nova.

Analisar está envolvido com identificar e dividir a informação


Hábitos e em partes relevantes e irrelevantes, importantes e menos importantes
conceitos e entender a inter-relação existente entre as partes. Avaliar refere-
se a realização de julgamentos baseados em critérios e padrões
qualitativos e quantitativos ou de eficiência e eficácia. Criar está
atrelado ao desenvolvimento de uma nova visão, uma nova solução,
Aplicação
prática
estrutura ou modelo utilizando conhecimentos e habilidades
previamente adquiridos. Envolve a elaboração de ideias, produtos e
métodos originais.

4 hábitos Figura 1 - Categorização atual da Taxonomia de Bloom proposta


de estudo por Anderson, Krathwohl e Airasian, no ano de 2001.
relacionados à
motivação

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

Fonte: FERRAZ e BELHOT (2010)


10 hábitos
de estudo
relacionados Para cada um desses níveis hierárquicos de domínio de
aos métodos conteúdo, ações diferentes estão envolvidas, e contemplam
utilizados
técnicas e estratégias diferentes para estudo. Assim, a tabela abaixo,
exemplifica os tipos de habilidades empregadas em cada um dos
Objetivos de níveis, organizados por objetivos de aprendizagem.
aprendizagem
Figura 2 - Objetivos de aprendizagem

Referências

21
Em tempos de aprendizagem a distância, com o uso de
Introdução
recursos e aplicativos adaptados, Carrington (2016) propôs um
modelo pedagógico que incorporava o uso de recursos móveis como
recursos de aprendizado, para auxílio de professores e alunos. E os
agrupou de forma sistemática e coerente, atendendo à taxonomia
Hábitos e de Bloom, revista por Anderson (2001). O resultado exposto, abaixo,
conceitos
ficou conhecido como Roda pedagógica de Carrington, e teve desde
então, diferentes versões adaptadas e atualizadas.

Aplicação
prática Figura 3 - Roda pedagógica de Carrington

4 hábitos
de estudo
relacionados à
motivação

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados Fonte: https://www.teachthought.com/technology/the-padagogy-wheel/

Objetivos de
aprendizagem

Referências

22
Figura 4 – Recursos digitais de aprendizagem
Introdução

Hábitos e
conceitos

Aplicação
prática

4 hábitos
de estudo
relacionados à
motivação

6 hábitos
de estudo
relacionados à
oportunidade

10 hábitos
de estudo
relacionados
aos métodos
utilizados
Figura 5 – Tabela periódica de Apps e plataformas para professores

Objetivos de
aprendizagem

Referências

23
Referências

Introdução
ANDERSON, L. W. et. al. A taxonomy for learning, teaching and
assessing: a revison of Bloom’s Taxonomy of Educational Objectives.
Nova York: Addison Wesley Longman, 2001. 336 p

BANDURA, A. Self-efficacy: toward a unifying theory of behavioral


Hábitos e
conceitos
change. Psychological Review, v. 84, n. 2, pp: 191-215, 1977.

BATISTA, H.H.; NORONHA, A. P. P. Instrumentos de Autorregulação


Emocional: Uma Revisão de Literatura. Avaliação Psicológica,
v. 17, n. 3, pp. 389-398, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.15689/
Aplicação ap.2018.1703.15643.12
prática
BLOOM, B. S. et al. Taxonomy of educational objectives. New York:
David Mckay, 1956. 262p.

4 hábitos
BRITANNICA, The Editors of Encyclopaedia. “habit”. Encyclopedia
de estudo Britannica, 24 Jul. 2021, https://www.britannica.com/topic/habit-
relacionados à
motivação
behaviour. Acesso em 17 Mar 2023.

COHEN, L. E.; FELSON, M. Social change and crime rate trends: A routine
activity approach. American Sociological Review, v.44, pp:588-608,
6 hábitos 1979. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2094589. Acesso
de estudo
relacionados à em 17 mar.2023.
oportunidade
COLOMBINI, F. A.; MOROZ, M.. Estudar – Análise da produção
científica em periódicos brasileiros. Psicologia Escolar e Educacional,
10 hábitos v. 26, p.1-7, 2022. localizador - e224574. https://doi.org/10.1590/2175-
de estudo 35392022224574
relacionados
aos métodos CRISTO, F.; GÜNTHER, H. Hábito: Por que Devemos Estudá-lo e o que
utilizados
Podemos Fazer? Psico. Porto Alegre, v. 46, n. 2, pp. 233-242, abr.-jun.
2015. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2015.1.13227
Objetivos de De HOUWER, J. On how definitions of habits can complicate habit
aprendizagem
research. Frontiers in Psychology. v.10, pp: 1-9, 2019. doi: 10.3389/
fpsyg.2019.02642

FERRAZ, A.P.C.M.; BELHOT, R. V. Taxonomia de Bloom: revisão teórica


Referências e apresentação das adequações do instrumento para definição de
objetivos instrucionais. Gestão & Produção, São Carlos, v. 17, n. 2,
p. 421-431, 2010. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0104-
530X2010000200015

FONTES, A. P.; AZZI, R.G. Crenças de autoeficácia e resiliência:


apontamentos da literatura sociocognitiva. Estudos de Psicologia,
Campinas, v.29, n.1, pp.105-114, 2012.

24
GANDA, Danielle Ribeiro; BORUCHOVITCH, Evely. A autorregulação
Introdução
da aprendizagem: principais conceitos e modelos teóricos. Psicologia
da Educação, São Paulo, n.46, p.71-80, jun. 2018. Disponível em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
69752018000100008&lng=pt&nrm=iso . Acesso em 14 mar. 2023.
Hábitos e
conceitos LALLY, P., VAN JAARSVELD, C. H. M., POTTS, H. W. W., & WARDLE, J.
(2010). How are habits formed: Modelling habit formation in the real
world. European Journal of Social Psychology, v.40, pp. 998-1009,
2010. http://dx.doi.org/10.1002/ejsp.674
Aplicação
prática LUCENA, J.E.; ANDRADE-BOCCATO, T.N.; TULESKI, B.C. Estudar
também se aprende: Contribuições da Psicologia histórico-cultural
para a Educação. Psicologia em Estudo, v.23, pp: 1-8, 2018. Disponível
em https://doi.org/10.4025/psicolestud.v23.e36665
4 hábitos
de estudo MAYER, R. E. How to be a succesful student: 20 study habits based
relacionados à
motivação on the Science of learning. New York: Routledge, 2018. 206p. [DOI
https://doi.org/10.4324/9780429453748

MAYER, R. E. How to be a succesful student: 20 study habits based


6 hábitos on the Science of learning. New York: Routledge, 2018. 206p. [DOI
de estudo
relacionados à https://doi.org/10.4324/9780429453748]
oportunidade
MAYER, R. E. Thirty Years of research on online learning. Applied
Cognitive Psychology. V.33, n. 2, pp: 152-159, 2019. https://doi.
10 hábitos org/10.1002/acp.3482
de estudo
relacionados MEDEL-AÑONUEVO, C.; OHSAKO, T.; MAUCH, W. Revisiting Lifelong
aos métodos Learning for the 21st Century. Hamburg: UNESCO Institute for
utilizados
Education, 2001.

NUNES, Maiana Farias Oliveira. Funcionamento e desenvolvimento


Objetivos de das crenças de auto-eficácia: uma revisão. Revista Brasileira
aprendizagem
de Orientação Profissional, São Paulo, v. 9, n.1, pp.29-42, 2008.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1679-33902008000100004&lng=pt&nrm=iso>. acesso

Referências
em 15 mar. 2023.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO,


A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO). Relatório Global sobre
Aprendizagem e Educação de Adultos. – Brasília : UNESCO, 2010.
156 p

POZO, J. I. Aprendizes e Mestres: A nova cultura da aprendizagem.


Porto Alegre: Artmed, 2002.

25
ROSÁRIO, P; PEREIRA, A; HÖGEMANN, J; NUNES, A. R; FIGUEIREDO,
Introdução
M; NUÑEZ, J. C; FUENTES, S; GAETA, M. L. Autorregulación
del aprendizaje: una revisión sistemática en revistas de la base
SciELO. Universitas Psychologica, v.13, n. 2, p.781-798, 2014.
Disponível em http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1657-
Hábitos e
conceitos 92672014000200031&script=sci_abstract&tlng=es. Acesso em 14
mar. 2023.

SILVA, B. F. A.; MARINHO, F. C. Aplicação de tecnologias do


conhecimento e da informação na prevenção e redução do crime:
Aplicação A análise criminal no contexto latino-americano. Revista do PPGCS,
prática
UFRB. Novos Olhares Sociais, v.1, n.2, pp: 21-34, 2018. Disponível em:
https://www3.ufrb.edu.br/ojs/index.php/novosolharessociais/issue/
view/17. Acesso em 17 mar. 2023.
4 hábitos
de estudo SUEHIRO, A.C.B.; BORUCHOVITCH, E. Hábitos e estratégias para a
relacionados à realização da lição de casa e variáveis demográficas em estudantes do
motivação
Ensino Fundamental. Psico, Porto Alegre, v.47, n.2, pp:132-139, 2016.
Disponível em http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2016.2.22729

6 hábitos UNESCO. Recommendation on the development of adult education,


de estudo adopted by the General Conference at its nineteenth session.
relacionados à
oportunidade Nairobi, 26 Nov. 1976. Paris: UNESCO, 1976. Disponível em: https://
unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000047798. Acesso em: 13
mar. 2023 – Arquivo completo disponível em https://uil.unesco.org/
10 hábitos
de estudo fileadmin/keydocuments/AdultEducation/Confintea/en/Nairobi%20
relacionados Recommendation_Eng.pdf
aos métodos
utilizados VALE, G. M.; CORRÊA, V.S.; REIS, R. F. Motivações para o
empreendedorismo: necessidade versus oportunidade? Revista de
Administração Contemporânea - RAC, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, art.
Objetivos de
aprendizagem 4, pp. 311-327, 2014. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20141612

Referências

26

Você também pode gostar