Teoria Do Apego

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Teoria do apego

John Bowlby

Camile Xavier Machado Rocha de Oliveira


Psicóloga Obstétrica
CRP/PR 08/32469
Quem foi John Bowlby?

Psiquiatra e psicanalista, nasceu em 1907 e faleceu em 1990.


Trabalhou como professor antes de iniciar os estudos na área
médica.
Se opôs a teoria psicanalítica da época, e direcionou seus estudos e
publicações para a temática sobre a tríade:
Mãe

Ambiente Criança
Teoria do Apego

Na tríade proposta, Bowlby utilizou de uma abordagem


neurocientífica para avaliar a conduta e a personalidade por meio do
desenvolvimento emocional, relacionados através de respostas
biológicas de como os aprendizados do desenvolvimento influenciam
no comportamento, posteriormente explicando como somos
influenciados pelo meio que estamos inseridos, observando outros
comportamentos.
Teoria do Apego

O que instigou Bowlby nos estudos sobre esta teoria, foi a


necessidade de entender como construímos as relações e nos
vinculamos às outras pessoas.

“Estar vinculado a alguém significa uma busca por segurança ,


proteção e sobrevivência que vai além da subsistência básica”.
Franco, 2020.

Situação Resposta automática


Início dos estudos sobre a Teoria do Apego

Durante o período pós guerra, bebês órfãos eram amparados após a


perda de seus pais. Os cuidadores lhe ofereciam o básico para a
sobrevivência: comida, água, cuidados higiênicos, roupas. E só com oferta
do básico, os bebês não se desenvolviam como era esperado para a idade,
algumas chegando a óbito.
Como Bowlby era uma referência na área de desenvolvimento humano, foi
convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar o
caso.
A sugestão dele era a de que os cuidadores passassem a ter mais contato
físico com essas crianças e que fosse um contato afetuoso, que além do
básico, lhe oferecessem uma conexão.
O resultado não poderia ser mais satisfatório: as crianças pararam de
morrer.
Estudos apresentados:

1951 Cuidado Materno e Saúde Mental - monografia “o recém


nascido e a criança devem experimentar um relacionamento
contínuo, íntimo e cálido com sua mãe (ou mãe substituta) em
que ambos podem encontrar satisfação e prazer, cuja falta
pode acarretar significativas e irreversíveis consequências para
a saúde mental”.
1969 Teoria do apego - Apego e perda
1972 Separação: Ansiedade e Raiva
1980 Perda: Tristeza e Depressão.
Principais conclusões do estudo:

Contato físico está ligado a saúde mental;


O primeiro ano de vida é o mais importante;
É necessário um cuidador direto e atento para os primeiros cuidados
com o bebê e a formação de vínculo entre eles;
as futuras relações serão espelho da primeira relação com o
cuidador;
Alguns traumas relativos a separação e negligência de cuidados
poderão causar danos no desenvolvimento emocional e físico;
A saúde mental dos cuidadores é importante para que ele cuide da
criança;
Principais conclusões do estudo:

A saúde mental do cuidador está diretamente relacionada com o que


eles receberam de seus pais quando criança;
Os efeitos da privação do vínculo, pode causar danos estruturais no
cérebro, podendo ser irreversíveis.
Pode ser feito um trabalho psicológico para cuidar dos traumas e
transtornos causados na criança;
A família é a base para evitar e reverter processos traumáticos e
relações de apego seguro;
o autoconhecimento e fortalecimento parental é a chave para o
processo do apego seguro.

Fonte: Franco, J. 2020 O poder do apego.


Vínculo

Qual o resultado deste vínculo: adultos emocionalmente saudáveis, que


sentem mais segurança em si e são mais independentes. Sabem oferecer
e acolher pois foi o que receberam.
Em seu desenvolvimento teórico, Bowlby propôs a ideia de que o
comportamento do apego era uma estratégia evolutiva e biológica de
sobrevivência para proteger o bebê dos predadores. A criança precisa de
uma relação segura com os adultos para que ocorra um desenvolvimento
social e emocional.

"Podemos supor que a qualidade do padrão estabelecido


e sua persistência determinarão a qualidade dos
recursos disponíveis para o enfrentamento e elaboração
das perdas ao longo da vida".
Nascimento et al, 2006
E a Neurocientífica?

O cérebro continua se desenvolvendo após o nascimento, e daí nasce a


definição de exterogestação. E por volta do final do primeiro ano de vida
é que alguns níveis cerebrais se tornam completos, como a estrutura
relacional ao apego.
De acordo com estudos, o volume total do cérebro chega a aumentar em
101% no primeiro ano de vida e o cerebelo em 240%.
Já nascemos com neurônios, mas é preciso que as sinapses entre eles
aconteçam, através das experiências de regulação emocional, com a ajuda
dos cuidadores.
Cada abraço molda o desenvolvimento de resposta ao estresse,
imunológica e neurotransmissores.
O Apego se encontra na área do cortéx-orbitofrontal

Área responsável pelos contextos sociais e inteligência emocional.


Na prática:

Apego é um comportamento de necessidade de aproximação para criação


do vínculo. É ativado este comportamento em situações de perigo, local
ou pessoas estranhas, disso surge a necessidade de aproximação do
cuidador, com a finalidade de regulação emocional.

Colo e amamentação;
Dificuldade de cuidados quando há um transtorno;
Sobrecarga (um cuidador não substitui o outro)
Exterogestação
No luto:

A teoria do apego nos fornece a base teórica para compreender os


sentimentos em relação à perda. Os recursos de enfrentamento estão
relacionados ao seu padrão de apego.
O comportamento vai ser relacionado à busca pela base segura, a fim de
diminuir os riscos/emoções causados pelo abandono/perda.
O luto é uma resposta à separação.
O processo do Luto para Bowlby, foi denominado como um conjunto
desencadeante de sentimentos ambivalentes:
"um desejo constante de busca pela figura perdida, sentimento de culpa
e alto grau de desorientação relacionado ao quadro da perda".

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