Compatibilidade Electromagnetica LK
Compatibilidade Electromagnetica LK
Compatibilidade Electromagnetica LK
Resumo
Devido ao crescimento tecnológico, tem vindo a ser dada uma maior atenção à área da
Compatibilidade Electromagnética, no sentido de se estabelecerem critérios de controlo e
prevenção dos efeitos indesejáveis provocados pela Interferência Electromagnética.
Este trabalho apresenta, de uma forma resumida, os aspectos históricos e os conceitos mais
importantes para a compreensão do tema em estudo.
São apresentados os ensaios que os equipamentos devem ser submetidos para validar a sua
conformidade com as normas harmonizadas de Compatibilidade Electromagnética.
Apresentam-se as configurações dos vários tipos de ensaios, os seus procedimentos e os
limites requeridos pelas normas para os vários tipos de interferências, emitidas e
conduzidas.
Abstract
This work is inserted in the scope of the Electromagnetic Compatibility (CEM) to medium
voltage equipment.
Due to the technological growth, a bigger attention is being given to the area of the
Electromagnetic Compatibility, mainly to establish control criteria and to prevent the effect
of undesirable Electromagnetic Interference.
This work presents a resume of the historical aspects and the concepts most important for
the understanding of the subject in study.
The actual Electromagnetic Compatibility norms are presented. These norms assume
special importance, to establish rules, methodologies, criteria and recommendations to
assure the perfect equipment functioning in the electromagnetic environments in which
they will be installed.
This work presents, on a simplified form, the interferences that exist in the Electric
Installations and the potential solutions to attenuate them.
The tests that the equipment must be submitted to validate the conformity with the
harmonized norms of Electromagnetic Compatibility are presented and discussed. The
configurations and types of tests, its procedures and the limits required for the norms for the
types of interferences, radiated and conducted, are presented too.
The studies of two control electric equipment units are described. The first one has as
objective to demonstrate the conformity of the equipment with the European Union's CEM
Directive, in the scope of CE Mark. The second one studies the cause of interferences
produced in the equipment in its electromagnetic environment and defines a plan to reduce
the electromagnetic interference.
Agradecimentos
Índice
Índice de Figuras…………………………………………………………....vii
Índice de Tabelas…………………………………………………………….xi
Índice de Acrónimos…………………………………………………..…...xiii
Capítulo 1: Introdução....................................................................................1
2.7. Conclusões.....................................................................................................................22
3.4. Conclusões.....................................................................................................................31
4.1.1. Normalização...................................................................................................40
4.2.1. Condutores.......................................................................................................52
4.3. Conclusões.....................................................................................................................59
5.3. Conclusões.....................................................................................................................86
6.1.Descrição geral................................................................................................................89
6.6. Conclusões...................................................................................................................120
Capítulo 7: Conclusões................................................................................121
Referências…………………………………………………………………123
Índice de Figuras
Figura 2.10 - (a) Radiação entre sistemas; (b) Radiação entre subsistemas.........................15
Figura 4.10 - Soluções para redução dos harmónicos de corrente à entrada dos
equipamentos: (a) indutor em série; (b) conversor step-up...................................................47
Figura 5.15 - Montagem para o ensaio de Imunidade a Transitórios Eléctricos Rápidos (a)
nas portas principais; (b) nas portas de sinal.........................................................................79
Índice de Tabelas
Tabela 4.1 - Valores dos primeiros 25 harmónicos de tensão nos portos de fornecimento
expresso em percentagem da tensão nominal UN..................................................................41
Índice de Acrónimos
RF - Rádio Frequência
Capítulo 1
Introdução
É minha motivação que este trabalho constitua um documento útil para aqueles que
pretendam saber mais sobre o amplo tema Compatibilidade Electromagnética.
O capítulo 4 apresenta as características das instalações eléctricas e soluções para que estas
sejam electromagneticamente compatíveis.
Capítulo 2
Entre 1939 e 1945, a utilização de comunicações sem fios torna-se ainda mais intensa.
Datam da Segunda Guerra Mundial os primeiros problemas de interferências
electromagnéticas em sistemas de navegação por radar. Em virtude do impetuoso
desenvolvimento dos sistemas de transmissão de informação, na forma digital, os
problemas de Compatibilidade Electromagnética tornam-se ainda mais complexos. Os anos
seguintes obrigam a um estudo e análise mais aprofundado destes fenómenos, os quais se
tornam, mais tarde, objecto e tema de estudo da Compatibilidade Electromagnética.
• Amplitude;
• Polarização
Cada parte do espectro electromagnético tem aplicações que lhe estão associadas, que vão
desde as linhas de alta tensão operando a 50 Hz, até aos raios X e raios gama que têm
frequências muito altas, e comprimentos de onda muito curtos. Entre estes extremos de
frequências, encontram-se as ondas de rádio, as microondas, a radiação infravermelha, a luz
visível e a radiação ultravioleta.
O cientista americano Joseph Henry em 1830 e o cientista inglês Michael Faraday em 1831
verificaram que a variação do magnetismo nas imediações dum circuito eléctrico fazia
surgir neste uma corrente eléctrica (fenómeno da indução magnética). Desta observação
concluíram que existe uma relação entre o fenómeno eléctrico e o magnético.
A teoria de Maxwell foi confirmada, cerca de 20 anos mais tarde, pelas experiências do
alemão Heinrich Hertz, que produziu ondas electromagnéticas com o chamado oscilador de
Hertz. [I.1]
De acordo com o conceito de campo, a interacção entre duas cargas, Q1 e Q2, ocorre através
da acção do campo de uma delas sobre a outra. Operacionalmente, o campo eléctrico é
assim definido
onde q0 é a carga unitária, ou seja, tão pequena quanto possível. Isto é, para se conhecer o
valor do campo eléctrico num determinado ponto, basta colocar uma carga unitária naquele
ponto e dividir a força medida pelo valor da carga.
q1 q2
O conceito de linhas de força foi introduzido pelo físico inglês M. Faraday, no século XIX,
com a finalidade de representar o campo eléctrico através de diagramas.
Para que se compreenda esta concepção de Faraday, supõe-se uma carga pontual positiva Q
a criar um campo eléctrico no espaço em torno dela. Como se sabe, em cada ponto deste
espaço existe um vector E, cujo módulo diminui à medida que se afasta da carga. Na figura
2.4 (a) estão representados estes vectores em alguns pontos em torno de Q. Considerem-se
os vectores E1, E2, E3 etc., que têm a mesma direcção, de modo a traçar uma linha passando
por estes vectores orientada no mesmo sentido, como mostra a figura 2.4 (b). Esta linha é,
então, coincidente aos vectores E1, E2, E3 etc. Uma linha como esta é denominada linha de
força do campo eléctrico. De maneira semelhante, pode-se traçar várias outras linhas de
força do campo eléctrico criado pela carga Q. Esta figura fornece uma representação do
campo eléctrico da maneira proposta por Faraday.
Figura 2.4 - Linhas de força de um campo eléctrico com cargas positivas [I 2].
Se a carga criadora do campo for uma carga pontual negativa, então, o vector E, em cada
ponto do espaço, estará dirigido para esta carga, como mostra a figura 2.5-a. Pode-se, então,
traçar, também neste caso, as linhas de força que representarão este campo eléctrico.
Observa-se, na figura 2.5-b, que a configuração destas linhas de força é idêntica àquela que
representa o campo eléctrico da carga positiva, diferindo apenas no sentido de orientação
das linhas de força: no campo da carga positiva as linhas divergem a partir da carga e no
campo de uma carga negativa as linhas convergem para a carga [I.2].
Figura 2.5 - Linhas de força de um campo eléctrico com cargas negativas [I 2].
O campo magnético é uma região do espaço onde se manifesta o magnetismo, através das
chamadas acções magnéticas. Estas acções verificam-se à distância e apenas algumas
substâncias são influenciadas pelo campo magnético. Por exemplo, o cobre não tem
propriedades magnéticas. Pelo contrário, os materiais ferrosos são fortemente
influenciados. As substâncias que têm propriedades magnéticas chamam-se, por isso,
ferromagnéticos [I.1].
É possível visualizar a acção das forças num campo magnético, deitando limalha de ferro
sobre uma folha de papel, por baixo do qual existe um íman.
Figura 2.7 – Diagrama representativo da relação entre a força do campo e a distância [I 8].
A força do campo diminui rapidamente com o aumento da distância, como se pode ver na
figura 2.7. Quanto mais longe estiver da fonte de radiação, menos radiação se encontrará.
Logo, manter distância é uma das mais simples medidas de segurança.
Se a distância da fonte de radiação é menor que o seu comprimento de onda (λ), essa região
chama-se de região do campo próximo. A baixas frequências, este é quase sempre o caso.
Se a distância é maior que um comprimento de onda (λ), essa região chama-se região do
campo afastado. A distinção entre campo próximo e afastado é particularmente importante
para medições na gama de altas-frequências.
Os campos eléctricos podem ser contidos com facilidade. Uma folha de metal ligada à terra
fornece uma boa protecção. Por exemplo, está-se seguro contra descargas atmosféricas
dentro de um automóvel tal como numa gaiola de Faraday.
Na verdade, todo o equipamento eléctrico e electrónico produz, ao seu redor, algum tipo de
campo electromagnético e, portanto, torna-se um gerador de Interferência
Electromagnética.
A EMI pode ser propositada ou acidental e pode ser de origem natural ou artificial. O
campo geomagnético é de origem natural e causa interferência em sistemas eléctricos de
potência. As manchas solares também causam interferência em sinais de telecomunicações
na Terra. Outros exemplos de causas naturais de EMI são as descargas atmosféricas e os
ventos.
• Fonte - Equipamento que gera a interferência que tanto pode ser interna como
externa ao sistema.
1. Irradiação – Propaga-se por irradiação a partir da fonte, pelo espaço, até à vítima.
3. Condução – Ocorre quando um sinal conduzido flúi através dos fios ligados à fonte
e à vítima.
As fontes são divididas em não naturais e naturais. As fontes não naturais são produzidas
por equipamentos. Alguns exemplos destas fontes são: motores eléctricos, lâmpadas
fluorescentes, aquecedores, equipamentos médicos, microondas, equipamentos de
comunicação móvel, inversores de frequência e outros. As fontes naturais são causadas por
fenómenos naturais, tais como: ruídos atmosféricos decorrentes de descargas atmosféricas,
ruídos cósmicos provocados por explosões solares, tempestades magnéticas e outros.
A condução é o mecanismo pelo qual as interferências são levadas para dentro e para fora
de um sistema via condutores metálicos ou elementos parasitas. Até há pouco tempo a
preocupação maior, no que se referia a interferência por condução, era o ruído injectado na
rede de alimentação. Isto, porque a rede de alimentação actua como meio de propagação
desse ruído. Porém, equipamentos como o conversor estático injectam ruído na carga que
alimentam e servem de meio de propagação entre a rede de alimentação e a carga. Esta
constatação fez com que fossem intensificados os estudos dos equipamentos, como
geradores, receptores e linhas de transmissão de Interferência Electromagnética. A figura
2.9 mostra um esquema de como ocorre a interferência por condução [D.1].
(onda electromagnética) pode percorrer para propagar-se para dentro e para fora de um
equipamento [D.2].
Figura 2.10 - (a)Radiação entre sistemas; (b) radiação entre subsistemas [D 2].
Harmónicos
Flutuações de tensão
Campos eléctricos
Transitórios unidireccionais
Transitórios oscilatórios
Campos magnéticos
Campos eléctricos
Campos electromagnéticos
O nível máximo das interferências electromagnéticas geradas pelos aparelhos deve ser de
modo a não perturbar a utilização, designadamente, dos aparelhos seguintes:
• Equipamentos industriais
A fonte de tensão VS, com uma impedância RS, fornece um sinal para um amplificador cuja
carga é representada por RL. A impedância de entrada do amplificador é denotada por Rin e
a potência entregue ao amplificador é:
vin2
Pin =
Rin
Pout
Ganho da Potência =
Pin
P
Ganho da Potência = 10 log10 out
Pin
vout
Ganho da Tensão =
vin
iout
Ganho da Corrente =
iin
Em decibéis tem-se:
v
Ganho da TensãodB = 20 log10 out
vin
i
Ganho da CorrentedB = 20 log10 out
iin
Os decibéis são a razão entre as duas quantidades. Os níveis de potência, tensão ou corrente
absolutas são expressos em decibéis com o seu valor referenciado a alguma quantidade de
base. As tensões são normalmente expressas em µV ou em dBµV:
V
dBµV = 20 log10
1µV
1V
20 log10 = 20 log10 10 6 = 120dBµV
1µV = 10 V
−6
Pode entender-se o valor acima como: "1V é 120 dBµV acima de 1µV.
Outras unidades padrões normalmente usadas são o dBmV, dBµA e o dBmA, sendo:
V
dBmV = 20 log10
1mV
A
dBµA = 20 log10
1µA
A
dBmA = 20 log10
1mA
W
dBµW = 10 log10
1µW
W
dBm = dBmW = 10 log10
1mW
Um dos limites legais de campo eléctrico irradiado é 100 µV/m, o que é equivalente a 40
dBµV/m. Assim, essas unidades podem ser calculadas como:
V /m
dBµV/m = 20 log10
1µV / m
A/ m
dBµA/m = 20 log10
1µA / m
Também é importante saber como converter uma dada unidade em dB para o seu valor
absoluto. Para tal utiliza-se a definição de logaritmo de um número na base m:
log m A = n
mn = A
Portanto, para converter um valor dado em dB para o seu valor absoluto, realiza-se a
operação dada na última expressão.
2.7 Conclusões
Neste capítulo introdutório, foram apresentados, além de uma breve referência histórica, os
conceitos básicos para um entendimento amplo do que é e qual a necessidade do estudo da
Compatibilidade Electromagnética. Também se mencionam as unidades das grandezas
utilizadas nesta área.
Capítulo 3
As normas impostas pelo governo são normas legais e não podem ser desprezadas. Estas
normas são impostas para controlar a susceptibilidade do equipamento e a interferência
produzida por ele.
As normas de CEM que os fabricantes impõem nos seus equipamentos são criadas para
satisfazer o consumidor. Elas são impostas com o propósito de garantir um equipamento de
confiança e de qualidade.
3.1.Aspectos Gerais
Em 1973, a CISPR foi reorganizada e foram criados seis novos sub-comités para substituir
os comités anteriores. Estes sub-comités foram criados de acordo com as diversas áreas de
interesse:
Até agora, foram publicadas mais de trinta normas CISPR. As mais conhecidas são:
Actualmente, estas normas correspondem à série IEC 61000, que diz respeito à
Compatibilidade Electromagnética. Compreende as seguintes partes:
– Nível de emissão: nível máximo permitido para um consumidor de uma rede pública ou
para um aparelho.
No entanto, pelo lado técnico, entende-se que este esforço desenvolvido pelos países da UE
representa um esforço de harmonização dos requisitos de Compatibilidade
Electromagnética no Mundo. Além disto, estas normas oferecem valores de referências e
critérios necessários para garantir a Compatibilidade Electromagnética de sistemas e de
equipamentos eléctricos, desde a etapa de projecto básico até o seu emprego. Actualmente,
existem diversas iniciativas com o objectivo de diminuir a ambiguidade entre normas.
Mesmo no que se refere às normas militares MIL-STD's, existe uma tendência no sentido
de as substituir pelas normas comerciais actuais.
• Descargas electrostáticas.
• Transitórios rápidos.
• Harmónicos e inter-harmónicos.
• Flutuações de tensão.
Como consequência da classificação das normas de acordo com estes critérios, onde se
incluem combinações destes, resultaram algumas ambiguidades. Este facto gerou diversas
dificuldades na aplicação destas normas e recomendações, tanto na área técnica como na
área comercial. Diante deste facto, as normas, desenvolvidas recentemente pelos países da
EU, são de grande valia, já que, além de focarem diversas características e fenómenos
electromagnéticos, podem ser consideradas as mais harmoniosas, em função do grau de
envolvimento das entidades normativas, fabricantes e utilizadores. Assim, estas normas são
as que apresentam as metodologias de testes e os requisitos de Compatibilidade
Electromagnética de maior consenso.
Tal como a UE, diversos países têm concentrado esforços para estabelecer metodologias de
testes e requisitos de Compatibilidade Electromagnética. Deve ser dado especial destaque
às normas militares MIL-STDs e às normas comerciais da Federal Communications
Commission (FCC) e do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) nos
Estados Unidos.
3.3. Marca CE
Uma norma harmonizada é uma norma europeia preparada pelo CEN/CENELEC sob
mandato da Comissão Europeia com vista ao cumprimento dos requisitos essenciais da
Directiva.
Todos os produtos oferecidos para venda em toda a Comunidade Europeia devem ter a
marca, ou não poderão ser comercializados.
A marca CE oferece uma declaração visível do fabricante de que o produto atende todas as
directivas aplicáveis a este produto (podem existir mais de uma directiva para o mesmo
produto). A conformidade do produto pode ser comprovada seguindo os procedimentos de
teste e certificação estabelecidos nas próprias directivas.
3.4 Conclusões
Este capítulo também abrange a relevância da Marca CE. Qualquer produto, electrónico ou
não, para ser comercializado (pelo menos no espaço Europeu), deve ostentar a marcação
CE. No caso de equipamentos electrónicos, isto significa cumprir os requisitos essenciais
das Normas Harmonizadas, que conferem presunção de conformidade segundo as
Directivas Comunitárias aplicáveis.
Capítulo 4
No sentido de reduzir a magnitude dos ruídos e sinais gerados de forma indesejável, que
podem alterar ou distorcer as características básicas dos sinais de um equipamento, deve-se
reduzir os níveis de emissão da fonte de perturbação, ou proteger o receptor de modo a
torná-lo imune à perturbação ou reduzir o acoplamento entre a fonte do sinal interferente e
o equipamento receptor (vítima).
Normas internacionais relativas ao consumo de energia eléctrica, tais como IEEE 519, IEC
61000 e EN 50160, limitam o nível de distorção harmónica nas tensões com os quais os
sistemas eléctricos podem operar, e impõem que os novos equipamentos não introduzam na
rede harmónicos de corrente de amplitude superior a determinados valores. É dessa forma
evidenciada a importância em resolver os problemas dos harmónicos, quer para os novos
equipamentos a serem produzidos, quer para os equipamentos já instalados.
– Distorção harmónica: quando existem cargas não lineares ligadas à rede eléctrica, a
corrente que circula nas linhas contém harmónicos e as quedas de tensão provocadas pelos
harmónicos nas impedâncias das linhas faz com que as tensões de alimentação fiquem
também distorcidas. Na figura 4.1 está representada uma distorção harmónica.
– Subtensão momentânea (voltage sag): representado na figura 4.5, também conhecido por
“cava de tensão”, pode ser provocada, por exemplo, por um curto-circuito momentâneo
num outro alimentador do mesmo sistema eléctrico, que é eliminado após alguns
milissegundos pela abertura do disjuntor do ramal em curto.
– Sobretensão momentânea (voltage swell): representado na figura 4.6, pode ser provocada,
entre outros casos, por situações de defeito ou operações de comutação de equipamentos
ligados à rede eléctrica.
Grande parte dos problemas que surgem nos sistemas eléctricos tem origem na excessiva
distorção das correntes ou tensões junto ao consumidor final.
A principal causa deste fenómeno, que pode ser visto como um tipo de poluição do
ambiente electromagnético, é a crescente popularidade dos equipamentos electrónicos
alimentados pela rede eléctrica, tais como computadores, aparelhos de televisão, balastros
electrónicos para lâmpadas de descarga, controladores electrónicos para uma enorme
variedade de cargas industriais, etc.
Para além da distorção das formas de onda, a presença de harmónicos nas linhas de
distribuição de energia origina problemas em equipamentos e componentes do sistema
eléctrico, nomeadamente [A 5 - A 11]:
4.1.1. Normalização
Para as redes de BT, relativamente aos harmónicos de tensão, nas condições normais de
exploração, durante o período de uma semana, 95% dos valores eficazes de cada harmónico
de tensão (valores médios em cada 10 minutos), não devem ultrapassar os valores indicados
na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Valores dos primeiros 25 harmónicos de tensão nos pontos de fornecimento,
expressos em percentagem da tensão nominal UN [N 4].
Além disso, esta norma específica que a taxa de distorção harmónica total da tensão
fornecida (tendo em conta os primeiros 40 harmónicos) não deverá ultrapassar 8%.
Para as redes de Média Tensão (MT) aplica-se a mesma tabela, com a observação de que o
valor do harmónico de ordem 3, dependendo da concepção da rede, deve ser muito mais
baixo.
Como já foi referido, a série 61000 de normas IEC diz respeito à Compatibilidade
Electromagnética e compreende as seguintes partes:
– Nível de emissão: nível máximo permitido para um consumidor de uma rede pública ou
para um aparelho.
Por sua vez a norma IEC 61000-2-4 estabelece os níveis de compatibilidade para redes
industriais (Tabela 4.3).
Classe 1 – Aplica-se a redes protegidas e tem níveis de compatibilidade mais baixos do que
os das redes públicas. Diz respeito à utilização de aparelhos muito sensíveis às perturbações
da rede eléctrica, como por exemplo, instrumentos de laboratórios técnicos, certos
equipamentos de automação e de protecção, certos computadores, etc.
Classe 2 – Esta classe aplica-se aos Pontos de Acoplamento Comum (PAC) à rede pública e
aos pontos de ligação interna nos ambientes industriais em geral. Os níveis de
compatibilidade desta classe são idênticos aos das redes públicas, pelo que os equipamentos
destinados à utilização nestas redes podem ser usados nesta classe de ambiente industrial.
Classe 3 – Esta classe aplica-se somente aos pontos de ligação interna dos ambientes
industriais. Os níveis de compatibilidade são superiores aos da classe 2 para certas
perturbações. Esta classe deve ser considerada, por exemplo, quando uma das seguintes
condições é satisfeita: a maior parte das cargas são alimentadas através de conversores;
existem máquinas de soldar; ocorrem arranques frequentes de motores de grande potência;
as cargas variam rapidamente.
De acordo com a norma ANSI/IEEE 519, as empresas distribuidoras são responsáveis pela
manutenção da qualidade da tensão em todos os seus sistemas [N 5]. A norma estipula os
limites de distorção para os diferentes níveis de tensão a observar nas redes eléctricas, de
acordo com a Tabela 4.4.
- Aplicação “Forma de Onda” – Permite detectar anomalias nas formas de onda das
tensões, armazenando esses eventos juntamente com o instante da ocorrência.
O mais simples dos filtros passivos consiste num indutor em série com a entrada do
equipamento poluidor, frequentemente um rectificador com um filtro capacitivo na saída
(Figura 4.10 (a)). Trata-se de uma solução fiável e de baixo custo. Contudo, a bobina é
pesada (devido ao ferro do seu circuito magnético) e ocupa muito espaço, o que limita
praticamente esta solução a equipamentos de baixa potência (< 600 VA).
Figura 4.10 – Soluções para redução dos harmónicos de corrente à entrada dos
equipamentos: (a) indutor em série; (b) conversor step-up.
Para ultrapassar estas desvantagens, têm sido recentemente feitos esforços no sentido de
desenvolver filtros activos de potência [A 12 - A 14].
O filtro activo de potência do tipo paralelo (Figura 4.11) tem como função compensar os
harmónicos das correntes nas cargas, podendo ainda compensar a potência reactiva
(corrigindo o factor de potência). Permite ainda compensar a componente de sequência zero
da corrente, equilibrando as correntes nas três fases (e eliminando a corrente no neutro), ou
seja, a rede eléctrica passa a ver o conjunto constituído pelo filtro activo e pelas cargas,
como se tratasse se um receptor trifásico equilibrado do tipo resistivo.
O filtro activo de potência do tipo série (Figura 4.13) é o dual do filtro activo paralelo. A
sua função é compensar as tensões da rede eléctrica (vsa, vsb, vsc), para os casos em que
estas contenham harmónicos, de forma a tornar as tensões na carga (va, vb, vc) sinusoidais.
Em certos casos, dependendo da duração dos fenómenos e da energia que o filtro activo
puder disponibilizar, é ainda possível compensar sobretensões, subtensões ou interrupções
momentâneas.
Numa instalação eléctrica existem muitos fenómenos que podem causar perturbações.
Deve ser considerada, por um lado, uma possível interferência entre os componentes dentro
da instalação e, por outro lado, também deve ser considerado a interacção dos componentes
do disjuntor com o meio exterior à instalação [A 15].
devem ser realizadas medições no local. Em princípio, as medições podem ser aplicadas à
fonte, aos caminhos de propagação ou aos componentes envolvidos.
• Ensaios de equipamentos
• Condutores
• Sistema de Terra
• Blindagem Electromagnética
4.2.1. Condutores
Quanto mais baixo este coeficiente (maior valor absoluto em dB), mais fraca é a
perturbação recebida, sendo portanto melhor a CEM. Este coeficiente K só faz sentido
quando a transferência da perturbação electromagnética é proporcional à frequência, o que
é o caso.
Para garantir uma CEM optimizada, há que ter em consideração certos aspectos no domínio
da cablagem, nomeadamente:
• Trajecto do cabo;
No que diz respeito às Linhas de Transmissão (LT), a sua geometria, que envolve tipos de
estruturas, cabos e ferragens, influencia e determina os níveis de Campos
Electromagnéticos, na faixa de segurança destas LT. O projecto tem um papel fundamental
para o desempenho das LT e definirá, conforme a sua concepção, o grau de influência e
alteração do meio no qual a LT estará inserida. É responsabilidade do projectista trabalhar
os diversos parâmetros, de modo que eles possam interferir no ambiente de maneira menos
intensa e mais amigável. Modificando um parâmetro podemos estar a causar efeitos opostos
noutros e, consequentemente, alterar o ambiente electromagnético nas proximidades de
forma não desejada. Embora o ambiente próximo das LT tenha os níveis de Interferência
Electromagnética controlados pelas normas, a crescente procura de energia e,
consequentemente, o aumento do número de corredores de linhas, implica uma melhoria
contínua no que respeita à projecção (geometrias de apoios, uso de materiais mais
adequados), tornando os níveis de interferência cada vez mais reduzidos.
Num ambiente electromagnético hostil podem ser adoptadas duas aproximações para a
configuração da cablagem da instalação:
Para evitar interferência por acoplamento entre circuitos, ou por indução electromagnética
externa, deverão ser adoptados os seguintes procedimentos na instalação de controlo:
Uma medida suplementar corresponde a segregar os cabos dos circuitos de baixo nível de
sinal, dos cabos de baixa tensão CA ou CC dos circuitos de força (onde as ondas de choque
podem ser geradas / induzidas e propagadas). Devem ser empregues cabos blindados em
todos os circuitos de protecção, comando, sinalização, medição e telecomunicações de
subestações de Alta Tensão (AT). Para circuitos de sinais de baixo nível, particularmente
àqueles ligados a equipamentos sensíveis, devem ser empregados cabos duplamente
blindados (empregando a tubulação metálica como blindagem externa). A blindagem dos
cabos deve ser ligada à terra na sala de comando e a tubagem metálica deve ser ligada à
terra nas extremidades e em pontos intermediários.
Este sistema de terra, no entanto, por si só não é suficiente para satisfazer as prescrições de
CEM.
Hoje em dia o equipamento pode ser susceptível a níveis de energia muito baixos, pois
contem dispositivos electrónicos sensíveis às altas-frequências. O acoplamento
electromagnético ocorre frequentemente, e para o evitar é necessário um óptimo sistema
equipotencial de massa. Este é o primeiro passo a dar, de forma a proporcionar uma
protecção contra as perturbações electromagnéticas.
A segunda função do sistema de terra consiste assim, para as instalações com sistemas
electrónicos/eléctricos, em servir de referência comum à tensão, de modo a contribuir para
a atenuação das perturbações.
Pela observação da figura 4.14, onde estão representados os casos A e B, constata-se que
este objectivo de servir de referência absoluta de tensão muitas vezes não passa do plano
teórico. Na prática, a indução de tensões externas faz com que a tensão entre dois pontos
quaisquer do plano de referência seja diferente de zero, especialmente no domínio das altas-
frequências. Sendo assim, quando surge a necessidade de ligar equipamentos separados por
uma certa distância, mas exigindo uma referência comum de tensão, recomenda-se uma
solução de acordo com o caso A. Uma solução do tipo caso B deve ser evitada sempre que
possível, na medida em que as tensões externas induzidas agudizam-se devido ao efeito do
malha formado.
O sistema de terra contribui assim para a atenuação das perturbações, dado que constitui
por um lado o caminho de retorno das correntes para a terra, e por outro constitui uma
referência de tensão para os dispositivos de protecção.
Onda de choque é um fenómeno eléctrico muito rápido que ocorre por um curto período de
tempo e é um fenómeno [I 9]. Para evitar a destruição dos componentes dos sistemas
deverão ser instalados protectores contra sobretensões (supressores da onda de choque)
com capacidade suficiente para absorver as ondas com alto conteúdo energético.
Devem ser instalados dispositivos para protecção contra ondas de choque, de acordo com o
nível de protecção requerido e dos níveis de corrente e energia das ondas que se espera que
atinjam os equipamentos.
Apesar de ambas as opções serem válidas, esta segunda opção é a mais recomendada
devido ao efeito adicional de blindagem proporcionada pela super estrutura da sala o que
propicia uma redução das sobretensões induzidas nos EES [N 16 - N 18].
4.3 - Conclusões
Capítulo 5
1. Testes de Emissão.
2. Testes de Imunidade.
Para cada tipo de ensaio ou requisito testado, existem normas e procedimentos específicos,
estabelecendo o procedimento, montagem de teste e medição, limites e tolerâncias.
• Classe B: uma ou mais função do dispositivo sofre influência (sem apresentar falha)
quando exposto ao campo. Quando o campo cessa, as funções voltam ao funcionamento
normal.
• Classe C: uma função do dispositivo apresenta falha quando exposto ao campo. Quando o
campo cessa, as funções retornam ao funcionamento normal mediante um algoritmo de
autoreset.
• Classe D: uma função do dispositivo apresenta falha quando exposto ao campo. Quando o
campo cessa, as funções retornam ao funcionamento normal mediante um reset manual.
• Classe E: uma função do dispositivo apresenta falha quando exposto ao campo. Quando o
campo cessa, as funções retornam ao funcionamento normal apenas após o reparo ou troca
do dispositivo.
Um equipamento quando está a funcionar no seu ambiente não deve emitir perturbações
electromagnéticas, sejam elas na forma radiada ou na forma conduzida, acima de valores
limites determinados, pelas normas correspondentes, como sendo níveis aceitáveis de
emissão. Entende-se que estes limites são seguros e que um equipamento, dentro dos
limites especificados, não oferece ameaça de interferência ou dano aos dispositivos que
funcionam nas proximidades ou que estão ligados ao equipamento em questão.
A figura 5.1 mostra a divisão da emissão de rádio frequência (RF) em duas subclasses:
radiada e conduzida.
Para que se possam verificar os níveis de emissão do EET, certos procedimentos de ensaio
devem ser adoptados e seguidos com o mais alto rigor para que se obtenham leituras
coerentes e confiáveis.
• CISPR 11 e 22
A medição das ondas radiadas por um equipamento deveria ser feita, em teoria, num local
denominado Open Area Test Site (OATS), que é um local em campo aberto onde se supõe
que as únicas reflexões de onda possíveis são as provenientes do solo. A figura 5.2 mostra
um exemplo de uma OATS [I.5].
As figuras 5.3 e 5.4 mostram, respectivamente, uma célula GTEM e uma câmara Semi-
Anecóica.
Uma CSA é toda construída em metal, o que lhe confere blindagem a radiações
electromagnéticas. Internamente, é revestida por espumas especiais cobertas por carbono,
material que absorve radiações electromagnéticas, excepto o chão que é metálico. Este é
composto por chapas metálicas cobertas por material sintético que permite uma ampla
movimentação de cabos. A sua função é reflectir as ondas electromagnéticas para o
ambiente. No fundo da câmara há uma base giratória onde é instalado o equipamento a
ensaiar.
O objectivo da CSA é simular um campo aberto ideal, ou seja, um lugar onde as ondas se
propagam com reflexão apenas do solo e sem a existência de ruído ou sinal
electromagnético externo. As espumas no seu interior têm a função de evitar a reflexão de
sinais electromagnéticos, simulando um campo aberto ideal onde as ondas se propagam
para o infinito.
O equipamento em teste é colocado na CSA a disposto sobre uma mesa giratória, de acordo
com as recomendações das normas de referência, conforme a figura 5.5.
Figura 5.5 - Montagem para o ensaio de emissão radiada – vista lateral [I 10].
Figura 5.6 – Montagem para o Ensaio de Emissão Radiada – Vista Superior [I 10].
O EET é colocado de modo a simular uma condição normal de funcionamento. Feito isto,
são realizadas as medidas de emissão radiada.
Para conduzir essa prospecção, são variadas as posições azimutais da mesa giratória onde
se encontra o EET e a altura das antenas receptoras. A sequência destas variações é função
do histórico de medição. Apenas se varia uma coordenada de cada vez.
E =V + K
K – factor que compensa as perdas, somatório das perdas nos cabos (C) e dos
factores de antena (AF), definido como um factor de transdução do sinal do campo
eléctrico recebido pela antena em sinal eléctrico produzido aos seus terminais, menos o
ganho do amplificador (G):
K = C + AF − G
Os resultados obtidos são apresentados na forma gráfica pelo sistema computacional, que
sobrepõe o limite da norma em questão para a análise dos resultados.
Basicamente, são utilizadas duas formas de detecção do sinal para este ensaio: pico e
Quasi-peak. A primeira é sempre empregada inicialmente para conduzir à determinação das
frequências dos sinais de interesse e à sua respectiva localização espacial. O seu valor é
sempre maior ou igual à medida de Quasi-peak e o seu modo de aquisição é mais simples.
A segunda forma de detecção é utilizada numa fase terminal e o seu valor é o oficial para
efeito de comparação com os limites da norma.
As medições são sempre maximizadas no tempo usando-se, para tal, a função Max Hold o
que é conseguido através de um software que trata as medidas dadas pelo receptor de EMI.
A tabela 5.1 mostra os limites estabelecidos pelas normas CISPR 11 e 22 para o ensaio de
emissão radiada.
Classe A Classe B
Limite Quasi - Peak Limite Quasi - Peak
Banda de Frequência (MHz)
(dBµV/m) (dBµV/m)
30 - 230 40 30
230 - 1000 47 37
Os ensaios de emissão conduzida são feitos de modo a cobrir a faixa de frequência não
coberta pelos ensaios de emissão radiada. O objectivo deste ensaio é garantir que o EET
não gera ruídos conduzidos pelos seus cabos de energia e telecomunicações, acima de
determinado nível, considerado pelas normas como limite.
Este tipo de ensaio é realizado numa sala de ensaio, conforme a figura 5.8, construída de
acordo com as especificações de referência. O ensaio é composto por dois planos de terra,
um vertical e outro horizontal, formando um L. Estes planos são uma referência de terra
estabelecida pelas normas para todos os EET e para as LISN usadas. Uma LISN é uma rede
fictícia inserida num cabo de alimentação eléctrica de um EET que fornece, em várias
faixas de frequência, uma impedância de carga específica para a medição de tensões de
frequência e que pode desacoplar o equipamento da rede eléctrica na referida faixa de
frequências.
Do lado do plano vertical está o analisador de espectro usado neste tipo de ensaios. A meio
da sala está uma mesa de madeira usada ou não nos ensaios dependendo da dimensão do
EET.
O EET é colocado na sala de ensaios e ligado à rede AC através da LISN, de acordo com as
recomendações das normas de referência. O EET é excitado de modo a simular uma
condição normal de funcionamento. Feito isso, são realizadas as medidas de emissão
conduzida.
São realizadas, também, medidas de detecção do valor médio (Average Measurement) nos
pontos em que a medida de pico estiver próxima ou ultrapasse o limite do valor médio.
Este procedimento é repetido para cada uma das fases de alimentação AC do EET, ou com
as duas ao mesmo tempo. Para isso, utiliza-se um comando que simula, por software, a
função Max-Hold do analisador de espectro. Esta função sobrepõe as medidas garantindo a
obtenção dos valores máximos de cada fase.
As tabelas 5.2 e 5.3 mostram os limites de Quasi-Peak e valor médio estabelecidos pela
norma CISPR 22.
Tabela 5.2 - Limites para a emissão conduzida nas linhas de alimentação [N 10].
Tabela 5.3 - Limites para a emissão conduzida nas portas de comunicação [N 10].
Dos ensaios exigidos para certificação de um equipamento, vimos até agora as medições de
emissão tanto na forma conduzida como na forma radiada. A próxima fase é a de testes de
imunidade a perturbações, sendo esta mais extensa que a anterior.
• Campos Radiados
• Perturbações Conduzidas
• Descargas Electrostáticas
• Perturbações na alimentação
O ensaio de imunidade radiada tem como objectivo verificar se o equipamento sob ensaio é
imune às perturbações, sob a forma radiada, presentes no ambiente. A estrutura para os
testes é descrita pela norma IEC61000-4-3 e consiste em sujeitar o EET a um campo
eléctrico, de intensidade definida de acordo com a aplicação do equipamento, e monitorizar
o funcionamento do EET. A monitorização depende das características de cada EET e pode
ser visual ou através de alguma medição.
Este tipo de ensaio é realizado numa câmara Semi-Anecóica, conforme figura 5.10. O
fabricante deve especificar as configurações para as quais o equipamento será ensaiado.
Uma interface é trazida para fora da CSA através de um cabo de rede, onde são colocadas
ferrites a fim de evitar a passagem de ruído de alta-frequência para dentro da CSA através
destes cabos. Um medidor de nível selectivo, em alta impedância, é ligado à ponta deste
cabo.
Como a fonte da perturbação é diferente do caso radiado, são usadas, para o acoplamento
do ruído conduzido, as chamadas Redes de Acoplamento e Desacoplamento ou Coupling
Decoupling Network (CDN), representada na figura 5.11. Estes dispositivos são capazes de
acoplar a perturbação ao cabo em questão, sendo ligados em série nos cabos.
Este ensaio é executado de acordo com a norma IEC 61000-4-6. Este tipo de ensaio é
realizado numa CSA. O fabricante deve especificar as configurações para as quais o
equipamento será ensaiado. A figura 5.13 mostra a montagem utilizada para este ensaio.
Este ensaio deve ser aplicado no cabo de alimentação do EET e em todos os cabos de
comunicação com comprimento superior a 3 metros.
Nível de Tensão
Severidade dB (µV) U0 (V)
1 120 1
2 130 3
3 140 10
X Especial
Os níveis de teste são definidos pela Norma IEC61000-4-5 de acordo com a classificação
do local e condições de instalação do equipamento. A Tabela 5.5. reproduz os níveis de
severidade sugeridos pela norma.
Os ensaios devem ser executados de maneiras diferentes – uma para o acoplamento das
perturbações na alimentação (fase, neutro e terra) utilizando o próprio gerador de
transitórios eléctricos rápidos, outra para o acoplamento nas linhas de comunicação
(a)
(b)
Figura 5.15 - Montagem para o ensaio de Imunidade a transitórios eléctricos rápidos (a) nas
portas principais [I 10]; (b) nas portas de sinal [I 10].
Os níveis de teste para este ensaio são determinados de acordo com o local de instalação do
EET. Os locais mais susceptíveis e onde estão presentes circuitos ligados por relés são
classificados com maiores níveis de severidade. Os equipamentos podem ser sujeitos aos
níveis de severidade indicados na tabela 5.6 sugeridos pela norma IEC61000-4-4.
Para a execução dos ensaios a Descarga Electrostática (ESD), deve ser utilizado um
simulador de ESD capaz de efectuar descargas até 15kV, obedecendo aos critérios da
norma IEC61000-4-2.
Este ensaio deve ser executado utilizando um simulador de ESD, referenciado em inglês
como “ESD gun”.
O EET deve ser colocado no seu funcionamento normal e deve ser monitorizado de modo a
ficar evidente qualquer perda de funcionalidade. A observação do comportamento do EET
é o que vai determinar se o equipamento está conforme ou não com os aspectos de ESD. A
figura 5.16 mostra um esboço da montagem para os ensaios de imunidade a descargas
electrostáticas no EET.
As descargas são aplicadas com o EET a trabalhar no seu estado de funcionamento normal.
DESCARGA DIRECTA
Nesta parte do ensaio são escolhidos para a aplicação da Descarga Electrostática alguns
pontos considerados críticos e de maior hipótese de apresentar problemas. A descarga é por
contacto ou pelo ar.
VERIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE
A rede de energia eléctrica pode variar ou até mesmo ser interrompida por breves
momentos devido a mudanças abruptas de carga ou mau dimensionamento da rede. A fim
de se evitar que estes tipos de problemas danifiquem os equipamentos electrónicos, são
efectuados ensaios, simulando-se através de equipamentos específicos, as variações e
interrupções na tensão de alimentação do EET. A Norma IEC61000-4-11 descreve os
métodos de teste para este ensaio
A figura 5.17 mostra como seria a redução a 70% da tensão nominal, por dois períodos, da
rede.
A escolha dos níveis de teste para este ensaio é descrita na Norma IEC61000-4-11 e é
baseada em estudos que relacionam o número de casos por ano da queda de tensão e sua
duração.
Os níveis de teste estão indicados na tabela 5.9 de acordo com a norma IEC61000-4-11.
Redução de Tensão e
Nível de Teste Duração (em períodos)
curta interrupção (%V)
0,5
0 100
1
5
40 60 10
25
50
70 30
X
5.3. Conclusões
Neste capítulo faz-se referência aos ensaios aos quais os equipamentos devem ser
submetidos, e como é que devem ser realizados.
Capítulo 6
Qualquer produto, electrónico ou não, para ser comercializado (pelo menos no espaço
Europeu), deve ostentar a Marcação CE. No caso de equipamentos electrónicos, isto
significa cumprir os requisitos essenciais das Normas Harmonizadas que conferem
presunção de Conformidade segundo as Directivas Comunitárias aplicáveis. As Directivas
Comunitárias aplicáveis são, neste caso, a Directiva 73/23/CEE (Directiva de Baixa
Tensão, que lida com aspectos de segurança), e a Directiva 89/336/CEE (Directiva de
Compatibilidade Electromagnética – imunidade e emissão).
Desta forma, e uma vez que a UAC se enquadra na categoria de “relés de medida e
equipamentos de protecção”, e que o ambiente onde tipicamente são instaladas é
considerado “ambiente industrial”, são consideradas as três normas, sendo também
considerados os níveis mais restritivos solicitados pelas mesmas, para cada ensaio.
No presente caso, os ensaios em questão formam uma parte dos ensaios requeridos para
demonstrar a Conformidade, segundo a Directiva de Compatibilidade Electromagnética, da
UAC.
Dada a sua elevada fiabilidade e robustez, a UAC tem um largo campo de aplicação em
redes de transmissão e distribuição de energia bem como em instalações industriais, tais
como:
Esta unidade utiliza uma poderosa arquitectura multiprocessadora de 32 bit, que lhe garante
elevado nível de desempenho.
• 9 Entradas binárias
• 6 Saídas binárias
• Ethernet redundante
• Valor eficaz das correntes nas três fases e no neutro (por soma virtual das três
correntes de fase)
• Valor eficaz das tensões simples e compostas, assim como a tensão residual
Com base nas medidas efectuadas a UAC calcula e regista, com datação, as seguintes
informações:
A HMI refere-se à interface com o utilizador. No caso da UAC, é composta por display
gráfico, LED's, teclas, etc.
A UAC tem a capacidade de efectuar a detecção de defeitos por máximo de corrente de fase
e homopolar em linhas MT. Permite também a detecção de defeitos mínimos de tensão.
A UAC efectua a monitorização das entradas e saídas binárias, bem como todas as
variáveis lógicas internas definidas. Qualquer alteração de estado ou evento é registada com
uma datação precisa em memória não volátil.
A UAC dispõe de duas portas série traseiras e uma porta série frontal. Quaisquer das portas
série podem ser utilizadas para comunicação com o pacote de software da UAC. Para cada
porta traseira estão disponíveis 4 tipos de interface, nomeadamente:
A UAC permite uma fácil integração em qualquer sistema de comunicação, seja rádio,
PLC, TETRA, Linha dedicada ou Linha telefónica.
(LAN). Isto significa que, para além da comunicação vertical com a estação principal, estão
disponíveis rápidos mecanismos de comunicação entre as diferentes unidades ligadas à
LAN. Esta funcionalidade permite a implementação de automatismos, encravamentos ou
outras funções baseadas na interacção entre unidades similares através da rede de
comunicação.
• Temperatura - 23ºC
• Humidade - 60%
O EET foi colocado numa posição representativa do seu funcionamento normal, sobre uma
mesa de madeira com 80cm de altura.
• Equipamento auxiliar
• Amplificação: 10dB
• Atenuação: 0dB
Os resultados das medições estão representados na figura 6.9 e na tabela 6.1, que são uma
digitalização da saída produzida pelo software do programa de medição.
Com a distância Antena - EET de 3m, o valor estimado da incerteza para este ensaio
realizado é de 4,9dB.
Este ensaio é semelhante ao ensaio de emissão radiada e tem como finalidade medir a
quantidade de Radiação Electromagnética, na faixa de 0,15 MHz a 30MHz, que é
conduzida do EET para a rede eléctrica através do seu cabo de alimentação. Tal propagação
não pode ser superior aos limites estabelecidos pela norma CISPR 11, já que ultrapassar o
limite poderia causar interferência no funcionamento de outros equipamentos.
O equipamento é ligado a uma LISN e desta o sinal é enviado para o analisador de espectro,
onde também é gerado um gráfico e a intensidade de ruído é comparada com o limite da
norma.
• Temperatura - 21ºC
• Humidade - 60%
O EET foi colocado numa posição representativa do funcionamento normal, sobre uma
mesa de madeira com 80cm de altura.
Equipamento Auxiliar
Equipamento Auxiliar
Os resultados das medições estão representados nas figuras 6.11 e 6.12 e na tabela 6.2, que
são uma digitalização da saída produzida pelo software do programa de medição.
Por observação dos gráficos, verifica-se que os valores medidos estão abaixo dos valores,
do nível de emissão limite, ostentados na norma vigente.
Figura 6.11 - Gráfico do ensaio no terminal positivo com tensão de alimentação de 19V.
Figura 6.12 - Gráfico do ensaio no terminal negativo com tensão de alimentação de 72V.
As condições ambientais na sala blindada, local onde foi realizado o ensaio, eram:
• Temperatura - 23ºC
• Humidade - 60%
O arranjo do equipamento para este ensaio é apresentado na figura 6.13. O EET foi
colocado na posição representativa do funcionamento normal, de acordo com a norma de
ensaio.
Verificou-se que não houve alterações das condições de funcionamento durante e após o
ensaio. Não se verificaram condições de erro.
Este ensaio tem como objectivo verificar a imunidade do EET às perturbações e efeitos
causados por descargas atmosféricas, as quais podem danificar equipamentos electrónicos.
Circuitos desbalanceados
Alimentação Circuitos balanceados
Barramento a grande distância
Nível
Os portos que foram ensaiados estão apresentados na tabela 6.5, que são escolhidos de
acordo com a classe do equipamento e a norma vigente.
Alimentação: A
De acordo com a classe de
Designação do Porto Simétrico: S
instalação
Assimétrico: AS
A Alimentação A 4
B Entradas digitais (IO 1 ou IO 5 ou IO 6) AS 4
C Saídas digitais (IO 2 ou IO 3 ou IO 4) AS 4
D Entradas analógicas (T 1 ou T2) AS 4
E RS 485 (COM1) AS 5
Tabela 6.5 - Portos ensaiados.
A sequência de aplicação da tensão de ensaio aos portos da UAC foi: Alimentação, IO2,
T1, IO3, IO5, IO1 e RS 485. O ensaio também foi realizado na blindagem do cabo no porto
RS 485.
De acordo com a norma, foram realizadas 5 aplicações em cada um dos portos ensaiados
com intervalos de 1 minuto.
As condições ambientais na sala blindada, local onde foi realizado o ensaio, eram:
• Temperatura - 21ºC
• Humidade - 50%
O arranjo do equipamento para este ensaio é apresentado na figura 6.15. O EET foi
colocado na posição representativa do funcionamento normal, de acordo com a norma de
ensaio.
(1) - Níveis solicitados pela EFACEC, acima dos valores requeridos pela norma)
Tabela 6.6 - Resultados do ensaio.
Foi demonstrado que o EET cumpre os requisitos especificados pela norma, com grau de
confiança de aproximadamente 95%. Este valor é fruto dos métodos e limites de medição
dos equipamentos que o Laboratório (neste caso, a ANACOM) utilizou para os ensaios.
Depende, portanto, dos equipamentos e métodos de ensaio utilizados. O valor é
Este ensaio tem como objectivo verificar a imunidade do EET quando submetido a
transitórios, como os originados por interrupções de cargas indutivas, accionamentos de
relés, etc.
O ensaio foi efectuado para os níveis apresentados na tabela 6.7., que são escolhidos de
acordo com a classe do equipamento e a norma vigente.
As condições ambientais na sala blindada, local onde foi realizado o ensaio, eram:
• Temperatura - 21ºC
• Humidade - 50%
Durante a aplicação das salvas de transitórios rápidos nos vários portos não foi detectada
qualquer alteração no funcionamento da UAC.
O arranjo do equipamento para este ensaio é apresentado na figura 6.17. O EET foi
colocado na posição representativa do funcionamento normal, de acordo com a norma de
ensaio.
O EET foi colocado numa posição representativa do funcionamento normal, sobre uma
mesa de acordo com a norma de ensaio
As características das descargas foram as seguintes:
• Descargas directas: por Ar e por Contacto
- Nº de descargas: 10 em cada polaridade e em cada ponto de aplicação
- Tempo entre descargas: 1segundo
- Polaridade: Positiva e Negativa
• Descargas indirectas:
- Nº de descargas no HCP: 10 em cada polaridade e em cada ponto de
aplicação
- Nº de descargas no VCP: 10 em cada polaridade e em cada ponto de
aplicação
- Tempo entre descargas: 1segundo
- Polaridade: Positiva e Negativa
O ensaio foi realizado para os níveis apresentados na tabela 6.8, que são escolhidos de
acordo com a classe do equipamento e a norma vigente.
As condições ambientais na sala blindada, local onde foi realizado o ensaio, eram:
• Temperatura - 21ºC
• Humidade - 50%
Foram registados, pela EFACEC, vários casos em que o funcionamento da unidade TPU
era afectado pela abertura e pelo fecho de seccionadores situados muito próximos da TPU.
TPU
Os painéis do tipo GIS (Gás Insulated Substation), local onde a TPU está localizada, figura
6.20, formam um ambiente bastante ruidoso o que levou há existência de um problema de
incompatibilidade electromagnética.
Foi verificado que a maioria das manobras dos seccionadores afectava o funcionamento da
respectiva unidade TPU. A situação mantinha-se, quer quando a linha de 60kV não tinha
carga, quer quando esta linha não tinha tensão. As interferências não se manifestavam
noutros equipamentos electrónicos instalados nem nas unidades TPU mais afastadas dos
seccionadores de 60kV.
Inicialmente, colocaram-se diversos dispositivos de filtragem nos cabos da TPU, tais como
ferrites, o que permitiu melhorar a situação, sem, no entanto, a resolver. Também, se
alteraram as ligações de massa da TPU, mas obteve-se o mesmo resultado. Ainda se
utilizaram cabos mais curtos nas ligações à TPU, mas conclui-se que agravava a situação.
• Cabeças de ligação dos cabos de entrada e saída de 60kV (são em nylon e têm uma
parte pintada com uma tinta de baixa resistividade)
Foram, também, efectuadas medições (no solo) da resistência de terra da régua de terra com
o auxílio de um telurímetro (ohmímetro AC de 3 fios).
Os valores obtidos (1,53Ω; 0,88Ω; 0,45Ω) permitiram concluir que a resistência de terra da
régua de terra não apresenta problemas de maior que possam causar as perturbações
manifestadas.
6.6. Conclusões
Relativamente à unidade TPU, pode concluir-se que, para aumentar o seu grau de
imunidade às interferências causadas pela manobra dos seccionadores, foi necessário
afastá-la do seccionador ou construir uma blindagem metálica adicional que a envolvesse.
Capítulo 7
Conclusões
Para cumprir estes propósitos, devem ser introduzidas certas regras na fase de projecto,
produção e instalação do equipamento. Apenas a realização de medições e ensaios, em
conformidade com as respectivas normas, pode produzir resultados válidos que traduzam o
desempenho satisfatório do equipamento no seu ambiente electromagnético.
Foram apresentados dois casos de estudo, onde é aplicada a informação teórica descrita na
dissertação, de forma a comprovar a aplicação prática da Compatibilidade
Electromagnética.
Referências
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- Dissertações
- Livros